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Tijolos de solo-cimento
com resíduos de
construção
necessidade de preservação am- impostos. Além dessas vantagens, o
A biental e a tendência de escassez
dos recursos naturais fazem com
Márcia Ikarugi Bomfim de Souza
Engenheira civil, mestre em Engenharia
tijolo de solo-cimento agrada tam-
bém do ponto de vista ecológico,
Civil pela Unesp em Ilha Solteira (SP)
que a construção civil passe a adqui- pois não passa pelo processo de
mibsouza@yahoo.com.br
rir novos conceitos, buscando solu- queima, no qual se consomem gran-
ções técnicas que visem a sustentabi- des quantidades de madeira ou de
Joelma Aparecida Pereira
lidade de suas atividades. Nesse sen- óleo combustível, como é o caso dos
Aluna de Graduação em Engenharia Civil
tido, o aproveitamento dos resíduos tijolos produzidos em cerâmicas e
pela Unesp em Ilha Solteira-SP
de construção e demolição (RCD) olarias.
jo_unesp@hotmail.com
destaca-se como possível alternati- Encontram-se no mercado em-
va, na medida em que busca valori- presas que oferecem diversos mode-
Antonio Anderson da Silva Segantini
zar os materiais descartados nas los de prensas para a fabricação dos
Engenheiro civil, prof. dr. da Unesp em
obras de engenharia, atribuindo- tijolos. Algumas prensas fabricam
Ilha Solteira (SP)
lhes a condição de material nobre. até cinco tipos diferentes de tijolos,
anderson@dec.feis.unesp.br
Ressalta-se que o aproveitamento bastando para isso apenas trocar os
dos RCD na própria construção, em seus moldes. Existem empresas que
determinadas situações, pode até uso do cimento Portland comum. fabricam máquinas com revesti-
mesmo trazer vantagens técnicas e Quanto ao solo, é preferível utilizar mento interno (refil) da caixa ma-
redução de custos, como é o caso do solos arenosos. Os mais adequados triz, onde o solo é prensado. Em
uso dos resíduos de concreto na são os que possuem 100% dos grãos geral essa parte da máquina sofre
confecção de tijolos prensados de passando na peneira 4,8 mm; de 10% grande desgaste devido ao atrito
solo-cimento. a 50% passando na peneira 0,075 com o solo, bastando, na sua manu-
mm; limite de liquidez LL ≤ 45%; e tenção, apenas efetuar a substituição
Fabricação dos tijolos limite de plasticidade LP ≤ 18%. do molde interno.
Na fabricação dos tijolos são uti- Solos com essas características pro- O aprimoramento dos equipa-
lizados os seguintes materiais: solo, piciam condições para que se tenha mentos para a fabricação dos tijolos
cimento e água. A água é usada em menor consumo de cimento e obten- tem contribuído para a racionaliza-
pequena quantidade, o suficiente ção de tijolos de melhor qualidade. ção das técnicas de construção, pos-
para se obter a umidade ótima para a As vantagens da utilização dos ti- sibilitando a elaboração de projetos
prensagem do tijolo. A resistência jolos de solo-cimento vão desde a fa- com maior qualidade, permitindo o
média à compressão dos tijolos, se- bricação até a sua utilização no can- uso dos tijolos inclusive em obras de
gundo a NBR 8491 – Tijolo de solo- teiro de obras. Os equipamentos uti- padrão mais sofisticado. Podem ser
cimento – especificação, não deve ser lizados são simples e de baixo custo, produzidos tijolos maciços, tijolos
inferior a 2,0 MPa aos sete dias, e a possibilitando operação no próprio modulares com encaixe, canaletas,
absorção média de água deve ser in- canteiro. Isso reduz os custos com placas de revestimento e até elemen-
ferior a 20%. A norma recomenda o transporte, energia, mão-de-obra e tos decorativos. Apresenta-se, na fi-

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gura 1, uma ilustração da amarração

Fonte: www.vimaqprensas.com.br

Fonte: www.vimaqprensas.com.br
em encontro de paredes, cujo assen-
tamento é feito por meio do encaixe
dos tijolos vazados de solo-cimento.
A técnica de assentar os tijolos
por encaixe proporciona maior ra-
pidez na execução da alvenaria. Os
furos coincidentes possibilitam a
passagem de tubulações, permitindo
também a execução de colunas
Figura 1 – Encontro de paredes feito Figura 2 – Construção em três
grauteadas. Na figura 2 é mostrada
com tijolos vazados de solo-cimento pavimentos com tijolos de solo-cimento
uma construção em três pavimen-
tos, executada com tijolos prensados
de solo-cimento.

