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Lolz {og INJURIA COACCAO CONCURSO REAL DE INFRACGOES RECURSO PENAL NAO PROVIDO 1. Proferidas em voz alta e repetidas vezes, na presenga de indmeras pessoas, nomeadamente trabalhadores da fabrica em que trabalha a mulher do ofendido, as palavras "bnew filho da puta, cabrdo" tem um significado inequivocamente ofensivo da honra e consideragdo, 4 luz dos padrées médios de valoragio social, 2. O elemento subjectivo do crime de injitias basta-se com o dolo genérico em qualquer das suas modalidades: é suficionte que o agente aja conseiente de que a sua conduta é adequada a ofender a honra e consideragto de alguém, sem necessidade de qualquer dolo espectfico (animus injuriandi. 3. A violéncia suposta pela norma ineriminadora do erime de coaegfo esgota-se com 0 segmento da conduta do arguido cm que ele introduz um brago através da janela do veiculo conduzido pelo assistente e, empunhando um canivete e dizendo “cu mato-te, espeto-te a faca”, exige © consegue deste a entrega das respectivas chaves. 4. Neste contexto, as “injtirias” proferidas pelo arguido (que agiu para além da esfera de proteogdo conferida por esta norma) excedem os limites valorativos do tipo de coacgao, eneontrando-se estes crimes numa telagto de concurso efectivo de infracgécs. ACORDAM, em audiéncia, na 3* Secgtio Criminal do Tribunal da Relagdo de Lisboa. L 1, Em Proceso Comum (singular) do 1° Juizo do Tribunal Judicial de Peniche, foi proferida sentenga, condenado o arguido L...: a) Pola prética de um crime de coacgdio, p. ¢ p, pelos arts, 154°, n° 1, CP (1), na pena de 120 dias de multa, & taxa didria de € 6,00; ') Pela pratiea de um crime de injirias, p. ¢ p. pelos arts. 181°, n° 1, CP, na pena de 40 dias de multa, A mesma taxa didria; ¢) Em cttmulo juridico, na pena tinica de 145 dias de multa, a mesma taxa didtia de € 6,00; 4) A pagar ao assistente P... a quantia de € 950,00, acrescida de juros de mora, & taxa anual de 4%, desde a notificago do pedido civel ¢ até integral pagamento, a titulo de indemnizagio por danos nfo patrimoniais (2), 2, Inconformado com a decisio, dela interpds recurso o arguido, o qual, na stia motivagio, concluindo, sustenta, em sintese: ~ A fundamentagao da decisiio de facto é nula, uma vez. que na mesma se referem duas testemunhas que “no existem nos autos” — questo cuja apreciagdo se encontra prejudicada, em face do despacho proferido a fls. 150, rectificando o lapso de escrita relativo ao nome das testemunhas; - Nao se encontram verificados os elementos tipicos do crime de injtirias, tendo em conta, nomeadamente, que o arguido no agiu com animus injuriandi; ~ O crime de injirias encontra-se consumido pelo de coacgio; ~ As penas aplicadas ~ tal como a indemnizagio arbitrada ~ sto excessivas; - Da sentenga consta “custas ofveis a cargo do demandado (...) na proporgtio do respectivo decaimento” quando “quem deverd ser responsabilizado pelas custas na proporgao do decaimento serd o assistente, que peticionou €2500,00". 3. Respondeu o Digno Magistrado do Ministério Piblico, pronuneiando-se no sentido do parcial provimento do recurso (também entende que o crime de injtirias se encontra consumido pelo de coacgfo). 4, Colhidos os vistos, cumpre decidir. n. 6. Com relevancia para a decisiio do presente recurso, consideraram-se provados no acérdio recorrido os seguintes factos: 1. No dia 05 de Janeiro de 2004, cerca das 16:50 horas, 0 arguido L... encontrava-se Junto és instalagées da firma"...", sitas em Peniche, munido de um canivete de 10 cm, & espera do assistente P... 2. Nesse momento, 0 assistente P... estava a chegar junto as referidas instalagdes, conduzindo o veiculo da marca Opel, modelo Corsa, matricula 00-00-00, onde transportava F-.. (cOnjuge do assistente) até ao local de trabatho desta, 3. No momento em que o assistente parou, ¢ quando esie ainda se encontrava dentro da viatura que conducia, o arguido aproximow-se da referida viatura pelo lado do condutor. 