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FACULDADE ESTADUAL DE CIÊNCIAS E LETRAS DE CAMPO MOURÃO


FECILCAM

EDILENE ALESSANDRA GIL

GENEROS TEXTUAIS:
PROPAGANDA E CHARGE

CAMPO MOURÃO
2009
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1 SÉRIE: 4 ª série;
HORAS/AULA: 4 Horas/Aulas.

2 TEMA: Propaganda e Charge

3 OBJETIVOS:

 Discutir com os alunos o conceito de “natal” numa perspectiva que visa à compreensão da
realidade dos mesmos;
 Fazer uma prévia introdução sobre gêneros textuais, dando maior relevância para
Propaganda e Charge;
 Desenvolver uma reflexão a cerca dos vídeos que serão mostrados, fazendo uma alusão ao
tema proposto, com o intuito de explicar como é possível falar a mesma coisa de maneiras
diferentes.

4 CONTEÚDOS:

 Texto verbal e não verbal;


 Gênero textual propaganda;
 Gênero textual charge;
 Intertextualidade.

5 ATIVIDADES (PROCEDIMENTOS):

 Abordar um pouco da história do natal e orientá-los a falar como é o natal de cada um;
 Fazer uma introdução ao tema explicando que existem vários gêneros textuais e citando
alguns exemplos;
 Entrar no gênero propaganda, trazendo exemplos práticos, que sejam coerentes com a
realidade social do grupo;
 Mostrar o vídeo de propaganda da “Coca-Cola de Natal” e conscientizá-los da característica
que a propaganda tem de persuadir o consumidor para comprar o produto;
 Falar um pouco do gênero charge, explicando seu caráter irônico e relacionando-o com a
propaganda e com o natal;
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 Retomar os dois gêneros e apresentar “Espírito de Natal”, indicando se há linguagem verbal


ou não verbal;
 Mostrar a charge do “Chaves”, explicando a intertextualidade existente no vídeo;
 Propor uma atividade individual, na qual os alunos devem descrever, com uma linguagem
verbal ou não, como eles gostariam que fosse o natal de todas as pessoas. Essa atividade
deverá ser feita através de um gênero textual escolhido por eles, podendo ser história em
quadrinhos, charge, poema, mito, tirinhas, e-mail, carta, etc.
 Agradecer pela aula e pela atenção de todos.

6 MATERIAIS:

 Data show.

7 AVALIAÇÃO:

 Contínua;
 Participativa;
 Será observada a participação dos alunos durante a aula expositiva, e posteriormente o
desenvolvimento e desempenho no exercício proposto.

