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AUTOMAÇÃO Prof.

Tarcísio
Ementa:

1-Introdução:
2-Sistema Automático:
3-Comandos e Controles:
4-Fundamentos de Eletrônica:
5-Solenóides:
6-Elementos Eletro-Eletrônicos:
7-Controladores Lógicos Programáveis(CLPs):
8-Instruções Básicas para Programação do CLP

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1-Introdução:

O processo de globalização da economia transformou em condição primordial a busca de


elevados níveis de qualidade e produtividade. A busca por estes objetivos passa por uma
série de etapas, como a qualificação e requalificação do trabalhador, a implantação de
políticas de qualidade e a automação de processos e de equipamentos.
Na automação industrial pode-se ter a interação de componentes mecânicos, elétricos,
eletrônicos, hidráulicos e pneumáticos, gerenciados por uma unidade de controle. São os
sistemas multitecnológicos. Esta união tecnológica busca uma solução otimizada para os
problemas que se apresentam, sendo que a cada aplicação deve-se enquadrar as
tecnologias que melhor se adaptem.
Nas últimas décadas, com a melhoria da capacidade de tratamento das informações devido
ao avanço da microeletrônica, bem como de sua aplicação integrada a sistemas mecânicos
e elétricos, possibilitou um avanço vertiginoso no processo de automatização de processos
e equipamentos.
Os sistemas multitecnológicos que integram as tecnologias mecânica, eletro-eletrônica e
informática, são denominados sistemas mecatrônicos (Buur & Andreasen, 1989) ou
sistemas eletromecânicos controlados (Vries et al, 1994).

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Em sua estrutura, os sistemas mecatrônicos compõem-se de duas partes. Uma parte efetua
operações que produzem alterações na forma ou na natureza dos produtos processados
pelo equipamento, chamada parte operativa, outra parte efetua o tratamento das
informações em função dos sinais enviados pelo sistema, chamada parte de comando. A
parte operativa pode envolver as tecnologias elétrica, mecânica, hidráulica e pneumática.
Neste trabalho, abordar-se-á principalmente os sistemas em que a tecnologia operativa
adotada é a pneumática.
Grande parte dos sistemas automáticos utilizam a pneumática como meio de efetuar as
operações sobre os produtos tratados por uma máquina ou uma instalação.
Tradicionalmente, as utilizações mais freqüentes de atuadores pneumáticos são o
transporte e manipulação de peças, acionamentos de processos de fabricação e montagens
de componentes.
No decorrer dos anos oitenta, o incremento da microeletrônica e dos sistemas
computacionais no controle de sistemas mecânicos em geral, refletiu-se também nos
equipamentos pneumáticos. A cada dia com preços mais competitivos, os sistemas
pneumáticos controlados eletronicamente vêm substituindo gradativamente os
processadores pneumáticos e por lógica de relés. Esses sistemas, em analogia ao conceito
de sistemas mecatrônicos, podem ser definidos como sistemas pneutrônicos. (Bollmann,
1996).

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2-Sistema Automático
Observa-se, que com os recentes avanços tecnológicos, bem como de
sua aplicação integrada a sistemas mecânicos e elétricos, possibilitou-se um avanço
vertiginoso no processo de automatização de processos e equipamentos. No entanto, para
melhor entendimento das características multitecnológicas que envolvem os sistemas
mecatrônicos, este trabalho apresenta alguns conceitos que envolvem os sistemas
automáticos.

2.1Sistema de produção
Normalmente, a automação de um sistema acontece para servir à produção. A
terminologia sistema é utilizada em diversos ramos do conhecimento e apresentam
definições semelhantes. A definição apresentada em Hubka & Eder (1988) estabelece que:
“sistema é o conjunto finito de elementos reunidos para formar um todo sob certas regras
bem definidas, por meio das quais existem determinadas relações precisas definidas entre
os elementos e para com seu ambiente”.
Um sistema de produção tem por objetivo agregar valor. A partir de materiais, de peças
ou subconjuntos, ele elabora produtos de valor superior à entrada, seja um produto acabado
ou um produto intermediário (Bouteille et al, 1997). A figura 1 esquematiza um sistema de
produção. Recebendo o fluxo de materiais de trabalho e gerando o fluxo de produtos
elaborados. O sistema de produção é abastecido com energia (energia elétrica, ar
comprimido,...) e provido de consumíveis auxiliares (água de refrigeração, lubrificantes,...). E
ainda, gera também um fluxo de dejetos (cavacos, efluentes, etc
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Figura 1 – Esquema de um sistema de produção (Bouteille et al, 1997).

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Neste esquema, observa-se que o funcionamento do sistema de produção requer
intervenções humanas diferentes. Do pessoal de produção, regulagem e manutenção.
O pessoal de produção intervém de acordo com o grau de automação do sistema. Na
vigilância no caso de equipamento automático, no controle e alimentação se equipamentos
semi-automáticos e ainda, envolvendo-se diretamente no processo produtivo no caso de
postos de trabalhos manuais. O pessoal de regulagem intervém quando necessário em
busca do objetivo desejado, seja na obtenção de um padrão de qualidade, ou seja, na
adequação do produto inicial. Já o pessoal de manutenção intervém de acordo com a
filosofia de manutenção adotada.
O que se observa é que os sistemas de produção industrial estão cada vez mais
automatizados. Atualmente, como a economia é comandada pelo mercado, toda a
automatização tem por objetivo auxiliar a competitividade global do produto, seja
diretamente pela melhoria de seu custo e qualidade, seja indiretamente na melhoria das
condições de trabalho.
A competitividade do produto final pode ser definida pela sua capacidade de ser bem
vendido em mercados para os quais ele é destinado. A competitividade resulta dos
seguintes fatores: custo, qualidade, inovação, disponibilidade. Como a automatização das
instalações de produção pode melhorar custos, qualidade e até mesmo a disponibilidade
de produtos (automatização flexível), o processo de automatização de sistemas de
produção vem crescendo rapidamente. Porém, é importante verificar que a automatização
em busca de aperfeiçoamento de um dado produto deve ser sempre em resposta às
necessidades do mercado.

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2.2-Automação e Automatização

É muito comum na literatura específica, depararmos com os termos Automação e


Automatização, que muitas vezes tem o mesmo significado. No entanto, utiliza-se o termo
automação para designar o conjunto de técnicas e meios disponíveis para a concepção,
projeto e construção de um equipamento automático. Enquanto que o termo automatização
é usado para designar ação de tornar automático um equipamento existente (Simon, 1991).
O conjunto de elementos mecânicos, elétricos, pneumáticos, etc., de uma máquina ou
instalação que assegura o seu funcionamento automático, pode ser definido como
automatismo. Pode ser definido ainda, como o conjunto de dispositivos que asseguram o
funcionamento, com um mínimo de intervenção humana, de uma máquina ou de uma
instalação de produção.
Um sistema automatizado constitui-se dos componentes responsáveis pelo processo e pelo
seu automatismo, além de uma interface homem-máquina. Ou seja, os componentes
responsáveis pelo processo correspondem à parte operativa do sistema e o automatismo
corresponde à parte de comando (figura 2).