4. Chegou junto do assistente P..., 0 arguido introduziu 0 brago esquerdo através da janela da porta do condutor, que se encontrava parcialmente aberta, empunhando 0 referido canivete na méo esquerda, dizendo-Ihe que the fizesse entrega das chaves do veiculo, enquanio proferia, alto e bom som, as seguintes frases "eu mato-te, espeto-te a faca", "dé cd a chave do carro", "meu filho da puta, cabrio" 5. Conseguindo imobilizar desta forma o assistente, 0 arguido retirou as chaves da igni¢do com a sua mao direita. 6. E de seguida, furou os quatro pneus da viatura com o aludido canivete, 7.A referida actuagdo provocou no assistente P... receio pela sua integridade fisica, diminuindo-Ihe ainda a sua liberdade de determinagito, 8. Tais expressdes foram proferidas em vor alta pelo arguido, repetidas vezes, em voz alia, na presenga de imimeras pessoas que se encontravam junto das instalagées da"... entre as quais se encontravam trabathadores desta fébrica, na mudanga do turno. 9. Ao agir da forma supra descrita, o arguido pretendia gerar no assistente P... receio pela sua integridade fisica, bem como, diminuir-Ihe a sua liberdade de determinagéio, de forma a conseguir obter acesso as chaves da viatura, o que consegui 10. O arguido agiu com o intuito de atingir e ofender o assistente na sua honra, consideragao ¢ bom-nome. 11, Em cada uma das ocasides o arguido agiu de forma livre e consciente, bem sabendo gue a actuagito, acima deserita, Ihe estava vedada por lei. 12. As expresses mencionadas foram proferidas na presenca da sua esposa e da sua filha de 6 anos de idade, junto ds instalagbes da "..", onde trabalha a sua esposa, 13. Os factos acima descriios provocaram pénico e inquietagdo rio demandante P..., que se sentiu receoso ¢ amedrontado, desgostoso, angustiado, deprimido, humithado e envergonhado, 14, A sua fitha de seis anos de idade encontrava-se presente no banco de trés da viatura acima mencionada e comegou a chorar 15. O demandante é pessoa educada e sensivel, bem conceituado no meio onde vive, respeitador e respeitado por todos. 16, 0 arguido ndo tem antecedentes criminais por factos praticados nos tiltimos cinco anos. 17, Aié ao dia da prética dos factos acima descritos, o assistente trabalhava para o arguido, como motorista de pesados, conduzindo diversos camides. 18. No dia dos factos, o arguido decidiu ir esperar o assistente para junto da"..", porque sabia que este ali se ia dirigir para levar a sua esposa, com a finalidade de tirar satisfacdes do assistente, porque este ndo cumpriu a sua tarefa de levar um camido ao seu destino ¢ ter provocado avaria no mesmo, bem como, por ter de Id retirado um Arigorifico, sem autorizagéo, como forma de pressionar o arguido a pagar ao as determinadas guantias a titulo de vencimento e subsidios que the eram devido: 19. O arguido L.... & respeitado e respeitador no meio onde vive e trabalha, 20. O arguido L... & dono de empresa de transportes denominada ... Aufere quantia ndo inferior a € 550,00, E dono de uma vivenda. Possui 0 11.° ano de escolaridade. m. (a) ~ Se se encontram verificados os elementos tipicos do crime de injiirias. 