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Endosso é o ato pelo qual o credor de um título de crédito com a cláusula à ordem

transmite os seus direitos à outra pessoa.

Por outro lado, a cessão civil é o ato pelo qual o credor de um título de crédito com a
cláusula não à ordem transmite os seus direitos à outra pessoa.

No endosso, quem transfere o título de crédito responde pela existência do título e


também pelo seu pagamento. Todavia, o devedor não pode alegar contra o endossatário
de boa-fé exceções pessoais.

Já, na cessão civil, quem transfere o título de crédito só responde pela existência do
título, mas não responde pelo seu pagamento. Entretanto, o devedor pode alegar contra
o cessionário de boa-fé exceções pessoais.

A possibilidade de o título ser endossado é presumida, de modo que, se houver a


intenção de impedir o endosso, deve ser colocada no título a cláusula “não à ordem”, de
modo que, nesse caso, ele só poderá ser transferido mediante a cessão civil de crédito.
Existem dois instrumentos aptos à circulação de crédito, um é a cessão de crédito retro
explanada, que é objeto de estudo do direito civil. Outro são os títulos de crédito, que
são estudados pelo direito comercial e se fundam em regime de direito cambiário.
O ato de transmissão dos direitos creditórios no Direito Civil, como visto alhures,
se denomina cessão, já o ato de transmissão destes direitos no regime cambiário se
denomina endosso. Por ele, o credor (endossante) transfere seus direitos creditórios que
estão documentados em um título à ordem a outrem (endossatário).
Existem duas grandes diferenças entre os dois atos de transmissão de direitos, e
que tornam o endosso mais hábil por dar mais garantias ao endossatário do que a cessão
ao cessionário.

1) O endossante garante não só a existência do crédito como também a solvência do


devedor, o que não ocorre na cessão de crédito pro soluto, onde a garantia é apenas pela
existência do crédito;

2) O devedor não pode opor ao endossatário as exceções pessoais que eventualmente


teria contra o endossante, já na cessão, o devedor cedido pode opor tais exceções que
teria contra o cedente ao cessionário.

Destarte, os títulos de crédito são mais facilmente negociáveis e de maior circulação


por dar mais garantias ao endossatário. Fábio Coelho assim pondera:

"Se querem titularizar instrumentos mais facilmente negociáveis, devem optar pelos
títulos de crédito (nota promissória, letra de câmbio etc.); caso desejem restringir a
circulação dos direitos correspondentes ao negócio que celebram, convém adotar os
instrumentos do direito civil". (COELHO;100)

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