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Figura 2 – Esquema de um sistema automatizado

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2.3-Configuração do Sistema Automático
 
Os sistemas automáticos compõem-se de duas partes, a parte operativa e a parte de
comando.
A parte de comando efetua o tratamento das informações e distribui ordens para a parte
operativa, recebendo em retorno, sinais para coordenar as ações.
A parte operativa efetua operações que produzem alterações na forma ou na natureza dos
produtos processados pelo equipamento. As operações podem ser mecânicas, térmicas,
físico-químicas, ou outras, e geralmente agregam valor a estes produtos. Desta forma, a
parte operativa tem como característica a utilização significativa de energia, ao contrário da
parte de comando, que efetua o tratamento das informações com um baixo nível
energético.
A figura 3 apresenta o esquema de organização da parte operativa em relação à parte de
comando, segundo a ADEPA (Agence Nationale pour le Dévelopement de la Production
Automatisée).

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Figura 3 - Organização da parte operativa em relação à parte de comando (ADEPA).

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Na figura 3 observa-se que ao centro da parte de comando, o "tratamento" é a
convergência de três diferentes formas de comunicação, com o próprio equipamento,
com o operador e com outros equipamentos.
Na comunicação com o próprio equipamento, envia-se comando aos atuadores
(cilindros, motores,...) por meio dos pré-atuadores (contatores, válvulas,...) além de
obter informações sobre o processo via aquisição de sinais dos sensores.
Por meio de uma interface homem-máquina acontece a comunicação com o pessoal
envolvido com a operação, acompanhamento e ajuste do equipamento.
Quando necessário, as máquinas podem comunicar-se com sistemas de supervisão ou
até mesmo com outras máquinas. Por meio de portas de comunicação as partes de
comando podem ser conectadas às partes de comando de outros equipamentos.

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2.4-Tecnologias Operativa e de Comando

Como já observado, os sistemas automáticos compõem-se das partes operativa e de


comando. A parte operativa efetua operações que produzem alterações na forma ou na
natureza dos produtos processados pelo equipamento e a parte de comando efetua o
tratamento das informações e distribui ordens para a parte operativa, recebendo em
retorno, sinais para coordenar as ações.
No entanto, um dos grandes problemas para os autores de projeto é a definição das
tecnologias envolvidas, tanto na parte operativa quanto na parte de comando.
As tecnologias operativas normalmente empregadas são: mecânica, elétrica, hidráulica
e pneumática. As tecnologias de comando normalmente são: pneumática, eletricidade e
eletrônica.
A definição das tecnologias de comando e operativas a serem empregadas depende de
uma série de fatores que devem ser analisados, que vão desde a quantidade de
trabalho a ser desenvolvido às características ambientais, passando pela análise da
segurança da operação e por uma análise econômica do sistema.
Uma questão fundamental a ser verificada é a da segurança da operação. Isto não
envolve somente a análise de risco, mas apresentar projetos que ofereçam boas
condições de trabalho para o operador, livrando-o de operações insalubres, repetitivas e
que envolvam elevados esforços físicos.

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2.5 Sistemas Contínuos e Discretos

Os sistemas mecatrônicos, mais especificamente os sistemas hidráulicos e pneumáticos,


podem assumir características de sistemas contínuos e de sistemas discretos. Na maioria
das vezes, estes sistemas assumem estados discretos, ou ainda, somente dois estados,
sendo então classificados como sistemas binários.
Os estudos de modelagem e controle de sistemas contínuos são anteriores aos sistemas
discretos, sendo que o primeiro trabalho importante na área de controle de sistemas
contínuos foi o do Controlador Centrífugo de James Watt no século XVIII. Os estudos de
modelagem e controle de sistemas discretos são mais recentes. A rede de Petri, em que se
baseia o Grafcet é derivada dos trabalhos de C. A. Petri publicados a partir de 1960 (Attié,
1998). A teoria de sistemas a eventos discretos, que são os sistemas de maior interesse em
Automação, como neste trabalho, baseia-se nos estudos de autômatos finitos desenvolvidos
ao longo da Segunda metade do século XX.

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3. Comandos e Controles
 
Com o crescente número de equipamentos classificados como mecatrônicos, composto por uma
parte operativa e outra de comando, cresceu também a importância do estudo das técnicas de
comando. Alguns fundamentos das técnicas de comando serão abordados neste trabalho, no
entanto, estes fundamentos têm uma ampla aplicação, pois independem das tecnologias
empregadas.
 

3.1 Comando
Comando, segundo a norma DIN 19226 é definido como um processo num sistema, mediante o
qual uma ou mais grandezas de entrada influenciam uma ou mais grandezas de saída, de acordo
com as características próprias deste sistema.
A figura 4 apresenta a representação simplificada em bloco de um comando, em que os
parâmetros de entrada Xei introduzem sinais de informação, que tratados no interior do sistema,
geram sinais de saída Xsi

Figura 4 - Representação simplificada em bloco de um


comando

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O comando tem como característica que as grandezas de saída não interferem nas
grandezas de entrada, no sentido de garantir valores de saída desejados. Perturbações externas
sobre o sistema não podem ser compensadas ou corrigidas pelos comandos. A figura 5 apresenta
um comando pneumático em que a saída, o avanço de um cilindro pneumático, somente ocorre
após dois sinais de entrado por meio de um comando pneumático bi-manual. Neste caso, o
comando provoca o avanço, sem, no entanto garantir valores de força e velocidade de avanço, que
serão funções de outros parâmetros.

Figura 5 - Comando pneumático bi-manual com duas entradas (Xe 1 e Xe2) e uma saída (Xs1) (Bollmann, 1996).

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Como pode ser observado neste exemplo, a origem das grandezas das entradas Xe 1 e Xe2,
bem como a grandeza de saída Xs1, são externas ao sistema de processamento de sinais.
As entradas Xe1 e Xe2 são o acionamento manual dos elementos de sinal S1 e S2, que por
sua vez transformam internamente o sinal mecânico em um sinal pneumático. A válvula de
simultaneidade V1, ou elemento lógico “E”, faz o processamento dos sinais de entrada. O
processamento de sinais corresponde ao “tratamento” no esquema de organização da parte
operativa em relação à parte de comando, segundo a ADEPA. Na figura 6 associa-se o
esquema de comando pneumático apresentado na figura 5 ao esquema de organização de
um sistema automático, segundo a ADEPA, mostrado na figura 3.
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Figura 6 – Associação do esquema de comando pneumático à organização de um sistema automático.