7. No contexto em que foram proferidas ~ em voz alta ¢ repetidas vezes, na presenga de indmeras pessoas que se encontravam junto das instalagdes da ".,.", entre as quais trabalhadores desta fabrica—as palavras "meu filho da puta, cabrio", pelo arguido dirigidas ao assistente, tém um significado inequivocamente ofensivo da honra ¢ consideragiio, a luz dos paces médios de valoragfo social Como se sabe, é hoje geralmente entendido pela nossa jurisprudéncia que para integrar 0 elemento subjectivo do crime de injirias basta o dolo genérico em qualquer das suas modalidades: é suficiente que o agente aja conseiente de que a sua conduta é adequada a ofender a honra e consideragiio de alguém, sem necessidade de qualquer dolo especifico (aninus injuriandi), Nao obstante, 0 certo é que no caso dos autos até se provou que o arguido agiu com 0 intuito de atingir e ofender o assistente na sua honra, consideragso e bom-nome. Em face dos factos provados ~ que cabalmente integram, objectiva e subjectivamente, 0 tipo legal do crime em anélise -, é indiscutivel, pois, o enquadramento juridico-penal constante da decisto recortida, (b) -Se o crime de injarias se encontra consumido pelo de coacgito. 8. "O mimero de crimes determina-se pelo mimero de tipos de crime efectivamente cometidos, ou pelo mimero de vezes que o mesino tipo de crime for preenchido pela conduta do agente" — art. 30°, n. 1, do Cédigo Penal, Como se sabe, por vezes sto formalmente violados varios preceitos ineriminadores (ou & varias vezes violado 0 mesmo), sem que dai advenha um concurso efeetivo de infracgées: € 0 que acontece “quando se dé a convergéncia, sobre una mesma situagdo de facto, de uma pluralidade normas incriminadoras prima facie, potencial, formal ou aparentemente aplicdveis mas relativamente é qual se vem a concluir que apenas uma real ou efectivamente se the aplica, excluindo a aplicacio das demais” (3). Expecialidade, consungéo e subsidiariedade sto os ts tipos de concurso aparente mais frequentemente apontados pela doutrina, Classificagio de valor apenas tendencial, uma vez. que ~ em especial no tocante aos dois liltimos conceitos ~ sto frequentes as situagdes em que os diferentes autores qualifieam diferentemente as hipéteses mais caracteristicas (4), nfio faltando mesmo quem, pura e simplesmente, renuncie (talvez bem) A distingdo entre subsidiariedade e consungaio, como Hochmayr (5) ou, entre nds, Eduardo Correia, autor que, negando qualquer utilidade a figura da subsidiariedade, sustenta que “o afastamento da eftcdcia de uma norma em virtude da aplicagao de outra é (...) justamente o efeito das relagdes de especialidade e consungéio” (6). 9, Frequentemente, como nota Taipa de Carvalho (7), 0 crime de coacego consome os de ameaga, ofensa a integridade fisica simples ou dano, pese embora a diyersidade dos bens juridicos tutelados por cada um deles. Compreende-se que assim seja, uma vez. que, existindo entre dois tipos criminais uma relagio de meio-fim (; um.facto previsto como crime é concretamente meio para cometer outro crime), deve considerar-se que a norma atinente ao crime-fim consome a protecgaio visada pela outra, verifieado que osteja um requisito complementar de contornos néo faceis de precisar Segundo Robin de Andrade, nestes casos, "é preciso que 0 meio adoptado seja pressuposto tacitamente pelo legislador como meio normal da perpetragdo do segundo crime, de maneira que a sua repressdo se possa considerar como compreendida no espirito da disposigdo penal que prevé e pune 0 segundo crime” (8). Mas ~ para evitar as indesejaveis distorgées ¢ os casufsmos aleatérios em face dos quais, pertinentemente, Luis Duarte D'Almeida manifesta a sua perplexidade (9) ~ parece que 0 critério assim proposto carece de alguma densificago adicional. Ou seja: 0s tipos criminais em confronto deverdo ser sempre rigorosamente analisados, tendo em vista aferir da existéncia de uma objectiva sobreposig&o (parcial) dos respectivos elementos t{picos — de tal forma que um ou mais elementos tipicamente previsto na norma prevalecente esgotem a valoragao e tutela inerente ao crime-meio — ou, no minimo, assegurar a inequfvoca presenga de uma relagiio de “mais e menos” entre os bens juridicos que protegem (10). 