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GLOSSÁRIO DE TERMOS GEOLÓGICOS E

AMBIENTAIS APLICADOS ÀS GEOCIÊNCIAS


República Federativa do Brasil
Ministério Público da União

Procurador-Geral da República
Antonio Fernando Barros e Silva de Souza

Diretor-Geral da Escola Superior do Ministério Público da União


Rodrigo Janot Monteiro de Barros

Coordenadora da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão do MPF


Sandra Cureau
ESCOLA SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO

GLOSSÁRIO DE TERMOS GEOLÓGICOS E


AMBIENTAIS APLICADOS ÀS GEOCIÊNCIAS

Elaboração
Jorge Gomes do Cravo Barros

Brasília, DF
2006
ESCOLA SUPERIOR DO MINISTÉRIO PÚBLICO DA UNIÃO
SGAS Av. L2-Sul, Quadra 604, Lote 23
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Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)


Biblioteca da Escola Superior do Ministério Público da União

B277g Barros, Jorge Gomes do Cravo.


Glossário de termos geológicos e ambientais aplicados às
geociências / Jorge Gomes do Cravo Barros. – Brasília: ESMPU, 2006.
138 p.

ISBN 85-88652-11-0

1. Geologia – vocabulários, glossários etc. I. Título.

CDD 550.03
APRESENTAÇÃO

É com grande satisfação que apresento o Glossário de termos geológi-


cos e ambientais aplicados às geociências elaborado pelo geólogo Jor-
ge Gomes do Cravo Barros.

Quando se cuida de preservar a natureza para as presentes e futuras


gerações, o concurso de várias disciplinas se revela indispensável. Para
essa atuação é necessário contarmos com o auxílio de publicações para
o conhecimento de conceitos técnicos específicos das ciências.

Por essa razão, o professor Alexandre Charles Kiss1 afirma que existe,
em relação ao direito ambiental, uma verdadeira cadeia de solidarieda-
de, integrada pela Geologia, Física, Química, Biologia, Ecologia – todas
elas ciências indispensáveis para que se conheça o meio ambiente e se
busquem as possíveis soluções para evitar sua degradação.

Componente da equipe técnica da 4ª Câmara de Coordenação e Revisão


do Ministério Público Federal, Jorge Gomes do Cravo Barros desenvol-
veu suas atividades na Sudene, no Departamento Nacional de Produção
Mineral e na Secretaria de Recursos Hídricos do Ministério do Meio Am-
biente, tendo sido, durante vários anos, professor de Geologia na Uni-
versidade de Brasília (UnB). Possui os títulos de Diplôme d’Études
Supérieures, pela Universidade de Strasbourg, França, de Doutor em
Ciências em Geologia pela UFRJ e de Post-Doctor pela Universidade de
St. Andrews, Escócia.

____________________

1
Droit international de l’environnement. Paris: Pedone, 2000. p. 16.
Possui, portanto, não só um vasto conhecimento teórico sobre Geolo-
gia, mas um valioso conhecimento prático, fruto do exercício diário de
suas atividades, desenvolvidas, na maioria das vezes, em trabalhos de
campo e nas análises técnicas de casos concretos, visando ao ajuizamento
de ações civis públicas ou à formulação de ajustes de conduta.

Este Glossário será, por isso, uma valiosa ferramenta de trabalho para
os membros e servidores do Ministério Público, estudantes, profissio-
nais do direito e para o público em geral, abordando conceitos técnicos com
uma linguagem acessível, o que facilita a sua compreensão e utilização.
SANDRA CUREAU
Subprocuradora-Geral da República
Coordenadora da 4ª CCR
INTRODUÇÃO

O trato das questões ambientais, por envolver os meios antrópico, biótico e


físico, exige a participação integrada de diferentes áreas do conhecimento.

Muitas vezes, na rotina diária das representações do Ministério Público


Federal por todo o país, há necessidade de um entendimento imediato
das questões ambientais que estão expressas com terminologia especí-
fica. Esses conceitos geralmente estão contidos em dicionários de ter-
mos técnicos que nem sempre estão imediatamente disponíveis. Para
facilitar o acesso rápido a esses termos, foi elaborado este glossário
contendo os verbetes mais utilizados nos documentos que tratam do
setor mineral e do meio ambiente, relacionados, sempre, ao campo das
geociências.

Alguns vocábulos apresentados foram derivados de verbetes originais,


por complementação ou por fusão de várias conceituações, na busca de
um entendimento mais acurado do tema, sendo sempre citadas as fon-
tes na bibliografia do documento.

Na oportunidade agradeço aos membros e aos colegas da 4ª CCR, assim


como aos colegas da PR/SC e PRM/Criciúma, pelo apoio e incentivo.

Colocamo-nos à disposição para críticas e sugestões, aí incluída a incor-


poração de novos termos, o que certamente irá aprimorar uma nova
edição.
JORGE CRAVO BARROS
Assessor em Geologia
9

A
abiocenose todos os elementos abrasão processo pelo qual as su-
não-vivos (geológicos, climáticos e perfícies terrestres são erodidas e
outros) de um ecossistema. modeladas por agentes externos
graças à fricção de materiais em
abiótico o mesmo que azóico, isto trânsito nas ondas e correntes mari-
é, período da história física da Ter- nhas (abrasão marinha), rios (abra-
ra caracterizado pela ausência de são fluvial), geleiras (abrasão gla-
vida. cial) e ventos (abrasão eólica).
Relativo à parte sem vida de um
ecossistema ou a um meio onde acessório mineral com importân-
não existe vida. cia secundária na composição de
uma rocha, geralmente dispensá-
abissal região de águas oceânicas vel à sua classificação. Os minerais
profundas, geralmente com mais constituintes de uma rocha divi-
de 4.000 metros de profundidade, dem-se em essenciais e acessó-
coberta por argilas e vasas pelági- rios. Estes, por sua vez, dividem-
cas. Como a luz não penetra nessa se em acessórios menores (p. ex.:
região, não há fotossíntese. apatita, zircão, hematita, magneti-
Processo ou fenômeno geológico ta, entre outros) e acessórios aci-
que ocorre a profundidades entre dentais ou ocasionais (p. ex.: topá-
4.000m e 6.000m nos oceanos e a zio, turmalina etc.). Os do primeiro
partir de 300m nos lagos. grupo são microscópicos e ocor-
rem em pequena quantidade. Os
ablação redução da massa de uma segundos, em certos casos, atin-
geleira, resultante de processos gem maior importância científica e
combinados de degelo, evapora- mesmo econômica.
ção e conseqüente deposição de antônimo: mineral essencial.
partículas. Exprime a quantidade
de água perdida por fusão, subli- acidente evento ou seqüência de
mação, evaporação e fragmenta- eventos de ocorrência anormal que
ção parcial. resulta em conseqüências indese-
ACI 10

jadas ou algum tipo de perda, dano acre unidade inglesa de medida de


ou prejuízo pessoal, ambiental ou superfície ou área, sendo:
patrimonial. 1 acre = 4.850 jardas quadra-
das = 43.560 pés quadrados
acidez propriedade de um ácido, = 4.047m2;
ou seja, de um composto hidroge- 640 acres = 1 milha quadrada;
nado que, em estado líquido ou dis-
1 acre = 0,4047 hectares (ha);
solvido, se comporta como um ele-
trólito, liberando íons H–. A concen- 2,4711 acres = 1ha;
tração de íons H+ é expressa pelo 247,11 acres = 1km².
valor do pH.
antônimo: alcalinidade (vide). adsorção processo espontâneo,
de natureza física ou química, que
ácido substância que libera íons de responde pela concentração ou re-
hidrogênio (prótons) quando dis- tenção, na superfície de um líqui-
solvida em água e que neutraliza do ou de um sólido, de moléculas
as bases, formando um sal e água. de gás, líquido ou substância dis-
Os ácidos são caracterizados por solvida, as quais são mantidas em
sua tendência a perder um próton seus lugares por forças intermo-
(ou a ganhar um par de elétrons) leculares geradas pela polarização
nas reações. Os ácidos tornam das moléculas (ligações de Van der
vermelho o papel de tornassol e Waals). Nos solos, a adsorção de
podem ser reconhecidos por seu soluções nas superfícies e interfa-
sabor geralmente azedo (como no ces de grãos de argila permite a
vinagre e no ácido acético) e por troca iônica – princípio da aduba-
apresentar pH abaixo de 7. ção química. A adsorção e a ab-
sorção são englobadas no termo
ácidos húmicos mistura de molé- sorção.
culas orgânicas complexas, resul-
tantes de material orgânico extraí- aeróbio organismos para os quais
do do solo por água de percolação. o oxigênio livre do ar é imprescin-
Como os ácidos fúlvicos, são pro- dível à vida.
dutos de decomposição do mate-
rial vegetal, sendo naturalmente afloramento exposição diretamen-
encontrados nos solos e nas águas. te observável de uma rocha. Dis-
tinguem-se: afloramentos naturais
aço ligas de ferro e carbono pro- (p. ex.: escarpas e cachoeiras) e
duzidas em proporções variadas artificiais (p. ex.: túneis, cortes de
(entre 0,002% e 2,0%), geralmente estradas, trincheiras etc.).
com pequenas quantidades de ou-
tros elementos metálicos (p. ex.: afluente curso d’água ou outro lí-
manganês). Destacam-se pela re- quido cuja vazão (ou descarga) con-
sistência e ductilidade. Os aços ino- tribui para aumentar o volume de
xidáveis contêm quantidades sig- outro corpo d’água (rio, lago, lagoa,
nificativas de cromo. açude etc.) no qual desemboca.
11 AGR

Água residuária ou outro líquido, 1973), ou água afluente a uma es-


parcial ou completamente trabalha- tação de tratamento.
do ou em seu estado natural, que flui
para um reservatório, corpo d’água água capilar água retida nos espa-
ou instalação de tratamento. ços vazios entre grãos do solo (vazi-
sinônimo: tributário. os capilares), acima do lençol freá-
tico (zona de aeração), seja por
agreste zona fitogeográfica do Nor- atração eletrostática entre molécu-
deste, situada entre a mata e o ser- las minerais e da água, seja por
tão, caracterizada pelo solo pedre- forças osmóticas. Essas águas ten-
goso e pela vegetação escassa e de dem a migrar em direção à super-
pequeno porte (Resolução Conama fície em razão do fenômeno da ca-
n. 012, de 4.5.1994, art. 1°). pilaridade. Podem ser contínuas ou
descontínuas – nesse caso inter-
água fase líquida de um composto rompidas por bolhas de ar.
químico natural e estável, forma- Teor de umidade do solo acima da
do por dois átomos de hidrogênio umidade higroscópica e abaixo da
e um de oxigênio (ou, em peso, 2 capacidade de campo.
partes de hidrogênio e 16 partes de sinônimo: umidade de retenção.
oxigênio). As ligações moleculares
são por covalência, numa disposi- água conata água que foi retida
ção tetraédrica e polarizada. Na na- nos interstícios da rocha (seja se-
tureza geralmente contém propor- dimentar ou ígnea extrusiva) ao
ções variáveis de água pesada, ga- tempo em que o material foi depo-
ses e sólidos, principalmente sais. sitado. Geralmente são águas com
É considerada o solvente universal. baixa qualidade química.
sinônimos: água inata; água inclu-
água adsorvida água fixada nas sa; água de constituição (vide);
superfícies dos sólidos por forças água fóssil (vide); água de origem.
moleculares de adesão. Forma uma
película de uma ou mais camadas água contaminada água que pos-
de moléculas de água. Ocorre tan- sui organismo(s) patógeno(s), subs-
to na zona saturada como na não- tância(s) tóxica(s) ou radioativa(s), em
saturada de aqüíferos, geralmente valores superiores ao permitido pela
constituindo águas com baixa qua- legislação vigente (como a Resolu-
lidade química. ção Conama n. 357, de 17.3.2005),
ameaçando a saúde humana.Todas
água agressiva água naturalmente as águas contaminadas são poluí-
ácida e que tem ação corrosiva de- das, porém nem todas as águas
vido, principalmente, ao conteúdo poluídas devem ser consideradas
de anidrido carbônico dissolvido. como contaminadas.

água bruta água de uma fonte de água cósmica água juvenil contida
abastecimento, antes de receber nos meteoros, proveniente do es-
qualquer tipo de tratamento (ABNT, paço sideral.
AGU 12

água de constituição água que in- água edáfica toda a água contida
tegra a composição química de um no solo, discriminável em três seg-
mineral, como a água dos mine- mentos: 1) água gravitativa ou gra-
rais hidratados, a exemplo da gip- vitacional ou vadosa, que se escoa
sita (sulfato de cálcio hidratado – graças à gravidade; 2) água capi-
CaSO4.2H2O). lar, que corresponde à parte retida
pela tensão superficial; 3) água hi-
água de mesa água de fonte, potá- groscópica, retida por forças elétri-
vel, industrializada, envasada, tida cas sob forma de película na super-
como de boa qualidade físico-quí- fície das partículas do solo.
mica e biológica.
água fóssil água contida em um
água de retenção água contida nos aqüífero, infiltrada em época geo-
espaços vazios de um meio poro- lógica cujas condições climáticas e
so, não mobilizável pela gravidade. morfológicas eram diferentes das
atuais.
água diagenética água expulsa de
rochas submetidas a compressão água freática água que ocupa os
por processos litogenéticos ou me- espaços vazios (poros, fissuras e
tamórficos. Geralmente são águas aberturas por dissolução) em uma
com baixa qualidade química. rocha ou sedimento, em um nível
abaixo do lençol freático.
água doce água com salinidade
igual ou inferior a 0,5% (Resolução água gravitacional água de origem
Conama n. 357, de 17.3.2005). meteórica (chuva) que se infiltra no
solo e fica contida em um meio
água do solo água contida no meio poroso livre, movimentando-se
poroso próximo à superfície do ter- sob o campo da força gravitacio-
reno. Ocorre como água pelicular. nal para níveis inferiores da zona
não-saturada.
água dura água com quantidade sinônimos: água gravítica; água
elevada de sais minerais dissolvi- vadosa (vide).
dos, principalmente carbonato de antônimo: água de retenção (vide).
cálcio, ou uma combinação de cál-
cio e magnésio. A água dura não água incrustante água saturada em
espuma bem com sabão e pode material dissolvido, normalmente
formar depósitos em reservatórios bicarbonato, que gera precipitados.
ou entupir tubulações. Comumen- antônimo: água agressiva (vide).
te, a água dura é misturada com
cloreto de sódio (sal de mesa), pois água juvenil água que entra no ci-
o sódio “amacia” a água, substituin- clo hidrológico pela primeira vez,
do grande parte do cálcio durante seja originada de meteoros, seja
o processo de troca de íons. proveniente do interior da Terra por
sinônimo: água calcária. meio de fenômenos magmáticos,
antônimo: água mole (vide). sendo quimicamente derivada du-
13 AGU

rante o processo de formação dos se considerar a composição quími-


minerais e das rochas. ca e as características medicamen-
sinônimos: água magmática; água tosas intrínsecas a ela; 2) outra,
deutérica. para o local de surgência, contem-
plando-se propriedades físico-quí-
água meteórica água recentemente micas ali presentes, que todavia
oriunda de processos atmosféricos podem não se manter após o en-
(chuva, neve e saraiva ou granizo). vasamento, como a presença de
gases e a temperatura.
águas minerais “São aquelas pro-
venientes de fontes naturais ou de água mole água doce com baixas
fontes artificialmente captadas que concentrações de sais de alcalinos
possuam composição química ou terrosos (Ca; Mg): poucas dezenas
propriedades físicas ou físico-quí- de miligramas por litro (mg/L).
micas distintas das águas comuns, antônimo: água dura (vide).
com características que lhes confi-
ram uma ação medicamentosa”, água pelicular água aderida como
conforme o Decreto-Lei n. 7.841, de filme à superfície dos sólidos; ocor-
8.8.1945 (Código de Águas Mine- re tanto na zona saturada como na
rais). Apenas as águas subterrâ- não-saturada de aqüíferos. É im-
neas podem ser denominadas mi- portante para as plantas.
nerais, ressalvando-se que o termo
mais correto seria água minerali- água-régia mistura de ácido clorí-
zada. Segundo o Código citado, drico (HCl) e ácido nítrico (HNO3)
uma água pode ser considerada concentrados em proporção de 3
mineral quando: para 1 (em volume). Oxidante mui-
• em sua composição química to poderoso, suficientemente forte
for predominante a presença para dissolver todos os metais, in-
de um determinado elemento clusive o ouro e a platina.
ou substância (§ 1º do art. 35);
• possuir comprovada ação me- água residuária qualquer despejo
dicamentosa (§ 2º do art.1º); ou resíduo líquido potencialmente
• for constatada, em sua fonte poluidor (ABNT, 1973). Decorre, par-
ou surgência (art. 36): ticularmente, de processos industriais
- vazão gasosa de radônio igual ou atividades que demandem água
ou maior que 5 Maches; para lavagens.
- vazão gasosa de torônio igual
a 2 unidades Maches; água salgada água com salinidade
- desprendimento definido de superior a 30% (Resolução Cona-
gás sulfídrico; ma n. 357, de 17.3.2005).
- temperatura igual ou superior
a 25ºC. água salobra água com salinida-
Tais parâmetros conduzem a dois de superior a 0,5% e inferior 30%
tipos de classificação para a água: (Resolução Conama n. 357, de
1) uma, afastada da fonte, quando 17.3.2005).
AGU 14

água subsuperficial água que ocor- sária mais água, entre outras. As
re na litosfera, sob a superfície do desvantagens, entre outras, são:
terreno, a exemplo da água do solo não é facilmente observável, seus
e da água subterrânea. recalques são maiores (o que im-
plica maior gasto de energia); quan-
água subterrânea suprimento de do contaminada ou poluída, é de
água de subsuperfície, parte inte- difícil tratamento; necessita de pes-
grante do ciclo hidrológico, que soal especializado para uma boa
ocupa a zona saturada do subsolo, captação; pode ter conteúdo exces-
armazenada em aqüífero (reserva- sivo de sais dissolvidos.
tório natural), passível de ser cap-
tada em obras de engenharia (po- água superficial água líquida que
ços, drenos). Apresenta-se como ocorre em corpos com superfície
uma solução de elementos quími- livre em contato direto com a at-
cos e compostos sólidos, líquidos mosfera, ou seja, acima da super-
e gasosos, que ocorrem em propor- fície do terreno, por exemplo: rios,
ções diversas. Ressalva-se que lagos e mares.
nem toda a água de subsuperfície
é água subterrânea; por exemplo, água supersaturada água com con-
a água do solo não é água subter- centração muito elevada de maté-
rânea, pois as forças que a coman- ria dissolvida, acima da constante
dam são as eletroquímicas (capi- de equilíbrio. Trata-se de situação
laridade e adsorção). No entanto, instável, normalmente causada por
a fração do curso da drenagem queda de temperatura e/ou pressão,
superficial que por correrem em que tende a provocar precipitação.
zona cárstica (como as zonas cal-
cárias) desaparecem nos “sumi- água termal água subterrânea na-
douros” são considerados como turalmente quente na sua emer-
água subterrânea. gência, com temperatura acima da
A água subterrânea é a maior re- média da região.
serva de água doce facilmente sinônimo: água termomineral.
acessível, em termos de quantida-
de, além de ter excelente qualida- águas territoriais as águas territori-
de. Apresenta as seguintes vanta- ais de um país ou Estado compor-
gens em relação à água superfi- tam duas faixas autônomas: 1) a
cial: não ocupa espaço em superfí- primeira ocupa as reentrâncias do
cie; sofre menor influência nas va- litoral – baías, portos, abras, recôn-
riações climáticas; é passível de cavos, estuários e enseadas –, as-
extração perto do local de uso; tem semelhadas aos lagos e rios, de-
temperatura constante; tem maior nominada águas interiores; 2) a ou-
quantidade de reservas; tem me- tra, com contorno aproximadamen-
lhor qualidade (física, química e te paralelo à costa, de largura cons-
biológica); tem proteção contra tante, confinando mais adiante com
agentes poluidores; os poços são o mar alto, menos dependente da
construídos à medida que é neces- terra, é denominada mar territorial.
15 AGU

Correspondem à banda paralela à Algonquiano corresponde à idade


costa, onde o Estado ribeirinho de- geológica entre 1,5 bilhão e 2,5 bi-
tém poderes similares aos que exer- lhões de anos atrás, ou às rochas do
ce em seu território terrestre, com Pré-Cambriano que sucedem ao Ar-
ressalva de trânsito nóxio de navios queano. Trata-se de nomenclatura
estrangeiros. norte-americana em desuso (atual-
mente usada apenas pelo Serviço
água vadosa água que ocorre na Geológico do Canadá), sendo subs-
zona de aeração de aqüíferos (aci- tituída pelo termo Proterozóico.
ma do nível hidrostático) sob a in-
fluência de forças moleculares. altura da nuvem um dos dois pa-
râmetros (sendo o outro a forma)
água vulcânica água juvenil prove- usados para classificar as nuvens.
niente de lavas ou magmas. As nuvens altas (ciros) são aque-
las cujas bases ficam acima de
albedo capacidade de reflexão. 6.000m na atmosfera. As nuvens
Razão entre a quantidade de radia- médias (altas) ficam entre 2.000m
ção solar (ou radiação eletromag- e 6.000m, enquanto as nuvens bai-
nética) refletida por uma superfície xas (estratos) formam-se abaixo de
ou corpo e a quantidade de luz nele 2.000m.
incidente, expressa em percenta-
gem. O albedo pode ser usado nos aluvião designação genérica das
estudos de climatologia, principal- acumulações recentes de materiais
mente no cálculo das alterações do detríticos (clásticos), geralmente
microclima e do mesoclima provo- inconsolidadas, mal selecionadas
cadas pela poluição e pela substi- e mal classificadas, formadas por
tuição da vegetação natural por cascalho, areia, silte e argila, trans-
construções e pavimentação. Por portados pela água (sistema fluvial)
exemplo, o albedo do concreto va- e depositados transitória ou per-
ria de 17% a 27%, o das florestas, manentemente em leitos, margens
de 5% a 10% e o dos solos de areia, e planícies de inundação. Podem
de 25% a 30%.
conter acumulações econômicas
de insumos para a construção civil
alcalinidade grau em que uma subs- (p. ex.: areia, argila, seixos), bem
tância é alcalina ou básica; extensão como concentrações de minerais
segundo a qual seu pH está acima pesados e resistentes (p. ex.: ouro,
do valor neutro de 7.
diamante etc.).
É a medida total das substâncias
presentes na água capazes de neu- “São os acréscimos que sucessiva
tralizar ácidos. A alcalinidade é de- e imperceptivelmente se formam
vida principalmente à presença de para a parte do mar e das corren-
carbonatos, bicarbonatos e, secun- tes, aquém do ponto a que chega o
dariamente, aos íons hidroxilas, si- preamar médio das enchentes or-
licatos, boratos, fosfatos e amônia. dinárias, bem como a parte do ál-
antônimo: acidez (vide). veo que se descobrir pelo afasta-
ALV 16

mento das águas” (Decreto n. 24.643, cos, lagunares e litorâneos; 3) ma-


de 10.7.1934). Definição legal que ser- rinhos: neríticos, batiais e abissais.
ve apenas para efeito do respectivo
decreto. Engloba o conceito de terre- American Petroleum Institute (API)
nos acrescidos de marinha, não grupo privado da indústria petrolí-
abrangendo, entretanto, a parte do fera dos EUA, instituído em 1919,
aluvião além das margens naturais que estabelece padrões e lobbies
do curso d’água. em favor da indústria do petróleo,
sinônimo: alúvio. visando promover o comércio ex-
terior e doméstico dos produtos do
álveo rego ou sulco por onde cor- petróleo americano e os interesses
rem as águas de uma drenagem de todos os ramos da indústria. As
superficial. Corresponde ao leito áreas de interesses incluem o de-
menor, em oposição ao leito maior senvolvimento de equipamento,
– este relativo a banquetas laterais, tecnologia, segurança, teste e qua-
atingidas apenas na época das lificação, transporte e métodos de
cheias. manejo.
“É a superfície que as águas cobrem,
sem transbordar para o solo natural análise de risco técnica que visa à
ordinariamente enxuto” (Decreto n. identificação e avaliação dos peri-
24.643, de 10.7.1934). gos presentes em uma instalação.
sinônimos: leito; calha. Para cada perigo analisado, busca-
se determinar os eventos aciden-
ambiente redutor ambiente pobre tais a ele associados, as possíveis
em oxigênio livre, como o encon- conseqüências da ocorrência des-
trado nos níveis inferiores de sedi- ses eventos, as causas básicas, os
mentos marinhos. Os organismos eventos intermediários, os modos
aeróbicos não podem viver em de prevenção e os modos de pro-
ambientes reduzidos como as bac- teção e controle.
térias quimicossintéticas e os orga-
nismos anaeróbicos. análise de vulnerabilidade estudo
que busca avaliar a abrangência
ambiente sedimentar conjunto de espacial dos efeitos de um aciden-
condições físicas, químicas e bio- te potencial. Esses efeitos são ex-
lógicas sob as quais um sedimen- pressos, qualitativa ou quantitati-
to se acumula. Esse complexo de- vamente, em termos dos danos
termina, em boa parte, as proprie- potenciais ao ambiente social ou
dades dos sedimentos acumula- natural, e para sua estimativa são
dos. Os principais ambientes de se- normalmente utilizados modelos
dimentação, sendo cada um des- matemáticos e probabilísticos.
tes subdividido em vários outros,
são os seguintes: 1) continentais: ano climático período de doze me-
terrestres (desérticos e glaciais) e ses consecutivos, durante o qual se
aquáticos (fluviais, lacustres, palus- produz um ciclo climático anual
tres e espélicos); 2) mistos: deltái- completo, diferenciado de forma a
17 ANO

permitir uma análise efetiva dos anticlinório anticlinal com dimen-


dados meteorológicos. são regional comportando várias
dobras menores (sinclinais e anti-
ano hidrológico período contínuo clinais), formando uma curva de
de doze meses no qual a variação convexidade voltada para o alto
global das reservas de água seja (estrutura antiformal).
mínima, de maneira a minimizar as
transferências de água de um ano antrópico relativo à humanidade,
para outro. à sociedade humana, à ação do
homem (Resolução Conama n. 012,
anomalia desvio, ou afastamento, de 4.5.1994, art. 1º).
das características de uniformida-
de do estado normal ou de um va- antropocêntrico diz-se daquilo que
lor médio de longo prazo. Uma é relativo aos humanos como a
anomalia pode ser classificada característica central do mundo,
como positiva (acima da média) ou interpretando as questões ambien-
negativa (abaixo da média). Em tais e dos recursos unicamente em
geologia, uma jazida mineral é uma termos de valores e padrões huma-
anomalia positiva, em relação à nos. Nessa ótica, os direitos das
distribuição do bem mineral na Ter- outras espécies só existem a partir
ra (background). dos interesses humanos. A preven-
ção da crueldade com os animais e
anomalia da gravidade qualquer da prática de matanças é vista, por-
variação na aceleração gravitacio- tanto, como conforto e paz de espí-
nal que não é levada em conta no rito para os humanos, em contra-
modelo de densidade previsto para partida a um reconhecimento dos
uma Terra homogênea. direitos de existência das outras
espécies de forma independente.
anomalia magnética qualquer cam-
po magnético não explicado que aqüífero termo usado para uma
permanece após o ajuste a padrões rocha e, eventualmente, para uma
magnéticos predeterminados. estrutura, contendo suficiente ca-
pacidade de armazenamento em
anticlinal arco (dobra) nos estratos espaços vazios (porosos, fissurais
rochosos, no qual as camadas (flan- ou por dissolução) de circulação e
cos) se curvam para baixo, de for- de libertação de água subterrânea
ma divergente, a partir de um eixo por poços ou fontes.
cuja convexidade se volta para sinônimos: rocha-reservatório; re-
cima. Em um anticlinal erodido, as servatório de água subterrânea.
camadas mais antigas se apresen- antônimo: aqüífugo.
tam próximas do eixo.
Vale situado no eixo de uma anticlinal aqüífero confinado qualquer aqüí-
e drenado por um rio subseqüente. fero limitado acima (topo ou capa)
sinônimo: anticlíneo. e abaixo (base ou lapa) por estrato
antônimo: sinclinal (vide). semi-impermeável (aqüitarde) ou
AQU 18

impermeável (aqüífugo). Em qual- areia sedimento clástico (fragmen-


quer ponto desse aqüífero, a água to mineral), freqüentemente de quar-
está submetida a uma pressão su- tzo, não-consolidado, com dimen-
perior à pressão atmosférica, o que são variando entre 0,0625mm (1/
causa artesianismo, podendo ser 16mm) e 2mm (Classificação de
jorrante ou não. Wentworth), situando-se entre sil-
sinônimo: aqüífero artesiano. te e grânulo. Quanto à granulome-
tria, a areia pode ser classificada
aqüífero confinado drenante caso em:
particular de aqüífero confinado, areia fina (>1/16mm e < 1/4mm)
onde uma ou ambas camadas con- areia média (>1/4mm e < 1mm)
finantes são semipermeáveis. areia grossa (> 1mm e < 2mm)