O sinal gerado em V1 aciona a válvula direcional V2. Este acionamento marca o limite entre a
parte de comando e a parte operativa. A válvula V2 envia energia pneumática ao atuador A,
que a transforma em energia mecânica (processo). A conclusão do processo de atuação será
percebida pelo sensor. Para este esquema proposto, o sensoreamento é visual.
Observa-se, como de forma geral, que os sinais externos e a parte operativa do sistema tem
como característica a utilização significativa de energia, ao contrário da parte de comando,
que efetua o tratamento das informações com um baixo nível energético.
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3.2 Controle
O controle pode ser definido como um processo num sistema, mediante o qual uma grandeza
de saída a ser controlada é continuamente comparada com um valor de referência, sendo que
o resultado desta comparação atua na entrada do sistema, no sentido de atingir-se o valor de
referência na saída.
A figura 7 apresenta a representação simplificada de um sistema de controle, em que a
grandeza de saída Xs realimenta a entrada do sistema depois de comparada com a grandeza
de referência Xr. Os sistemas pneumáticos utilizando servoválvulas e válvulas proporcionais
para posicionamento são exemplos de sistemas de controle, assim como a utilização de
simples válvulas reguladoras de pressão pneumática (Bollmann, 1996).

Figura 7 - Representação simplificada de um sistema de


controle

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3.3 Sinais
As técnicas de comando visam essencialmente o processamento lógico dos sinais gerados em
um dado sistema.
Os sinais são informações e representam valores ou variações de uma característica física.
Essa variação pode afetar a transmissão, o tratamento ou a memorização de uma informação.
Estes sinais, em função dos valores que podem assumir, são denominados de analógicos ou
discretos.

3.3.1 Sinais Analógicos


Segundo a norma DIN 19226, um sinal analógico é um sinal de entrada, no qual estão
coordenadas, ponto a ponto, diferentes informações num campo contínuo de valores do
parâmetro de sinais de saída. Portanto, o parâmetro de informações destes sinais pode admitir
quaisquer valores dentro de determinado limite (figura 8).

Figura 8 – Representação do Sinal analógico

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3.3.2 Sinais Discretos
Sinais discretos são aqueles cujos parâmetros de informações podem assumir somente uma
quantidade finita de valores relacionados entre si. Cada valor está associado a uma
determinada informação.
Em função do número de valores do parâmetro de informações que estejam associados a
uma informação, os sinais discretos podem ser classificados como sinais digitais ou binários,
conforme figura 9.
Os sinais digitais possuem um número definido de valores associados a uma informação,
onde cada valor é um múltiplo de um número inteiro da unidade base.
Os sinais binários são sinais digitais em que o parâmetro de informações é composto apenas
por dois valores.

Figura 9 – Representação de Sinais discretos

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Assim como os microprocessadores e os computadores que trabalham com sinais digitais
obtidos através de combinações de sinais binários, os sistemas hidráulicos e pneumáticos
também atuam como comandos binários, uma vez que as grandezas envolvidas adquirem
somente dois valores significativos, como por exemplo: O atuador está avançado ou
recuado; a válvula está aberta ou fechada; um determinado ponto está pressurizado ou
despressurizado. Em sistemas hidráulicos e pneumáticos, as pressões podem atingir infinitos
valores dentro de suas faixas de trabalho, o que poderia caracterizar-se por um sinal
analógico, no entanto, no que concerne aos sinais de entrada no sistema de comando e ao
fluxo de informações no interior do sistema, só interessa saber se há pressão ou não.
Considera-se a existência ou não de pressão quando ela ultrapassa ou cai a valores
predeterminados. No caso de sistemas pneumáticos (Bollmann, 1996 e Hasebrink e Klober,
1988), o sinal de pressão é considerado valor lógico 1 (sim) quando assume valores de 3 a 8
bar e valor lógico 0 (não), quando está na faixa de 0 a 0,8 bar, conforme figura 10.

Figura 10 – Representação da faixa de valores de pressão


num comando pneumático binário

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As técnicas de comando utilizam predominantemente os sinais analógicos, enquanto que nas
técnicas de comando predominam a utilização de sinais digitais, principalmente os sinais
binários. No entanto, dependendo das características, podem ocorrer os três tipos de sinais
num mesmo sistema de controle ou comando. O tipo de sinal predominante é que
determinará o cenário e as ferramentas de projeto a serem aplicadas.

 3.4 Comandos Binários


Em sistemas automáticos, verifica-se que em muitas das vezes, os estados de seus
componentes só podem assumir duas condições mutuamente exclusivas. Como, o atuador
estar recuado ou não, ou ainda, existir pressão no sistema ou não. Neste caso, pode-se dizer
que o sistema segue a lógica binária.
A lógica binária está associada à Álgebra de Boole, em que se baseiam os comandos binários
que são comumente utilizados em equipamentos automáticos de forma bastante eficaz.
A utilização da lógica binária na implementação de equipamentos automáticos é de grande
importância, pois a sua linguagem é comum para todos os sistemas que atuam com sinais
binários, tais como a microeletrônica, a informática, a hidráulica e a pneumática. Este ponto
em comum permite uma fácil integração entre estas tecnologias, além de permitir que os
atores de projeto elaborem o projeto lógico sem ocupar-se das tecnologias a serem
adotadas.Segundo a Norma DIN 19237, os comandos podem ser analógicos, digitais ou
binários, dependendo do tipo de sinal que é tratado, e podem ser classificados conforme a
figura 11.

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Figura 11 – Tipos de sinais de comando para tratamento de sinais conforme DIN 19237.

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Os comandos síncronos são aqueles em que o processamento de sinais realiza-se em
sincronismo com um sinal cíclico, já os comandos assíncronos acontecem apenas pelas
alterações das entradas.
Por serem predominantemente utilizados em sistemas de automação, abordar-se-á apenas
os comandos assíncronos, mais especificamente os comandos binários assíncronos. Estes
podem ser combinatórios ou seqüenciais.

 3.4.1 Comandos Binários Combinatórios


Nos comandos binários combinatórios a saída ocorre unicamente em função da combinação
lógica dos sinais de entrada. Neste caso, pode-se dizer que o sistema segue a lógica binária
associada à Álgebra de Boole.
A figura 12 apresenta o comando pneumático combinatório utilizado no acionamento do
sistema da figura 5, onde a saída Xs 1, o avanço de um cilindro pneumático, somente ocorre
após dois sinais de entrada por meio de um comando pneumático bi-manual entradas Xe 1 e
Xe2.

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Figura 12 - Comando binário combinatório utilizando tecnologia pneumática .

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3.4.2 Comandos Binários Seqüenciais

Nos comandos binários seqüenciais os comandos produzem uma seqüência


predeterminada de ações. A seqüência de ações somente acontece após o cumprimento de
condições de prosseguimento programadas.

A figura 13 mostra um comando binário seqüencial, onde as ações (etapas) ocorrem


somente após o atendimento das condições de prosseguimento (transições). O comando é
representado por um diagrama de função seqüencial e por seu respectivo diagrama de
comando pneumático.

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Figura 13 - Comando binário seqüencial - diagrama de função seqüencial e diagrama de comando pneumático

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Observa-se que a partir da etapa inicial, avanço de 1A, a etapa seguinte
somente acontecerá após a ativação da transição 1S2. E assim
acontecerá seqüencialmente, onde o cumprimento de cada uma das
etapas possibilita a ativação da transição para a etapa subseqüente.

