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TRIBUNAL REGIONAL ELEITORAL DO CEARÁ

Fl.______
SECRETARIA DE CONTROLE INTERNO E AUDITORIA
_
Coordenadoria de Acompanhamento e Orientação à Gestão
Seção de Acompanhamento e Orientação às Gestões Administrativas e de Recursos Humanos

PARECER/SAGES/COGES/SCI N.º 257/2009


Referência: Processo N.º 96.611/2008
Interessado: Tribunal Regional Eleitoral do Amapá
Assunto: Consulta. Cargo Público. Redistribuição. Exame da Matéria.
Entendimento do TCU e do CNJ. Considerações.

Senhor Desembargador Presidente,

Em cumprimento ao despacho exarado por Vossa Excelência às fls. 51, vêm


ao exame desta Unidade Técnica os autos do processo acima referido com vistas a obter
manifestação sobre o pedido subscrito pelo Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do
Amapá, mediante Ofício n. 310, datado de 8 de setembro de 2008, que trata, em suma, de
solicitação de uma “vaga de Analista Judiciário, através do instituto da redistribuição ou
outro” a critério deste Regional, tendo como justificativa o “grande volume de serviços
acumulados, principalmente em razão dos pleitos eleitorais junto às Zonas da Capital,
bem como ausência de servidores com experiência processual, para manejo das ações
eleitorais”.

2. Em lúcida análise, a Seção de Normas e Jurisprudência de Pessoal (SENOP),


após trazer a lume alguns posicionamentos do Tribunal de Contas da União (TCU) sobre a
redistribuição por reciprocidade, ressalta que a Presidência deste Tribunal, “em pedido
análogo decidido recentemente, considerou que não haveria conveniência nem
oportunidade na utilização de cargos ociosos para fins de redistribuição, em razão da
publicação de edital de concurso público, o qual traz „previsão específica de vagas
ociosas‟ (Prot. n.º 46344/2009 – cópia da decisão às fls. 39)”.

Relatado, manifesto-me.

3. Cumpre consignar, preliminarmente, que diante da ausência de manifestação


prévia sobre o assunto por parte da ASJUR e da ASDIR, a matéria em comento será
examinada nesta unidade de controle em sede de consulta, a fim de não invadir a
competência privativa daquelas unidades administrativas, haja vista que o Regulamento da
Secretaria deste Tribunal [Resolução n.º 303/2006] determina que compete às mesmas
prestar o assessoramento jurídico à Presidência e à Diretoria-Geral, respectivamente.

4. Com efeito, cinge-se a presente consulta ao exame da legalidade da


utilização do instituto jurídico da redistribuição no âmbito do Poder Judiciário da União,
em especial na situação ora proposta pela Presidência do TRE/AP, em cotejo com o
entendimento assente na jurisprudência do Egrégio Tribunal de Contas da União (TCU), do
Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e deste Regional.

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5. De fato, o Art. 37, da Lei n. 8.112, de 11 de dezembro de 1990, reza que


“redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no
âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo Poder, com
prévia apreciação do órgão central do SIPEC”, desde que observado, simultaneamente, os
preceitos a seguir relacionados: “I – interesse da administração; II – equivalência de
vencimentos; III – manutenção da essência das atribuições do cargo; IV – vinculação entre
os graus de responsabilidade e complexidade das atividades; V – mesmo nível de
escolaridade, especialidade ou habilitação profissional; VI – compatibilidade entre as
atribuições do cargo e as finalidades institucionais do órgão ou entidade”. Em
complemento, o § 1º do mesmo artigo impõe que “a redistribuição ocorrerá ex officio
para ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive
nos casos de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade”.