aqüífero não-confinado reservató- arenito rocha sedimentar clástica


rio de água subterrânea em terre- cujas partículas são predominante-
no permeável, no qual o limite in- mente do tamanho do grão de areia
ferior é um substrato semipermeá- (0,0625mm a 2,00mm de diâmetro
vel ou impermeável, sendo o limi- – Escala de Wentworth).
te superior determinado pela altu- Em geral, o arenito apresenta ma-
ra do lençol de água (superfície pie- triz fina (síltico-argilosa) e cimento
zométrica livre) e por uma zona natural, que pode ser de sílica, óxi-
não-saturada. do/hidróxido de ferro ou calcita.
sinônimos: aqüífero livre; aqüífero A fração da areia que predomina
freático. pode dar o nome: arenito grosso,
médio ou fino. Muitas vezes apre-
aqüífero suspenso aqüífero cuja senta boa estratificação, mas pode
base impermeável está situada aci- se apresentar maciço. A designa-
ma do nível freático. É um caso ção arenito sem indicação adicio-
particular de aqüífero livre. nal refere-se à rocha rica em quart-
zo. Caso contenha feldspato em
aqüitarde formação geológica com proporções apreciáveis (> 25%) de-
baixa permeabilidade que transmi- nomina-se arcósio.
te água em proporção menor que sinônimo: psamito.
um aqüífero.
argila material sedimentar de
arco de ilha seqüência curva de granulação muito fina (menos de
ilhas vulcânicas que se forma na 1/256mm de diâmetro). Pode-se
placa crustal superior de uma zona formar in situ, como produto de al-
de subducção tectônica. teração de rochas. Emprega-se
também essa designação para in-
área de recarga parte de uma ba- dicar a fração granulométrica de
cia de captação ou de uma bacia um sedimento inferior a 0,002 ou
hidrográfica que contribui para a 0,005mm. É ainda usada para de-
alimentação (recarga) do aqüífero signar rocha ou solo constituído es-
por água de infiltração. sencialmente de hidrossilicatos de
19 ARI

alumínio, como caulim, e outros final dos resíduos sólidos, geral-


minerais de argila. mente urbanos (p. ex.: lixo domici-
liar e varreção), no solo. Esses re-
árida seca, ressequida ou deficien- síduos são espalhados e compac-
te em umidade. Região com preci- tados em uma série de células e
pitação anual inferior a 250mm, cobertos com material inerte, ge-
onde a evaporação total excede a ralmente solo compactado, para
precipitação real. minimizar os riscos ao ambiente e
os agravos à saúde pública. A cons-
Arqueano Éon ou, segundo geo- trução e operacionalização dos
cientistas, Período geológico do aterros sanitários são fundamenta-
Pré-Cambriano. O Arqueano esten- das em critérios de engenharia e
deu-se entre 4,0 e 2,5 bilhões de normas específicas.
anos passados.
atividade poluidora qualquer ati-
artesiana termo aplicado à água vidade utilizadora de recursos am-
que emerge sob pressão natural bientais capaz, efetivamente ou po-
acima do aqüífero que a contém. tencialmente, de causar poluição
ou degradação ambiental.
assoreamento processo de acumu-
lação de sedimento não-consolidado, atmosfera camada de gás que en-
em rio ou em outra massa de água, volve o planeta. Excluindo o vapor
assim como em canais artificiais, de água, a atmosfera da Terra con-
causando aterramento ou entulha- siste (por volume) em 78% de ni-
mento. O material, desagregado por trogênio, 21% de oxigênio, 0,93%
erosão, é transportado por água (rio de argônio, 0,035% de dióxido de
ou corrente marinha) ou vento. carbono (esse nível está aumen-
tando) e quantidades mínimas de
astenosfera camada constituinte outros gases (inclusive neon, crip-
do planeta Terra, integrante do tônio, hélio e os poluentes do ar).
manto superior e imediatamente O vapor de água pode constituir
subjacente à litosfera, denomina- até 3,0%, dependendo da umida-
da de zona de baixa velocidade (a de e da temperatura relativas da
profundidades entre 10 0km e atmosfera.
400km). O material da astenosfera
se deforma plasticamente sob es- atol recife formado por esqueletos
forço prolongado e permite o mo- calcários de organismos celentera-
vimento das placas tectônicas. dos, principalmente de pólipos de
coral. Caracteriza-se por forma cir-
aterro de dragagem depósito de cular (coroa fechada), com uma la-
sedimentos ou materiais descarta- guna em seu interior conectada ao
dos que foram escavados por dra- mar por meio de canais. Essa la-
gagem. guna poderá ser colmatada por
vasa, transformando o recife em
aterro sanitário processo ou siste- uma ilha.
ma empregado para a disposição sinônimos: recife lagunar; atoll.
AUT 20

Figura 1 – Atol (Fonte: LEINZ & LEONARDOS).

autodepuração processo biológi- de procedimentos capaz de asse-


co natural de purificação ou neu- gurar, desde o início do programa,
tralização dos poluentes orgânicos que se faça um exame sistemático
de um meio aquático (corrente ou dos impactos ambientais de uma
corpo d’água). Depende dos mi- ação proposta (projeto, programa,
croorganismos presentes (bacté- plano ou política) e de suas alter-
rias, algas, fungos, protozoários), nativas, e que os resultados sejam
das possibilidades de oxigenação apresentados de forma adequa-
e reoxigenação, da atmosfera e da da ao público e aos responsáveis
luz (fotossíntese). Resulta na redu- pela tomada de decisão, e por eles
ção bacteriana, satisfação de es- considerados.
tabilização dos constituintes orgâ-
nicos, renovação do oxigênio dis- avaliação de passivo ambiental ins-
solvido consumido e retorno às trumento que visa fornecer uma
características normais do corpo avaliação dos riscos relacionados
d’água (biota). a cumprimento da legislação am-
sinônimo: depuração natural. biental, em determinado momen-
to, correspondente a quaisquer
avaliação de desempenho ambien- obrigações de fazer, de deixar de
tal processo de medição, análise, fazer, de indenizar, de compensar
avaliação, relato e comunicação do ou de assumir qualquer outro com-
desempenho ambiental de uma promisso de caráter ambiental, a
organização, com base nos critérios partir dos aspectos ambientais do
adotados pela gerência. empreendimento e respectivos
impactos gerados ou acumulados.
Avaliação de Impacto Ambiental Está diretamente ligada a critérios
(AIA) instrumento de política am- que devem ser estabelecidos antes
biental, formado por um conjunto de seu início.
21

B
bacia artesiana estrutura geológi- efluente é descarregada por uma saí-
ca na qual a água se acha confina- da única (exutório).
da e sob pressão, podendo se ele- Ordem da drenagem (hierarquização
var em direção à superfície ou mes- dos vales de uma bacia de drena-
mo jorrar, dependendo da confor- gem): 1ª ordem (vales mais elevados
mação topográfica, sem requerer e sem tributários); 2ª ordem (a jusan-
bombeamento do poço.
te da confluência de 2 ou mais tribu-
tários de 1ª ordem); 3ª ordem (a ju-
bacia de drenagem área geográfi-
sante da confluência de 2 ou mais
ca limitada pela topografia (inter-
flúvio), onde os fluxos hídricos tributários de 2ª ordem) e assim su-
superficiais (curso d’água ou siste- cessivamente, sendo que um tribu-
ma conectado de cursos d’água) tário de ordem “n” pode desembo-
são coletados para um dreno (ou car em outro de ordem maior que
corpo d’água) principal e a vazão “n+1”.

Figura 2 – Bacia de drenagem (Fonte: adaptado de DINIZ & BAPTISTA).

bacia de drenagem fechada área geo- lhido por sumidouros ou lagos não
gráfica limitada pela topografia em ligados por canais superficiais a ou-
que o escoamento superficial é reco- tros cursos d’água da bacia principal.
BAC 22

bacia geológica depressão da cros- bacia sedimentar porção geologi-


ta terrestre onde foram deposita- camente deprimida, resultante de
dos sedimentos e/ou material vul- subsidência de uma placa tectôni-
cânico (fase de diastrofismo), se- ca, capaz de acumular grande es-
guindo-se uma fase de soergui- pessura de sedimentos carreados
mento. O registro dos eventos geo- das áreas altas circundantes e de-
lógicos e geotécnicos fica impres- positados em um pacote único ou
so nas rochas que compõem essa em seqüências sucessivas. Exem-
estrutura. plos: bacia do Paraná e bacia Poti-
guar (RN).
bacia hidrogeológica unidade fisio-
gráfica ou geológica, delimitada bacia tectônica flexura regional
por alto estrutural, barreira litoló- côncava na qual as camadas mer-
gica ou estratigráfica, onde fica ca- gulham da periferia para o centro,
racterizado um domínio aqüífero, em estrutura periclinal (mergulhos
simples ou complexo (contendo radiais).
pelo menos um aqüífero de exten-
são significativa). balanço hídrico equação de equilí-
brio em que se consideram as en-
bacia hidrográfica sistema aberto tradas e saídas de água no interior
que compreende uma porção de de uma região hidrológica bem defi-
terreno limitada pela topografia, nida (p. ex.: bacia hidrográfica, lago),
onde um sistema fluvial recolhe levando-se em conta as variações
água, podendo haver contribuição efetivas de acumulação.
de água subterrânea. As bacias de Balanço da água baseado no prin-
drenagem são diferenciadas das cípio de que durante um certo in-
bacias hidrográficas, pois nessas tervalo de tempo as afluências to-
prevalece uma visão conjunta das tais a uma bacia ou formação aquá-
condições naturais e das atividades tica devem ser iguais ao total das
humanas desenvolvidas. saídas mais a variação, positiva ou
Sistema físico onde se instalou uma negativa, do volume de água arma-
área de captação (coleta) dos flu- zenado nessa bacia ou corpo de
xos provenientes da água precipi- água.
tada. Essa área é demarcada por BH = P – E – Q ± Δs
divisores topográficos, tendo ape- P = volume de água precipitada
nas um ponto de saída, denomina- na bacia;
do de exutório. E = volume de água que retorna
à atmosfera (evaporação e trans-
bacia intracratônica depressão es- piração, denominado de evapo-
trutural em forma de bacia, situa- transpiração);
da em porção antiga da plataforma Q = volume de água escoado
continental (cráton), sem deforma- pela bacia;
ção orogênica. A bacia intracratô- Δs = variação positiva (o escoa-
nica é geralmente simétrica, em mento é alimentado pela água
oposição à bacia marginal. P. ex.: subterrânea) ou negativa (o escoa-
bacia sedimentar do Paraná. mento alimenta a água subterrâ-
23 BAN

nea) devida ao armazenamento dem ou inibem o livre fluxo gêni-


de água no interior da bacia. co, estabelecendo os limites bio-
geográficos de expansão das es-
banco de areia depósito de sedi- pécies. Termo aplicado em estudos
mentos clásticos (dominantemen- ambientais para designar tanto os
te arenosos, mas também conten- obstáculos naturais quanto os re-
do argila e cascalho), acumulados sultantes de ações humanas que
sobre o leito de um rio ou em sua tendem a isolar ou dividir um ou
foz, em um lago ou no mar, em fun- mais sistemas ambientais, impe-
ção da perda de energia do agente dindo assim as migrações, trocas
transportador. e interações. Por exemplo, a aber-
sinônimo: barra. tura de uma rodovia pode se cons-
tituir, ao atravessar uma floresta
banhado termo derivado do espa- ou um pântano, em uma barreira
nhol bañado, usado no sul do Bra- ecológica.
sil para designar as terras inunda-
das pelos rios. beneficiamento (minério) trata-
Zona de transição terrestre-aquá- mento ou concentração de miné-
tica, periodicamente inundada por rio (mineral ou rocha de interesse
refluxo lateral de rios e lagos e/ou econômico) ou de minerais úteis,
pela precipitação direta ou pela por remoção de materiais indese-
água subterrânea, resultando em jáveis (ganga), visando obter um
ambiente físico-químico particular produto comercializável. Esse pro-
que leva a biota a responder com cesso envolve etapas que englo-
adaptações morfológicas, anatômi- bam as atividades de cominuição
cas, fisiológicas, fenológicas e/ou (britagem e moagem), concentra-
etológicas e a produzir estruturas ção (métodos gravimétricos, sepa-
de comunidades características para ração magnética, flotação, lixivia-
esses sistemas. ção etc.), transformação química e,
quando for o caso, metalurgia na
barcana tipo de duna com forma de própria mina.
meia-lua, sendo as extremidades
voltadas para sotavento. berma pequena plataforma, hori-
zontal ou quase horizontal, locali-
barlavento de frente para a direção zada em um talude, escavada com
da qual o vento está soprando. o fim de melhorar as condições
Vertente, lado ou superfície volta- de estabilidade e de drenagem da
da para o sentido do vento. Em encosta. Pode ser inclinada para
uma duna, corresponde ao flanco o interior do talude, no sentido lon-
de inclinação mais suave – geral- gitudinal, a fim de facilitar a cap-
mente entre 5º e 12º. tação por uma canaleta ou um
antônimo: sotavento (vide). dreno das águas de escoamento
superficial.
barreira ecológica conjunto de me- Acostamento ou aba lateral de um
canismos ou processos que impe- aterro.
BET 24

Terraço originado pela interrupção a níveis prejudiciais nos predado-


de um ciclo erosivo, com rejuve- res no alto da cadeia alimentar. É o
nescimento de um rio em estágio caso do mercúrio nos peixes, em
maduro, ocasionando a dissecação áreas de garimpo de ouro.
e abandono de restos da antiga pla- sinônimo: bioampliação.
nície de inundação.
Porção horizontalizada da praia ou bioclima relação entre o clima e os
pós-praia formada pela sedimenta- organismos vivos. As condições at-
ção por ação de ondas acima da li- mosféricas, principalmente a tem-
nha de preamar média. peratura, a umidade e a insolação
sinônimo: banqueta. são fatores determinantes da dis-
tribuição geográfica das plantas, o
betume composto natural combus- que permite uma classificação cli-
tível correspondente a uma mistu- mática da cobertura vegetal. De
ra de hidrocarbonetos, com cor fato, algumas espécies estão res-
amarelada até preta, compreen- tritas a condições ou zonas climá-
dendo fases gasosa (gás natural), ticas bastante específicas, enquan-
líqüida (petróleo) e sólida (asfalto to outras são adaptáveis a ampla
e ozocerita). variedade de climas.
Os betumes propriamente ditos
são solúveis no sulfeto de carbono biodegradável que pode ser de-
e abrangem os petróleos líquidos composto em substâncias naturais
(de base parafínica, asfáltica ou (como o dióxido de carbono e a
mista), as ceras minerais naturais água) por processos biológicos, es-
(ozocerita, cera montana), os asfal- pecialmente pela ação bacteriana.
tos nativos e as asfaltitas (gilsoni-
ta, pixe brilhante, grahamita). Os bioengenharia métodos de enge-
insolúveis no sulfeto de carbono nharia aplicados a processos bio-
são os pirobetumes. químicos ou genéticos, visando,
A geologia de petróleo distingue por exemplo, a produção de dro-
betume autígeno (presente na “ro- gas e de alimentos ou a reciclagem
cha-mãe”) de betume alotígeno, este do lixo.
correspondente ao betume migrado
(p. ex.: acumulações de petróleo). biogás gás produzido pela fermen-
tação de matéria orgânica (biomas-
bioacumulação absorção e concen- sa). Constituído dominantemente
tração de elementos químicos tó- por metano, pode ser usado como
xicos nos organismos vivos. Metais combustível.
pesados e pesticidas (p. ex.: DDT)
são armazenados nos tecidos gor- bioma unidade ecológica ampla, de
durosos dos animais e transmiti- aspecto uniforme, facilmente iden-
dos a seus predadores. O resulta- tificável, onde interagem o clima e
do é uma concentração cada vez a biota regionais e o substrato, sen-
mais elevada do pesticida no teci- do sempre designado pelo tipo de
do gorduroso, levando finalmente vegetação predominante. Mas o
25 BIO

bioma também pode ser visto Extensão mais ou menos bem de-
como sendo somente a comunida- limitada da superfície contendo re-
de biológica regional, distinta e cursos suficientes para assegurar
complexa, especialmente caracte- a conservação da vida.
rizada por uma formação vegeta-
cional clímax e sua fauna associa- bloco de falha unidade de rocha
da. Exemplos de biomas brasilei- que é limitada por planos de falha
ros são a Floresta Amazônica e os ou falhamentos em pelo menos
Campos Sulinos. dois lados.

biomassa quantidade total do ma- boçoroca cavidade alongada, mais


terial biológico existente em deter- ou menos profunda, formada por
minado local e a determinado tem- processo erosivo descontrolado a
po, representado pela massa com- partir de ravinas, estradas antigas,
binada de todos os animais e plan- valetas ou outros pontos topográfi-
tas que habitam uma área especí- cos favoráveis ao escoamento con-
fica, ou de uma determinada popu- centrado das águas superficiais.
lação. Geralmente expressa como Freqüentemente resulta da ação
peso seco por área (gramas por combinada da erosão superficial e
metro quadrado, quilograma por da erosão subterrânea, em terreno
hectare, ou fibra por acre). friável e pouco compactado (are-
Matéria orgânica usada como com- noso ou argiloso, entre outros).
bustível (combustível de biomassa). Pode atingir profundidades de vá-
rias dezenas de metros e extensão
biosfera sistema integrado de orga- de várias centenas de metros ou
nismos vivos e seus suportes, com- mesmo quilômetros.
preendendo o envelope periférico sinônimo: voçoroca (vide).
do planeta Terra com a atmosfera
circundante, estendendo-se para bomba vulcânica fragmento de
cima e para baixo até onde exista lava vulcânica ejetada que se tor-
naturalmente qualquer forma de na um filete líquido durante o lan-
vida. çamento pela cratera e que resfria,
solidificando-se, antes de atingir o
biota conjunto dos componentes solo.
bióticos (seres vivos) que habitam
um determinado ambiente ecoló- bonança termo que qualifica um
gico (ecossistema), em estreita cor- corpo de minério (sobretudo de
respondência com as característi- ouro e prata) excepcionalmente
cas físicas, químicas e biológicas rico.
desse ambiente.
boudinage processo de deforma-
biótopo espaço ocupado pela bio- ção tectônica sofrido por camadas,
cenose. Área geográfica de super- bandas ou lentes competentes e
fície e volume variáveis, submeti- rúpteis, intercaladas em material
da a condições cujas dominantes mais dúctil, quando o conjunto é
são homogêneas. submetido a esforços compressi-
BRE 26

vos ou distensionais: as porções fricção; 5) modificação de volu-


mais rígidas são estiradas e frag- me etc.
mentadas na forma de boudins
(salsichas), enquanto o material brejo área plana, permanente ou
mais dúctil escoa em seu entorno. periodicamente alagada, com len-
çol freático próximo da superfície
Estrutura rochosa provocada por
(saturada) e com vegetação natu-
tensões tectônicas, com preserva-
ral própria. Forma-se em regiões
ção de núcleos rígidos alongados, de cabeceira ou em zonas de trans-
semelhantes a salsichas. bordamento de rios e lagos.

brecha rocha composta por frag- bússola geológica instrumento de


mentos angulares envolvidos por campo, composto por dois siste-
material mais fino, os quais são ci- mas de medidas angulares, um no
mentados por matéria da mesma plano horizontal (agulha magnéti-
natureza ou de natureza diversa. ca) e outro no plano vertical (clinô-
Pode ter origem variada, por exem- metro), utilizados para medir dire-
ção e mergulho dos planos de ca-
plo: 1) brecha de falha: gerada pela
madas e estruturas diversas. Apre-
fragmentação da rocha afetada
senta inversão da posição dos pon-
pela movimentação da falha; 2) tos cardeais leste (E) e oeste (W)
brecha vulcânica: composta por para permitir leituras diretas das di-
fragmentos da carapaça gerada reções. A marcação em graus pode
pelo resfriamento da lava, quebra- ser de 0° a 360° ou em quadrantes,
da na progressão do derrame; ou, ca-da um dos quais marcado de
ainda, 3) brecha sedimentar; 4) de 0° a 90°.
27

C
calcário rocha sedimentar de ori- rem abatimentos, o magma conti-
gem química, orgânica, por vezes do na câmara magmática tende a
com contribuição clástica, consti- preencher as fraturas/falhas circu-
tuída predominantemente por cal- lares da estrutura de colapso dan-
cita (carbonato de cálcio). Haven- do origem a diques anelares.
do predominância de dolomita
(carbonato de cálcio e de magné- caliche material carbonático, ge-
sio), a rocha passa a ser designa- ralmente calcítico ou nitrato de só-
da dolomito. dio, entre outros sais, derivado de
Calcários calcíticos (MgO < 5%) são intemperismo químico em climas
utilizados para a produção de cal e áridos, que se acumula em cama-
cimento. Calcários com proporções das, permeando e cimentando frag-
moderadas de magnésio (MgO > mentos residuais e solos.
12%) são denominados dolomíti- A combinação de movimentos dos
cos e se prestam para correção de sais em solução per descenum na
acidez de solos lateríticos, visando época de raras chuvas e per ascen-
ao uso agrícola. sum, movimentada por capilarida-
de com evapotranspiração, leva à
caldeira cratera vulcânica circular concentração do caliche nos solos.
com grande dimensão (até dezenas sinônimo: calcrete.
de quilômetros de diâmetro). Pode
se apresentar rebaixada com rela- camada estrutura sedimentar indi-
ção às bordas graças ao colapso vidualizada, uniforme ou não, com
(subsidência) da câmara magmá- forma tabular e separada das uni-
tica esvaziada com a efusão e/ou dades superiores e inferiores por
refluxo de magma, seguida por descontinuidades geradas por mu-
eventos vulcânicos, geralmente ex- dança no tipo de material deposi-
plosivos. tado e/ou nas condições de sedi-
A caldeira pode ser complexa e mentação. Corresponde à menor
conter mais de uma cratera simples unidade reconhecida na classifica-
ou duto(s) vulcânico(s). Ao ocorre- ção estratigráfica.
CAM 28

Cambriano período geológico que mentos de hematita compacta ou


se estendeu entre 540 e 500 mi- “chapinha” (placas resultantes de
lhões de anos atrás. um itabirito alterado) cimentados
por goethita. Distinguem-se as can-
canal conduto natural ou artificial gas limoníticas (55% a 62% Fe) e
que permanente ou periodicamen- as hematíticas, que contêm predo-
te contém água em movimento, minantemente hematita (62% a
com superfície sempre submetida 66% Fe).
à pressão atmosférica. O canal ar- Rocha limonítica formada pela con-
tificial geralmente apresenta sec- centração superficial ou subsuper-
ção transversal com forma geomé- ficial de hidróxido de ferro migra-
trica definida. Já no canal natural do das rochas subjacentes; contém,
a secção apenas aproxima-se de geralmente, de 45% a 55% Fe e, por
uma figura geométrica. vezes, também quantidades subs-
tanciais de alumina ou mesmo de
canal de vazante parte de um curso fosfato aluminoférrico, ordinaria-
d’água ou de um estuário onde se mente com estrutura pisolítica ou
fazem sentir as correntes de maré. cavernosa.
sinônimos: itapiocanga (MG, GO);
canal fluvial (Morfologia) os pa- pedra-jacaré (Amazônia); carapaça
drões básicos dos canais são: reti- laterítica; crosta laterítica.
líneo, meandrante (canais com alta
sinuosidade), entrelaçado e anas- capacidade de retenção de água
tosomado (canais interconectados quantidade de água retida no solo
formando ilhas alongadas), com por capilaridade, após a percolação
gradações entre eles. São caracte- da água gravitacional. Expressa
rizados em função da sinuosidade pela relação entre os pesos da água
(relação entre comprimento do tal- retida e do solo seco.
vegue e comprimento do vale), sinônimo: capacidade de campo.
grau de entrelaçamento (número
de barras ou ilhas no canal) e rela- capacidade de suporte população
ção entre largura e profundidade. limite de uma espécie em um sis-
tema natural, considerando-se o
canal sin calha parte mais profun- princípio da sustentabilidade.
da do leito de um rio, onde flui a Densidade populacional que pode
corrente principal. ser sustentada por recursos limitados.
Canal, natural ou artificial, que con- sinônimo: capacidade de carga.
tém água em movimento contínuo
ou periódico, ou que estabelece capacidade de troca de base pro-
interconexão entre duas massas de priedade inerente a alguns mine-
água. rais, sobretudo os argilosos, de
sinônimo: leito carrear cátions (ou ânions) que
podem ser trocados com outros
canga rocha brechóide (grãos irre- cátions (ou ânions) presentes em
gulares), ferruginosa, de formação soluções aquosas trazidas ao con-
superficial, constituída por frag- tato deles. Essa capacidade varia
29 CAR

com o tamanho da partícula e com dricos superficiais e subterrâneos.


a estrutura cristalina. É expressa em termos de massa
De modo geral, é a seguinte a or- por unidade de tempo.
dem decrescente de poder da subs-
tituição dos cátions (série de Hof- cárstico relevo desenvolvido em
meister): Li, Na, K, Mg, Ca, Sr, Ba, região calcária devido à dissolu-
Al... H. Porém, há uma série espe- ção das rochas carbonáticas pelas
cífica para cada mineral do grupo águas subterrâneas e superficiais.
das argilas. Caracteriza-se pela ocorrência de
dolinas, cavernas e drenagens sub-
Carbonífero período geológico da terrâneas. Designação originada na
Era Paleozóica, mais recente que o região de Karst, entre Eslovênia e
Devoniano e mais antigo que o Per- Croácia, região do Mar Adriático.
miano. O Período Carbonífero es- sinônimo: kárstico (vide).
tendeu-se aproximadamente de
355 a 290 milhões de anos atrás. carvão ativado forma de carvão,
granulado ou em blocos, produzi-
carbonização termo que designa o do pelo aquecimento de matérias
processo de formação natural do com alta porcentagem de carbono
carvão. Porém, é mais adequado o (carbonização), como madeira, a
uso do termo “hulherização”, visto altas temperaturas, na ausência de
que carbonização refere-se especi- ar, para maximizar a superfície das
ficamente ao enriquecimento de partículas e assim aumentar a sua
carbono. capacidade para remover impure-
zas de sólidos, líquidos e gases por
carbono (C) elemento não-metáli- adsorção.
co com massa atômica 12,01 e nú- O carbono ativado é usado em rea-
mero atômico 6. O carbono puro ções químicas, em filtros de água
existe sob duas formas cristalinas e de ar (inclusive em máscaras de
diferentes – diamante e grafite – e gás) e para desodorizar e remover
em numerosas formas não-crista- matéria orgânica dissolvida em re-
linas, como no carvão vegetal e no servatórios de água.
negro de carvão. Sua capacidade
para se ligar em cadeias ou anéis carvão betuminoso carvão natural
complexos de hidrocarbonetos e negro, sem brilho, que fornece alta
outros compostos orgânicos transfor- percentagem de matéria volátil be-
ma-o na espinha dorsal da química. tuminosa (até 40%) quando aque-
cido. Queima rapidamente, produ-
carga poluidora quantidade de zindo uma chama amarela. Possui
material (poluentes orgânicos ou baixo teor de umidade e teor mé-
inorgânicos) carregada por um flui- dio de substâncias voláteis. É o mais
do que exerce efeito danoso em de- usado dos carvões. A designação
terminados usos de recursos natu- carvão betuminoso substitui o ter-
rais, em especial dos recursos hí- mo hulha, que caiu em desuso.
CAR 30

carvão húmico variedade de linhi- cascalho fragmento de rocha e/ou


ta composta de fragmentos lenho- mineral com diâmetro médio entre
sos de árvores e arbustos. 2mm e 60mm e granulação mais
grossa que areia.
carvão mineral rocha de origem se-
dimentar, organógena, com colora- cata trabalho individual por proces-
ção castanha até negra, classifica- sos equiparáveis aos de garimpa-
da como combustível fóssil. A prin- gem e faiscação, na parte decom-
cipal matéria-prima do carvão é a posta dos afloramentos dos filões
celulose. O linhito, o carvão betu- (veeiros), para a extração de mine-
minoso ou hulha, e o antracito são rais úteis, sem o emprego de ex-
as principais variedades de carvão plosivos, com apuração por pro-
mineral ou carvão-de-pedra. cessos rudimentares.
O processo de formação do carvão
é denominado hulherização. Ocor- cataclase deformação de um cor-
re pela litificação e redução para po de rocha com fraturamento, tri-
matéria carbonosa (sapropélica e/ turação e rotação de seus consti-
ou lenhosa) de plantas e/ou algas tuintes, sem recristalização signifi-
acumuladas em áreas muito espe- cativa dos seus minerais. Esse pro-
ciais de bacias sedimentares rasas. cesso relaciona-se ao metamorfis-
A ocorrência de camadas impor- mo (cataclástico) em que os com-
tantes de carvão demanda condi- ponentes minerais têm comporta-
ções especiais de compensação mento frágil, predominantemente
isostática por longos períodos, ne- rúptil ou quebradiço, durante a
cessárias para a deposição dos res- ação metamórfica, favorecendo a
tos vegetais, a acumulação sedi- geração de texturas de degrada-
mentar e o afundamento continua- ção, com grãos minerais rotaciona-
do das bacias, sob pouca ou nenhu- dos, encurvados, fissurados e que-
ma erosão. brados em grãos menores (sub-
Os carvões são classificados con- grãos). Cataclasito é a rocha que
forme o grau decrescente de vola- apresenta cataclase.
tilidade e crescente do conteúdo de
carbono: linhito, carvão betumino- cava de mineração local de mine-
so (hulha) e antracito. Quanto ao ração (escavação) a céu aberto,
modo de ocorrência, chamam-se com dimensões métricas a quilo-
autóctones quando formados in métricas, destinada à extração do
situ e alóctones quando sofreram bem mineral.
transporte para a jazida.
sinônimo: carvão-de-pedra cenário construção teórica ou ex-
perimental, simulando eventos ou
carvão sub-betuminoso tipo de car- situações reais de modo a estudar
vão intermediário entre a linhita e o seu desenvolvimento e conseqüên-
carvão betuminoso. Tem valor ener- cias, especular sobre suas possibi-
gético mais elevado e o teor de umi- lidades e avaliar os possíveis im-
dade mais baixo do que a linhita. pactos ambientais.
31 CEN

