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Engenharia Mecânica
Autores:
Lucas Leggi Arrias
Frederico Oliveira Uemura
Adriana Feiden
Rodolpho Raphael Bilha Gonçalves
Ricardo Esteves Marrafão
Maringá
JULHO/2008
LUCAS LEGGI ARRIAS – 36616
FREDERICO OLIVEIRA UEMURA – 36625
ADRIANA FEIDEN – 36605
RODOLPHO RAPHAEL BILHA GONÇALVES – 36632
RICARDO ESTEVES MARRAFÃO – 36602
TCC- DEQ3945
Maringá
JULHO/2008
AGRADECIMENTOS
ARRIAS, Lucas Leggi; UEMURA, Frederico Oliveira; FEIDEN, Adriana; GONÇALVES, Rodolpho Raphael
Bilha; MARRAFÃO, Ricardo Esteves. Projeto e construção de um túnel de vento subsônico de circuito
aberto para utilização em laboratório didático. Maringá: Universidade Estadual de Maringá, 64 p. Trabalho
de Conclusão de Curso.
A aerodinâmica é o estudo dos movimentos e interações de corpos com fluidos, relativo às suas
propriedades, características e forças exercidas em contornos nele imersos. Na arquitetura, engenharia civil,
agrícola e mecânica, tal tecnologia tem sido largamente empregada, devido à maior segurança, confiabilidade e
eficiência dos projetos e a redução de custos. Para um estudo detalhado da dinâmica de fluidos em corpos é
utilizado um túnel de vento, aparelho que verifica por meio de testes e simulações a ação do ar sobre objetos, que
os atinge com diferentes velocidades. A Universidade Estadual de Maringá (UEM) e região não possuem o
equipamento túnel de vento para estudo de dinâmica de fluidos em corpos sólidos. Desta forma o presente
trabalho descreve o projeto, dimensionamento e a construção de um túnel de vento subsônico de circuito aberto e
seus instrumentos de medida, dinamômetro de mola e tubo de pitot, para a realização de experimentos tais como
a visualização do escoamento, escoamento em placa plana e cálculo da força de arrasto usando objetos de escala
reduzida. O equipamento foi construído em madeira flexível com uma base suporte de metalon. Possui câmara
de estabilização, com 500mm de comprimento, e favo de mel com células de seção quadrada de 50x50x300mm,
bocal com razão de contração próxima a 3:1 e 725mm de comprimento, seção de teste de 250x250x650mm, com
duas janelas e uma porta corrediça de acrílico, difusor com 900mm de comprimento e exaustor com três
velocidades, 800, 950 e 1100rpm, totalizando 3,15m de comprimento e aproximadamente 80cm de largura e
altura máxima, a um custo de R$380,00.
Palavras Chave: Dinâmica dos fluidos, Túnel de vento, Dinamômetro de mola, Tubo de Pitot.
SUMÁRIO
Lista de Ilustrações
Lista de Tabelas
Lista de Abreviaturas e Siglas
1 Introdução 12
2 Objetivo 13
3 Justificativas 14
4 Revisão bibliográfica 15
4.1 Escoamento 15
4.2 Número de Reynolds 16
4.3 Força de arrasto 17
4.4 Escoamento em placa plana 18
4.4.1 Escoamentos Uni, Bi e Tridimensionais 19
4.5 Ventiladores 20
4.6 Túnel de vento 21
4.6.1 Tipos de Túneis de vento 22
4.6.1.1 Túnel de circuito aberto 22
4.6.1.2 Túnel de circuito fechado 23
4.6.2 Partes do túnel de vento 23
4.6.2.1 Bocal 23
4.6.2.2 Difusor 25
4.6.2.3 Câmara de Testes 26
4.6.2.4 Câmara de estabilização e favo de mel 27
4.6.2.5 Visualização do escoamento 28
4.7 Tubo de Pito 29
4.8 Dinamômetro de Mola 31
5 Desenvolvimento 33
5.1 Escolha do modelo de túnel de vento 33
5.2 Determinação das praticas didáticas 33
5.3 Corpos de prova 34
5.4 Instrumentos de medida 34
5.4.1 Tubo de Pito 34
5.4.2 Dinamômetro de mola 35
5.5 Visualização do escoamento 35
5.6 Dimensionamento 36
5.6.1 Bocal 36
5.6.2 Seção de Teste 37
5.6.3 Difusor 37
5.6.4 Exaustor 38
5.7 Protótipo 39
5.7.1 Tubo de Pito 39
5.7.2 Túnel de vento 40
5.7.2.1 Resultados Obtidos 41
5.8 Construção e Materiais 42
5.8.1 Túnel de vento 42
5.8.1.1 Corpo do túnel 42
5.8.1.2 Base do túnel de vento 47
5.8.1.3 Instalação de porta e janelas 50