6. Ora, é cediço que a redistribuição será sempre considerada lícita se forem


respeitados todos os critérios acima listados. Ademais, ela sempre deverá ocorrer com base
no interesse exclusivo da Administração e não no interesse particular do servidor, além de
que, como bem ressalta a SENOP, “não há exigência expressa de contrapartida ou
reciprocidade de cargos para o perfazimento da redistribuição”. Neste particular, fica o
registro de que, a despeito de não existir norma específica no âmbito do Poder Judiciário
da União, a contrapartida de cargos advém de previsão inserta na Portaria n. 57, de 14 de
abril de 2000, do Ministério de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão (MPOG),
que estipula no art. 4º que: “A redistribuição de cargo ocupado ou vago somente poderá
ser efetivada se houver, como contrapartida a redistribuição de um cargo efetivo, ocupado
ou vago, do mesmo nível de escolaridade”. Oportunamente, o Ofício-Circular n. 07/SRH-
MP, de 17 de abril de 2000, esclarece nos itens 3 e 4 que: “A redistribuição de cargos no
serviço público federal, prevista no art. nº 37 da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990,
deve ser utilizada como um instrumento de política de pessoal voltado para o
ajustamento/redimensionamento da força de trabalho dos diversos órgãos (números de
servidores e de cargos vagos)”, sendo que “essa nova condição é importante na medida
em que não se permitirá a modificação da lotação de cargos atual dos órgãos e entidades
até que se concretize os estudos sobre a lotação necessária de cada um e a definição do
número de empregos públicos a ser criado”.

7. Diante dos dispositivos transcritos, tem-se como inquestionável que o


instituto jurídico em comento destina-se, em síntese, para ajustamento/redimensionamento
da lotação e da força de trabalho de diversos órgãos do mesmo Poder, sempre com base no
interesse da Administração que deverá ser evidenciado em estudos que venham a
demonstrar a escassez de cargos de um órgão e o excesso existente no outro. Além de que
o cargo a ser redistribuído pode ser vago ou ocupado, e que não há que se falar, na Lei n.
8.112/90, em contrapartida ou reciprocidade.

8. De outra sorte, no que tange a utilização do procedimento chamado


“redistribuição por reciprocidade”, faz-se necessário ressaltar que a jurisprudência do

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Tribunal de Contas da União (TCU) é farta em julgados que convergem no sentido de


considerá-la irregular por falta de amparo legal e por configurar-se, em verdade, no
instituto da transferência, anteriormente previsto no art. 23 da Lei n. 8.112/90, cujo
comando foi considerado inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no
Mandado de Segurança n. 22.148-8/DF [DOU de 7/2/1996 e DJ de 8/3/1996], com
posterior revogação pela Lei n. 9.527/1997. Nesse contexto, vale mencionar que a Decisão
Plenária n. 900/1999, relatada pelo Ministro Guilherme Palmeira, é considerada paradigma
para entendimento do presente assunto, cabendo aqui colacionar excerto do voto-condutor
da decisão suso:

“Do que se extrai dos autos, não resta dúvida, como consignam os pareceres, de
que a permuta de servidores entre os TRTs da Paraíba e de Pernambuco não
encontra guarida no art. 37 da Lei nº 8.112/90, que trata do instituto da
redistribuição.
Aliás, como consta expressamente no referido dispositivo, „redistribuição é o
deslocamento de cargo de provimento efetivo (...) para ajustamento de lotação e
da força de trabalho às necessidades dos serviços‟.
Ao promoverem, os TRTs, redistribuições recíprocas, o efeito da redistribuição
de fato foi, em conseqüência, nulo, uma vez que ambos os órgãos continuaram
com sua lotação absolutamente inalterada. Ao final, o que restou foi apenas
aquilo que em realidade se buscou desde o princípio, ou seja, a permuta de
servidores entre os Tribunais.
A chamada „redistribuição por reciprocidade‟, pois, nada mais é do que uma
dissimulação do antigo instituto da transferência, declarado inconstitucional
pelo Supremo Tribunal Federal em 19/12/95 (Mandado de Segurança nº
22.148-8/DF, "in" D.O.U. de 07/02/96 e „in‟ D.J. de 08/03/96) e definitivamente
banido de nosso ordenamento jurídico pela Lei nº 9.527, de 10/12/97. Logo, não
há como admitir sua subsistência no âmbito da Administração Pública.
Esta Corte, em nome da segurança jurídica e da presunção de
constitucionalidade das normas legais, tem admitido a manutenção das
transferências efetivadas até 23/05/97, data da Resolução nº 46 do Senado
Federal que suspendeu a eficácia dos dispositivos da Lei nº 8.112/90 que
tratavam daquele instituto (Decisão nº 112/99 - 2ª Câmara). Após essa data, o
Tribunal tem determinado a anulação de todos atos irregularmente praticados,
com o conseqüente retorno dos servidores envolvidos aos seus órgãos de
origem. Nos casos em exame, ressalto, as transferências se deram no segundo
semestre de 1998, ou seja, após, inclusive, a edição da Lei nº 9.527/97.
Por fim, não posso deixar de anotar que a permuta aqui tratada, nada obstante
ser de iniciativa dos próprios servidores interessados, foi efetuada ex officio,
numa tentativa de conformá-la à figura da redistribuição (art. 37, § 1º, da Lei nº
8.112/90). Contudo, inexistindo, na espécie, interesse da Administração e
demonstrada a inconstitucionalidade da prática, há que se buscar a reparação
dos valores indevidamente despendidos pelos Tribunais com ajudas de custo e
transporte.”