Cenozóica a mais moderna das zes nenhuma ocorrência de plan-


eras geológicas, com início há 65 tas lenhosas.
milhões de anos. Segue a Era Me-
sozóica, subdividindo-se nos perío- chorume resíduo líquido provenien-
dos Terciário e Quartenário. Com- te de resíduos sólidos (lixo), parti-
porta fases orogenéticas e de vul- cularmente quando dispostos no
canismo importantes, às quais se solo, como, por exemplo, nos ater-
devem as cadeias de montanhas ros sanitários. Resulta principal-
modernas e as atividades vulcâni- mente da água de chuva que infil-
cas remanescentes. A grande glacia- tra e da decomposição biológica da
ção pleistocênica foi um dos even- parte orgânica dos resíduos sóli-
tos recentes da Era Cenozóica. dos. É altamente poluidor.

centro da Terra geosfera central da chuva ácida precipitação de água,


Terra composta principalmente de sob a forma de chuva, neve ou va-
níquel e ferro. Situa-se abaixo do por, enriquecida em substâncias
manto, tendo 2.900km de diâme- ácidas, tais como ácido sulfúrico e
tro. Divide-se em um centro inter- ácido nítrico, sendo tais substâncias
no sólido (com raio de 1.300km) e produzidas pela combinação da
um centro externo liquefeito (raio água atmosférica com os óxidos li-
de aproximadamente 1.600km). berados após a queima de hidro-
sinônimos: núcleo; nife (vide). carbonetos, ou liberados por ins-
talações ou atividades industriais
Certificado Ambiental garantia ex- ou agrícolas.
pressa por documento hábil, ates-
tada por parte credenciada, de que ciclo das águas
um produto, processo ou serviço sinônimo: ciclo hidrológico (vide).
está em conformidade com os re-
quisitos ambientais especificados. ciclo das rochas ciclo teórico da
formação de materiais rochosos
chapéu-de-ferro zona de enriqueci- por intermédio de estágios seqüen-
mento secundário de limonita e ciais de soerguimento, desgaste
hematita, originada por decompo- por condições atmosféricas, ero-
sição atmosférica de filões metalí- são, transporte, deposição, litifica-
feros ricos em ferro, recobrindo um ção, metamorfismo e magmatismo.
afloramento de minério sulfetado
e denunciando a existência, em ciclo de erosão seqüência de fases
profundidade, de um veio ou ou- evolutivas das formas de relevo,
tro tipo de depósito. por dissecação e aplainamento: ju-
ventude, maturidade e senilidade.
charco planície ocasionalmente co- Processo que descreve o desenvol-
berta por água. Um charco difere vimento da paisagem com condi-
de um pântano por ser domina- ção de soerguimento e de topogra-
do por juncos, colmos, taboas e ci- fia irregular, pela redução a uma
peráceas, com pouca ou por ve- peneplanície de baixo relevo por
CIC 32

erosão de longo prazo. O ciclo com- liberação de CO2 , que serve de ali-
preende um período de soergui- mento aos seres vivos, por inter-
mento e erosão de uma paisagem. médio das cadeias tróficas.
Sucessão dos estágios (fases evo- A base da cadeia é ocupada pela
lutivas) jovem, maduro e senil, pe- produção primária, representada
las quais passa uma região, desde pelos vegetais. Da energia acumu-
a sua sobrelevação inicial e disse- lada pela fitomassa, 10% são trans-
cação até o estágio final da sua des- feridos para o nível seguinte, ocu-
truição (peneplanação). 1) No es- pado pelos herbívoros. Novamen-
tágio jovem, a área recentemente te 10% da energia acumulada nes-
elevada é intensivamente trabalha- se nível é transferida para os car-
da pela erosão fluvial. Os vales se nívoros e assim sucessivamente
aprofundam e têm a forma de um (lei de “transferência dos 10%” nas
V, separados por divisores largos. cadeias tróficas).
2) No estágio maduro inicia-se o es-
Em qualquer nível, se houver mor-
treitamento dos divisores e o rele-
vo vai sendo progressivamente re- te, a matéria será atacada pelos
duzido; os vales se alargam e os decompositores para ser reintegra-
divisores se arredondam. A rede de da nos ciclos biogeoquímicos. O
drenagem atinge a sua plenitude. retorno de CO2 à atmosfera ocorre
3) No estágio senil o relevo se re- por intermédio da respiração dos
duz consideravelmente, até que a seres vivos e pelo solo. As fontes
região apresente uma topografia adicionais são os vulcões e a quei-
muito suave – peneplano. Os vales ma de energia fóssil, como o pe-
dos rios tendem a aproximar-se do tróleo e o carvão.
nível de base; a erosão é reduzida,
pequena, em contraposição com a ciclo do nitrogênio processo pelo
sedimentação fluvial, que se torna qual o nitrogênio se move no inte-
importante. rior dos ecossistemas, entre eles e
por toda a biosfera. O ciclo do ni-
ciclo de sedimentação seqüência de trogênio não é um circuito simples;
eventos que engloba a destruição envolve processos interligados que
de rochas (intemperismo), o trans- são muitas vezes mediados pela
porte do material resultante, sua de- atividade bacteriana.
posição e a litificação, originando O nitrogênio geralmente entra nos
uma rocha sedimentar. Um ciclo ecossistemas a partir da atmosfe-
pequeno é designado ciclotema. ra, na forma de nitrato ou amonía-
co, pela descarga elétrica (raio), fi-
ciclo do carbono o carbono é en- xação biológica ou precipitação.
contrado na atmosfera sob forma Esses compostos de nitrogênio são
gasosa e nos oceanos em estado absorvidos pelas plantas que por
dissolvido. Na fotossíntese realiza- sua vez são consumidas por ani-
da pelas plantas verdes, terrestres mais que devolvem o nitrogênio
e aquáticas, o carbono é captado e para o ambiente, em grande parte
transformado em carboidrato, com na forma de uréia.
33 CIC

Os corpos de todos os organismos solo, das águas continentais e dos


desprendem nitrogênio no ambien- oceanos; transpiração pelos seres
te a partir das proteínas e aminoá- vivos; condensação para formar
cidos à medida que se decom- nuvens; precipitação; intercepta-
põem; esses compostos de nitro- ção; acumulação no solo ou nos
gênio são convertidos em amonía- corpos d’água; escoamento super-
co pela aminificação. O nitrato ficial e subterrâneo para o mar
pode ser reduzido a N2 molecular (principalmente) e reevaporação
pela desnitrificação. para constituir um novo ciclo.
Teoricamente, nesse sistema não
ciclo hidrológico sistema físico, há entrada nem saída da água, só
seqüencial, dinâmico e fechado de energia. O ciclo hidrológico con-
que comporta uma sucessão de trola o movimento da água entre a
fases pelas quais a água circula na atmosfera, os oceanos e os ambien-
natureza tendo a energia solar tes aquáticos e terrestres.
como força motriz: evaporação no sinônimo: ciclo das águas (vide).

Figura 3 – Ciclo hidrológico (Fonte: adaptado de DINIZ & BAPTISTA).


CIC 34

$0/%&/4"±°0
13&$*1*5"±°0

*/5&3$&15"±°0

3*0 &7"103"±°0
&4$0".&/50
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£'5!35"4%22ª.%! ."3

Figura 4 – Ciclo da água (Fonte: adaptado de DINIZ & BAPTISTA).

ciclotema ciclo de sedimentação constituem-se de grãos maiores


pequeno, identificado como unida- que os grãos de areia; os psamitos,
de estratigráfica de rocha. É com- de grãos do tamanho dos de areia;
posto por uma série de depósitos os pelitos, de grãos do tamanho dos
assentados por transgressão e re- de silte e argila.
gressão cíclica do oceano.
clima sucessão de fenômenos at-
cisalhamento deformação resul- mosféricos (condições meteoroló-
tante de esforços causados por for- gicas) que ocorrem em um lugar ou
ças tangenciais iguais que agem região por um número extenso de
nos lados opostos e fazem com que anos (estatísticas a longo prazo).
as camadas de um material ten- Inclui, entre outras, condições e
dam a se deslizar uma sobre a ou- avaliações (valores médios, variân-
tra (também chamado de força de cias, probabilidades de ocorrência
cisalhamento). de valores extremos etc.) de tem-
Reação a essa força aplicada: de- peratura, umidade, precipitação,
formação na qual componentes do ventos e nebulosidade.
corpo sob tensão são movidos pa- O clima é influenciado pela latitu-
ralelamente um ao outro. O cisa- de, altitude, topografia e proximi-
lhamento é um tipo de deformação dade dos oceanos.
(resposta à pressão) que não pro-
voca mudança total no volume. clímax estágio final da sucessão
em um ecossistema, em uma de-
clástico sedimento formado de frag- terminada área, sob determinadas
mentos de rocha ou de mineral pre- condições ambientais, especial-
existente. Distinguem-se: macro- mente as climáticas e pedológi-
clásticos (psefitos e psamitos) e cas, na qual a composição das espé-
microclásticos (pelitos). Os psefitos cies e a estrutura das comunidades
35 CLI

bióticas são consideradas estáveis, competente camada capaz de so-


embora, a longo prazo, a evolução erguer não só o próprio peso como
e as alterações dos processos eco- o da rocha sobrejacente durante o
lógicos naturais possam vir a cau- dobramento. Os requisitos da ca-
sar mudanças. mada competente são: a) poder de
resistência ao cisalhamento; b) ca-
clivagem tendência de um mineral pacidade de se refazer das fraturas;
de se partir preferencialmente jun- c) rigidez ou inflexibilidade.
to às zonas de fraqueza que corres- antônimo: incompetente.
pondem a planos de ligação fraca
na estrutura do cristal; a clivagem condutividade hidráulica parâmetro
é classificada como fraca, razoável definido, em um meio isotrópico,
ou boa, dependendo da dureza da como a velocidade aparente por gra-
superfície de clivagem. diente hidráulico unitário. Refere-se
Propriedade de uma rocha de apre- à facilidade do aqüífero de exercer a
sentar planos paralelos a subpara- função de condutor hidráulico. De-
lelos de partição, fraqueza e/ou de pende das características do meio e
recristalização metamórfica de bai- das propriedades do fluido. É expres-
xo grau, graças a esforços de pres- so em m/s, cm/s ou Meinzer.
são dirigida que atuaram sobre o
corpo rochoso. cone aluvial depósito aluvial em for-
ma de leque (segmento de cone),
colóide sólido amorfo formado por formado por material detrítico (cas-
minúsculas partículas, com dimen- calho, seixo, areia e argila) e sedi-
sões maiores que moléculas, que mentado em razão da diminuição
permanecem suspensas em vez de abrupta da velocidade da corrente-
se dissolverem ou se assentarem. za por infiltração de água, aumento
Os colóides incluem sólidos, como de concentração sedimentar ou mu-
os polímeros de borracha e de plás- dança na geometria do canal.
tico, os géis, como a gelatina, e as sinônimo: cone de dejeção.
emulsões líquidas.
cone de depressão figura geomé-
coluvião depósito formado por trica em forma de cone que repre-
fragmentos de rocha ou minerais, senta a superfície piezométrica
mal selecionados e mal classifi- na área de influência de poço em
cados, transportados principal- bombeamento.
mente pela ação da gravidade de
áreas circunvizinhas, que se acu- conglomerado rocha sedimentar
mularam na base de uma encosta. clástica formada de fragmentos ar-
Por suas características genéticas redondados e de tamanho superior
pode apresentar elementos mine- ao de um grão de areia (acima de
rais ou pétreos diferentes da rocha 2mm na classificação de Wentworth)
subjacente. agregados por um cimento natural
sinônimo: colúvio. (silicoso, calcítico etc.).
CON 36

conservação sistema flexível ou ça de temperatura no líquido; a


conjunto de diretrizes planejadas convecção forçada é conduzida por
para o manejo e utilização susten- hélices ou bombas.
tada dos recursos naturais em ní-
vel ótimo de rendimento e preser- coque tipo de combustível ou adi-
vação da diversidade biológica. tivo utilizado na indústria metalúr-
Manutenção de áreas naturais pre- gica, derivado do carvão mineral
servadas, por um conjunto de nor- metalúrgico e obtido a partir do
mas e critérios científicos e legais, aquecimento da hulha (carvão be-
visando à sua utilização para estu- tuminoso) com combustão incom-
dos científicos. pleta em recipiente fechado. Po-
rém, nem todos os tipos de carvão
contador Geiger instrumento que mineral transformam-se em coque.
mede a radiação ionizante. O nível A designação de um carvão como
de cliques audíveis aumenta quan- coqueificável depende de sua ação
do um contador Geiger se move quando aquecido na ausência de ar.
numa região de radiação mais alta. Se o carvão amolece e eventual-
Esse equipamento também detec- mente se solidifica em massa mais
ta raios cósmicos que não estão li- ou menos sólida, ele é classificado
gados à radiatividade. como um carvão coqueificável; se
ele se desagrega com o aqueci-
contaminação introdução no ambien- mento ou forma uma massa fraca-
te de elementos em concentrações mente consistente, é classificado
nocivas à saúde humana, tais como como não-coqueificável.
organismos patogênicos, substân-
cias tóxicas ou radioativas. coquina massa calcária composta
por fragmentos detríticos de con-
contaminantes do ar matérias ou chas calcárias.
substâncias que possam alterar a
qualidade do ar, tais como: fuma- corpo receptor de água termo ge-
ça, fuligem, poeira, carvão, ácidos, ral que designa a fração do meio
fumos, vapores, gases, odores, par- ambiente (rios, lagos, reservató-
tículas e aerossóis. rios, oceanos ou outros corpos hí-
dricos) na qual são ou podem ser
contrafortes ramificações laterais lançados, direta ou indiretamente,
de uma cadeia de montanhas. Os efluentes (água residuária), trata-
contrafortes quase sempre estão dos ou não, provenientes de ativi-
em posição perpendicular, ou pelo dades poluidoras ou potencialmen-
menos oblíqua, ao alinhamento te poluidoras.
geral.
corrasão processo erosivo mecâni-
convecção transferência de calor co (físico) por meio do qual a ro-
pelo movimento de gás ou líquido cha é desgastada pelo atrito de par-
aquecido pelo espaço. A convecção tículas que são transportadas pelo
natural é causada por uma diferen- vento (corrasão eólica), pelo gelo
37 COR

(corrasão glacial) ou pela água cor- crato porção da litosfera continen-


rente (corrasão fluvial). tal, muito antiga e localizada no in-
sinônimo: abrasão (vide). terior de escudos, que não é geral-
mente afetada pela atividade tec-
corrente de turbidez corrente de tônica. Distingue-se crato continen-
densidade causada pela suspensão tal de crato oceânico. O planalto
de partículas clásticas, podendo se brasileiro é um clássico exemplo
formar na parte anterior de um del- de crato.
ta ou na extremidade de uma pla- sinônimo: cráton.
taforma continental.
Cretáceo o mais novo dos três pe-
corrosão processo de desgaste, ríodos geológicos da Era Mesozói-
modificação química ou estrutural ca, ocorrido entre 135 e 65 milhões
de determinado material provoca- de anos atrás, sucedendo ao Jurás-
do pela ação química ou eletroquí- sico e precedendo o Cenozóico.
mica espontânea de agentes do
meio ambiente. O termo é usado cristal substância sólida, natural
para referir-se tanto à oxidação (en- (mineral) ou artificial, homogênea
ferrujamento) dos metais, quando e anisotrópica, geralmente apre-
expostos ao ar úmido ou a ácidos, sentando uma forma externa polié-
como à erosão química das rochas. drica, com estrutura interna orga-
nizada segundo uma rede cristali-
costão feição geomorfológica ins- na de átomos que se repete tridi-
talada na linha da costa, em forma mensionalmente em uma unidade
de paredão, com forte declividade química básica denominada célu-
e grande turbulência devido à ação la unitária, com eixos e planos de
das ondas. simetria, sendo 32 classes de sime-
sinônimo: falésia (vide). tria agrupadas em seis sistemas
cristalinos.
costa rasa termo geral para a área
de uma praia que se estende do cronológica (divisão) as divisões
nível da água na maré baixa até o do tempo geológico, em ordem
alcance máximo da ação da onda decrescente de importância, são:
de tempestade. Éon, Era, Período e Época.

Quadro 1 – Geocronologia (Fonte: LEINZ & AMARAL).


CRO 38

crosta parte superior da litosfera, crosta oceânica crosta basáltica


sólida, divide-se em continental e densa, com espessura entre 5km e
oceânica. 10km, subjacente à maior parte da
área oceânica da Terra.
crosta continental parte da litosfe-
cuesta elevação assimétrica, escar-
ra terrestre composta por rochas
pada de um lado e caindo suave-
graníticas e dioríticas. A espessura
mente do outro, formada por ero-
da crosta continental varia geral- são de camadas inclinadas num
mente de 25-30km a 50-70km, com plano costal. Exemplo: cuestas do
seu limite inferior determinado pela bordo oriental do planalto de trapp
descontinuidade de Mohorovicic. do sul do Brasil.

Figura 5 – Cuesta e hogback (Fonte: LEINZ & LEONARDOS).

curie unidade de medida de radia- serto ou desaparecer em depres-


tividade, originalmente definida sões cársticas (áreas com rochas
como índice de desintegração de 1 carbonáticas).
grama de rádio (3,7 x 1010 desinte- sinônimo: rio (vide) (quaisquer que
grações por segundo). Não é mais sejam suas dimensões).
usada no Sistema Internacional de
Unidades (SI), tendo sido substituí- curvas-de-nível curvas definidas
da pelo Becquerel (1 desintegração por interseções da superfície topo-
por segundo). gráfica com planos de nível dispos-
tos em intervalos regulares.
curso d’água drenagem natural,
dependente do escoamento su- custo ambiental conjunto de bens
perficial, subsuperficial e da pre- ambientais a serem perdidos ou
cipitação direta sobre a calha flu- comprometidos em conseqüência
vial, com regime perene, intermi- de um empreendimento econômi-
tente ou efêmero, podendo de- co. O valor monetário dos danos
sembocar em outro corpo hídri- causados ao ambiente por uma de-
co, dissipar-se em areias do de- terminada atividade humana.
39

D
dano ambiental qualquer alteração baseada na comparação da propor-
no meio ambiente provocada por ção de isótopos 40K com 40Ar em
intervenção antrópica. uma amostra de mineral ou de ro-
sinônimo: degradação ambiental cha. A datação potássio-argônio só
(vide). é eficaz em rochas com no mínimo
250.000 anos de idade.
datação absoluta determinação da
idade estimada de uma rocha ou mi- datação radiométrica
neral por comparação das propor- sinônimo: datação absoluta (vide).
ções de isótopos-pais radiativos e
dos uclídeos filhos, com uma meia- datação urânio-chumbo (U-Pb)
vida conhecida de um elemento ra- método de datação geocronológi-
diativo. ca absoluta baseado na desintegra-
sinônimo: datação radiométrica ção radioativa de dois isótopos de
(vide). urânio (235U e 238U) dando origem a
dois isótopos de chumbo (207Pb e
206
datação por carbono-14 determina Pb). As meias-vidas dos isótopos
o tempo absoluto, em função da de urânio são de 0,704Ga (bilhões
meia-vida relativamente curta do de anos) e 4,47Ga, respectivamen-
carbono 14. Esse se forma a partir te. É aplicado especialmente para
do nitrogênio do ar, pela reação nu- a datação de minerais ricos em urâ-
clear provocada pelos raios cósmi- nio, tais como zircão, monazita, ti-
cos, na estratosfera. A relação en- tanita, xenotima, badeleíta e pe-
tre C12 e C14 na atmosfera é 1012:1, rovskita. Rotineiramente aplicado a
transmitida na mesma proporção rochas e minerais mais velhos que
aos corpos orgânicos – vegetais e 1,0Ma (milhão de anos).
animais. Com esse método, pode-
se determinar a idade de objetos datum planimétrico referência para
orgânicos até cerca de 50.000 anos. se definir pontos da superfície ter-
restre. No Brasil, o ponto de refe-
datação potássio-argônio (K-Ar) rência para o datum vertical é o ma-
técnica de datação radiométrica régrafo de Imbituba, em Santa
DEC 40

Catarina. Como datum planimétri- tal. Expressa em graus ou percen-


co adotava-se o Córrego Alegre. tagem. Declividade (%) = distância
Atualmente, o datum planimétrico vertical / distância horizontal x 100.
oficial do Brasil, adotado pelo IBGE
e DNPM, é o SAD 69. decomposição radioativa processo
Modelo matemático que define um que causa a radiatividade; desinte-
elipsóide considerado como valor gração espontânea ou induzida de
médio da forma da Terra, com a fi- uma substância sobre a qual são
nalidade de se representar em emitidas radiações ionizantes como
planta a superfície terrestre. partículas alfa, partículas beta ou
raios gama. As substâncias radiati-
decantação processo de separação vas têm taxas características de de-
dos componentes de um sistema composição radiativa, chamadas
heterogêneo sólido-líquido, sólido- de meias-vidas.
gasoso ou líquido-líquido em que
o componente mais denso, sob a deflação remoção, separação e
ação da gravidade, se deposita na- transporte de materiais sólidos de-
turalmente. A velocidade de decan- tríticos provenientes da desagrega-
tação depende da concentração e ção de rochas. O processo é mais
da dimensão das partículas ou dos acentuado nas regiões desérticas,
aglomerados obtidos por coagula- desprovidas de vegetação e em
ção ou floculação. que o vento sopra com muita in-
tensidade. O transporte dos mate-
declinação um dos dois valores riais ocorre por suspensão, salta-
usados para apontar com precisão ção ou rolamento, dependendo do
a localização de objetos celestes tamanho das partículas carreadas
como planetas e estrelas; corres- e da velocidade do vento. As mais
ponde à latitude na Terra. É a dis- finas podem ser levadas a distân-
tância angular medida em graus ao cias consideráveis, originando-se
norte ou ao sul do equador celes- dessa maneira depósitos sedimen-
te. Os valores positivos de declina- tares localmente importantes, como
ção indicam localizações ao norte o Loess.
do equador celeste; os valores ne-
gativos indicam que os objetos es- deformação adiastrófica acomoda-
tão localizados abaixo do equador ção e deformação sem a interferên-
celeste. cia de forças tectônicas, tais como:
compactação diferencial, pressão
declinação da agulha magnética de gelo, acomodação subaquosa,
medida angular da variação entre acomodação subaérea, colapso de-
a medição do instrumento de lei- vido à gravidade e modificação de
tura do norte magnético e o norte volume por reações químicas.
verdadeiro, determinado pelo pólo sinônimo: deformação atectônica.
norte geográfico da Terra.
deformação elástica deformação
declividade (terreno) inclinação proporcional à tensão e reversível.
com referência ao plano horizon- O corpo readquire sua conforma-
41 DEF

ção original após a retirada dos matéria orgânica pode induzir à


esforços. completa extinção do oxigênio na
água, provocando o desapareci-
deformação plástica deformação mento de peixes e outras formas
permanente, não envolvendo rup- de vida aquática.
tura. Um elevado valor da DBO pode in-
dicar um incremento da microflo-
degradação ambiental alteração ra presente e interferir no equilíbrio
adversa das características do meio da vida aquática, além de produzir
ambiente (Lei n. 6.938, de 31.8.1981). sabores e odores desagradáveis.
Termo usado para qualificar os pro- Pode, ainda, obstruir os filtros de
cessos resultantes dos danos ao areia utilizados nas estações de tra-
meio ambiente pelos quais se per- tamento de água.
dem ou se reduzem algumas de
suas propriedades, tais como a Demanda Química de Oxigênio
qualidade ou a capacidade produ- quantidade de oxigênio necessária
tiva dos recursos ambientais. para oxidação da matéria orgânica
Processo gradual de alteração ne- por um agente químico. Os valores
gativa do ambiente. da DQO normalmente são maiores
sinônimo: dano ambiental (vide). que os da DBO, sendo o teste reali-
zado em um prazo menor e em pri-
delta depósito sedimentar subaé- meiro lugar, servindo os resultados
reo e subaquático em forma de de orientação para o teste da DBO.
cone. O nome tem por origem o O aumento da concentração de
delta do rio Nilo (Egito), que lem- DQO em um corpo d’água deve-se
bra a forma da letra grega. Quan- principalmente a despejos de ori-
do a drenagem adentra progressi- gem industrial.
vamente o mar (ou lago), há perda
de velocidade (energia) e, conse- denudação no sentido mais abran-
qüentemente, diminuição da capa- gente, inclui todos os fenômenos de
cidade de transporte, ocorrendo a intemperismo e erosão. É respon-
sedimentação de grande parte da sável pelo abaixamento paulatino e
massa de detritos transportados. contínuo das áreas continentais.
Denomina-se taxa de denudação o
Demanda Bioquímica de Oxigênio rebaixamento da altitude média de
(DBO) quantidade de oxigênio con- uma área numa certa unidade de
sumido em determinado período tempo. A bacia do Paraíba reduz-
de tempo sob temperatura de in- se 1m em cerca de 7.000 anos, en-
cubação específica. Um período de quanto a bacia Amazônica é rebai-
5 dias sob temperatura de incuba- xada 1m em cerca de 20.000 anos.
ção de 20°C é freqüentemente usa-
do e referido como DBO 5,20. depleção aqüífera redução no vo-
Em um corpo d’água, os maiores lume de água armazenada de um
acréscimos de DBO são provoca- aqüífero devido ao excessivo bom-
dos por despejos de origem orgâ- beamento de água ou à retração de
nica. A presença de um alto teor de lençol freático. Está associada à
DEP 42

degradação potencial do meio am- descontinuidade de Mohorovicic


biente, com ênfase no processo de transição entre a crosta e o manto
desertificação. daTerra caracterizada pela variação
brusca da densidade e, conseqüen-
depósito termo geológico genéri- temente, da velocidade de propa-
co relativo a uma concentração de gação das ondas sísmicas (a onda
minerais ou a agregados de partí- P muda de velocidades de 6,7–
culas. O termo depósito pode tam- 7,2km/s para 7,6–8,6km/s). Abaixo
bém ser aplicado a material com dos continentes, situa-se a profun-
valor econômico potencial (vide didades ao redor de 40km; sob os
depósito mineral). oceanos, a cerca de 10km.

