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: ISMALL XAVIER (org, OZ MALL XAVIER (org.) ; O CINEMA NO SECULO Imago ie CINEMA E PE FORMANCE | Joao Luiz Vieira yentos do corpo ¢ os movimentos do tr vaporoso, © filme, assim como 0 tecido, esc fagens aparentemente simples das dangas de Anabelle ja se encontrava, na génese do cinema, a defi her 6 imagem. o nuuma configurae adiance. Retomando as dangas de Anabel is elementos para igo de peyformance, cencontro entre o cinema e a dana lo 1a nogio de peformance mpre procuro Nacronol CINEMA & PERFORMANCE nt busca obsessiva pela dianteira, endo da performance uma expécie de rwantgarde, Em todos os ésmos, comecando naturalmente pelo mo e passando pelos movimentos Dada, pela Bauhaus, por toda ferentes expressbes da arte citual € chegando até as geragdes que trabalham com diferentes conceitos de mudtinidia, p6s-1968 até hoje, as pexformances criaram opor- is de expressio de contetidlos, i assavam suportes tradiclonais e eemogoes que tela, tinta, papel, ferro © ou ‘ra nogio mais ou menos semelhante de performance encontrou o seu melhor emblema através do género ical, um vasto corpo de lo porsuas caracreristicas mas ainda pouco analisido se comparado a outros génevos tradicionais do chamado cinema dominante, como o western ou a fcgio- cientifica. Fundamental para a propria existéncia e aperfeigoamento do essa foi A motivaco 10 seu binetaweipio (pare: CINEMA € PERFORMANCE poderiamos de forma alguma, esgotar © que se pensa hoje sobre esse cultuado género, considerado como o “mais escapista’, ‘puro entre mento", ¢, por isso mesmo, de inegive dectinio em meados da década de 60, Comecaria afirmando que, de todos os gé lywoad, © musical S € estratégias geralmente associndas 20 projeto mo- ne Feuer, esse genero, asim cuistas, por exemplo, também fragmenta 6 espaco, a figura hum: plos, triplos, alter ferformance e na danga posmodernas, o musical 4 énfase a uma impressio generalizada de espontancidade, de corcoy grupo, ede uma nat io da técnica. exemplo dos dec lemprega estraégias de reflex performance gue parece fal rente a0 expect sempre uma diferenca entre uma porformance 0 vi performance, mas no musical de Fol dessa diferenca tendea se apagar. Apes Goldberg (Nova York: Farny N, Abrams, 1889), ++ CINEMA E PERRORMANCE Desde 1895, como vimos, é uma performance que assume, de cara, & presenga cle um espectador ative, mum tipo de ciscurss em primeira pessoa, 20 comtrévio da nat se desenvalve no espago lo teatro, do shaw ruiness 20 contriio do espace descontinio espécie ee period onde cinema, enquanto exibicko, espago destinado a espeticulos 20 vivo, compar presenga de mimeros musieais a0 verdadle, a presenca desses i primeiras experid covhabitar o mesmo va em muito, da rojecdes. Foi, na fo que levaram as, 1 € prdlogos pela Warner Brothers tralizagio" das perfor smese palcos ou © musical ‘macnn That Extranet de Howard Dietee eh sige nerf etna oats CINEMA € PERFORMANCE ‘com freqiiéncia, niimeéras que desenvolvem, atta posicionamentos de cémera, uma continuldade espacial nas da platéia diegética com as poltronas da platéia do cin: esti senda visto. Coma 0 0 as perfor pesjormancs “a0 viv" © conjunto dessas esteatégias re 0 de expectadores no iadramento da pat reforco azide pela verbalizagio dessa interpelagao direta nas Estas, invariavelmente, determinam fo de CINEMA E PERFORMANCE dade essench idade com a platéin, ond iamente reconhecida € explo ao estabel idade de cringho d de wma plata diegét present m espectador imaginsrio der ‘A onfase nessa plateia varia, mas ea esta sempre Para entendermos melhor como na esse mecanismo, devemos nos remeter & estrutura tradicional ingio/incorporse de dois mo CINEMA E PERFORMANCE lo watral como assunito do filme, Pe smbém