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Sexta-feira

Participantes: (7 elementos)

• João Silva (vítima): arrogante


• Pedro Alves (envolve-se em confrontos
com o João Silva): violento
• Joana (amada do Pedro Alves, leva
consigo um cão)
GUIÃO DO FILME 1

• Cristina (a jet 7)

“CSI: GUIMARÃES” • Marta


• Filipe
• Manuel
Descrição: Um grupo de amigos decide
acampar na Penha. No caminho para o local
vão-se revelando alguns atritos entre dois
elementos (João Silva e Pedro Alves). O Pedro
gosta da Joana e esta aproveita-se desse facto
CENA 1 (A caminho da Penha) para lhe fazer ciúmes com o João Silva. A
Cristina vai carregada de malas.
1 Susceptível de sofrer alterações e/ou correcções
Cristina (já cansada) - Que cavalheiros que CENA 2:
vocês são. Vêm aqui uma senhora
Ao final da tarde debaixo do teleférico, no
“carregadérrima” e nem dão uma ajudinha.
local onde decidem acampar.
João - Tu é que pareces que te vais mudar
Começam a montar as tendas. O João Silva
aqui para o mato. Trazes a casa às costas. São
pega na guitarra do Pedro (sem autorização) e
só três dias…
começa a tocar para a Joana:
João Silva conversa com a Joana intimamente.
Joana: Gosto muito dessa música.
Pedro Alves (dirigindo-se para os dois): É, e
Pedro Alves apercebe-se do sucedido e
parece que estamos a mais…
revolta-se.
João Silva (olhando de forma arrogante para
Pedro Alves: E se ajudasses a montar as
o Pedro): Se calhar…
tendas em vez de estares a armar-te em Don
Joana agarra-se ainda mais ao João e lança um Ruan? Ainda por cima com a MINHA viola.
olhar provocatório para o Pedro. (dirige-se para o João para lhe retirar a viola).
Estás a pedi-las… (partem para o confronto
Marta:
físico. O João fica maltratado fisicamente).
(dirigindo-se para o Pedro) - Já toda a gente
Cristina: (tia histérica) Acudam-me!
percebeu que estás apanhadinho por ela...
(olhando para a Joana e para o João) E aqueles O grupo separa-os e o João sai furioso do
dois... (pausa) Isto ainda vai acabar mal... acampamento.
Marta – Vais sair a estas horas? Pedro (olhando para o relógio) - 8.40h.

João – Não me chateiem. (Sai Joana - O João, ainda está a dormir?


apressadamente)
Filipe: Não. Nem está na tenda.
Joana – João espera, onde vais?
Pedro (num tom enraivecido): Se calhar
Pedro – (recompondo-se) Ele já é grandinho… decidiu ir embora… (exibindo-se para a Joana)
Já sabe o que faz... Isto não é para qualquer um!

Ficam preocupados e decidem ir procurá-los.


Enquanto a Cristina preparava, um pão para o
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pequeno-almoço:
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Cristina: Que chatice, não há ketchup…

Entretanto, caí sangue no pão e a Cristina dá


CENA 3:
um grito. O grupo regressa ao acampamento.
Sábado
(Primeiramente filma-se a cabina
Às 8:40h da manhã do dia seguinte. A Joana e exteriormente e depois filma-se o João já
o Pedro acordam e vão tomar o pequeno- morto dentro do teleférico com a cidade de
almoço. A Cristina sai da sua tenda já vestida. fundo)
Entretanto o resto acorda também.

Joana: Bom dia. (ensonada) Que horas são.


-=- GENÉRICO -=- Da Cunha – Notou alguma coisa estranha no
dia de ontem… algum indivíduo com um
comportamento suspeito?

FT – Não. Nada de anormal…


CENA 4:
Da Cunha - E estava tudo normal quando cá
Sábado chegou... Detectou sinais de arrombamento...