depósito aluvial desempenho ambiental termo uti-


sinônimo: aluvião (vide). lizado para caracterizar os resulta-
dos mensuráveis do sistema de
depósito de evaporito acúmulo de gestão ambiental relacionados ao
minerais precipitados pela evapora- controle dos aspectos ambientais
ção da água, como ocorre em fon- de uma organização, com base
tes de águas termais. O gesso, a ani- na sua política ambiental e metas
drita e o salgema são minerais típi- ambientais.
cos de depósito de evaporito.
desequilíbrio ambiental fenômeno
depósito mineral concentração eco- natural ou induzido que afeta o
nomicamente útil de um ou mais ecossistema de uma região, modi-
mineral-minério (vide). ficando a inter-relação entre os or-
ganismos vivos e seu ambiente.
desabamento subsidência brusca, Traduz-se, principalmente, pela ex-
com colapso na superfície, provo- plosão populacional de determina-
cada pela ruptura ou remoção to- da espécie da fauna ou flora sobre
tal ou parcial do substrato. Envol- as demais, ou pelo declínio e ex-
ve área reduzida, mas pode ter efei- tinção de várias espécies que com-
tos catastróficos em áreas povoa- põem o sistema ecológico local.
das. Sua principal origem é asso-
ciada a trabalhos subterrâneos de desertificação processo de altera-
mineração, podendo ocorrer tam- ções ecológicas, com degradação
bém por dissolução de rochas e do solo, natural ou provocado por
substâncias como calcários, dolo- remoção da cobertura vegetal ou
mitos, gipsita e sal. utilização predatória, que, graças a
condições climáticas e edáficas pe-
desastre resultado de eventos ad- culiares, acaba por transformá-lo
versos, naturais ou provocados em deserto. Opõe-se à biologiza-
pelo homem, sobre um ecossiste- ção, indicando redução de proces-
ma, causando danos humanos, sos vitais nos ambientes.
materiais ou ambientais e conse-
qüentes prejuízos econômicos e deserto região árida cuja flora e
sociais. fauna são especialmente adapta-
43 DES

das à escassez de chuva (menos de despejos industriais despejo líqui-


250mm/ano), com temperaturas do proveniente de processos in-
diurnas e noturnas muito variáveis, dustriais, distinto dos esgotos do-
longos períodos de seca ou, mais mésticos ou sanitários.
raramente, sem chuva de todo. Esse sinônimo: resíduo líquido industrial.
conceito é extensivo às regiões de
clima extremamente frio ou de so- Devoniano (Período ou Sistema)
los estéreis, que se caracterizam por período da Era Paleozóica que ocor-
intensa desintegração das rochas e reu entre 410 milhões e 355 milhões
são sujeitos à ação eólica, tanto des- de anos atrás, sucedendo o Siluria-
trutiva como construtiva. Há deser- no e precedendo o Carbonífero.
tos de areia e desertos de rochas.
diabásio rocha ígnea intrusiva, hi-
deslizamento designação genérica poabissal e básica, de granulação
para movimentos do manto de in- média a fina, constituída essencial-
temperismo ou da rocha viva em mente por feldspato cálcico e piro-
encostas de montanhas ou super- xênio. Pode conter olivina. Ocorre
fícies com declives significativos. em forma de diques e sills.
Processo de solifluxão no qual a
força gravitacional age em virtude diaclasamento colunar estrutura
da presença de água no subsolo. rochosa característica de basaltos,
No fluxo gravitacional rúptil que se desenvolvida por contração duran-
instala, o cizalhamento se concen- te o resfriamento. Tipo de diaclasa-
tra ao longo das superfícies planas mento em forma de colunas onde
de descontinuidade física. Esse fe- as diáclases ou juntas geralmente
nômeno ocorre com velocidade formam um desenho hexagonal
maior que 0,3m/ano, podendo al- mais ou menos bem definido.
cançar velocidade de até 100km/h.
O fenômeno é acelerado por chu- diáclase plano de fraqueza que di-
vas torrenciais (em climas tropicais vide ou tende a dividir um bloco de
ou semi-áridos); pela desestabiliza- rocha, porém sem deslocamento.
ção natural (erosão) ou artificial da Distinguem-se dois grupos de diá-
base de taludes; e por saturação clases quanto à origem: diáclase de
por água de degelo (p. ex.: soliflu- compressão e diáclase de tensão.
xão). Pode ser estimulado pela de- As diáclases de compressão são
vastação da cobertura vegetal ou mais freqüentes e estão associadas
pela abertura de estradas, entre a esforços tectônicos, caracterizan-
outros processos. do-se por superfícies planas e ocor-
rências de sistemas que se cortam
desmatamento destruição e corte em ângulo. As diáclases de tensão
indiscriminado ou não de matas e caracterizam-se por superfícies em
florestas. geral não muito planas, podendo
ter origem: 1) tectônica (freqüen-
desmoronamento movimento brus- tes, p. ex., nas anticlinais), nesse
co do manto de intemperismo, che- caso marcando-se por um sistema
gando a afetar a rocha viva. de diáclases paralelas; 2) por con-
DIA 44

tração; aqui tanto nos sedimentos um determinado tempo geológico


como nas rochas ígneas (forman- (hiato) que separa rochas mais an-
do colunas de basalto), caracteri- tigas de rochas mais jovens.
zando-se por vários sistemas entre- Quebra na continuidade de deposi-
cruzados. ção quando uma formação rochosa
sinônimo: junta. é recoberta por outra, de idade geo-
lógica mais recente porém não con-
diagênese conjunto de modifica- seqüente na sucessão geológica.
ções químicas e físicas sofridas
pelos sedimentos, desde a sua de- discordância conceito geológico
posição até a sua consolidação, indicativo de descontinuidade no
abrangendo: compactação, cimen- registro sedimentar ou no empilha-
tação, solução diferencial, autigê- mento estratigráfico, aplicado nas
nese e metassomatismo. seguintes circunstâncias: 1) para
Há certa discrepância entre os di- indicar ausência de paralelismo
ferentes autores sobre o emprego entre camadas adjacentes em uma
do termo, restringindo-o alguns estratificação (discordância primá-
somente às modificações sofridas ria); 2) denotando quebra ou inter-
pelos sedimentos quando ainda rupção em uma seqüência de ca-
em contato com o ambiente em madas (hiato na sedimentação),
que foram depositados. De qual- durante a qual pode ocorrer sim-
quer modo, excluem-se os proces- plesmente uma fase erosiva ou
sos provocados por modificações uma fase diastrófica, seguida de
radicais de temperatura elevada ou erosão (discordância secundária).
pressão, atribuídas convencional- Tipos de discordância: 1) discor-
mente ao metamorfismo. dância angular ou inconformidade,
quando a seqüência superior for-
diatomáceas tipo de algas providas ma ângulo com as camadas inferio-
de rígida carapaça silicosa. res, estas tectonicamente deforma-
das antes da deposição das cama-
diatomito rocha sedimentar silico- das superiores; 2) discordância
sa de origem orgânica, formada paralela ou desconformidade, re-
pelo acúmulo de carapaças de alga sultante de erosão na camada in-
diatomácea, apresentando cerca ferior, antes da deposição da cama-
de 50% de porosidade. da superior, porém com paralelis-
mo entre ambas; e 3) discordância
dique ocorrência tabular de rocha paralela sem evidência de fase ero-
ígnea hipoabissal alojada discor- siva (hiato), reconhecível por data-
dantemente em relação às estrutu- ção em base paleontológica.
ras principais da rocha encaixante As discordâncias podem ser de-
ou hospedeira. Pode ocorrer em nominadas locais ou regionais,
grande número em uma área, for- de acordo com a sua extensão e
mando um enxame de diques. importância.

disconformidade superfície de ero- disjunção divisão de uma rocha em


são ou de não-deposição durante partes aproximadamente regula-
45 DIV

res, provocada, em geral, por fenô- nos (p. ex.: intrusão magmática,
menos não-tectônicos, tais como deslizamento etc.).
consolidação de magma e desse- Encurvamento produzido em qual-
cação de sedimentos. quer feição planar de uma rocha por
compreensão lateral, cisalhamento
divisão estratigráfica conjunto de diferencial ou movimento de com-
rochas geradas durante uma divi- preensão vertical diferencial.
são cronológica. As divisões estra- Distinguem-se vários tipos de do-
tigráficas são: sistema, série, gru- bras: anticlinal, sinclinal, monocli-
po, formação, membro, cunha, len- nal etc. Alguns autores denominam
te, camada, zona. flexão à dobra monoclinal. As do-
bras ocorrem normalmente em as-
dobra curvatura ou flexão comu- sociação. Distinguem-se, em uma
mente produzida nas rochas por dobra, os seguintes elementos des-
processos tectônicos, porém tam- critivos: flancos, plano axial, eixo,
bém resultante de outros fenôme- crista e plano de crista.

Figura 6 – Principais tipos de dobras: (A) monoclinal ou flexão; (B) anticlinal simétrica;
(C) isoclinal; (D) dobra em leque; (E) dobra inclinada assimétrica; (F) dobra revirada; (G)
dobra deitada; (H) dobra falhada; (I) dobra de arrasto; (P.A) plano axial das dobras; (f)
falha (Fonte: LEINZ & AMARAL).

dolina depressão (forma negativa) bonáticas como os calcários. Atin-


de configuração circular ou elíptica, gem diâmetros de 100m ou mais,
geralmente em forma de funil, pró- com várias centenas de metros de
pria das regiões com relevos cárs- profundidade. A coalescência entre
ticos, onde predominam rochas car- dolinas é denominada uvala.
DOM 46

Distinguem-se dois tipos: 1) dolina de mares interiores e as playas de


de dissolução, formada por água regiões desérticas).
de infiltração, alargando fendas; 2) Conjunto de processos ou métodos
dolina de desmoronamento, for- destinados a coletar, retirar e con-
mada pelo solapamento do teto de duzir a água de percolação de um
uma caverna subterrânea. maciço, estrutura ou escavação.

domo dobra de comprimento e lar- drenagem ácida de minas (DAM)


gura quase idênticos, cujas cama- solução aquosa ácida gerada quan-
das mostram direção periclinal- do minerais sulfetados, como a pi-
mente variável e mergulhos apro- rita e a macassita (sulfetos de fer-
ximadamente idênticos. Em secção ro), presentes nas pilhas de rejeito
transversal horizontal, apresenta e estéril, nas bacias de decantação,
forma circular ou elíptica, sendo assim como nos minérios (cavas e
formado pela elevação da lava ou minas subterrâneas), são oxidados
pelo movimento diapírico do mag- em presença de água e do ar, com
ma ou de sal. ação de bactérias Thiobacillus fer-
sinônimo: braquianticlinal. roxidans e Thiobacillus thioxidans.
A ocorrência de DAM tem sido rela-
dorsal do atlântico crista meso- tada na extração de carvão, ouro,
oceânica localizada no centro do cobre, zinco e urânio, entre outros
oceano Atlântico. As cadeias meso- bens minerais. Caracteriza-se como
oceânicas apresentam extensão de um dos mais graves impactos am-
mais de 50.000km. São elevações bientais associados à atividade de
topográficas no fundo do mar com mineração, pois pode gerar conta-
uma fossa tectônica central que se minação das águas superficiais e
estende no meio dos oceanos subterrâneas, com a possível des-
(Atlântico, Índico) ao longo das bor- truição do habitat aquático.
das de duas placas tectônicas di-
vergentes onde está se formando drenagem superficial sisposição
crosta oceânica por ascensão con- dos canais de drenagem, naturais
vectiva da astenosfera. ou artificiais, de uma determinada
área.
drenagem sistema de vales por Conjunto de processos destina-
onde fluem e escoam águas super- dos ao esgotamento de águas
ficiais na forma de córregos, ria- superficiais.
chos, rios, incluindo lagos e lagoas sinônimo: rede de drenagem.
dispostos nesse fluxo, que são dre-
nadas para partes mais baixas até duna feição geomorfológica repre-
atingir o oceano, mar ou, excepcio- sentada por depósito eólico, esta-
nalmente, outro nível base de ero- cionário ou migrante, em forma de
são (como ocorre em certas regiões elevação característica e regular,
interioranas especiais, a exemplo podendo atingir dezenas de metros
47 DUN

de altura. Resulta da deposição uma crista central. Tende a se for-


contínua de partículas predomi- mar em áreas onde a direção do
nantemente do tamanho da areia, vento é altamente variável.
com constituição quartzosa, bem
selecionadas, homogêneas, arre- duna longitudinal qualquer duna,
dondadas e não-consolidadas, curva ou alongada, paralela ao ven-
transportadas pela força do vento to predominante.
em área sem cobertura vegetal cer-
rada, o que ocorre geralmente nas duna parabólica duna de areia em
praias ou nos desertos. forma de lua crescente onde a di-
De maneira geral, sua formação ini- reção do vento sopra contra as
cia-se quando os ventos encontram suas extremidades, ao contrário da
um obstáculo, mas também po- duna barcana.
dem se formar sem a participação
de obstáculos (dunas verdadeiras). duna transversal tipo de duna na
qual o eixo mais longo forma um
O ângulo da duna é pequeno a bar- ângulo quase reto com o vento pre-
lavento e grande a sotavento (até dominante.
35°). Internamente, as dunas po-
dem apresentar estratificação incli- duna viva parte de duna de areia
nada ou cruzada. que sofreu erosão eólica, principal-
Os principais tipos de dunas, quanto mente em razão da retirada da co-
à morfologia, são: barcana, estelar, bertura vegetal.
longitudinal, parabólica e transversal.
dureza (água) ocasionada na água
duna barcana duna de areia em doce essencialmente pelas combi-
forma de meia-lua (crescente) onde nações de cálcio e magnésio, sen-
as extremidades do arco situam-se do expressa em termos de CaCO3.
a favor do vento. Os bicarbonatos são responsáveis
pela dureza carbonática, que é eli-
duna costeira acumulação areno- minável; os sulfatos, cloretos e ni-
sa litorânea produzida pelo vento tratos são responsáveis pela dure-
a partir do retrabalhamento de praias za permanente da água.
ou restingas (Feema – Proposta de Vide: água mole; água dura.
Decreto de Regulamentação da Lei
n. 690, de 1º.12.1983). dureza mineral corresponde à re-
sinônimo: duna marítima. sistência de um mineral ao risco.
A escala de dureza mais usada é a
duna estelar duna de posição livre, de Mohs, a seguir apresentada, se-
com várias cristas divergentes de gundo a ordem crescente de dureza:
DUR 48

Quadro 2 – Escala de dureza mineral (Fonte: LEINZ & LEONARDOS).


49

E
Ecologia ramo da ciência que es- com outras espécies, grandes re-
tuda as relações dos seres vivos cifes. Constituem um dos mais di-
entre si e com o ambiente. Origem versificados e produtivos ecossis-
do termo: do grego oikos = casa + temas do planeta.
logos = ciência.
ecossistema pelágico referente ao
ecossistema sistema ecológico que habitat ou ambiente ecológico das
inclui todos os organismos de uma águas oceânicas abertas, acima do
determinada área, em interação ambiente bentônico do fundo dos
com o ambiente físico, de tal forma mares (pelagos = mar). Habitado
que um fluxo de energia leve a uma principalmente por seres planctô-
estrutura trófica definida, diversida- nicos e nectônicos.
de biológica e reciclagem de mate-
riais (troca de materiais entre com- ecótono área de transição, gradual
ponentes vivos). O ecossistema é a ou abrupta, entre dois (ou mais)
unidade básica da Ecologia. ecossistemas distintos, que pode
ter características de ambos ou
ecossistema bêntico ambiente de próprias. Os limites de uma flores-
organismos que vivem no fundo ta, perto de um campo ou grama-
dos corpos de água salgada ou do, é um ecótono, do mesmo modo
doce. O termo bentos (benthos) que as áreas de savana entre flo-
designa um conjunto de organis- restas e pastagens.
mos que vivem no fundo (interfa- Zona de união ou cinturão de ten-
ce sólido-líquida) de um ecossiste- são, possivelmente com extensão
ma aquático, preferencialmente linear considerável, porém mais
nos mares (adjetivo: bentônico). estreita que as áreas das comuni-
dades adjacentes. A comunidade
ecossistema de recife de coral do ecótono pode conter organis-
ecossistema marinho tropical de mos de cada uma das comunida-
águas rasas, habitado por corais des vizinhas, assim como organis-
cujos esqueletos externos formam, mos característicos.
EDA 50

edáfico termo relativo à influência Exemplo de ocorrência do fenôme-


ecológica ou biológica do solo so- no: Chapada da Borborema, na
bre uma comunidade natural. Região Nordeste do Brasil.

efeito coriolis fenômeno criado pe- efluente descarga de despejo in-


la rotação da Terra, traduzido por dustrial ou urbano que flui de um
um movimento de curvatura nas sistema de coleta e de transporte
correntes aéreas e oceânicas, as- para o ambiente.
sim como nos objetos que se mo-
vem por longas distâncias, como elemento qualquer substância com-
os mísseis. O efeito coriolis resul- posta de partículas quimicamente
ta nos ventos alísios. No hemisfé- idênticas (átomos) que não podem
rio norte as correntes e ventos oceâ- ser subdivididas em partículas me-
nicos mudam no sentido horário; nores, mais simples, por meios quí-
no hemisfério sul a defleção apa- micos normais.
rente é invertida. Os elementos são ordenados em
sinônimo: força de coriolis. uma Tabela Periódica conforme o
número de prótons nucleares, pois
efeito estufa aquecimento da at- o número de nêutrons pode variar
mosfera terrestre, ligeiramente em diferentes isótopos do mesmo
análogo ao produzido pela passa- elemento.
gem de luz através do vidro de uma
estufa, que não permite a saída do El Niño fenômeno atmosférico-
calor. De fato, as estufas são real- oceânico caracterizado por aqueci-
mente aquecidas mais pela redu- mento anormal das águas superfi-
ção de convecção do que por esse ciais no oceano Pacífico Tropical,
processo. capaz de afetar o clima regional e
O efeito estufa é usado para expli- global ao mudar os padrões de
car o aumento teórico nas tempe- vento em escala mundial, afetan-
raturas globais que estaria ocorren- do assim os regimes de chuva em
do a partir do grande aumento da regiões tropicais e de latitudes
concentração atmosférica de dióxi- médias.
do de carbono, supostamente cau- Corrente de água morna que perio-
sado em escala mundial por ativi- dicamente flui ao longo da costa
dades humanas como a combustão. oeste da América do Sul. O nome
espanhol significa “o menino”, em
efeito orográfico aumento de pre- alusão à época de Natal, quando
cipitações nas encostas das mon- usualmente se forma essa corrente.
tanhas a barlavento, acompanha-
do de falta de chuva a sotavento eluvião material residual de qual-
das elevações, causados quando a quer natureza, originado por intem-
elevação provoca o resfriamento perismo ou erosão, com pouco ou
da massa de ar e a faz perder gran- nenhum transporte, sendo distin-
de parte de sua umidade à medida to do solo autóctone. Geralmente
que se move para cima. o depósito eluvionar é constituído
51 ENC

por fragmentos minerais e rocho- ocorreu aproximadamente entre


sos mais resistentes ao intemperis- 57,8 e 36,6 milhões de anos atrás.
mo, que permanecem in situ, en-
quanto o material menos resisten- eólico (depósito) formado por se-
te é erodido e transportado. dimentos transportados pelo ven-
sinônimo: elúvio. to, normalmente caracterizado por
boa seleção granulométrica, mar-
encosta declive nos flancos de um cante arredondamento dos grãos
morro, de uma colina ou de uma e estratificação diagonal cruzada
serra. (freqüente em material arenoso,
sinônimo: falda. porém ausente em material fino).

endorréica drenagem que corre para epicentro projeção do hipocentro


o interior e termina em bacia fecha- (foco do terremoto) na superfície
da, sem atingir o oceano. da Terra. A profundidade focal é a
Comuns em regiões desérticas onde distância do foco à superfície.
deságuam em área baixa (playa) for-
mando lagos rasos efêmeros duran- epirogênese processo diastrófico
te períodos de chuvas mais fortes. com grande amplitude e duração que
antônimo: exorréica. resulta na formação de cordilheiras.
Caracteriza-se por ajustamentos da
Environmental Protection Agency crosta terrestre, dominantemente
(EPA) Agência de Proteção Ambien- verticalizados, positivos ou nega-
tal dos EUA: órgão federal indepen- tivos, muito lentos, continuados
dente, estabelecido em 1970 sob a por longos períodos, devido às rea-
Lei da Política Ambiental Nacional. ções isostáticas atuantes em áreas
Responsável pelo estabelecimento e cratônicas.
implementação de padrões ambien-
tais, realização de pesquisas sobre Época unidade de terceira ordem da
problemas ambientais e assistência escala de tempo geológico. Uma
aos governos estaduais e locais. Época é uma subdivisão de um Pe-
Administra as iniciativas america- ríodo, sendo mais longa do que
nas de controle de poluição atmos- uma Idade. As rochas formadas
férica e hídrica, riscos das radiações durante uma Época (no seu senti-
e pesticidas, pesquisa ambiental e do mais amplo) constituem uma
disposição do resíduo sólido, incluin- Série.
do a limpeza de locais de lixo peri-
goso e a regulamentação de pesti- Era divisão do tempo geológico in-
cidas e substâncias tóxicas. ferior a Éon e superior a Período.
Subdivide-se em Cenozóica, Meso-
Eoceno a segunda das cinco épo- zóica e Paleozóica, Proterozóica e
cas no Período Terciário (subépo- Arqueano, compreendendo vários
ca) do tempo geológico. O Eoceno Períodos Geológicos.
ERA 52

Era Glacial tempo na história geo- erosão diferencial resposta diferen-


lógica em que grandes áreas foram ciada quando um mesmo proces-
ocupadas por geleiras continentais, so erosivo atua sobre rochas dis-
sendo os vales das terras baixas tintas: as mais resistentes impõem
ocupados por geleiras alpinas. relevos proeminentes, enquanto as
menos resistentes resultam em
erosão no sentido lato: efeito com- zonas baixas ou relevos mais sua-
binado de todos os processos de- ves. O seu estudo é um dos pon-
gradacionais terrestres, incluindo tos-chave da Geomorfologia e da
intemperismo, transporte, ação Fotointerpretação.
mecânica e química da água cor-
rente, vento, gelo etc. No sentido erosão esferoidal formação de fei-
estrito: corte gradativo das rochas ções esféricas concêntricas em cor-
sólidas pela ação dos rios, ventos, pos pétreos de composição homo-
geleiras e mar. Cf. com desnuda- gênea, à medida que os fragmen-
ção, degradação, dissecação e cor- tos angulosos tornam-se progres-
rosão. Distinguem-se, segundo o sivamente arredondados em conse-
caso: erosão eólica, fluvial, glacial qüência da erosão física e química.
e marinha.
Processo degradacional que atua erosão fluvial trabalho contínuo de
sobre as rochas e solos graças à erosão ocasionado pelo fluxo das á-
ação do intemperismo químico ou guas correntes na superfície terrestre.
pela ação mecânica dos agentes de
erosão laminar remoção de uma
transporte, como a água dos rios
película de solo, mais ou menos
(erosão fluvial), a água da chuva
uniforme, devido ao impacto de
(erosão pluvial), dos ventos (ero-
gotas da chuva e ao escoamento
são eólica), do degelo (erosão gla-
superficial, sem que se formem
cial), das ondas e correntes do mar
canais de água com mais de 30cm
(erosão marinha).
de profundidade.
A destruição das saliências e reen-
trâncias do relevo pela remoção físi- erosão linear incisão em direções
ca das rochas e/ou dos solos faz com preferenciais, como, por exemplo,
que a superfície terrestre tenda a um nas zonas de fraqueza resultantes
nivelamento ou colmatagem. de fraturas e falhas, ou ainda em
O processo natural de erosão pode faixas topograficamente diferen-
ser acelerado pela ação humana, ciadas, com o aprofundamento de
seja pela remoção da cobertura um vale.
vegetal (desmatamento), seja pela
destruição da flora causada pela erosão pluvial fenômeno de des-
emissão de poluentes em altas truição dos agregados do solo pelo
concentrações na atmosfera. impacto das gotas da chuva.
53 ESC

escala de tempo geológico

Quadro 3 – Escala de tempo geológico


(Fonte: adaptado de Wikipedia: a enciclopédia livre).

escoamento fluvial termo geral que luentes do ar e do solo para os cor-


designa o movimento da água na pos receptores.
calha de um curso de água. Corres-
ponde à quantidade total de água escorregamento medida do deslo-
que alcança o curso fluvial, incluin- camento relativo entre dois blocos
do o escoamento pluvial imediato de falha.
e a quantidade de água que, pela
A quantidade de movimento de cli-
infiltração, vai se juntar a ela de mo-
vagem, distorção ou rotação entre
do lento.
os grãos de uma rocha deformada.
sinônimo: deflúvio.
Processo de solifluxão no qual a
força gravitacional age em razão da
escoamento superficial fluxo de
presença de água no subsolo. No
água (p. ex.: chuva, água de irriga-
ção), proveniente de zonas de sa- fluxo gravitacional rúptil que se
turação temporárias, que circula instala, o cizalhamento se concen-
nos extratos superiores a uma ve- tra ao longo das superfícies curvas
locidade maior que a velocidade do de descontinuidade física. Esse fe-
escoamento subterrâneo e, final- nômeno ocorre com velocidade
mente, retorna aos corpos d’água. maior que 0,3m/ano, podendo al-
O escoamento pode carrear po- cançar 100km/h.
ESC 54

escudo áreas pré-Paleozóicas de estirâncio zona compreendida en-


um continente, ao redor das quais tre a linha de contorno e o limite
se depositam rochas sedimentares extremo da baixa-mar, representa-
mais novas. Os escudos são mas- da pela faixa compreendida entre
sas rígidas, que não sofreram ulte- os batentes extremos da baixa-mar
riores dobramentos orogenéticos. e da preamar normais.
Não são restos diretos da primiti- sinônimo: entre marés.
va crosta terrestre, pois resultam
de antigos eventos orogenéticos. estratificação aspecto estrutural
característico das rochas sedimen-
escumalha (mancha de óleo) téc- tares que consiste na sua disposi-
nica de captar e remover o óleo flu- ção em estratos (ou camadas, lâ-
tuante pela construção de um sis- minas, lentes, cunhas) evidencia-
tema mecânico para dragar a su- dos por diferenças de textura, re-
perfície da água. sistência, cor, composição minera-
lógica etc.
Espeleologia setor da Geologia Físi- Distinguem-se: 1) estratificação nor-
ca que trata do estudo das cavernas. mal ou concordante: camadas dis-
postas paralelamente; 2) estratifica-
espeleotema depósito mineral de ção diagonal ou discordante: cama-
origem química, formado a partir das constituídas por elementos
da dissolução e posterior precipi- menores paralelos entre si (geral-
tação de minerais carbonáticos em mente lâminas), porém dispostos
cavernas (grutas) calcárias. As for- obliquamente em relação ao plano
mas mais conhecidas são: estalac- geral de acamamento; 3) estratifi-
tites, formadas a partir do teto; cada cruzada: variedade de estrati-
estalagmites, formadas partir do ficação diagonal em que as seqüên-
piso, além de cortina, pérola da ca- cias oblíquas de camadas menores
verna, coluna, cálice e couve-flor. ou lâminas formam ângulos variá-
veis entre si; 4) estratificação gra-
espigão elevação alongada, encon- dacional: caracterizada pela varia-
trada, na maioria das vezes, entre ção textural nas camadas unitárias,
duas drenagens. usualmente com granulação mais
grossa na base e mais fina no topo.
estalactite estrutura cônica que se sinônimo: acamamento.
precipita do teto de uma caverna
graças ao gotejamento de carbo- estratificação eólica estratificação
nato de cálcio. Uma estalactite discordante originada pelo vento.
pode formar uma união colunar Caracteriza-se por marcante irregu-
com uma estalagmite. laridade de disposição em virtude
da variabilidade de direção dos
estalagmite estrutura cônica que ventos, da alternância da destrui-
se ergue do chão de uma caverna ção e da sedimentação.
graças ao gotejamento de carbo- Uma duna em crescimento apre-
nato de cálcio. senta duas séries de lâminas cru-
55 EST

zadas: os foresets depositados a tema fluvial, geralmente ampla.


sotavento (cerca de 30º) e os top- Sua água é uma mistura de água
sets produzidos a barlavento (ân- do mar e água doce, sendo o es-
gulo variável entre 5° e 12º). Os coamento influenciado pelas ma-
topsets são raramente conserva- rés e correntes.
dos e adelgaçam-se muito ou de- Extensão de água costeira semife-
saparecem quando a duna migra chada, com livre comunicação com
rapidamente. o alto-mar, porém afetada pelas
Em geral as estratificações cruza- marés. Por exemplo: desemboca-
das eólicas são mais conspícuas duras dos rios, baías costeiras, ma-
que as produzidas pela água. rismas (terrenos encharcados à
Exemplos de estratificação cruza- beira do mar) e extensões de água
da: formação Botucatu, no Sul do barradas por praias. Constituem
Brasil. ecossistemas delicados, pois a-
tuam como local de desova de
estrato unidade individual de rocha peixes.
estratificada com 1cm ou mais de
espessura, separada dos estratos estudos ambientais são todos e
imediatamente superior e inferior quaisquer estudos referentes a as-
por mudança discreta na litologia ou pectos ambientais relacionados à
por quebra física de continuidade. localização, instalação, operação e
ampliação de uma atividade ou
estratosfera região da atmosfera empreendimento, apresentados
terrestre situada entre 7 até 50km como subsídio para a análise da li-
de altitude aproximadamente. É a cença requerida.
segunda camada da atmosfera,
compreendida entre a troposfera e eutrofização processo natural de
a mesosfera. Caracteriza-se por enriquecimento em compostos nu-
movimentos de ar em sentido ho- tritivos nos lagos, rios ou represas,
rizontal. A temperatura aumenta à resultante de um aumento de ni-
medida que aumenta a altura. trogênio e fósforo na água. Duran-
te a eutrofização, o lago torna-se
estrutura sedimentar forma exter- tão rico em compostos nutritivos
na ou interna de rocha sedimentar que há uma superabundância de
que fornece uma indicação de con- algas e outros microvegetais.
dições ambientais deposicionais.
As estruturas sedimentares exter- evaporito depósito salino cuja ori-
nas incluem marcas de ondula- gem se relaciona à precipitação e
ções, marcas de correnteza e sinais cristalização direta a partir de so-
de pingos de chuva. As estruturas luções concentradas. Os principais
sedimentares externas incluem es- evaporitos são: gipsita, anidrita, ha-
tratificação normal ou cruzada, la- lita, carnalita, silvita e por vezes cal-
minação e bioturbação. cita e dolomita.

