Você está na página 1de 24
20 _RECURSOS HiDRICOS ‘ € — gy 3 C7) ee ey Em areas de clevado risco geologico e climatolé- gico, como aquelas sujeitas a terremoros e vuleanismo, 1 agua subterrinea é uma reserva estratégica, uma vex que € menos vulnerivel aos eventos catastréficos que atingem as populagdes, Outro importante papel desempenhado pela gua subterrinea é sua descarga em cursos de égua superficial (fluxo de base), como tios ¢ lagos, o que permite a sua manutengao durante a época de seca. O fluxo de base pode chegar a totalidade da s épocas do ano, per mitindo a utilizacio desse recurso superficial para 08 mais diversos fins, incluindo a captagio para 0 abastecimento ou para a diluicio do esgoto nao, tratado lancado pelas cidades. O mesmo mecanis reas alagadicas, como mo garante a manutencio de brejos, pintanos, mangues € restingas, importantes Tabela 20.5 Padrao de potabilidade e classificagao dos corpos de 6qua considerando alguns compostos inorganicos e orgénicos de risco saude. Eos eres DO ee CC or] ‘Aménio (NH,) 0.01 0,02 0,02 é Arsénio (As) 05 0,05 0,05 0,05 Cédmio (Ca) 0,005 0,001 0,001 0,01 Cromo hexavalente (Ci) 0,05 0,05 0,05 0,05 : Cioneto (CN) 0,05 0.01 0.01 02 Fluoreto (F) 06-17 1A 14 14 Ferro (Fo) 08 : Chumbo (Po) 0,05 0,03 0,03 0,05 Merctrio (Ha) 0,001 0,0002 0,002 0,002 : Nitroto (NO,-N) 10 10 10 10 Peeters yd rere Cmte he Benzeno 10 Clorobenzeno OT Tetracloreto de carbone 3 Cloroiérmio 30 Pentaclorofencl 10 Clordono (total de is6meros) 03 DDT (¢iclorodifenilricloroetono) 1 PCBs 2,4 D (écido dicloro-fercxiacétice) ‘100 * Porta 36 do Ministerio do Sadde, dissolvidos totais e de O,Syg/L de fencis sintticos. 10 0,04 0,002 0,001 4 Cree Classe3 Classe 4 10 10 3 3 : 10 10 0,04 0,3 0,002 1 0,001 0,001 4 20 Comunidade Econémica Européia (1982) recomends 1Qug/L. de hidrocarbonetos 422 DeciFranpdo a Terra grande “planeta agua” esti pasando sede. E incrivel imaginar que atualmente dezenas de milhdes de pessoas vivam com menos de cinco litros de gua por dia em um planeta que possui 70% de sua superficie coberta por igus. E certo que a “hidrosfera aproveitivel” € suficiente para 0 abasteci- mento de ‘gua de toda a populacio da Terra, mas ela ¢ irregularmente distribuida. A agua como substancia, esti presente em toda parte, mas o recurso hidrico, entendido como um bem econémico ¢ que pode ser aproveitado pelo ser humano dentro de custos finan- zoviveis, é mais escasso, Cerca de 97,5% de toda a agua na Terra sio salga das, Menos de 2, ntre as calotas polares (68,9%), os agiiiferos (29.9%), tins € lagos (0,3%) e outros reservatérios (0,9%). Des doces ¢ estio distribuidas ta forma, apenas 1% da agua doce é um recurso aproveitivel pela humanidade, o que representa 0,007% de toda a agua do planeta. (O problema da escassez de Agua esté atingindo pro. porgdes alarmantes. Em 1972, a Conferéncia das Nagées Unidas sobre o Meio Ambiente em Estocol: mo ja prenunciava uma crise mundial da agua. Na década de 1990, 0 Comité de Recursos Natutais das Nagées Unidas confirmou que 80 paises, que repre BD Umidas BFios rR <. a Swe Ra Ng i i BB Semiaridas a¢ ‘> . Wi svb-smidas + sentavam 40% da populagio mundial, padeciam de grave caréncia de agua © que em muitos casos esta falta era um fator limitante para o desenvolvimento econdmico e social. A escassez dle Agua atinge hoje ais de 460 milhdes de pessoas. Se nao for alterado 0 estilo de vida da sociedade, um quarto da populagio mundial softer ste problema nas proximas décadas. A contaminagio da dgua vem ereseendo assusta doramente, sobretudo nas 2 eem grandes costel cidades em todo 0 mundo, Fornecer ig todos é 0 grande desafio da humanidade para os pré- sximos anos, A agua de boa qualidade pode reduzir a poravel para taxa de mortalidade e aumentar a expectativa de vida da populagio, Segundo a Organizacio Mundial