9. Na mesma assentada, vê-se que o representante do Ministério Público


perante o Tribunal de Contas da União tomou posicionamento idêntico ao do Ministro-

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Relator nos autos, reforçando, em suma, o entendimento de que a redistribuição se


restringe às hipóteses de ajustamento/redimensionamento de lotação ou de força de
trabalho às necessidades do serviço, senão vejamos:

“Note-se que o art. 37, §1.º, da Lei 8.112/90, com a redação dada pela Lei
9.527/97, limita a redistribuição às hipóteses de ajustamento de lotação ou de
força de trabalho às necessidades do serviço, incluindo expressamente os casos
de reorganização, extinção ou criação de órgão ou entidade. Resta claro que a
redistribuição aplica-se exclusivamente no interesse da Administração e não no
interesse particular dos servidores, aliás esse requisito está estabelecido no
inciso I do referido artigo.
Assim, tal instituto, a nosso ver, não ampara a permuta de servidores entre
órgãos, salvo se eventualmente demonstrado o inequívoco interesse da
Administração, voltado especificamente para ajustamento da lotação ou força
de trabalho às necessidades do serviço.”

10. Como corolário desse entendimento, seguiram-se outros julgados daquela


Corte de Contas com a indicação de que o procedimento em epígrafe é irregular, por falta
de amparo legal, e com advertência aos gestores públicos para que estes se abstenham de
realizar tais atos sob pena de aplicação das sanções previstas na Lei n. 8.443/1992,
“verbis”:

“9.3. determinar ao TRT da 21ª Região que:


9.3.1. faça cessar a prática de promover a “redistribuição por reciprocidade”
dos cargos de seus servidores com os de outros órgãos, inclusive do próprio
sistema da Justiça do Trabalho, tendo em vista a falta de amparo legal, já que
tal procedimento não está previsto na Lei nº 8.112/90, alterada pela de nº
9.527/97; [Acórdão n. 099/2004 – Plenário; Processo n. 002.649/2000-3]”

“9.3. com fundamento no art. 71, inciso IX, da Constituição Federal, assinar o
prazo de 15 (quinze) dias, a partir da ciência desta decisão, para que os
Tribunais Regionais Federais da 5ª e da 1ª Regiões adotem as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, consistente na anulação da permuta
de lotação, impropriamente efetuada a título de redistribuição por
reciprocidade, envolvendo o servidor Eduardo Matos Biermann e o cargo vago
de Analista Judiciário, Especialidade Execução de Mandados, anteriormente
ocupado, na Seção Judiciária do Ceará, por Sérgio Fiúza Tahin; [Acórdão n.
774/2004 – Plenário; Processo n. 010.382/2003-0]”

“9.2. determinar aos Tribunais Regionais de Santa Catarina e de Roraima que


se abstenham de realizar permuta de cargos a título de redistribuição por
reciprocidade, por falta de amparo legal, conforme entendimento já assentado
na Decisão n° 900/1999 – TCU – Plenário; [Acórdão n. 1902/2004 – Plenário;
Processo n. 004.872/2000-1]”

“9.3. determinar ao TRT/14ª Região que se abstenha da prática de


redistribuição por reciprocidade dos cargos dos seus servidores com os de

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outros órgãos, inclusive do próprio sistema da Justiça do Trabalho, tendo em


vista a falta de amparo legal, vez que tal hipótese não está contemplada pela Lei
nº 8.112/1990, alterada pela Lei nº 9.527/1997, alertando aos responsáveis que
o descumprimento desta determinação os sujeitará a aplicação das sanções
previstas na Lei n. 8.443/1992; [Acórdão n. 701/2005 – Plenário; Processo n.
008.701/2003-7]”