5.8.1.4 Favo de mel 51
5.8.2 Instrumentos de medida 52
5.8.2.1 Tubo de Pito 52
5.8.2.2 Dinamômetro de mola 54
6 Custos do projeto 56
7 Funcionamento e utilização 57
7.1 Visualização do escoamento 57
7.2 Medidas de velocidade 57
7.3 Força de arrasto 58
8 Considerações Finais 59
9 Referências Bibliográficas 60
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Letras Latinas
A área característica do corpo, m²
CD coeficiente de arrasto
D força de arrasto, N
F(x) fórmula da relação Morel modificado por Yao-xi Suo
Fel força elástica, N
g aceleração da gravidade, m/s²
h diferença de altura no manômetro, m
K constante elástica da mola, N/m
L comprimento característico descrito da geometria do campo de escoamento, m
m massa, kg
Re número de Reynolds
U velocidade de corrente livre, m/s
V velocidade do escoamento do fluido, m/s
x, y, z coordenadas espaciais
t tempo
x deformação elástica da mola, m
Letras Gregas
γ1 massa específica do fluido escoando no duto, kg/m³
γ2 massa específica do fluido no manômetro, kg/m³
µ viscosidade absoluta do fluido, kg/s.m
ρ densidade do fluido, kg/m³
υ viscosidade cinemática do fluido, m²/s, freqüência de radiação, 1/s
Abreviaturas
prof. professor
Dr. Doutor
Siglas
DEQ Departamento de Engenharia Química
TCC Trabalho de Conclusão de Curso
UEM Universidade Estadual de Maringá
12
1 – INTRODUÇÃO
2 – OBJETIVO
3 – JUSTIFICATIVAS
4 - REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
4.1 – Escoamento
Sabe-se que uma definição para escoamento é movimento de fluidos, dessa forma
cabe a mecânica dos fluidos analisar todos os possíveis tipos de escoamentos e classificá-los
de acordo com as suas características particulares.
Segundo Fox et al. (2006) uma trajetória é o caminho traçado por uma partícula
fluida em movimento. Para torná-la visível deve-se identificar uma partícula fluida num dado
instante, por exemplo, pelo emprego de um corante ou fumaça e em seguida tirar fotografias
de exposição prolongada do seu movimento subseqüente. A linha traçada pela partícula é uma
trajetória.
Por outro lado pode-se preferir concentrar atenção num local fixo do espaço e
identificar novamente pelo emprego de corante ou fumaça, todas as partículas fluidas
passando por aquele ponto. De acordo com Fox et al. (2006), após um curto período de
tempo, ter-se-ia um número de partículas fluidas identificáveis no escoamento, sendo que
todas elas, em algum momento passaram pelo mesmo local fixo no espaço.
ρ.V .L V .L
Re = = (EQ. 4.1)
µ υ
D
CD = (EQ. 4.2)
(1 2)ρV 2 A
mísseis, etc. A projeção da área no plano paralelo à corrente livre, vista de topo, utilizada em
perfis de asa e hidrofólios. E a área total de contato do corpo com o fluido, costumeiramente
utilizada para superfícies de cascos de embarcações.
Segundo Fox et al. (2006) ao se lidar com fluidos em movimento, pode-se estar
interessado na descrição de um campo de velocidade. Se for definido uma pequena partícula
fluida como uma pequena massa do fluido, que envolve um ponto qualquer, de identidade fixa
de volume, segue-se que a velocidade no ponto é definida como a velocidade instantânea da
partícula fluida que, num dado instante, está passando pelo ponto. A velocidade em qualquer
ponto do campo de escoamento é definida de modo similar. Num dado instante t, o campo de
velocidade V, é uma função das coordenadas espaciais x, y, z. A velocidade em qualquer
ponto do campo de escoamento pode variar de um instante a outro. Então a representação
completa da velocidade (o campo de velocidade) é dado por
V = V(x, y, z, t) (EQ.4.3)
Velocidade é uma grandeza vetorial, exigindo uma magnitude e uma direção para
uma completa descrição, por conseguinte o campo de velocidade é um campo vetorial.
