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A MODA COMO MEIO DE ACEITAÇÃO NA SOCIEADE: UM

ESTUDO SOBRE AS INFLUÊNCIAS NO COMPORTAMENTO DO


CONSUMIDOR

Renata Oliveira Garcez


Chiara Machado Rodrigues

RESUMO: Este artigo tem por objetivo mostrar a moda e a beleza desde o século XX até os dias atuais,
onde é visado o comportamento do consumidor em relação às fases modais. Por ser um tema atual, o
comportamento do consumidor está se tornando significantemente preocupante onde o indivíduo cada vez
mais perde sua identidade buscando um biotipo que esteja de acordo com as tendências aceitas pela
sociedade, onde o ideal atual é ser magro, belo e bem vestido.

Palavras-Chave: Moda. Beleza. Comportamento do Consumidor

ABSTRACT: The objective of this article is should the fashion and the beauty since XX century as far as
the actually days, where the comportment of the customers in relation of fashion faces is vision. For to be
an actual team the comportment of the customers is making significantly preoccupant where the
individual every more lose your identity looking for a biotype steal of the deal whit the tendencies accepts
for the society, where the actual ideal the is slim, beauty and good dressing.

Key-Words: Fashion. Beauty. Comportment of the Customers

INTRODUÇÃO

O comportamento dos consumidores pode ser explicado pela necessidade de


expressar significados mediante a posse de produtos que comunicam à sociedade como
o indivíduo se percebe enquanto interagem com grupos sociais. A moda é um
dispositivo social, portanto o comportamento orientado pela moda é fenômeno do
comportamento humano generalizado e está presente na sua interação com o mundo.

Muitos fatores humanos ajudam a explicar por que pessoas são motivadas para
estar na moda, tais como conformidade social, busca da variedade, criatividade pessoal
e atração sexual. Segundo Solomon (2002), estes consumidores têm necessidade de ser
únicos, querem ser diferentes, mas não tão diferentes assim que percam a sua identidade
social.

O segmento de moda é, sem dúvida nenhuma, o segmento de mercado mais


interessado nas novas tendências que surgem da inesgotável capacidade criativa do ser
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humano. Porém, algo que chamou atenção sobre o tema proposto é que, o que impera
hoje, é uma magreza extrema. Esta é a causa principal de enfermidades que ganham
cada vez mais importância na adolescência: a anorexia nervosa e a bulimia. Isto tem
contribuído para o aparecimento de uma preocupação excessiva com a forma e peso do
corpo, predispondo os indivíduos a se sentirem insatisfeitos com a sua aparência e a
adotarem comportamentos e atitudes negativas em relação a si mesmo, interferindo no
seu bem estar físico e psicológico.

MODE A E BELEZA ATRAVÉS DOS TEMPOS

Por milhares de anos, os seres humanos vem se comunicando usando várias


linguagens, além da verbal e escrita. Observando como uma pessoa está vestida, é
possível saber seu sexo, idade, classe social, e obter informações em relação ao seu
trabalho, personalidade, opiniões, estilo de vida, etc., o modo de se vestir possui uma
linguagem própria: a moda.

A partir do Renascimento, quando as cidades se expandem e a vida das cortes se


organiza, se acentua na Europa o interesse pela indumentária e se aceleram as
mudanças. A moda francesa começa a ter uma singular importância, atingindo as
camadas da elite européia. Com o início da atuação da democracia no século XIX, a
moda se espalha por todas classes sociais da população, e a competição acelera a
variação dos estilos.

No início da República, no Rio de Janeiro, a renda da cidade provinha


basicamente do comércio. Toda roupa usada pelas pessoas de posse era importada, a
elegância vencia o conforto, pois a moda européia era concebida para um clima frio,
diferente do clima tropical brasileiro. A classe média começa ver a elite vestindo-se
elegantemente nos cafés, óperas e eventos sociais, e procura por roupas similares a
preços populares. Quando as camadas mais baixas da sociedade começavam a usar
leques das mesmas cores das senhoras da elite, estas imediatamente descartavam tais
peças de seus guarda-roupas. Desde então a moda é elitista perante as classes sociais.