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4 Fundamentos da Eletrônica
 
A energia elétrica é uma tecnologia muito utilizada em máquinas e sistemas dos mais
diversos tipos, tanto na parte operativa, como na parte de comando.
Os elementos elétricos utilizados em comandos, também são dos mais variados, desde os
relés e contatores*, até os modernos microprocessadores eletrônicos. Porém, para um
perfeito entendimento da utilização destes sistemas, deve ‑se conhecer os conceitos básicos
da eletrotécnica.
Através da energia elétrica, pode‑se produzir luz, calor, ação magnética ou fenômenos
químicos. As causas que concorrem para a produção destes efeitos, serão facilmente
compreendidas, se fizermos um estudo pormenorizado, das partículas que compõem as
várias substâncias encontradas na natureza.
Sabemos que todas estas substâncias estão formadas por átomos. Cada átomo tem um
núcleo, ao redor do qual giram os elétrons. Os átomos são partículas extremamente
reduzidas, cujo diâmetro é de aproximadamente 1/10.000.000 mm. O diâmetro do núcleo é
aproximadamente 1/10.000 do diâmetro do átomo completo e o diâmetro do elétron é
aproximadamente 1/10 do diâmetro do núcleo.

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4.1 Modelo do Átomo
Os elétrons possuem carga negativa, e não ocupam a mesma órbita nem o mesmo plano, e sim
formam "camadas" esféricas concêntricas que envolvem o núcleo, como as camadas de ar
envolvem a terra; a todas estas "camadas" é dado o nome de 'eletrosfera' do átomo.
Por outro lado, o núcleo está formado por outras partículas, que são os prótons e os nêutrons. Os
prótons possuem carga positiva enquanto os nêutrons são desprovidos de carga.
Cada elemento é determinado através da quantidade de elétrons que possui.
Átomos idênticos formam "elementos". Átomos diferentes, ligados entre si, formam as chamadas
"substâncias". Visto que os elétrons giram a altas velocidades ao redor do núcleo do átomo em
órbitas diversas, devem agir sobre eles, forças de atração em relação ao núcleo, capaz de
mantê‑los nestas órbitas (Figura 14).
De acordo com o princípio; "cargas idênticas se repelem", "cargas contrárias se atraem", pode ser
explicada a natureza destas forças de atração entre o núcleo e os elétrons.

Figura 14 – Estrutura atômica

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4.2 Representação Simplificada:
Por se distribuírem em diversas camadas, ou seja, a distâncias diferentes do núcleo, os
elétrons das camadas mais afastadas estão sujeitas a forças de atração menores; por esta
razão, a estes, dá‑se o nome de "elétrons livres" ou "elétrons de valência", pelo fato de
poderem facilmente abandonar a órbita a que pertencem. Estes elétrons, ao abandonarem
suas órbitas, poderão ser absorvidos por órbitas de outros. Graças a essa propriedade dos
átomos, de poderem ceder e absorver elétrons, é que será possível o fenômeno da corrente
elétrica.

Figura 15 – Estrutura atômica – simplificada

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4.3 Grandezas Elétricas
 
4.3.1 Tensão Elétrica (“V”, "E" ou "U")

Se em um condutor houver um movimento de elétrons de valência, este movimento terá sido


motivado por uma diferença de potencial elétrico entre os extremos deste condutor. Se em um
dos extremos houver um excesso de elétrons, e no outro extremo, uma deficiência de
elétrons, surgirá entre estes extremos um campo eletrostático. Os elétrons serão repelidos
pelo ponto carregado negativamente e atraídos pelo extremo carregado positivamente. Este
"fluxo" de elétrons pode ser comparado ao fluxo de um líquido em uma tubulação. Neste caso
a diferença de pressão é produzida por uma bomba.
No caso da eletricidade, temos diferença de potencial elétrico ou "tensão elétrica".
Os valores de tensão dependem da separação entre as cargas.
A unidade de medida para "tensão elétrica" é o volt (símbolo V) em homenagem ao físico
italiano Alessandro Volta (1745‑1827).

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4.3.2 Corrente Elétrica ("I")
Entre dois pontos onde existe uma tensão elétrica, por exemplo, os pólos de uma bateria, ao
se estabelecer uma ligação condutora entre estes pontos, haverá um fluxo de elétrons
através da ligação buscando equilíbrio de cargas. A esta ligação denomina ‑se "circuito de
corrente" ou "circuito elétrico" e ao fluxo de elétrons de "corrente elétrica".

Os portadores de carga negativa (elétrons), movimentam ‑se, quando o interruptor é fechado,


do pólo negativo para o pólo positivo. Este é o sentido de fluxo dos elétrons. Além dos
portadores de carga negativa, existem também os portadores de carga positiva, cujo sentido
de movimento, por exemplo, num acumulador, é do pólo positivo para o negativo. Antes que
a Física descobrisse a existência dos elétrons, a direção da corrente estava baseada nos
portadores de carga positiva.

Figura 16 – Corrente elétrica

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A corrente elétrica opõe‑se, num circuito, resistências de diversas magnitudes (resistência do
condutor, resistência do consumidor, etc.) A grandeza da corrente elétrica e, portanto,
influenciada pela grandeza da resistência e pela tensão elétrica.
A unidade de medida para acorrente elétrica e o Ampère (A), (símbolo para fórmulas: I), em
homenagem ao físico francês Ampère (1775‑1836).
Múltiplos e submúltiplos da unidade Ampère:
Kiloampère (KA) = 10³ A = 1000 A
Miliampère (mA) = 10-3 A = 0,001 A
Microampère (A) = 10‑6 A = 0,000001 A
Para a medição de correntes elétricas, é utilizado um instrumento chamado "amperímetro".
O amperímetro deve ser ligado sempre em "série" com o circuito de corrente.

Figura 17: Instalação de amperímetro -


deve ser ligado sempre em "série" com
o circuito de corrente.

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A corrente contínua é uma corrente que, ao longo do tempo não sofre variações de intensidade
nem inversão de polaridade.

Corrente Gráfico Fonte produtora: Bateria


Contínua

Símbolo

Figura 18 – Corrente contínua.

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A corrente alternada é uma corrente que, ao longo do tempo, varia de intensidade e sofre
constantes inversões de polaridade, conforme figura 19.

Corrente Alternada Gráfico Fonte produtora: Gerador

Símbolo

Figura 19 – Corrente alternada

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Efeitos da corrente elétrica.
 
O corpo humano e o corpo dos animais são condutores elétricos. A corrente pode produzir
queimaduras e espasmos musculares. Se a corrente flui através do coração se produz a
denominada "fibrilação dos ventrículos do coração". As conseqüências disto são, a paralisação
do corpo e da respiração. Portanto, na prática é necessário observar as medidas de proteção a
fim de evitar acidentes.
 
Ação da corrente no homem
Corrente elétrica Ação da corrente no homem

0,3 mA limite da insensibilidade

1 mA susto

10 mA espasmo muscular

30 mA o homem fica inconsciente

50 mA fibrilação dos ventrículos do coração (morte).

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Correntes acima de 50mA (0,05 A), são perigosas para o homem, se o percurso da mesma
passar através do coração. A figura 20 apresenta alguns efeitos da corrente elétrica.

Figura 20 - Efeitos da corrente elétrica.