da Satide, cerca de 4,6 milhdes de criangas de até 5 nos doenga relacio nada A ingestio de égua nio potavel, agravada pela fome € resultado da mé distribuigio econdmica de renda. A falta de higiene associada 4 escassez de Agua € gio conta: giosa que atinge a cérnea ¢ causa a cegueira, Fstima-se que meio bilhio de pessoas em paises pobres sofrem deste mal, O abastecimento de agua potivel eo sane amento ambiental poderiam reduzit em 75% as taxas de mortalidade e enfermidades da populagio. de idade morrem por ano de diarr causadora de doengas como tracoma, in| . aos Fig. 20.1 Distribuicao das regides secos e Umides no ploneto. Fonte: Nocées Unidas, 1997, “Visto oére0 do regido de mangues no Parque Nacional do Cabo Orange (AF). frm muitas stuacdes, a 6qua sublerrineo ¢ origem «parte dos compos de digua supercial. Por que dstingui-los, se $60 componentes do mesmo recurso? Foto: Zig Kach/Kino Arquivo Neste capitulo veremos a situagio dos recursos hidricos no Brasil e no mundo, sua disponibilidade, scu uso atual as perspectivas fururas. Especial ate sao seri dada & Agua subterrinea, & sua distribuigio © aos impactos causados pela atividade humana, inclu. indo a contaminagio € a extracio excessiva. 20.1 Abundancia e Distribuigio da Agua Doce no Planeta Aproximadamente 72.000 km'/ano de agua retornam a atmosfera por evapoteanspiracao, dos 119,000 km’/ano da precipitagio que eaem sobre os continentes (Cap. 7). Os 47.000 km /ano restantes de gua doce que citcalam pelo planeta, através do esco- COUR ete a amento superficial ¢ subterrineo representam 0 x= cedente hidrico, que é precipitado © 0 evapotranspirado, ¢ pode ser decom a diferenca entre o volume posto na escoamenta de gua superficial e subterrinea A abundancia de gua em uma regio é o resulta: do da interagio entre o clima ea fisiografia, O Atlas da desertif para o Meio Ambiente mostra io do Programa das Nacdes Unidas diferentes divisdes segundo a disponibilidade de umidade, desde hiper aridas até timidas (Fig, 20.1). As regiGes como América do Sul e Asia sio aquelas onde ha maiores porgoes de terras timidas, enquanto os maiores desertos encon: tram-se no norte da Africa € centro da Asia. Somente ‘na bacia do Amazonas fluem 16% da agua doce do planeta ¢ apenas a bacia do Congo-Zaire representa Tabela 20.1 Descarga dos rios dos paises mais ricos e mais pobres em agua do planeta. Deer mre Der Rr Peerrea Brasil 6.220 Risso 4.059 EUA (incluindo Alasco} 3.760 Conadés 3.290 China 2.800 Indonésia 2.530 Indios 1.850 Colombia 1,200 Peru 1.100 ‘Comunidade Econémica 171 Européia (15 paises) Europa Asio 32.200 Afiico 22.300 ‘América de Nore 18.300 América do Sul 28.400 Austrélio. @ Oceania 7.080 Antartica 2.310 Total 119.000 Fonte: Nagées Unidas, 1997 Mota 15 Gaza 46 Unido dos Emiredos Arabes 500 Libio 600 Singopure 600 Jerdério 680 lsroe! 750 Chipre 9700 Berenice (km?/ano) 18.100 17.700 10.100 16.200 4570 72.000 424 DeciFRANDO A TERRA tum tergo das drenagens de todos os rios alticanos (Tabela 20.1). As regides semi-fridas constituem 40% a superficie continental € somam apenas 2% do es coamento hidrico superficial. Nos 9 paises mais ricos em Agua, incluindo Brasil, Russia, E.U.A., Canada, Chi na, Indonésia, india, Colombia © Peru, estio concentrados 60% do total de igua doce do mundo, ou seja, um volume superior a 26,800 km'/ano, A Tabela 20.2 detalha o balango hidtico dos prin- cipais continentes, indicande \queles onde o exeedente hidrico € positive, A mi distribuigio dos recursos hidricos nao existe apenas espacialmente. Muitas vezes varias regi acometidas por grandes enchentes € em outra época do ano ha periodos de seca. O tempo de residéncia da sigua na superficie terrestre também acaba por li- mitar sua disponibilidade. Suécia ¢ Botswana recebem © primeiro possui um clima timido © outro semi-arido. A