No local do crime. Vêm-se as sirenes, o corpo FT - Não. Estava tudo em ordem como sempre
já está e ser transportado numa maca e o está...
grupo encontra-se reunido (em plano de
Filma-se os peritos a recolherem vestígios na
fundo) chocado e assustado. No meio do
cabine do teleférico onde foi encontrado o
aparato encontra-se o David José. Aparece o
corpo. Entretanto filma-se a Ofélia junto das
detective a falar com o funcionário (FT) que
pegadas ensanguentadas (com estilo e em
encontrou o corpo.
câmara lenta. Ouve-se um coração a bater).
FT – (…) Vim trabalhar às 9 como de costume.
Ofélia – Da Cunha! (interrompe-se o “slow
Liguei as máquinas do teleférico e, mais tarde,
motion”) Venha cá ver isto! (olhando para as
reparei no sangue e no corpo dentro da
pegadas)
cabina. Fiquei assustado, chamei ajuda e…
(gaguejando) e a polícia… (apontando para os Da Cunha – Ora, Ora… Parece que temos um
polícias) criminoso descuidado… hum… Até onde vai o
rasto?
Ofélia – Desaparece a partir dali (apontando Joana (interrompendo o Filipe) – E hoje de
para um local onde as pegadas deixam de se manhã apercebemo-nos que não estava no
notar). acampamento, decidimos ir procurá-lo e
ouvimos o funcionário do teleférico a chamar
A Ofélia imprime uma pegada num papel
por ajuda. Foi então que descobrimos o João,
apropriado e continua junto dos peritos
aqui, já morto (chora).
forenses a analisar o local.
Cristina – Sim… (pausa) Eu fiquei no
Polícia (dirigindo-se para o da Cunha) –
acampamento e enquanto preparava algo
Inspector! Tenho aqui um grupo que afirma
para comer, caiu sangue em cima da sandes
conhecer a vítima…
que estava a preparar. Fiquei chocadérrima…
Da Cunha dirige-se para o grupo. O Pedro está Ai meu deus!
nervoso. A Joana segura no cão.
Da Cunha – Muito bem, a vítima chama-se
Da Cunha (tirando os óculos) – O meu nome é João, portanto. Vou precisar dessa sandes. (a
Cunha, da Cunha e sou o investigador Cristina acena afirmativamente) E porque é
destacado para o caso. Conheciam a vítima? que ele saiu sozinho? Detectaram alguma
coisa de errado com o vosso colega?
Filipe (ainda em estado de choque) – Sim. Era
nosso amigo… Viemos acampar aqui perto ele O grupo fica visivelmente perturbado. O Pedro
ontem saiu do acampamento, não nos disse fica ainda mais nervoso.
onde ia…
Grupo (nervosos) - Não… Nada!
Da Cunha – E não voltou ao acampamento Da Cunha (dirigindo-se para a Joana) - Mas
desde então? afinal conhece-o ou não?

Grupo – Não! Joana - (visivelmente perturbada) Não. Não...


Eu mudei-me recentemente para aqui...
Cristina – Que nos tenhamos apercebido, não.
Da Cunha: Estou a ver... Bom, pedia que
Entretanto o cão corre em direcção ao David
deixassem o vosso contacto com a minha
José.
colega (referindo-se à Maria Ofélia, enquanto
Da Cunha (olhando para o David José) - esta se desloca com um caderno e caneta na
Conhecem-no? mão na sua direcção) para posteriormente
procedermos aos interrogatórios oficiais. Têm
Joana - (incomodada) Não!
algum contacto da família da vítima?
Pedro (ainda um pouco nervoso, mas com um
Filipe – Sim eu tenho o telefone da casa dele.
ar trocista) - É o David José! Um bom velho
"amigo" (diz a palavra amigo com uma Da Cunha – Óptimo. Encaminhe-o para a
conotação trocista) de infância. Era nosso minha colega. Entretanto mantenham-se
colega de escola. Desde pequeno que sempre também contactáveis.
foi um anormal... Bons velhos tempos... (filma-
O detective coloca os óculos novamente, e
se o David José a olhar para o grupo com uma
afasta-se do grupo. A Ofélia fica a anotar as
cara de poucos amigos) Acho que voltou agora
informações.
para a terra. Está aqui a trabalhar no
teleférico...
Da Cunha (examinado a sandes com sangue)
– É esta a sandes com sangue?
CENA 5:
IL – Ao que parece, sim. Estamos já a fazer as
Segunda-feira.
análises para averiguar se pertence à nossa
No laboratório (DIC- Departamento de vítima. (Pegando no saco que contem pêlos): E
Investigação Criminal). Estão o Da Cunha, o isto foi encontrado nas roupas dele.
Investigador de laboratório (IL), um
Da Cunha: Cabelos?
investigador no computador (com um
programa de investigação), investigadores IL – À primeira vista não diria… Parecem-se
preenchem o resto do cenário juntamente com com pêlos de animal. Mas só uma análise mais
os polícias que vão passando com alguns precisa poderá responder a isso.
detidos. No quadro encontra-se um cartaz
Da Cunha (pegando na faca, arma do crime) –
indicando o nome do laboratório e nas paredes
Alguma impressão digital?
estão colocadas folhas (do tipo “procura-se” e
“indivíduo perigoso”). IL – Nada… Quem fez isto teve imenso
cuidado. Ainda por cima, fê-lo num local
IL (dirigindo-se com a mala contendo os
público. Com a quantidade de impressões
vestígios de sangue, pêlo impressões digitais,
digitais que existem na cabina será difícil
a sandes com sangue da Cristina e pegadas
chegarmos ao criminoso assim...
encontrados no local do crime): Isto foi tudo o
que a peritagem conseguiu recolher do local Da Cunha (pegando na impressão de pegadas
do crime. recolhida pela Ofélia) – Mas temos isto…
IL – De facto… (pausa, enquanto observa as
testantes provas) Resta descobrir que pés
CENA 6:
calçaram os sapatos dessa pegada…
Segunda-feira
Da Cunha - Resta-nos descobrir a nossa gata
borralheira... Sala de interrogatório. Estão a Ofélia e os pais
da vítima. Os pais encontram-se chocados, a
Risos
mãe a chorar (sem som, apenas se vê a
IL - A Ofélia, onde está? falarem, com uma música de fundo).
Entretanto entra o da Cunha, que fica a ouvi-
Da Cunha (apressando-se para sair) – Deve já
los e intervém (ouve-se agora o som).
estar a iniciar o interrogatório aos familiares
da vítima. Ofélia - Sabem se o vosso filho andava mais
estranho nestes últimos tempos? Tinha algum
conflito com alguém?