Com a aproximação do século XX, a mulher começa a ter mais liberdade e a


freqüentar mais lugares públicos atentas aos figurinos parisienses. Segundo Schimid
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(2004), é com a Primeira Guerra Mundial que se desenvolve realmente a produção têxtil
nacional, já que até então a elite brasileira considerava que somente os tecidos
importados tinham qualidade e eram dignos de serem usados. As importações cessaram
com o conflito na Europa e no Brasil. Para suprir a lacuna dos tecidos, começa-se a
fazer moda com o que tem fabricado em seu próprio território.

A carestia provocada pela Crise do Café e o Crack da Bolsa de Valores de New


York em 1929, com a grande depressão, o desemprego e a redução dos salários,
transformam a moda. Com a crise, ninguém podia gastar comprando jóias. E a partir daí
cresce o uso de bijuterias. A recessão obrigou a mulher, principalmente da classe média
baixa, a transformar-se em assalariada. Surgem assim, as primeiras telefonistas,
enfermeiras, datilógrafas, secretárias, etc., mulheres que tinham que aliar seu trabalho
ao seu jeito de vestir.

Segundo Schimid (2004), a Segunda Guerra Mundial fez o Brasil começar a


confeccionar peças prontas para o varejo de vestuário. É o início da confecção de
vestuário em grande escala, fora do âmbito das costureiras e modistas. As peças eram
levadas para costureiras contratadas, que montavam e costuravam as peças que mais
tarde estariam nas lojas.

O País seguiu o padrão internacional da moda até o final da década de 50,


quando a moda no Brasil era ocupação dos ateliês. Senhoras de classe média sempre
tinham no guarda-roupa um vestido parisiense para alguma ocasião especial ou um
tecido importado.

No início da década de 60, as mulheres ainda não usavam calça comprida no


trabalho, mas o estilo formal já havia ficado para traz, na década de 50. A juventude
mudou o visual motivado pelos Beatles e pelo Rock. O jovem não queria ser elegante,
queria mudar o mundo a partir da própria aparência. Enquanto a moda feminina nos
anos 60 aflorava, a moda masculina era praticamente nula, não saída do estilo clássico e
elegante.

Nos anos 70, a juventude encontrava-se dividida entre o engajamento político e


a Era do sexo, drogas e Rock’n’Roll. A filosofia hippie espalhou-se no mundo da moda
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da década de 70. A moda despontou para as batas indianas, calças saint-tropez e bocas-
de-sino. A moda se torna unissex, ninguém mais procura costureiras e não prova roupas
sob medida, abrindo caminho para pequenas indústrias e o deslanchar do prêt-à-porter.
Na moda praia, começou a ser adotado o biquíni com cintura saint-tropez européia, a
partir dele foi lançada a tanga, primeira peça de vestuário 100% brasileira.

Nos anos 80, o mundo passou a adotar um estilo executivo de ser. Era a filosofia
yuppie, onde a moda era composta de ombreiras e taillers. A inspiração vem de
Manhattan (New York), com esta nova filosofia as mulheres passam a usar perfumes
masculinos, e com uma geração individualista e vazia de ideais surge um novo
modismo até então inexistente: o culto ao corpo.

A moda lançada nos anos 80 era o sportwear. Agasalhos, leggings, moletons,


etc., que tornou fazer parte do vestuário no dia-dia. As grandes grifes dos anos 80,
estavam em peso nos shoppings onde eram oferecidos atrativos como ar-condicionado,
estacionamento e opções de lanches entre uma compra ou outra. Isto fez com que a
década de 80 fosse os anos das redes de lojas.

A década de 90 visou um País mais aberto aos mercados internacionais, onde


surgia a globalização. O consumidor passou a viajar mais para o exterior, e exigia mais
tecnologia aliada aos produtos de consumo de moda. Um exemplo claro está nos tênis,
que se tornaram mais sofisticados, existindo um modelo para cada tipo de atividades e
esportes. Nesta década as mulheres resgatam o vestido, uma peça que andava meio
esquecida no guarda-roupa.