estuário parte mais baixa e próxi- evapotranspiração quantidade de


ma da desembocadura de um sis- água transferida da superfície para a
EVA 56

atmosfera, por evaporação das super- dida pela evaporação e transpira-


fícies e por transpiração dos seres vi- ção combinadas que podem ocor-
vos, principalmente das plantas. rer numa superfície com oferta ili-
mitada de água. Esse valor ajuda a
evapotranspiração potencial quan- prever as necessidades de consu-
tidade teórica máxima de água per- mo de água nos diferentes climas.
57

F
fácies caráter distintivo (“face”) de aparelhos manuais ou máquinas
uma rocha ou um grupo de rochas. simples e portáteis para extração
Distinguem-se os seguintes signi- de metais nobres nativos em de-
ficados para o termo: 1) em estra- pósitos de eluvião ou aluvião, flu-
tigrafia, é geralmente usado para viais ou marinhos – depósitos es-
indicar variações no caráter litoló- ses genericamente denominados
gico ou biológico de uma unidade faisqueiras.
estratigráfica (p. ex., fácies deltái-
ca); 2) para rochas ígneas, indica faixa de fronteira a faixa interna
variação na textura ou na compo- com 150km de largura, paralela à
linha divisória terrestre do Territó-
sição mineral de uma determina-
rio Nacional (Lei n. 6.634/1979).
da porção em relação à massa prin-
cipal; 3) para rochas sedimentares,
falésia forma de relevo litorâneo,
denota um grupo de estruturas se-
abrupta ou escarpada, que acom-
dimentares, composições de partí-
panha a linha de costa. A erosão
cula ou características de estratifi-
no sopé da escarpa, causada pelo
cação indicativos do respectivo
embate das ondas e/ou correntes
ambiente de deposição, em con- marinhas, provoca o desmorona-
traste com outras características da mento das paredes, tornando-as
mesma unidade estratigráfica; 4) verticalizadas.
para rochas metamórficas, desig-
na um grupo de rochas com com- falha ruptura ou quebra em mate-
posição mineral variável que, du- rial rochoso, com deslocamento
rante o metamorfismo, encontra-se relativo de pontos originalmente
em equilíbrio sob uma dada com- contíguos (rejeito de falha), ao lon-
binação de condições de pressão go de uma superfície (plano de fa-
e temperatura. lha), causando descontinuidade no
maciço.
faiscação trabalho individual, com Em conseqüência da movimenta-
uso de instrumentos rudimentares, ção, originam-se espelhos tectôni-
FAL 58

cos (superfícies planas e estriadas), falha de cavalgamento falha inver-


podendo a falha ser preenchida por sa de baixo ângulo, com mergulho
material fragmentário, denomina- inferior a 15o.
do brecha de falha. sinônimo: falha de acavalamento.
Quando o plano de falha não é ver-
tical, designa-se por teto ou capa o falha de empurrão falha em que a
bloco situado acima dele e como capa (teto) aparentemente se des-
muro ou lapa o bloco situado abai- loca para o alto, em relação à lapa
xo. A intersecção do plano de fa- (muro). Resulta da ação de força de
lha com a superfície topográfica compressão. O plano de falha mer-
recebe o nome de linha de falha. A gulha aparentemente para o lado
direção da falha corresponde à di- que se elevou.
reção do plano de falha e a inclina- sinônimo: falha inversa (vide).
ção da falha corresponde ao ângu-
lo formado entre o plano de falha falha inversa
e o plano do horizonte. sinônimo: falha de empurrão
As falhas podem ser identificadas (vide).
por observação direta ou por evi-
dências indiretas, tais como omis- falha normal a capa (teto) se movi-
são ou repetição de camadas, ocor- menta aparentemente para baixo,
rências de rochas com os grãos fra- em relação à lapa (muro), na mes-
turados ou moídos (brechas e mi- ma direção em que mergulha o pla-
lonitos), fontes d’água alinhadas, no de falha. Resulta da ação de for-
deslocamento de feições topográ- ça de tensão, tendendo a aumen-
ficas e variação brusca na cobertu- tar a superfície da crosta terrestre.
ra vegetal. sinônimo: falha de gravidade.

Figura 7 – (A) falha normal; (B) falha inversa ou de acavalamento;


R = rejeito vertical em ambas as falhas (Fonte: LEINZ & LEONARDOS).

falha paralela sistema de falhas em falha periférica sistema de falhas


que as rupturas associadas têm a compreendendo falhas circulares
mesma direção. ou arqueadas que delimitam uma
59 FAL

área circular ou parte de uma área do líquido, na forma de escuma,


circular. por meio de aeração, insuflação de
gás, ampliação de produtos quími-
falha radial sistema de falhas que cos, eletrólise, calor ou decompo-
irradiam de um centro. Freqüen- sição bacteriana e a remoção sub-
temente associam-se às falhas seqüente da escuma (ABNT, 1973).
periféricas.
fluvial (Sedimentologia) sedimen-
falha transcorrente falha onde o to depositado por correntes de
deslocamento é paralelo à horizon- água doce. Caracteriza-se por: se-
talidade das camadas. Por exem- leção granulométrica relativamen-
plo, falha de Santo André, na Cali- te fraca, variação litológica rápida
fórnia (EUA). (desde conglomerado até argila),
sinônimos: deslocamento horizon- estratificação irregular e arredon-
tal; cisalhamento (vide). damento variável dos elementos
constituintes em função das con-
fanerítica rocha ígnea cujos grãos dições e da distância do transpor-
minerais são reconhecíveis a olho te desde a rocha-mãe. São comuns,
nu (em geral superiores a 0,2mm entre outras, as estruturas sedi-
de diâmetro). mentares denominadas “marcas
de ondas”.
Fanerozóico (Éon) designação apli-
cada ao tempo correspondente às fogo-de-santelmo descarga elétri-
eras Paleozóica, Mesozóica e Ceno- ca que ocorre, em geral, sobre ob-
zóica, estendendo-se de 570 mi- jetos metálicos ou ao seu redor,
lhões de anos atrás até os dias de como o mastro de um navio ou a
hoje, caracterizado por grande de- asa de um avião. Seu nome home-
senvolvimento da vida na Terra. nageia o patrono dos navegantes,
Santo Elmo (alteração de Ermo ou
fases de erosão (rio) as fases da Erasmo).
atividade erosiva de um rio são: 1)
juvenil, em que a erosão predomi- foliação metamórfica estrutura ro-
na sobre a sedimentação; 2) madu- chosa resultante de esforços de
ra, quando ocorre equilíbrio entre compressão que originam planos
o transporte de sedimentos e a ero- paralelos, como folhas de um livro,
são; 3) senil, estágio no qual pre- em contraste com a estratificação
domina a sedimentação com for- das rochas sedimentares. A foliação
mação de meandros e alargamen- pode ser primária (fissibilidade das
to da planície fluvial. Essas fases rochas sedimentares, estrutura flui-
não têm relação com a idade real dal das rochas ígneas) ou secundá-
do rio e podem ocorrer simultanea- ria, como, nesse caso, a xistosida-
mente em diferentes segmentos do de e a clivagem ardosiana.
curso de uma drenagem. Decorre da facilidade de a rocha
separar-se ao longo de superfícies
flotação processo de elevação de aproximadamente paralelas devi-
matéria suspensa para a superfície do à distribuição paralela dos lei-
FON 60

tos ou linhas de um ou vários mine- fonte de vale fonte originada pelo


rais constituintes. Podem ser lisas e afloramento do nível hidrostático
planas (ardósias e filitos), onduladas na encosta de um vale.
ou mesmo fortemente enrugadas.
fonte termal fonte cujas águas apre-
fonte lugar na superfície (rocha, solo sentam temperatura distintamente
ou corpo d’água) onde o lençol freá- superior à temperatura média anual
tico é interceptado pela superfície local. Os gêiseres são fontes termais
topográfica e aflora naturalmente intermitentes.
água subterrânea. No Brasil, destacam-se as fontes
Distinguem-se vários tipos de fon- termais em Caldas Novas (GO),
tes, tais como: artesiana, de cama- Caldas da Imperatriz (SC) e Poços
das, de falha, de vale, de diáclase de Caldas (MG).
etc., bem como mineral e termal.
forças de Van der Waals termo ge-
sinônimos: nascente (vide); olho
ral para forças intermoleculares,
d’água (vide).
forças de atração fraca entre mo-
léculas ou cristais que não estão
fonte artesiana tipo de fonte em que
ligados uns aos outros. Atualmen-
o aqüífero está situado entre cama-
te, o termo tende a referir-se ape-
das impermeáveis (aqüífero artesia-
nas às forças intermoleculares ori-
no) e os pontos de infiltração situam-
ginadas pela polarização das mo-
se topograficamente acima do local
léculas. Tais forças são muito mais
da fonte. A água jorra em virtude da
fracas do que as forças de ligação
pressão do sistema.
covalente ou iônica.

fonte de água mineral fonte em


formação geológica unidade litoes-
que a salinidade, exceto Ca(HCO3)2,
tratigráfica fundamental na classi-
é superior a 1g por litro. Aqui in-
ficação local das rochas. A sua in-
cluem-se as fontes radioativas e as dividualização é geralmente deter-
medicinais. minada por modificações litoló-
gicas, descontinuidade de sedi-
fonte de contato fonte surgida onde mentação ou outras evidências de
a superfície do terreno intercepta o importância.
contato entre uma camada permeá-
É uma unidade genética que repre-
vel na capa e uma impermeável na
senta um intervalo de tempo variá-
lapa.
vel e que pode ser composta por
sinônimo: fonte de camada. materiais provenientes de fontes
diversas. Deve ser mapeável em
fonte de falha fonte associada ao superfície ou em subsuperfície.
contato entre camadas permeáveis As formações são subdivididas
e impermeáveis justapostas por em membros ou combinadas em
efeito de falhamento. grupo.
61 FRA

fossa tectônica depressão estrutu- fossilização a carbonização, a per-


ral constituída por um bloco da mineralização e a recristalização.
crosta terrestre afundado por falha-
mento, entremeando flancos que fotossíntese série de reações quí-
permaneceram estáveis ou se res- micas pelas quais as células das
saltaram. Exemplo: fossa do Re- plantas transformam a energia da
côncavo Baiano, gráben do rio Pa- luz em energia química, pela pro-
raíba do Sul. dução de açúcares simples (ou ou-
sinônimo: gráben. tros compostos energéticos) e oxi-
antônimos: horst (vide); muralha. gênio, a partir do dióxido de car-
bono e água.
fóssil remanescente ou evidência de Pode ser medida em inúmeras uni-
vida existente em tempo geológico dades, incluindo: mg CO2 por gra-
pretérito. As partes mais resisten- ma de tecido foliar por hora; mg
tes dos organismos (ossos, dentes CO2 por mg clorofila por hora; mg
e carapaças) ou os seus vestígios CO2 por dm2 de superfície de folha
(moldes, rastros, marcas, impres- por hora; mg CO2 por m2 superfície
sões) podem ficar preservadas nas aquática ou marinha por dia ou por
rochas ou depósitos sedimentares. hora.
Os fósseis podem ser agrupados
em três categorias: 1) restos orgâ- foz boca de descarga de um rio, si-
nicos praticamente inalterados (ex.: tuada no ponto mais baixo de um
insetos conservados em âmbar e sistema de drenagem. O desagua-
mamutes conservados em gelo); 2) mento pode ocorrer em lago, lagoa,
restos orgânicos alterados (silicifi- no mar ou mesmo em outro rio.
cação, carbonização etc.); 3) obje- sinônimo: desembocadura.
tos indicando presença original de
organismos (moldes, pegadas e franja capilar zona subsuperficial,
coprólitos). situada acima do lençol freático,
São fundamentais para o estudo da onde espaços porosos do solo ou
vida no passado, da Paleogeogra- da rocha são completamente preen-
fia e do paleoclima, sendo utiliza- chidos com água, sustentada quer
dos ainda na datação e correlação por atração eletrostática entre mo-
das camadas que os contêm. léculas minerais quer por forças
osmóticas.
fóssil índice fóssil característico de
um âmbito etário conhecido, po- fratura superfície de rompimento
dendo contribuir para o estabele- irregular em determinado corpo
cimento da posição estratigráfica e rochoso, sem deslocamento das
da cronologia das rochas onde é partes contíguas. Pode ter origem
encontrado. tectônica ou atectônica.
sinônimo: fóssil guia. Em minerais, as fraturas são super-
fícies irregulares, que não corres-
fossilização processo de formação pondem aos planos de fragilidade
de fóssil. São variedades comuns de na estrutura da crista. São descri-
FUM 62

tas como suave, quebradiça, fibro- tura entre 800 e 100ºC, que esca-
sa ou concoidal, dependendo da pam por fissuras, fraturas ou ou-
aparência da superfície rompida. tros dutos. Os elementos mais co-
sinônimos: diáclase (vide); juntas. muns são hidrogênio, cloro, enxo-
fre, nitrogênio, carbono e oxigênio,
fumarola emanação de gases e va- em suas formas elementares ou
pores associados à atividade vul- combinados. Ocorrem também
cânica em um estágio de tempera- elementos metálicos.
63

G
ganga mineral parte de um depósi- vapor e água quente, produzida
to de minério formada por rocha(s) pelo aquecimento geotérmico de
e/ou mineral(is) que não tem, no um aqüífero natural. É comum emi-
presente, valor econômico. tir um som forte acompanhando as
emanações.
garimpagem originalmente, traba- Geneticamente estão ligados à fase
lho de lavra regulamentado, embo- final de um vulcanismo moderno.
ra prevalecesse a clandestinidade, Podem ocorrer depósitos minerais
individual, com uso de instrumen- associados, como travertino (tipo
tos rudimentares, de aparelhos calcário).
manuais ou de máquinas simples
e portáteis na extração de minerais geodo cavidade revestida ou parcial-
metálicos valiosos (p. ex.: ouro). mente preenchida por agregados de
Genericamente, o termo garimpa- minerais, como calcedônia em sua
gem abrange faiscação e cata, sen- porção mais externa e cristais de
do utilizado também para a extra- quartzo (principalmente ametista),
ção de pedras preciosas, semipre- calcita, fluorita e zeolitas atapetan-
ciosas e não-metálicas valiosas. Os do internamente a cavidade. Alcan-
depósitos trabalhados estão em çam dimensões até métricas.
eluvião, aluvião, depósitos secun-
dários ou chapadas (grupiaras), Geofísica ciência que estuda os fe-
vertentes e altos de morros. nômenos físicos que afetam a Ter-
Atualmente, o conceito é aplicado ra, tais como os efeitos da gravi-
a um tipo de lavra praticado sob dade, do magnetismo, da sismici-
pouca ou nenhuma pesquisa pré- dade e do estado elétrico do plane-
via, em empreendimentos coleti- ta. Estuda ainda as propriedades fí-
vos, nem sempre regularizados, sicas da crosta que condicionam
com freqüente uso de equipamen- tais fenômenos.
tos sofisticados.
Geologia ciência que estuda a Ter-
gêiser fonte de jato intermitente e ra, sua origem, formação e os ma-
periódico (a intervalos regulares) de teriais que a compõem, com ênfa-
GEO 64

se nos recursos minerais e hídricos base em determinados instrumen-


e nos fenômenos naturais ocorridos tos, o que inclui medidas econômi-
durante as várias eras e períodos da cas, regulamentos e normatização,
escala geológica. Os estudos em investimentos públicos e financia-
Geologia Ambiental têm tido gran- mento, requisitos institucionais e
de aplicabilidade como suporte para judiciais.
os estudos ambientais.
grau geotérmico número variável de
Geomorfologia ramo das Ciências metros em profundidade na crosta
da Terra que trata das formas de terrestre, dependendo das condi-
relevo, buscando a interpretação ções físicas do lugar, necessários ao
da origem e evolução dos padrões aumento da temperatura em 1°C.
morfológicos, considerando os Geralmente é de 33m para 1°C. O
controles litoestruturais e climáti- menor valor foi registrado na Alema-
cos. Aborda as rochas, o clima, os nha (11m), enquanto os maiores fo-
processos construtivos e destruti- ram no sul da África e no Escudo Ca-
vos naturais e antrópicos, as dre- nadense (125m), indicativos de ter-
nagens associadas e as diferentes renos estáveis e antigos.
formas internas e externas que O grau geotérmico depende dos
constituem o relevo terrestre. seguintes fatores: 1) condutibilida-
de térmica das rochas existentes; 2)
Geoquímica estudo dos padrões de proximidade de foco térmico (p. ex.:
abundância e de distribuição de ele- vulcão); 3) estruturas das rochas
mentos químicos ou seus isótopos. (camadas inclinadas apresentam
maior grau geotérmico); 4) morfo-
geossinclinal depressão alongada logia do terreno (maior grau geo-
e arqueada para baixo, situada nas térmico nas serras).
bordas continentais, cujo fundo
está sujeito à subsidência por tem- gretas de contração figuras polié-
po geológico relativamente largo, dricas formadas por fendilhamen-
permitindo a acumulação de gran- to em sedimentos de granulação
des espessuras de sedimentos que, fina, heterogêneos, inicialmente
posteriormente, dobram-se e ele- supersaturados de água, submeti-
vam-se, originando cadeias de mon- dos à evaporação. Aumentam em
tanhas. Correspondem a zonas tec- extensão e largura com o grau de
tônicas instáveis, sujeitas a dobra- ressecamento. Quando presentes
mentos e vulcanismo. O termo foi em sedimentos deformados, ser-
substituído no uso moderno pelos vem para indicar topo e base de
termos eugeoclinal e miogeoclinal. seqüências estratigráficas.
sinônimo: geossinclíneo.
gruta cavidade natural escavada
gestão ambiental processo que en- por água ou vento, relativamente
globa a condução, a direção e o con- grande, com ou sem abertura para
trole dos recursos naturais, com a superfície.
65 GUA

Os depósitos associados às grutas guano depósito orgânico formado


são: 1) químicos, como estalactites sob clima quente, constituído es-
e estalagmites; 2) físicos, como sencialmente por excrementos de
fragmentos tombados do teto ou aves e morcegos, podendo conter
das paredes, areia, seixos etc., também ossos e outros restos or-
transportados por correntes subter- gânicos. Por remobilização junto
râneas; 3) biológicos. Podem con- com calcários subjacentes, for-
ter ossos fossilizados (p. ex.: gru- mam-se fosfatos cálcicos, local-
tas de Lagoa Santa – MG). mente constituindo importantes
sinônimo: caverna. adubos de fósforo.
67

H
habitat tipo de ambiente caracte- um terremoto. Corresponde à ori-
rizável quanto às condições bióti- gem do tremor.
cas e abióticas. Lugar onde um ani- Quando o hipocentro situa-se per-
mal ou planta vive ou se desenvol- to da superfície, o terremoto se
ve normalmente, em geral diferen- manifesta com movimento inten-
ciado por características físicas ou so no epicentro, com pequeno raio
por plantas dominantes. Exemplos: de amplitude. Por outro lado, quan-
desertos, lagos, florestas etc. do o hipocentro se localiza mais
profundamente, o terremoto ma-
habitat ripário ambiente ribeirinho nifesta-se por movimento redu-
ou encontrado nos terraços (ban- zido no epicentro mas com larga
cos) de cursos de água. Por vezes distribuição.
o termo também é usado em rela- sinônimo: foco.
ção às margens de lago.
hipsometria é a representação al-
halófita planta que cresce natural- timétrica do relevo no mapa de
mente em solos salgados (como os uma região pelo uso de cores
próximos ao oceano) ou na lama convencionais.
dos ambientes de água salgada.
Aquele adaptado para tolerar altas hogbak (Geomorfologia) feição
concentrações salinas. morfológica representada por ele-
vação, com flancos simétricos, for-
hidrólise reação de alteração de temente inclinados, com mergulho
minerais envolvendo fluido aquo- maior de 20º, originada por erosão
so com íons de hidrogênio (H+) ou em rochas sedimentares ou mag-
de oxidrila (OH-), substituindo íons máticas. (Vide Figura 5.)
que são liberados para a solução. sinônimo: crista isoclinal.

hipocentro ponto ou região do in- Holoceno a época mais recente da


terior da crosta terrestre de onde escala de tempo geológico. O Perío-
ocorre a liberação de energia de do Holocênico estende-se des-
HOR 68

de aproximadamente 10.000 anos las raízes que atingem maiores


atrás até o presente. profundidades;
sinônimo: recente. horizonte C (Saprólito) – nível
da rocha parcialmente alterada,
horizonte (solo) zona ou camada podendo manter vestígios da
razoavelmente distinta em um per- estrutura e da textura da rocha
fil de solo, paralela à superfície, que original (rocha-parental);
tem uma identidade definida liga- horizonte R – rocha não altera-
da à composição e às característi- da (rocha parental) que deu ori-
cas físicas. gem ao solo. Há casos em que
Um perfil completo de solo (perfil o solo foi transportado (alócto-
de alteração) é composto do sapró- ne) e a sua constituição não cor-
lito (horizonte C) e do solum (hori- responde à rocha situada em
zontes O, A, E, B), com a seguinte sua base.
distribuição do topo para a base:
horizonte O – nível superficial de
horst
acumulação de material orgâni-
co (restos de plantas e animais) sinônimo: muralha.
em estágio de decomposição;
horizonte A – camada superior, hulha representa um estágio de
escura, formada por mistura de evolução de carvão mineral que
material mineral e orgânico, apresenta teor de carbono em tor-
com atividade biológica consi- no de 80%.
derável. Nesse horizonte se fixa sinônimo: carvão betuminoso (vide).
a maior parte das raízes das
plantas e vivem animais que hulhenização processo diagenéti-
ajudam a decompor os restos co, natural, de formação do carvão
orgânicos e deles se alimentam, por transformação da matéria ve-
como bactérias e minhocas; getal na ausência de ar (cobertura
horizonte E – nível mais claro, de água, rocha etc.). Inicia-se pela
onde ocorre a remoção de argi- degradação da celulose e lignina da
las, matéria orgânica e oxi-hi- turfa, passando pelos estágios de
dróxidos de ferro e alumínio; lenhito e hulha e terminando como
horizonte B – nível onde ocorre antracito ou, conforme o conceito,
acumulação de argila, matéria como grafita.
orgânica e oxi-hidróxidos de fer-
ro e de alumínio. Muitos dos nu- humificação decomposição (apo-
trientes lixiviados dos horizon- drecimento) de matéria orgânica
tes superiores ocorrem neste de plantas e animais no solo; for-
nível, sendo alcançados pe- mação de humo.
69

I
idade absoluta ou radiométrica Qualquer alteração das proprieda-
Vide: datação absoluta. des físicas, químicas e biológicas
do meio ambiente causada por
idade relativa determinação da cro- qualquer forma de matéria ou ener-
nologia relativa de diferentes ro- gia resultante das atividades huma-
chas ou unidades geológicas com nas que, direta ou indiretamente,
base na posição física, estratigra- afetem a saúde, a segurança e o
fia e conteúdo fóssil, entre outros bem-estar da população; as ativi-
critérios. dades sociais e econômicas; a bio-
ta; as condições estéticas e sanitá-
ilha de calor fenômeno no qual as rias do meio ambiente; a qualida-
temperaturas em uma região urba- de dos recursos ambientais (Reso-
nizada são consistentemente mais lução Conama n. 001/1986).
altas do que as das áreas vizinhas.
Níveis altos de poluição podem se for- impacto ambiental regional todo e
mar a menos que a ilha de calor seja qualquer impacto ambiental que
rompida por ventos altos. Também afete, no todo ou em parte, o terri-
chamada de ilha de calor urbano. tório de dois ou mais estados.

iluviação movimento vertical ou inclinação ângulo formado por uma


lateral e deposição de material de camada de rochas, dique ou fratu-
solo em um perfil – por exemplo, ra com o plano do horizonte, toma-
movimento para baixo e deposição do perpendicularmente à sua inter-
de argila no horizonte B. seção (direção de mergulho). As
camadas horizontais apresentam
impacto ambiental qualquer alte- inclinação de 0° e as verticais de
ração significativa no meio ambien- 90°. A perpendicular à linha de in-
te, em um ou mais de seus compo- clinação chama-se direção da
nentes, provocada por uma ação camada (ou do dique etc.).
humana. sinônimo: mergulho.
IND 70

indicador nas ciências ambientais, intensidade sísmica medida qua-


significa um organismo, comunida- litativa que descreve os efeitos
de biológica ou parâmetro que ser- produzidos por terremotos na su-
ve como medida das condições perfície terrestre. A classificação é
ambientais de uma certa área ou feita a partir da observação in loco
de um ecossistema. dos danos ocasionados em cons-
Elemento ou parâmetro de uma variá- truções, pessoas ou no ambiente.
vel capaz de fornecer a medida da Há diferentes escalas de intensida-
magnitude de um impacto ambiental. de: a mais utilizada no Ocidente foi
Os indicadores podem ser quanti- proposta por G. Mercalli em 1902,
tativos, quando representados por posteriormente alterada em 1931
uma escala numérica, ou qualitati- (Mercalli Modificada, 1931). Possui
vos, quando classificados simples- 12 graus, indicados por algarismos
mente em categorias ou níveis. romanos (I a XII).

intemperismo conjunto de proces- International Organization for Stand-


sos que ocorrem na superfície ter- ardization (ISO) Organização Inter-
restre e ocasionam desintegração e/ nacional de Padronização, forma-
ou decomposição dos minerais e da por representantes de mais de
rochas pela ação de agentes princi- 120 países, fundada em 1947 e se-
palmente atmosféricos e biológicos. diada em Genebra, Suíça. É res-
Pode ser: 1) físico (mecânico), re- ponsável pela elaboração e difusão
lacionado à desintegração; ou 2)
de normas internacionais em todos
químico, correspondente à decom-
os domínios de atividades, exceto
posição. O intemperismo biológi-
no campo eletroeletrônico, que é
co é um caso especial do intempe-
de responsabilidade da Internatio-
rismo físico ou químico.
nal Eletrotechnical Commission
O tipo de intemperismo depende
(IEC).
muito do clima. Sob clima quente
e úmido (tropical) predomina o in-
inversão atmosférica reversão das
temperismo químico. Em clima
condições atmosféricas em que
seco, quente (árido) ou frio, predo-
uma camada de ar quente e me-
mina o intemperismo mecânico.
Em clima úmido moderado os dois nos densa bloqueia uma cama-
tipos se contrabalançam. da de ar frio, mais densa, junto à
Pelo intemperismo formam-se mi- superfície.
nerais novos, estáveis às condições Como a camada de ar quente im-
de superfície, como o caulim e a pede a circulação normal do ar, os
hidrargilita. O processo de intem- poluentes não podem se dispersar
perismo é a primeira etapa da pe- e acumulam-se na camada de ar
dogênese, cujo termo final é o solo. frio. Cidades localizadas em vales
Alguns autores preferem o termo são propensas a inversões atmos-
meteorização, equivalente ao ter- féricas. Em locais industrializados
mo inglês weathering. podem ocasionar problemas de
sinônimo: meteorização. saúde pública.
71 ISO

ISO 14000 conjunto ou série de nor- isoieta linha que liga os pontos de
mas ISO, de caráter voluntário, que igual precipitação para um dado
visa à gestão ambiental do empre- período de tempo.
endimento, isto é, as práticas volta-
das para minimizar os efeitos noci- isostasia modelo teórico utilizado
vos ao ambiente causados por suas para explicar a espessura e eleva-
atividades. As normas dessa série ção da crosta da Terra.
contêm diretrizes relativas às se- Corresponde à busca do equilíbrio
densitométrico de massas litosfé-
guintes áreas: sistemas de gestão
ricas sobre a astenosfera, com
ambiental, auditorias ambientais,
empuxos principais verticalizados:
rotulagem ambiental, avaliação de
o peso da crosta superior é com-
desempenho ambiental e análise de pensado pela flutuabilidade de
ciclo de vida. uma massa material mais profun-
da, à semelhança de corpos flutuan-
tes sobre um líquido.
isóbata (Hidrogeologia) linha que
une pontos de igual profundidade isótopo átomos do mesmo ele-
da água em mapas ou cartas temá- mento químico cujos núcleos têm
ticas, como as hidrográficas ou hi- o mesmo número atômico (Z) mas
drogeológicas. diferentes massas atômicas.
73