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4.3.3 Resistência Elétrica ("R")
A corrente que circula através de um circuito elétrico, depende não só da tensão que esta
sendo aplicada, mas também depende das propriedades inerentes ao circuito. Estas
propriedades decorrem; da natureza do material do condutor, que para diversos tipos,
mantendo‑se a mesma tensão, provocarão intensidades diferentes de corrente, da área da
secção transversal do condutor; e da natureza do material do elemento consumidor. Em
qualquer caso, também se verifica a produção de calor.
Esta propriedade que possui as matérias de alterar a corrente elétrica, ou seja, de se opor a
passagem da corrente, assim como de produzir calor, chama ‑se "resistência elétrica".
A unidade de medida adotada para resistência elétrica, e o "Ohm", em homenagem ao físico
alemão Ohm (1787‑1845). O símbolo para esta unidade é o  (omega, letra grega
maiúscula). Segundo a resistência que oferecem a passagem da corrente, os materiais se
classificam em: isolantes, condutores e semicondutores.

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Isolantes 
Os isolantes elétricos são substâncias que possuem os elétrons sujeitos a uma forte atração dos
núcleos de seus átomos, ou seja, nestes materiais existem poucos elétrons de "valência". Estes
elétrons têm movimentação constatada com muita dificuldade, por exemplo: borracha, PVC,
porcelana, etc.

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Condutores 
Os condutores, ao contrário dos isolantes, possuem baixa energia de ligação dos elétrons aos
núcleos, portanto muitos elétrons de "valência" e menor obstáculo aos seus movimentos, por
exemplo: prata, cobre, alumínio, aço, etc.

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Semicondutores
 Entre os isolantes e os condutores, estão os semicondutores, que são
substâncias que: no estado puro, e a uma temperatura de 0°C são isolantes; no
estado puro e a temperatura de 20° são maus condutores; aumenta sua
condutividade ao serem combinados com outros materiais, ou então com o
aumento da temperatura, por exemplo: germânio, silício.

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4.4 A Lei de Ohm
Definição para a unidade "Ohm": 1 Ohm é igual a resistência elétrica entre dois pontos
de um condutor metálico em forma de fio, homogêneo, uniformemente temperado, na
qual uma tensão elétrica de 1 Volt, aplicada a estes pontos, produz uma corrente
elétrica de intensidade igual a 1 Ampère.
A lei de Ohm é a mais importante no estudo da eletricidade. Essa lei relaciona a
tensão, corrente e resistência e é aplicável a todos os circuitos de corrente continua
(D.C.) e com algumas modificações pode também ser aplicada para circuitos de
corrente alternada (A.C.).
As experiências de Ohm mostraram que o fluxo de corrente num circuito elétrico é
diretamente proporcional a voltagem aplicada ao circuito.
Esta lei estabelece que um aumento de voltagem implica num aumento de corrente e
vice‑versa. Também em caso de variação no valor da resistência, verifica‑se uma
alteração no valor da corrente.
 A lei de Ohm pode ser expressa pela equação:
 E=R . I 
Onde:I = intensidade da corrente em Ampère (A)
E= valor da tensão elétrica em Volt (V)
R= valor da resistência elétrica em Ohm ()
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O circuito da figura a seguir, possui uma fonte de tensão de 24V e uma resistência de 8
ohms. No medidor de corrente (amperímetro), poderá ser lido o valor da intensidade de
corrente que fluirá no circuito que será 3 Ampéres.
Caso não se disponha de um amperímetro, mesmo assim o valor da corrente poderá ser
determinado através da lei Ohm, ou seja:
E = R.I ;
I = E/R ;
I = 24V / 8;
portanto: I = 3A.
 Em outra verificação, supondo‑se desconhecido o valor da resistência, este poderá ser
calculado por transposição da fórmula básica da lei de Ohm, conhecidos os valores da
tensão e corrente.
 E=R.I ; R=E/ I ; R=24V/3A ;
 portanto: R=8.

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4.4.1 Combinação de Resistências
Resistências elétricas podem ser ligadas entre si num circuito, a fim de
satisfazerem as condições deste circuito. Essas ligações podem ser do tipo "série" ou
"paralelo", cada uma delas possuindo algumas características.

4.4.1.1 Ligação Série

Na ligação "série", um dos terminais de uma resistência, é ligado a um dos termais de outra,
cujo outro terminal é ligado a um dos terminais de uma terceira resistência, e assim
sucessivamente.

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A ligação "série" possui as seguintes características:
 
a) todas as resistências são percorridas pela mesma corrente.
 
Esta característica pode ser facilmente observada, pelo fato de que a corrente que passa
pelo circuito deve atravessar todas as resistências, e em valor igual.
 
b) a soma das tensões parciais que surgem nos terminais das resistências ligadas em
"série", dá como resultado, o valor da tensão aplicada pelo gerador à ligação.

E=E1 + E2

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c) estas tensões parciais são diretamente proporcionais às correspondentes resistências.

d) as várias resistências ligadas em série, podem ser substituídas por uma única, cujo
valor é obtido pela soma dos valores de cada uma delas:

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4.4.1.2 Ligação em Paralelo:

Na ligação “paralela", os terminais de todas as resistências são interligados de um lado


e de outro.
A ligação em "paralelo" possui as seguintes características:

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a) todas as resistências que se encontrarem
ligadas em paralelo, estarão sujeitas a
mesma tensão, aplicada a associação:

b) a soma das correntes que atravessam cada


uma das resistências, dará, como resultado a
corrente total da associação:

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c) na ligação “paralela", a resistência equivalente total da associação terá um valor menor
do que a resistência de menor valor da associação:
 
d) o inverso da resistência equivalente total da associação paralelo, será igual a soma dos
inversos das resistências que participam da associação:

1 1 1 1 R R
  
1 2

R R R 1 2 R R .R 1 2

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4.4.2 Potência Elétrica (“P”)
 Paralelamente a tensão, corrente e resistência, existe ainda uma outra grandeza
freqüentemente utilizada para os cálculos de um circuito elétrico. Esta grandeza denominada
"potência" é definida como sendo a razão de um trabalho, e é obtida do produto da tensão pela
corrente em um circuito de corrente contínua, isto é
  P = Potência elétrica em Watt
P=E .I E = Tensão elétrica em Volt
I = Corrente elétrica em Ampère
 A unidade utilizada para potência e o "Watt" (W), em homenagem ao engenheiro escocês
James Watt (173 6‑1819).
A expressão dada pela potência demonstra que esta varia diretamente com a voltagem
aplicada e o fluxo de corrente do circuito.
A unidade "Watt" é por vezes pequena para especificar a potência em certas instalações; para
estes casos, e utilizado um múltiplo que é o "quilowatt". 1 quilowatt = 1 kw = 1000 w
Em muitos casos também, toma‑se necessário transformar a unidade de potência mecânica
(Cavalo‑força), em potência elétrica e vice‑versa; a relação entre as duas unidades é a
seguinte:
 1 CV = 736 Watts
1 Cavalo‑força = 1 HP = 746 W = 0,746 KW
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4.4.3 Resumo das Fórmulas
 Resumindo, pode-se desenhar os dois triângulos.