razao desta desigualdade esta nas altas taxas de evapotranspiracao ‘mesma precipitagio anual, m: distribui irregular da chuva no pais africano, 20.2 Demanda de Agua Segundo estatistcas recentes, estima-se que 9.000 kmi/ ano de fgua so acessiveis a0 consumo humano € cerca de 3.500 km® encontram-se armazenados em represas, somando um total de ficil acesso de 12.500 km /ano. O escoamento superficial total € de 47,000 km'/ano, mas a exploragio dos restantes 34.500 km'/ano € difieil, custo- sa ou pode causar impactos negativos ao meio ambiente. Atualmente, 6,500 km* de agua sio utilizados por ano pela sociedade para diversos fins, concentrando-se no uso predominantemente agricola, seguido pelo industri- al e urbano (Fig, 20.2) No século XX a demanda de égua aumentou em ais de seis vezes, superando em duas vezes 0 cresci mento populacional no periodo. O consume per capita do recurso aumen gcometricamente com a melhora da renda da sociedade. Enquanto um volume de 80 litros/dia € considerado suficiente para a manutencao de un pessoa em bons niveis de satide e higiene, a ‘om volume per ‘apita be 5,4 litros/dia, € um eidadio norte-americano populacio de Madagascar sobrevive usa quantidades superiores a 500 litros/dia, sobretu- do devido ao desperdicio. proprio crescimento populacional demanda um aumento na produgio agricola. Hoje, 2.600 km'/ano de gua sio utilizados nas lavouras em todo 0 mundo. 1000 km /ane eso 1950. 19601970 10801990000 =Total — indistia —Agicutura = Municipio Fig. 20.2 Uso mundial de agua por setores nos climes 60 ‘anos. Fonte: Nacdes Unides, 1997. © uso da irrigacio, juntamente com a introducio de espécies de alto rendimento, a utiliz tes e agrotéxicos, tem permitide um grande de fertilizan: s cule 17% das terras agricolas do mundo, a lavoura irrigada produz 35% da producio mundial de alimentos. A rendimento ¢ Embora ocupando somente necessidade cada vex maior de agua para a irrigag fez com que desde 1960 tenha hy de consumo de agua em mais de 60%. Dividindo-se globalmente a gua existente no pla ‘neta por toda a sua populacio, ndo haveria eseasse2 de Agua. Para 0 ano 2000, 0s aportes superficiais € subtertiineos de gua poderiam fornecer cerca de 6,50) m’/ano,pessoa, ou seja 6,5 vezes maior que a quanti dade minima considerada razoivel pelas Nagdes Unidas. Entretanto esses niimeros sio irreais, pois, além de cc ha efetivamente disponivel, do recurso hidrico ¢ da populagio no mundo, Consi Jerarem toda a gua de superficie € no aque io analisa a distribuigao derando mimero de pessoas em 1995, 0 uso per capita de Agua ¢ a classificagio em cinco niveis das Nasées Unidas, determinou-se o grau de caréncia de ‘agua dos paises (Fig, 20.3 ¢ Tabela 20.3) Nes vez que recentes estimativas indicam que aqui correm 53% da agua doce da América do Sul e 12° total mundial dos tios, ou seja, um toral de 1 cenario o Brasil é um pais privilegiado, uma 7.900 m’/s, Esta imer gua é resultado da quantidade de extensio territorial, somada ao regime climitico, pre dominantemente equatorial € tropica precipitacdes médias anuais de 1,000 a 3.000 mm/ timido, com ano em mais de 90% do territério. Capituto 20 * Recursos Hipricos 425 Proporgao do uso de dgua em ralagdo a sua disponibilidade > 40% Bi 20-40% 10-20% Dh <10% Fig. 20.3 Proporcée entre uso € disponibilidade hidrico no mundo. Fonte: Nagoes Unidas, 1997. Tabela 20.3 Clossificacéo de Margat (1997) dos paises segundo «a disponibilidade e uso per capita de agua em m'/ano.pessoa. Cee crers a Cor ae cry tency ey {<500) _(500-1,000) (1.000-2.000) (2.000-10.000) (10,000-100.000) (>100.000) Muito Baixo Bahamas, Quénio Etispio Gano, Nigéric, Angolo,indonésio, Gab6o (<100 Singapure Zoire Boixo Argélia Cabo Verde AIricado Sul, Chino, Etidpia _Austio, Bangladesh, Guiana (F) (100-500) LUbane, Polério, Bolivo, BRASIL, Somalia