Seria mais um imóvel "apagado" e esquecido no meio da movimentação da área central, mas quem passa pelo Largo Boa Morte já começa a ver cores surgindo no casarão da esquina entre a Rua Boa Morte e Presidente Roosevelt.
Título original
Depois de quase demolido, casarão será centro cultural
Seria mais um imóvel "apagado" e esquecido no meio da movimentação da área central, mas quem passa pelo Largo Boa Morte já começa a ver cores surgindo no casarão da esquina entre a Rua Boa Morte e Presidente Roosevelt.
Seria mais um imóvel "apagado" e esquecido no meio da movimentação da área central, mas quem passa pelo Largo Boa Morte já começa a ver cores surgindo no casarão da esquina entre a Rua Boa Morte e Presidente Roosevelt.
Depois de quase demolido,
casarao sera centro cultural
Seria mais um imével
“apagado” ¢ esquecido no
meio da movimentagao da
Grea central, mas quem pas-
sa pelo Largo Boa Morte jé
comeca a ver cores surgindo
no casarqo da esquina entre a
‘Rua Boa Morte ¢ Presidente
Roosevelt.
[Nos tapumes figuramossim-
bolos histricos da cidade, retr-
tados em tragos, como a igreja
Boa Morte, gruta e Edificio Pra-
da. A arte remete a vida que 0
local deve retomar, a0 ser trans-
formado em centro cultural de-
pois de passar pela revitalizagao
iniciadaagora.
AAs obras serio feitas pela
Engep, que agora detém o imé-
‘vel, apés permuta com 0 antigo
proprietirio, “Tentaremos revita-
lizar 0 casario com as caracte-
risticas originais transformé-lo
‘num espago cultural. Anda nfo
oi definido o que ser, mas, en-
tte as opsées, a provavel é um
mugen’, disse Roberto Martins,
diretor da Engep.
‘Um ano é 0 prazoestimnado
paraotrabalho no patiménio is
{rico municipal, que teve jane-
las e portas descaracterizadas
Dai, a tentativa de se fazer algo
‘mais préximo possivel as oF
gens. “Id ndo cabe restauragao
[porque muito foi pertido, porisso
a revitalizacio”, lembrou Mar,
tins. Réplicas sero produzidasa
partirdoestudo dos materiaisuss-
dos na fundago do local.
‘Opréio ficou parado duren-
teanos, depois de funcionarcomo
Iojas e restaurante. “O tethado
est prejudicado, Faremos uma
revisioparaevitar maisestragos,
fenguanto os tapumes jé relem-
brarao os pontos historicos da
cidade, mostrandoa popullagaoo
ponto cultural que o local sera”,
Joao Eges fez 0 trabalho de pintura em moldes nos tapumes;
‘casardo passaré por obres até se tornar centro cultural
declarou Martins.
Para Joio Egea, 44, etreiro
artesanal que faziao trabalho de
aplicagao e pintura dos pontos
hist6ricos nos tapumes, aarte &
uma forma de uniro ttl a0 agra
PSE ieta Nos formed elcg
‘opassado de uma nova forma”,
disse. O casaréoest como tom-
bamento em fase de conclusio,
segundo a arquiteta Juliana Bi-
notti, do Conselho Municipal de
Defesa do Patriménio Histrico
’AquitetOnico de Limeira(Con-
dephali). O registro mais antigo
6 da década de 1870, quando 0
Ceasar era propriedade de Eze
Quiel de Paula Ramos, entao se-
nador. Com origem tio antiga,
foi por pouco que ocasarao "s0-
breviveu”” Ble teve parte demo-
lida em 2006, trabalho interrom-
ppido pelo Condephali, apds de-
‘incia do que estava sendo feito
no local. "O prédio jétinha pas-
sado por reformas em 2003,
‘quando recebeu vitrines no t-
¢gardas janclas. Na época, odi-
retor de Cultura, José Eduardo
Heflinger Junior, 0 Toco, ten-
tou com documentagao cance-
Jarasalteragdes, sem sucesso”,
cexplica Juliana
Ja em.2006, a obra come-
‘cou. ser feta internammette, Coit
0s vidios tapados com papel. “In-
felizmente, as vezes a5 pessoas
desconhecem o valor hist6ricoe
a importincia arquitetdnica des-
ses imiveis. A obra de dem:
40, que comegoupordentro, foi
praticamente interrompida na
‘metade, Embora o telhado com
‘madeira de lei fosse poupado,
sos forros da Spoca foram per-
didos”, diz Juliana. O caso fot
pararno MinistérioPablico, des-
fa ver, com ganho de causa 20
Condephali ¢ 0 local ficou sem
uso desde entio, até chegar 20
novo projeto da Engep.
imvel é um dos poucos,
junto igreja Boa Morte Pala-
ceete Levy, que fazem parte da
‘paisagem cultural original do lar-
‘g0,emmeioatedoorestantemo-
Aificado. O casario possufaquin-
tal nos fundos, assim como 0
Palacete, onde tio 0 quarteira0
fazia parte da propriedade. “Na-
aquela épeca, era comumascons-
tmuebescomecaremalinhadas 20
inicio do lote, mas tinham gran-
ddes quintaisnos fundos”,lembra
Juliana.
‘A casa do Largo Boa Morte
era a moradia “na cidade” de
Bzequiel de Paula Ramos € sua
familia, fundadores da Fazenda
Quilomibo, que hoje pertence aos
seus bisnetos. Natural de Bana-
nal (SP), ele era advogado e veio
a Limeira no inicio da década de
1870, onde fundou escrtério de
advocacia, nocasaraodo Largo,
se casou com Anna Eufrosina
Joriao. Os primeirosregistros do
‘n6vel, de impostos prediais, da-
tam de 1874, embora baja uma
série com infcio em 1774 e tér-
‘minoem 1891, referindo-ocomo
situado na “rua do Teatro”.
Em 1891, a familia Ramos
smulou-se para capital paulista,
para a sua eleigao a0 mesmo a0
cargo, de senador estadual.. No
‘mesmo ano, participa da elabo-
racioda primeira Consttuiclo do
‘pequenos intervalos. Elegeu-se
rovamente senadornaquele ano,
cargoque ocupouaté 1903, quan-
do se afasiou da atividade potti-
ca por motivo de doenga. Fale
cou em Sio Paulo, em 24 de
‘argo de 1905. (DL)