Surge a MTV no Brasil, e o estilo dos VJs são inspirados em astros de rock do
estilo grunge. Nas passarelas, o padrão andrógeno impera. As multimarcas apostam nas
importações de marcas estrangeiras, apresentadas em departamentos ou em cornes
ancorados em enormes boutiques, com ambientação de sala de estar e pequenos cafés.

O século XXI, traz uma preocupação ecológica na maneira de vestir, que já


vinha surgindo desde o final da última década. As próprias grifes usam a temática de
esportes ligados à natureza, fabricados com produtos advindos da Amazônia.
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Os fenômenos culturais modais, como calças de cintura baixa (as saint tropez
dos anos 60); mini blusas; batas indianas (muito usadas nos anos 70); as leggins com
vestidos largos (um revival dos anos 80) e muitas outras são encontrados nas ruas,
subúrbios, bailes, etc., e vão para as vitrines das lojas de varejo de vestuário.

Portanto, como pode-se observar, nossa sociedade nos últimos 40 anos passou
por grandes mudanças culturais que alteraram comportamentos e hábitos, o que
repercutiu diretamente na moda e nos conceitos de beleza.

O PROCESSO DE IMITAÇÃO DE MODA E SUAS INFLUÊNCIAS

As tendências de moda são lançadas primeiramente por uma classe de


vanguarda. Quando uma adolescente amarra o casaco do uniforme do colégio de
maneira diferente, e é imitada pelas outras colegas de classe, fica estabelecido ali um
início de processo de imitação de moda.

O processo de midiatização da moda contribui para difundir as várias tendências


de roupas, cores, cortes e acessórios que convivem numa determinada estação, ao
mesmo tempo em que tem parte na difusão de modelos de aparência e comportamento,
a mídia passa a ser tomada como referência na dinâmica social.

O CONSUMIDOR E A MODA

O comportamento do consumidor é o principal elemento para sustentação de


toda a atividade mercadológica realizada com o intuito de desenvolver, promover e
vender produtos. Para otimizar a eficácia e a eficiência das atividades de marketing é
preciso procurar entender como os consumidores tomam suas decisões para adquirir ou
utilizar os produtos.

Para isso, uma das principais ferramentas a ser utilizadas é a pesquisa. Através
da pesquisa sobre o comportamento do consumidor é possível compreender como as
pessoas selecionam, compram e descartam suas necessidades e desejos. Conhecendo o
comportamento de seus consumidores, as empresas podem ter informações que
auxiliam os tomadores de decisões organizacionais a estruturar com maior eficácia o
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lançamento e desenvolvimento de novos produtos no mercado. Vários fatores podem


influenciar o comportamento humano, como os fatores culturais, sociais, pessoais e
psicológicos.

A maneira como o indivíduo realmente age é influenciado pela percepção que


ele tem da situação. A percepção é o processo por meio do qual uma pessoa seleciona,
organiza e interpreta as informações recebidas para criar uma necessidade de compra.
Também é comum encontrar pessoas com desvios de comportamento de compra, O
vício de consumir é uma dependência psicológica de produtos ou serviços como
exemplo, o consumidor compulsivo onde mostra uma patologia tão grave quanto à
drogadicção e o alcoolismo.

Segundo Kanuk & Schiffman (2000, p. 69) “os indivíduos possuem


necessidades as quais devem ser satisfeita obedecendo a uma hierarquia, a chamada
Hierarquia das Necessidades de Maslow”. Conforme os autores, Abraham Maslow
estudou profundamente através da psicologia clínica e identificou as necessidades cinco
níveis os quais existem uma ordem de importância de necessidades, onde cada
indivíduo passa por satisfações que envolvem as necessidades primárias que depois de
serem alcançadas originam as necessidades secundárias.

