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PACOTE DE EXERCÍCIOS

MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO


ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010
PROF. EDSON MARQUES

Olá pessoal, como estão?

Já percorremos um bom caminho e acredito que vocês, sobretudo pelo


esforço e dedicação, têm condições e capacidade para alcançar o
objetivo de ser aprovado neste concurso. O esforço é sempre reconhecido
com a vitória. Vamos em frente, força.

Não tenhamos dúvidas de que esta é uma caminha árdua. Todavia, a


dedicação, a persistência, a devoção são qualidades do bom concurseiro
que tem por meta ser aprovado, obter uma boa remuneração e excelentes
condições de trabalho.

E vejam que foi aprovado no Senado o PL que cria 6 (seis) mil cargos efetivos
e mais 4 (quatro) mil comissionados. A hora é agora.

Pois é, boa remuneração e excelente condições de trabalho vocês


encontrarão no MPU. É um ótimo ambiente, com pessoas preparadas, uma
estrutura fenomenal. Então, força aí!!!!

Nesta aula veremos:

10. Controle e responsabilização da administração: controle


administrativo; controle judicial; controle legislativo; responsabilidade
civil do Estado. 9. Processo administrativo (Lei nº 9.784/99): das
AULA 04
disposições gerais; dos direitos e deveres dos administrados. 11. Lei
nº 8.429/92: das disposições gerais; dos atos de improbidade
administrativa.

Percebam que em relação as leis de processo administrativo e de


improbidade, estranhamente, restringiu-se a poucos pontos, de modo que
tive que limitar nossas questões, não trazendo a parte procedimental e
processual, uma pena!

Por isso, vamos ao que interessa.

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QUESTÕES COMENTADAS

1. (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Os órgãos de


controle interno da administração pública têm, praticamente, as mesmas
competências deferidas constitucionalmente aos tribunais de contas, no que
se refere ao objeto do controle das matérias sindicadas, sendo diversas
somente a forma de exteriorização e as conseqüências do exercício desse
controle.

Comentário:

A Administração Pública, como um todo, submete-se a diversas espécies de


controle, a iniciar do próprio controle que exerce sobre si mesma,
denominado controle interno ou controle administrativo.

Afora o controle interno, há o controle externo exercido por órgãos cuja


natureza não é de exercício da função administrativa, são os controles
exercidos pelo legislativo e pelo judiciário.

Conforme a Profa. Di Pietro, a finalidade do controle é a de assegurar que a


Administração atue em consonância com os princípios que lhe são impostos
pelo ordenamento jurídico, como os da legalidade, moralidade, finalidade
pública, publicidade, motivação, impessoalidade; em determinadas
circunstâncias, abrange também o controle chamado de mérito e que diz
respeito aos aspectos discricionários da atuação administrativa.

Nesse sentido, o Prof. Carvalho Filho define controle da Administração


Pública como o conjunto de mecanismos jurídicos e administrativos por meio
dos quais se exerce o poder de fiscalização e de revisão da atividade
administrativa em qualquer das esferas de Poder.

É importante perceber que foi dado também ao cidadão comum a


realização de controle da Administração, na medida em que qualquer um
do povo pode representar ante irregularidades, consoante os termos do art.
74, §2º, da Constituição Federal, ao estabelecer que qualquer cidadão,
partido político, associação ou sindicato é parte legítima para, na forma da
lei denunciar irregularidade ou ilegalidades perante o Tribunal de Contas da
União.

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O art. 37, §3º, CF/88, introduzido pela EC 19/98, trouxe previsão acerca da
participação do usuário na Administração Pública, tendo como formas as
reclamações no tocante à execução dos serviços, sua manutenção e
avaliação periódica, assim como o acesso destes aos registros
administrativos, bem como a possibilidade de representação contra o
exercício negligente ou abusivo do cargo, emprego ou função pública.

Desse modo, pode-se definir o controle como sendo o poder de fiscalização


e correção que exercem os órgãos Judiciário, Legislativo e Administrativo,
além do cidadão sobre a Administração Pública, com o intuito de preservar
a conformidade da atuação administrativa com os princípios e orientações
emanadas do ordenamento jurídico.

Diante disso, podemos dizer que o controle da administração pode ser de


várias espécies. Com efeito, quanto ao órgão que o exerce o controle pode
ser administrativo, judicial ou legislativo. Quanto ao momento pode ser
prévio, concomitante ou posterior. Finalmente, quanto à origem ele pode ser
interno ou externo.

O controle interno exercido por órgão integrante da própria Administrativa


fiscalizadora e controladora. É todo controle realizado pelo próprio órgão em
relação a seus atos e aos atos de seus agentes. Também denominado
controle hierárquico, em razão da existência de subordinação interna.

O controle interno ou administrativo é o realizado pela própria


Administração, cujo fundamento é o princípio da autotutela, segundo o qual
a Administração pode anular seus atos quando eivados de vício de
legalidade ou revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade.

Além de outros princípios implícitos, podemos dizer que o controle interno


está previsto expressamente na Constituição, conforme art. 74, ao
estabelecer que os Poderes manterão de forma integrada, sistema de
controle interno.

Referido controle pode ocorrer por provocação dos interessados (art. 5º, Lei
nº 9.784/99), como consectário do direito de petição (art. 5º, XXXIV, “a”) ou
de ofício pela Administração.

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Por outro lado, é externo o controle realizado por um dos Poderes sobre o
outro, como também o controle da Administração Direta sobre a Indireta,
este também chamado de supervisão ministerial, controle finalístico, controle
de vinculação.

O controle externo pode ser exercido pelos órgãos de cúpula estranhos à


Administração Pública, verificando-se no caso o controle judicial e o controle
legislativo, consubstanciados no preceito constitucional segundo o qual os
poderes são harmônicos e independentes entre si, no entanto, cabendo a
cada poder fiscalizar o outro, conforme a teoria dos pesos e contrapesos.

Com efeito, a Constituição estabeleceu um tríplice controle da


Administração Pública, sendo: a) Controle administrativo (autocontrole ou
controle interno); b) Controle legislativo (parlamentar); c) Controle Judicial
(Sistema de Unidade de Jurisdição).

O controle prévio ou preventivo ocorre antes do ato de modo a impedir que


venha a ser praticado, eis que será considerado ilegal ou contrário ao
interesse público. Concomitante é o controle exercido no mesmo momento
em que o ato se realiza. É posterior quando realizado após a prática do ato.

Existe, ademais, o controle de legalidade ou de mérito, conforme se verifica


a concordância do ato com o ordenamento jurídico, ou seja, quanto à
legalidade do ato. De mérito diz respeito aos aspecto de conveniência e
oportunidade do ato.

O controle legislativo (Parlamentar) da Administração Pública Federal


engloba o controle político e o controle financeiro.

O controle político, exercido pelo Congresso Nacional, compreende os


aspectos de legalidade e conveniência pública. Entre as previsões
constitucionais (arts. 49 a 52) estão:

a) fiscalização de atos do Poder Executivo, incluídos os da Administração indireta (art. 49, X);
b) sustação de atos e contratos do Executivo (art. 71, §1º);

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c) convocação de Ministros e requerimento de informações; recebimento de petições,


queixas e representações dos administrados e convocação de qualquer autoridade ou
pessoa para depor;
d) Comissões Parlamentares de Inquérito (art. 58, §3º) - atividades investigatórias;
Autorizações ou aprovações do Congresso necessárias para atos concretos do Executivo;
(art. 49, incisos I, XII, XIII, XVI e XVII);
e) poderes controladores privativos dos Senadores (art. 52, III a IX);
f) julgamento anual das contas prestadas pelo Presidente da República (art. 49, IX);
g) suspensão e destituição (“impeachment”) do Presidente da República ou de Ministros
(arts. 85 a 86) (crimes de responsabilidade).

O controle financeiro (arts. 70 a 75 da CF/88) será exercido pelo Congresso


Nacional, mediante controle externo, com o auxílio do Tribunal de Contas da
União (TCU), e pelo sistema de controle interno de cada Poder. Compreende
a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial
da União e das entidades da administração direta e indireta e envolve
aspectos de legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das
subvenções e renúncia de receitas (art. 70, CF/88)

Em matéria financeira, seja em sede de controle interno, seja controle


externo, é importe a dicção da LC nº 101/00 – Lei de Responsabilidade Fiscal.
Entre as funções de controle exercidas pelo TCU (art. 71): fiscalização
financeira, consulta, informação, julgamento, sancionatória e ouvidoria.

No tocante ao controle judicial, é importante destacar que “no Brasil, ao


contrário do que ocorre em inúmeros países europeus, vigora o sistema de
jurisdição única, de sorte que assiste exclusivamente ao poder Judiciário
decidir, com força de definitividade, toda e qualquer contenda sobre a
adequada aplicação a um caso concreto, sejam quais forem os litigantes ou
a índole da relação jurídica controvertida”, conforme lição do Prof. Bandeira
de Mello.

O fundamento da adoção do sistema de unidade de jurisdição pelo Brasil


está disposto no art. 5º, XXXV, da CF/88: “A lei não excluirá da apreciação
do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”, conhecido como princípio
da inafastabilidade, inevitabilidade de jurisdição.

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A natureza do controle judicial sobre atos da Administração é


exclusivamente de legalidade. É vedado ao Judiciário, como têm decidido
os Tribunais, apreciar o mérito do ato administrativo, analisando os critérios
de conveniência e oportunidade, privativos do administrador.

Esse controle compreende a análise da legitimidade dos comportamentos


da Administração Pública, com a seguinte abrangência: anula condutas
ilegítimas da Administração Pública; obriga a Administração a cumprir as
condutas devidas; condena a Administração a indenizar os prejudicados.

Neste aspecto, é possível a utilização de qualquer instrumento judicial (ação)


para efeito de controle da Administração. No entanto, deve-se dar
destaque especial para as denominadas ações constitucionais de garantia
ou remédios constitucionais (abordados em direito constitucional), tal como:

• Habeas corpus (art. 5º, LXVIII), habeas data (art. 5º, LXXII), mandado de
segurança (art. 5º, LXIX e LXX), mandado de injunção (art. 5º, LXXI),
ação popular (art. 5º, LXXIII), ação civil pública (art. 129, III)
• Vale citar, ainda, as ações do controle de constitucionalidade: ação
direta de inconstitucionalidade, por ação ou omissão, ação
declaratória de constitucionalidade, argüição de descumprimento de
preceito fundamental.

Assim, a Constituição Federal estabelece as premissas do sistema de


Controle Interno que basicamente terá competências assemelhadas
àquelas exercidas pelo Tribunal de Contas na medida em que vai atuar em
seu auxílio, conforme se depreende do art. 74 que assim dispõe:

Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de


forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos
órgãos e entidades da administração federal, bem como da
aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias,
bem como dos direitos e haveres da União;

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IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.