11. Convém salientar, oportunamente, que esta unidade de Controle Interno já


se defrontou, em 2001 e em 2006, com pedidos de redistribuição formulados pela
Procuradoria Regional Eleitoral e pela Presidência do Tribunal Regional Eleitoral do
Maranhão, respectivamente, efetuando, naquelas assentadas, as recomendações que passo a
reproduzir, sempre com base nos julgados do Tribunal de Contas da União, “in litteris”:

“... no nosso entendimento, a figura da redistribuição por reciprocidade padece


de amparo legal, haja vista que nesse caso o que há na verdade é uma mera
permuta de servidores entre órgãos. Diferente, portanto, da redistribuição
prevista no art 37, § 1º, da Lei 8.112/90, que tem por objetivo o ajustamento de
lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, mediante o
deslocamento de cargo de provimento efetivo, ocupado ou vago no âmbito do
quadro geral de pessoal, para outro órgão ou entidade do mesmo poder(...).”
(...)
“para a efetiva redistribuição, além da devida prudência que a matéria requer,
são indispensáveis, s.m.j., os seguintes pré-requisitos:
que a administração beneficiada com a redistribuição, no caso o TRE-CE,
demonstre, mediante levantamento por parte da Secretaria competente, a
possível deficiência de servidores em seu quadro de pessoal, discriminando, se
for o caso, por categoria funcional, os cargos deficitários, bem como seus
quantitativos. Tal procedimento tem por finalidade estabelecer a carência ou
não de pessoal na lotação deste órgão, bem como evitar a aplicação do
instituto da redistribuição de forma excessiva.
o interesse da administração em aplicar o instituto da redistribuição, visto que a
prática deste ato provocará aumento de despesa para o órgão, o qual está
vinculado a um limite de gastos dessa natureza, por força da Lei Complementar
nº 101/2000, conhecida popularmente como Lei de Responsabilidade Fiscal.
que, além da anuência do órgão de origem do servidor, fique evidenciada a
existência de excesso de cargo no quadro de pessoal da Corte Eleitoral
Maranhense;
que a formalização do processo de redistribuição venha da própria
administração, na forma explicitada no § 1º, do art. 37, da Lei nº 8.112/90.
que o servidor envolvido preencha os requisitos delineados nos incisos do já
citado art. 37 da Lei nº 8.112/90.
Por derradeiro, lembramos que o Tribunal de Contas da União determinou ao
TRE do Pará e ao TRE do Ceará que restrinjam o uso do instituto da
redistribuição apenas às hipóteses previstas no art. 37 e seus parágrafos da Lei
nº 8.112/90, abstendo-se de utilizá-lo como forma de provimento derivado de
cargo público (decisão nº 355/2000 – Plenário).” [Parecer COCIN n. 262/2001
– Processo n. 5740/2001 – MA 11090]