Segundo Guimarães (2008), o estudo de Maslow ajuda a compreender melhor o


comportamento dos consumidores principalmente quando a intenção é estudar melhor
como segmentar e posicionar os produtos e/ou serviços ao mercado-alvo definido pelas
organizações. Maslow construiu uma teoria na qual as necessidades humanas podem ser
hierarquizadas. Segundo a teoria de Maslow, as necessidades humanas podem ser
agrupadas em cinco níveis:

• Necessidades Fisiológicas: São as necessidades mais básicas, mais físicas


(água, comida, ar, sexo, etc.) Quando não temos estas necessidades satisfeitas
ficamos mal, com desconforto, irritação, medo, doentes. Uma vez satisfeitas
essas necessidades nós abandonamos estas preocupações e passamos a nos
preocupar com outras coisas.
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• Necessidades de Segurança: No mundo em que vivemos procuramos fugir dos


perigos, buscamos por abrigo, segurança, proteção, estabilidade e continuidade.
As necessidades de segurança surgem na medida em que as necessidades
fisiológicas estejam razoavelmente satisfeitas. Todo ser humano necessita de
abrigo e proteção para o corpo e de manutenção de uma vida confortável.
• Necessidades Sociais: O ser humano tem a necessidade de ser amado, querido
por outros, de ser aceito por outros. Queremos nos sentir necessários as outras
pessoas ou grupos de pessoas. Esse agrupamento de pessoas pode ser no local de
trabalho, na igreja, na família, no clube, na torcida. Todos estes agrupamentos
fazem com que tenhamos a sensação de pertencer a um grupo.
• Necessidades de Status ou Estima: O ser humano busca ser competente,
alcançar objetivos, obter aprovação e ganhar reconhecimento. Existem dois tipos
de estima: a auto-estima e a hetero-estima. A auto-estima é derivada da
proficiência e competência em ser a pessoa que se é, é gostar de si e dar valor a
si próprio. Já a hetero-estima é o reconhecimento e a atenção que se recebe das
outras pessoas. Segundo Maslow, a satisfação desta necessidade gera
sentimentos de auto-confiança, de valor, de capacidade e sentimento de
utilidade. Sua frustração leva a sentimentos de inferioridade, fraqueza e
desamparo.
• Necessidades de Auto-realização: O ser humano busca sua realização como
pessoa, a demonstração prática da realização permitida é alavancada pelo seu
potencial único. As necessidades de auto-realização são necessidades de
crescimento e revelam uma tendência de todo ser humano em realizar
plenamente o seu potencial. O aparecimento desta necessidade supõe que as
anteriores estejam satisfeitas. Diferentemente das outras necessidades, a
necessidade de auto-realização não se extingue pela plena saciação. Quanto
maior for a satisfação experimentada por uma pessoa, tanto maior e mais
importante parecerá a necessidade.

Guimarães (2008), descreve que a Teoria Motivacional de Maslow possibilita a


compreensão do ser humano e de suas necessidades Para a realização de tal potencial,
condições prévias são fundamentais como consideração, respeito, transparência,
liberdade de auto-expressão, justiça, etc.
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PRESSÕES CULTURAIS E SOCIAIS

A influência da cultura e da sociedade sobre o comportamento das pessoas, que


reflete no seu modo de consumir é hoje extremamente reconhecida e a maior parte das
abordagens avançadas sobre o comportamento do consumidor integra, de uma forma ou
de outra, o fator cultural e social. Esse desenvolvimento foi sustentado e ampliado pela
indústria publicitária, que ensina a querer coisas e orienta com relação ao que deve-se
querer. É permitido acreditar que as necessidades humanas mais profundas podem ser
atendidas mediante a aquisição de novas posses.

Os publicitários não são pessoas que particularmente se dedicam a iludir e


enganar o indivíduo. Eles simplesmente oferecem imagens sedutoras. As imagens
podem ampliar e estender as fantasias e desejos individuais, mas não os criam do nada.
A criação da imagem pessoal, por essa razão, torna-se enormemente importante – até a
coisa mais importante da vida.