FIGURA 4.4: Escoamento em duto reto, considerado como sendo unidimensional, na seção divergente se torna
bidimensional
20
Outro aspecto a ser levado em consideração, é que todo fluido deverá ter
velocidade relativa igual a zero em uma superfície sólida, dessa forma todo escoamento a ser
considerado será então bi ou tridimensional, devida a variação de intensidade da velocidade,
que aumenta progressivamente ao afastar-se da superfície sólida. Porém uma alternativa a este
fato é considerar o escoamento como uniforme, já que neste caso numa dada seção reta a
velocidade do fluido é constante em qualquer seção transversal ao escoamento, como mostra a
FIGURA 4.5.
4.5 – Ventiladores
Ventiladores são máquinas que produzem fluxo de ar ou outros gases, com vazões
relativamente altas e pressões de operação baixas (FILHO, 2008). A utilização dos
ventiladores é muito ampla, havendo assim uma grande variedade de aplicações para uso
doméstico, comercial e industrial.
Tais grandezas são: número de rotações por minuto, velocidade angular, diâmetro
de saída do rotor, vazão, altura de elevação, potência e rendimentos (hidráulico, mecânico e
total).
instrumentos para medidas como pressão e velocidade e partes para visualização, onde são
colocados corpos de provas para experimentação. Para resultados confiáveis, o fluxo dentro
do túnel deve ser relativamente livre de turbulência. Para isso o túnel de vento é projetado
com dimensões e formatos que possam tornar o fluxo do fluido mais suave e forneça um
Número de Reynolds inferior a 2300, limite esse que determina aproximadamente a linha de
transição entre escoamento laminar e turbulento (FOX, 2006).
Existe uma diversidade de túneis de vento, que servem para uma grande
quantidade de experimentos. Estes podem ser classificados de acordo com uma série de
características: posição de construção (verticais ou horizontais), fluxo de ar, tipo da câmara
(aberta ou fechada) e velocidade do fluido (podem ser desde subsônicos até hipersônicos)
Devido a uma série de fatores (como por exemplo, o custo), neste projeto serão
analisados túneis de vento subsônicos, que se dividem basicamente em dois tipos: circuito
aberto ou fechado.
Este túnel possui um circuito aberto onde o ar é lançado para a atmosfera após
passar pelo equipamento (FIGURA 4.7). Segundo Groff (2001) este tipo de túnel de vento
tem o inconveniente de possuir uma distribuição de velocidade do fluido pouco uniforme e
necessitar de uma maior potência de consumo no ventilador, comparado com os túneis de
circuito fechado.
4.5.2.1 – Bocal
( x / L) n
1− ....se....0 ≤ x / L ≤ X
X n −1
F ( x) = (EQ.4.4)
(1 − ( x / L)) n
....se....X ≤ x / L ≤ 1
(1 − X ) n −1
25
Segundo cita Bradshaw e Mehta (2008) a área de contração ou bocal deveria ser
tão grande quanto possível para se reduzir às perdas de pressão através das paredes. A área de
contração é o último componente antes da área de teste e favorece a redução de variação da
velocidade.
4.5.2.2 – Difusor
O difusor é um duto que se assemelha muito ao bocal, pois possui uma seção que
varia gradualmente de acordo com o comprimento e também é projetado para controlar as
características do fluido. Um exemplo de difusor está mostrado na FIGURA 4.11. São
geralmente empregados com a função oposta dos bocais, sendo chamado também de bocal
divergente, pois convertem energia cinética em energia de pressão. Segundo Bradshaw e
Mehta (2008) uma das funções preconizadas para túneis abertos é que difusores também
servem para se evitar problemas de arrastão nos laboratórios por causa dos jatos de ar. O
parâmetro principal do difusor é a razão de expansão, que pode ser representada pela relação
entre velocidade de entrada e velocidade de saída no difusor. Geralmente os ângulos
utilizados na divergência encontram-se num intervalo de 3° a 7°, onde é possível encontrar
uma eficiência de 90%. A tendência atual é empregar ângulos de divergência da ordem de 5°
(GROFF et al., 2000).