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“14. No presente caso, observa-se que o pedido do TRE-MA tem por escopo o
ajustamento de lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços de
sua competência, na forma prevista no § 1º do artigo 37 da lei n.º 8.112/90.
15. Ressalte-se que tal pleito decorre especialmente do fato de o servidor
Ricardo Régis Rodrigues da Silva, pertencente ao quadro permanente da
Secretaria daquele Regional, encontrar-se lotado provisoriamente neste TRE,
desde 03/02/99, com esteio no artigo 84, § 2º, da Lei nº 8.112/90(licença para
acompanhar cônjuge ou companheiro), consequentemente continua o dito
servidor ocupando o cargo de Analista Judiciário – Área Judiciária, apesar de
não estar exercendo suas atribuições no seu órgão de origem.
16. Por ser pertinente à matéria em alusão, impende destacar que o Tribunal
Superior Eleitoral – TSE, ao apreciar pedidos de redistribuição formulados por
outros Tribunais Regionais Eleitorais, tem se manifestado pelo indeferimento,
conforme se infere das Resoluções n.ºs 21.881, de 12/08/04, e 20.691, de
03/08/00, cópias em anexo.
17. Por outro lado, dada a autonomia dos Tribunais Regionais, submete-se o
presente pleito à consideração superior para apreciação acerca do interesse da
administração quanto à prefalada redistribuição, solicitada pelo Tribunal
Regional Eleitoral do Maranhão, de um cargo público de Analista Judiciário –
Área Judiciária deste TRE-CE para aquele Regional.
18. Passo a examinar o segundo pedido, formulado pelo servidor Ricardo Régis
Rodrigues da Silva, o qual solicita ao TRE-CE o que se segue:
a)anuência em receber o cargo de Analista Judiciário pertencente ao quadro de
pessoal do TRE-MA para fazer parte do quadro deste Tribunal;
b)redistribuir, em contrapartida, um cargo do mesmo nível para o TRE-MA,
ressaltado que, na hipótese de sua imediata impossibilidade(da redistribuição),
poderá o TRE-CE, com o advento da Lei que regulamentará e atualizará o
Plano de Cargos e Salários dos Servidores do Poder Judiciário, em comum
acordo com o TRE-MA, remover-lhe um cargo semelhante, uma vez que nesta
Lei se permitirá o instituto da remoção fato que não impedirá que a
Redistribuição, ora em comento, se proceda de imediato.
19. A princípio, convém assinalar que a Procuradoria Regional Eleitoral do
Ceará, através de requerimento datado de 15 de outubro de 2001, protocolizado
sob o n.º 5.740/2001, pleiteou a redistribuição do aludido servidor, nos termos
do artigo 37 da Lei nº 8.112/90, tendo esta Corte Eleitoral, após formular
consulta ao órgão de origem do referido servidor, indeferido o pedido,
porquanto o TRE-MA não anuiu com a redistribuição do cargo, alegando a
inexistência de cargos em excesso naquela Corte.
20. Ora, o servidor em comento solicita anuência do TRE-CE em receber o
cargo de Analista Judiciário pertencente ao quadro de pessoal do TRE-MA.. É
de se notar, do teor do ofício n.º 3.418/05, que o Presidente do TRE-MA, salvo
melhor juízo, em nenhum momento sinaliza viabilizar a redistribuição de um
cargo de Analista Judiciário do seu quadro de pessoal para o do TRE-CE. Pelo
contrário, externa o interesse na redistribuição, em favor daquele órgão, de um
cargo público de Analista Judiciário – Área Judiciária, pertencente ao quadro
de pessoal deste TRE-CE. Assim, não há, pois, como o TRE-CE anuir com o
TRE-MA, na forma pretendida pelo servidor interessado, ou seja, aquiescer com

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a redistribuição de um cargo daquele órgão para este Regional, visto não existir
proposta do TRE-MA nesse sentido.
21. Pleiteia, outrossim, o prefalado servidor a redistribuição por reciprocidade,
ou seja, o TRE-CE recebe um cargo do TRE-MA e desloca outro cargo idêntico
do seu quadro de pessoal para aquele Regional.
22. Convém destacar que estando o instituto da redistribuição condicionado aos
preceitos do art. 37 da lei n.º 8.112/90, com a redação dada pela Lei n.º
9.527/97, por imposição do princípio da legalidade a que se subordinam os atos
públicos, é imperioso que, quando de sua utilização, o ato respectivo tenha
como motivação o ajustamento de lotação e da força de trabalho às
necessidades dos serviços, conforme preceitua o § 1º do citado dispositivo legal,
e, ainda, que seja devidamente demonstrado o interesse da administração, nos
termos do inciso I do mesmo artigo, in verbis:
“Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo,
ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou
entidade do mesmo Poder (...), observados os seguintes preceitos:
I - interesse da administração;
(....)
§ 1o A redistribuição ocorrerá ex officio para ajustamento de lotação e da força
de trabalho às necessidades dos serviços, inclusive nos casos de reorganização,
extinção ou criação de órgão ou entidade.
23. No caso vertente, o que o servidor tenciona, na verdade, nada mais é do que
a permuta de dois cargos de igual categoria e especialidade, entre o TRE-MA e
este TRE-CE, com espeque no instituto da redistribuição, o que, em nosso
sentir, descaracteriza, em última análise, a destinação de ajustamento de
lotação e da força de trabalho às necessidades dos serviços, bem com o
interesse da administração; ademais, a prática de redistribuição por
reciprocidade aventada pelo servidor, vale dizer, nada mais é, pois, a aplicação
latente do antigo instituto da transferência, declarado inconstitucional pelo
Supremo Tribunal Federal, em 19.12.1995, ao julgar o Mandado de Segurança
n.º 22.148-8/DF, publicado no D.O.U. de 07.12.1996, e definitivamente banido
do ordenamento jurídico em 10.12.1997, com o advento da Lei n.º 9.527/97.
(...)
27. Ante o exposto, e tendo em vista a legislação vigente, bem como a
remansosa jurisprudência predominante no âmbito do Tribunal de Contas da
União, ora acostada aos autos, acerca da matéria em alusão, não se vislumbra,
salvo melhor juízo, o deferimento do pedido formulado pelo servidor Ricardo
Régis Rodrigues da Silva; de outra sorte, no tocante ao pleito do Presidente do
TRE-MA, encaminho-o à consideração superior, dada a autonomia dos
Tribunais Regionais, para apreciação acerca do interesse da administração
quanto à redistribuição de um cargo público de Analista Judiciário – Área
Judiciária deste TRE-CE para o Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão.”
[Parecer COCIN n. 124/2006 – Processo n. 21814/2005 – MA 11315]