J
jazida mineral toda massa indivi- Jurássico segundo dos três perío-
dualizada de substâncias minerais dos da Era Mesozóica, tendo dura-
ou fósseis, aflorante à superfície ou do de aproximadamente 200 a 140
milhões de anos atrás. Sucedeu ao
existente no interior da terra, que
Triássico e precedeu o Cretáceo.
apresenta valor econômico.
jusante (rio) em relação a um pon-
junção colunar to referencial, parte do curso de
sinônimo: diaclasamento colunar uma drenagem superficial situada
(vide). rio abaixo.
75

K
kárstico (sistema) identificada na região de Kimberley,
sinônimo: cárstico (vide). na África do Sul e também no Bra-
sil, entre outros países. Ocorre na
kimberlito rocha ígnea, peridotíti- forma de chaminés verticais deno-
ca (rica em mineral olivina), escu- minadas de pipes, sendo conside-
ra, de granulação fina a muito fina, rada a rocha matriz do diamante.
77

L
lago corpo d’água superficial, con- lagoa aeróbia lagoa de oxidação de
tinental, formado em depressões esgotos em que o processo bioló-
do solo, podendo conter água doce, gico de tratamento é predominan-
salobra ou salina. É um habitat lên- temente aeróbio (sob a presença
tico (de águas calmas) com forma, de oxigênio), tendo sua atividade
profundidade e extensão variáveis. baseada na simbiose entre algas e
Geralmente, são alimentados por bactérias. As bactérias decom-
um ou mais afluentes, podendo põem a matéria orgânica, produzin-
apresentar rios emissários, que evi- do gás carbônico, nitratos e fosfa-
tam seu transbordamento. tos, que nutrem as algas. As algas,
por sua vez, transformam o gás car-
lagoa reservatório de água doce, bônico em hidratos de carbono
salobra ou salgada, natural ou arti- pela ação da luz solar, libertando
ficial, formando um habitat lêntico oxigênio que é utilizado de novo
(águas quietas). As lagoas podem pelas bactérias, criando um ciclo.
ser definidas como lagos de peque-
na extensão e profundidade. lagoa anaeróbia lagoa de oxidação
Embora tecnicamente incorreto, é em que o processo biológico é pre-
freqüente usar a denominação “la- dominantemente anaeróbio (sem a
goa” para as “lagunas”, estas situa- presença de oxigênio). Os organis-
das no litoral e conectadas ao mar. mos existentes removem o oxigê-
nio necessário à sua sobrevivência
lagoa aerada lagoa de tratamento dos compostos das águas residuá-
de água residuária (esgoto), artifi- rias, à maneira do que ocorre em
cial ou natural, em que a aeração tanques sépticos.
mecânica ou por ar difuso é usada
para suprir a maior parte do oxigê- lagoa de estabilização tanque ou
nio necessário para degradar a instalação artificial ou natural, com
matéria orgânica. grandes dimensões e pequena pro-
LAG 78

fundidade, lêntico, em que ocorrem geração de energia elétrica. A água


condições adequadas aos fenôme- quente tem de esfriar antes de ser
nos físicos, químicos e biológicos reutilizada ou canalizada para um
que acorrem na autodepuração (es- rio. A evaporação faz o calor dissi-
tabilização). O resíduo líquido de par-se na atmosfera, permitindo à
natureza orgânica é canalizado para água esfriar.
esse tipo de lagoa após passar por
pré-tratamento que retira a areia e lago eutrófico lago ou represamen-
a matéria orgânica sólida não-de- to contendo água rica em nutrien-
gradável. Os dejetos orgânicos são tes orgânicos e inorgânicos, o que
reduzidos pela ação das bactérias, acarreta um crescimento excessi-
por vezes introduzindo-se oxigênio vo de algas.
para acelerar o processo. Esses
processos naturais induzem a trans- lago oligotrófico lago ou represa-
formação de compostos orgânicos mento pobre em nutrientes, geral-
putrescíveis em compostos mine- mente apresentando abundante
rais ou orgânicos mais estáveis. De oxigênio dissolvido, com baixa quan-
acordo com a forma predominan- tidade de algas planctônicas.
te, como ocorre a estabilização da
matéria orgânica a ser tratada, laguna corpo hídrico localizado em
essas lagoas podem ser classifica- borda litorânea, contendo águas
das em: 1) anaeróbias; 2) estritamen- rasas, salobras ou salgadas, geral-
te aeróbias; 3) facultativas; 4) de mente ambas. As águas da laguna
maturação. são separadas das águas do mar
sinônimo: lagoa de oxidação. por cordões litorâneos, havendo
conexão hídrica por um canal.
lagoa de retenção pequeno corpo A laguna recebe, ao mesmo tempo,
de água criado para permitir que água doce e sedimentos das drena-
sólidos se separem da água. As la- gens superficiais (rios e riachos),
goas de retenção são necessárias bem como água salgada do mar,
em grandes locais de construção quando das ingressões de marés.
para permitir que o limo lixiviado Exemplos de lagunas: Lagoa dos
do lugar assente-se, em vez de ser Patos (RS); Lagoa Rodrigo de Frei-
carregado para os canais circunvi- tas (RJ); Lagoa de Araruama (RJ).
zinhos, obstruindo-os.
Em usinas de tratamento de miné- Landsat programa norte-americano
rios, permitem a contenção da fra- de sensoriamento remoto que con-
ção fina de rejeitos, prevenindo o siste em uma série de satélites arti-
turvamento das águas a jusante. ficiais dotados de scanners multies-
sinônimos: lagoa de decantação; pectrais, usados principalmente
lagoa de contenção; lagoa ou ba- para pesquisas de vegetação e ma-
cia de rejeitos. peamento temático da Terra.
O mais recente satélite em opera-
lago de esfriamento corpo de água ção é o Landsat 7, lançado em 1999,
usado para dissipar o calor perdi- com um sensor denominado ETM+
do nos processos industriais ou na (Enhanced Thematic Mapper Plus).
79 LAN

A operação é administrada pela desse processo são chamados


National Aeronautic and Space lateríticos.
Agency (NASA), ficando a produ-
ção e comercialização de imagens latitude medida angular da distân-
a cargo do United Sates Geologi- cia a partir do Equador da Terra, em
cal Survey (USGS). que o Equador é tomado como 0°
e os pólos são tomados como 90°.
La Niña fenômeno oceânico e at-
mosférico que resulta no resfria- lavra é o conjunto das operações
mento anormal nas águas superfi- coordenadas que objetivam o apro-
ciais do Oceano Pacífico Tropical. veitamento de uma jazida, desde a
Apresenta características opostas extração das substâncias até seu
ao fenômeno El Niño, porém nem beneficiamento.
sempre com impactos climáticos
significativos nas mesmas regiões. leito fluvial parte inferior de um
vale fluvial, esculpido por escoa-
laterita tipo de solo desenvolvido mento, podendo ter condiciona-
sob clima tropical e temperado mento estrutural e/ou litológico, ao
úmido, lixiviado por intemperismo longo do qual fluem, em períodos
químico, enriquecido em alumínio entre cheias, a maior parte do cau-
hidratado e óxidos de ferro e em- dal e dos sedimentos transporta-
pobrecido em silício, potássio e dos pelo escoamento.
magnésio em relação à composi-
ção da rocha-mãe (rocha parental). leito maior calha alargada do rio,
O nome deriva do latim latere = ti- ocupada em períodos de cheia.
jolo, porque é caracteristicamente sinônimos: leito maior periódico;
vermelho. Pode formar minérios de sazonal.
ferro, alumínio ou níquel.
Alguns autores adotam o termo leito menor canal, com margens
“laterito” para designar a rocha bem definidas, ocupado pelo rio no
formada ou em fase de formação, período das águas baixas.
quando o processo de laterização
é quase total: após desidratação lençol freático lençol d’água sub-
originam-se crostas, cangas e con- terrâneo limitado superiormente
creções limoníticas (ricas em Fe2O3) por uma superfície livre, submeti-
e bauxitos (ricos em Al2O3). da à pressão atmosférica normal.

laterização processo de intemperis- lêntico ambiente aquático conti-


mo próprio de climas quentes e nental em que a massa de água é
úmidos que culmina na formação estacionária, como em lagos ou tan-
de laterita. Na laterização, a sílica e ques (Resolução Conama n. 357, de
os cátions são lixiviados, com con- 17.3.2005, art. 2º).
seqüente concentração de sesqui- antônimo: lótico (vide).
óxidos de Fe e Al, sendo os ânions
(p. ex.: fosfatos) fixados pelo colói- licenciamento ambiental procedi-
de mineral. Os solos resultantes mento administrativo pelo qual o
LIM 80

órgão ambiental competente auto- bilização seletiva de constituintes


riza a localização, instalação, am- químicos de uma rocha, mineral, de-
pliação e operação de empreendi- pósito sedimentar ou solo, pela ação
mentos e atividades utilizadoras de um fluido percolante, como a in-
de recursos ambientais, conside- filtração das águas subterrâneas.
radas efetiva ou potencialmente sinônimo: lixiviamento.
poluidoras ou aquelas que, sob
qualquer forma, possam causar lixo radiativo de alto nível lixo de
degradação ambiental, tendo em reatores nucleares e instalações si-
conta as disposições legais e re- milares que contém altos níveis de
gulamentares e as normas técni- radiatividade. Os lixos radiativos de
cas pertinentes. alto nível são, especificamente, va-
retas de combustível desgastadas
Limnologia ramo da Ciência que ou lixos de varetas de combustível
trata do estudo das condições físi- gastas reprocessadas. Requerem
cas, químicas e biológicas dos cor- resfriamento constante para remo-
pos de água doce continentais, es- ver o calor resultante de sua desin-
pecialmente os lagos e as lagoas tegração radiativa, acarretando pro-
e, eventualmente, os rios. blemas de armazenamento.

linígrafo instrumento registrador lixo radiativo de baixo nível lixo


de níveis de água ou de qualquer radiativo com radiatividade de bai-
superfície líquida, em função do xa intensidade ou com meia-vida
tempo. curta. Requer manipulação especial
mínima, mas ainda assim é inse-
listagem de controle tipo básico de guro nos processos comuns de dis-
método de Avaliação de Impacto posição do lixo. Os lixos radiativos
Ambiental (AIA) caracterizado por de baixo nível incluem itens como
uma lista de todos os parâmetros e roupas protetoras usadas por tra-
fatores ambientais que possam ser balhadores em instalações nuclea-
afetados por uma proposta. Não se res e lixo hospitalar.
ocupa das reações causa–efeito.
lodo (Geologia Ambiental) fração
litoral faixa de terra situada entre a sólida ou semi-sólida acumulada e
plataforma continental e as áreas separada dos líquidos (água ou
temporária ou permanentemente água residuária) durante um pro-
banhadas pelo mar, onde fica ca- cesso de tratamento, ou deposita-
racterizado ambiente bentônico. da no fundo dos corpos d’água.
sinônimo: faixa costeira.
lodo (Engenharia Sanitária) mate-
lixiviação termo utilizado em Geoquí- rial extraído das estações depura-
mica e em Geologia para indicar qual- doras, resultante das operações e
quer processo de extração ou solu- processos de tratamento. Apresen-
81 LOE

ta-se geralmente em forma líquida lótico ambiente relativo às águas


ou semi-sólida, podendo conter continentais moventes (Resolução
entre 0,25% a 12% de sólidos, de- Conama n. 357, de 17.3.2005, art. 2º).
pendendo da operação e processo
utilizado. lux unidade que mede a ilumina-
ção (intensidade de luz ou densi-
dade de fluxo luminoso) do Siste-
loess depósito sedimentar, siltoso, ma Internacional de Unidade (SI).
inconsolidado, em geral prove- Um lux (1lx) é igual a um lúmen
niente de zonas periglaciais ou que incide uniformemente em área
desérticas. de 1m2.
83

M
magma fluido natural em estado de sem limites. No entanto, a própria
fusão, originado no interior da Ter- natureza impõe um limite superior
ra, constituído principalmente por à escala já que ela está condicio-
uma fase líquida (fusão silicatada). nada ao limite de resistência das
Pode conter também elementos rochas da crosta terrestre.
voláteis, cristais em processo de
crescimento e fragmentos sólidos manancial qualquer corpo d’água,
de rochas preexistentes. superficial ou subterrâneo (p. ex.:
Por consolidação, dá origem a ro- rio, lago, nascente do lençol freá-
chas ígneas ou magmáticas. Quan- tico ou do lençol profundo), utili-
do aflora à superfície é denomina- zado para abastecimento humano,
do lava. industrial, dessedentação animal
ou irrigação.
magnitude do impacto um dos atri-
butos principais de um impacto manto geosfera interna da Terra, si-
ambiental. É a grandeza de um im- tuada entre o núcleo e a crosta, a pro-
pacto em termos absolutos, poden- fundidades entre 100km a 2.900km
do ser definida como a medida da da superfície.
alteração no valor de parâmetro É limitado pelas descontinuidades
ambiental. de Mohorovicic e de Wiechert-Gu-
tenberg, sendo dividido em: 1)
magnitude do terremoto medida manto superior, constituído por si-
relacionada à energia sísmica libe- licatos como olivina e piroxênio;
rada no foco e também à amplitu- 2) manto inferior, constituído pro-
de das ondas registradas pelos vavelmente de sulfetos e óxidos,
sismógrafos. com uma zona de transição entre
A magnitude dos sismos é geral- os dois.
mente medida na escala Richter.
Para abranger desde os microtre- manto de intemperismo capea-
mores até os superterremotos, foi mento natural, inconsolidado e
idealizada uma escala logarítmica, gerado por intemperismo, que re-
MAP 84

cobre o substrato rochoso. A sua dade de ocorrência é de uma vez a


espessura varia de alguns centíme- cada cem anos.
tros até dezenas de metros.
O solo é parte do manto de intem- maré de sigízia maré de grande
perismo. Às vezes, porém, corres- amplitude, superior à média entre
ponde à sua totalidade. Quando o a maré alta e a maré baixa, que
manto se constitui de material ori- ocorre duas vezes em cada mês si-
ginário da rocha fresca imediata- nódico, por volta das épocas da lua
mente subjacente, é classificado nova e da lua cheia, quando as
como residual; de outro modo, é ações de maré do Sol e da Lua es-
denominado de transportado. tão quase na mesma direção e suas
sinônimo: regolito. forças de atração gravitacional se
somam.
mapa geológico representação bi-
dimensional destinada a informar matacão fragmento de rocha com
sobre a geologia de uma determi- diâmetro superior a 25cm, comu-
nada região, geralmente abstrain- mente arredondado, com várias
do-se o manto de decomposição possibilidades de origem: intempe-
(manto de intemperismo/solo). rismo, atividade glacial (matacães
As rochas e estruturas recebem co- glaciais ou erráticos), trabalho e
res e símbolos diferentes, padroni- transporte fluvial ou ação das va-
zados conforme sua natureza, com- gas no litoral.
posição, idade e posicionamento.
Uma legenda mostra a seqüência matriz de interação um dos méto-
cronológica de formação, discrimi- dos básicos de avaliação de impac-
nando da base para o topo as uni- to ambiental. Consiste na elabora-
dades, com idades decrescentes. ção de matrizes bidimensionais
que dispõem em um dos eixos os
mapa topográfico representação fatores ambientais e no outro as di-
bidimensional da superfície da Ter- versas ações referentes a um pro-
ra, usada para ilustrar o relevo to- jeto. Nas quadrículas definidas pela
pográfico pelo emprego de curvas interseção das linhas e colunas, as-
de nível. A forma e o espaçamento sinalam-se os prováveis impactos
das curvas retratam as feições to- de cada ação sobre cada fator am-
pográficas em conformidade com biental. Assim, pode-se identificar
a escala utilizada. o conjunto de impactos gerados
por um projeto, destacando-se os
maré flutuação natural e periódica múltiplos efeitos de uma dada ação
do nível da água do mar, grandes e a soma das ações que se combi-
lagos e rios (fluxo e refluxo), cau- nam para afetar um determinado
sada pela rotação da Terra em com- fator ambiental.
binação com as forças gravitacio-
nais da Terra, da Lua e do Sol. meandro cada uma das sinuosida-
des do leito de um rio escavada nas
maré de cem anos maré com di- planícies aluviais. Consiste em
mensão específica, cuja probabili- duas voltas consecutivas em sen-
85 MED

tido oposto, uma na direção dos produzindo amálgamas. É usado


ponteiros do relógio e a outra no em lavras de ouro e equipamen-
sentido inverso. Forma-se geral- tos como termômetros, barôme-
mente na fase madura ou senil de tros, comutadores de luz, tintas e
um rio. Por ser baixo o gradiente, baterias.
dá-se a sedimentação e o rio diva- Uma vez no ambiente, o mercúrio
ga sobre o seu próprio depósito. persiste e concentra-se à medida
Quando o rio se rejuvenesce, por que sobe na escala alimentar, atin-
motivo de abaixamento do nível de gindo níveis especialmente altos
base, os meandros podem apro- nos peixes e crustáceos. A exposi-
fundar-se na rocha que forma o em- ção prolongada ao mercúrio, por
basamento do depósito anterior, inalação ou por ingestão, pode pre-
por reativação da erosão; origi- judicar o sistema nervoso central.
nam-se, desse modo, os chamados
meandros encaixados. mesa relevo em forma de chapada,
de superfície plana, isolada e fre-
medidas mitigadoras medidas to- qüentemente limitada por encostas
madas em um empreendimento, íngremes. Uma mesa é geralmente
com o objetivo de reduzir, ou mes- mais larga do que alta, ocorrendo
mo eliminar, procedimentos que principalmente em regiões com ca-
possam causar prejuízos ao meio madas horizontalizadas, de origem
ambiente antes que isso ocorra. sedimentar ou vulcano-sedimentar.

meio ambiente conjunto de condi- Mesozóica (Era) era geológica do


ções, leis, influências e interações Fanerozóico, intermediária entre as
de ordem física, química e biológi- eras Paleozóica (245 milhões de
ca, que permite, abriga e rege a anos) e a Cenozóica (65 milhões de
vida, em todas as suas formas (Lei anos). Inclui os períodos Triássico,
n. 6.938/1981, art. 3º). Jurássico e Cretáceo.

meio ambiente antrópico é aquele metal nobre termo que designa


em que o ser humano realiza suas metais que apresentam grande resis-
ações, as quais envolvem fatores tência à corrosão (oxidação). O ouro,
sociais, econômicos e culturais. Em a prata e a platina são metais nobres;
sentido restrito, diz-se dos impac- eles não se combinam prontamente
tos no meio ambiente gerados por com elementos não-metálicos.
ações do homem (Resolução Cona-
ma n. 012, de 4.5.1994, art. 1º). metal pesado elemento químico de
peso atômico relativamente eleva-
mercúrio (Hg) elemento metálico, do, caracterizado por altas condu-
líquido, venenoso e pesado, com tividades elétricas e térmicas. São
massa atômica 200,59 e número exemplos: cobre, cádmio, zinco,
atômico 80. O mercúrio é um sol- selênio, platina, arsênico, cromo,
vente para a maioria dos metais, chumbo e mercúrio.
MET 86

Todos são tóxicos em concentra- nas (pilares) da rocha local são


ções relativamente baixas: persis- mantidas no interior de uma câma-
tem no ambiente e podem se acu- ra ou caverna, criada pela lavra
mular em níveis que interrompem subterrânea, com intuito de susten-
o crescimento das plantas e inter- tar a sobrecarga.
ferem na vida animal.
Os detritos de atividades minera- mineração por escavação de super-
doras e industriais e o lodo de es- fície técnica de mineração na qual
goto são fontes de concentrações grandes superfícies de terra são es-
de metais pesados. cavadas para expor o minério sub-
jacente. Esse método de lavra pode
metamorfismo processo de trans- causar, entre outros, forte impacto
formação de rocha preexistente por visual.
variação das condições de tempe- sinônimo: mineração a céu aberto.
ratura e pressão. Ocorre no estado
sólido, sem mudanças químicas mineração seletiva técnica de ex-
significativas. tração mineral em que apenas os
minérios de melhor qualidade são
metano (CH4) hidrocarboneto mais extraídos.
simples, por vezes chamado “gás
dos pântanos”, produzido na de- minerais argilosos designação de
composição de lixo orgânico. O gás um grupo de silicatos de alumínio
natural é quase metano puro. hidratados que se caracterizam por
apresentar estrutura cristalina la-
meteorito fragmento de matéria minar, com fórmula química geral
sólida proveniente do espaço. Cor- do tipo AI2Si2O5(OH)4.
po de material sólido extraterrestre
que atingiu a superfície da Terra. As mineral substância química ou ele-
estrelas cadentes são meteoros vi- mento sólido, homogêneo e inor-
síveis no espaço. gânico com composição química e
Os meteoritos são classificados propriedades físicas próprias e es-
em: rochosos ou aerolitos (mais trutura interna ordenada (cristaliza-
comuns), ferropétreos (siderólitos) do), encontrado naturalmente na
e metálicos (sideritos). crosta terrestre.

milha náutica unidade de compri- mineral-minério mineral do qual


mento usada na navegação equi- pode(m) ser extraído(s) economi-
valente a 1.852km. Foi originalmen- camente um ou mais metais ou
te determinada como a sexagési- substâncias úteis.
ma parte de 1º de latitude.
minério associação (agregado) de
mina jazida em lavra, ainda que minerais-minérios e ganga que pode,
suspensa. sob condições de tecnologia dispo-
nível, ser trabalhada economica-
mineração por câmaras e pilares mente para a extração de um ou
técnica de mineração na qual colu- mais metais. Por extensão, o termo
87 MOL

aplica-se também a minerais não- alterações, basicamente com o


metálicos. objetivo de testar as hipóteses e
previsões dos impactos e as medi-
molhe estrutura de engenharia ci- das mitigadoras.
vil, feita de muro de pedra ou con- sinônimos: monitoragem; monitoração.
creto, destinada a reduzir a ação
das ondas numa costa litorânea. monoclinal flexão em rocha estra-
tificada com apenas um ramo de
monitoramento medições ou obser- deslocamento em ângulo pouco
vações sistemáticas e intercompa-
pronunciado.
ráveis em uma série espaço-tempo-
ral de qualquer variável ou atributo
montante (rio) a partir de um de-
ambiental que forneça uma visão si-
nóptica ou uma amostra represen- terminado referencial, a porção do
tativa do meio ambiente, com um curso de uma drenagem superficial
propósito determinado. situada rio acima.
No contexto de uma avaliação de
impacto ambiental, refere-se à me- morena depósito em forma de lom-
dição das variáveis ambientais após badas ou irregular, formado por frag-
o início da implantação de um em- mentos mal selecionados transpor-
preendimento para documentar as tados por geleiras.
89

N
nascente surgência natural de intensidade secular do clima; 3) in-
água subterrânea, quando o lençol tensidade de bombeamento; 4) in-
freático é interceptado pela super- tensidade da evapotranspiração.
fície topográfica. Em uma dada região, os níveis es-
sinônimos: fonte (vide); olho d’água táticos dos poços indicam a dire-
(vide). ção geral do fluxo do lençol freático.

nível de base (rio) nível da superfí- nível freático superfície que liga os
cie do solo em relação a qual um níveis estáticos de todos os poços
rio não pode mais aprofundar por de uma região. Corresponde: 1) nas
erosão o seu próprio canal. Pode rochas granuladas permeáveis, à
ser regional (nível do mar) ou local
face superior do corpo de água li-
(p. ex.: lago).
vre que preenche completamente
os poros; 2) nas rochas fraturadas,
nível dinâmico é o nível no qual a
à superfície de contato entre o
água se estabiliza em um poço, duran-
corpo líquido e a camada de ar
te o bombeamento, com uma dada
sobreposta.
vazão ou com uma vazão máxima.

nível estático nível superior da água núcleo da terra zona central do glo-
em um poço sem bombeamento bo terrestre constituída presumi-
(repouso). velmente de níquel e ferro, com
Nos aqüíferos livres, o nível estático espessura de 3.500km. A densida-
coincide com o nível do lençol freá- de provável varia entre 8 e 12, com
tico. Nos aqüíferos artesianos, coin- temperatura de até 3.000°C.
cide com o relevo piezométrico. O núcleo é dividido em duas partes:
As variações do nível estático de- 1) o núcleo sólido, interno, com raio
vem-se aos seguintes fatores: 1) de cerca de 1.250km; e 2) o núcleo
variação anual da precipitação; 2) líquido, que envolve o primeiro.
NUM 90

sinônimos: barisfera; centrosfera; número de bactérias em uma


nife. amostra com maior probabilidade
do que qualquer outro. Expresso
número mais provável (NMP) nú- com densidade de organismos por
mero que fornece a estimativa do 100ml (ABNT, 1973).
91

0
olho-d’água local onde se verifica compressão e expansão das partí-
o aparecimento de água por aflo- culas no sentido da propagação sís-
ramento do lençol freático (Reso- mica. A velocidade aumenta com
lução Conama n. 4, de 18.9.1985). a profundidade: entre 5,5km/s e
sinônimos: fonte (vide); nascente 13,8km/s.
(vide). sinônimos: onda primária; onda
compressional.
oligotrófico ambiente em que há
pouca quantidade de compostos e onda S onda sísmica de cisalha-
de elementos nutritivos para as mento que acarreta mudança de
plantas e animais. Falta uma estra- forma dos corpos afetados. As par-
tificação nítida no que diz respeito tículas atingidas vibram transver-
ao oxigênio dissolvido no verão e salmente à direção de propagação.
no inverno. Especialmente usado As velocidades de deslocamento
para corpos d’água em que há es- variam de 3,2km/s a 7,7km/s.
cassez de suprimento de nutrien- sinônimos: onda secundária; onda
tes, ocasionando pequena produ- transversal.
ção orgânica.
onda sísmica onda de energia de-
onda L oscilação sísmica com com- sencadeada por terremoto. Na
primento de onda longo que se crosta, propaga-se por um esforço
propaga apenas na crosta terrestre. elástico do material rochoso. Vide:
Essa denominação abrange a onda onda L; onda P; onda S.
Raleigh, que vibra verticalmente na
direção de propagação, em oposi- ordenamento ambiental conjunto
ção às ondas transversais, que vi- de metas, diretrizes, ações e dispo-
bram horizontalmente. sições coordenadas destinado a
sinônimo: onda longa. organizar, em certo território, o uso
dos recursos ambientais e as ativi-
onda P onda sísmica de grande dades econômicas, de modo a
velocidade que se desloca pela atender a objetivos políticos (am-
ORD 92

bientais, de desenvolvimento urba- atravessar uma membrana seleti-


no e econômico etc.). vamente permeável. É chamada
sinônimo: ordenamento ecológico. osmose reversa porque a água é
impelida na direção da solução me-
Ordoviciano segundo período geo- nos concentrada, oposta à direção
lógico da Era Paleozóica, situado na qual a osmose ocorre natural-
após o Período Cambriano e antes mente. A osmose reversa é usada
do Siluriano. O período Ordovicia- principalmente para purificar a
no estendeu-se entre 505 e 438 mi- água.
lhões de anos atrás. sinônimos: microfiltração; ultrafiltração.

ore shoot expressão geológica em


oxidação (Química) reação quími-
inglês que designa, em um filão, a
ca que envolve átomos ou molécu-
porção mais rica do que o conjun-
las que perdem elétrons. A oxida-
to, com forma e volume variado.
ção de um composto é sempre
As chamadas “bonanças” são as
acompanhada da redução do ou-
partes extremamente ricas do ore
tro composto, sendo o processo,
shoot.
por esse motivo, denominado al-
gumas vezes de oxirredução.
orogênese conjunto de processos
relacionados à tectônica de com- O termo originariamente descrevia
pressão que resulta na formação de uma reação na qual o oxigênio se
cadeias de montanhas (cordilheiras). combinava quimicamente com outra
substância, mas atualmente inclui
osmose processo no qual um sol- muitas reações que não envolvem o
vente – mas não as moléculas maio- oxigênio, como a desidrogenação.
res do soluto – atravessa uma mem-
brana semipermeável situada entre oxidação (Geologia) processo de
duas soluções com concentrações formação de jazimento mineral por
diferentes, na direção da solução meteorização, em decorrência da
com menor concentração. A osmo- água infiltrada e da altura do nível
se progride no sentido de equalizar hidrostático. Pode ocorrer uma
a concentração em ambos os lados zona superior com minerais oxida-
da membrana. dos e outra inferior com enriqueci-
mento supergênico, permanecen-
osmose reversa processo no qual do inalterada a zona mineralizada
a água é forçada, sob pressão, a primária (rocha fresca).
93