10. Quanto ao caso dos autos: Os bens juridicos tutelados pelos tipos legais dos crimes de coacgdo e de injiirias sto distintos — a liberdade de decisdo ¢ de acgio (11) © a honra, respectivamente —, mas tal nao obstaria decisivamente, como vimos, a que entre eles se pudesse verificar uma relagéio de consungéo. A doutrina e a jurisprudéncia tendam hoje em dia a entender a “violencia” suposta no tipo legal do crime de coacg#o em sentido amplo, de forma a abranger também a violéncia psiquica (12). No limite, sero eventualmente configuraveis situagdes (excepeionais) em que meras injtrias possam earacterizar, s6 por si, tal conceito, sendo certo que tal “violéncia” tem sempre que ser adequada a constranger o ofendido, Seri o caso, por exemplo, de alguém que reiteradamente “insulta” um familiar debilitado tendo em vista coagi-lo a abandonar a casa em que coabitam, Uma coisa € certa: Jn casu, a0 injuriar o assistente, o arguido agiu para além da medida de violéncia naturalmente associada a pritica do crime de coacgao, como crime-fim: & patente que a violéncia suposta pela norma incriminadora da coacgao se esgota com 0 segmento da conduta do arguido em que ele introduz um brago através da janela do veieulo conduzido pelo assistente e, empunhando um canivete e dizendo "eu mato-te, espeto-te a faca” exige ¢ consegue deste a entrega das respectivas chaves. Vale por dizer que as “injirias” proferidas pelo arguido excedem os limites valorativos do tipo de coacgiio on, dizendo de outra forma, que o mesmo agiu para além da esfera de protecgdo conferida por esta norma. Em face das especificidades do caso om anélise, concluimos, pois, qué os crimes em causa se encontram numa relagio de concurso efectivo de infracgdes, (0) ~Se as penas aplicadas ¢ a indemnizagio arbitrada sto excessivas 11. A graduago da medida concreta da pena ¢ efectuada em fungiio da culpa do agente e das exigéncias de prevencao no caso conereto (art, 71°, n.° 1, ¢ 47°, n° 1), atendendo-se a todas as circunstincias que, néio fazendo parte do tipo de crime, deponham a favor ou contra ele (n.° 2). Nos termos do art. 40°, .° 1, a aplicagio de penas visa a protecgao de bens juridicos, entendida como tutela da crenga e confianga da comunidade na ordem juridico-penal (prevengdio geral positiva) a reintegragio do agente na sociedade (prevengao especial positiva). Especificamente, a taxa didria da pena de multa é fixada em fungéio da situagao econdmica e financeira do condenado ¢ dos seus encargos pessoais (art. 47°, n° 2). Ponderado v.g, 0 grau de ilicitude dos factos ¢ a intensidade da culpa (dolo) revelada pela conduta do arguido, no olvidando as exigéncias de prevengio e reprovagiio criminal, bem como os elementos provados relativos & sua personalidade e situagfio pessoal, hd que concluir que as penas aplicadas (as penas parcelares, bem como a pena tinica) nfo padecem de qualquer severidade (nmuito pelo contrétio...). 12, Quanto ao montante da indemnizagéio por danos no patrimoniais: «Na fixagiio da indemnizagao deve atender-se aos danos niio patrimoniais gravidade, meregam a tutela do direito» — art. 496°, n® 1, C. Civil, jue, pela sua O montante da indemnizagao serd fixado equitativamente pelo tribunal, tendo, em afengiio todas as circunsténcias do caso, nomeadamente, a gravidade da infrac¢ao, o dano material € moral por ela causado, a situagio sécio-econémica do ofendido e do infractor, os padres indemnizatérios geralmente adoptados na jurisprudéncia e as flutuagdes do valor da moeda [eft. arts. 494° e 496°, n° 3, do mesmo diploma]. “A indemnizagdo reveste, no caso dos danos néo patrimoniais uma natureza acentuadamente mista: por um lado, visa reparar, de algum modo, mais do que indemnizar, os danos sofridos pela pessoa lesada; por outro lado, néo the é estranha a ideia