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Nos últimos anos, empresas nacionais passaram por uma revolução na produtividade. Essa
revolução transformou a vida das pessoas nos grandes centros urbanos, estabelecendo um
ritmo de vida considerado alucinante, com excesso de horas de trabalho e uma pressão
excessiva para serem cada vez mais produtivas. O lado profissional passou, portanto, a ser a
face predominante do ser humano, que se sentiu forçado a ser um super profissional e, para
tanto, não poupa esforços em jornadas de trabalho acima de 12 horas diárias.
O fato, porém, é que esse ritmo vai sendo assimilado por todos na sociedade e passa a ser
um novo padrão. Trabalha-se aos sábados, domingos, desaparecem os feriados etc. Tudo
parece ir bem até que uma ou mais das esferas da vida do ser humano (familiar, social,
física...) passam a apresentar problemas como, por exemplo: um filho drogado, um pedido de
divórcio, um enfarte ou outros problemas de saúde.
A importância da QVT reside simplesmente no fato de que passamos em ambiente de
trabalho mais de 8 horas por dia, durante pelo menos 35 anos de nossas vidas.
A expectativa pessoal dos profissionais é que, se as empresas esperam qualidade nos produtos
e serviços por elas oferecidos, ações de QVT devem ser incorporadas definitivamente no
cotidiano das empresas. Outra expectativa dos profissionais é de que as empresas, ao
conceberem um programa de qualidade, percebam que o mesmo não será implantado com
sucesso se não houver um efetivo envolvimento e participação dos funcionários atuando com
satisfação e motivação para a realização de suas atividades. Isso é qualidade de vida no
trabalho, que, conseqüentemente,
resulta em maior probabilidade de se obter qualidade de vida pessoal, social e familiar,
embora sejam esferas diferentes e nelas se desempenhem papéis diferentes.
O que mais desejamos na vida é felicidade, busca antiga do homem. Porém, para ser feliz,
é necessário ter saúde, satisfação consigo próprio e com seu trabalho, e tudo isso compreende
qualidade de vida. É interessante avaliarmos o conceito de empresa feliz apresentada por
Matos (1996), cujos valores são muito próximos aos indicadores de QVT: aquela que oferece
as condições motivacionais à plenitude da realização humana, ou seja, um clima estimulador
à
participação e à criatividade, canais abertos de comunicação e expressão, exercício regular da
delegação de autoridade e do trabalho em equipe, incentivos ao desenvolvimento da
capacidade de liderança, reconhecimento ao esforço empreendedor e à obtenção de resultados.
Isto é, a empresa feliz é a empresa bem administrada.
O modelo capitalista organiza o sistema de produção de maneira a restringir a
iniciativa do trabalhador, no que se refere ao seu processo de trabalho, organização e em
algumas situações o próprio ambiente de trabalho.
Mattos et alli (1994, p.45) ressalta que atualmente o mercado de trabalho sofre
mudanças radicais, reduzindo o emprego regular em favor do trabalho temporário ou
terceirizado. Assim, atualmente as relações de trabalho incluem: empregados, em tempos
parciais, empregados casuais, pessoal com contrato por tempo determinado, temporários, etc.
Desta forma, as condições de trabalho estão cada vez mais precárias devido a
terceirização dos setores de trabalho, atingindo principalmente o trabalhador que recebe
salários baixos, comprometendo a sua saúde podendo correr risco de sofrer acidentes ou
contrair alguma doença no próprio local de trabalho.
No entanto, podemos constatar que a carga excessiva de trabalho, o nível de
instabilidade no emprego e a competição exagerada no ambiente de trabalho, irá provocar um
aumento de estresse no trabalhador.
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O conceito de estresse surgiu nos anos 30, graças a Hans Selye, endocrinólogo
canadense de origem austríaca.
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Outros sintomas são apresentados através do pensamento que podem ser representados
de forma compulsiva e obsessiva, levando em consideração a angústia e a sensibilidade
emocional, tornando o sujeito agressivo e violento. No entanto, os fatores que geram os
sintomas depressivos podem estar relacionados ao estresse. Os fatores são: ruído, alterações
do sono, sobrecarga, falta de estímulos, mudanças determinadas pela empresa e mudanças
devido a novas tecnologias.
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O ruído excessivo pode levar ao estresse, provocando irritações, reduzindo o poder de
concentração, principalmente nas atividades que apresentam um certo grau de complexidade,
o que afetará o desempenho do indivíduo, levando a fadiga física. Podendo também alterar
suas funções fisiológicas, como o sistema cardiovascular.