12. No que concerne aos processos citados, vale mencionar que o Processo n.
5740/2001, originado no pedido formulado pela Procuradoria Regional Eleitoral, foi
indeferido, por unanimidade, pelo pleno deste Tribunal, com base no voto do relator,

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Desembargador Fernando Luiz Ximenes Rocha, tendo o julgado recebido a seguinte


ementa:

Julgado - MA nº 11090 - Sessão Ordinária em 10/12/2001


Relator Resolução Nº 11090 - Relator Desembargador FERNANDO LUIZ
XIMENES ROCHA
EMENTA: MATÉRIA ADMINISTRATIVA. REDISTRIBUIÇÃO DE CARGOS.
I - A redistribuição, de que trata o art. 37 da Lei nº 8.112/90, não consubstancia
forma de provimento derivado de cargo público, sob pena de desvirtuar-se em
transferência de servidor, figura já extirpada de nosso ordenamento jurídico
pela Lei nº 9.527/97.
II - A motivação desse instituto é tão-somente a adequação ou ajustamento de
vários quadros de pessoal às necessidades dos serviços dos órgãos envolvidos.
III - Ausentes os requisitos estabelecidos no dispositivo legal em apreço, pedido
indeferido.

Enquanto que o Processo n. 21814/2005, resultante do pedido formulado


pelo Desembargador Presidente do Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, foi deferido
nesta Corte Eleitoral, por maioria, nos termos do voto do Juiz Augustino Lima Chaves,
designado para a lavratura do acórdão, tendo sido vencidos os votos do Desembargador
Rômulo Moreira de Deus (Relator) e da Juíza Maria Nailde Pinheiro Nogueira. O
julgamento em questão, que ainda se encontra tramitando neste Tribunal, recebeu a
seguinte ementa:

Julgado - MA nº 11315 - Sessão Ordinária em 28/02/2007


Relator Acórdão Nº 11315 - Relator Desembargador RÔMULO MOREIRA DE
DEUS
EMENTA: ADMINISTRATIVO - REQUERIMENTO - REDISTRIBUIÇÃO -
CARGO - ANALISTA JUDICIÁRIO - ÁREA JUDICIÁRIA - REORGANIZAÇÃO
- QUADRO FUNCIONAL - AJUSTAMENTO DE LOTAÇÃO - FORÇA DE
TRABALHO - FUNDAMENTAÇÃO - SERVIDOR - EXERCÍCIO -
SUPREMACIA DO INTERESSE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA -
INTERESSE PÚBLICO - PRINCÍPIOS DA LEGALIDADE, EFICIÊNCIA E
RAZOABILIDADE - RECIPROCIDADE - ATENDIMENTO - SERVIÇO
ELEITORAL - REQUISITOS ATENDIDOS - ART. 37, INCISOS I A IV E §1º
DA LEI Nº 8.112/90 - PEDIDO DEFERIDO.
1) A redistribuição é perfeitamente adequada ao sistema constitucional, tanto
porque não implica em transgressão à regra do concurso público, como porque
realiza o princípio da eficiência, permitindo a manutenção da base humana da
estrutura existente na Administração mesmo quando essa mesma estrutura, no
plano organizacional, tenha sofrido alterações.
2) Tendo sido atendidos os requisitos autorizadores do instituto da
redistribuição, disciplinados pelo art. 37 da Lei nº 8.112/90, e sendo ressaltado
que há o interesse recíproco das Administrações em reorganizar seus quadros
funcionais, é de se deferir o pedido, redistribuindo-se, reciprocamente, tendo em
vista a supremacia do interesse público, os cargos de Analistas Judiciários -
Área Judiciária.