8 GENEROS TEXTUAIS:

Antes que comecemos analisar os dois dos muitos tipos de gêneros textuais existentes, se faz
necessário procurar esclarecer o que vem a ser os gêneros textuais e relembrarmos um pouco de
intertextualidade.
Os gêneros podem ser entendidos como a variedade de textos que estão localizados nos
muitos e diversificados espaços sociais, onde se faz o uso do discurso.
E é por meio da linguagem verbal 1 e não verbal2 que ocorre uma ligação entre a ação dos
indivíduos e o espaço na qual estão inseridos, formando então os gêneros textuais. Os gêneros
textuais são muitos, e não se restringem a uma determinada forma de texto, eles podem ser
encontrar, por exemplo, em cartões postais, telegramas, textos científicos, contos, anedotas,
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Linguagem verbal é quando utilizamos palavras para falar ou escrever.
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Linguagem não verbal é quando utilizamos signos visuais para nos comunicar como, por exemplo, placas, figuras,
gestos, objetos, cores, etc.
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poemas, e-mails, charges, ofícios, propagandas entre outros muitos; estão espalhados por todos os
lugares, e tem funções particulares, se direcionando cada um para uma determinada pessoa, ou
determinado público.
Os gêneros textuais são classificados por Bakhtin em gêneros primários, que são aqueles
produzidos espontaneamente, sem elaboração ou intencionalidade e são em geral produzidos por
meio da fala; e em gêneros secundários, que são produzidos também por falas, mais essas se
aperfeiçoam através da escrita.
É bastante comum que se confunda gênero textual com tipo textual; tipo textual se refere ás
estruturas que se organizam para comporem um texto, os se classificam em cinco: descrição,
narração, dissertação, exposição e injunção, ou seja, os tipos textuais se limitam, enquanto que os
gêneros textuais são infindos.
Sendo desta forma, podemos resumir e entender que um gênero textual diferente do tipo
textual é usado de acordo com o que pede a situação.
A intertextualidade pode ser explicada de uma forma mais clara como se constituindo em
uma conversa entre textos; e é através desta conversa intertextual que se torna possível reconhecer e
identificar o que está contido nos mesmos, bem como a maneira pela qual as idéias se constituem e
se encaixam dentro deles, levando sempre em consideração a complexidade destas idéias, e o
conhecimento que possui quem produz, e quem tem acesso a estes diálogos, o conhecimento que
ambos possuem passará a se compartilhar.
Como se fará bem perceptível adiante “a conversa” entre textos, não se limita somente a
textos de cunho literário, ela se apresenta por meio das mais variadas formas.
Em sua obra Marxismo e filosofia da linguagem: problemas fundamentais do método
sociológico na ciência da linguagem, Bakhtin coloca que:
[...] o texto só ganha vida em contato com outro texto (com contexto). Somente neste ponto
de contato entre textos é que uma luz brilha, iluminando tanto o posterior como o anterior,
juntando dado texto a um diálogo. Enfatizamos que esse contato é um contato dialógico
entre textos... por trás desse contato está um contato de personalidades e não de coisas.
(1986, p.162).

Desta forma, se torna possível reafirmar a qualidade de “diálogo” que a intertextualidade


possui.
A charge e a propaganda, sendo os gêneros textuais que estamos analisando são riquíssimas
em intertextualidade, permitindo que o receptor das mesmas raciocine e analise o que se faz
subentender nas mesmas.
O termo charge, em seu significado literal é entendido como um desenho de natureza
caricatural, de forma satírica e humorística, em que se busca representar pessoa, fato ou idéia
corrente. A charge foi uma maneira encontrada por volta do século XIX, por pessoas que se
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opunham a governos, e queriam se expressar de uma forma inusitada, estes foram reprimidos por
esses governos e outros que se sentiram atacados pelas charges, mais ganharam popularidade com a
grande massa, o que contribuiu para que elas continuassem existindo até nos dias de hoje.
O formato de texto que a charge concentra exerce grande atração sobre o leitor, devido a sua
fácil leitura, e também á multiplicidade de informações que ele traz. Mas existe a necessidade de
que quem está tendo acesso a uma charge esteja inteirado com assuntos em voga no momento, para
que entendam a crítica proposta pela mesma.
É por meio da charge que as linguagens verbal e não-verbal se unem em um contraste entre
o que é falado e o que não é falado, mas que apesar do aparente contraste se completam em
concordância. Ao leitor, é dada a possibilidade de construir sua posição sobre determinado fato, ou
firmar uma idéia até então duvidosa, a utilização do humor produz uma interação entre autor e
leitor.
Com a expansão da tecnologia e principalmente da internet, se fez muito comum as charges
animadas, que utiliza sons e efeitos visuais. Elas tem o mesmo intuito que a charge normal, mas é
tão bem aceita por ser mais interativa.
Se colocadas dentro da prática educacional, a charge se revela muita rica em recursos de
linguagem, pois possibilita a prática da leitura e auxilia na expansão do conhecimento de mundo
que o aluno possui. Os alunos se interessam muito pelas charges devido seu tom humorístico e que,
concebe margem para múltiplos entendimentos; a interação entre o aluno e professor pode aumentar
quando se trabalham conteúdos subsidiados por este gênero.
Ao leitor das charges é dada possibilidade de desenvolver sua própria interpretação do que
está vendo, que não é necessariamente a que o autor quis passar, e para indivíduos que ainda estão
em processo de formação, esse é um estímulo muito importante.
A propaganda é um gênero textual que se faz presente em inúmeros lugares e das mais
variadas maneiras. Podem ser classificadas como propagandas ideológicas, política, social, de
produtos, de promoções e muitas outras. Elas podem ser em forma de cartazes, de banners, de mídia
televisiva, de áudio, de panfletos, de etiquetas, etc.
Seu objetivo é persuadir os indivíduos e inculcar-lhes ideologicamente as vantagens e
principalmente a necessidade de consumir o produto anunciado. E para alcançar este objetivo,
parafraseando Andrade e Cirelli, utilizam todos os meios disponíveis existentes na língua
portuguesa, unindo discursos e signos verbais com visuais para causar um maior impacto no
consumidor. A linguagem utilizada pode variar de acordo com o público alvo, mas é quase sempre
direta, clara e enxuta, marcada pelo uso da função apelativa, trocadilhos, jogos de palavras,
metonímias, metáforas e da ambigüidade.
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Entendemos que seja imprescindível que o professor antes de levar estes conteúdos em sala
de aula, tenha grande cuidado e atenção com o processo de selecionar estes, pois existem muitas
charges e propagandas depreciatórias e impróprias para as crianças, durante sua escolha devem-se
levar em consideração os valores que se intui discutir e trabalhar, para que isto não venha interferir
de forma negativa na formação do aluno. O enfoque que o professor quer dar, não pode ser perdido
de vista dentro de uma aula que envolva gêneros textuais, para que a troca de experiências entre as
duas partes se torne gratificante e saudável.
Concluindo o que diz respeito a gêneros textuais em charges e propagandas, especificamente
em sala de aula, é válido que os professores enxerguem os mesmos como aliados na fixação de
conteúdos, interdisciplinaridade e desenvolvimento do aluno não só com relação a conteúdos
escolares, mas também com assuntos que envolvem a sociedade na qual este se insere.
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REFERÊNCIAS:

ANDRADE, Ana Elis Nogueira de Magalhães; CIRELLI, Renira Appa. Polifonia em slogans.
Revista letra magna, n.02, 1º semestre de 2005. Disponível em: <http://74.125.47.132/search?
q=cache:YjUTHLlOVWcJ:www.letramagna.com/PolifoniaemSlogans.pdf+polifonia+do+discurso
&cd=5&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br> Acesso em 28 de out. de 2009.

BAKHTIN, M.;VOLOCHINOV, V. N. Marxismo e Filosofia da Linguagem.


Trad. Michel Lahud e Yara Frateschi Vieira. 3. ed. São Paulo: Hucitec, 1986.

Disponível em: <http://www.slideboom.com/presentations/43947/Textos-e-gêneros-textuais>


Acesso em 04 de dez. de 2009.

Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Charge> Acesso em 04 de dez. de 2009.

Disponível em: <www.fabricarica.2it.com.br> Acesso em 02 de dez. de 2009.

Disponível em: <http://www.cursopublicidade.hpg.com.br/tipos_de_propaganda.htm> Acesso em


04 de dez. de 2009.

Disponível em: <http://www.webartigos.com/articles/2794/1/gneros-textuais-e-o-discurso-das-


charges/pagina1.html> Acesso em 02 de dez. de 2009.

Disponível em: <http://carmemf.blogspot.com/2009/07/artigo-sobre-generos-textuais-muito-


bom.htm>
Acesso em 04 de dez. de 2009.

LUFT, Celso Pedro. Minidicionário Luft. 20.ed. São Paulo: Ática, 2000.
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REFERÊNCIAS DOS MATERIAIS PARA OS PROCEDIMENTOS DA ATIVIDADE

Charge : Espirito de natal. Disponível em:


<http://www.humortadela.com.br/c/piadas/charges/cont/01650.jpg > Acesso em 04 de dez. de 2009

Charge: Chaves, tamo ai na atividade. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?


v=BaA382aip8o>Acesso em 04 de dez. de 2009

Propaganda: Coca Cola de natal. Disponível em: <http://www.youtube.com/watch?


v=p204X6AHABU>Acesso em 04 de dez. de 2009

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