E daí constrói-se o quadro que se segue.

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5-Solenóides
 Um solenóide é simplesmente um tipo especial de eletromagneto. Quando a
corrente elétrica passa através de um fio condutor, cria um campo em volta do
mesmo.

Figura 21 - A corrente elétrica cria um


campo magnético ao passar através de um
fio condutor.

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Ao construir-se uma bobina com várias espiras de fio, o campo tornar‑se‑á muitas
vezes mais forte, circulando em tomo da bobina e através do centro.

Figura 22 - Eletroímã

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Embora um campo magnético possa circular no ar, ele circula mais facilmente
através do ferro ou do aço. Assim, se colocar-se em volta da bobina uma
armadura de ferro, o magnetismo será concentrado nesta armadura (figura 23).

Figura 23 – Linhas de fluxo do campo magnético através de uma armadura.

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Se, além disso, colocar-se um contato de aço em forma de "T" (também chamado
núcleo) no centro da bobina, o magnetismo concentrar‑se‑á ainda mais.
Pelo fato de ser o ferro excelente condutor e o ar péssimo, o "T" de aço é atraído
pelo campo magnético para uma determinada posição, na qual 100% do
magnetismo trabalha e circula através do metal condutor, figura 24.

Figura 24 – A passagem da corrente elétrica gera um campo magnético que atrai o núcleo em forma de T.

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6 Elementos Eletro-Eletrônicos Utilizados em Automação de
Sistemas Mecânicos
 

Na automação de sistemas mecânicos, sejam aqueles em que a tecnologia


operativa empregada é a hidráulica, a pneumática ou mesmo elementos
mecânicos (eixos, cames, engrenagens,...), pode-se adotar a eletro-eletrônica
como tecnologia de comando. Neste caso, apresenta-se alguns destes elementos
utilizados em comandos, como eletroválvulas, relés e sensores.

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6.1 Válvulas eletromagnéticas
 
Durante o projeto de automação de sistemas mecânicos, quando os comandos
empregados apresentam distância relativamente grande e necessitam de
tempo de comutação curto, adota‑se na maioria dos casos, o comando
elétrico.
As válvulas eletromagnéticas são muito utilizadas em comandos de sistemas
hidráulicos e pneumáticos. O sinal para o seu comando pode ser gerado por
um timer elétrico, por uma chave fim de curso elétrico, por um pressostato ou
ainda por equipamentos eletrônicos, como os PLC’s.
As válvulas de acionamento eletromagnético dividem‑se em válvulas de
comando direto e indireto. As de comando direto são usadas apenas para
pequenas secções de passagem. Para passagens maiores são usadas as
válvulas eletromagnéticas com servo comando (acionamento indireto).

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A figura 25 apresenta um exemplo de uma válvula eletromagnética. Trata-se de
uma válvula pneumática de 2 vias e 2 posições (acionamento, eletromagnético
direto), retomo por mola. Usadas quando o fluxo de ar é pequeno.

Figura 25 – Válvula direcional pneumática 2/2 vias, acionamento eletromagnético direto e retomo por mola

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A figura 26 apresenta um exemplo de Válvula direcional de 3 vias por 2 posições
(solenóide e servocomando) piloto indireto, retomo por mola.

Figura 26 - Válvula direcional 3/2 vias, acionamento por solenóide com piloto indireto, retomo por mola .

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6.2 RELÉS
 Na maioria dos comandos, os relés são utilizados para o processamento de
sinais e também, para o controle remoto de circuitos que transportam
correntes elevadas.
Antigamente o relé era utilizado como uma espécie de amplificador para
sistema telefônicos e telegráficos. Na realidade o relé nada mais é do que um
interruptor acionado eletromagneticamente, para determinadas capacidades
de ligação. Na prática, um relé deve satisfazer algumas exigências:
·        Pouca necessidade de manutenção
·        Elevado número de manobras
·        Tempos curtos de manobra
Os relés consistem em chaves eletromagnéticas que tem por função abrir ou
fechar contatos a fim de conectar ou interromper circuitos elétricos.
Existe uma grande variação de tipos de relés, entretanto, mostraremos os
mais importantes e comuns:

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6.2.1 Relé Auxiliar:
É um elemento de comutação auxiliar, sendo que os contatos são fechados e/ou abertos com
a simples energização da bobina.

Figura 27 – Relé auxiliar

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6.2.2Relés de remanência:
 O bloqueio acontece magneticamente. Os elementos de sinal mantêm o mesmo
estado mesmo após o desaparecimento da excitação, até a ocorrência do sinal
contrário. Ou melhor, a comutação é mantida mesmo com a falta de energia. Para
a volta ao estado inicial, faz‑se necessário a aplicação de um novo pulso (figura
28).

Figura 28 – Relé de remanência

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6.2.3 Relés de impulso de corrente:
Equipamentos de comutação com apenas uma entrada e duas posições de
comutação estáveis, nas quais, a cada entrada, a outra posição de comutação
é ocupada, alternadamente.

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6.2.4 Relés de tempo:
Os relés de tempo eletrônicos ou eletromecânicos são aparelhos industriais que efetuam
funções temporizadas em circuitos de comando elétrico. A denominação "Relés de Tempo" é
genérica e abrange desde circuitos simples baseados no tempo de descarga (ou carga) de
um capacitor (RC), até circuitos digitais que utilizam a freqüência da rede como base do
tempo.
Devido a variedade de aplicações foram desenvolvidos vários tipos, dentre os quais
destacamos o Relé de Tempo Eletrônico com retardo na energização, conforme figura 29.
Alimentando‑se o aparelho, a temporização se inicia. Depois de transcorrido o tempo
selecionado na escala, o relé de saída é energizado, comutando seus contatos, abrindo o
contato normalmente fechado (NF) e fechando o normalmente aberto (NA).

Figura 29 – Relé de tempo

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6.2.5 Exemplos de aplicação de relés auxiliares
 
Na figura 30, tem-se uma aplicação onde o acionamento do botão b1 faz com que a
bobina do relé d1 seja energizada. A energização de d1 gera o fechamento do
contato b2 que, por sua vez, fecha o circuito para a carga. Deve‑se observar que
neste caso, a energização da bobina do relé é feita por corrente contínua, enquanto
a carga recebe alimentação em corrente alternada.

Figura 30 – Exemplo de aplicação de relé auxiliar.

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Na figura 31, tem-se uma aplicação onde o acionamento de duas cargas, com
tensões diferentes, acontecem através de somente um relé d1.

Figura 31 – Aplicação de relé auxiliar acionando dois contatos simultâneos .

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No exemplo da figura 32, apresenta-se o acionamento de uma válvula pneumática
acionada por solenóide. Acionando-se o botão b1 tem‑se a energização de d1 e
conseqüentemente a energização de s1 (que comuta a válvula). A energização de
d1 gera o acionamento de b2 através de um ponto em comum. O acionamento de
b2 garante que mesmo com a extinção do acionamento b1, o circuito não
desarmará, pois b2 mantém o acionamento de d1. Devido a esse intertravamento,
esse circuito chama-se "auto‑retenção".