P
padrão de drenagem variação de massas continentais, Laurásia e
forma, organização e densidade da Gondwana, separadas pelo ocea-
rede de drenagem ditada principal- no Tethys.
mente por fatores climáticos e
geológicos. pântano área plana e baixa carac-
Exemplos de padrões: dendrítico, terizada por solo temporária ou per-
paralelo, retangular e radial, em tre- manentemente encharcado (lençol
liça, anelar, anastomosado, com alta freático aflorante ou elevado).
ou baixa densidade, entre outros.
paragênese associação de minerais
Paleoceno a primeira de cinco épo- formados pelo mesmo processo
cas do PeríodoTerciário (Subera) do genético, que coexistem em equi-
tempo geológico. O Paleoceno du- líbrio em uma rocha.
rou de aproximadamente 66 a 57,8
milhões de anos atrás. parâmetro valor de uma variável
independente referente a um ele-
Paleozóico era geológica do Éon mento ou atributo que confira si-
Fanerozóico, precedida pelo Pré- tuação qualitativa e/ou quantitati-
Cambriano (Neoproterozóico) e va de determinada propriedade de
sucedida pelo Mesozóico, tendo se corpos físicos a caracterizar. Os
estendido entre 570 a 245 milhões parâmetros podem servir de indi-
de anos atrás. cadores para esclarecer a situação
de determinado corpo físico quan-
Pangea segundo a teoria da Deri- to a uma certa propriedade.
va Continental, é a denominação
de um antigo continente único, ro- passivo ambiental termo usado
deado por um grande oceano (Pan- para denominar potenciais riscos
talassa), que provavelmente exis- de caráter ambiental relacionados
tiu há cerca de 250 milhões de ao cumprimento da legislação am-
anos. Por fragmentação estrutural, biental vigente na data da avalia-
originou no Triássico duas grandes ção ou a quaisquer obrigações de
POD 94

fazer, de deixar de fazer, de indeni- cessário ao transporte do material.


zar, de compensar ou de assumir Cessa, então, o aprofundamento
qualquer outro compromisso de do leito por erosão.
caráter ambiental. Graficamente, o perfil de equilíbrio
é traduzido por uma linha curva,
pedimento superfície de erosão côncava para o alto. Podem ocor-
que parte do sopé de um relevo rer diferentes níveis de base locais
montanhoso e tem caimento topo- (rio, lago etc.) ou regionais (p. ex.:
gráfico suave no sentido dos fun- oceano). Geralmente o perfil de
dos de vales. equilíbrio é mais acentuado a mon-
O processo de pedimentação, que tante e mais suave a jusante.
envolve a erosão e o recuo das es- Uma vez atingido o equilíbrio, o
carpas, origina depósitos clásticos. perfil longitudinal de um rio não se
altera mais, a menos que haja um
pegada (fóssil) impressão da pata aumento no volume de água ou re-
de um animal extinto, como os juvenescimento do relevo.
grandes répteis, sobre um terreno
inconsolidado, sendo que sua pre- perfil do solo seção vertical do solo
servação depende de uma rápida representando todos os horizontes
cobertura sedimentar. Exemplos: inter-relacionados pedogenetica-
pegadas no arenito Botucatu (SP) mente, abrangendo até a rocha-
ou em folhelhos da Série Rio do mãe (rocha parental).
Peixe (PB).
perfil geológico representação, por
pegmatito rocha ígnea de granula- projeção, de uma seção normal a
ção grossa, cristalina e de cor cla- uma porção da superfície, consig-
ra (félsica), formada nos estágios nando as escalas vertical e horizon-
finais da cristalização do magma, tal e a relação entre ambas, além
geralmente contendo minerais va- da orientação geográfica. Os per-
liosos em sua composição básica fis podem ter uma orientação qual-
ou associados (p. ex.: gemas, mi- quer ou corresponder a uma seção
nerais metálicos etc.). perpendicular às camadas; nesse
caso, são perfis transversais ou
pelágio organismo que vive em perpendiculares.
mar aberto, ou o que se refere a Podem resultar: 1) da observação
este, especialmente em águas su- direta das camadas aflorantes: per-
perficiais até profundidades médias. fis observados ou naturais; 2) de
Exemplos: o krill e as baleias que interpretações e construções diver-
lá se alimentam. sas: perfis construídos ou ideais.

perfil de equilíbrio (rio) perfil lon- Período unidade fundamental da


gitudinal de um rio (relação entre escala geológica de tempo, inferior
seu comprimento e sua altimetria, a Era e superior a Época. P. ex.: Pe-
representando o seu gradiente) ríodo Cambriano. As rochas forma-
que, por erosão (ou sedimentação), das durante um Período recebem
atingiu um gradiente mínimo ne- o nome de Sistema.
95 PER

permeabilidade capacidade de finição de uma jazida e sua avalia-


uma rocha ou formação geológica ção e à determinação da exeqüibi-
de permitir a passagem de fluidos, lidade de seu aproveitamento eco-
com destaque para a água do sub- nômico. Geralmente, para a pes-
solo, pelos seus vazios ou interstí- quisa mineral não há necessidade
cios, sem que ocorra deformação de Licenciamento Ambiental, salvo
estrutural ou deslocamento. em casos específicos, como o que
Expressa pela quantidade de água envolve a busca das jazidas de pe-
que passa por uma seção unitária tróleo/gás com a utilização do mé-
na unidade de tempo (litros/dm2/ todo sísmico, por exemplo.
dia) e obedece, dentro de certos li-
mites, à lei de Darcy, onde Q repre- petróleo mistura de hidrocarbone-
senta a quantidade de água em cm3 tos fósseis (compostos orgânicos
que, no tempo t (min), atravessa a variados, formados por carbono e
seção s; sendo k o coeficiente de hidrogênio), oleosa e inflamável,
permeabilidade, invariável para um que ocorre naturalmente em forma
determinado tipo de solo. líquida, menos densa que a água,
com cheiro característico e cor va-
riando entre o negro e o castanho
escuro.
Formado pela degradação anaeró-
bica do material orgânico captura-
do em rochas sedimentares.
Quando o gás natural e a água co-
existentes são extraídos do petró-
leo, resulta petróleo cru, usado na
produção de muitos combustíveis
e agentes químicos.
O petróleo não-refinado muitas ve-
zes contém concentrações relativa-
mente elevadas de enxofre e vaná-
dio, por exemplo.
Quadro 4 – Exemplos de
permeabilidade em sedimentos pH potencial hidrogeniônico: parâ-
(Fonte: LEINZ & LEONARDOS). metro químico que indica a concen-
tração relativa dos íons de hidrogê-
Permiano (Período ou Sistema) nio em uma solução aquosa.
tempo geológico da Era Paleozói- O valor do pH indica a acidez ou al-
ca que se segue ao Carbonífero e calinidade da solução: é o algoritmo
precede oTriássico (este da Era Me- do inverso da concentração hidrogê-
sozóica), com duração de 45 mi- nica, calculado como o logaritmo
lhões de anos, entre 286 milhões e negativo de base 10 da concentra-
245 milhões de anos atrás. ção de íon de hidrogênio em moles
por litro. Convencionou-se que o pH
pesquisa mineral conjunto de pro- varia de 0 a 14, sendo que o pH 7
cessos técnicos necessários à de- indica uma solução neutra. Valores
PIC 96

de pH acima de 7 são básicos ou al- placa tectônica fragmento compar-


calinos; abaixo de 7 são ácidos. timentado da litosfera, resultante
da ação de fraturas e falhas profun-
piçarra termo geológico usado das, que se deslocam originando
para indicar material semidecom- cadeias de montanhas e bacias
posto, geralmente originado de geológicas, tendo como fenôme-
granito ou gnaisse, que conserva nos associados principalmente vul-
ainda sua textura e estruturas ori- canismo e terremotos.
ginais e atua como substrato (bed-
rock) de depósitos aluvionares. plácer depósito superficial forma-
Para alguns técnicos, o termo é do pela concentração mecânica de
extensivo a rochas sedimentares. minerais resistentes (p. ex.: dia-
mante) e de alta densidade (p. ex.:
piezômetro poço para observação ouro, cassiterita) em áreas de maior
do comportamento de águas sub- energia de correntes fluviais, ma-
terrâneas, em geral aberto, com rinhas ou da ação das ondas.
múltiplas finalidades: 1) medição
dos níveis estático e dinâmico; 2) planície de inundação área aluvial,
coleta de amostras; 3) determina- relativamente plana, situada próxi-
ção in loco de algumas proprieda- mo ao canal de drenagem, inunda-
des físicas e químicas da água; 4) da quando o escoamento do curso
auxílio à determinação dos parâme- d’água excede a capacidade nor-
tros hidrodinâmicos do aqüífero. mal do canal.
A localização do poço ou conjunto Ocorre usualmente no baixo curso
de poços requer planejamento e do rio, onde o relevo, mais desgas-
obediência a normas técnicas espe- tado pela erosão do que a montan-
cíficas (p. ex.: ABNT, Cetesb). Geral- te, apresenta pequeno gradiente
mente adotam-se pequenos diâme- topográfico. Em conseqüência, a
tros (2 a 4 polegadas), com profun- energia fluvial é diminuída e não
didade variável em função do con- consegue transportar muito da car-
texto geológico e do objetivo. ga sedimentar do rio que é deposi-
tada, colmatando o vale com sedi-
pirobetume substância natural es- mentos fluviais.
cura, composta por hidrocarbone- sinônimos: várzea; leito maior
tos, com ou sem componentes oxi- (vide).
genados, pouco ou não solúvel em
solventes orgânicos. Quando aque- plano de estratificação superfície
cida, fornece substâncias seme- real ou virtual de descontinuidade
lhantes ao betume, daí o seu nome. geológica que separa os estratos
Divide-se em: 1) asfáltico (elaterita, ou camadas, originada pela mu-
wurtzilita, albertita, impsonita e os dança litológica (granulometria,
óleos de folhelho); e 2) não-asfáltico textura, composição química) ou
(turfa, linhito, carvão betuminoso e pela interrupção da sedimentação.
os folhelhos linhíticos e carbonosos). sinônimos: plano de acamamento.
97 PLA

plano de falha superfície geológica pluma térmica corrente de água


ao longo da qual deu-se o desloca- quente descarregada em um corpo
mento dos blocos de uma falha. de água natural. A pluma térmica
sinônimo: superfície de falha. resulta do uso de água de uma fon-
te externa como refrigerante em
plataforma continental zona inte- uma instalação, água essa que não
grante da Margem Continental que é esfriada até sua temperatura ori-
se estende desde a linha média da ginal antes de ser liberada de volta
baixa-mar até a profundidade (isó- ao corpo de água original. As tor-
bata) de cerca de 200 metros, mar res de refrigeração reduzem a tem-
adentro. Sua largura pode variar de peratura dessa água, diminuindo
dezenas até centenas de quilôme- assim seus efeitos danosos.
tros, sendo seu limite oceânico o
talude continental. poço furo vertical, inclinado ou
horizontal, perfurado por equipa-
plataforma de abrasão superfície mentos ou escavado manualmen-
aplainada e de declive suave, es- te, com diferentes usos (extração
culpida durante o processo de re- de água, amostragem de minerais
cuo da falésia e aplainada pela ação e rochas, ventilação de mina etc.).
erosiva do mar.
poço artesiano sondagem ou esca-
plataforma litorânea plataforma de vação que atinge um aqüífero
erosão marinha ou lacustre. Quando confinado (artesiano) permitindo
ocorre acima do nível do mar ou de que a água sob pressão hidrostáti-
um lago, indica elevação da terra ou ca se eleve, sem necessidade de
abaixamento do nível das águas. bombeamento.
Muitas vezes é acompanhada por se- Pode ser surgente (jorrante) ou não,
dimentos litorâneos. Essa feição é di- dependendo da topografia. Alguns
ferenciada da plataforma de abrasão. poços perfurados no Aqüífero Gua-
sinônimo: plataforma costeira. rani são artesianos jorrantes.

Figura 8 – Poço artesiano (Fonte: LEINZ & AMARAL).


POC 98

poço de recarga poço que serve poluente qualitativo substâncias


como duto de água para a recarga sintéticas, produzidas e liberadas
forçada ou artificial de um aqüífero. exclusivamente pelo homem.

poço raso poço, geralmente esca- poluente quantitativo substâncias


vado, cuja profundidade não ultra- presentes de forma natural no am-
passa 30 metros. Embora possa ser biente, porém liberadas pelo ho-
facilmente construído, apresenta mem em quantidades adicionais
os inconvenientes das oscilações significativas.
do nível d’água (abastecimento in-
certo) e de facilidade de poluição/ poluição degradação da qualidade
contaminação. ambiental, resultante de atividades
que direta ou indiretamente: 1) pre-
poço tubular profundo obra de en- judiquem a saúde, a segurança e o
genharia, realizada com o uso de bem-estar da população; 2) criem
equipamentos de sondagem mecâ- condições adversas às atividades
nica, podendo atingir profundida- sociais e econômicas; 3) afetem
des de várias centenas de metros desfavoravelmente a biota; 4) afe-
(há poços com mais de 1.000 me- tem as condições estéticas ou sa-
tros) e apresentar vazões superio- nitárias do meio ambiente; 5) lan-
res a 500m3/hora, como no Aqüífe- cem materiais ou energia em de-
ro Guarani. sacordo com os padrões ambien-
tais estabelecidos (Lei n. 6.938/
poluente qualquer substância líqui- 1981, art. 3º).
da, sólida ou gasosa, energia ou
agente que provoque, direta ou in- poluidor pessoa física ou jurídica,
diretamente, qualquer forma de de direito público ou privado, res-
poluição, tornando o recurso natu- ponsável direta ou indiretamente
ral impróprio para uma finalidade por atividade causadora de degra-
específica ou que venha a interfe- dação ambiental (Lei n. 6.938/1981,
rir no equilíbrio de parte ou de todo art. 3º, IV).
ecossistema.
ponta de cheia cota mais alta (va-
poluente biodegradável refugo de lor máximo) atingida pelo nível da
natureza orgânica (p. ex.: esgoto água de um rio ou pelo caudal du-
sanitário) que se decompõe com rante uma cheia.
rapidez por meio de processos na- sinônimo: pico de cheia.
turais ou controlados.
porosidade relação (expressa em
poluente não-biodegradável po- porcentagem) entre o volume dos
luente com decomposição comple- interstícios (espaços vazios) de
xa ou inviável (p. ex.: metais pesa- uma rocha ou solo e seu volume
dos, sais de mercúrio, substâncias total. Exemplos do valor de poro-
químicas fenólicas, entre outras) sidade para algumas rochas: calcá-
que comumente resulta em mag- rio, 5 a 10%; arenito, 10 a 15%;
nificação biológica. areia, 15 a 30%; argila, 15 a 50%.
99 PRE

Embora relacionada à permeabilidade, ma de dano ou degradação – um


não pode ser utilizada como sinônimo. ecossistema, uma área geográfica
definida ou espécies animais e ve-
Pré-Cambriano termo cronoestrati- getais ameaçadas de extinção,
gráfico que engloba o Arqueano e o adotando-se as medidas preventi-
Proterozóico. Abrange todo o passa- vas legalmente necessárias e as
do anterior ao período Cambriano medidas de vigilância adequadas.
(aproximadamente 540 milhões de
anos atrás), representando cerca de protominério material metalífero
88% do total do tempo geológico. de baixo teor, sem valor intrínse-
co, mas que, graças ao enriqueci-
preservação ação de proteger – mento superficial, pode transmu-
contra a destruição e qualquer for- tar-se em minério.
101

Q
qualidade ambiental estado ou si- supõe uma infra-estrutura social
tuação do meio ambiente, como pública capaz de atuar em benefí-
objetivamente percebido em ter- cio do bem comum e manter lim-
mos de medição de seus compo- po o meio ambiente.
nentes, ou subjetivamente, em ter-
mos de atributos. Quaternário período da Era Ceno-
zóica formado pelo Pleistoceno e
qualidade da água características
pelo Holoceno, que abrange os úl-
químicas, físicas e biológicas rela-
timos 2 milhões de anos aproxima-
cionadas com o seu uso para um
damente, estendendo-se do fim do
determinado fim.
Terciário até o presente.
qualidade de vida condições gerais
da vida individual e coletiva; habi- quociente fotossintético proporção
tação, saúde, educação, cultura, da quantidade de dióxido de car-
lazer e alimentação. bono usada em relação à quanti-
A qualidade de vida representa dade de oxigênio produzido pela
algo mais que um nível de vida fotossíntese, em um organismo ou
particular mais elevado, pois pres- comunidade.
103

R
rabdomancia prática jamais com- tanto, a menos perigosa para os
provada, mas bastante utilizada, de humanos, exceto quando inalada
procurar água subterrânea e miné- ou ingerida.
rios pelo uso de varas, forquilhas,
arames, pêndulos e outros instru- radiação beta é um dos três tipos
mentos não-convencionais. mais comuns de radiação a partir
sinônimo: radiestesia. da decomposição radiativa. Con-
ceitua-se como uma corrente de
radiação energia emitida ou que se partículas beta, com alta energia
desloca na forma de vibrações em cinética e poder de penetração su-
vários comprimentos de onda, de perior ao das partículas alfa, visto
ondas eletromagnéticas, fótons, ter massa muito inferior.
ondas acústicas ou partículas su- A quebra do núcleo de um átomo
batômicas. instável resulta na liberação de um
Podem ser: 1) naturais (p. ex.: raios elétron em alta velocidade. Esse
de sol, materiais radiativos naturais elétron é chamado de partícula
das jazidas); ou 2) artificiais (p. ex.: beta. Durante o decaimento beta,
resíduos nucleares de centrais nu- o número atômico aumenta de
cleares, bombas de cobalto utiliza- uma unidade porque um nêutron
das em hospitais). transformou-se em próton para li-
berar um elétron. A massa atômi-
radiação alfa corrente de partículas ca continua inalterada.
carregadas positivamente (partícu-
las alfa), liberadas por isótopos ra- radiação gama a radiação gama é
diativos. Possuem alta energia ciné- uma onda eletromagnética da mes-
tica (“energia de movimento”), pois ma natureza da luz e, portanto, via-
o núcleo, além de liberar os prótons ja a 300.000km/s. O seu poder de
e nêutrons, também libera energia. penetração é muito elevado, pois,
É o menos penetrante dos três ti- como é uma onda e não uma partí-
pos de radiação nuclear, sendo de- cula, não possui massa nem carga
tida por papel ou por tecido. É, por- elétrica.
RAD 104

O dano causado pela radiação recarga (aqüífero) volume de água


gama pode ser bem maior do que fornecida a um aqüífero durante um
o causado pelas radiações de par- ano climático, principalmente por
tículas (alfa e beta). Os raios gama água de chuva e drenagem superfi-
podem passar diretamente através cial, diretamente em sua área de
do corpo humano, requerendo-se afloramento ou por cessão de um
alguns centímetros de chumbo estrato permeável de cobertura.
para detê-los. sinônimo: realimentação.

radiação infravermelha radiação recarga artificial processo antrópico


eletromagnética cujo comprimen- para aumentar a realimentação de
to de onda é maior que o da luz vi- água de um aqüífero, utilizando-se
sível ao olho do ser humano, po- poços ou bacias de captação que dre-
rém menor que o das microondas. nam água para a rocha-reservatório.
O vermelho é a cor de comprimen-
to de onda mais largo da luz visí- recife proeminência ou massa de
vel, entre 700 nanômetros (7.000 rochas, corais e algas à superfície
angstrons) e 1 milímetro. do oceano.

radiação ultravioleta energia ele- recife de arenito banco de areia


tromagnética com comprimentos consolidada nas costas marinhas.
de onda de 10 a 400 nanômetros. A consolidação realiza-se principal-
Os comprimentos de onda da radia- mente à custa de cimentação com
ção UV situam-se entre os da luz carbonato de cálcio (CaCO3) ou de
visível (violeta) e os dos raios X. óxido de ferro. Esses recifes de are-
nito são freqüentes nas costas nor-
rastejamento deslocamento devi- destinas brasileiras, corresponden-
do à força gravitacional, contínuo do a antigas praias.
e lento, com velocidade menor que
0,3m/ano, de massa rochosa incoe- recife de barreira tipo de recife for-
rente ou do manto de intemperis- mado a grande distância da costa,
mo, segundo o declive do terreno. paralelo à terra firme, que funcio-
na como um quebra-mar, prote-
ravina sulcos produzidos na super- gendo um canal largo e geralmen-
fície do solo pelo trabalho erosivo te pouco profundo.
das águas de escoamento das chu-
vas, quando correm em direções recife de corais construção calcá-
preferenciais. ria formada principalmente por
exoesqueletos de corais, freqüen-
razão “carbono” porcentagem de temente associados a crostas de
carbono fixo em um carvão mine- algas calcárias e organismos afins
ral. De modo geral, quanto maior que vivem em águas oceânicas ra-
é a relação entre carbono fixo e as sas e quentes.
matérias voláteis, tanto maior é o Para a sua formação são necessá-
grau de “metamorfismo”. rias as seguintes condições ecoló-
105 REC

gicas: 1) profundidade de água in- recurso ambiental termo aplicado


ferior a 40m (preferencialmente de a todas as matérias-primas, tanto
4 a 10m); 2) águas limpas; 3) salini- renováveis como não-renováveis,
dade alta e constante; e 4) tempe- obtidas diretamente da natureza e
ratura superior a 20°C. aproveitáveis pelo homem.
As ocorrências atuais de recifes de São recursos ambientais: a atmos-
corais estão situadas na faixa equa- fera, as águas interiores, superficiais
torial limitada pelos paralelos de e subterrâneas, os estuários, o mar
32º Norte e Sul. Distinguem-se: 1) territorial, o solo, o subsolo, os ele-
recife de franja; 2) recife de barrei- mentos da biosfera, a fauna e a flo-
ra; e 3) atol. A ocorrência de reci- ra (Lei n. 6.938/1981, art. 3º).
fes de corais fósseis é considerada Estende-se o conceito de recursos
um indício de clima quente em épo- ambientais também para o patri-
ca passada. mônio histórico, artístico e cultural,
além do patrimônio natural, de
recife de franja recife de coral e alga modo que as políticas ambientais
que se forma próximo à costa, em ocupem-se deles.
posição paralela, com canal entre sinônimo: recurso natural.
o recife e a praia.
recurso explotável (Hidrogeologia)
recuperação (Ecologia) conjunto de volume de água subterrânea que
ações, planejadas e executadas por
pode ser bombeado economica-
especialistas de diferentes áreas de
mente sem provocar a exaustão do
conhecimento humano, que visam
aqüífero. Adota-se geralmente o
proporcionar a restituição de um
volume equivalente à reserva re-
ecossistema ou de uma população
guladora acrescido de cerca de
silvestre degradada a uma condi-
5% a 10% da reserva permanente
ção não-degradada, que pode ser
(geológica).
diferente de sua condição original.

recuperação (Hidrogeologia) pro- recurso hídrico volume total de


cesso em que o nível da água sub- águas superficiais e subterrâneas
terrânea de um poço, após o tér- que ocorrem em uma determinada
mino do bombeamento a que foi bacia hidrográfica e na(s) bacia(s)
submetido, sobe até alcançar o ní- hidrogeológica(s) inclusas, disponí-
vel estático regional. veis para todos os tipos de uso.

recuperação de área degradada ati- recurso não-renovável qualquer


vidade que visa o retorno do sítio recurso natural finito que, uma vez
degradado a uma forma de utiliza- consumido, não pode ser renova-
ção, de acordo com um plano pré- do em um tempo geológico curto.
estabelecido para o uso do solo,
visando a obtenção de uma esta- recurso provado depósito conheci-
bilidade do meio ambiente (Decre- do de minério, gás, carvão ou pe-
to n. 97.632/1989). tróleo que pode ser extraído legal-
REC 106

mente e com lucro sob as condi- rejeito (mineração) material inapro-


ções econômicas correntes. veitável ou de baixo valor econô-
mico, sob as condições tecnológi-
recurso renovável qualquer bem cas e mercadológicas da época,
(recurso natural) que, teoricamen- retirado durante o tratamento/be-
te, não é totalmente esgotado ou neficiamento do minério.
que não tem sua oferta reduzida, Em alguns casos, o rejeito de mi-
graças à sua capacidade de repro- nas antigas pode ser atualmente uti-
dução ou de regeneração por pro- lizável, por conter elementos hoje
cessos naturais. aproveitáveis e também pela dispo-
nibilidade de tecnologias mais efi-
reflorestamento ato de reflorestar ou cientes para o seu beneficiamento.
de executar plantação organizada de
espécies vegetais para repor as que rejeito (falha) parâmetro geológico
foram cortadas. Geralmente visa à referente ao deslocamento relativo
melhoria da qualidade de vida, pela de pontos anteriormente adjacen-
manutenção do equilíbrio ambiental, tes nos blocos opostos da falha,
ou o aproveitamento econômico. medido na superfície, que indica a
Uma área devastada pode ser reflo- descontinuidade do maciço rocho-
restada, principalmente, por duas so (plano de falha).
técnicas diferentes: 1) reflorestamen-
to com espécies nativas, procuran- Reologia ciência que trata do com-
do restituir a riqueza e a biodiversi- portamento deformacional e do flu-
dade da cobertura florestal original, xo da matéria sob influência de es-
realizada a partir de um levantamen- forços; por exemplo, rigidez, visco-
to das espécies características que a sidade e plasticidade. Os seus re-
constituíam anteriormente; e 2) re- sultados técnicos podem ser apli-
florestamento realizado com espé- cados em problemas tectônicos.
cies de crescimento rápido (p. ex.:
eucaliptos e pinheiros). reserva indicada (Geologia Econô-
Em alguns casos específicos, como mica) reserva mineral cuja tonela-
na recuperação de áreas degrada- gem e teor do minério são compu-
das de pequena ou média dimen- tados tanto por medidas e amos-
sões, como os minifúndios produ- tras específicas e dados de produ-
tivos, podem-se utilizar conjunta- ção, como por extrapolação, com
mente espécies nativas e exóticas, base em evidências geológicas, até
em proporções variáveis. distâncias razoáveis.

regressão marinha recuo das águas reserva inferida (Geologia Econô-


do mar em relação às terras emersas, mica) reserva mineral cuja tonela-
que se traduz por um rebaixamento gem e teor do minério são estima-
do seu nível. Pode ser causada por dos com base apenas no conheci-
fatores diversos, como, por exemplo, mento geológico do depósito, ha-
soerguimento ou glaciações. vendo pouco ou nenhum trabalho
antônimo: transgressão. de pesquisa.
107 RES

reserva medida (Geologia Econô- restinga depósito arenoso parale-


mica) reserva mineral cuja tonela- lo à linha da costa, de forma geral-
gem e teor do minério são calcula- mente alongada, produzido por
dos pelas dimensões identificadas processos de sedimentação, onde
em afloramentos, trincheiras, gale- se encontram diferentes comuni-
rias, trabalhos subterrâneos e son- dades que recebem influência ma-
dagens. O teor é determinado pe- rinha, também consideradas co-
los resultados de amostragem em munidades edáficas por depende-
escala adequada e representativa, rem mais da natureza do substrato
devendo os pontos de inspeção, do que do clima. A cobertura vege-
amostragem e medida estar devi- tal nas restingas ocorrem em mosai-
damente espaçados e o caráter co, e encontram-se em praias, cor-
geológico tão bem definido que as dões arenosos, dunas e depressões,
dimensões, a forma e o teor da apresentando, de acordo com o es-
substância mineral possam ser es- tágio sucessional, estrato herbáceo,
tabelecidos com segurança. arbustivo e arbóreo, e este último
mais interiorizado (Resolução Cona-
reserva permanente (Hidrogeolo- ma n. 303/2002, art. 2º, VIII).
gia) volume de água disponível no
aqüífero, situado abaixo da zona de rio curso de água natural, geral-
flutuação anual ou sazonal do ní- mente superficial, embora existam
vel da água subterrânea. rios subterrâneos, como os identi-
sinônimo: reserva geológica. ficados em áreas com rochas car-
bonatadas, formando “sumidou-
reserva reguladora (Hidrogeologia) ros”. Quanto ao regime hídrico, po-
volume de água subterrânea dispo- dem ser classificados como: 1) per-
nível na zona de saturação do aqüí- manentes; 2) temporários ou inter-
fero e que corresponde ao volume mitentes; e 3) efêmeros.
de realimentação anual ou estacio- O fluxo hídrico ocorre de um nível
nal das águas de infiltração. elevado (nascente) para outro mais
baixo (foz). Independentemente de
resiliência na Física, é a capacida- suas dimensões flúvio-morfológi-
de de um corpo recuperar sua for- cas, um rio contribui para o equilí-
ma e suas dimensões originais brio dos ecossistemas em que se
após ser submetido a uma tensão insere e no modelado do relevo de
que não ultrapasse o seu limite de sua bacia hidrográfica. O seu leito
elasticidade. representa a linha contínua forma-
Em Ecologia, o conceito aplica-se da pelas cotas topográficas mais
à capacidade de um ecossistema baixas da bacia hidrográfica, para
retornar a seu estado de equilíbrio onde convergem águas superficiais
dinâmico após sofrer alteração ou e, em determinados casos, águas
agressão, ou seja, capacidade de subterrâneas.
absorver tensões ambientais sem sinônimos (em função de suas di-
mudar significativamente seu es- mensões e de regionalismos): cór-
tado ecológico. rego; ribeirão; arroio; sanga; igara-
RIO 108

pé; ribeira; paraná; corixo; regato risco relação existente entre a pro-
etc. babilidade de que uma ameaça de
evento adverso ou acidente deter-
rio efêmero curso d’água que apre- minado se concretize e o grau de
senta leitos geralmente secos, com vulnerabilidade do sistema recep-
água superficial apenas durante e tor e seus efeitos.
imediatamente após precipitação
pluviométrica. rocha agregado natural formado
por um ou mais minerais (essenciais
rio intermitente curso d’água com e acessórios), podendo eventual-
fluxo superficial em apenas algu- mente conter vidro vulcânico, ma-
mas épocas do ano, comum em téria orgânica ou fragmentos ro-
regiões semi-áridas. chosos, constituindo parte essen-
sinônimo: rio temporário. cial da crosta terrestre.
De acordo com sua origem e pecu-
rio perene curso d’água com fluxo liaridades as rochas podem ser
permanente durante um ano hidro- classificadas em ígneas, metamór-
lógico. ficas e sedimentares.