§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem
conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão
ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.

A propósito, fique atento, pois esse controle é aquele exercício pelo mesmo
poder, na sua gestão administrativa interna, ou seja, por meio dos órgãos
que integram a sua própria estrutura.

O exercício desse controle pode ser iniciado por provocação ou por


iniciativa própria da Administração (ex officio) e é realizado pelos órgãos
que compõe os entes administrativos.

De todo modo, podemos verificar que o controle interno possui


competências bem similares àquelas conferidas ao controle externo
realizado pelo TCU no tocante ao objeto do controle das matérias
sindicadas. Todavia, sendo diversas somente a forma de exteriorização e as
conseqüências do exercício desse controle.

Gabarito: Certo.

2. (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO – MPE/AM – CESPE/2007) O controle


que os chefes exercem sobre os seus subordinados, na estrutura de um
órgão público, é uma modalidade de controle externo.

Comentário:

O controle que um superior exerce sobre um subordinado decorre do poder


hierárquico, ou seja, da estrutura de subordinação existente dentro da
Administração Pública, no âmbito de seus órgãos, uma relação de hierarquia
funcional.

Com efeito, se estamos falando de hierarquia funcional, só podemos


encontrá-la no exercício da atividade interna e do poder que tem a própria
Administração de rever seus atos, por mecanismos internos colocados à
disposição do chefe em relação aos seus subordinados.

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Vale transcrever a lição do Prof. Vicente Paulo no sentido de que o controle


que as chefias exercem sobre os atos de seus subordinados dentro de um
órgão público é classificado como controle interno.

Então, observe, toda vez que um órgão da Administração, por meio de seus
agentes, atua no sentido de corrigir, fiscalizar, comandar as atividades
internas, controlando-as, é atuação do controle interno, também
denominado controle hierárquico.

Gabarito: Errado.

3. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2008) O controle administrativo


corresponde ao exame que a administração pública faz sobre a sua
conduta, quanto à legalidade ou ao mérito de seus atos, por iniciativa
própria ou mediante provocação. A respeito do controle da administração,
dos princípios e dos poderes administrativos. ***. Os recursos administrativos
constituem mecanismos de controle interno, por meio do qual a
administração é provocada a fiscalizar seus próprios atos, visando ao
atendimento do interesse público e a preservação da legalidade.

Comentário:

É importante destacarmos que os recursos administrativos constituem


oportunidade de exercício do contraditório e da defesa pelo administrado
no âmbito administrativo.

Devemos lembrar que, segundo o Supremo Tribunal Federal, o princípio do


duplo grau de jurisdição não é uma garantia constitucional.

No entanto, no âmbito da Administração Pública Federal a Lei nº 9.784/99


adotou a regra de que os recursos tramitarão por no máximo três instâncias e
fez a previsão da interposição de recurso administrativo.

Assim, toda decisão administrativa deve ser comunicada ao interessado, a


fim de que possa questioná-la, acaso não se conforme com a medida, tanto
sob o aspecto de legalidade, quanto no tocante ao mérito administrativo.

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Devemos ter ciência de que o recurso administrativo é utilizado para levar


ao conhecimento de uma autoridade superior de decisão proferida por uma
que lhe seja subordinada, a fim de que exerça o poder de revisão sob os
aspectos de legalidade e de mérito.

Tais recursos são denominados, portanto, de recurso hierárquico próprio, ou


seja, são decorrências do poder de autotutela.

Por outro lado, ainda no controle interno, é possível a incidência do controle


finalístico de um órgão da Administração direta sobre uma entidade da
Administração indireta, é a denominada supervisão ministerial, ou seja, o
exercício do controle de tutela.

Referido controle depende de previsão expressa em lei na medida em que


diante da vinculação administrativa cabe aos órgãos da Administração
direta verificar se as entidades que foram criadas estão cumprindo seus fins
legais, nos limites do que a lei lhe possibilitar, eis que não há subordinação
entre elas, já que gozam de autonomia.

De forma, a fim de verificar se tais entidades cumprem seu papel, é possível


interpor o chamado recurso hierárquico impróprio, que é recurso destinado à
autoridade do órgão da Administração direta que exerce a tutela sobre a
entidade da Administração indireta.

Por isso, não tenhamos dúvidas de que os recursos administrativos são


instrumentos destinados à realização do controle interno, por meio do qual a
administração é provocada a fiscalizar seus próprios atos, visando ao
atendimento do interesse público e a preservação da legalidade.

Gabarito: Certo.

4. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/ES – CESPE/2009) O recurso hierárquico próprio


é dirigido à autoridade imediatamente superior, no mesmo órgão em que o
ato foi praticado, enquanto o recurso hierárquico impróprio é dirigido à
autoridade de outro órgão, não inserido na mesma hierarquia do que

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praticou o ato, sendo que o cabimento de ambos depende de previsão


legal expressa.

Comentário:

Observe a lição da Professora Di Pietro ao salientar que o recurso hierárquico


próprio é dirigido à autoridade imediatamente superior dentro do mesmo
órgão em que o ato foi praticado. Ele é uma decorrência da hierarquia e,
por isso, mesmo independe de previsão legal. Aqui temos a aplicação do
princípio da autotutela.

E, ademais, o recurso hierárquico impróprio é dirigido a autoridade de outro


órgão não integrado na mesma hierarquia daquele que proferiu o ato.
Precisamente por isso é chamado de impróprio. Aqui temos a incidência do
princípio da tutela.

Atenção que para a interposição de recurso hierárquico impróprio é


necessária expressa previsão legal. No entanto, o Prof. Celso Antônio ressalva
situações excepcionais em que se poderia exercer a tutela extraordinária, ou
seja, quando a entidade estaria atuando de forma deliberadamente
abusiva.

Gabarito: Errado.

5. (AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/ES – CESPE/2009) A autarquia, embora


possua personalidade jurídica própria, sujeita-se ao controle ou à tutela do
ente que a criou.

Comentário:

De fato, como observamos há o denominado controle de tutela, ou seja,


controle de finalidade que, nos termos e em conformidade com o que prevê
expressamente a lei, poderá ser realizado por um órgão integrante da
Administração direta sobre uma entidade da Administração indireta.

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Assim, as autarquias (entidades integrantes da Administração indireta) se


sujeitam à denominada supervisão ministerial ou controle de tutela a ser
realizado pelo ente que a criou, por meio de seus órgãos.

Gabarito: Certo.

6. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) O controle por vinculação


tem caráter externo, pois, nesse caso, o poder de fiscalização e de revisão é
atribuído a uma pessoa e é exercido sobre os atos praticados por pessoa
diversa.

Comentário:

Observamos que pode ocorrer o controle de um ente ou entidade sobre


seus próprios atos, denominado de controle de tutela ou hierárquico. Nesta
hipótese temos um controle decorrente da subordinação administrativa, ou
seja, realizando no âmbito interno de uma mesma pessoa, por meio de seus
órgãos.

De outro lado, temos o controle finalístico, chamado de supervisão ministerial


ou controle por vinculação, que tem caráter externo, já que é o controle de
um ente em uma entidade.

Gabarito: Certo.

7. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Denomina-se controle por


vinculação, e não por subordinação, o controle exercido por um ministério
sobre uma autarquia cujas atribuições lhe são afetas.

Comentário:

Percebem aí? É a mesma questão anterior. Então, o controle realizado por


um órgão da Administração Direta, ou seja, por um ente da Administração
direta sobre uma entidade da Administração Indireta é denominado
controle de tutela, por vinculação ou supervisão ministerial.

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Gabarito: Certo.

8. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) A supervisão ministerial


decorre do poder de autotutela da administração pública e configura-se
como modalidade especial de controle administrativo.

Comentário:

Então? A supervisão ministerial decorre do poder de tutela, ou seja, controle


de uma pessoa sobre outra. A autotutela é controle sobre seus próprios atos,
ou seja, de uma pessoa em si mesma.

Gabarito: Errado.

9. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2008) A CF assegura,


expressamente, a ampla defesa nos processos administrativos.

Comentário:

Nos termos da Constituição Federal, podemos observar a garantia dado aos


litigantes tanto em processo judicial quanto em processos administrativos no
que diz respeito ao devido processo legal, contraditório e ampla defesa,
princípios que garantem a democracia e a segurança jurídica, conforme art.
5º, incs. LIV e LV, assim expressos:

LIV - ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido


processo legal;

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos


acusados em geral são assegurados o contraditório e ampla defesa,
com os meios e recursos a ela inerentes;

Gabarito: Certo.

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10.(PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2008) Quanto ao efeito da


interposição do recurso, predomina a regra da suspensividade dos efeitos do
ato impugnado, tendo em vista a presunção de legalidade do ato
administrativo e a sua auto-executoriedade.

Comentário:

De fato, há predomínio do atributo da presunção de legalidade


(legitimidade e veracidade) dos atos administrativos.

Por questão de lógica, ou seja, se os atos praticados pela Administração


presumem-se verdadeiros e legais significa dizer que podem ser executados
diretamente (autoexecutoriedade). Assim, eventual decisão proferida, como
regra, não gozará de efeito suspensivo.

Com efeito, devemos perceber que os recursos administrativos, em regra,


são dotados de efeito devolutivo, ou seja, efeito de devolver à autoridade
que apreciará o recurso toda a matéria discutida e decidida pela
autoridade anterior.

Então, o efeito suspensivo é exceção e como tal deve atender aos requisitos
legais e ser admitido por lei.

Nesse sentido, vale citar o art. 61 da Lei nº 9.784/99 que estabelece a regra
da não aplicação do efeito suspensivo, salvo em situações que se
evidenciem prejuízos, senão vejamos:

Art. 61. Salvo disposição legal em contrário, o recurso não tem efeito
suspensivo.
Parágrafo único. Havendo justo receio de prejuízo de difícil ou incerta
reparação decorrente da execução, a autoridade recorrida ou a
imediatamente superior poderá, de ofício ou a pedido, dar efeito
suspensivo ao recurso.

Gabarito: Errado.

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11.(PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) A CGU é órgão de


controle externo.

Comentário:

A Controladoria-Geral da União (CGU) é o órgão do Governo Federal


responsável, no âmbito do Poder Executivo, a auxiliar o Presidente em temas
relativos à defesa do patrimônio público e ao incremento da transparência
da gestão, por meio das atividades de controle interno, auditoria pública,
correição, prevenção e combate à corrupção e ouvidoria.

Esse órgão também deve exercer, como órgão central, a supervisão técnica
dos órgãos que compõem o Sistema de Controle Interno e o Sistema de
Correição e das unidades de ouvidoria do Poder Executivo Federal,
prestando a orientação normativa necessária.