Figura 32 - Acionamento com


auto‑retenção de uma válvula
pneumática acionada por
solenóide.

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Na figura 33, mostra o corpo de um relé, seus encaixes e respectivos contatos,
além das vistas da base (ou soquete).

Figura 33 - Corpo de um relé, seus encaixes e respectivos contatos

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Os relés auxiliares são elementos de comutação comparáveis em termos de funcionamento
aos contatores auxiliares. Sua construção é, na maioria dos casos, menor, sendo equipado
com contatos tipo mola. Para potências de comutação muito pequenas, com interrupção
simples (valor de retenção até aproximadamente 2 VA).

6.3 Contator 

Equipamento de comutação acionado eletromagneticamente e que possui condições de


suportar alto número de ligações, podendo,em dependência da sua construção, ser
acionado por corrente alternada ou corrente continua.
Divisão segundo o campo de aplicação dos contatores:

6.3.1 Contator de potência:


 
Contator para a comutação de potências elevadas com câmaras de extinção de arco.
E utilizado especialmente como elemento de comando, portanto, para o comando de
elementos de trabalho como:
-         Motores elétricos
-         Eletroímãs etc.
Muitas vezes estes contatores de potencia estão equipados adicionalmente com contactos
auxiliares, para fins de comando.

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6.3.2 Contator auxiliar (contator de comando):
Contator para a comutação de circuitos auxiliares. Estes contatores estão equipados apenas
com contatos auxiliares, isto é, com comutadores que servem para fins de bloqueio,
informação e comando.Não possuem, na maioria dos casos, câmaras de extinção de arco
especificas e podem estar equipados com até 10 contatos (valor de retenção até
aproximadamente 10 VA).
 

6.3.3 Contator de remanescência:


 Contator com bloqueio ou trava magnética. O estado de comutação alcançado é mantido
mesmo em caso de falta de abastecimento de energia. O bloqueio pode ser levantado apenas
por magnetização em sentido contrário.
  

6.4 Limitadores de Curso:


Também denominado de micro‑switch, é um dispositivo que, quando acionado, pode agir da
seguinte forma: liga, desliga ou liga‑desliga.
Eletricamente pode ser classificado como um interruptor acionado mecanicamente. A figura
34 apresenta alguns exemplos.

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Figura 34 - Limitadores de Curso (micro‑switch)

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6.5 Sensores

Os sensores são elementos emissores de sinais por aproximação, isto é, sem o


contato mecânico das partes móveis a serem detectadas.
Os principais tipos de detetores por aproximação são:
·        Contato "Reed"
·        Detector de limite indutivo
·        Detector de limite capacitivo

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6.5.1 Contato "Reed" (acionamento magnético)

Estes elementos são especialmente vantajosos quando se necessita alto número de ciclos,
quando não há espaço suficiente para a montagem de chaves fim de curso convencionais, ou
quando são solicitadas sob condições ambientais adversas (poeira, umidade, etc.).
Construtivamente tratam‑se de dois contatos colocados no interior de uma ampola de vidro
preenchida com um gás inerte. Esta ampola é colocada num invólucro que posteriormente é
preenchido com resina sintética, servindo assim de base para o conjunto.
Ao aproximar‑se um imã permanente deste invólucro, o campo magnético atravessa a
ampola, fazendo com que as duas laminas em seu interior se juntem, estabelecendo um
contato elétrico. Removendo‑se o imã, o contato é imediatamente desfeito.
A figura 35 ilustra este tipo de detector, utilizado como fim de curso, por exemplo, em um
cilindro pneumático ou hidráulico. Neste caso o êmbolo do cilindro, possui um anel que ao
passar sobre o detector, provoca seu acionamento. Desta maneira, o fim de curso pode ser
instalado no corpo do cilindro, deixando sua haste completamente livre para o trabalho que
realiza.

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Figura 35 – Sensor de acionamento magnético - Contato "Reed".

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Deve‑se observar que estes elementos só podem ser utilizados
naqueles cilindros que possuem anel magnético no êmbolo. Cuidado
especial deve ser tomado no local de instalação destes detectores,
que não poderá conter campos magnéticos alheios, sob risco de
acionamento aleatório dos contatos, por exemplo, próximo a motores,
transformadores, solenóides, etc.
Estes detectores possuem uma longa vida útil e não necessitam
manutenção. Os tempos de comutação são curtos, aproximadamente
0,2 ms, podendo ser atingidas cerca de 400 comutações por segundo.
A sensibilidade de reação depende do tipo construtivo.

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6.5.2 Sensor indutivo

Em máquinas ou dispositivos, freqüentemente são necessárias a detecção de


partes móveis ou objetos, assim como tarefas de contagem, que não possibilitam o
uso de chaves fim de curso convencionais, por não possuírem força, peso ou
dureza suficiente. Para estes casos, podem ser empregados os detectores
indutivos.
Os sensores indutivos estão constituídos por um circuito oscilador, um circuito de
disparo e um circuito amplificador.

Figura 36 – Esquema de um sensor indutivo.

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Aplicações
- Sistemas de manufatura em geral

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6.5.2.1Funcionamento:
O oscilador gera, através de uma bobina, um campo magnético alternado de
alta freqüência que sobressai em forma de calota esférica na face do sensor.
Ao ser introduzido neste campo alternado, um corpo metálico, são
produzidas correntes parasitas neste, absorvendo energia do oscilador. Em
virtude disto, a tensão do oscilador cai, acionando o circuito disparador, que
emite um sinal; posteriormente este sinal é amplificado para compatibilizá‑lo
com a carga a ser comandada.
Os sensores indutivos somente reagem na presença de metais.
Conforme o emprego a que se destinam, podem ser encontrados sensores
de corrente alternada ou corrente contínua.

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6.5.2.2 Sensores indutivos de corrente alternada
Neste tipo de sensor, o circuito de saída dispara um TRIAC nele incorporado,
comutando diretamente a carga, dispensando desta maneira relés
eletromecânicos. Desta maneira obtém‑se tempos de resposta menores, e maior
vida útil do sensor. Aplicações: Comutação direta de contatores, relés, cargas
resistivas ou indutivas, pequenos motores, etc. desde que respeitadas suas
características.

6.5.2.3 Sensores indutivos de corrente contínua


Estes sensores se prestam a faixa de tensões de 5V ate 30V. A freqüência de
comutações pode chegar até 2.000 Hz.

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6.5.3 Sensor capacitivo
Os sensores capacitivos reagem a todos os materiais (mesmo que não sejam metálicos). O
princípio de funcionamento é a alteração do dielétrico entre as armaduras de um
condensador, pela proximidade do material. Podem igualmente detectar líquidos ou
granulados; isto significa que estão sujeitas a perturbações tais como poeira, cavacos,
respingos, etc.