26
O favo de mel (FIGURA 4.13) possui este nome devido a sua estrutura, que é
formada por células de vários formatos como: pentágonos, tubos, quadrados e outros. Todos
são justapostos lado a lado com certo comprimento, formando câmaras que estabilizam os
vórtices axiais.
de estabilização, para suavizar o fluxo, que pode ser auxiliado por malhas anti-turbulência,
melhorando a qualidade do escoamento na câmara de teste.
Para uma perfeita visualização é necessário que essa fumaça tenha algumas
características fundamentais. Deve possuir um volume constante e relativamente grande, de
modo a formar um filete contínuo, que não pode dissipar-se rapidamente no ar, mas também,
não pode permanecer por muito tempo no laboratório, a fim de evitar-se um possível caso de
insuficiência respiratória.
suficientemente grande para que não suba ao teto, mantendo-se sustentável na altura
requerida.
A massa específica dos emissores de fumaça deve ser adequada para reduzir os
possíveis fenômenos de flutuação, pois poderiam causar desvios na corrente estudada. Da
mesma forma, para que a fumaça não se espalhe por todo o túnel de vento é necessário que o
fluido tenha uma pressão suficiente para manter-se coeso durante a seção de teste.
(EQ.4.5)
Fel = K x (EQ.4.6)
5 - DESENVOLVIMENTO
Sendo assim, foram determinados três corpos de prova: uma pequena chapa
quadrada de madeira, um cilindro e uma esfera. A chapa de madeira será utilizada no cálculo
da força de arrasto, onde poderá ser usada na horizontal e na vertical, evidenciando bem o
efeito do arrasto sobre corpos de dimensões diferentes. O cilindro e a esfera serão utilizados
na visualização do escoamento e no cálculo da força de arrasto.
É importante salientar que tais corpos de prova não são únicos para estes
experimentos. A opção por esses modelos ocorreu devido à facilidade de fabricação. Contudo
é possível fazer análises e cálculos em carros e aviões em miniatura ou outras estruturas em
menor escala.
Desta maneira, optou-se pelo Pitot clássico para medida de velocidade em dutos
(FIGURA 4.15), onde a diferença de alturas nas colunas dos manômetros é usada para
calcular a velocidade do escoamento, utilizando-se a EQUAÇÃO 4.5.
35
O gelo seco tem elevada densidade, possui a capacidade de “produzir frio” pode
provocar queimaduras e a fumaça tem alta duração, o que pode causar asfixia se utilizado em
ambiente fechado ou se for utilizado por muito tempo.
O Nitrogênio líquido é inerte, não inflamável, não tóxico e não corrosivo. Possui a
capacidade de deslocar o oxigênio do ar (impróprio para locais fechados) e necessita de
cuidados especiais de armazenamento, devido a sua baixa temperatura.
Assim, o ideal seria a utilização de uma máquina de fumaça, mas devido ao seu
custo elevado (R$ 295,00), os testes de visualização do escoamento no protótipo e no túnel de
vento, foram realizados a partir de um fumigador, usando para fazer brasa, materiais como
jornal, folhas de papel e papelão. O fumigador foi testado na entrada do bocal e em frente da
câmara de estabilização, na entrada do favo de mel.
36
5.6 – Dimensionamento
5.6.1 – Bocal
Na definição das dimensões do bocal para o túnel, foi utilizado um perfil que
fornecesse uma contração de 2.9, relação entre sua entrada de 725mm e saída de 250mm, mas
fazendo também com que essa fosse suave de modo a diminuir problemas com turbulências.
Para isso foi usado um modelo de bocal idealizado por Morel e modificado por Yao-xi Suo
dado pela EQUAÇÃO 4.4. Na FIGURA 5.1 representa o perfil do bocal convergente.
0.4
0.3
0.2
0.1
-0.1
-0.2
-0.3
-0.4
0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8
estabilização do fluido após passar pelo bocal e da instalação do dinamômetro de mola. Para a
visualização, no final da seção de teste, foram feitas duas janelas e uma porta em acrílico
transparente. Na FIGURA 5.2 apresenta-se a seção de teste e suas dimensões.