Vê-se, com isso, que a CGU é órgão integrante do Poder Executivo Federal é
tem o papel de fiscalizar os atos do próprio Executivo. Por isso, o controle
realizado pela CGU é controle interno.

Gabarito: Errado.

12.(PROCURADOR – BANCO CENTRAL/2009) O órgão competente para


decidir o recurso administrativo poderá, de ofício, confirmar, modificar,
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria
for de sua competência, mesmo quando o tema não for objeto de recurso
voluntário. Da mesma maneira, não há necessidade de, na hipótese de a
nova decisão agravar a situação do recorrente, dar oportunidade ao
interessado para formular alegações antes da nova decisão.

Comentário:

Como observamos o controle administrativo, realizado por meio do controle


interno, é amplo, ou seja, é realizado sob os aspectos de legalidade e de
mérito do ato administrativo.

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Assim, uma vez provocado, por força de recurso administrativo, ou de ofício


o órgão poderá rever seus atos, confirmando-os, modificando-os, anulando-
os ou mesmo revogando-os, total ou parcialmente, observada a
competência interna.

No entanto, se de referida decisão agravar a situação do recorrente,


deverá, obrigatoriamente, ser expedido comunicado para que se manifeste,
a fim de se observar os princípios constitucionais do contraditório e ampla
defesa, conforme dispõe o art. 64 da Lei nº 9.784/99:

Art. 64. O órgão competente para decidir o recurso poderá confirmar,


modificar, anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão
recorrida, se a matéria for de sua competência.
Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder
decorrer gravame à situação do recorrente, este deverá ser
cientificado para que formule suas alegações antes da decisão.

Gabarito: Errado.

13.(ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) Ao Poder Judiciário é


defeso analisar os atos administrativos dos demais poderes.

Comentário:

No âmbito do controle judicial pode o Judiciário, uma vez provocado,


analisar os atos administrativos, anulando-os se eivados de vício de
legalidade, ou seja, se ilegais.

A vedação existente ao Judiciário é a revogação de ato administrativo na


medida em que a apreciação de mérito é ato exclusivo do agente público
competente, da Administração, isto porque não cabe ao Judiciário adentrar
aos aspectos da conveniência e oportunidade administrativa, sob pena de
violação ao princípio da separação de poderes.

Porém, como disse, o Poder Judiciário poderá anular o ato administrativo em


quaisquer de seus elementos, inclusive, no tocante ao mérito, se este for
ilegal, desproporcional, por exemplo.

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Gabarito: Errado.

14.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) A principal característica


do sistema denominado contencioso administrativo é a de que os
ordenamentos jurídicos que o adotam conferem a determinadas decisões
administrativas a natureza de coisa julgada oponível ao próprio Poder
Judiciário.

Comentário:

Como salientado, no Brasil vigora o sistema de jurisdição única, cabendo


apenas ao Poder Judiciário proferir decisões com força de definitividade
(coisa julgada).

De outro lado, na França vigora o sistema denominado contencioso


administrativo ou dual, onde temos uma dualidade de jurisdição, a Judicial e
a Administrativa.

Neste caso, também a jurisdição administrativa profere decisões com


atributo de definitivo, ou seja, coisa julgada, oponível inclusive ao Poder
Judiciário.

Gabarito: Certo.

15.(ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJDFT – CESPE/2008) Por


integrar o Poder Judiciário, mesmo as funções tipicamente administrativas
exercidas pelo TJDFT estão sujeitas apenas ao controle judicial.

Comentário:

Vimos que a Administração Pública pode anular seus atos ilegais e revogar
os inoportunos e inconvenientes, de acordo com o princípio da autotutela,
aplicação do controle hierárquico.

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Assim, sobre seus próprios atos, o TJDFT (Tribunal de Justiça do Distrito Federal
e Territórios) exerce o poder de autotutela no que diz respeito ao exercício
de sua função administrativa, ou seja, no exercício de sua função atípica
administrativa poderá tanto anular quanto revogar seus próprios atos
administrativos, além de estar sujeito ao controle judicial.

Tome cuidado, no entanto, que o controle interno é exercido por órgão


administrativo integrante da própria estrutura do Tribunal, ou pelos superiores
em relação aos seus subordinados.

Agora, quando um servidor entra com uma ação para anular um ato
praticado pela Administração do Tribunal, e assim provoca a jurisdição de
que um Juiz venha a anular um ato administrativo do TJDFT, não estaremos
diante do controle interno. É controle externo e judicial.

Gabarito: Errado.

16.(ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) No controle dos atos


discricionários, os quais legitimam espaço de liberdade para o
administrador, o Poder Judiciário deve, em regra, limitar-se ao exame da
legalidade do ato, sendo vedada a análise dos critérios de conveniência e
oportunidade adotados pela administração.

Comentário:

Como verificamos, no controle de legalidade, o Poder Judiciário não


adentra a análise dos aspectos meritórios do ato, ou seja, não adentra na
análise da conveniência e oportunidade do ato.

Gabarito: Certo.

17.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Controle de mérito é aquele


em que o órgão controlador faz o confronto entre a conduta administrativa e
uma norma jurídica vigente e eficaz, que pode estar na CF ou em lei
complementar ou ordinária.

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Comentário:

O controle de mérito é verificação da adequação do ato ao interesse


público, ou seja, se há conveniência e oportunidade na realização do ato.
De outro lado, o controle de legalidade é a verificação de compatibilidade,
de adequação da conduta e o ordenamento jurídico, seja uma lei ou a
Constituição.

Gabarito: Errado.

18.(EXAME DE ORDEM – OAB – CESPE/2008) O controle judicial da atividade


administrativa do Estado é sempre exercido a posteriori, ou seja, depois que
os atos administrativos são produzidos e ingressam no mundo jurídico.

Comentário:

É importante destacar que o controle poderá ser prévio, concomitante ou


posterior.

O controle prévio ou preventivo é aquele exercido antes do ato ter sido


praticado ou de sua conclusão. O concomitante (simultâneo) é aquele que
é exercido durante a realização do ato e, finalmente, o controle
subseqüente ou posterior é aquele realizado após o ato ter sido praticado.

Com efeito, o controle judicial, como regra, incide sobre o ato praticado, ou
seja, é subseqüente. Todavia, é possível a utilização de ações para evitar
lesão a direito líquido e certo, por exemplo, tal como no mandado de
segurança preventivo, conforme dispõe o art. 5º, inc. LXIX, CF/88 c/c a Lei nº
12.016/2005:
Art. 5º.
LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;

Gabarito: Errado.

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19.(PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/ 2010) O controle judicial da


administração é sempre posterior; somente depois que os atos
administrativos são produzidos e ingressam no mundo jurídico é que o Poder
Judiciário atua para, a pedido dos interessados, examinar a legalidade
desses atos.

Comentário:

Acabamos de verificar que o controle judicial, em que pese servir para


afastar as lesões cometidas, ou seja, ser posterior ao ato, é possível a
utilização de ações para evitar lesão, de modo a ocorrer preventivamente,
evitando-se que os atos venham a ingressar no mundo jurídico de modo a
afetar direitos dos administrados.

Gabarito: Errado.

20.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Na medida em que o


controle de legalidade dos atos dos Poderes Executivo e Legislativo é
exercido apenas pelo Poder Judiciário, ele se caracteriza como um controle
externo, e não interno.

Comentário:

Pudemos constatar a existência de três tipos de controle, o Administrativo, o


Executivo e o Legislativo. Assim, no que tange a legalidade dos atos, o
controle pode ser interno ou mediante controle externo de qualquer pdoer,
tal como feito pelo Tribunal de Contas no que dize respeito aos atos do
próprio Executivo.

Assim, não só o Judiciário exerce o controle externo de legalidade sobre os


atos do Executivo, como também o Legislativo.

Gabarito: Errado.

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21.(ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O mandado de


segurança é meio de controle da administração pública cuja finalidade é a
invalidação de atos e contratos administrativos ilegais, lesivos ao patrimônio
público, à moralidade administrativa e ao meio ambiente.

Comentário:

Conforme acabamos de ver, o Mandado de Segurança é um dentre as


várias ações colocadas à disposição para tutela de direitos individuais em
face de atos estatais violadores de direitos e garantias fundamentais.

No entanto, nos termos do art. 5º, inc. LXIX, da CF/88 o mandado de


segurança é ação destinada a proteger direito líquido e certo, não amparo
por habeas corpus ou habeas data, em face de ato de autoridade ilegal ou
abusivo, conforme assim expresso:

LXIX - conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito


líquido e certo, não amparado por "habeas-corpus" ou "habeas-data",
quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for
autoridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de
atribuições do Poder Público;

De outro lado, temos a ação popular que é ação conferida a qualquer


cidadão, destinada a anular ato lesivo ao patrimônio público, à moralidade
administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural,
disciplinada na Lei nº 4.717/65 (LAP), conforme art. 5º, inc. LXXIII, da CF/88,
que assim dispõe:
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo
comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da
sucumbência;

Por isso, enquanto o mandado de segurança é impetrado para proteger


direito líquido e certo em razão de ato (omissivo ou comissivo) ilegal ou
abusivo, praticado por autoridade ou pessoa investida em representação
estatal, a ação popular visa anular ato (ou contrato) lesivo ao patrimônio

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público, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio


histórico e cultural.

Gabarito: Errado.

22.(JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2008) A educação


infantil, direito fundamental de toda criança, submete-se, em seu processo
de concretização, a avaliações puramente discricionárias da administração
pública, subordinando-se, portanto, a razões de pragmatismo
governamental. Eventual controle jurisdicional a ser exercido sobre a
implementação desse direito está limitado pela discricionariedade político-
administrativa dos entes políticos.

Comentário:

Então, é o que acabamos de verificar, ou seja, não compete ao Judiciário


avaliar as questões de mérito do ato administrativo, de modo que não lhe é
dado o poder de substituir ao administrador e avaliar as questões inerentes à
conveniência e oportunidade, isto é a discricionariedade administrativa.

Todavia, é fato que mesmo os atos discricionários, como a definição de


políticas públicas, encontra limite no ordenamento jurídico. De modo que
poderá o Poder Judiciário verificar o cumprimento de tais limites, tal como a
omissão do Poder Público em implementar políticas públicas estabelecidas
constitucionalmente.

Por óbvio, tal controle não é de mérito, mas de legalidade em sentido


amplo, ou seja, de jurisdicidade.

Gabarito: Errado.

23.(TÉCNICO FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2009) Não é


possível o controle de legalidade exercido pelo Poder Judiciário na hipótese
de remoção de servidor público de ofício, mas com características de
perseguição política, em razão de a motivação atender ao interesse da
administração.