Neste contexto, as mulheres são os alvos preferidos de anúncios publicitários e


outros apelos de vendas. Em seu livro, Meira & Oliveira, escrevem sobre o mercado de
“salto alto” para exemplificar o crescimento do mercado feminino.
“Para as consumidoras do sexo feminino, que compram mais
vezes na vida, comparativamente aos homens, o processo de
decisão de compra é feito de forma mais racional e prazerosa.
Seu próprio poder de compra está aumentando.” (MEIRA &
OLIVEIRA, 2004, p. 381).

Há décadas que as roupas já não são compradas para satisfazer a necessidade


principal de estar decente e aquecido. Certamente, elas nunca foram compradas somente
para atender a esse propósito. Roupas são usadas para serem mostradas e refletirem algo
sobre a pessoa que está usando. Neste contexto, os detalhes das roupas se tornam
importantes – como a etiqueta, que nada tem a ver com a função das roupas e sim coma
criação da imagem.

Desde os anos 60, a mulher jovem e magra está associada à beleza, sucesso,
reconhecimento, aceitação e está presente nas principais imagens que apresentam-nos.
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A busca pela magreza acabou desencadeando transtornos alimentares, como a


anorexia nervosa e a bulimia. A anorexia nervosa segundo Buckroyd (2000), é uma
doença complexa, envolvendo componentes psicológicos, fisiológicos e sociais. A
anorexia nervosa afeta primariamente adolescentes do sexo feminino, jovens mulheres,
e alguns rapazes. Esta doença pode estar ligada a problemas de auto-imagem, dismorfia
e dificuldade em ser aceito pelo grupo.

Segundo Buckroyd (2000), a bulimia caracteriza-se por apresentar episódios


decorrentes de ingestão de comida em excesso, e desperta na pessoa o sentimento de
falta de controle sobre o comportamento alimentar durante os excessos alimentares. Isto
acaba por induzir a pessoa ao emprego regular da auto-indução do vômito, ao uso de
laxantes ou diuréticos, etc. Assim como a anorexia, a bulimia geralmente ocorre na
adolescência, predominantemente nas mulheres.

A busca por uma identidade única é um dos problemas que adolescentes


freqüentemente encaram, desafiando autoridades e regras como um caminho para se
estabelecerem como indivíduos. A questão estética deixa, de ser harmônica e passa a ser
imposição, o que pode levá-los a cometerem incoerências em busca da imagem perfeita.

METODOLOGIA

Após o referencial teórico objetivando fazer uma análise crítica acerca da


história da moda e sua influência no comportamento do consumidor, desenvolveram-se
estudos exploratórios, realizados a partir de dados secundários, conversas informais
com pessoas especializada no assunto e estudos de casos já realizados, o que auxiliou a
pesquisadora a conhecer melhor o objeto em estudo. Em seguida, foi realizado um
estudo descritivo estatístico, buscando analisar quantitativamente as respostas obtidas
dos entrevistados, interpretando através de médias e porcentuais.

Para a coleta de dados, optou-se pela utilização do inquérito ou contato pessoal.


A escolha pelos dois métodos possibilitou a participação de pessoas de várias cidades
além de Pelotas (cidade onde a maioria das entrevistas foram realizadas). Foi aplicado
um questionário como instrumento de coleta de dados, para uma amostra de 164
pessoas. A amostra escolhida foi a não probabilística por conveniência, visto que os
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elementos participantes foram selecionados de acordo com a conveniência da


pesquisadora.

Algo a ser considerado é que 62,79% dos entrevistados assinalaram no


questionário aplicado que mudariam o abdômen (dentre as demais alternativas). Destes,
93,84% foram homens, isto mostra que os homens também estão preocupados com sua
aparência perante os demais. Mais recentemente a medida isolada da circunferência da
cintura tem mostrado ser suficiente para estabelecer risco de doenças coronarianas,
sendo considerados os limites normais da circunferência. A solução para a diminuição
da circunferência abdominal consiste em vários fatores, os quais envolve uma mudança
fundamental no cotidiano do indivíduo. Tais quais são citadas dietas, controle hormonal
e exercício físicos. Enfim, se a obsessão pelo famoso abdominal “tanque” prosseguir,
haverá benefícios na saúde e qualidade de vida da população geral, devido inicialmente
a uma preocupação estética.