Pai - Que nos tenhamos apercebido, não. Era


um rapaz trabalhador, alegre e sempre bem-
disposto...

Da Cunha (dirigindo-se para os pais) - E


sabem se tinha algum problema de saúde?
Mãe (já recomposta e estranhando a
pergunta) – Sim… Era asmático tinha sempre
de andar com a bomba atrás dele...

Pai - E desde pequenino que é alérgico (O da


Cunha fica intrigado) … Ele sempre quis ter
um cão ou um gato, mas não podia. Nem
CENA 7:
peluches lhe podiamos dar…
Terça-feira de manhã.
Mães - Deixavam-lhe a pele toda vermelha.
Lembro-me daquela vez que veio às Está o IL na sala de autópsia (apêndice do
escondidas brincar com o cão da vizinha, e laboratório de biologia) com o corpo encoberto
ficou num estado lastimável… (olha para o apenas como os pés (com uma etiqueta). Tira
marido. O da Cunha começa a ficar as luvas, pega no relatório da autópsia. O IL
impaciente) Era uma tarde de Verão… sai da sala e desloca-se para o laboratório ao
(dirigindo-se para o marido). Lembras-te? Foi encontro do da Cunha que já lá está a analisar,
no Verão que fomos acampar com o João… mais uma vez, as provas.
(em prantos) Ai o meu filhinho!
IL - Já tenho comigo o resultado da autópsia.
Fast forward. Entretanto o Da Cunha saturado, Confirma-se. A morte ocorreu por volta das
sai da sala. Sem som: a mãe continua a falar… 8:00h resultado de perfurações sucessivas,
Filma-se a Ofélia saturada.) não muito profundas, na zona abdominal. O
corpo apresenta algumas marcas de violência,
muito provavelmente, do dia anterior à morte.
E detectamos a presença de uma substância Da Cunha - (pegando no saco de pêlos e
no sangue que faz adormecer as pessoas olhando atentamente) - E isto? Sempre são
(nome da substância). (pegando num frasco pêlos?
que contém ADN) Foi encontrado também
IL - Sim. A análise confirma... São pêlos de
vestígios de pele debaixo das unhas da
cão...
vítima...
Da Cunha - Curioso...
Da Cunha (pensativo) - Muito interessante...
(entusiasmado) Eis os factos: A morte ocorre IL - O quê?
por volta das 8:00h. O teleférico só abre às 9h.
Da Cunha - Os pais disseram que ele era
IL - O criminoso teria acesso ao teleférico? alérgico ao pêlo...
Da Cunha - Talvez... Não havia indícios de IL (espantado)- Isso é, de facto, muito
arrombamento no teleférico... (pensativo) O interessante.
assassino confronta-se fisicamente com a
Da Cunha - (com um ar vitorioso) Mais
vítima e fá-lo adormecer com ______
interessante é saber que havia um cão com os
(substância). Depois mata-o. As facadas não
amigos da vítima... Parece-me que eles
são muito profundas, o que poderá indiciar
precisam de nos fazer uma visitinha...
que o criminoso é alguém com pouca força
nos braços... Uma mulher?