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Comentário:

Conforme vimos, é sempre possível o controle de legalidade dos atos


administrativos pelo Poder Judiciário, sobretudo na hipótese de remoção
com desvio de finalidade como é o caso. O que é vedado ao Judiciário é
revogar o ato administrativo, pois tal medida somente pode ser adotada
pela própria Administração.

Assim, acaso a remoção tenha sido utilizada para outros fins que não os
legais, ocorre o desvio, de modo que é permitido ao Judiciário exercer o
controle de legalidade sobre tal ato. Nesse sentido, vale transcrever
ilustrativa jurisprudência do STJ acerca do tema:

ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL. REMOÇÃO EX-OFFÍCIO. PODER


JUDICIÁRIO. CONTROLE DA LEGALIDADE. (REPRESÁLIA). DESVIO DE
FINALIDADE. SÚMULA Nº 07/STJ.
I. A atuação do Poder Judiciário no controle dos atos administrativos
limita-se aos aspectos da legalidade e moralidade, obstaculizado o
adentrar do âmbito do mérito administrativo, da sua conveniência e
oportunidade.
II. Se o Tribunal a quo, com base na análise do acervo probatório
produzido nos autos, reconheceu que a remoção do servidor ocorreu
como represália, com desvio de finalidade, infirmar tal entendimento
ensejaria o reexame de provas, o que encontra óbice no verbete da
Súmula nº 07 deste Tribunal.
Recurso não conhecido.
(REsp 616.771/CE, Rel. Ministro FELIX FISCHER, QUINTA TURMA, julgado
em 19/05/2005, DJ 01/07/2005 p. 599)

Gabarito: Errado.

24.(PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO – MPE/AM – CESPE/2007) O controle


popular dos atos da administração pública só se consolida por intermédio da
atuação do MP.

Comentário:

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O Ministério Público é importante órgão na fiscalização da Administração


Pública, tendo a sua disposição a Ação Civil Pública para tutela dos
interesses difusos e coletivos e contra, dentre outros objetos, atos lesivos ao
patrimônio público.

É importante observar que o Ministério Público não é o único órgão


competente para propor ação civil públicas, podem outros órgãos e
entidades da Administração propô-las, por exemplo a Defensoria Pública, e
os entes ou entidades da Administração Pública etc.

Com efeito, o controle popular é efetivado por meio de ação popular (art.
5º, inc. LXXIII, CF/88 c/c Lei nº 4.717/65), conforme já anotamos, ou ainda por
meio de representação aos poderes constituídos, a exemplo do Ministério
Público ou do Tribunal de Contas.

Gabarito: Errado.

25.(ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) Todas


as pessoas físicas ou jurídicas são partes legítimas para propor ação popular
que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o
Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural.

Comentário:

Conforme verificamos, ação que tem sua regulamentação prevista na Lei


4.717/65, instrumento destinado à proteção dos interesses da coletividade,
chamada ação popular é destinada ao cidadão.

Então, não é qualquer pessoa que poderá propor referida ação. Trata-se de
instrumento colocado à disposição do cidadão. Com efeito, na hipótese, a
lei exige que a pessoa física demonstre essa especial qualidade por meio de
documento que comprove estar em dias com as obrigações eleitorais.

PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO POPULAR. ATO PRATICADO POR PREFEITO.

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HOMOLOGAÇÃO DE CONCURSO PARA PROVIMENTO DE EMPREGO


PÚBLICO OBJETO DE ANULAÇÃO. CONCURSADOS QUE FORAM
EXONERADOS E NÃO PARTICIPARAM DA LIDE. AUSÊNCIA DE CITAÇÃO
DOS LITISCONSORTES NECESSÁRIOS. NULIDADE CONFIGURADA.
1. A ação popular reclama cúmulo subjetivo no pólo passivo, cujo
escopo é o de alcançar e convocar para o âmbito da ação, não
apenas os responsáveis diretos pela lesão, mas todos aqueles que, de
forma direta ou indireta, tenham concorrido para sua ocorrência, bem
assim os que dela se beneficiaram ou se prejudicaram.
2. É cediço em abalizada doutrina sobre o thema que: "(...) a
insubsistência do ato atacado passa a ser uma inovação no statu quo
ante que se coloca em face de todos os co-réus. Daí a necessidade,
sentida pelo legislador, de que venham aos autos todos os legítimos
contraditores, até para que se cumpra o art. 47 do CPC (...)." Rodolfo
de Camargo Mancuso, in Ação Popular, RT, 5ª ed., 2003, p-172 3.
Consectariamente, devem ser citados para integrar o litisconsórcio
passivo necessário simples, os sujeitos elencados no art. 6° c/c art. 1°,
da Lei 4717/65, verbis: "Art. 1º: Qualquer cidadão será parte legítima
para pleitear a anulação ou a declaração de nulidade de atos lesivos
ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados, dos
Municípios, de entidades autárquicas, de sociedades de economia
mista, de sociedades mútuas de seguro nas quais a União represente
os segurados ausentes, de empresas públicas, de serviços sociais
autônomos, de instituições ou fundações para cuja criação ou custeio
o tesouro público haja concorrido ou concorra com mais de
cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita ânua, de empresas
incorporadas ao patrimônio da União, do Distrito Federal, dos Estados
e dos Municípios, e de quaisquer pessoas jurídicas ou entidades
subvencionadas pelos cofres públicos." omissis "Art. 6°: A ação será
proposta contra as pessoas públicas ou privadas e as entidades
referidas no art. 1º, contra as autoridades, funcionários ou
administradores que houverem autorizado, aprovado, ratificado ou
praticado o ato impugnado, ou que, por omissas, tiverem dado
oportunidade à lesão, e contra os beneficiários diretos do mesmo.
§ 1º Se não houver benefício direto do ato lesivo, ou se for ele
indeterminado ou desconhecido, a ação será proposta somente
contra as outras pessoas indicadas neste artigo.

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§ 2º No caso de que trata o inciso II, item "b", do art. 4º, quando o valor
real do bem for inferior ao da avaliação, citar-se-ão como réus, além
das pessoas públicas ou privadas e entidades referidas no art. 1º,
apenas os responsáveis pela avaliação inexata e os beneficiários da
mesma.
§ 3º A pessoa jurídica de direito público ou de direito privado, cujo ato
seja objeto de impugnação, poderá abster-se de contestar o pedido,
ou poderá atuar ao lado do autor, desde que isso se afigure útil ao
interesse público, a juízo do respectivo representante legal ou
dirigente.
4. A Ação Popular, in casu, ajuizada em face da Prefeitura do
Município de Itaí e da CEMAT, cuja sentença proclamou a nulidade
de Concurso Público, bem como, dos atos posteriores à realização do
certame, processou-se sem que tenham integrado o pólo passivo da
demanda o Prefeito Municipal e os aprovados e empossados que
foram exonerados em decorrência de referida anulação.
5. A exegese da legislação aplicável à Ação Popular revela que as
pessoas jurídicas de direito público, cuja citação se faz necessária
para integrar o litisconsórcio passivo necessário simples, restringem-se
àquelas cujos atos estejam sendo objeto da impugnação, vale dizer,
no caso sub judice, o Prefeito Municipal que homologou o Concurso
cuja nulidade foi decretada e os servidores que foram exonerados em
razão da anulação do certame. Precedentes do STJ: REsp 258.122/PR,
DJ 05.06.2007 e REsp 266219/RJ, DJ 03.04.2006).
6. Recurso especial provido para declarar a nulidade do presente feito
determinando que se proceda à citação de todos os litisconsortes
necessários passivos na ação popular, prejudicada a análise das
demais questões suscitadas.
(REsp 762.070/SP, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em
17/12/2009, DJe 10/02/2010)

Gabarito: Errado.

26.(ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) O presidente de um


tribunal de justiça estadual tem disponível no orçamento do tribunal a
quantia de R$ 2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes
de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz jus, em

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média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da Corte determinou, por


Portaria publicada no Diário Oficial, o pagamento das verbas apenas aos
desembargadores, devendo os juízes de direito aguardar nova
disponibilização de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é
devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento inicial em
razão de os desembargadores estarem em nível hierárquico superior ao dos
juízes. Irresignados, alguns juízes pretendem ingressar com ação popular
contra o ato que determinou o pagamento das verbas aos
desembargadores. Considerando a situação hipotética acima apresentada,
julgue os itens subsequentes, acerca do controle e dos princípios
fundamentais da administração pública. Mesmo sendo a hipótese de
cabimento de ação popular, a associação de juízes que se sentiu lesada
com o ato do presidente do tribunal tem legitimidade para propor esse tipo
de ação.

Comentário:

Como acabamos de verificar, a ação popular tem por legitimado ativo o


cidadão, desse modo a associação de juízes não poderia propor referida
ação, cabendo-lhe, atendida as condições legais, propor ação civil pública.

Gabarito: Errado.

27.(ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) O


mandado de segurança é cabível contra ato de pessoa jurídica que,
embora privada, exerça atribuição do poder público.

Comentário:

De fato, o mandado de segurança é impetrado contra ato de autoridade


ou pessoa jurídica no exercício de função delegada, ou seja, que exerça
atribuição do poder público.

Nesse sentido, pacífico o entendimento do Superior Tribunal de Justiça.


Ilustrativamente:
PROCESSUAL CIVIL. ATO DE AUTORIDADE. DELEGAÇÃO. CABIMENTO
DO MANDADO DE SEGURANÇA.

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1. No tocante ao pólo passivo do Mandado de Segurança, o Superior


Tribunal de Justiça tem entendimento de que o agente com funções
delegadas do Poder Público inclui-se no conceito de autoridade,
consoante prevê o art. 1º da Lei 1.533/1951.
2. Agravo Regimental não provido.
(AgRg no Ag 1138004/RJ, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 23/06/2009, DJe 27/08/2009)

A nova lei do mandado de segurança (Lei nº 12.016/2009), conforme


parágrafo 1º, artigo 1º, para não deixar qualquer dúvida sobre o tema, assim
dispõe:
Art. 1º. Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito
líquido e certo, não amparado por habeas corpus ou habeas data,
sempre que, ilegalmente ou com abuso de poder, qualquer pessoa
física ou jurídica sofrer violação ou houver justo receio de sofrê-la por
parte de autoridade, seja de que categoria for e sejam quais forem as
funções que exerça.
§ 1º Equiparam-se às autoridades, para os efeitos desta Lei, os
representantes ou órgãos de partidos políticos e os administradores de
entidades autárquicas, bem como os dirigentes de pessoas jurídicas
ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público,
somente no que disser respeito a essas atribuições.

Gabarito: Certo.

28. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) O direito de petição


previsto na CF é instrumento hábil para provocar a atuação do controle
administrativo estatal.

Comentário:

Dentre os instrumentos constitucionais postos à disposição do administrativo a


fim de que provoque a própria Administração para realização de controle
de seus atos temos o direito de petição, conforme prevê o art. 5º, inc. XXXIV,
al. “a”, CF/88, que assim dispõe:

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XXXIV - são a todos assegurados, independentemente do pagamento


de taxas:
a) o direito de petição aos Poderes Públicos em defesa de direitos ou
contra ilegalidade ou abuso de poder;

Gabarito: Certo.

29.(ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJDFT – CESPE/2008) O controle


dos atos da administração pública pode ser exercido de forma interna, pelos
tribunais de contas estaduais e do DF, ou de forma externa, pelo Tribunal de
Contas da União e pelo Poder Judiciário.

Comentário:

Atenção para o seguinte: O Tribunal de Contas é órgão auxiliar do Poder


Legislativo, que tem função, também típica, de realizar a fiscalização dos
gastos públicos.

Assim, devemos lembrar que controle interno é sempre o controle exercido


pelo próprio órgão ou por órgão do mesmo poder, e controle externo é
aquele realizado por órgão de outro poder.

Conforme leciona Petrônio Braz, “controle interno dos atos administrativos é


exercido pela própria administração através de seus próprios órgãos, em
presença do poder hierárquico, visando à legalidade dos atos de que
resultem o nascimento ou a extinção de direitos e obrigações e a fidelidade
funcional dos agentes administrativos”.

Dessa forma, controle realizado por Tribunal de Contas é controle externo,


tipo de controle legislativo-financeiro, nos termos dos arts. 70 a 75 da
Constituição Federal que determina a fiscalização contábil, financeira e
orçamentária a cargo do Congresso Nacional com o auxílio do Tribunal de
Contas da União, conforme o seguinte:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional


e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,

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aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo


Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:

Vale ressaltar que o controle judicial, por outro lado, é aquele realizado pelo
Poder Judiciário no exercício de sua função típica, de modo que lhe cabe a
possibilidade de anular os atos da Administração Pública (não poderá
revogá-los, pois não pode substituir o administrador na decisão de mérito do
ato administrativo).

Então, tanto o controle realizado por Tribunal de Contas Estaduais, do DF ou


da União será hipótese de controle externo.

Gabarito: Errado.

30.(ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TST – CESPE/2007) Para o


exercício do controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário, foi criado o Conselho Nacional de Justiça, que substituiu o Tribunal
de Contas da União nesse papel.

Comentário:

Com a Reforma do Judiciário, conforme Emenda Constitucional nº 45/04, foi


inserido no texto constitucional o art. 103-B que criou o Conselho Nacional de
Justiça.
Art. 103-B. O Conselho Nacional de Justiça compõe-se de quinze
membros com mais de trinta e cinco e menos de sessenta e seis anos
de idade, com mandato de dois anos, admitida uma recondução,
sendo: (Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004)

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O CNJ é órgão integrante do Poder Judiciário que tem a competência de


fiscalizar a atuação administrativa e financeira do Poder Judiciário e do
cumprimento dos deveres funcionais dos juízes, nos termos do art. 103, §4º da
CF, que assim expressa:

§ 4º Compete ao Conselho o controle da atuação administrativa e


financeira do Poder Judiciário e do cumprimento dos deveres
funcionais dos juízes, cabendo-lhe, além de outras atribuições que lhe
forem conferidas pelo Estatuto da Magistratura:

Nesse mesmo sentido, foi criado no âmbito do Ministério Público o Conselho


Nacional do Ministério Público, conforme art. 130-A, o qual estabelece:

Art. 130-A. O Conselho Nacional do Ministério Público compõe-se de


quatorze membros nomeados pelo Presidente da República, depois
de aprovada a escolha pela maioria absoluta do Senado Federal,
para um mandato de dois anos, admitida uma recondução, sendo:
§ 2º Compete ao Conselho Nacional do Ministério Público o controle
da atuação administrativa e financeira do Ministério Público e do
cumprimento dos deveres funcionais de seus membros, cabendo lhe:

É importante destacar que tais órgãos são instrumentos do controle interno,


ou seja, o CNJ exerce o controle interno do Poder Judiciário e o CNMP do
Ministério Público.

No entanto, a existência desses órgãos não afastou a função constitucional


do Tribunal de Contas da União que continua, em auxílio ao Congresso
Nacional, realizando o controle externo dos Poderes da União e suas
entidades administrativas.

Gabarito: Errado.

31.(ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) O TCU


integra a estrutura do Poder Legislativo e exerce a atividade auxiliar de
controle externo da administração pública, da qual não faz parte o controle

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da legalidade dos atos administrativos, porque essa atribuição é reservada


ao Poder Judiciário.

Comentário:

Nos termos do art. 71 da CF/88, o controle externo, a cargo do Congresso


Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União,
cabendo-lhes a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade e economicidade, conforme disposto no
art. 70, in verbis:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional


e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.

Gabarito: Errado.

32.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) O titular do controle externo


da atividade financeira do Estado é o TCU.

Comentário:

Nos termos do art. 71 da CF/88, o controle externo, a cargo do Congresso


Nacional, será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União,
cabendo-lhes a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial da União e das entidades da administração direta e indireta,
quanto à legalidade, legitimidade e economicidade, conforme disposto no
art. 70, in verbis:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional


e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo

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Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de


controle interno de cada Poder.

Observem que o Tribunal de Contas da União é órgão auxiliar do Legislativo,


que tem a função de fiscalizar os demais entes.

No entanto, a Banca considerou a questão como correta na medida em


que o Tribunal de Contas, muito embora auxiliar do Congresso Nacional, é
visto como órgão independente, ou seja, atua com absoluta autonomia
administrativa e técnica. Por isso, seria o considerado o titular da função
fiscalizatória. Ressalvo, no entanto, meu entendimento no sentido de ser a
função fiscalizatória conferido ao Congresso Nacional que possui órgão
técnico a auxiliá-lo em tal atividade.

Gabarito: Certo.*

33.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Segundo a CF, o controle


externo da administração pública federal é exercido pelo Tribunal de Contas
da União, tanto sob os aspectos de legalidade e legitimidade quanto sob os
de economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas.

Comentário:

Observem a sutileza, até para demonstrar o que ressaltei na questão


anterior. O controle externo é exercido pelo Congresso Nacional, com auxílio
do Tribunal de Contas, conforme estabelece o art. 70, CF/88, que assim
dispõe:
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.

Gabarito: Errado.

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34.(EXAME DE ORDEM – OAB – CESPE/2008) Cabe à assembléia legislativa de


cada estado da Federação exercer o controle financeiro do governo
estadual e das prefeituras, com o auxílio do tribunal de contas do estado
respectivo.

Comentário:

O Controle financeiro, modalidade de controle externo, é exercido pelo


Poder Legislativo. No âmbito federal é realizado pelo Congresso Nacional
com o auxílio do Tribunal de Contas da União.

Nos Estados e Distrito Federal é realizado pela Assembléia Legislativa e


Câmara Legislativa, com o auxílio do Tribunal de Contas Estadual e Distrital,
respectivamente.

Outrossim, no caso dos Municípios, o controle é realizado pela Câmara de


Vereadores, ou seja, Assembléia Municipal, com o auxílio do Tribunal de
Contas Municipal ou Conselho de Contas Municipal onde houver, onde não
houver o Poder Legislativo o exercerá sem tal auxílio.

Gabarito: Errado.

35.(EXAME DE ORDEM – OAB – CESPE/2008) A prerrogativa atribuída ao Poder


Legislativo de fiscalizar a receita, a despesa e a gestão dos recursos públicos
abrange somente os atos do Poder Executivo, estando excluídos dessa
apreciação os atos do Poder Judiciário.

Comentário:

Conforme dispõe a Constituição Federal em seu artigo 70, compete ao


Congresso Nacional exercer a fiscalização contábil, financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial da União e suas entidades, modelo
que serve de simetria para os Estados, DF e Municípios, nos seguintes moldes:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional


e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,

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aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo


Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de
1998)
Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será
exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:

....
Art. 75. As normas estabelecidas nesta seção aplicam-se, no que
couber, à organização, composição e fiscalização dos Tribunais de
Contas dos Estados e do Distrito Federal, bem como dos Tribunais e
Conselhos de Contas dos Municípios.

Então, devemos atentar para o fato de que não só o Poder Executivo está
sob a fiscalização do Poder Legislativo, como também está o Poder
Judiciário.

Vale ressaltar, ademais, que o Judiciário está ainda submetido, no âmbito do


controle interno, à fiscalização do Conselho Nacional de Justiça, conforme
art. 130-A da CF/88.

Gabarito: Errado.

36.(ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A aplicação


das subvenções e as renúncias de receitas estão entre os atos sujeitos à
fiscalização do controle externo.

Comentário:

Conforme estabelece o art. 70, CF/88, o controle externo atuará mediante


fiscaliza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da

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União e das entidades da administração direta e indireta, quanto à


legalidade, legitimidade, economicidade, aplicação das subvenções e
renúncia de receitas, e será exercida pelo Congresso Nacional, com auxílio
do Tribunal de Contas, e pelo sistema de controle interno de cada Poder.

Gabarito: Certo.

37.(EXAME DE ORDEM – OAB – CESPE/2008) No exercício de suas funções


constitucionais, cabe ao Tribunal de Contas da União julgar as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, bem como as contas daqueles que
provocarem a perda, o extravio ou outra irregularidade que cause prejuízo
ao erário público.

Comentário:

O Tribunal de Contas da União, conforme já observamos, é órgão auxiliar do


Congresso Nacional na realização de sua atividade de fiscalização da
Administração Pública, denominando-se controle externo legislativo,
conforme art. 71 c/c art. 70 ambos da CF/88, que assim dispõem:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será


exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:
........
Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.

Com efeito, cabe ao Tribunal de Contas da União julgar as contas dos


administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, bem como as contas daqueles que
provocarem a perda, o extravio ou outra irregularidade que cause prejuízo
ao erário público, conforme o art. 71, inc. II, da CF/88 que assim determina:

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II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por


dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta,
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário
público;

Gabarito: Certo.

38.(PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) O controle externo será


exercido pelo TCU, ao qual compete julgar as contas dos administradores e
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
pelo poder público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário.

Comentário:

Essa questão é basicamente repetição da questão anterior. Tome nota dela,


pois conforme o art. 71, inc. II, da CF/88, compete ao Tribunal de Contas
julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por dinheiros,
bens e valores públicos da administração direta e indireta, incluídas as
fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder Público federal, e
as contas daqueles que derem causa a perda, extravio ou outra
irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público.

