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CULTURA CLÁSSICA
Constantino Comninos
Professor. Associado do Círculo de Estudos
Bandeirantes e membro da Academia de Cultura
de Curitiba. Cônsul Honorário da Grécia em
Curitiba (PR – SC – RS).
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apurada, pela análise profunda dos seus conceitos e pela difusão de seus méritos
em todos os níveis da educação.
Continuando. No ano de 1978, a pedido do Embaixador da Grécia no Brasil
(Diamantino Vakalópoulos), a Aliança Brasileira de Cultura Helênica realizou uma
pesquisa em nível institucional e de caráter informativo em todas as Universidades
do País. A finalidade, conforme anunciou Sua Excelência, era conhecer para
poder, ao mesmo tempo, criar um vínculo com vistas ao patrocínio de programas
culturais, incluindo a remessa de livros, material para divulgação e promover uma
extensa atividade nos centros universitários que já mantivesse algum trabalho
com a cultura helênica. O levantamento acolhido por alguns poucos
departamentos especializados, pelo que sei até o momento, valeu tão-somente
pelo ensejo de conhecer as Professoras Daise Malhadas e Zina M. Bellodi da
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho de Araraquara – de quem
recebi trabalhos excelentes –, do Professor Rubens dos Santos da Universidade
Federal de Minas Gerais, e de outras instituições que se dignaram responder
comunicando que os estudos helênicos não faziam parte do elenco de seus
currículos. Provavelmente as informações foram enviadas diretamente para a
Embaixada em Brasília. Não poso confirmar.
Em recente visita a Curitiba, o Senhor Ioannis Theophanópoulos, Cônsul
Geral da Grécia em São Paulo, deixou perceber um grande interesse em reiniciar
as atividades que a Aliança sempre perseguiu. De alguns contatos mantidos com
essa autoridade, pela iniciativa de ambas as partes, será promovido um conjunto
de atividades, no quadro de uma Semana de Temas Helênicos de Curitiba, que
será possível realizar graças ao apoio da Universidade Federal do Paraná e da
Fundação Cultural de Curitiba.
Em co-patrocínio com as entidades mencionadas, o Departamento de
Lingüística, Letras Clássicas e Vernáculas da UFPR, promoverá como atividade
extracurricular uma seqüência de palestras sobre a Cultura Helênica, contando
com conferencistas que tratarão tanto da Cultura Clássica quanto da Grécia
Moderna. Ao mesmo tempo, a Fundação Cultural de Curitiba, patrocinará, pelas
suas entidades especializadas, a exibição de filmes de arte gregos, promoções de
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por grande parte do mundo os princípios emanados do grande filósofo. Não fora
o trabalho dos herdeiros, incansáveis na continuidade do trabalho deixado pelo
velho mestre, o Instituto não teria a vitalidade merecida. É um dos poucos pontos
de luz que ainda difundem esta faceta da cultura clássica.
Concluindo, incorporo-me às posições assumidas pelo ilustre redator de O
Estado de São Paulo e regozijo-me pela oportunidade que nos é dada para a
troca de idéias, ao lado dos distinguidos helenistas professores Gilda Maria Reale
Starzinski, Paulo de Campos Moura e Maria Helena da Rocha Pereira, que em
cartas a esta redação trouxeram o tema ao debate. E a tantos outros que
compreendem a necessidade de reativar as idéias do classicismo, por meio da
criação de um Centro de Cultura Clássica que leve à comunhão de ideais, alheios
a qualquer lucro ou interesse que não o de melhor entender e difundir uma cultura
que se esvai no tempo, sufocada pela modernidade tecnocrática.
É o caso de citar o poeta espanhol, Antonio Machado, que em seus versos:
“Caminhante, não há caminhos,
os caminhos se fazem ao andar”.
Pelo debate iniciado, os caminhos estão abertos. Não os olvidemos e nem
olvidemos, pois, “O Destino dos Estudos Clássicos” assim como “A Preservação
da Cultura Clássica” (títulos dos editoriais de O Estado de São Paulo de 31 de
março e de 04 de abril – 1981 - p.p.) dependem, sem falsa modéstia, estou certo,
daqui para frente, do esforço contínuo de todos nós.