5.6.3 – Difusor
5.6.4 – Exaustor
Como a máquina que forneceu o fluxo não foi dimensionada e apenas fora usado
os equipamentos disponíveis para tal necessidade, a determinação se deu na forma como seria
utilizada, com o intuito de ventilar ou de fazer a exaustão do ar, logo, se escolheu o modo de
exaustão. A opção de se escolher um exaustor e não um ventilador ocorre pelo fato de que em
estudo feito com ventiladores e exaustores em túneis de vento, esses se comportam de forma
semelhante no que diz respeito à velocidade e pressão que o fluxo fornece quando submetidos
a condições iguais (GROFF, 2000). Desta maneira, de acordo com o modelo de túnel de vento
escolhido há necessidade de se utilizar um exaustor.
5.7 – Protótipo
5.7.1 – Tubo de Pitot
A haste em forma de “L” para tomadas de pressão dinâmica foi construída a partir
de um tubo externo de caneta, dobrando um dos lados por meio de aquecimento, buscando o
ângulo de 90° entre as partes (FIGURA 5.6). O manômetro em forma de “U” foi formado por
uma mangueira com 5 mm de diâmetro e aproximadamente 26 cm de comprimento. Um dos
lados foi fixado na saída da haste em forma de “L” e a outra extremidade formou a haste de
tomada de pressão estática, que foi preenchida com água até uma determinada altura.
foi feito um protótipo do favo de mel, com células de 200x200mm e 300mm de largura, este
foi colocado 200mm antes do bocal em uma câmara de estabilização, como mostra-se na
FIGURA 5.9. Assim, através de uma longa fita plástica na seção de teste, foi possível
verificar a estabilização da corrente de ar no duto central, pois houve uma diferença
significativa da turbulência apresentada, apesar das células possuírem uma seção quatro vezes
maior do que a recomendada na literatura.
O corpo do túnel foi construído com duas chapas de madeira compensada flexível,
com 1600x2500mm e 6mm de espessura, sendo que o comprimento de 1600mm corresponde
a parte flexível da chapa.
Nas chapas foram distribuídas as quatro partes que formam o corpo do túnel,
sendo duas peças iguais para as laterais e outras duas para a parte superior e inferior, que são
mostradas na FIGURA 5.10.
43
FIGURA 5.12: Dimensões e unidades das peças de madeira que formam o quadro de sustentação
FIGURA 5.13: Peças de madeira do quadro de sustentação fixadas nas partes do corpo do túnel de vento
Em seguida as peças que compõem as partes laterais foram unidas, onde, em uma
foi usado a peça lateral traseira (PÇ.L.T.) colada e pregada sobre a união, de forma a ficar do
lado fora do corpo do túnel, e na outra a moldura interna (M.I.) da porta.
Passou-se cola nas paredes das peças laterais do corpo do túnel, desta maneira, as
partes foram unidas encaixando corretamente a estrutura, formando assim, os quadros de
sustentação. Estes foram pregados, começando-se pelos quadros do difusor. Assim, usando
um prego menor fixou-se os cantos da parte superior, a aproximadamente 3 mm da borda,
assentando-a nas peças laterais, repetindo-se o mesmo na parte de inferior. Por último, fixou-
se a peça inferior (PÇ.I.) no ponto em que as peças superior e inferior do corpo do túnel se
unem, de modo que a PÇ.I. ficasse centralizada com a união.
Com a cola seca, foram medidos e marcados os locais para os cortes da porta e
das janelas. A porta foi marcada em uma parte lateral e as janelas na parte superior e na lateral
oposta a da porta, como demonstra a FIGURA 5.14. Estas aberturas foram feitas inicialmente
com uma furadeira para abrir o espaço onde a serra foi colocada para terminar o corte.
46
Em seguida foi fixado o motor na base de metalon, por meio de três apoios já
existentes no mesmo, que foram parafusados na base, como indica a FIGURA 5.20.
49
Por fim, foi encaixado e fixado o corpo do túnel, através de dois parafusos e
porcas para três apoios do metalon, ou seja, nas peças 2M, 5M (próxima ao difusor), e 4M.
