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Consensos do XXIV Congresso Brasileiro de Cirurgia – SP, Julho de 2001

Capítulo 3 - Qual a conduta Atual do Esôfago de Barrett?

Moderador:
Osvaldo Malafaia (PR) — TCBC

Participantes: 
1 - Cleber Dário Pinto Kruel (SP)
2 - Danilo Gagliardi (SP) — TCBC
3 - Fausto Luiz Orsi (SP) — TCBC
4 - Ivan Cecconello (SP) — TCBC
5 – Jurandir Marcondes Ribas filho (PR)
6 – Kiyoshi Hashiba (SP)
7 – Maria aparecida C. de arruda Henry (SP)
8 – Nelson Ary Brandalise (SP)

1.A melhor definição de esôfago de Barrett é:


Substituição do epitélio estratificado e escamoso do esôfago por epitélio colunar com células intestinalizadas ou mista, em qualquer extensão do esôfado, detectável ao exame endoscópico e
microscópico do órgão.

2.O exame endoscópico exibindo digitações de mucosa cor de salmão, com menos de 3 cm de extensão, tendo ao exame histológico metaplasia com células intestinalizadas
terá a denominação de esôfago de barrett curto.

3.O esôfago distal revestido por epitélio colunar, numa estensão maior que 2 cm, cuja biópsia NÃO revelar células intestinalizadas deverá ser denominado:
Esôfago distal revestido por epitélio colunar

4.Pacientes sem hérnia de hiato, com biópsia realizada à nível de TEG, para investigação de DRGE cuja microscopia revela metaplasia intestinal deverá ser denominada:
Metaplasia do epitélio juncional ou cárdico. (Alguns autores a consideram esôfago de Barrett ultra-curto ou cardite tendo esta situação implicações com o aparecimento de câncer da cárdia)

5.Como diagnosticar o esôfago de Barrett?


Através de estudo endoscópico com confirmação por exame anatomo-patológico (Nos doentes com esôfago de Barrett e estenose o estudo radiológico com achados característicos definem alta
suspeita para a afecção).

6.Qual sua opinião a respeito da displasia no Barrett?


A displasia de baixo grau pode ser semelhante a processo inflamatório e por isso pode regredir com tratamento.
A disolasia de alto grau pode conviver com carcinoma invasor em graus variáveis. Deve ser acompanhado com protocolo agressivo em termos endoscópicos ou ressecção esofágica.

7.Existem diferenças entre as estenoses comenfermidade de Barrett ou sem ela?


Sim, devido ao potencial de malignização do Barrett

8.No esôfago de Barrett, o tratamento clínico visa:


Controle do RGE e do processo inflamatório

9.O esôfago de Barrett com DRGE clinicamente manifesta em pacientes H. pylori poditivo:
Deve ser tratado por medicamento somente quando houver afecção gastroduodenal específica e que justifique a sua erradicação.

10.O esôfago de Barrett (>2,0 a 3,0cm/circular) sem estenose, o tratamento cirúrgico está indicado:
Sempre independente da presença ou não de sintomas desde que não hala risco cirúrgico que contra-indique a operação.

11.No esôfago de Barrett sem estenose, forma curta, o tratamento cirúrgico está indicado:
Somente quando os sintomas ou achados endoscópicos não são controlados com tratamento medicamentoso, pois não há ainda dados suficientes na literatura para avaliação.

12.Nas formas complicadas de DRGE, são indicações de tratamento cirúrgico o esôfago de Barrett com estenose e/ou úlcera?
A presença de esôfago de Barrett com estenose e/ou úlcera é indicação de tratamento cirúrgico.

13.O esôfago de Barrett sem úlcera nem estenose deve ser operado? Qual técnica utilizar?
Fundoplicatura Nissen c/ hiatoplasia

14.No esôfago de Barrett com estenose e/ou úlcera, quak operação propõe?
Com úlcera: tentar cicatrizar com tratamento clínico pré-operatório, seguindo-se fundoplicatura a Nissen.
Com estenose dilatável: dilatação + Nissen e, eventualmente dilatações pós-operatórias.
Com estenose de difícil dilatação: ressecção esofágica.

15.Em pacientes com esclerodermia, queixas de pirose e regurgitação diária. Endoscopia revela esofagite erosiva e Barrett (anatomopatológico: displasia de grau leve) o que
fazer?
Não houve consenso quanto ao emprego das seguintes opções:
a)hiatoplatia + válvula anti-refluxo gastroesofágico por voa videolaparoscópica
b)esofagectomia parcial
c)tratamento clínico
d)cirurgia (operação de Payne)

16.O tratamento endoscópico do esôfago de Barrett, através de métodos de ablação está indicado apenas dentro de protocolos controlados, uma vez que, embora sejam procedimentos
de baixa morbidade, tecnicamente simples, com bons resultados na maioria dos pacientes, ainda não se reconhece o impacto do mesmo sobre a hoistória natural da doença.

17.Qual a conduta para o tratamento do esôfago de Barrett com displasia de alto grau confirmada por dois patologistas experientes.
Considerar este grau de displasia como carcinoma e realizar intervenção cirúrgica.

18.O epitélio de Barret depois de tratado clínica e cirurgicamente o refluxo, tem reduzido (mas não suprimido) o potencial de malignização?
Não existem dados na literatura suficientes, mas quando operados parece que sim.

19.No seguimento de pacientes com esôfago de Barrett, sem diplasia, tratados clinicamente, deve-se realizar controle endoscópico com biópsia a cada:
12 meses

20.No seguimento de pacientes com esôfago de Barrett, com diplasia de baixo grau, tratado clinica e cirurgicamente, deve-se realizar controle endoscópico com biópsias a
cada:
6 meses

21.Nos pacientes com esôfago revestido por epitélio colunar deve ser realizado controle endoscópico com biópsia a cada:
24 meses

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