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3) Pedido deferido, no sentido de redistribuir um cargo de Analista Judiciário -


Área Judiciária pertencente ao Quadro Permanente de servidores do TRE/CE
para o Quadro Permanente de Servidores do TRE/MA, desde que haja a
recíproca redistribuição de cargo similar.

13. Com efeito, a despeito dos julgados acima terem convergido para decisões
opostas, cumpre deixar assente que o teor do voto-vencido do Desembargador Rômulo
Moreira de Deus, na MA 11315, se coaduna, em síntese, com o entendimento desta
Unidade Técnica sobre a matéria, razão pela qual peço a devida vênia para transcrever
excerto do citado voto:

“O Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão, ao encaminhar ofício requerendo


redistribuição de um cargo de Analista Judiciário – área judiciária, do TRE/CE,
não demonstrou de maneira cristalina o preceito de interesse da administração
elencado no referido art. 37 da Lei nº 8.112/90, alegando tão somente o fato de
um servidor do seu quadro efetivo se encontrar lotado provisoriamente neste
Tribunal, em gozo de licença para acompanhar cônjuge.
Em nenhum momento, o Presidente daquele Regional explicitou carência de
cargos no quadro de pessoal daquele Tribunal.
Além disso, vislumbrei que esta Corte não possui interesse em redistribuir um
cargo do seu quadro de pessoal, pois recentemente aprovou a Resolução nº
309/TRE-CE, que dispõe sobre a lotação dos cargos criados pela Lei nº
11.202/2005, visando a suprir carência de pessoal e a melhorar o bom
andamento dos serviços nesta circunscrição.
Sendo assim, caso se redistribua um cargo de Analista Judiciário à Corte
Eleitoral do Maranhão, a força de trabalho do Tribunal Regional Eleitoral do
Ceará ficará prejudicada, não se atingindo o interesse da administração e o fim
do instituto da redistribuição.”

14. Vê-se, portanto, que o núcleo condutor da redistribuição converge para o


interesse da Administração, e não para o interesse do servidor, além de que o citado
instituto deve ter por escopo o ajustamento/redimensionamento da lotação e da força de
trabalho às necessidades dos serviços, sempre balizada por estudos que comprovem a
escassez ou o excesso de cargos.

15. Por outro lado, em contraposição às diversas decisões prolatadas pelo


Tribunal de Contas da União, o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), quando do
julgamento do Pedido de Providências n. 2009.10.00.000514-7, conheceu de consulta
formulada pelo Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE/GO), e, por maioria de votos,
respondeu afirmativamente a consulta em epígrafe, nos termos do voto do Relator,
Conselheiro Jorge Hélio Chaves de Oliveira, com o acórdão recebendo a seguinte ementa:

PEDIDO DE PROVIDÊNCIAS. CONSULTA. TRIBUNAL REGIONAL


ELEITORAL DO ESTADO DE GOIÁS. REDISTRIBUIÇÃO DE CARGOS POR
RECIPROCIDADE. PODER JUDICIÁRIO DA UNIÃO. POSSIBILIDADE. I –
Não estando a matéria regulada em lei específica, aplicam-se as disposições da

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Lei n° 8.112/90 aos servidores do Poder Judiciário da União. II – Desde que


observados os requisitos legais, e respeitados os direitos de eventuais
aprovados em concurso público, inexiste impedimento legal para a ocorrência
da redistribuição de cargos do quadro de pessoal do Poder Judiciário da
União, pois a estruturação das carreiras está disposta em modelo unificado
para os servidores de quaisquer Tribunais vinculados à União, com atribuições
previamente definidas em lei. Consulta que se conhece e se responde
positivamente.