Gabarito: Certo

39.(ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A empresa


supranacional encontra-se sob a jurisdição dos órgãos de controle externo,
desde que a União detenha, de forma direta ou indireta, a maioria do capital
social dessa empresa, nos termos do seu tratado constitutivo.

Comentário:

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Novamente o mesmo ponto. Então, conforme disposto no art. 71, inc. II, da
CF/88, compete ao Tribunal de Contas julgar as contas dos administradores e
demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos da administração
direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas
pelo Poder Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário público,
nestes exatos termos:

II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por


dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta,
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário
público;

Para arrematar, dispõe o art. 71, inc. V, que compete ao TCU “fiscalizar as
contas nacionais das empresas supranacionais de cujo capital social a
União participe, de forma direta ou indireta, nos termos do tratado
constitutivo”

Gabarito: Errado.

40.(ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) O


controle financeiro exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal
de Contas alcança qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos.
Em razão do sistema de jurisdição única adotado no Brasil, as pessoas
privadas, físicas ou jurídicas, estão sujeitas apenas ao controle de legalidade
exercido pelo Poder Judiciário, não sendo passíveis de controle legislativo.

Comentário:

Nessa questão quer se confundir os instrumentos. Como bem ressaltado, no


âmbito do exercício do controle externo, levado a efeito pelo Tribunal de
Contas, estará submetido à sua jurisdição qualquer pessoa, pública ou
particular, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro,
bens e valores públicos.

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Trata-se de jurisdição administrativa (controle legislativo), que não afasta a


judicial. Podendo, por óbvio, aquele que sofrer a fiscalização do TCU e, por
conseqüência, sofrer algum gravame levar à querela ao Poder Judiciário.

Todavia, isso não significa que somente respondem no âmbito Judicial,


conforme o sistema de unidade de jurisdição. É que também responderão
perante o Tribunal de Contas da União.

Gabarito: Errado.

41.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) O controle financeiro


exercido pelo Poder Legislativo da União, com auxílio do Tribunal de Contas
da União, alcança a administração direta e indireta, bem como entidades
privadas que guardem bens ou valores da União.

Comentário:

E aí? Mais fácil agora, não é? Então, a controle financeiro realizado pelo
Legislativo, com auxílio do TCU, alcança qualquer pessoa, física ou jurídica,
de direito público ou de direito privado, quando estiver envolvido dinheiro,
bens ou valores provenientes da União, conforme dispõe o art. 70, parágrafo
único, da CF/88, assim expresso:

Art. 70. A fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional


e patrimonial da União e das entidades da administração direta e
indireta, quanto à legalidade, legitimidade, economicidade,
aplicação das subvenções e renúncia de receitas, será exercida pelo
Congresso Nacional, mediante controle externo, e pelo sistema de
controle interno de cada Poder.
Parágrafo único. Prestará contas qualquer pessoa física ou jurídica,
pública ou privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou
administre dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União
responda, ou que, em nome desta, assuma obrigações de natureza
pecuniária.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 1998)

Gabarito: Certo.

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42.(ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) Compete ao


TCU sustar, de imediato, contratos comprovadamente lesivos ao patrimônio
público.

Comentário:

As competências do Tribunal de Contas da União estão elencadas no art. 71


da CF/88 que assim dispõe:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será


exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:
I - apreciar as contas prestadas anualmente pelo Presidente da
República, mediante parecer prévio que deverá ser elaborado em
sessenta dias a contar de seu recebimento;
II - julgar as contas dos administradores e demais responsáveis por
dinheiros, bens e valores públicos da administração direta e indireta,
incluídas as fundações e sociedades instituídas e mantidas pelo Poder
Público federal, e as contas daqueles que derem causa a perda,
extravio ou outra irregularidade de que resulte prejuízo ao erário
público;
III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão
de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta,
incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão,
bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório;
IV - realizar, por iniciativa própria, da Câmara dos Deputados, do
Senado Federal, de Comissão técnica ou de inquérito, inspeções e
auditorias de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional
e patrimonial, nas unidades administrativas dos Poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário, e demais entidades referidas no inciso II;
V - fiscalizar as contas nacionais das empresas supranacionais de cujo
capital social a União participe, de forma direta ou indireta, nos termos
do tratado constitutivo;

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VI - fiscalizar a aplicação de quaisquer recursos repassados pela União


mediante convênio, acordo, ajuste ou outros instrumentos
congêneres, a Estado, ao Distrito Federal ou a Município;
VII - prestar as informações solicitadas pelo Congresso Nacional, por
qualquer de suas Casas, ou por qualquer das respectivas Comissões,
sobre a fiscalização contábil, financeira, orçamentária, operacional e
patrimonial e sobre resultados de auditorias e inspeções realizadas;
VIII - aplicar aos responsáveis, em caso de ilegalidade de despesa ou
irregularidade de contas, as sanções previstas em lei, que
estabelecerá, entre outras cominações, multa proporcional ao dano
causado ao erário;
IX - assinar prazo para que o órgão ou entidade adote as providências
necessárias ao exato cumprimento da lei, se verificada ilegalidade;
X - sustar, se não atendido, a execução do ato impugnado,
comunicando a decisão à Câmara dos Deputados e ao Senado
Federal;
XI - representar ao Poder competente sobre irregularidades ou abusos
apurados

Nesse sentido, é importante dizer que ao TCU não cabe sustar contratos
administrativos, eis que a competência é conferida diretamente ao
Congresso Nacional, conforme estabelece o art. 71, §1º, verbis:

§ 1º - No caso de contrato, o ato de sustação será


adotado diretamente pelo Congresso Nacional, que
solicitará, de imediato, ao Poder Executivo as medidas
cabíveis.

Gabarito: Errado.

43.(JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – CESPE/2008) O Tribunal de Contas, dentro do


poder geral de cautela, tem competência para determinar a quebra de
sigilo bancário do administrador público ordenador de despesa.

Comentário:

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É entendimento do Supremo Tribunal Federal que o Tribunal de Contas da


União possui legitimidade para expedir medidas cautelares com a finalidade
de prevenir a ocorrência de lesão ao erário, bem como de garantir a
efetividade de suas decisões (teoria dos poderes implícitos), conforme o
seguinte:
"(...) a atribuição de poderes explícitos, ao Tribunal de Contas, tais
como enunciados no art. 71 da Lei Fundamental da República, supõe
que se lhe reconheça, ainda que por implicitude, a titularidade de
meios destinados a viabilizar a adoção de medidas cautelares
vocacionadas a conferir real efetividade às suas deliberações finais,
permitindo, assim, que se neutralizem situações de lesividade, atual ou
iminente, ao erário público. Impende considerar, no ponto, em ordem
a legitimar esse entendimento, a formulação que se fez em torno dos
poderes implícitos, cuja doutrina, construída pela Suprema Corte dos
Estados Unidos da América, no célebre caso McCulloch v. Maryland
(1819), enfatiza que a outorga de competência expressa a
determinado órgão estatal importa em deferimento implícito, a esse
mesmo órgão, dos meios necessários à integral realização dos fins que
lhe foram atribuídos. (...) É por isso que entendo revestir-se de integral
legitimidade constitucional a atribuição de índole cautelar, que,
reconhecida com apoio na teoria dos poderes implícitos, permite, ao
Tribunal de Contas da União, adotar as medidas necessárias ao fiel
cumprimento de suas funções institucionais e ao pleno exercício das
competências que lhe foram outorgadas, diretamente, pela própria
Constituição da República." (MS 24.510, Rel. Min. Ellen Gracie, voto do
Min. Celso de Mello, julgamento em 19-11-2003, Plenário, DJ de 19-3-
2004.)

Na hipótese, o contraditório e ampla defesa são diferidos, ou seja, serão


realizados, no âmbito do Processo de Contas, porém posterior à medida
cautelar, que inclusive pode ser empreendida sem a oitiva da parte.

Vale destacar que o STF editou a Súmula Vinculante nº 03, segundo a qual:

Súmula Vinculante 03 - Nos processos perante o Tribunal de Contas da


União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da
decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo

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que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade


do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão.

No entanto, dentre os poderes conferidos ao Tribunal de Contas da União


não se verifica o poder de determinar a quebra de sigilo bancário, ainda
que por força de medida de natureza cautelar.

É que, conforme a LC nº 105/2001, o sigilo bancário somente poderá ser


quebrado por determinação Judicial ou ainda pelo Poder Legislativo ou por
Comissão Parlamentar de Inquérito, desde que tal medida tenha sido
aprovada pelo plenário da Casa ou da respectiva CPI.

Nesse sentido, vale transcrever o Informativo 493 do Supremo Tribunal Federal


que assim sintetizou a matéria:

INFORMATIVO Nº 493
TÍTULO: Quebra de Sigilo Bancário e TCU
PROCESSO: MS - 22801
ARTIGO
O Tribunal concedeu mandado de segurança impetrado pelo Banco
Central do Brasil - BACEN contra ato do Tribunal de Contas da União -
TCU que, ao proceder à auditoria na prestação de contas do
impetrante, relativa ao exercício de 1995, determinara-lhe que fosse
disponibilizado o acesso às transações do Sistema de Informações do
Banco Central - SISBACEN de potencial interesse ao controle externo,
sob pena de multa. Entendeu-se que a Lei Complementar 105/2001,
que dispôs específica e exaustivamente sobre o sigilo das operações
de instituições financeiras, não conferiu ao TCU poderes para
determinar a quebra do sigilo bancário de dados constantes do Banco
Central do Brasil. Asseverou-se que o art. 38 da Lei 4.595/64, que
regulava o sigilo das operações ativas e passivas e serviços prestados
pelas instituições financeiras, foi revogado pela referida lei
complementar, que previu a possibilidade de quebra do sigilo
bancário por determinação do Poder Judiciário, do Poder Legislativo
federal, bem como das Comissões Parlamentares de Inquérito, após
prévia aprovação do pedido pelo Plenário da Câmara dos
Deputados, do Senado Federal ou do plenário de suas respectivas

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comissões parlamentares de inquérito (LC 105/2001, artigos 3º e 4º, §§


1º e 2º). MS 22801/DF, rel. Min. Menezes Direito, 17.12.2007. (MS-22801)

Gabarito: Errado.

44.(JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – CESPE/2008) Os nomeados para cargos de


secretários de estado devem ter a legalidade de sua nomeação apreciada,
para fins de registro, no TC do respectivo estado.

Comentário:

Compete ao Tribunal de Contas verificar, para fins de registro, a legalidade


dos atos de admissão de pessoal, a qualquer título, ressalvado, no entanto,
as nomeações para cargo de provimento em comissão, pois são de livre
nomeação e exoneração.