IL - Provavelmente. ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
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Da Cunha (dirigindo-se para Marta) - Muito
bem... Sabe-me dizer de quem é aquele cão
CENA 8:
que estava convosco.
Terça-feira à tarde
Marta - É da Joana. Nós bem lhe dissemos
Novamente na sala de interrogatórios. Nesta para não levar, mas ela não nos deu ouvidos.
cena os interrogatórios serão individuais, Não o larga nem por nada. (rindo-se) Eu até
alternadamente. acho que ela deve dormir com ele.

Da Cunha (dirigindo-se para a Cristina) - Onde Da Cunha (com uma cara dirigindo-se para o
esteve no sábado por volta das 8:00.h Manuel) - Conhecia bem a vítima? (o Manuel
não responde e pergunta novamente mais
Cristina - No acampamento... A dormir...
alto) Conhecia bem a vítima?
(pensativa) Nós acordámos por volta das
8:40h. Manuel (baixinho) -...Sim.

Da Cunha (dirigindo-se para o Filipe) - A que Da Cunha (dirigindo-se para o Pedro) - Sabe
horas acordaram hoje. se alguém no grupo tinha motivos para querer
ver o João morto?
Filipe - Se bem me recordo, alguém tinha
perguntado as horas... Acho que eram nove Pedro (nervoso e quase a suar) - Não!
menos vinte. Por aí... (gaguejando)

Da Cunha (dirigindo-se para a Joana) - Estou a


ver... Conheciam-se à muito tempo?
Joana - Eu conheci-o à pouco tempo, sou nova CENA 9:
nesta zona. Mas eles já se conheciam desde
Terça-feira à noite.
infância.
À saída do laboratório. Estão a Ofélia, o Da
Da Cunha (dirigindo-se para a Cristina) - E o
Cunha e o IL.
João dava-se bem com todos?
IL - Já processámos as amostras de ADN.
Cristina (nervosa, gaguejando) - Sim. Éramos
Amanhã faremos as análises para comprovar
um grupo bastante unido. Claro que tínhamos
se os vestígios de pele pertencem a alguém do
os nossos desentendimentos mas nada de
grupo.
especial...
Ofélia - Óptimo.
A partir daqui procede-se ao mesmo estilo, o
detective pergunta e quem responde vai Da Cunha (pondo os óculos) - Parece-me que
mudando, contudo, sem som. No final de cada amanhã vai ser um longo dia...
interrogatório procede-se à recolha de uma
amostra de DNA de cada um.
estas bandas (apontando para as bandas) e
estas (apontando para as outras bandas de
CENA 10:
DNA)...
Quarta-feira de manhã.
Da Cunha (pensativo, interrompendo o IL) -
Chega a Ofélia ao laboratório. O IL já está no Ou seja...
laboratório.
IL (com ar triunfante) - Ou seja... O DNA
Ofélia - Já tens os resultados de ADN? encontrado é de alguém do grupo.

Entretanto chega a correr o Da Cunha com um Ofélia (impaciente) - Quem?


café na mão.
IL (carrega num botão e vão passando as
Da Cunha - Desculpem o atraso. Estava um fotografias deles até que para na do Pedro) -
trânsito infernal. Voilá.

IL - Mesmo a tempo. (dirige-se para o Da Cunha - Parece que alguém tem umas
computador onde está uma banda com os explicações a dar. (sai do laboratório)
diferentes riscos de DNA (reproduzindo o gel
de agarose)). Esta tira que vêm (aponta para a
primeira tira) corresponde ao DNA da pele
encontrada nas unhas da vítima. Estas tiras
correspondem ao que foi percorrido pelo DNA
dos elementos do grupo. E como podem
verificar existe uma complementaridade entre
Ofélia - Então como é que explica as provas?

Pedro (sentando-se, ainda assustado) - Bem...