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A sobrecarga de tarefas no trabalho é considerada como um dos motivos que leva ao
estresse no ambiente de trabalho. Isso ocorre devido as exigências que são impostas no
ambiente e que sempre ultrapassam nosso limite de capacidade de adaptação. Os quatros
fatores que resultam na sobrecarga no trabalho são: urgência do tempo;responsabilidade
excessiva;falta de apoio;expectativas contínuas de nós mesmos e daqueles que estão a nossa
volta
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A falta de estímulos no trabalho poderá ocorrer quando as tarefas se tornam
repetitivas, não tendo um certo grau de importância, resultando em um profissional altamente
estressado e desmotivado com o seu trabalho. Com relação as doenças, o profissional poderá
sofrer ataques cardíacos.
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O Burnout surgiu em 1974. Quem aplicou este termo foi o psicólogo Fregenbauer, que
constatou esta Síndrome em um de seus pacientes que trazia consigo energias negativas,
impotência relacionado ao desgaste profissional.
O termo Burnout é uma composição de burn (queimar) e out (fora), ou seja, traduzindo
para o português significa ³perda de energia´ ou ³queimar´ para fora, fazendo a pessoa
adquirir esse tipo de estresse tendo reações físicas e emocionais, passando a apresentar um
tipo de comportamento agressivo.
Apesar de ser bastante semelhante ao estresse, o Burnout não deve ser confundido com
o mesmo. O Burnout é muito mais perigoso para a saúde. No estresse existem maneiras de
controlá-lo. Como exemplo, um trabalhador estressado quando tira férias volta novo para o
trabalho, mas isso não acontece com um trabalhador que esteja sofrendo a Síndrome de
Burnout. Assim que ele retorna ao trabalho os problemas voltam a surgir novamente.
Definida como uma reação à tensão emocional crônica gerada a partir do contato
direto, excessivo devido as longas jornadas de trabalho, faz o indivíduo perder a sua relação
com o trabalho, de forma que as coisas deixem de ter importância e que qualquer esforço que
faça será inútil.
Qualquer trabalhador pode apresentar o Burnout, porém vale ressaltar que essa
Síndrome aparece mais em profissionais que trabalham em atividades onde se tenha
responsabilidade pelo outro, seja por sua vida ou por seu desenvolvimento. Essa Síndrome
aparece em profissionais que tenham contato interpessoal mais exigente, como é o caso dos
profissionais que estão ligados na área da educação e saúde, carcereiros, atendentes públicos,
funcionários que dentro da Organização exercem cargos de gerente, diretores, chefias e
telemarketing.
O conceito de Burnout pode ser dividido em três dimensões que são:
1.c Exaustão emocional - é a situação em que o trabalhador percebe que suas energias
estão esgotadas e que não podem dar mais de si mesmo. Surge o aparecimento do
cansaço, fica propenso a sofrer acidentes, ansiedade, abuso de álcool, cigarros e
outras drogas ilícitas.
2.c Despersonalização - desenvolvimento de imagens negativas de si mesmo, junto
com um certo cinismo e ironia com as pessoas do seu ambiente de trabalho, com
clientes e aparente perda da sensibilidade afetiva.
3.c Falta de envolvimento pessoal no trabalho - diminuição da realização afetando a
eficiência e a habilidade para a concretização das tarefas, prejudicando seu
desempenho profissional.
O Burnout está associado entre o que o trabalhador dá, ou seja, tudo aquilo que investe
no trabalho, e o que ele recebe, isto é, reconhecimento de seus supervisores, de sua equipe de
trabalho. Muitas vezes, o profissional dá tudo de si e não é valorizado, fazendo com que fique
frustrado, tendo a sensação de inutilidade para com o trabalho.
Para Farber (1991),
Pesquisas informam que as mulheres têm mais chance do que os homens de adquirir a
Síndrome de Burnout devido a sua dupla jornada de trabalho que administra tanto as tarefas
do emprego, como as tarefas domiciliares.
É importante enfatizar que quando o trabalhador é diagnosticado com Burnout é
necessário que este seja afastado do emprego e que , durante este período, continue recebendo
todas as sua garantias.
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CHIAVENATO, Idalberto. 5 7. ed. São Paulo: Atlas, 2002. 631 p.
JACQUES, Maria da Graça; CODO, Wanderley. ! ,
. 2. ed.
Petrópolis: Vozes, 2002. 420 p.
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