Você está na página 1de 2

Logística é uma das principais soluções para a

redução de custos no Brasil

País deve atualizar-se de forma mais rápida e focar na


intermodalidade para se tornar mais competitivo

A importância da logística tem aumentado consideravelmente em


praticamente todos os setores. O seu crescimento contínuo tem
demonstrado grande força no nosso país, principalmente no que se
refere ao gerenciamento do tempo e dos recursos necessários para a
produção e movimentação. Neste novo cenário da economia mundial
pós-crise, as atividades que envolvem a logística têm desenvolvido
um papel fundamental para a redução dos custos e para o aumento
da competitividade entre as empresas.

Graças à nova cultura das companhias - as quais perceberam que o


trabalho logístico, visando à redução dos custos, é uma fonte de
agregação de valor aos produtos e serviços -, a tendência do setor
para os próximos anos é o crescimento cada vez mais acelerado.
Contudo, embora o Brasil esteja evoluindo, ainda tem um caminho
longo a percorrer. Seu modelo logístico ainda está excessivamente
focado no modal rodoviário, que corresponde a até 65% de todo o
volume transportado, além de ser o segundo mais caro, perdendo
somente para o aéreo. Esse custo é agravado, ainda, pelo precário
estado de conservação das estradas.

Sabemos que é necessária a intermodalidade dos modais de


transporte para que tenhamos mais eficácia na atividade logística no
Brasil. É preciso mais defesa e mais pró-ação nos diferentes modos
de transporte, dentre eles o hidroviário, a cabotagem e o ferroviário.
Por outro lado, também é notório que, desde que assumiram a
concessão das malhas ferroviárias, as transportadoras de cargas
mudaram o cenário do setor, que passava por completa estagnação.
A participação das ferrovias na matriz de transportes do Brasil passou
de 17%, em 1999, para 26%, em 2009, sendo que a referência
internacional nos desafia a atingir o índice de 42%.

A grande benfeitora dessa nova estatística é a iniciativa privada. Para


se ter uma idéia, o governo federal deixou de acumular um déficit de
R$ 3,8 bilhões, acumulado nos dez anos que antecederam à
desestatização. Atualmente, a União recebe das concessionárias R$
500 milhões/ano pela concessão e arrendamento, além de R$ 300
milhões que as empresas recolhem para a CIDE (Contribuição de
Intervenção no Domínio Econômico). Isso significa uma receita anual
de R$ 800 milhões, sem considerar os tributos federais, estaduais e
municipais.
Porém, para que o crescimento da logística não sofra interrupção é
preciso que alguns entraves, ameaçadores do seu desenvolvimento,
sejam solucionados. Um exemplo é o desafio dos profissionais de
apoio às atividades principais das empresas, ligando os pontos
fornecedores aos clientes finais. As empresas tendem a trabalhar de
uma forma bastante enxuta no que se refere a estoques e
movimentações, zelando sempre pela redução de custos e pela
obtenção de excelência no atendimento aos clientes. Estamos falando
da ausência de qualificação da mão-de-obra, um gargalo do setor
que, urgentemente, deve ser solucionado.

A grande lição é que investir em pessoas, no seu desenvolvimento e


na retenção do conhecimento é um diferencial competitivo valioso e
que jamais deve ser desconsiderado. Ignorar e não utilizar o
conhecimento instalado dentro da organização é um grande erro
estratégico. A organização deve, contudo, proporcionar formação
intelectual para o funcionário, deve torná-lo capacitado a exercer a
função com competência. Deve valorizá-lo, sendo deferente com seus
direitos e incentivando a sua capacitação. Desta forma, o colaborador
interno trabalhará feliz, motivado, com comprometimento, com
competência e o melhor: será fiel à empresa, ao seu produto e à sua
movimentação. A Associação Brasileira de Logística – ASLOG
tem se preocupado fortemente com esta questão! Além de
oferecermos cursos e trabalharmos em parceria com várias
organizações que visam à capacitação, também estamos com um
Projeto de Lei (PL) tramitando na Câmara Federal, para designarmos
todo dia 6 de junho o “Dia Nacional do Profissional de Logística”. Uma
forma justa de homenagearmos os profissionais deste setor.

A logística, sendo a arte de comprar, receber, armazenar, separar,


expedir, transportar e entregar o produto/serviço na hora e no lugar
certo, ao menor custo possível e da maneira mais inteligente e
produtiva, merece que todos os envolvidos no setor recebam nossos
gratos cumprimentos, pois reconhecemos que fazem da atividade
uma potência e esperança mundial.

Rodrigo Otaviano Vilaça

Presidente da Associação Brasileira de Logística – ASLOG


(entidade com foco constante na excelência do setor)

Você também pode gostar