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ROLAND BARTHES ESCRITOS SOBRE TEATRO Textos reunidos e apresensados por Jean-Loup Rividre “dn Ma Laan ei as Sa Me Martins Fontes ‘a0 Poo 2007 | Pld te | ca dos pores: Macbeth “encarmado" uma vez morto, Mae: beth simplesmence elininado; 20 paso que, conduzindo seu proprio papel, © Macbeth de Vilar prepara admiravelmente a ascenso da nova oniem dese jovem Maleoin radiant, que & representado de mancira excelente por Roger Mollie ‘Acrescento que, me ver, 68 versio nio é de forma al- guna abalada pela esrutura da poss: Macbeth €efeivamente 0 protagonisa, e ado Lady Macbeth, que quae desapacce, aids, 1a segunda parte, Os fancres sempre tveram o preconcito de tomar esa pega como sendo a tragéia de Lady Macbeth, 0 que € contaito peo prdprio vtulo. Estou persadido de que ina Jmespretagio mais encarmad’, que fo relamada em altos bra- dos, desequilibrariaa gia do pape: © ques tomaria Macbeth durante toda a pare final, ele fesse apenas uma epécie de pa rasta consstente de sua mulher? Sé existe tag da iberdade, € €ss0 que €0 Macbeth de Vil live, porque “lhando para Parece que Vilar € hoje otinico na Franga a esbogar— pelo ‘menos na escala do grande publico ~ esse teatro da conscién- cia, jf estabelecdo pelos papeis de Ricardo IIe de Dom Jaan "No entano, ele no foi seguido,em seu pripro espetéeulo, nem por Mara Casrts, que uma pura ati de patcpasto, nem por Prssinos uj supericiesvnuais,colordasenfo-subsancais, fandamentam um teatro decorative, etékico, que parece esti no ‘posto de um teatro do conhecimento. Nao é, pois, de modo algum, a inteligéncia de Vilar que me causa expécie em seu “Macbeth: € antes sua solid ‘THEATRE POPULAR ‘ei cri de 195 6 POR QUE BRECHT? ara mediro interesse que deveros a Brecht dramaturgo, basta simplesmente embraro estado arual de nosso teatro, Esse estado € catastéfico. Um gest cotidiano pode nos dar certeza disso: abrir nosso jornal e nos perguntar: Ande ir esta noite? Realmente, a lugar nenhum; nada, em todos esses programas parisicnses, nos renta de verdade; vemos mais ou menos por tod parte, exceto uma ou dus vezes por temporada, promessa de prazeres anacronicos, ou maquina de imposturasideolégi- «eas, Salvo brevesepisédios, todo 0 nosso teatro é burgués, mais ‘ou menos como podia sero salio de um subprefito no tem- po de Luis Filipe eso als, as regas de uma arte burguesa, revestidas pomposamente do nome de natureza ou de esséncia| do teatro, que nel fazem ale: primazia do psicolégico (Vigny: tudo 0 que nio é a andlise do cora¢o humano me eneedia") us | Pn ee | redugio do mundo aos problemas de adultéio ou de cons-

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