Nesse sentido, estabelece o art. 71 da CF/88 que deve ser utilizado de forma
simétrica pelos Estados membros, no âmbito da Competência dos Tribunais
de Contas Estaduais, assim disposto:

Art. 71. O controle externo, a cargo do Congresso Nacional, será


exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União, ao qual
compete:

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão


de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta,
incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão,
bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório;

Por isso, o Tribunal de Contas não apreciará o ato de nomeação de


Secretários de Estado para fins de verificação de legalidade.

Gabarito: Errado.

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45.(JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2008) O tribunal de


contas, ao julgar a legalidade da concessão de aposentadoria, exerce o
controle externo que lhe foi atribuído pela Constituição, estando, em tal
momento, condicionado pelo princípio do contraditório.

Comentário:

Compete ao Tribunal de Contas apreciar, para fins de registro, a legalidade


dos atos de concessões de aposentadorias, reformas e pensões, Conforme
estabelece o art. 71, inc. III, CF/88, nos seguintes termos:

III - apreciar, para fins de registro, a legalidade dos atos de admissão


de pessoal, a qualquer título, na administração direta e indireta,
incluídas as fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público,
excetuadas as nomeações para cargo de provimento em comissão,
bem como a das concessões de aposentadorias, reformas e pensões,
ressalvadas as melhorias posteriores que não alterem o fundamento
legal do ato concessório;

Na hipótese de apreciação de legalidade do ato de concessão inicial de


aposentadoria não se assegura o contraditório e ampla defesa, pois não há
anulação ou revogação de ato administrativo, na medida em que o ato de
aposentadoria é complexo e só se aperfeiçoa com a homologação pelo
TCU. Nesse sentido a Súmula Vinculante nº 03, que assim prescreve:

Súmula Vinculante 03 - Nos processos perante o Tribunal de Contas da


União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da
decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade
do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão.

Gabarito: Errado.

46.(ASSESSOR TÉCNICO – TCE/RN – CESPE/2009) Nos processos perante TCs,


asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder
resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o

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interessado, inclusive a apreciação da legalidade do ato de concessão


inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

Comentário:

Conforme determina a súmula vinculante nº 3 do Supremo Tribunal Federal,


em harmonia com a Constituição Federal, deve-se observar no âmbito do
Tribunal de Contas o contraditório e ampla defesa, quando a decisão puder
resultar em gravame para o administrado, conforme assim expresso:

Súmula Vinculante 03 - Nos processos perante o Tribunal de Contas da


União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da
decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo
que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade
do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma ou pensão.

Gabarito: Errado.

47.(JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – CESPE/2008) As decisões do TC que imputem


multa têm natureza de título executivo judicial.

Comentário:

Trata-se de mais uma questão que busca saber as competências do Tribunal


de Contas, no exercício do controle externo da Administração Pública, de
que modo que a simetria constitucional seja observada pelos Estados-
membros.

Diante disso, dispõe o art. 71, §3º que as decisões do Tribunal que resulte
imputação débito ou multa têm eficácia de título executivo, conforme assim
expresso:
§ 3º - As decisões do Tribunal de que resulte imputação de débito ou
multa terão eficácia de título executivo.

É importante ressaltar que se trata de título executivo extrajudicial, ou seja,


não goza de força definitiva, podendo ser, todavia, executado em processo

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de execução perante o Poder Judiciário, dispensando-se a ação de


conhecimento.

Gabarito: Errado.

48.(ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) A fiscalização


financeira e orçamentária do Poder Executivo pelos tribunais de contas é
uma forma de controle da administração pública pelo Poder Judiciário.

Comentário:

Então, essa é fácil, não é? O Tribunal de Contas não é órgão integrante do


Poder Judiciário, muito embora exerça jurisdição, trata-se de apreciação de
contas públicas, exercendo o denominado controle externo legislativo.

Gabarito: Errado.

49.(ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL/RN – 2008) Os servidores públicos


federais responsáveis pelo controle interno de órgãos e entidades, ao
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, devem
comunicá-la ao TCU, sob pena de responsabilidade solidária.

Comentário:

Determina a Constituição Federal que os Poderes Legislativo, Executivo e


Judiciário mantenham, de forma integrada, sistema de controle interno, ou
seja, cada poder, no seu âmbito administrativo, terá órgão que exercerá o
controle interno de suas atividades, inclusive, apoiando o controle externo
em seus fins.
Art. 74. Os Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de
forma integrada, sistema de controle interno com a finalidade de:
I - avaliar o cumprimento das metas previstas no plano plurianual, a
execução dos programas de governo e dos orçamentos da União;
II - comprovar a legalidade e avaliar os resultados, quanto à eficácia e
eficiência, da gestão orçamentária, financeira e patrimonial nos

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órgãos e entidades da administração federal, bem como da


aplicação de recursos públicos por entidades de direito privado;
III - exercer o controle das operações de crédito, avais e garantias,
bem como dos direitos e haveres da União;
IV - apoiar o controle externo no exercício de sua missão institucional.

Nesse aspecto, conferiu-se importante responsabilidade aos responsáveis


pelo controle interno, na medida em que ao tomarem conhecimento de
qualquer irregularidade ou ilegalidade deverão dar ciência ao Tribunal de
Contas da União, sob pena de responsabilidade solidária.

Significa dizer que se o servidor responsável pelo controle interno tomar


conhecimento de ilegalidade ou irregularidade tem o dever de dar ciência
ao TCU sob pena de responder solidariamente com o causador do ato ilegal
ou irregular, conforme art. 74, §1º, CF/88, assim expresso:

§ 1º - Os responsáveis pelo controle interno, ao tomarem


conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, dela darão
ciência ao Tribunal de Contas da União, sob pena de
responsabilidade solidária.

Gabarito: Certo.

50.(PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPE/AM - 2007) Os agentes públicos


responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de qualquer
irregularidade ou ilegalidade, devem dar ciência do fato ao TCU, sob pena
de responsabilidade subsidiária.

Comentário:

Como é? Percebeu o erro aí? A responsabilidade será SOLIDÁRIA e não


subsidiária.

Entenda o seguinte: no caso de responsabilidade subsidiária primeiro


responderá o causador do dano ou ato lesivo, somente esgotado seus meios
de reparar o dano é que responderá o outro agente.

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Na responsabilidade solidária, poderá tanto ser chamado a responder o


causador do dano, quanto o servidor que faltou ao seu dever funcional,
independentemente de qualquer ordem ou preferência.

Gabarito: Errado.

51.(JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2008) Compete ao


tribunal de contas realizar por iniciativa própria, e não, por requisição de
qualquer das casas do Congresso Nacional ou de comissão parlamentar de
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil e financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial em qualquer das atividades
administrativas dos três poderes.

Comentário:

O Tribunal de Contas da União, muito embora auxilie o Congresso Nacional


no exercício da função fiscalizatória, é um órgão que goza de autonomia e,
assim, independentemente da provocação do Congresso poderá atuar
fiscalizando, realizando inspeções e auditorias de natureza contábil,
financeira, orçamentária, operacional e patrimonial da União, de suas
entidades da Administração Direta e Indireta.

Assim, não exerce o Tribunal competência sobre as atividades típicas do


Poder Judiciário e do Poder Legislativo, sua atuação é no tocante à
fiscalização, em quaisquer dos poderes, da atividade administrativa.

Outrossim, vale destacar que o Tribunal de Contas não age somente de


ofício, ou seja, poderá ser instado a atuar tanto por requisição do Poder
Legislativo (quaisquer de suas casas), como por representação de qualquer
cidadão, nos termos do §2º do art. 74:

Art. 74.
§ 2º - Qualquer cidadão, partido político, associação ou sindicato é
parte legítima para, na forma da lei, denunciar irregularidades ou
ilegalidades perante o Tribunal de Contas da União.

Gabarito: Errado.

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52. (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO – MPE/AM – CESPE/2007) A sustação,


pelo Congresso Nacional, de atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar configura controle externo.

Comentário:

Nos termos do art. 49, inc. V, da CF/88 compete exclusivamente ao


Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou da delegação legislativa. Veja:

Art. 49. É da competência exclusiva do Congresso Nacional:


V - sustar os atos normativos do Poder Executivo que exorbitem do
poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa;

Vê-se, portanto, que é a incidência de controle de um Poder sobre ato do


outro, ou seja, controle realizado pelo Poder Legislativo sobre ato do Poder
Executivo, configurando o controle externo.

Gabarito: Certo.

53.(PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/ 2010) No exercício de controle


de natureza política, o Congresso Nacional dispõe do poder de sustar os atos
normativos do Poder Executivo e do Poder Judiciário que exorbitem do poder
regulamentar.

Comentário:

Conforme estabelece o art. 49, inc. V, compete, exclusivamente, ao


Congresso Nacional sustar os atos normativos do Poder Executivo que
exorbitem do poder regulamentar ou dos limites de delegação legislativa.

Vê-se, portanto, que referido controle, denominado político, não alcança o


Poder Judiciário.

Gabarito: Errado.

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54.(PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPE/AM - 2007) A necessidade de


obtenção de autorização do Senado Federal para que os estados possam
contrair empréstimos externos configura controle repressivo da
administração pública.

Comentário:

Veja o seguinte: se o ato ainda não ocorreu, ou seja, se há a necessidade de


obter a autorização para contrair empréstimos externos, conforme art. 52,
inc. V, da CF/88, temos então um controle preventivo, ou seja, que ocorre
antes da realização do ato a fim de verificar sua regularidade.

Lembre-se que o controle repressivo é aquele que ocorre diante do ato já


praticado, em razão de vícios existentes.

Gabarito: Errado.

55.(ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) Os


tribunais de contas são órgãos auxiliares do Poder Legislativo e somente
atuam após provocação das respectivas casas legislativas.

Comentário:

É certo que os Tribunais de Contas são órgãos auxiliares do Poder Legislativo,


todavia, no exercício do controle político, podem e devem os Tribunais de
Contas atuar mesmo que a casa legislativa não tenha sido provocada, por
exemplo, no caso de tomada de contas especial, ou mesmo no caso de
nomeação de cargo efetivo, de aposentadoria dos servidores.

Gabarito: Errado.

56.(DEFENSOR PÚBLICO – DPE/ES – CESPE/2009) O controle financeiro


realizado pelo Poder Legislativo em face da administração pública envolve o
denominado controle de economicidade, de modo a permitir o exame do

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mérito, com a finalidade de verificar se o órgão procedeu da forma mais


econômica na aplicação da despesa pública, atendendo à relação custo-
benefício.