Eu e o João... Nós tinhamos tido um
desentendimento na tarde anterior à... à sua
morte... (Da Cunha e Ofélia olham-se)
enquanto íamos para o acampamento.
CENA 11:
Da Cunha - E qual foi o motivo desse
Quarta-feira ao meio-dia.
desentendimento?
Na casa do Pedro. Chega o detective com a
Pedro (desolado) - Ele estava a provocar-me
Ofélia. Tocam à campainha e o Pedro abre a
com a Joana. Ele sabia que eu estava
porta.
interessado nela... E ela estava a começar a
Pedro (surpreendido) - Bom dia. Que fazem corresponder. Só que estava a fazer-se de
aqui? difícil. Eu fiquei fora de mim e... bati-lhe, ele
respondeu e começámo-nos a agredir...
Da Cunha (entrando sem ter sido convidado) -
Trazemos-lhe más notícias. (tirando as Da Cunha - Está-nos a dizer, então, que tinha
algemas) Está detido. (Pedro fica assustado) um motivo... Alguém do grupo pode confirmar
Encontrámos vestígios da sua pele debaixo essa ocorrência?
das unhas da vítima...
Pedro - Sim... Todos viram...
Pedro (interrompendo o Da Cunha) - Mas...
mas… Eu não matei ninguém...
Ofélia (interrompendo o Da Cunha) - E Da Cunha (depois de ter desligado a
ninguém pode confirmar que estava no chamada) - A Cristina desapareceu ontem à
acampamento por volta da morte do seu tarde no teleférico!
colega, certo?
Pedro (admirado) - O quê?
Pedro (em pânico) - Estávamos todos a
Ofélia - Como é que isso aconteceu?
dormir...
Da Cunha - Ao que parece tinha ido até lá
Da Cunha - Claro... Portanto, teve um motivo,
com a Joana e a Marta.
temos vestígios seus encontrados na vítima,
tinha contacto com o cão, ou seja podia Ofélia - Fazer o quê?
perfeitamente ter sido você quem levou os
Da Cunha - Não faço ideia...
pêlos até à cabina, não tem álibi... sabe que
está em maus lençóis... Ofélia (olhando intrigada para o Da Cunha) -
Achas que tem alguma coisa que ver com este
O Pedro é algemado.
caso?
CENA 11:
Da Cunha (olhando através do retroprojector
No carro onde o Pedro está a ser transportado para o Pedro) - Não sei... Ofélia. Não sei...
no banco de trás. O Da Cunha recebe uma
CENA 12:
chamada. Pára o carro e atende.
No laboratório. Estão o Da Cunha e o IL.
IL - Segundo as duas amigas, a desaparecida defesa não vai descansar enquanto não o
e elas tinham decidido ir ao teleférico para se libertar... Bem... Vou fazer uma visita ao
despedirem do amigo (cara de admiração). teleférico. Pode ser que algum funcionário
saiba de alguma coisa.
Da Cunha - A que horas é que isso
aconteceu? ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
::::::::::::::::::
IL - Ao que parece, depois foram até lá depois
de terem sido interrogadas. Elas deram o CENA 13:
alerta do seu desaparecimento às 16:50h... É
No teleférico. Ao sair do carro, o Da Cunha
verdade, sempre detiveram o suspeito?
encontra o David José a sair apressado
Da Cunha - Sim... A Ofélia levou-o... Mas olhando para todos os lados.
sabes... Este acontecimento deixou-me com a
Da Cunha - Trabalha aqui?
pulga atrás da orelha... Começo a desconfiar
que tenha alguma relação com a morte do David José (olhando desconfiadamente para
outro... o Da Cunha) - Sim...
IL - Precisamos de uma ligação mais forte do Da Cunha (tirando os óculos) - O meu nome é
suspeito ao caso... Senão será difícil mantê-lo Da Cunha... (mostrando o distintivo) Policia
preso por muito mais tempo... Judiciária. Precisava de fazer-lhe umas
perguntas...
Da Cunha - Eu sei... E, de facto, o suspeito
não se enquadra nas nossas suspeitas David José (nervoso) - Estou com pressa...
iniciais... E a ser verdade o que ele diz... A