Colémbic, Venezuela Moderado E.Arobes, Belgica, Alemanho, Abbéiio, {sl6ndio (500-1.000) — Goza, Israel, Ucrénia Espanho, N.Zeléndio, Jordénia, Tunisia Fronga, idl, Russia Mexico, Peru, = Siri, Reino Unido Alto Axdbio, gto Paquistéo BUA, Argentino, (1.000-2.000) Soudito, ibia Filipinas, Ausiélia, Canad, = Mee Chile Muito Alto ELA rogue, Turquistéo, Sibério (2.000) (Beixo Colorado) EUA Colored) (ROssio) 426 DeciFRANDO A TERRA Tabela 20.4 Disponibilidade hidrica social e demandas por Estado no Brasil. rr emery Cueto) Rondénia 150,2 1,229,306 Acre 154,0 483.593 Amazonas 1,848,3 2.389.279 Reraima 372,3 247.131 Poré 1.1247 5.510.849 Amopé 196,0 379.459 Tocantins 122,8 1,048.642 Maranhéo 84,7 5.022.183 Piaui 248 2.673.085 Cearé 15,5 6.809.290 RiGronde do Norte 43 2.558.660 Paraiba 46 3.305.616 Pernambuco. 9.4 7:399.071 Alogoos 44 2.633,251 Sergipe 26 1.624020 Bohio 35,9 12.541.675 Minos Gerois 193,9 16.672.613 Espirito Sento 18.8 2.802.707 Rio de Janeiro 29,6 13:406.308 80 Paulo a9 34,119.10 Parond 1134 9.003.804 Sto. Caterina 62,0 4.875.244 R.Grande do Sul 190,0 9.634.688 Mato Grosso do Sul 69,7 1.927.834 ‘Malo Grosso 5223 2.235.832 Goids 283,9 4.514.967 Federal 28 1.821.946 BRASIL 5.6100 157.070.163, Fonte: Rebougas, 1994 ado Ama dos rios nacionais, seguida A maior bacia hidrografica brasileira zonas, com 72% da vazi das bacias do Parana (6,3%), Tocantins (6%), Parnaiba. Atkintico Norte Uruguai 2.5%), e Atlantico Sul ¢ So Francisco (ambas com 1,7%), © valor de disponibilidade hidrica social, ou seja, © total de agua da descarga continental, dividido pela 32 m'/hab/ano (Tabela 20.4). B, possivel notar que somente alguns Estados populacio no Brasil é de 35. do Nordeste apresentam uma disponibilidade hidvica considerada regular (1,000-2.000m' /hab/ano), pois os Cee eee orem erm erry Gene eo Te oo (m°/hab/ano) — (hab/km?) (m*/hab/ane) 1991 115.538 5,81 44 0,03 951.123 3,02 95 0,02 773,000 1,50 80 0,00 1.506.488 121 92 0,00 204.491 443 46 9,02 516.525, 2,33 6 0,01 116.952 3,66 16.226 15,89 61 0,35 9.185 10,92 101 1,05 2.279 46,42 259 10,63 1.654 49,15 207 11462 1.294 59,58 172 12,00 1.270 75,98 268 20,30 1.692 97,53 159 9,10 1.625 73,97 161 5,70 2.872 22,60 173 571 1.61 28,34 262 22 6714 61,25 223 3,10 2,189 305,35 224 9,68 2.209 137,38 373 12,00 12.600 43,92 189 iat 12.653 51,38 366 2.68 19.792 34,31 1.015 4,90 36.684 5,42 174 0,44 237.409 2,62 co 0,03 63.089 12,8r 77 0,25 1555 303,85 150 8,56 35.732 18,37 273 071 ‘outros apresentam abundancia do recurso, Entretanto uma anélise mais detalhad: vai expor a caréneia do recurso em bacias hidrogrificas especificas, como a SP), do Oriental Pernambuco, do Leste Potiguar (RN) ¢ de F plo, Os Estados brasileiros de maior utilizacao per capita de gua sio Rio Catarina, Pernambuco ¢ Minas Gerais, aqueles que do Alto do Tieté ‘ortaleza (CE), por exem: rande do Sul, Sio Paulo, Santa porcentualmente, mais utilizam o recurso hidrico total sio Pernambuco, Sio Paulo, Paraiba, Rio Grande do Norte © Ceara 20.3 Impacto das Atividades Antropicas nos Recursos Hidricos As extragdes desmedidas dos corpos de agua € 2 contaminagio sio os dois grandes problemas que tém ocupado as atenedes dos governos nas itimas décadas. © abastecimento de grandes areas metro politanas exige que a agua seja trazida de regides cada vex mais distantes, onerando © comprome- tendo os recursos hidticos. Ao mesmo tempo, tradicionalmente 0s rios tém servido de receptores para os langamentos de esgotos urbanos, de lixos € de efluentes agro-industriais. Em varias regides 0 meio ambiente tem sido incapaz em degradar estes contaminanteé e restituir o seu equilibrio natural \ detivagio de um curso de agua pode tam bem comprometer a sua qualidade, uma vez. que a reducio na vazio do rio diminui a sua capacidade depurativa, aumentando assim a contaminacio. No