Quadro 5 – Classificação das rochas

rocha aqüífera De maneira geral, as rochas que se


Vide: aqüífero; rocha reservatório. formam a maiores profundidades
apresentam minerais com granu-
rocha ígnea rocha formada pelo lação mais grossa.
resfriamento e consolidação do
magma. De acordo com profundi- rocha metamórfica rocha origina-
dade de formação, a mais profun- da por variação de temperatura e/
da é denominada plutônica, se- ou pressão sobre rocha preexisten-
guindo-se hipoabissal e efusiva ou te (ígnea, sedimentar ou metamór-
vulcânica (superficial). fica), resultando em alterações na
109 ROC

sua textura, estrutura ou composi- processo de compactação denomi-


ção mineralógica. nado diagênese ou litificação.

rocha sedimentar rocha formada rúptil característica reológica pela


por acumulação de minerais ou qual determinado material (rocha ou
fragmentos de rochas preexisten- mineral), submetido a um campo de
tes, de origem clástica, biogênica tensões, deforma-se permanente-
ou química, transportados e depo- mente, sofrendo fraturas ou frag-
sitadas por água, gelo ou vento. Os mentação ao ultrapassar o seu limi-
sedimentos depositados sofrem te de rigidez.
111

S
saibro material proveniente da de- cos. Finalidade basicamente fune-
composição química incompleta rária, possivelmente usados tam-
de rochas ricas em feldspato (mi- bém como moradia.
neral que se altera para argila), leu- Os sambaquis aparecem desde o
cocráticas (claras), como os grani- litoral do Pará até o litoral do Rio
tos e gnaisses, contendo quartzo Grande do Sul. Os maiores estão
(areia) e material argiloso (caulim), em Santa Catarina, medindo em
conservando vestígios da estrutu- torno de 250m de diâmetro e 20m
ra original da rocha-mãe. Apresen- de altura, ocasionalmente alcan-
ta porosidade e permeabilidade çando 1.000m de diâmetro e 40m
variáveis em função das propor- de altura.
ções de areia e argila. Quanto maior As datações predominantes variam
o teor em argila, menor a porosi- de 4.000 anos ap (antes do presen-
dade e a permeabilidade. te) a 2.000 anos ap, mas existem
datações em sambaquis do Esta-
salcrete crosta de areia da praia ci- do de São Paulo que chegaram a
mentada por halita (cloreto de só- quase 9.000 anos. No momento da
dio ou NaCl) e outros sais mari- chegada dos navegadores euro-
nhos, de cor branca a cinza. peus, esses “sambaquieiros” já
não habitavam o litoral brasileiro,
salitre mineral do sistema ortorrôm- então ocupado por grupos tupis.
bico, de fórmula química KNO3 (ni-
trato de potássio), com hábito (for- saprólito manto de alteração origi-
ma) acicular ou ocorrendo como in- nado in situ pela ação do intempe-
crustações delgadas. rismo químico, preservando vestí-
gios da estrutura original da rocha-
sambaqui sítio arqueológico, defi- mãe (rocha-fonte).
nido como uma estrutura construí-
da com conchas, ossos de peixes e sapropel sedimento natural depo-
mamíferos marinhos por grupos de sitado em lago, estuário ou mares
pescadores-coletores pré-históri- rasos, consistindo principalmente
SAP 112

em restos orgânicos derivados de (clástico), químico e biológico; 3) a


plantas e algas ou animais aquáti- composição (calcário, sílex etc.).
cos. Forma-se em ambientes anae-
róbicos, pela ausência de decom- sedimento ativo material não-con-
posição intensa e por destilação a solidado que está sendo ou foi
seco de matéria graxosa sob pres- transportado mecanicamente na
são e temperatura elevadas. Por corrente de uma drenagem super-
diagênese (litificação) o sapropel ficial, seja por saltação, tração ou
passa a sapropelito (vide). suspensão, juntamente com o ma-
terial quimicamente depositado.
sapropelito carvão mineral origina-
do de sapropel por litificação. sedimento autigênico sedimento
que contém constituintes minerais
sedimentação deposição de mate- formados durante ou logo após a
rial sob forma sólida em condições deposição.
físico-químicas normais da super-
fície terrestre. O material pode ter sedimento biogênico marinho de-
origem: 1) inorgânica, proveniente pósito do fundo do mar que tem
da destruição de rochas preexisten- origem biológica. Em geral, os cal-
tes; ou 2) orgânica, gerado por pro- cários são formados a partir do se-
cessos biológicos. dimento biogênico.
A sedimentação pode se realizar
em meio aéreo ou aquoso. Inicia- sedimento clástico depósito não-
se quando: 1) a força transportado- consolidado de partículas ou frag-
ra é sobrepujada pela força da gra- mentos de rocha preexistente.
vidade (sedimentos clásticos); 2) a
água se torna supersaturada de um seixo qualquer fragmento de mine-
dos solutos (sedimentos quími- ral ou rocha, com dimensões me-
cos); 3) por atividade ou morte de nor que um bloco (calhau) e maior
organismos (sedimentos orgâni- que um grânulo, com diâmetro
cos, stricto sensu). entre 4mm e 64mm, segundo a
escala de Wenthorth.
sedimento material particulado, Na Norma NBR–6502 da ABNT, que
não-consolidado, originado da des- trata de rochas e solos com termi-
truição de rochas ou de outros ma- nologia de 1995, cascalhos ou sei-
teriais, transportado pela água, ven- xos são solos formados por mine-
to e gelo, sendo depositado em um rais ou partículas de rocha com diâ-
dos muitos ambientes da superfície metro compreendido entre 2,0mm
terrestre ou marinha, geralmente até 60mm, quando arredondados
apresentando estratificação. ou semi-arredondados.
Classifica-se segundo: 1) o ambi- sinônimo: cascalho.
ente de sedimentação: continental
(fluvial, lacustre, eólico e glacial), sial camada mais externa da cros-
marinho (nerítico, batial e abissal); ta terrestre, denominada crosta
2) o tipo de sedimento: mecânico continental, constituída principal-
113 SIL

mente por silício (Si) e alumínio (Al), conjunto maior que a soma dos
com densidade média de 2,7t/m3 e efeitos individuais. Esse fenômeno
representada por rochas de cons- pode ser observado nos efeitos do
tituição granítica. lançamento de diferentes poluen-
O contato com a crosta oceânica tes em um mesmo corpo d’água,
(designada sima = silício e magné- quando o perigo resultante da
sio) ocorre em profundidades que combinação de dois poluentes
variam de 50km sob os continen- supera a soma dos riscos que
tes a praticamente zero sob o Ocea- cada um deles pode representar
no Pacífico. individualmente.
sinônimo: sinergismo.
Siluriano período geológico da Era
Paleozóica que sucedeu o Ordovi- sismicidade freqüência e intensida-
ciano e antecedeu o Devoniano, de de terremotos em uma determi-
ocorrido entre 435 e 410 milhões nada região, onde são estudados
de anos atrás. os movimentos da crosta terrestre,
associados geralmente a falha-
sima camada subjacente ao sial, mentos de rochas (fraturas com
correspondendo à crosta oceânica, deslocamento), as quais foram
composta principalmente por silí- submetidas a tensões acumuladas
cio (Si) e magnésio (Ma), de com- de forças tectônicas ou vulcânicas.
posição basáltica, com densidade O acúmulo de energia é lento e a
variando entre 2,9t/m3 e 3t/m3. liberação bastante rápida.
No domínio das massas continen- As vibrações (ondas sísmicas) se
tais, situa-se a cerca de 50km de pro- propagam em todas as direções.
fundidade, enquanto no domínio São classificados, segundo sua
oceânico atinge valores baixos, sen- profundidade, em terremotos de
do quase zero no Oceano Pacífico. foco superficial, intermediário ou
profundo.
sinclinal dobra ou arqueamento O maior sismo natural ocorrido no
nos estratos rochosos, com a con- Brasil foi registrado em 1955, com
cavidade para cima. No campo ou magnitude de 6,2 na escala Richter
em representação gráfica, as cama- e teve seu epicentro 370km ao nor-
das mais jovens são expostas jun- te de Cuiabá (MT).
to ao eixo da dobra e, conseqüen- sinônimos: abalos sísmicos; tremo-
temente, as mais antigas estarão res de terra.
mais afastadas.
antônimo: anticlinal. sismicidade induzida além das for-
ças naturais, certas ações antrópi-
sinclinório grupo de sinclinais e cas podem produzir sismos (terre-
anticlinais que em uma escala re- motos) localizados, tais como a for-
gional formam uma grande estru- mação de lagos artificiais, recarga
tura sinformal. induzida de aqüíferos e explosões
nucleares.
sinergia condição na qual dois fa- Entre essas causas, destaca-se a
tores interagem, sendo o efeito construção de barragem com a for-
SIS 114

mação de um lago, que irá alterar são, podendo ser autóctone (for-
as condições estáticas das forma- mado in situ) ou alóctone (quando
ções rochosas, principalmente do sofre transporte). Origina-se dos
ponto de vista hidráulico, em con- saprólitos em virtude das reorga-
seqüência da infiltração do fluido nizações estruturais efetuadas por
na subsuperfície, que causa pres- processo pedogênicos.
sões internas nas camadas rocho- Um perfil completo de solo (perfil
sas profundas, e secundariamente de alteração) é composto do sapró-
do ponto de vista mecânico (peso lito (horizonte C) e do solum (hori-
da água). A combinação dessas zontes O, A, E, B), com a seguinte
duas ações pode desencadear dis- distribuição do topo para a base:
túrbios tectônicos e, eventualmen- horizonte O – nível superficial de
te, gerar sismos, caso as condições acumulação de material orgâni-
locais sejam propícias. co (restos de plantas e animais)
Os sismos artificiais, ligados à neo- em estágio de decomposição;
sismogenia de reservatórios (bar- horizonte A – camada superior,
ragens), são geralmente de baixa escura, formada por mistura de
magnitude. São relativamente fre- material mineral e orgânico,
qüentes no Brasil, a exemplo de com atividade biológica consi-
Carmo do Cajuru (MG). derável. Nesse horizonte se fixa
a maior parte das raízes das
sismograma registro gráfico de ati- plantas e vivem animais que
vidade sísmica, natural ou induzi- ajudam a decompor os restos
da, produzido por equipamento orgânicos e deles se alimentam,
(sismógrafo). como bactérias e minhocas;
horizonte E – nível mais claro,
sistema ambiental os processos e onde ocorre a remoção de argi-
interações do conjunto de elemen- las, matéria orgânica e oxi-hi-
tos e fatores que o compõem, in- dróxidos de ferro e alumínio;
cluindo, além dos elementos físi- horizonte B – nível onde ocorre
cos, biológicos e socioeconômicos, acumulação de argila, matéria
os fatores políticos e institucionais. orgânica e oxi-hidróxidos de fer-
ro e de alumínio. Muitos dos nu-
solifluxão movimento gradual des- trientes lixiviados dos horizon-
cendente de materiais viscosos de tes superiores ocorrem nes-
regolito em uma vertente, sob con- te nível, sendo alcançado pe-
dições de saturação. A solifluxão é las raízes que atingem maiores
especialmente característica de profundidades;
ambientes periglaciais, mas o ter- horizonte C (Saprólito) – nível da
mo também se aplica ao movimen- rocha parcialmente alterada,
to de solos tropicais espessos. podendo manter vestígios da
estrutura e da textura da rocha
solo material inconsolidado, super- original (rocha-parental);
ficial, formado por intemperismo horizonte R – rocha não altera-
(físico, químico e biológico) e ero- da (rocha parental) que deu ori-
115 SON

gem ao solo. Há casos em que protegido do vento. Em uma duna,


o solo foi transportado (alócto- corresponde ao flanco de maior
ne) e a sua constituição não cor- inclinação (30º–33º).
responde à rocha situada em
sua base. subducção processo geológico
pelo qual uma placa tectônica pe-
sondagem perfuração com inúme- netra abaixo de outra na zona de
ras finalidades, destacando-se: 1) choque entre duas placas. Abaixo
pesquisa geológica (poço estrati- de 700km de profundidade a placa
gráfico); 2) prospecção de jazidas subductora (mais densa) é final-
minerais (amostragem); 3) extra- mente consumida pelo manto.
ção de água, salmoura, petróleo ou sinônimo: plano de Benioff.
gás; 4) inspeção da profundidade
da rocha firme e das característi- sumidouro (Hidrologia) feição su-
cas do solo sobrejacente; 5) colo- perficial de dissolução formada em
cação de cargas explosivas na áreas com rochas carbonáticas
prospecção geofísica (métodos sís- (p. ex.: calcários) e relevo cárstico,
micos); 6) detonação de uma fren- geralmente em forma de funil, que
te de mineração a céu aberto etc. se comunica com um sistema de
As sondagens podem ser feitas drenagem subterrânea. Induz ao
com trados manuais, com tubos de desaparecimento de uma drena-
cravação, com trépano suspenso gem superficial, que pode vir a aflo-
em cabo (sonda de percussão), rar a uma distância considerável.
com trépano fincado em hastes co-
nectáveis e com sondas rotativas sustentabilidade qualidade de um
ou roto-percussoras. sistema que tem a capacidade de se
manter em seu estado atual duran-
sotavento lado oposto ao de onde te um tempo indefinido, não esgo-
sopra o vento (barlavento), ou lado tando os recursos de que necessita.
117

T
tabuleiro formas topográficas que talvegue linha de maior profun-
se assemelham a planaltos, com didade no leito fluvial de um ca-
declividade média inferior a 10% nal ou de um vale. Resulta da in-
(aproximadamente 6°) e extensão tersecção dos planos das verten-
superior a 10 hectares, terminados tes com dois sistemas de declives
em forma abrupta; a chapada se convergentes.
caracteriza por grandes superfícies
a mais de seiscentos metros de al- técnica de radiocarbono uso de
titude (Resolução Conama n. 04, de carbono radiativo como rastrea-
18.9.1985). dor para acompanhar e medir a
sinônimo: chapada. absorção do dióxido de carbono
classificado, a fim de avaliar a pro-
talude superfície inclinada do ter- dutividade primária para os ecos-
reno, na base de um morro ou de sistemas aquáticos.
uma encosta do vale, onde se for-
ma um depósito detrítico. tectônica ramo da Geologia que
trata dos processos geológicos
talude continental declividade fron- com movimentos em larga escala
tal, com gradiente topográfico a- da crosta terrestre, como os movi-
centuado, da plataforma continen- mentos da atividade das placas tec-
tal na zona de transição para sopé tônicas, orogênese, epirogênese e
continental. falhamentos.
sinônimo: geotectônica.
tálus depósito de sopé de escarpas
originado principalmente por efei- tectônica de placas teoria de tec-
to da gravidade sobre fragmentos tônica global da Terra segundo a
soltos. Os seus constituintes são qual a litosfera é dividida em pla-
angulosos e dispõem-se em aca- cas rígidas que se movem sobre a
mamento regular. Quando conso- astenosfera em um conjunto tal em
lidados, denominam-se brecha de que ocorre, por um lado, a forma-
tálus. ção de litosfera com geração de
TEM 118

crosta oceânica e, por outro lado, modificações físico-químicas e ocor-


consumo de litosfera pelo afunda- reu a evolução biológica. Se repre-
mento de placas que mergulham sentarmos todo o tempo de forma-
para dentro do manto, explicando, ção do planeta (cerca de 4,6 bilhões
assim, a origem da formação e ex- de anos) em apenas 1 ano (365 dias),
pansão de oceanos associados à o homem teria aparecido às 20h14
deriva continental e a origem e e- min do dia 31 de dezembro, ou seja,
volução das cadeias orogenéticas, teria vivido apenas as últimas 3 ho-
respectivamente. ras e 46 minutos do ano. Para com-
parar, os dinossauros viveram mais
tempo geológico larga escala de de 100 milhões de anos, o que seria
tempo durante o qual a Terra sofreu equivalente a 8 dias e meio.

Figura 8 – Representação figurativa do tempo geológico


(Fonte: Modificado de TEIXEIRA W. et al).

Terra esferóide com circunferência terraço fluvial patamar que mar-


de 40.000km. Seu diâmetro polar geia um vale fluvial e que demarca
é de 12.756km e o equatorial é de um nível antigo do piso desse vale.
12.712km (diferença de 44 km). Seu Como conseqüência do rejuvenes-
volume aproximado é de 1,08 bi- cimento do rio, os terraços fluviais
lhões de km3, área de 510 milhões formam-se por erosão, podendo
de km2 e peso de 5,6 sextilhões de ser entalhados diretamente na ro-
toneladas. cha do embasamento ou nas alu-
viões previamente depositadas
terraço superfície relativamente pela drenagem.
plana, horizontal ou levemente in-
clinada, limitada por dois flancos terra-roxa nome genérico dos so-
escarpados, às vezes estreita e ex- los avermelhados, originados de
tensa, constituída por depósito se- diabásio e basaltos. Destacam-se
dimentar formado por processos por sua fertilidade natural.
fluviais, marinhos ou lacustres.
terremoto movimento na crosta
terraço continental trecho da pla- terrestre associado geralmente a
taforma continental remotamente falhas (liberação de energia) em
situado em relação à costa e cons- rochas que foram submetidas a
tituído por acúmulo de sedimento tensão acumulada de forças tectô-
transportado sobre a plataforma de nicas ou vulcânicas. Distinguem-se
abrasão. É um terraço de acumula- terremotos naturais e artificiais. Os
ção, crescendo para o mar aberto. terremotos são classificados, se-
119 TIL

gundo sua profundidade, em terre- dendo entre 245 e 208 milhões de


motos de foco superficial, interme- anos atrás.
diário ou profundo.
São registrados por equipamentos troposfera camada inferior da at-
denominados sismógrafos ou sis- mosfera terrestre que se estende da
mômetros. Quando a vibração é re- superfície até cerca de 7km a 17km.
lativamente intensa, são perceptí- Na troposfera a temperatura geral-
veis diretamente pelos sentidos. mente diminui num ritmo regular
A fonte das ondas vibratórias é com o aumento da altitude.
denominada foco (hipocentro) e o
ponto da superfície localizado di- tsunami onda marinha gigante
retamente sobre o foco denomina- com grande comprimento de onda
se epicentro. e pequena amplitude que se des-
loca a alta velocidade. É relacioná-
till sedimento não-consolidado, de- vel aos movimentos sísmicos que
positado diretamente pelo gelo, provocam mudanças do leito ma-
principalmente como morena inter- rinho: vulcanismos, deslizamentos,
na e basal. Praticamente isento de avalanches marinhas e quedas de
estratificação, é constituído por frag- meteoros.
mentos mal selecionados, conten-
do freqüentemente seixos estriados. turfa combustível natural de ori-
gem vegetal, parcialmente decom-
O sedimento denominado till quan-
posto porém com estruturas origi-
do consolidado forma uma rocha,
nais ainda bem reconhecíveis, sa-
o tilito. Ocorre com freqüência nas
turado de água. Apresenta consis-
camadas permocarboníferas do sul
tência fofa e cor parda até preta,
do Brasil.
sendo formado em camadas, ge-
ralmente em regiões pantanosas.
trap designação antiga criada na Sob condições geológicas adequa-
Suécia para as rochas efusivas ba- das, transforma-se em carvão mi-
sálticas que formam, freqüente- neral, sendo a fase mais pobre em
mente, uma morfologia em esca- carbono, com cerca de 60%. Além
das, como acontece nos derrames de ser utilizada como combustível
basálticos do Brasil Meridional. para aquecimento doméstico, tam-
bém é empregada para absorver e
travertino depósito mineral de car- encapsular hidrocarbonetos, sendo
bonato de cálcio (CaCO3), poroso e um dos mais avançados produtos
celular, formado por fontes ricas do mundo para prevenir e comba-
em cálcio, termais ou em cavernas. ter derramamentos de derivados
sinônimo: tufo calcário. de petróleo e similares.

Triássico o mais antigo dos três turfeira área permanentemente


períodos geológicos da Era Meso- embebida de água, com depósitos
zóica, sucedendo ao Permiano e de restos vegetais incompletamen-
precedendo o Jurássico, se esten- te decompostos. Tem cobertura
TUR 120

vegetal contínua, apenas interrom- Distinguem-se: 1) turfeiras baixas,


pida por poças de água. Forma-se situadas sob o nível freático (co-
em regiões de solo impermeável e muns nas vizinhanças dos rios); e
onde o afluxo de água é maior que 2) turfeiras altas, situadas em ní-
a evaporação, principalmente em vel superior ao do lençol freático.
climas marinhos moderados e frios. O material rico em matéria orgâni-
Freqüente em regiões de transbor- ca formado na turfeira recebe o
damento de rios e lagos. nome de turfa.
121

U
uádi palavra árabe que designa A maior parte desses raios que in-
curso d’água efêmero que deságua cide sobre a Terra é filtrada pelo
em uma bacia fechada de ambien- oxigênio, principalmente pela ca-
te desértico. mada de ozônio da atmosfera, evi-
tando efeitos danosos aos seres
ultrabásica (rocha) rocha ígnea vivos.
subsaturada em sílica, com teor de
SiO2< 44%, o que inviabiliza a exis- ultravioleta – A (UV-A) parte de
tência de quartzo ígneo modal ou baixa energia do espectro de radia-
normativo, sendo o feldspato pou- ção ultravioleta que se estende de
co ou ausente. As rochas ultrabá- 320 a 400 nanômetros nos compri-
sicas geralmente são ricas em Fe e mentos de onda. É a forma menos
Mg, com excesso de alumina e ál- prejudicial da luz.
calis, o que propicia a presença de
olivina e feldspatóides, entre ou- ultravioleta – B (UV-B) parte de alta
tros componentes minerais mag- energia do espectro de radiação ul-
máticos. travioleta que se estende de 290 a
Exemplos de rocha ultrabásica: du- 320 nanômetros em comprimento
nito, peridotitos e carbonatitos. de onda. É a forma mais prejudicial
da luz UV e é geralmente filtrada
ultravioleta radiação eletromagné- pela camada protetora de ozônio
tica cuja região no espectro esten- na estratosfera.
de-se dos 8x1014Hz até cerca de O adelgaçamento da camada de
3,4x1016Hz (com comprimentos de ozônio resulta em maior exposição
onda desde 3,75x10-7m até cerca de dos habitantes da Terra à perigosa
8x10-9m). radiação UV-B.
Cerca de 5% da energia irradiada
pelo Sol consiste nessa radiação unidades de conservação áreas
que tem energia suficiente para io- naturais protegidas e sítios ecoló-
nizar os átomos do topo da atmos- gicos de relevância cultural criados
fera, criando assim a ionosfera. pelo Poder Público: parques, flores-
UNI 122

tas, parques de caça, reservas bio- taduais ou municipais, monumen-


lógicas, estações ecológicas, áreas tos naturais, jardins botânicos, jar-
de proteção ambiental, reservas dins zoológicos, hortos florestais
ecológicas e áreas de relevante in- (Resolução Conama n. 011, de
teresse ecológico, nacionais, es- 3.12.1987).
123

V
vapor de água água em estado depende do tipo de vulcanismo),
gasoso. criada quando lava, gases e partí-
culas quentes (cinzas) transporta-
vazadouro área onde se dispõe dos do interior da Terra (câmara
qualquer tipo de resíduos sólidos, magmática), por duto chamado
sem que sejam adotadas medidas chaminé, escapam à superfície por
necessárias de proteção ambiental. cratera(s) ou grandes fendas (geo-
clases). Podem ser classificados
em extintos, inativos e ativos.
verniz do deserto superfície macia,
Dentre os diferentes tipos de vul-
escura e brilhante, composta de
canismo, destaca-se o de fissura ou
óxidos de manganês e ferro, que
linear no qual grandes fendas aber-
recobre parcialmente as superfícies
tas permitem a ascensão da lava,
rochosas expostas em regiões
produzindo-se derrames sucessi-
semi-áridas e áridas quentes.
vos e espessos, atualmente em ati-
vidade apenas na Islândia. No Me-
voçoroca sozóico, vulcões desse tipo origi-
sinônimo: boçoroca. naram os extensos derrames da
Bacia do Paraná, que se estendem
vulcão estrutura supracrustal, só- por cerca de 1 milhão de quilôme-
lida, continental ou submarina, ge- tros quadrados e apresentam es-
ralmente com forma cônica (o que pessuras de até 1.000m.
125

W
wad mineral secundário (minera- vadas na condução de questões de
lóide) resultante da alteração de administração de recursos, cresci-
minerais de manganês. Sem com- mento econômico, integridade
posição química definida, é uma e ambientes locais, e segurança
mistura de óxidos hidratados de internacional.
manganês e ferro, podendo conter
bário, cobre e cobalto. World Wildlife Fund (WWF) Fundo
para a Vida Selvagem Mundial: or-
World Resources Institute (WRI) ganização privada que trabalha em
Instituto de Recursos Mundiais: escala mundial para proteger a
centro de pesquisa política criado vida selvagem e as áreas silvestres,
em 1982 para dar assistência a or- especialmente nas regiões tropi-
ganizações governamentais e pri- cais. Fundada em 1961.
127

X
xenólito fragmento de rocha pree- noutra parte, torbanito ou carvão
xistente, incluso em uma rocha gelósico. É classificado como rocha
magmática, transportado do inte- sedimentar geralmente argilosa,
rior daTerra pelo magma em ascen- muito rica em matéria orgânica
são. São exemplos de xenólito os (carbonada), que, quando aqueci-
fragmentos de arenito inclusos nos da a altas temperaturas, libera óleo,
basaltos que ocorrem no sul do água e gás, deixando um resíduo
Brasil. Não confundir com autóli- carbonoso.
tos, que são fragmentos da mes-
ma rocha intrusiva. xistosidade estrutura própria das
rochas metamórficas e muito fre-
xisto tipo de rocha metamórfica ca- qüente entre elas graças à orienta-
racterizada pela presença de mine- ção mais ou menos paralela dos
rais achatados ou alongados, distri- componentes minerais, principal-
buídos organizadamente no corpo mente lamelares (mica, clorita) e
rochoso, de forma quase paralela prismáticos (anfibólio etc.). Ge-
(xistosidade ou foliação). A compo- ralmente, também outros minerais
sição mineralógica dos xistos é bas- (quartzo, feldspato etc.) tendem a
tante variável, dependendo da rocha- orientar-se. Tal disposição orienta-
mãe e da história metamórfica. da facilita a divisibilidade ou folia-
ção da rocha segundo planos pa-
xisto betuminoso nome inadequa- ralelos ou subparalelos.
damente aplicado a uma rocha fo- Termo geral que descreve a textu-
liácea (não é xisto nem contém ra e a aparência ondulada de qual-
verdadeiros betumes), que é em quer rocha semelhante ao xisto.
parte folhelho pirobetuminoso e, sinônimo: xistosa (estrutura).
129

Y
yellowcake concentrado natural de sua cor e textura (“bolo amarelo”,
urânio (óxido) extraído do minério em inglês). É usado principalmen-
de urânio, com 70% a 90% de U3O8, te na fabricação do combustível
que recebe este nome por causa da para reatores nucleares.
131

Z
zero absoluto temperatura mais zoneamento ambiental conjunto
baixa possível, 0º na escala Kelvin de procedimentos de natureza geo-
ou aproximadamente -273ºC. econômica, voltado para a integra-
ção sistemática e interdisciplinar
zona árida região de clima seco na da análise ambiental de um deter-
qual as médias anuais de precipita-
minado espaço, visando à discipli-
ção são inferiores a 250 milímetros.
na dos diferentes usos do solo, de
zona costeira área de terra e água modo que se defina a melhor for-
afetada por processos biológicos ma de gestão dos recursos natu-
tanto do ambiente terrestre como rais e ambientais identificados na
marinho. área que é objeto de zoneamento.
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