Da Cunha - Serei breve, prometo. (pausa) David José - Tive um acidente...
Cálculo que tenha tido conhecimento dos
O Da Cunha dá-lhe uma palmada na costas (de
recentes acontecimentos que tiveram lugar
despedida) enquanto caminha na direcção do
aqui no teleférico, primeiro uma morte... agora
teleférico.
um desaparecimento...
Da Cunha - Mais uma vez, obrigado.
David José (interrompendo, impaciente) -
Sim... O David José sai apressadamente.
Da Cunha - Notou ou viu algo de estranho no ::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::::
dia de ontem entre as 16:30 e as 17h? ::::::::::::::::::
David José - Ontem foi o meu dia de folga. CENA 14:
Pergunte a quem esteve de serviço.
Filma-se o Da Cunha a sair do teleférico.
Da Cunha - E sabe-me dizer quem esteve de Decide dar uma olhada na redondeza...
serviço nessa altura? Apercebe-se dos factos (montagem com os
vários episódios de cenas anteriores com
David José - Lá dentro saberão responder-
pistas importantes) e começa a desconfiar do
lhe...
David José. Ouve gritos vindos do mato. Segue
Da Cunha - Muito bem... Obrigado pela na direcção do som.
disponibilidade.
Entretanto filma-se a casa com a Cristina com
Dirige-se para cumprimentá-lo mas o David alguém a tentar tapar-lhe a boca.
José revela dificuldades em mexer a mão.
Cristina (em pânico) - Porque é que tu estás a Ofélia - Receio que sim...
fazer isto?
Entretanto, de novo no mato. O David José
Filma-se o David José. Suspense... vem à porta da casa vê o detective no chão
com uma pessoa.
Entretanto filma-se o Da Cunha no meio do
mato (a ser perseguido pela Joana sem se David José - O que é que estás aqui a fazer?
saber. a câmara pode funcionar como se (olhando para todos os lados)
fossem os olhos da Joana) e encontra uma
Filma-se a Joana. Suspense...
casa/cabana abandonada. Telefona à Ofélia.
Joana - Vim-te salvar, querido... (os dois
Da Cunha - Estou, Ofélia. Suspeito que tenha
sorriem olhando para o detective desmaiado
encontrado a nossa desaparecida. Estou no...
no chão)
(leva uma pancada na cabeça e desmaia. O
telemóvel caí ainda com a chamada ligada) Novamente no DIC.
No DIC, onde está a Ofélia. IL (mostrando a imagem do mapa no
computador) - A chamada veio daqui.
Ofélia - Estou? Da Cunha estás aí? (dirigindo-
se para o laboratório) Preciso que interceptem Ofélia - Óptimo. Preciso de reforços (sai do
esta chamada. Urgentemente. Preciso de laboratório apressadamente)
saber de onde o Da Cunha me está a ligar...
Na cabana ou casa discreta, difícil de descobrir
IL (dirigindo-se apressadamente para o e longe da povoação.
computador) - Passa-se alguma coisa?
Da Cunha está a ser atado a uma cadeira por cabeça) …nem salvá-lo desta bala. (risos
Joana enquanto José (DJ) sorri maliciosamente convulsivos). (para de rir e afasta a pistola)
ao observá-lo, encostado à parede de braços Ah, mas tudo a seu tempo, primeiro tenho de
cruzados, numa expressão de tranquilidade me assegurar que o Pedro se junta a nós
incomodativa. Cristina encontra-se já neste… encontro de amigos do secundário,
amarrada e amordaçada a seu lado. por assim dizer, não é Cristina? (olha para
Cristina, com o riso irónico do costume)
DJ – Continua, Joana, tu estás a ir muito bem.
Fizeste o teu trabalho na perfeição. Da Cunha – Então é esse o teu plano… depois
Sinceramente, senhor inspector, nunca pensei de matares o João Silva, não te dás por
que fosse capaz de descobrir o meu plano até satisfeito e queres livrar-te da Cristina e do
este ponto, parece que me descuidei… Pedro também…