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6.5.4 Sensor Ótico
O princípio de funcionamento dos sensores óticos baseia ‑se na existência de dois
componentes, o emissor e o receptor. O emissor, na maioria das vezes um fotodiodo, é a
fonte de luz que cria a região ativa do sensor. O receptor é um componente fotoelétrico
(geralmente um fotodiodo ou fototransistor) que monitora continuamente a intensidade de luz
que o atinge.
Quando a luz gerada pelo emissor de alguma forma atinge o receptor com intensidade
suficiente para ativá‑lo, o sensoreamento é então executado e o sinal óptico é convertido em
elétrico, comandando o estágio de saída do sensor.

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6.5.4.1 Sensor ótico por reflexão difusa
O emissor e o receptor encontram‑se montados no mesmo invólucro. A luz gerada pelo
emissor reflete de forma difusa sobre o objeto a ser sensoreado, de tal forma que uma
parcela desta luz retorne ao sensor atingindo o receptor, conforme figura 37.

Figura 37 – Sensor ótico por reflexão difusa

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Os sensores ópticos desse tipo de detecção não atingem grandes distâncias
sensoras (até 360 mm), em função de que na reflexão difusa apenas uma
pequena parcela da luz emitida é refletida em direção ao receptor.
É importante lembrar que a luz refletida depende de algumas características
do objeto a ser sensoreado, tais como: cor, dimensões e acabamento da
superfície. Desta forma, objetos escuros, pequenos ou com superfície
altamente rugosa podem, em alguns casos, não serem detectados por este
tipo de sensor.

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6.5.4.2 Sensor ótico por retro‑reflexão

Neste caso, além do emissor e do receptor, que são montados no mesmo invólucro,
também é necessário o auxilio de um espelho refletor para estabelecer uma barreira de
luz entre os componentes óticos. Um objeto, ao interromper a barreira de luz, impede a
chegada da mesma ao receptor, ativando o sensor, conforme figura 38. 
Em função de seu tipo de detecção, os sensores por retro ‑reflexão são adequados
para utilização a médias distâncias, na detecção de objetos escuros, pois neste caso o
importante é interromper o feixe luminoso para se executar a comutação do sensor.

Figura 38 – Sensor ótico por retro‑reflexão


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A distância de acionamento desses sensores depende além de suas próprias
características também das dimensões e da qualidade do espelho refletor. O motivo
pelo qual os espelhos refletores possibilitam médias distâncias de acionamento ao
conjunto (até 4,5 m) é o fato de serem constituídos por micropirâmides que formam
ângulo de 90° entre suas paredes, fazendo com que praticamente toda luz emitida seja
refletida em direção ao ponto de origem, figura 39.

Figura 39 - Micropirâmides dos espelhos


refletores formam ângulo de 90° entre suas
paredes, fazendo com que praticamente toda luz
emitida seja refletida em direção ao ponto de
origem.

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6.5.4.3 Sensor ótico por barreira de luz
O emissor e o receptor encontram‑se montados em invólucros separados, sendo
necessário o alinhamento destes componentes para colocar o sensor em
condições de operar. A luz originária do emissor atinge o receptor formando uma
barreira de luz entre os componentes. A barreira, ao ser interrompida, aciona o
sensor (figura 40). Esses sensores são apropriados para altas distâncias (até 10
m) e isso dependerá exclusivamente de suas próprias características. Como para
serem acionados é necessária a interrupção do feixe luminoso, não são indicados
para detecção de objetos transparentes, sendo apropriados para detecção de
objetos escuros ou de superfícies espelhadas.

Figura 40 – Sensor ótico por barreira de luz.

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Existem outros tipos de sensores usados em automação como:

-Sensores magnéticos
-Sensores fotoelétricos
-Sensores de deslocamento
-Sensores de efeito Hall
-Sensores ultrassônicos
-Sensores a laser
-Encoders**
-Micro chaves de precisão

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Encoders:
O encoder é um transdutor que converte um movimento angular
ou linear em uma série de pulsos digitais elétricos. Esses pulsos
gerados podem ser usados para determinar velocidade, taxa de
aceleração, distância, rotação, posição ou direção.
As principais aplicações dos encoders são:
- em eixos de Máquinas Ferramentas NC e CNC;
- em eixos de Robôs;
- controle de velocidade e posicionamento de motores elétricos;
- posicionamento de antenas parabólicas, telescópios e radares;
- mesas rotativas; e
- medição das grandezas acima mencionadas de forma direta ou
indireta.

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Formatos:

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6.5.5Cabos de fibra ótica
São elementos que vêm sendo cada vez mais utilizados em conjunto com sensores
ópticos. Seu princípio de funcionamento é a transmissão da luz por meio de reflexão da
mesma no interior da fibra, do local do sensoreamento ao sensor óptico.
Os cabos de fibra óptica têm sido normalmente aplicados em conjunto com sensores
ópticos de maneira vantajosa nas seguintes situações: sensoreamento em locais de difícil
acesso; detecção em objetos em locais de temperaturas elevadas (até 200 C); e em
aplicações onde o elemento sensor deverá ser fixado em peças móveis.Esses elementos
são fornecidos em diferentes versões, de maneira a reproduzir as formas de detecção dos
sensores por reflexão difusa, por retro‑reflexão e por barreira de luz.

Figura 41 – Cabo de fibra ótica.

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6.6 Pressostato
Os pressostatos são utilizados para, dependendo da pressão hidráulica, ligar ou desligar um
circuito elétrico. Também se pode utilizar interruptores hidroelétricos como comando ou
sensor, isto é, como sinais óticos (lâmpada) ou acústicos (campainha).
Analisaremos detalhadamente dois tipos de pressostatos:

6.6.1 Pressostato de êmbolo


A figura 42 mostra um pressostato de êmbolo. Em uma carcaça 1, estão dispostos: o êmbolo
2, pino 3 com mola 4, parafuso de regulagem 5 e microinterruptor 6.A pressão a ser
controlada atua sobre o êmbolo 2, que se apóia por meio da haste 3 sobre a mola 4. A força
da mola é ajustada pelo parafuso de regulagem 5. Caso a força do êmbolo ultrapasse a força
da mola, o êmbolo se desloca contra a mola. A haste transmite o movimento ao
microinterruptor. Um encosto protege o microinterruptor contra danos, no caso de pressão
excessiva.

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Figura 42 - Pressostato de êmbolo

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6.6.2Pressostato de Bourdon
No pressostato de Bourdon, como o da figura 43, a pressão atua sobre uma mola tubular
1. De acordo com a grandeza da pressão, a mola tende a se endireitar e aciona o
microinterruptor 2.
O ponto de contato é ajustado pela distância do microinterruptor à alavanca 3. Também
aqui, um batente mecânico evita que o microinterruptor sofra danos com a pressão
excessiva.
O pressostato de Bourdon tem um botão travável no qual o limite inferior de acionamento
é regulado externamente.
A pressão superior é dada pelo diferencial de pressão que é constante em toda faixa de
regulagem.
Existe um pressostato provido de 2 microinterruptores. Os limites superior e inferior de
acionamento são regulados externamente por meio de parafusos.
Os pressostatos tipo Bourdon se prestam não apenas para instalações com óleo hidráulico
mineral como também podem ser usados para gás ou ar comprimido

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Figura 43 – Pressostato de B ourdon.

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