Quanto ao problema da confirmao ou no das teorias cientficas, h duas
posturas distintas: a dos empiristas lgicos (como Carnap) que, mediante lgicas indutivas, defendem a possibilidade da confirmao das teorias cientficas; o falseacionismo de Karl Popper que, negando a postura confirmacionista dos empiristas lgicos, dizia que, se a experincia no pode confirmar a verdade de uma teoria cientfica, pode, s vezes, mostrar sua falsidade. H tambm uma terceira postura (Thomas Kuhn) que, rejeitando as idias de confirmao e refutao e pondo em xeque a prpria idia tradicional de progresso da cincia, forjou a idia de paradigmas (tradies cientficas consolidadas). BASE DO FALSEACIONISMO DE POPPER
Verificar ou confirmar uma hiptese impossvel.
A aceitao de alguns enunciados permite falsear hipteses, ou seja, mostrar que so falsas. O que distingue sistemas cientficos de sistemas no-cientficos (matemticos e metafsicos) que aos primeiros se pode aplicar o modus tollens (mtodo dedutivo de teste). Exemplo: Se todos os cisnes so brancos, ento Joe branco. No verdade que Joe branco. Logo no verdade que todos os cisnes so brancos. Paro Popper, o conhecimento se d no por generalizao a partir da experincia, indutivamente, mas elaborando conjecturas ou hipteses que, posteriormente, se submetem ao teste emprico (Apud DUTRA, 2009:52). A importncia da refutao de hipteses que ela permite a elaborao de teorias melhores que as anteriores, propiciando assim o progresso do saber cientfico. CONCEITO DE FALSEAMENTO: o desacordo de um enunciado deduzido da teoria que se quer testar e um enunciado que relata o que acontece quando fazemos o teste (DUTRA, p. 53). O enunciado que pode autorizar ou desautorizar a hiptese relata o que se chama de base emprica. O TRILEMA DE FRIES: ou aceitamos um enunciado dogmaticamente, ou tentamos justific-lo com outros enunciados (regresso ad infinitum) ou a aceitamos a autoridade dos sentidos. Essa discusso interessante porque o falseamento de uma teoria requer a aceitao de determinada base emprica como parmetro. Popper, porm, vai alm do trilema e, em vez de falar da autoridade dos sentidos, prefere falar da aceitao da base emprica por conveno (DUTRA, p. 56). Diferena entre corroborao (Popper) e confirmao (Carnap).