comega num teatro, mostra ssa platéia diegétiea, mas, & medida que interna, a sem srreatista de Busby Berkeley se radi surgem mulheres mergulhando em piscinas gi xo da agua, ¢ pk tuansportados para sma lesmo tempo, mais fantasmiciea, Com a pl taneamente para 9 espaco forza iretamente par ‘em questio, quando 0s personage Otelo, dois fo Allantida faa a fanifestagies da cultura popular, or lo ura placcia ass lo de variedades. A cortina se abre, o ponto de vista ¢ esta ira platéia, paradoxalment indo diretamente para a cimera, transgredindo, H0, em espe: de Belezas em Revista (Footlight Parade, 1933), » eriados pela propria chanchada ¢, por extensio, por o teatro CINEMA E PERFORMANCE de revista. O projeto de pro ceamnavalesea para a historia grega justifica 0 préprio filme a que estamos assistindo, nento, © sro chanchada, com aq ico de perfor. mance, deve ocupar na experitneia clos espectadores. Contra a visio patrio, areflexividade de Carnaval Atlantida lora através deum esq) de uma pesformance sem cermos de Camaval At dade de meread se} explicitado pelo estidio pro de que o cinema brasileiro 86 s través dess 205 6 CINEMA & PERFORIANCE ‘espectador sobre as rardes de se ass te fundamental que a platéia se luma ver que a natorem prép prazer € 0 entretenimento, Se o espectador gosta d ambi ho paradox do mais importantes do assim. A predisposigto a go fe nao gostar de si préprio acaba criando ar do gémero & essenci impressio de Go, como se o espectador fizesse parte de um outro aan do mi mn mundo chs 1a ser sempre destrona- 1s Fred Astaire e Ginger Rogers, ou Oscarito e Grande ‘uma vez que set performance, do dessa forma, ¢ bemsucedi M56 CINEMA E PERFORMANCE a0 universo realista do filme cional se opée a pura imagist te ambig cujas ¢ ssico narrativo tradi- abstrato, a fantasia, o essencialmen. nna eriagio de mundos que se desenvolvem num espaco lensdes dia a sensagio de algo infinito. Os cortes na monte que sa mnsportam o espectador magic 1 geogratin mano. O movimento se declara sintéti- veamento para o corpo 0, as imagens rodam n directo as lentes da tos caleidoseépicos que antropomor- de formas, Se a geografia é dificil de rensurvel e, no mais das vezes, iza procedimentos ontricos de deslocamento ¢ con. ‘os no desenvolvimento de narrativas coreogrficas we, com freqfiéncia, dramatizam 0 sone.! ce ce sobre o lugar do expectador sm conkeei em especial rr CINEMA E PERFORMANCE ido, com uma certa incidéncia de formas 10 olhar do espectador — si continuamentec lo pé de arror, pelo pesfume, nu indisereta que ca do ver/se nero através do personagem que finge ser cego pa rar seus falsos deulos e apreciar melhor as garotas CINEMA E PERFORMANCE mericanos pela comunidade latina é Is eficaz porque ider dos portorriquenhos do grupo cle mogas, hat um duelo lerrit6rio no espaco urbana, Bessa leo a0 qual ji nos refer hém nas ruas, prigas © demais locais piblicos da regio do € noviviorquino, O filme problematiza questdes referentes & conte 1, prodgio e reproduc onde os norte-americanos siolouros, fortes e altos, enquanto 08 latinos sio morenos, escros e magros. Uma questio central que pode ser trazida para uma releitura do nimero “América” e que percorre todo 0 filme diz respeito 20 quanto a perfor mance projeta a diferenca éénica como ameaca identidade lingtistica, radial, territorial € nacional dos anglo-americanos. Como, através da rragio textual composta de danga/interpretacio/misica, se idacle imp ras letras de S inea clos imigrantes, ver que re » subdlesenvolvimento, com todos os problenas socioeconémi 08, demograficos © de safite a que tem diteito, além da “natural” violencia latina, dos dois grupos antagé: s. Os Jats trazer cono. © remetem a tecnologi ar, 3

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