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Brasil tenta colocar infraestrutura nos

trilhos
Reuters Brasil - - CAPA - 22/07/2010 - 08:47:53
Por Alberto Alerigi Jr.

SÃO PAULO (Reuters) - O Brasil lançou nos últimos anos planos bilionários para
melhorar sua infraestrutura ferroportuária, mas conhecidos gargalos que atravancam os
longos caminhos percorridos pelos produtos brasileiros até o exterior persistem e serão
herdados pelo próximo governo.

Portos com pouca profundidade, baixa eficiência nos embarques e desembarques,


ferrovias coalhadas de passagens de nível e com pouca extensão para as dimensões
continentais do país são alguns dos desafios que precisam ser equacionados para se
reduzir o que se convencionou chamar de "custo Brasil".

Com apenas 28,46 mil quilômetros de malha ferroviária para cobrir 8,51 milhões de
quilômetros quadrados, a infraestrutura ferroviária brasileira é a menor entre os BRICs,
os principais países emergentes do mundo. A China tem 53,56 mil quilômetros, Índia
62,5 mil e Rússia 87,5 mil quilômetros.

"O país tem a pior matriz de transporte dos mercados emergentes", afirma o economista
da consultoria de transportes e comércio externo Aduaneiras, Samir Keedi, citando que
60 por cento do transporte de carga no Brasil é feito pelo caro meio rodoviário e 26 por
cento por ferrovias.

Além disso, apesar do Brasil ter um amplo litoral e uma das maiores bacias
hidrográficas do mundo, apenas 14 por cento do fluxo de cargas é transportada em
embarcações.

"A história brasileira em infraestrutura é medíocre. Muito lenta para as necessidades do


país", disse Manoel Reis, professor da Escola de Administração de Empresas da
Fundação Getúlio Vargas de São Paulo e coordenador do Centro de Excelência em
Logística da FGV (GVcelog).

"Se não fizermos uma coisa muito clara em transporte ferroviário no Brasil, vamos ter
uma queda de posição no comércio internacional muito significativa", disse Reis.

Na tentativa de alterar esses percentuais, o país lançou em 2007 o Plano Nacional de


Logística e Transportes (PNLT) que prevê que em 2025, 35 por cento do transporte será
feito por ferrovia com a implantação de cerca de 12 mil quilômetros de linhas férreas
que vão interligar malhas dispersas por Sudeste, Centro-Oeste, Norte e Nordeste.
Enquanto isso, o modal rodoviário cairá para 30 por cento e o aquaviário crescerá para
29 por cento.   Continuação...

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