Como mostra a FIGURA 5.21.
As portas e janelas são constituídas por três placas de acrílico com 3mm de
espessura. As janelas apresentam as mesmas medidas, diferenciando somente pelo rasgo de
10x100mm, para encaixe do tubo de Pitot e guia do dinamômetro de mola, na janela superior.
A porta possuem dimensões para otimizar o uso da câmara de teste, a maior abertura possível,
através de uma maçaneta fixa na extremidades direita.
As janelas foram fixadas através de pequenos parafusos nos quatro cantos. A
porta foi encaixada entre as molduras internas, e assim, coladas as molduras externas,
permitindo somente o movimento longitudinal.
As dimensões, disposições, características e encaixe de porta e janelas, pode ser
observado na FIGURA 5.22.
50
O favo de mel foi construído a partir de cinco folhas de papelão firme, com 2x1m
e 2mm de espessura, que foram cortadas em 30 peças menores de 725x300mm, e feito 15
rasgos de 2x150mm, em intervalos de 50mm, iniciando e finalizando por 12,5mm. Estas
peças foram encaixadas e coladas formando 196 câmaras seção quadrada 50x50mm com
comprimento de 300mm, formando o favo de mel. Na FIGURA 5.24 são apresentadas as
dimensões e características das peças e do favo de mel.
51
FIGURA 5.24: Dimensões e características do favo de mel e das peças que o formam
O dinamômetro de mola foi projetado para não perturbar o escoamento do ar, por
isso foi instalado na parte exterior do túnel de vento. As dimensões do dinamômetro são
mostradas na FIGURA 5.30.
54
Para a construção, soldou-se no centro do eixo maciço de aço SAE 1020, com 50
mm de comprimento e 7,8 mm de diâmetro, uma haste de inox AISI 316, na horizontal, com
200 mm de comprimento, e outra haste de mesmo material, na vertical, com comprimento de
150 mm, ambas com 3 mm de diâmetro, formando um “L” no eixo maciço. Na extremidade
da haste com 200 mm, foi soldada uma mola com 100 mm de comprimento. A mola foi
envolvida por uma mangueira transparente, com o dobro do seu comprimento, e foi fixada em
uma das extremidades do tubo. A mangueira foi fixada em dois suportes de madeira, para
proporcionar um nivelamento da mola com a haste de inox quando o sistema foi montado no
túnel de vento. Em cada extremidade do eixo foi colocado um rolamento, igual ao utilizado
em “skate”, com diâmetro interno de 8 mm e externo de 16 mm, fixados com cola LOCTITE
638.
A função dos rolamentos com o eixo é reduzir o atrito entre a haste horizontal e o
túnel de vento, proporcionando um movimento livre. A mola totalmente comprimida tem 100
mm de comprimento e o tubo de acrílico que a envolve tem 200 mm de extensão. Os 100 mm
55
6 – Custos do projeto
Vale salientar que os custos totais não foram maiores devido as doações
recebidas, fazendo com que os custos do projeto se mantivessem baixos, tornando o projeto
viável para os autores.
58
7 – Funcionamento e utilização
O objeto a ser estudado deve ser posicionado no centro da câmara de teste, utilizando a
porta lateral. Alguns parâmetros devem ser observados, pois variam de acordo com as práticas
didáticas.
8 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O túnel de vento foi construído em madeira flexível com uma base para suporte de
metalon, todos os componentes que constituem o projeto incluído instrumentos de medida,
foram construídos seguindo uma idéia de simplicidade, tanto na confecção quanto no
manuseio, atendo-se puramente aos experimentos propostos. A confecção do projeto abre
espaço também para melhorias nos componentes do equipamento, como a diminuição da
rugosidade interna das paredes, através de ceras ou fórmica, a instalação de um exaustor mais
potente e um inversor de freqüência, possibilitando variar continuamente a velocidade do
fluxo, a aquisição de uma maquina de fumaça, para correta visualização do escoamento, a
construção de corpos de prova específicos, como perfis naca, e o desenvolvimento de projetos
agregados, que acrescentem instrumentos de medida, estudos, simulações, analises e outros,
ou até mesmo a reformulação completa, resultando em um novo túnel de vento.
60
9 – REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
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63