Da Cunha - Se nenhum criminoso se DJ – (risos malvados) Agora é a altura propícia


descuidasse, eu ficaria no desemprego. O que para dizer… Brilhante dedução, meu caro Da
talvez queiras dizer é que o meu brilhante Cunha! Pois claro. E a minha amiga Cristina
poder de dedução desvendou o teu plano vai ser o isco para atrair o nosso próximo
louco de vingança pessoal, ao contrário do que convidado.
seria esperar do investigador comum.
Da Cunha - Mas porque é que está a fazer
DJ – Vejo que não perde tempo a elogiar-se, isto?
senhor inspector… infelizmente, não vão ser
Cristina solta um gemido por detrás da
os seus elogios que o vão desamarrar dessa
mordaça.
cadeira… (pega na pistola e aponta-lhe à
DJ ajoelha-se e encontra-se face a face com DJ – Exactamente. Perturbado. Um bom
Cristina. adjectivo para me descrever. Mas então e
esses três, a Cristina, o Pedro e o João? Que
DJ – O que é, minha querida? Que estás a
são eles? Hmpf. Claro, os praticantes de
dizer? Que horror? Que bicho malvado? Ui,
bullying nunca são chamados de perturbados,
socorro! (levanta-se e aponta um dedo
na maior parte das vezes nem são castigados
acusador a Cristina) Pois fica sabendo que o
pelo que fazem, como estes não o foram.
horror que estás a viver agora em nada se
Depois quem fica perturbado somos nós, as
compara ao que eu passei, à humilhação que
vítimas inocentes. Pois bem, como não são
vocês me concederam, à vergonha que me
castigados pelas devidas entidades, cabe a
fizeram passar durante todos aqueles anos. O
nós, inocentes vítimas, sujar as nossas mãos
bicho malvado que vês aqui agora é nada
de sangue e levar a cabo o nosso julgamento,
mais, nada menos do que o resultado do que
não é assim, Joana?
vocês me fizeram. O jovem feliz que era já não
o sou! É por vossa culpa que em vez de ter ido Joana acena afirmativamente.
para a Universidade e ter-me licenciado em
Da Cunha – (indignado) Pft, e achas mesmo
fosse o que fosse, como todos os outros, vim
que isso vai resolver alguma coisa? Ao matar
trabalhar para este teleférico, condenado a ver
estarias ainda a fazer pior do que eles te
passar todos os dias sempre as mesmas
fizeram, especialmente quando tu muito bem
cabines.
sabes que obviamente que eles não estavam
Da Cunha – Oh não… aí vem o típico discurso cientes da dor que te estavam a causar ao
trágico do criminoso perturbado… fazer o que te fizeram…
DJ – E então? Mesmo que matar seja errado, atrasado… Se calhar vou ter que lhe telefonar
eles também me mataram de uma certa a relembrar-lhe a morada…
forma… destruíram qualquer oportunidade
Da Cunha - Mas esclareçam-me uma coisa
que eu tivesse para desenvolver uma
que me está a intrigar... De onde é que vocês
personalidade, mataram-me… como se diz…
(dirigindo-se para a Joana e para o David José)
psicologicamente. Não consigo viver com
se conhecem? (dirigindo-se para a Cristina) A
outra coisa senão com o remorso constante de
Joana não era vossa amiga?
não me ter vingado na altura, e bem, mais
vale tarde do que nunca, e por isso, resolvi Joana - Isso... meu caro... Eu conheci o David
acabar com isto. José há já algum tempo. Apaixonamo-nos... Ele
contou-me tudo aquilo que sofreu nas mãos
Da Cunha – Pft. É inútil. Eh, Joana, depois de
desta gente... Recentemente mudamo-nos
me amordaçares vê se me arranjas uns
para aqui... Para nos vingarmos de tudo... de
tampões também, que eu não quero ouvir
todos! Um por um...
mais isto…
Cristina continua assustada gemendo...
DJ – Não me vai ter que ouvir durante muito
mais tempo, inspector Da Cunha, basta um
premir de um gatilho… (risos) Mas, calma, não
seria boa educação começar a melhor parte da
festa sem os convidados chegarem todos…
(olha para o relógio) Hm… parece que está
CENA 16: CENA 17:

Entretanto chega a patrulha de polícias ao Estão a Ofélia e o Da Cunha no teleférico.


mato. A Ofélia dirige-se para a janela.
Ofélia - Esta vista é maravilhosa...
David José (apontando a arma para o da
Da Cunha - Correcção... Guimarães é uma
Cunha) - Não vou esperar mais... Esta é a sua
cidade maravilhosa...
vez... Um último desejo? (ri-se)

Ouve-se um disparo... A Ofélia atinge o David


José que caí morto no chão. A Joana corre para
apanhar a arma...

Ofélia (apontando-lhe a arma) - Quieta. Não


se mova ou disparo!

A patrulha entra na cabana. A Joana é presa...

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