36 Brasil Econômico Sexta-feira

Sexta-feira, e20 dede

fim agosto, 2010
semana, 20, 21 e 22 de agosto, 2010

EMPRESAS
Wolfgang von Brauchitsch/Bloomberg
VENTILADORES SIDERURGIA

Spirit investe R$ 2,6 milhões em novos ThyssenKrupp e Vale podem começar

produtos de olho no próximo verão
A fabricante de ventiladores coloca a partir do próximo mês sete novos
produtos (4 modelos torre e 3 de teto) no mercado com a expectativa de
aumentar em 50% as vendas entre novembro e março em relação ao
mesmo período passado. “É uma projeção muito viável pelo maior poder
de consumo da população”, diz Paulo Sampaio, presidente da empresa,
que estuda ampliar a atuação para outros segmentos a partir de 2011.
a produzir aço em duas semanas
As duas companhias podem começar a produzir placas de aço na fábrica
da joint venture que mantém, disse ontem um executivo da companhia
alemã. As empresas poderão começar a produzir numa segunda linha
nesta fábrica ainda neste ano, segundo o vice-presidente de Projetos da
joint venture, Friedrich-Wilhelm Schaefer. O início da produção na segunda
linha era esperado para o primeiro trimestre de 2011.

Butiques de
cerveja roubam
consumidores
das grandes
Colorado, Bamberg, Coruja e Mistura
Clássica aproveitam alta do consumo
investindo em produção e distribuição

“
Fábio Suzuki
fsuzuki@brasileconomico.com.br

As cervejas especiais fabricadas

por microcervejarias têm atraído
um número maior de consumido-
res e sua expansão é destaque no
mercado cervejeiro do país. Com
aroma, textura e sabor diferencia-
dos em relação às marcas padrão
do segmento, elas caíram no gosto
dos brasileiros e têm levado pe-
quenas empresas a investirem em
suas unidades para atender à
maior demanda do mercado.
A Cervejaria Colorado, locali-
zada em Ribeirão Preto (SP), pla-
neja construir uma nova unidade
no final do próximo ano para
produzir até quatro vezes mais
que o volume atual, que chega a
80 mil litros ao mês durante o
verão, mas cai pela metade no
inverno. O valor a ser investido
não foi revelado. “A partir de de-
zembro vamos trabalhar com a
produção de 1 milhão de litros
para o próximo ano”, afirma
Marcelo Carneiro da Rocha,
dono da Cervejaria Colorado.
Já a Bamberg, situada em Vo-
torantim (SP), investe anual-
mente R$ 300 mil na ampliação
de sua unidade para atender o
aumento de 30% das vendas e,
no fim do ano passado, aportou
mais R$ 1,5 milhão em máquinas
e em infraestrutura, com uma
nova linha de envase. “São in-
vestimentos em cascata pois
desde o início não paramos de
ampliar a nossa produção. Tudo
o que produzimos é vendido”,
diz Alexandre Bazzo, sócio e cer-
vejeiro da Bamberg.
Pelos quatro cantos
Tradicionalmente distribuídas
apenas regionalmente devido o