Aproveitamento dos resíduos


de concreto
A idéia de aproveitar os resíduos
de concreto na composição do solo
para a confecção do solo-cimento
surgiu em razão de se constatar que
os solos arenosos são os mais indi-
cados para a obtenção do solo-ci-
mento. E foi exatamente isso o que
se buscou com a incorporação dos
resíduos de concreto, pois se trata
de um material granular, cujas ca-
racterísticas granulométricas, após
a britagem, assemelham-se às de Figura 3 – Tijolos de solo-cimento com resíduo

Tabela 1 – COMPOSIÇÕES DO SOLO-CIMENTO


Traço Composição da mistura (kg) Equivalente em massa (%)
Solo (kg) Resíduo (kg) Cimento (kg) Soma (kg) Solo (%) Resíduo (%) Cimento (%) Soma (%)
SC0-6 100 0 6,0 106,0 94,3 0,0 5,7 100,0
SC0-8 100 0 8,0 108,0 92,6 0,0 7,4 100,0
SC0-10 100 0 10,0 110,0 90,9 0,0 9,1 100,0
SC20-6 100 20 7,2 127,2 78,6 15,7 5,7 100,0
SC20-8 100 20 9,6 129,6 77,2 15,4 7,4 100,0
SC20-10 100 20 12,0 132,0 75,8 15,2 9,1 100,0
SC40-6 100 40 8,4 148,4 67,4 27,0 5,7 100,0
SC40-8 100 40 11,2 151,2 66,1 26,5 7,4 100,0
SC40-10 100 40 14,0 154,0 64,9 26,0 9,1 100,0
SC60-6 100 60 9,6 169,6 59,0 35,4 5,7 100,0
SC60-8 100 60 12,8 172,8 57,9 34,7 7,4 100,0
SC60-10 100 60 16,0 176,0 56,8 34,1 9,1 100,0

61
ARTIGO

Figura 5 – Ensaio de compressão


dos prismas

Figura 4 – Ensaio de compressão dos tijolos Figura 6 – Ensaio de retração linear

Tabela 2 – COMPOSIÇÃO GRANULOMÉTRICA


Material Argila (%) Silte (%) Areia fina (%) Areia média (%) Areia grossa (%)
Solo 21,0 18,0 59,0 2,0 0,0
RC 0,0 0,0 8,2 36,4 55,4
Solo + 20% de RC 11,5 12 56,4 14,4 5,7
Solo + 40% de RC 9,3 10,7 47,8 22,4 9,9
Solo + 60% de RC 8,0 8,5 42,7 27,8 12,9

Tabela 3 – LIMITES DE CONSISTÊNCIA Tabela 5 – RETRAÇÃO LINEAR


Material LL (%) < 45% LP (%) < 18% IP (%) Traço Retração
Solo natural 27,7 18,3 9,4 linear (mm)
Solo + 20% de RC 21,9 15,8 6,1 Solo natural 24,0
Solo + 40% de RC 21,6 15,7 5,9 Solo + 20% de RC 7,9
Solo + 60% de RC 21,4 15,6 5,8 Solo + 40% de RC 7,0
Solo+ 60% de RC 6,7

Tabela 4 – ENSAIO DE COMPACTAÇÃO


Tabela 6 – ABSORÇÃO DE ÁGUA
Traço Umidade ótima Massa específica aparente
DOS TIJOLOS
(%) seca máxima (g/cm3)
Traço Absorção (%)
Solo Natural 12,7 1,89
SC0-6 17,5
SC0-6 13,0 1,87
SC0-8 17,2
SC0-8 13,0 1,88
SC0-10 13,0 1,87 SC0-10 17,0
SC20-6 12,0 1,91 SC20-6 14,7
SC20-8 12,3 1,90 SC20-8 14,5
SC20-10 11,8 1,89 SC20-10 14,3
SC40-6 11,3 1,98 SC40-6 14,1
SC40-8 11,2 1,94 SC40-8 13,5
SC40-10 11,8 1,93 SC40-10 13,3
SC60-6 11,2 1,94 SC60-6 12,8
SC60-8 11,5 1,94 SC60-8 12,6
SC60-10 11,4 1,94 SC60-10 12,5

