O Condephaat tombou nove estações ferroviárias do século 19 pertencentes à antiga São Paulo Railway, a primeira ferrovia de São Paulo. Outras 24 estações estão sob análise para possível tombamento até o fim do ano. As estações tombadas apresentam características como postes de ferro fundido e mãos-francesas e representam a expansão da ferrovia e do crescimento de São Paulo.
O Condephaat tombou nove estações ferroviárias do século 19 pertencentes à antiga São Paulo Railway, a primeira ferrovia de São Paulo. Outras 24 estações estão sob análise para possível tombamento até o fim do ano. As estações tombadas apresentam características como postes de ferro fundido e mãos-francesas e representam a expansão da ferrovia e do crescimento de São Paulo.
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O Condephaat tombou nove estações ferroviárias do século 19 pertencentes à antiga São Paulo Railway, a primeira ferrovia de São Paulo. Outras 24 estações estão sob análise para possível tombamento até o fim do ano. As estações tombadas apresentam características como postes de ferro fundido e mãos-francesas e representam a expansão da ferrovia e do crescimento de São Paulo.
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Condephaat tombou em junho nove estações do século 19 da antiga SP Railway,
primeira ferrovia do Estado; outras 24 estão sob análise
Lalo de Almeida/Folhapress
Relógio da estação de Jundiaí, uma das nove que já foram tombadas
LETICIA DE CASTRO DE SÃO PAULO
Marcos da urbanização paulista, as estações ferroviárias de São Paulo estão virando
também patrimônio cultural do Estado. Nove conjuntos de prédios que pertenceram a São Paulo Railway, a primeira ferrovia a ser implantada em São Paulo, para escoar a produção de café, foram tombados e outros 24 estão sendo estudados e podem ser incluídos na lista até o fim do ano. Na primeira leva, entraram Jundiaí, Várzea Paulista, Franco da Rocha, Caieiras, Perus, Jaraguá, Ribeirão Pires, Rio Grande da Serra e Santos com seus armazéns. Construídas com tecnologia inglesa entre 1862 e 1867, elas têm como características marcantes os postes de ferro fundido, uma novidade na arquitetura mundial da época, e mãos-francesas -peças triangulares de sustentação do edifício- com detalhes decorados em ferro. A introdução do tijolo, em uma época em que a taipa era o principal material usado nas construções paulistas, representou uma inovação no fim do século 19. "Elas representam a expansão da ferrovia pelo estado e a explosão de crescimento da cidade de São Paulo", afirma o pesquisador Ralph Menucci, que estuda há 15 anos a história das ferrovias no Estado e é autor do pedido de tombamento. Sob comando da CPTM, que transporta passageiros, e da MRS Logística, que faz o transporte de carga, conservam intactas características originais. E, a partir de agora, não podem ser alteradas. "As ferrovias têm papel fundamental no desenvolvimento econômico do Estado de São Paulo. Surgiram com o café e possibilitaram, mais tarde, o desenvolvimento da indústria", afirma a historiadora Ana Luiza Martins, que coordena a equipe responsável pelo estudo de tombamento no Condephaat. Há um ano, eles viajam pelo Estado fazendo um inventário do patrimônio ferroviário. Visitam cada estação, observando o grau de preservação e as características arquitetônicas mais marcantes. Entre os critérios observados estão a relevância histórica e o estado de conservação. Imóveis deteriorados não serão tombados. "Queremos selecionar as mais significativas, que representem bem a época e os estilos arquitetônicos originais", completa Martins. O estudo se estende a prédios anexos, como casa de máquinas, armazéns, oficinas e passarelas, que tiveram relevância na ferrovia. Há exemplares em estilos arquitetônicos como o art déco, neocolonial, eclético, neoclássico. Até uma modernista, em Jaguariúna. A equipe do Condephaat encontrou estações nas mais diversas situações. Em Santa Cruz do Rio Pardo, o prédio da estação estava ocupado por sem-teto. Outras, em melhor estado, tornaram-se prédios públicos e culturais, como as de Americana e de Araraquara. Em muitos casos, a posse ainda é da União, que herdou em 1998 o patrimônio da Fepasa. Algumas prefeituras compraram ou conquistaram na Justiça a posse, outras fazem a administração em comodato (empréstimo).