Brasil os corpos de agua doce sto classifi cados em cinco classes, segundo a sua qualidade bio-fisico-quimica, As classes limitam a concentra cio de contaminantes presentes nos efluentes langados em ios ou infiltr Jos em agiifferos. Por exemplo, 6 chumbo pode ser tolerado em até 0,03mg/L em corpos de classe 1 ¢ 2 € até 0,05 na classe 3 ¢ praticamente sem restrigio para a classe 4. A classe especial, que inclui as aguas subterrine as, € aquela em que os langamentos de efluentes ou infiltragdes de contaminantes nto devem exceder as qualidades naturais do corpo receptor ou os padroes de potabilidade humana para a agua (Ta hela 20.5) © padrio de potabilidade ¢ definido pelas le gislagdes federal c estadual, Lom uma série de parimetros fisicos, quimicos e biolégicos ¢ os limi tes miximos permitidos para © ser humano. Esse padio é baseado em dois critérios diferentes: um que afe a satide (toxicidade, carcinogenicidade © mutagenicidade) © © segundo, associado a valores estéticos (organolépticas). Virias sio as limitagdes de tais listas, uma vez que a quantidade de produ: tos quimicos comercializados hoje supera em muito as substincias analisadas quanto ao risco 4 sade € 10 meio ambiente Cet ee me O que representa Ipg/L (micro- grama por litro) de contaminagao? Alguns compostos quimicos como solventes halogenados, utilizados amplamente como desengeaxantes pela indistria moderna, sio alta- ‘mente tdxicos. O padriio de potabilidade para alguns deles nio ultrapassa alguns microgramas por litro. ‘Como um litro de agua tem uma massa aproximada de 1 kg (densidade 1 kg/litro), pode-se dizer que 1yig/L corresponde a uma solugio contendo um micronésimo de grama ((,000001g) de contaminante ‘misturada em uma massa de 1 kg de agua. FB equi- valente, entio, a uma concentracio de uma parte porbilhio (ppb), ou seja, 1 kg de contaminante em tum bilhao de kg de égua. Mas para se ter uma idéia de quio pequeno é esse valor, imagine um edi cio residencial médio de 20 andares com 80 apartamentos. Se fosse possivel enché-lo completa- ‘mente de gua, seria necessirio apenas o volume de ‘uma xieara de chi do contaminante para se obter a ‘concentragio de Ippb. 20.4 O Recurso Hidrico Subterraneo 20.4.1 Ocorréncia e importan subterranea da agua Embora representem 97% da agua doce liquida do planeta, 0 que por si sé mostraria seu valor, as aguas subternineas desempenham um papel fundamental no abastecimento publico ¢ privado em todo o mundo, Estima-se que mais de 1,5 bilhio de pessoas em niicleos urbanos © uma grande parcela da populacio rural te nb m suas necessidades supridas pelo manancial subterrineo. As tendéncias mundinis mostram um forte crescimento dessas cifras, sobretudlo em paises de eco: nomias periféricas, que esto encontrando na suhterrinea uma alrernativa de baixo custo, devido a sua fiicil obtengio € boa qualidade natural © valor econdmico deste recurso também é grande © uso agricola na irrigagio de pequenas e grandes pro- priedades tem aumentado, permitindo a regularizagac ro suprimento de agua em épocas de seca, Muitas vezes, em grandes centros urbanos, as Jguas subterrineas po dem a ¢é ter disponibilidades volumétricas menores, em comparagio aos recursos superficiais, mas o uso pela indastria e comércio tem freqiientemente gerado pro- dutos de maior valor agregado. Capituto 20 * Recursos Hipricos 429 Na América Latina, embora nao existam cifras muitos paises. A Fig, 20.4 mostra a dependéncia dos oficiais seguras do uso da digua subterrinea para. o paises do recurso hidrico subterrineo, indicando tam- abastecimento piblico e privado, seu papel € vital para ——_bém alguns nticleos urbanos de grande demanda. * (BAHAMAS LY "2 RERDOMINICANA Fig, 20.4 Importéncia dos égues subterténeas pora © abastecimento piblico na América Latina e Caribe.

Você também pode gostar