62 TÉCHNE 113 | AGOSTO DE 2006


Tabela 7 – RESISTÊNCIA À COMPRESSÃO DOS TIJOLOS Considerando-se traços com
Traço Resistência média (MPa) 100 kg de solo, mostra-se na tabela
7 dias 28 dias 56 dias 120 dias 240 dias 1 o consumo de cada material na
preparação dos traços correspon-
SC0-6 1,60 3,40 4,11 4,70 4,84
dentes. Mostram-se também as
SC0-8 2,31 4,20 5,03 6,63 6,80
composições equivalentes, em por-
SC0-10 2,69 5,57 7,30 7,71 7,96 centagem, de cada material em rela-
SC20-6 2,50 3,74 4,15 5,02 5,49 ção à massa total.
SC20-8 2,89 4,74 5,34 7,21 7,35 Foram confeccionados tijolos
SC20-10 3,21 5,93 7,43 8,26 8,62 (figura 3) para a realização dos en-
SC40-6 2,78 4,39 4,94 5,81 6,03 saios de compressão simples (figura
SC40-8 3,03 5,18 6,23 8,14 8,22 4) aos 7, 28, 56, 120 e 240 dias. Fo-
ram também confeccionados pris-
SC40-10 3,74 6,86 8,12 9,31 9,94
mas com dois, três e quatro tijolos
SC60-6 2,78 4,64 4,94 5,73 6,07
(figura 5). Os tijolos utilizados na
SC60-8 3,08 5,09 6,44 8,02 8,23 confecção dos prismas foram con-
SC60-10 3,86 6,96 7,97 9,80 9,94 feccionados utilizando-se a dosagem
SC60-6. Os ensaios com prismas
foram realizados aos sete e 28 dias.
Os ensaios de caracterização dos
Resistência à compressão (MPa) – 7 dias

11 11
Resistência á compressão (MPa) – 240 dias

10 10 materiais componentes do solo-ci-


9 9 mento e dos tijolos foram realiza-
8 6% de cimento 8 dos em conformidade com as se-
7 8% de cimento 7 guintes normas:
6 10% de cimento 6 NBR 6457 – Preparação de amos-
5 5 tras de solo e ensaio de caracterização.
4 4 6% de cimento NBR 6459 – Determinação do li-
3 3 8% de cimento mite de liquidez.
2 2 10% de cimento NBR 7180 – Determinação do li-
1 1 mite de plasticidade.
0 0 NBR 7181 – Análise granulomé-
0 20 40 60 0 20 40 60 trica de solos.
Quantidade de resíduo (%) Quantidade de resíduo (%) NBR 7182 – Ensaio de compacta-
ção.
Figura 7 – Influência da quantidade de Figura 8 – Influência da quantidade de
NBR 8491 – Tijolos maciços de
resíduos na resistência dos tijolos aos resíduos na resistência dos tijolos aos
solo-cimento.
sete dias 240 dias
NBR 8492 – Tijolo de solo-ci-
mento – Determinação da resistência
uma areia grossa. Em trabalhos rea- portante contribuição para a socie- à compressão e da absorção d'água.
lizados no campus da Unesp em dade, na medida em que viabiliza Com a finalidade de se avaliar a
Ilha Solteira (SP), constatou-se que uma opção técnica de baixo custo, retração linear das composições,
a incorporação de resíduos de con- plenamente inserida no contexto do realizou-se o ensaio sugerido pelo
creto, na confecção de tijolos de desenvolvimento sustentável. Ceped (1999). Nesse ensaio, o solo é
solo-cimento, propiciou melhorias umedecido até ficar com consistên-
substanciais nas propriedades de Metodologia experimental cia plástica, semelhante à de uma ar-
resistência e absorção do solo-ci- Na composição do solo-cimen- gamassa de emboço. Em seguida é
mento, obtendo-se resultados mui- to, além do estudo com o solo natu- colocado dentro de uma caixa de
to melhores que aqueles aos estipu- ral, foram estudadas mais três mis- madeira com 60 cm x 8,5 cm x 3,5
lados nas normas brasileiras. Outro turas: solo mais 20% de resíduo de cm, previamente lubrificada com
aspecto observado, em vista dos re- concreto (RC); solo mais 40% de óleo mineral. Após o adensamento
sultados alcançados, foi a inerente RC; e solo mais 60% de RC, (em re- manual, o material fica em repouso à
possibilidade de se reduzir o consu- lação à massa de solo). Para cada sombra por sete dias, quando então
mo de cimento na confecção dos ti- uma dessas composições foram uti- se procede a leitura da retração no
jolos. O aproveitamento dos resí- lizados três teores de cimento (6%, sentido do comprimento da caixa
duos de concreto na confecção dos 8% e 10%) em relação à massa da (figura 6). O solo será considerado
tijolos, portanto, pode ser uma im- mistura solo-resíduo. viável para a confecção do solo-ci-