pequeno volume produzido, as
microcervejarias têm deixado o
A alta nas vendas
deve-se ao maior
consumo de cervejas
especiais por todos os
públicos, não apenas
pela classe A, como
diziam há cinco anos
Alexandre Bazzo,
sócio-proprietáro da Bamberg
hábito um pouco de lado e leva-
do seus produtos para novos
mercados. Atendendo pontos de
venda das regiões Sul e Sudeste,
com foco no eixo Rio-São Paulo,
a Colorado começa a levar sua
cerveja para estados do Nordeste
e a expectativa é atingir um
crescimento de 50% nas vendas
neste ano sobre as de 2009.
A ampliação também ocorre
com a Cervejaria Coruja, situa-
da em Teutônia (RS). A cerveja
distribuída em Porto Alegre e
cidades da Serra Gaúcha vai aos
estabelecimentos de Santa Ca-
tarina, de olho na alta das ven-
das do próximo verão.
“Temos trabalhado de forma
diferenciada para oferecer o que
os grandes não oferecem”, diz
Micael Eckert, sócio-proprietá-
rio da Coruja. “Há todo um cui-
dado e logística complexa para
levar um produto como esse ao
consumidor”, completa.
A Cervejaria Mistura Clássica,
de Volta Redonda (RJ), atende de
forma mais intensa a capital e re-
gião sul fluminense com a distri-
buição de chope, mas consegue
chegar a cidades do Rio Grande
do Sul, Paraná, São Paulo e Minas
Gerais, além do próprio Rio de Ja-
neiro. “Nossa idéia é fazer pouco
para manter o conceito e o padrão
do produto”, diz Severino Bap-
tista, dono da microcervejaria.
Atualmente são cerca de cem
microcervejarias localizadas
principalmente nas regiões Sul e
Sudeste do país e a maioria delas
foi fundada nos últimos dez anos.
De acordo com a Associação Bra-
sileira de Bebidas, o segmento re-
presenta atualmente 0,15% do
mercado cervejeiro nacional, um
montante de R$ 47,2 milhões de AS MICROCERVEJARIAS
acordo com base nos dados da
Nielsen para o segmento em ● Produzem anualmente
2009. A estimativa é que ocupe até 5 milhões de litros.
fatia de 2% em dez anos.
Esse crescimento pode parecer ● Produzem cerveja com teor
ínfimo dentro do consumo de cer- de malte acima de 80%.
veja no país, mas ganha importân-
cia pelas características de atuação ● Fabricam produtos com
das empresas. A capacidade insta- ingredientes especiais.
lada da maioria das microcerveja-
rias não ultrapassa 1 milhão de li- ● Seguem receitas tradicionais,
tros ao ano enquanto a produção como a alemã Reinheitsgebot
da Ambev, que detém cerca de (Lei da Pureza da Cerveja).
70% do mercado, pode atingir 10,7
bilhões de litros ao ano. ● Têm distribuição regional.
Outra diferença está no preço
das cervejas especiais, que cus- ● Em sua maioria, são
tam em média quatro vezes mais empresas familiares.
que uma cerveja padrão do mer-
cado devido ao seu processo di-
ferenciado de produção. ■