É o paradoxo de nossa sociedade, uma preocupação freqüente com a estética,


esquecendo que um rosto jovem e um corpo atlético passa primeiramente pela qualidade
de vida do cotidiano. Talvez por estes aspectos, a maioria das respostas obtidas nesta
questão foi “abdômen”.

Quando os entrevistados foram questionados sobre o peso ideal para seu biotipo
a diferença entre as respostas foi pouca, com 53,40% considerando-se no peso ideal, e
46,94% insatisfeitos com seu peso. Isto demonstrou um equilíbrio entre as respostas,
tanto entre mulheres quanto homens. Porém, comparados individualmente, as mulheres
com um porcentual de 30,48% estão mais insatisfeitas com seu peso considerado ideal
para seu biotipo. e 28,12% homens, mostrando uma pequena variável entre ambos
sexos.

Ao perguntar aos entrevistados se estes compram em lojas de “grifes”, 46,33%


responderam que as vezes, sendo que a maioria dos entrevistados (53,03%) não esperam
lojas entrarem em liquidação. Destes, 33,53% são homens já que na maioria das vezes,
mães, esposas, namoradas compram suas roupas e acessórios. Os entrevistados
acreditam que o uso de “grifes” interferem nas relações interpessoais, com um
porcentual de 48,78%. Este tema cada vez mais chama a atenção de empresas, que
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buscam pesquisar sobre esta relação de consumo de grifes versus aceitação social,
principalmente entre os jovens.

Neste momento apoiando-se em Guimarães (2008), que cita a teoria de Maslow


sobre a Hierarquia das Necessidades possibilita compreender os fatores psicológicos
que interferem em todo processo de compra desde o reconhecimento de uma
necessidade até a decisão e avaliação no pós compra e, não só no reconhecimento de
necessidades. Portanto, mais do que atender a uma necessidade, um produto ou serviço
deve buscar não só a satisfação do cliente, de suas necessidades e desejos, mas
superando dessa maneira, dar mais valor a ele. E é exatamente o que os produtos
oferecidos ao público jovem buscam: criar valor

O fato de os jovens serem bombardeados pela mídia reflete também nas


respostas dos entrevistados na pesquisa realizada. A maior parte dos entrevistados
acham que a mídia impõem as jovens a magreza excessiva com um porcentual de
54,26%. Pode-se constatar que a mídia superestima o magro como se esta condição
fosse a única saída para uma vida feliz, cheia de sucesso e grandes conquistas tanto
amorosas quanto profissionais. As mídias disseminam a imagem do padrão ideal de
beleza, e o que se percebe é que esses meios de comunicação em massa parecem exercer
uma influência tão forte no imaginário coletivo que basta se veicular algum tipo de idéia
ou modelo a ser seguido que em pouco tempo, numa espécie de “persuasão em massa”,
a grande parcela da sociedade parte em busca da “coletividade”.

Segundo o que foi analisado, pode ser constatado que a maioria dos
entrevistados não suprem seus sentimentos consumindo quando não estão em um bom
momento, com um porcentual de 57,30%. A diferença de porcentagem entre homens e
mulheres é muito baixo. Porém, é importante considerar que 42% dos entrevistados
assinalaram que suprem seus sentimentos consumindo, um número considerável de
pessoas. As pessoas que compram para suprir seus sentimentos geralmente buscam um
alívio para sensações de carência e ansiedade, e o mal-estar é provisoriamente
apaziguado com o comportamento de consumo.

O indivíduo vêm procurando cada vez mais novas formas de ser único. Mas ao
se deparar com a realidade este acaba por perder sua personalidade e confiança, tanto
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físicas quanto emocionais devido à grande massificação industrial e publicitária, onde


esquece seu ideal inicial e acaba rendendo-se ao grande apelo da mídia, tornando-se
mais um entre tantos outros iguais dentro da sociedade.