63
ARTIGO

10 10 LP ≤ 18%. Conforme se observa,


Resistência à compressão (MPa)

Resistência à compressão (MPa)


9 9 houve redução do LL e do LP após
8 8 a adição dos RC e todas as mistu-
7 7 ras com RC apresentaram limites
6 6 adequados para a confecção do
5 5 solo-cimento. Já o solo natural
4 4 apresentou LP = 18,3%, portanto
3 3 superior aos 18% recomendados
2 2 pelo Ceped (1999). Quanto ao LL,
1 1 todas as misturas se enquadraram
0 0 dentro dos limites recomendados.
7 28 56 120 240 7 28 56 120 240
Idade em dias Idade em dias
Compactação
6% de cimento 6% de cimento e 20% de resíduo Na tabela 4 são apresentados os
8% de cimento 8% de cimento e 20% de resíduo valores de umidade ótima e massa
10% de cimento 10% de cimento e 20% de resíduo específica aparente seca máxima, ob-
tidos no ensaio de compactação.
Figura 9 – Resistência à compressão Figura 10 – Resistência à compressão dos
Observou-se, com a adição do
dos tijolos sem resíduo tijolos com 20% de resíduo de concreto
RC, que os valores de umidade ótima
diminuíram e os de massa específica
10 10 aparente seca aumentaram. Eviden-
Resistência à compressão (MPa)
Resistência à compressão (MPa)

9 9 cia-se, portanto, que a adição do RC


8 8 propicia a obtenção de materiais
7 7 mais compactos, com melhor aco-
6 6 modação interna dos grãos na com-
5 5 pactação. A tendência, portanto, é a
4 4 de se obter materiais mais resistentes
3 3 e com menor absorção de umidade.
2 2
1 1 Retração
0 0 Os valores obtidos nos ensaios de
7 28 56 120 240 7 28 56 120 240
retração linear são apresentados na
Idade em dias Idade em dias
tabela 5.
6% de cimento e 40% de resíduo 6% de cimento e 60% de resíduo O ensaio realizado com o solo
8% de cimento e 40% de resíduo 8% de cimento e 60% de resíduo natural, sem adição do RC, apresen-
10% de cimento e 40% de resíduo 10% de cimento e 60% de resíduo tou uma fenda na parte central da
amostra e a retração total foi de 24
Figura 11 – Resistência à compressão Figura 12 – Resistência à compressão
mm, acima, portanto, do limite re-
dos tijolos com 40% de resíduo de dos tijolos com 60% de resíduo de
comendado pelo Ceped (1999), que
concreto concreto
é de 20 mm. Dessa forma, o solo na-
tural utilizado nesse trabalho não
mento somente se a soma da fendas é o caso do solo arenoso fino em es- seria apropriado para a confecção do
for inferior a 20 mm e não apresen- tudo. A mistura contendo 40% de solo-cimento. Porém, com a adição
tar nenhuma fenda na parte central RC, como se observa, ficou com do RC, houve uma diminuição subs-
da caixa. 20% de silte + argila e 80% de areia. tancial nos valores de retração, de
Essa composição é considerada 24% para 7%. Além disso, não se ob-
Análise granulométrica ideal por muitos pesquisadores do servou, em nenhuma das amostras, a
Os resultados obtidos na análise solo-cimento. ocorrência de fendas na parte central
granulométrica são apresentados na da caixa, significando haver uma
tabela 2. Limites de consistência forte tendência de redução da retra-
Nota-se que o RC ficou consti- Apresenta-se na tabela 3 os valo- ção por secagem em razão da incor-
tuído por 8,2% de areia fina, 36,4% res obtidos para os limites de con- poração do resíduo mineral.
de areia média, e 55,4% de areia sistência.
grossa. Esse material, portanto, O Manual de Construção com Absorção
pode ser utilizado para corrigir a Solo-Cimento, Ceped (1999), re- Na tabela 6 são apresentados os va-
granulometria de solos finos, como comenda valores de LL ≤ 45% e de lores obtidos nos ensaios de absorção.