de reprovar ou castigar, no plano civilistico e com os meios préprios do direito privado, a conduta do agente” [A. Varela, Das Obrigagdes em Geral, I, 7 edigao, p. 602}. Ponderando todas as circunsténcias do caso conereto, designadamente a elevada gravidade da conduta do recorrente — que nada justifica —, 6 patente que a indemnizago em anilise se revela justa e equilibradamente fixada, 13, Por fim, refira-se ainda que, como é evidente, dizer — como na sentenga recorrida — “custas civeis a cargo do demandado (...) na proporgaio do respective decaimento” significa, precisamente, que demandante © demandado sfo responsiveis na proporgao do decaimento de cada um: ambos decairam. 14, Em face do exposto, negando provimento ao recurso, acorda-se em confirmar a sentenga recorrida, na sua totalidade, Condena-se o recorrente no pagamento da taxa dlc justiga de seis UCs ¢ na aegfo civil, em ambas as insténcias, na proporgo do vencido (o demandante, também na proporgio do seu decaimento, apenas suportard as custas atinentes a primeira instiincia, dado nio ter recorrido ou respondido ao recurso do arguido). Notifique. Processado ¢ revisto pelo 1° signatério, Lisboa, 12/7/2006 Mario Morgado Rodrigues Siméo Telo Lucas jue se cilarem sem mengo em contrério. (2).-0 pedido civel proceden parcialmente. (3).-José Lobo Moutinho, Da unidade & pluralidade de crimes no Direito Penal portugués, 653, (4).-Cft, Teresa Beleza, Direito Penal, I, 451. (5).-Citado por José Lobo Moutinho, ob, cit., 893. (6)-In A teoria do concurso em diteito criminal, 145. (ND Loe. cit., 367 ~ 368. (8),-Citado por Luis Duarte D’ Almeida, in O concurso de normas em Direito Penal, p. 65. (9).-Nomeadamente, a p. 69 ~ 71 da obra citada, refere este autor: “Cod Porque nito podem os dretos de aplicacto do direito em concreto estabelecer uma certa conexiio enstre crimes e pena que ndo tenha sido definida pelos drgdos legislativos, nunca poderia win juiz entender que a verificagio da aplicabilidade de enunciados tipicos néio conduciria a correspondente aplicagio de estatuicdes punitivas (...), a menos que isso decorresse de expressa previsio legal. ) A elaboracto doutrindria da “consumpedo” ndo se move jd pelos terrenos ldgico- formais em que seria posstvel afirmar que entre um e outro dos tipos em “concurso” se observaria uma “relagio” de plena “subordinagao” ou “incluso”; (...) antes ocorcerd, quando muito, “interferéncia”, Go) Para lé das objecedes de legatidade, nto se percebe por que haverd de propor-se a impunidade de uma parte da conduta do agente que o legislador tenha querido consequentemente relevar: na “consumpeao” (entendida de certa forma, se bem percebemos a Iogica do autor) fica injustificadamente por punir um desvalor, que nto € incluso no tipo a que se dé prevaléncia, Go) A doutrina da “consumpeto” (...), sem critérios sélidos, oferece as mais diversas solugdes para as mesmas constelacdes probleméticas; assim, quando o agente pratique un crime de falsificacto documental para posterior comissiio de um crime de burla, tanto se encontrard quem defenda punir-se s6.0 crime de burla (...) como quem defenda o exacto contrério, mandando punir a falsificagao”. (10).-Como refer Eduardo Correia, ob. cit., 130, “alguns bens jurtdicos sito formaios pela fusio de dois ow mais valores que jé varios preceitos penais protegem, outros resultam de se acrescentar um elemento novo ao valor ou bem juridico-doutro tipo, e outros ainda sao entre si diversos s6i porque exprimei no plano criminal a especifica significagto de diferentes formas ou graus da ofensa de um mesmo interesse ou valor (vg, crimes de perigo e de dano) ”. (11).-Cfi. Taipa de Carvalho, Codigo Conimbricense, I, 354, (12).-Taipa de Carvalho, loc. cit., 355,

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