16. De fato, apesar de não existir regulamentação expressa para a matéria no


âmbito do Poder Judiciário da União, cumpre registrar, outrossim, que as disposições
contidas na Lei n. 8.112/1990 são amplamente adotadas pelo Poder em comento, o que nos
leva aduzir, em complemento, que o procedimento da “redistribuição por reciprocidade”
não se encontra albergada naquela norma jurídica, e, portanto, sua utilização é irregular,
conforme já demonstrou o Tribunal de Contas da União. Ademais, é preciso que se deixe
assente que o próprio Conselheiro-Relator do PP n. 2009.10.00.000514-7 admitiu, em
princípio, a pertinência das ponderações da Corte de Contas da União, nos seus julgados, e
esclareceu a “importância de se avaliar o caso concreto e a estrita observância das
condições legais”. Dessa forma, tem-se que o CNJ impôs como condição para a utilização
da “redistribuição por reciprocidade” o respeito aos direitos de eventuais aprovados em
concurso público e o atendimento aos requisitos previstos na Lei n. 8.112/90.

17. Nesse contexto, faço menção a observação suscitada pela SENOP às fls. 48,
onde se vê ressaltado o recente posicionamento adotado pela Desembargadora Gizela
Nunes da Costa, então na Presidência desta Corte Eleitoral, quando, diante de pedido
similar a este, manifestou-se pelo seu indeferimento nos seguintes termos: “... importa-nos
lembrar que este Tribunal publicou um edital de concurso, com previsão específica de
vagas ociosas, certame que, em razão de decisão da Justiça Federal, foi suspenso em sua
totalidade, motivo pelo qual não nos parece conveniente e oportuno, no presente momento,
prover um dos cargos ociosos com a consecução do que pretendido pelo solicitante”.
Ademais, cumpre registrar que o pedido formulado pela Presidência do TRE/AP não
demonstra, em nosso sentir, a necessidade clara de ajustamento da sua força de trabalho,
pois apenas justifica o pedido como sendo decorrente “do grande volume de serviços
acumulados, principalmente em razão dos pleitos eleitorais junto às Zonas da Capital,
bem como ausência de servidores com experiência processual, para manejo das ações
eleitorais”, sem, no entanto, apresentar estudos que demonstrem a carência do seu
quantitativo de cargos, para fins de comprovação do ajustamento ora pretendido.

18. Pelo exposto, e considerando os precedentes jurisprudenciais citados,


responde-se objetivamente a presente consulta, formulando as seguintes recomendações:
(1) É possível a administração deste Tribunal utilizar o instituto da redistribuição, desde
que sejam cumpridos os requisitos previstos no art. 37 da Lei n. 8.112/90, bem como seja
observado que a motivação de tal instituto converge tão-somente para a adequação ou o
ajustamento de vários quadros de pessoal às necessidades dos serviços dos órgãos
envolvidos, conforme já assentado na MA n. 11090, relatada pelo Desembargador

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Fernando Luiz Ximenes Rocha; (2) De outra sorte, a utilização da chamada “redistribuição
por reciprocidade” é passível de condenação por parte do Tribunal de Contas da União
(TCU), que a considera irregular face a ausência de amparo legal, vez que a mesma não se
encontra albergada na Lei n. 8.112/90, sujeitando, inclusive, os responsáveis pela sua
utilização às sanções previstas na Lei n. 8.443/92; (3) Noutro sentido, ainda que o
Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em posição oposta ao TCU, permita o uso da
“redistribuição por reciprocidade”, faz-se necessário que a Administração avalie o caso
concreto e observe, com cautela, as condições legais de sua aplicação, sob pena de tal ato
vir a ser posteriormente condenado pelo TCU; (4) No caso vertente, contudo, não se
vislumbram presentes nos autos as condições motivadoras da redistribuição, porquanto não
se encontram demonstradas, com clareza, a real necessidade de ajustamento da lotação,
com estudos que mostrem a carência de cargos no TRE/AP.

É o parecer que submeto à consideração de Vossa Excelência.

SAGES, em 23 de novembro de 2009

Antônio Carlos Pinheiro da Silva


Analista Judiciário – Mat. 11570
Chefe da Seção de Acompanhamento e Orientação às Gestões Administrativas e de Recursos Humanos
Secretário de Controle Interno e Auditoria, em exercício

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