MÍDIA
Empresa do grupo Clarín perde
licença para serviços de internet
O governo argentino disse ontem que revogou a licença da Fibertel,
empresa do grupo de mídia Clarín, para prestação de serviços e dados na
Internet, e indicou que os usuários terão 90 dias para mudar de provedor.
“Não pode mais operar. Está desautorizada a prestar serviços”, disse o
ministro argentino do Planejamento, Julio De Vido, no que pode significar
um duro golpe ao Clarín, com quem o governo vem tendo atritos.
Celio Messias
Marcelo Carneiro da
Rocha, dono da Cervejaria
Colorado, capacidade para
1 milhão de litros por ano
a partir de dezembro
www.brasileconomico.com.br
Marketing destoa das ações
agressivas das gigantes do mercado
Microcervejarias apostam em
eventos culturais e divulgação
boca a boca para ganhar mercado
Enquanto as grandes fabricantes
de cerveja investem milhões em
campanhas com celebridades in-
ternacionais e jogadores de fute-
bol, as empresas que atuam com
produção de cervejas especiais
buscam ações alternativas de
marketing para ganhar mercado,
devido ao faturamento pequeno
em relação às grandes compa-
nhias. Mas nem por isso elas têm
deixado de ocupar mais espaços
nas prateleiras e cardápios dos
estabelecimentos pelo país.
“Nosso marketing está ligado
a movimentos artísticos, como
apoio em exposições e lança-
mentos de livros”, aponta Mi-
cael Eckert, da Cervejaria Coru-
ja. Na página da empresa na in-
ternet, por exemplo, há dicas de
harmonização para a cerveja
feita por artistas.
Estratégia semelhante é ado-
tada pela Cervejaria Colorado,
que investiu R$ 30 mil em ações
realizadas durante o Festa Lite-
rária Internacional de Paraty
(Flip), que ocorreu no início do
mês. “Nossa divulgação é por
meio do marketing de guerrilha,
com participação em eventos e
algumas ações na internet”, diz
Marcelo Carneiro da Rocha, da
Colorado. “Contamos muito
com o boca a boca também, pois
não temos a mesma força das
grandes empresas”, diz.
Mesmo que não tenham gran-
des verbas para divulgar seus
produtos, as microcervejarias
Sexta-feira,
Sexta-feira e fim de semana, 22 de agosto, 2010 Brasil Econômico 37
20, 21 e 20
Mark Blinch/Reuters
TECNOLOGIA
Índia testa formas de monitorar
e-mail do Blackberry
Agências de segurança indianas estão testando formas de acesso
corporativo a e-mail via Blackberry pela obtenção de dados
criptografados em formato legível. A RIM, fabricante do Blackberry, tem
prazo limite de 31 de agosto para fornecer às autoridades da Índia meios
de rastrear mensagens de correio eletrônico transmitidas pelo celular
inteligente e também enviadas pelo serviço Blackberry Messenger.
Produção inclui a contam com um aliado de peso café e mel de laranjeira.
para atrair consumidores: o “Não adianta apenas impor-
importação de malte, processo diferenciado de pro- tar os ingredientes e sim saber a
lúpulo e fermento de dução das cervejas, que contam origem deles. A intenção é pro-
regiões específicas com ingredientes bem distintos porcionar sempre uma novida-
dos utilizados para a fabricação de para o consumidor”, diz Ale-
da Europa e incluem das grandes marcas. xandre Bazzo, da Bamberg. A
produtos como marca refere-se a uma cidade
mandioca, rapadura Produtos importados alemã com apenas 70 mil habi-
Nesse processo estão incluídos tantes e que concentra mais de
e mel de laranjeira desde a importação de malte, dez cervejarias. Para atrair os
lúpulo e fermento de regiões es- consumidores nas diferentes
pecíficas da Europa como a utili- épocas do ano, a Bamberg conta
zação de produtos pouco usuais com três produtos sazonais em
para a produção de uma cerve- seu portfólio, como é o caso da
ja, como mandioca, rapadura, Bamberg Altbier 2010. ■
Infografia: Monica Sobral
RAIO X DAS MICROCERVEJARIAS
Os números da Colorado,
Bamberg, Mistura Clássica
a
e Coruja
COLORADO BAMBERG MISTURA CLÁSSICA CORUJA
» DESDE QUANDO 2006* 2005 2003 2004
» LOCAL Ribeirão Preto (SP) Votorantim (SP) Volta Redonda (RJ) Teutônia (RS)
» PRODUÇÃO (LITROS) 80 mil/mês 50 mil/mês 25 mil/mês 10 mil/mês
» CAPACIDADE INSTALADA 120 mil/mês 50 mil/mês 60 mil/mês 36 mil/mês
» DISTRIBUIÇÃO Sul e Sudeste SP RJ, SP, MG, PR e RS Rio Grande do Sul
» Nº DE PRODUTOS 4 10 11 2
» PREÇO SUGERIDO R$ 8 a R$ 12 R$ 6 a R$ 10 R$ 6,50 a R$ 8 —
Fonte: Empresas *Produz chope desde 1995
LEIA E ASSINE
O BRASIL ECONÔMICO.
Prezado Assinante, a Central de Atendimento e Venda de Assinaturas
passa a atender nos telefones:
0800 021 0118 (São Paulo e demais localidades)
e (21) 3878-9100 (Capital do RJ)
assinatura@brasileconomico.com.br
De segunda a sexta-feira, das 6h30 às 18h30, e aos sábados,
domingos e feriados, das 7h às 14h.
CREDIBILIDADE DE QUEM FAZ. CREDIBILIDADE PARA QUEM LÊ .