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ATO5 CORFORAIS suavensivos ‘enclave seria invartayelmente explodido pela propria imundicie exeree menicia que ele reme. Independentemente das metiforas convincentes das distingBes es ‘Pscais entre o interno o externo eles coutinnam a ser termos ling ‘cos que fciitam e articulam um conjunta de fancasias,tetmidas¢ de- ‘sxjadas. “Interno” e “externo” s6 fazem sentido em referencia 4 uma, fromteira mediadora que Inta pela estabiidade, E essa estabilidade, sn ‘oeréneia, & determinada em grande parte pelas ordens eultursis ue Ssncionam 0 sneito ¢impem sua diferenciagso do abjeto. Conseq en. Femente, “interno” “externo” constituem uma distingio bingria que ‘stabiliza e consolida o sujcto coerente. Quando esse sueito € questio- redo, o significado e a necessidade des termos ficam sujeitosa um des- Jocamento, Se o “mundo interno” j nfo designa mais um topos, entio A fiider interna doeu ey a rigor, local interno da identidade do penexo se ornam semelhantemente suspeitos.A questio crucial nio€ como essa ‘demnid de foi iernalisada — como se a iternalizagio fesse wm pro. ‘e880 ou mecanismo que pudesse ser descritivamente reconstrufdo. Em ver disso, a pergunta é: de que posigioextratégica no discurso pabico, « Por que razbes, se afirmaram © topo da imteioridade bingo diy juntivo internefexterno? Em que linguagem é representado 0 “espago interno"? Que tipo de represencigio € ess, e por meio de que imagem do compo ¢ ela sinificads? Como represesta © corpo em sua superficie 8 propria invsibildade das suas profundecas oeultas? DA INTERIORIDADE AOS PERFORMATIVOS DO GENERO Em "Vigitr« punir’ Foucaule questiona a linguagem da ineetnairar ‘so por ela operaraservico do regime dssplnar da sujcigio eda subje. tivagio de eriminosos* Ainda que tena feito obegdes, em A histia da seoulidade, a0 que compreendia como acrenga psicanalitca ma verdad “interna” do sexo, Foueaul volts, no contesto de sua histdia da cx- ‘minologa, com propéstesdistintos, para ua critica da doutrina dain. temalizasio, Num sentido, Vigor «punir pode er ldo como um eforgo ator para rescrever sob o modelo da nerd, a doutrina dainer- de Neca eg ar Apete de mon No cone janeiro, escrre Toncaly a strata mio fi impor a repressio pis eo asic wun coger spline sl nto sa propria esc estilo enecesidade lei nto € interalicala cs mas incorporada, com a consequnctde ue se prshier os queexpressam sali no corpo por meio dle; ise maf séncia do eu dele, significado de suas alias sua consi, aki seu deseo, Com feito, ali éa um tempo plenamente manifesta e Tatente, pois nanca aparece enmo extema as xrpas qe e sbjeis Foucul eceve Sera evtao diver que salina € ura lio, on uo efi idcokiico, A ‘contro, lexi tem uma reside, €permanentmenceproduziaers torn, sobre e dentro do corpo, pele funcionsmemo de wn poder que ‘exece sobre 08 que so punids (gif meu A figura da alma interior, compreendida como “dentro” do corpo, Significada por meio de sa insergio sobre corpo, mesina que se rimtio desigifcagio sa por ua prépriaausécin, por sua lerosainvisilidade. O efito de um espago interno estroturante & See es Aalnaépeecsanenteo gue fala a corpo; eonseghentemente, 00 se aprsenca como uma fla initiate. Esa fala, qu 0 corpo sip- “ificaaalma como oquenio pode ser mostrado, Nese sentido, 0co4p0 uma sgnificagio de superficie que contest e desoca a pega distn- “$0 nterofexero, a imagem de um espago psgucointerao insta sobre corpo como signing social que renancia perperoamente asi _mesina como tal. Nos terms de Foucault salmanto €aprsionada polo “ou dentro do corpo, como suerzam algumas imagens criss, mas 3 salma €prisio do corpo” Redescrever os procesos intapsiguicas em temos da potica da “superficie do corpo impli uma redescrigo eoroliria do pero como proiugio dixplinar das imagens da famasia pelo jogo da presenga & coca damper do corpo com contigo do compo eu Dormeiodeuma sete Je exo «nate, ate nen aot enn ona mnie etn oe a uterine pr tun corpral do glare ae tego newdata do coor I cones ea do ico eotianeirinatnronebne cmos seared de ger como as robles qe roses Sait ox pats ceounev octets ieee Ler ils imple: et pent dociion do peta tea eto un cna do none nimeee do coma (30 eli hetcrosnaida elie wo dominio prods ‘conn ete also decodes do gor, ane areca non coment betaine gg HS es spe nite eptember ‘dads os go stays ess eo es geal go seus ena dmenssdecorpoesade sigicane expres cn wee ute, Quaidos dewomnasto «degree do compe Gas corps rompe a io eda dacorencia eros are cesta exerts mora eee Olde: Getto dence Como norma o Ria qos ia det do ‘ses gle cps eenlene ftps Dacre Seas, segundos epee deeb como nts csiccempopovemstiebtacnosataadinbdeeplac a Taian, queen engin gu fo da Sago cer fora im outs paren, en, gse deo podem oto de tmaddeo ou ssn inna, ma prodanem mace dco storms doh aeraregttianey qwrt mame revel, opinpocrminor da lena domo ans, Eats, spose alse eter cn rns pci so fran tea de qs een entade ue po cna peendom expres so fdas mata neta por sno e- perros oitoemsor docu. © fatode como gino sr marcado Del pratique cle a om sates elope pea do roe sos ue consiuem st edad fo tam sgere ge, Propuemas De GENERO sea realidade €fabrcada como wma esséncia interna, ess propria inte- tioridade é efetoe funcao de um diseursy decididamente sociale pabli- ‘coda regulagio pica da fantasia pela politica de superficie do corpo, fo controle da frontira do pero que diferencia internode externo € ‘assim, institu a “integridade” do sujet. Em outras palavas, 08 tos € _gesos, os desejosarticuladase postosem ato criam aso de um nico Jnterno ¢ organizador do género, lusio maatida diseursivamente com ‘o proprio de egulir-a sexual dade nos ermos da estrutura obsigatSria dda heterossexuilidade reprodutora. Se a “causa” do descj, do gesto © {20 aco pode set localizada no interior do “eu” do ato, entio as regula- ‘bs palitias ¢ as pricasdisciplinaves que produzem esse penero apr Tentemente coerente sto de fato deslocadas, suberatdas a visio. O des ‘to da origem politica ediscusiva da identidade de género Para ‘um *mieleo” psicoldsico impede a anise da constituicfo politica do sujeto macado pelo género eas nogdes abricadassloreainterioridade incfvel de seu sexo 0u sua verdadeia idensidade. Se a verdade interna do género é uma fabricacio, « # © gtnero ver- daeino & uma fantasia insitsida¢insrita sobre a superficie dos corpos, tentha parece que os géneros nio podem ser nem verdadeitos nem falos, ‘as samente produridos como efeitos da verdade de um dseurso sobre a idensiade primitia eestvel. Em Mother Camps Feral impersonators “America {*Menwiismos da mmf: 05 ravestis da América 2 antrop 6 loga Esther Newton sugere que a esrutura do travestimento revela dos principsis mecanismos de fabricaao através dos quais se
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