CONCLUSÕES FINAIS

Este artigo buscou abordar teoricamente em um primeiro momento a beleza, a


moda e sua evolução desde o início do século XX até os dias atuais. Após, foi embasado
o processo de imitação de moda onde foi mostrado pessoas buscando seguir padrões
visando a aceitação da sociedade, onde este processo foi analisado através da moda e da
mídia.

O comportamento do consumidor mostra a busca do ser humano pela satisfação


de suas necessidades, onde esta exaltação pode ser levada a extremos. Partindo deste
momento, o comportamento do consumidor manifesta a sua complexidade onde a busca
constante do ser humano pela satisfação de suas necessidades tornam-se totalmente
plenas se o indivíduo for aceito como tal na sociedade em que vive, caso contrário
utilizará de todos recursos disponíveis para esta aceitação.

A influência da cultura e da sociedade sobre o comportamento das pessoas que


refletem no seu modo de consumir, é hoje extremamente reconhecida e a maior parte
das abordagens avançadas sobre o comportamento do consumidor integra de uma forma
ou de outra, o fator cultural e social.

Pode-se afirmar que o final do século XX e o início do século XXI serão


lembrados como o momento em que o culto ao corpo se tornou uma verdadeira
obsessão devido às transformações globais que o indivíduo vem passando através do
tempo. O comportamento do consumidor é estudado por diversas áreas, pois as
empresas precisam entender melhor como seus atuais e potenciais consumidores
pensam, trabalham, se divertem, e como são influenciados por outros indivíduos e
grupos.

Considera-se que o estudo sobre este tema não esgotou neste trabalho. Muitos
estudos ainda deverão ser feitos sobre o tema, muitas coisas ainda poderão ser
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descobertas. Porém, espera-se que este trabalho possa estimular aos consumidores que
pensem e reflitam mais sobre seus hábitos de consumo e na repercussão destes hábitos
no ambiente em que vivem e influenciam.

REFERÊNCIAS:

ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – ABNT. Disponível em:


http://www.abnt.com.br Acesso em: 6 jun.2008.

BUCKROYD, Julia. Anorexia e Bulimia: esclarecendo dúvidas. São Paulo: Ágora,


2000.

GUIMARÃES, Costa Magali. Maslow e Marketing – Para Além da Hierarquia das


Necessidades. Disponível em www.portaldomarketing.com.br Acesso em 27/04/08.

MEIRA, P. R. e OLIVEIRA, R. L. T. Comportamento do cliente: princípios teóricos


e recentes pesquisas na área. Pelotas: Educat, 2004.

SCHIFFMAN, Leon G. KANUK, Leslie Lazar. Comportamento do Consumidor. Rio


de Janeiro: LTC, 2000.

SCHIMID, Érica. Marketing de Varejo de Moda: uma ênfase em médias empresas.


Rio de Janeiro: Qualitymark, 2004.

SOLOMON, R, Michael. Comportamento do Consumidor: comprando, possuindo e


sendo. Bookmam, 2002

Sobre as autoras:

Chiara Machado Rodrigues


Graduada em Secretariado Organizacional – Formação Trilíngüe pela UCPel -
Universidade Católica de Pelotas – RS, Pós-Graduada no Curso de Pós-Graduação
MBA em Gestão Empresarial pela UCPel - Universidade Católica de Pelotas – RS,
Trabalhos esporádicos na área jurídica na Empresa D&M Advogados Associados,
Pelotas – RS.

Renata Oliveira Garcez


Publicitária e Professora, Mestre em Educação pela UFPel, Especialista em Gestão de
Marketing pela ULBRA e em Sistemas de Informação para E-Business pela UCPel.
Professora do Programa de Pós-Graduação MBA em Administração e do Pós-
Graduação em Ciências da Comunicação da UCPel - Universidade Católica de Pelotas –
RS.

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