64 TÉCHNE 113 | AGOSTO DE 2006


5 60%, observou-se uma tendência solo-cimento com qualidade e redu-
Resistência média (MPa)
de estabilização. A realização de en- ção no consumo de cimento.
4
saios com tijolos produzidos com  Os tijolos produzidos com o RC
3 mais de 60% de resíduo, portanto, atenderam aos requisitos mínimos
se faz necessária para que se possa estabelecidos nas normas brasileiras.
2
ter uma melhor definição do com-  Houve aumento de resistência à
1 portamento do material e possivel- compressão, em função do aumen-
mente uma avaliação do teor ótimo to da quantidade de RC, para os
0
2 3 4 de RC incorporado, que conduza a traços com até 40% de RC em rela-
Número de tijolos dos prismas valores mínimos de custo, associa- ção à massa de solo. Para os traços
7 dias 28 dias dos com valores de resistência den- com 60% de RC os valores de resis-
tro dos limites preconizados nas tência ficaram próximos dos obti-
Figura 13 – Resistência à compressão normas brasileiras. dos com 40% de RC, indicando
dos prismas haver estabilização no aumento da
Resistência versus idade de cura e resistência para adições entre 40%
teor de cimento e 60% de RC.
Verificou-se que todos os traços
São apresentados, nas figuras 9 a
atenderam a NBR 8492, que preco-
12, os gráficos de resistência média à
niza absorção máxima de 20%.
compressão em função da idade de
Nota-se, também, que a adição do
cura e do teor de cimento.
LEIA MAIS
RC promoveu redução nos valores
A resistência média dos corpos- Manual de Construção com
de absorção. Em média, o valor obti-
de-prova com 6% de cimento, sem Solo-cimento. Ceped (Centro de
do para o solo-cimento sem RC foi
RC, aos sete dias (figura 12) não Pesquisa e Desenvolvimento).
de 17,2%, enquanto que para o solo-
atendeu às prescrições da NBR 8492, Camaçari-BA, 1999. 116p.
cimento com 60% de RC foi de
que prescreve um valor médio maior Análise da adição de resíduos
12,6%. Esse aspecto também é im-
ou igual a 2,0 MPa. Observa-se para de concreto em tijolos
portante, pois quanto menor a ab-
todas as amostras em estudo que prensados de solo-cimento.
sorção, melhor será o desempenho
houve um aumento da resistência Dissertação de Mestrado. Márcia
da alvenaria.
em função do tempo de cura e tam- Ikarugi Bomfim Souza. Unesp –
bém em função do aumento da Campus de Ilha Solteira, 2006,
Resistência à compressão dos tijolos
quantidade de cimento. 122p.
Apresentam-se na tabela 7 os re-
Foram também realizados en-
sultados obtidos no ensaio de com-
saios em prismas com dois tijolos,
pressão dos tijolos.
três tijolos e quatro tijolos, aos sete
dias e aos 28 dias. Os resultados obti-
Resistência versus quantidade de RC
dos são apresentados na tabela 8 e na
Na figura 7 é apresentado o grá-
figura 13.
fico de resistência à compressão
dos tijolos em função da quantida-
Conclusões
de de RC aos sete dias, e na figura 8,
Objetivou-se, com a realização
aos 240 dias.
deste trabalho, por meio do aprovei-
Nota-se que as adições de RC
tamento do RC melhorar as caracte-
até 40%, em relação à massa de
rísticas granulométricas do solo are-
solo, proporcionaram aumentos na
noso fino, característico da região
resistência à compressão dos tijo-
Oeste do Estado de São Paulo, e tam-
los. Já para adições entre 40% e
bém de outras regiões do Centro-Sul
do Brasil, tendo em vista a sua apli-
Tabela 8 - RESISTÊNCIA MÉDIA À cação na confecção de tijolos de
COMPRESSÃO DOS PRISMAS solo-cimento. Em vista dos resulta-
Prismas Resistência dos obtidos e das análises efetuadas,
Média (MPa) concluiu-se que:
7 dias 28 dias  O RC utilizado mostrou-se exce-
lente material para melhorar as ca-
2 tijolos 3,37 4,38
racterísticas do solo em estudo, pro-
3 tijolos 3,08 3,90 piciando condições técnicas favorá-
4 tijolos 2,66 3,70 veis para a confecção dos tijolos de

65

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