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Durante passeio na Ilha, em meio à sua maior turnê no Brasil, onde visitará, ao todo, 11
cidades - ainda apresenta-se no Rio de Janeiro, dia 4, em Belo Horizonte, 5,
Florianópolis, 7, e em Porto Alegre, 10 -, Alanis se encantou pela natureza do litoral
fluminense e pelo Grupo Capoeira Brasil, levado pela academia de Stella Torreão (49).
"Já conhecia a capoeira, mas não sabia que era uma luta criada pelos antigos
escravos", explicou, entusiasmada. "Acho que este país é um dos melhores lugares do
mundo para estar se todo o planeta acabasse. Amo a paixão dos brasileiros. São
presentes em tudo e não têm medo de ser passionais", assegurou ela, que não assume
um relacionamento desde 2006, com o fim do noivado com o ator Ryan Reynolds (32),
que a trocou pela atriz Scarlett Johansson (24).
- Não é muito diferente de escrever uma música. Estou sendo transparente no livro, mas
avaliei muito as consequências. E mesmo assim decidi dividir com as pessoas os fatos
- Ah, claro (risos). Existem sentimentos que vão e voltam, e a vergonha é um deles.
Normalmente, volta quando me lembro de alguns relacionamentos que tive, de como fui
estúpida. Também tenho vergonha de já ter me preocupado muito com estética, me
cobrar por questões de vaidade.
- Não me importo muito com a opinião dele sobre isso, mas é claro que conversamos e
cheguei à conclusão de que é muito bom não julgar a si mesmo. É algo seguro a se
fazer. Realmente acho que vim ao mundo para dividir com
os outros minha experiência, sem
julgamentos. E quando escrevo sobre mim, sobre o que estou sentindo, seja em músicas
ou no livro, muita coisa se torna mais clara.
- Já usou drogas?
- Meus vícios são trabalhar e comer. Fumei maconha algumas vezes, mas estou longe de
ser considerada uma viciada.
- Claro. E é muito reconfortante saber que posso influenciar de uma forma boa outras
mulheres, sejam elas mães, irmãs, professoras... Porque, ao mesmo tempo, me sinto
estudante, filha, uma mulher como outra qualquer. Sou uma sobrevivente.
- Você escreve músicas melancólicas, mas está sempre rindo. Você é triste ou feliz?
- Depende da hora. Neste exato momento, estou muito feliz. Parece que tudo caminha
de maneira correta. Vivo um grande momento, fisicamente, mentalmente,
espiritualmente e emocionalmente. E estar fisicamente bem me mantém longe da
depressão.
- Adoro. O público é mais solto. Me emociona ver que, apesar de falarem outra língua,
sabem todas as minhas músicas. Os brasileiros às vezes até se lembram mais das minhas
próprias composições do que eu (risos). Isso prova que música é uma linguagem
universal. Ver que prestam atenção ao que eu digo, mesmo em outra língua, é um
grande presente.
- Você atuou no filme Dogma, em 1999. Está nos seus planos profissionais fazer
mais filmes?
- Quando não estou ocupada com shows, prefiro me dedicar a filmes. Acabei de rodar o
longa de ficção científica Radio Free Albemuth (com previsão de lançamento este ano),
mas quero mais.
- Há cinco anos não vinha ao Brasil. Como se vê daqui a mais cinco anos?
- Terei escrito minha biografia e feito pelo menos mais um filme. Será que vou casar, ter
uma nova família, viver em comunidade? Não sei. Mas, com certeza, sempre farei arte.
Da forma que for.
- Como alguém que não teve vergonha de ter sido um bom ser humano. Mas, realmente,
também não tenho necessidade nenhuma de ser lembrada.