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Bumba meu Bambu: Imaginário e psicologia das artes marciais comparadas

Fabio José Cardias GOMES


USP

Esta pesquisa compreende arte marcial como um desdobramento do comportamento


combativo intra-espécie, com adaptações das armas corporais extendidas aos
instrumentos, de defesa ou ataque, conforme Lorenz. Das bases biológicas do
comportamento ao campo do imaginário marcial, de acordo com Bachelard, Durand e
Kawai, se verifica que a agressão contida ganhou, entre os séculos XVI e XVIII, formas
popularizadas de origem guerreira com maior preocupação estética, disciplinar e de
autoconhecimento. No Japão marcam o período de Heian à Edo o processo do budô
japonês, e no Brasil se desenvolveu a capoeiragem, desde o período Colonial. O
objetivo principal deste estudo é compreender o imaginário e a psicologia profunda
destas manifestações considerando duas matrizes culturais, na via da história de vida de
mestres de armas. Propõe-se uma teoria geral das artes marciais tanto baseada nos
teóricos japoneses do budô, como Watanabe e Nakabayashi, a escola de Tsukuba, e
teóricos brasileiros da capoeiragem, como Rêgo e Sodré. O estudo da trajetória de
mestres de armas permite o desvelamento simbólico e arquetípico relacionados com a
exigência vitalícia da prática, onde não há pódio ou medalhas, em trajetória silenciosa, e
muitas vezes anônima, dos comprometidos com a prática séria de tais manifestações,
importantes na transmissão geracional e/ou educação não-formal de jovens.

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