Comentário:

O controle financeiro é o controle externo exercido pelo Poder Legislativo


sobre o Executivo, o Judiciário e sobre sua própria Administração no que à
gestão dos recursos públicos (despesas, receitas etc).

Assim, conforme lição da professora Di Pietro, quanto aos aspectos


controlados, compreende: controle de legalidade, de legitimidade, de
economicidade, de fidelidade funcional, de resultados.

O controle de economicidade envolve o mérito do ato administrativo, ou


seja, realiza-se a verificação se o órgão atuou de modo mais econômico,
observando a relação de menor custo, com o maior benefício para a
Administração (relação custo-benefício).

Gabarito: Certo.

57.(ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) O controle


exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos praticados pela administração
pública limita-se às hipóteses previstas na CF, bem como nas modalidades
de controle estabelecidas nas constituições estaduais.

Comentário:

De fato, o controle realizado pelo Poder Legislativo tem suporte na


Constituição Federal. Todavia, referido controle não se limite às hipóteses
previstas nas Constituições, eis que a atuação pode será realizada nos
termos das leis, valendo como exemplo a atuação do Legislativo Municipal
que é fundada na Lei Orgânica Municipal.

Outrossim, o plexo de atos destinados ao controle legislativo na se esgota


nas normas constitucionais, se inserindo também no campo legislativo, tal
como na Lei de Responsabilidade Fiscal etc.

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Gabarito: Errado.

58.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) O controle exercido pelo


Poder Legislativo sobre a administração pública é de caráter exclusivamente
político.

Comentário:

É possível constatarmos, de tudo que vimos, que o Poder Legislativo não


realiza controle apenas de caráter político. Há o controle técnico, em
especial, no que diz respeito ao controle contábil e financeiro do Estado,
incidindo sob os aspectos de legalidade, legitimidade, economicidade,
dentre outros aspectos.

Gabarito: Errado.

RESPONSABILIDADE DO ESTADO

59.(PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Em uma rodovia estadual


muito movimentada, próxima ao centro da cidade, João colidiu o seu
veículo com uma vaca, que pertencia a Antônio, quando esta se encontrava
indevidamente no meio da pista, em uma área sem qualquer sinalização
sobre a existência de animais na região. Nessa situação, a responsabilidade
civil do Estado será objetiva.

Comentário:

A Constituição Federal, no art. 37, §6º introduziu a chamada


responsabilidade objetiva do Estado (extracontratual), calcada na teoria do
risco administrativo, segundo a qual as pessoas jurídicas de direito público e
as de direito privado, prestadoras de serviço público, são responsáveis pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, nestes
exatos termos:
§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito
privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos

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danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a


terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.

Nesse tipo de situação, o particular lesionado não carece demonstrar a


culpa em sentido amplo (culpa em sentido estrito: negligência, imprudência
ou imperícia -, ou dolo) do agente público para que a Administração venha
a responder, basta, tão-somente, demonstrar uma ação, o dano, o nexo de
causalidade entre a conduta e o dano.

Essa modalidade de responsabilidade se distingue da responsabilidade


objetiva por risco integral, pois nesta não se admite excludente de
responsabilidade. Já na objetiva, risco administrativo, é bem verdade,
afasta-se responsabilidade no caso de se demonstrar culpa exclusiva da
vítima, caso fortuito, força maior ou ausência de nexo causal. Entretanto, na
hipótese de culpa concorrente há a mera gradação da indenização a ser
concedida.

Todavia, nos casos de condenação da Administração em indenizar o


particular, caberá, uma vez demonstrada a culpa do agente, promover a
ação de regresso para se ver ressarcida do que despendeu.

Mas, nem sempre foi assim, houve época em que o Estado não respondia
pelos seus atos. Essa fase é conhecida como Teoria da Irresponsabilidade do
Estado.

Nesse período, dizia-se que o Rei, representante de Deus e por vezes a


própria divindade, jamais poderia errar ou cometer atos que supostamente
fossem reprováveis sob qualquer aspecto, pois sua vontade era algo
absolutamente irretocável.

Assim, vigia o princípio da irresponsabilidade do Estado, de maneira que não


haveria meios de responsabilizar o Estado pelos seus atos ou omissões.
Conhecidas as expressões que marcam sobremaneira essa fase, tal como Le
roi ne peut mal faire ou The king can do not wrong, ou seja, o rei não erra,
não faz mal.

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Nos Estados Unidos a teoria da irresponsabilidade perdurou até 1946, quando


por meio do Federal Tort Claim Act foi abolida, e na Inglaterra até 1947
quando foi editado o Crown Proceding Act. Nos dois Estados passou-se a
responder de forma subjetiva, ou seja, quando seus agentes causarem dano
por ação ou omissão culposa.

A teoria da irresponsabilidade em muitos lugares evoluiu para o sistema de


responsabilidade, passando em alguns países a haver temperamentos, tal
como na França, onde leis específicas previam a responsabilidade do Estado
(Lei do 28 pluvioso do Ano VIII), ou de seu agente, quando o ato pudesse ser
imputado diretamente a ele.

Passou-se, assim, a utilizar a Teoria da Responsabilidade Privada (também


chamada responsabilidade civil), que surgiu sob a idéia da responsabilidade
estatal baseada na culpa do agente. Em primeiro momento, houve uma
distinção entre os atos chamados de império (no qual o Estado não
respondia) e os chamados atos de gestão.

Essa teoria da responsabilidade civilista nasce sob o auspício da


jurisprudência, à margem do tratamento legal, tendo como marco histórico
o aresto do Tribunal de Conflitos Francês ao julgar o caso Agnes Blanco
(01.02.1873).

Conforme narra a profa. Di Pietro, a menina Agnés Blanco, ao atravessar


uma rua em Bordeaux, foi colhido por uma vagonete da Cia. Nacional de
Manufatura do Fumo; seu pai promoveu ação civil de indenização, com
base no princípio de que o Estado é civilmente responsável por prejuízos
causados a terceiros, em decorrência de ação danosa de seus agentes.

Suscitado conflito de atribuições entre a jurisdição comum e o contencioso


administrativo, o Tribunal de Conflitos decidiu que a controvérsia deveria ser
solucionada pelo tribunal administrativo, porque se tratava de apreciar a
responsabilidade decorrente de funcionamento do serviço público.

Entendeu-se que a responsabilidade do Estado não poderia reger-se pelos


princípios do Código Civil, porque se sujeitava às regras especiais que variam
conforme as necessidades do serviço e a imposição de conciliar os direitos
do Estado com os diretos privados.

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Tal evolução se deve ao memorável Conselheiro Davi, que apontou a


necessidade de evolução no tocante à responsabilidade civil do Estado,
que tal responsabilidade seria distinta da estabelecida nas relações privadas,
de maneira que não fosse necessário demonstrar a culpa individual, mas a
culpa do serviço.

A partir daí, podemos dizer que se começa a abandonar a teoria civilista


(culpa comum) caminhando-se para a teoria da responsabilidade subjetiva
do Estado baseada na culpa administrativa ou denominada falta do serviço.

A teoria da responsabilidade subjetiva do Estado evoluiu para a


responsabilidade subjetiva por culpa administrativa ou culpa anônima,
significa dizer que haveria a necessidade de se demonstrar que houve um
procedimento contrário ao direito, comumente chamado de ato ilícito.

A teoria da culpa administrativa funda-se na idéia de que a


responsabilidade do Estado não está vinculada a culpa individual (subjetiva)
do agente público. O Estado responderá, mesmo que agente não seja
culpado pelo evento danoso. Trata-se de culpa administrativa ou anônima
do serviço (culpa do serviço ou falta do serviço), que ocorre quando: i) o
serviço não existiu ii) serviço funcionou mal, iii) serviço atrasou.

Diante disso, tal teoria avança no sentido de evoluir para a denominada


teoria da responsabilidade objetiva em que a obrigação de reparar o dano,
por ato lícito ou ilícito, era cabível no caso de se comprovar a relação de
causalidade entre o dano e o ato do agente.

Na responsabilidade objetiva não se verifica ou analisa qualquer elemento


subjetivo, ou seja, não se verifica a necessidade de demonstra que o ato se
deu por culpa (culpa ou dolo).

Assim, enquanto na responsabilidade subjetiva (civilista) o dever de indenizar


se dá em razão da demonstração de culpa (dolo ou culpa em sentido
estrito) e na responsabilidade subjetiva por falta do serviço, a culpa é
presumida pela ausência do serviço, na responsabilidade objetiva não há
que se discutir acerca da culpa.

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É importante destacar que a teoria da responsabilidade objetiva também


evoluiu se dividindo em duas outras teorias, a teoria do risco administrativo e
a teoria do risco integral.

É a teoria do risco, que dá fundamento para responsabilidade objetiva,


baseando-se no fato de que deve ser repartido os benefícios gerados pela
atuação do Estado, de igual modo, todos devem suportar os encargos
advindos dessa atuação. Essas teorias levam em consideração a atividade
estatal.

A idéia de culpa é substituída pelo nexo de causalidade entre o


comportamento estatal e o dano sofrido, sem se cogitar em culpa do serviço
ou culpa do agente.

Como ressaltado, dividi-se em risco administrativo e risco integral. Na Teoria


do risco administrativo há possibilidade de causas excludentes de
responsabilidade (caso fortuito, força maior, culpa exclusiva da vítima), no
risco integral não se admite excludente, de modo que o Estado é
responsável pelo simples fato da atividade atuar em determina atividade
(dano nuclear, por exemplo).

O Prof. Celso Bandeira de Mello salienta que o estágio a que se caminha a


teoria da responsabilidade é para a teoria da responsabilidade do risco
social, onde o Estado seria responsável por condutas ainda que não fossem
imputadas ao próprio Estado.

No Brasil, é bom entendermos que a doutrina afirma que jamais passamos


pelo período da irresponsabilidade do Estado, sempre tendo sido adotada a
teoria da responsabilidade.

Nesse aspecto, em importante lição, o Prof. Celso Antônio Bandeira de Mello,


citando lição do Professor Oswaldo Aranha, salienta que a responsabilidade
objetiva do Estado será sempre por ação ou quando o Estado é o criador da
situação que induz o risco (presídio em local habitável, paiol de munições,
escolas etc). E, será subjetiva a responsabilidade decorrente de ato omissivo
do Estado.

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Assim, a responsabilidade na questão não decorre de ato estatal, por isso


não é objetiva. Ficaria a indagação se seria subjetiva, sob a modalidade de
falta do serviço, o que certamente poderia ser aplicado, eis que há prejuízos
pela falta de sinalização.

Lembre-se do seguinte:
ƒ Respondem objetivamente (independente de dolo ou culpa):
ƒ As pessoas jurídicas de direito público;
ƒ As pessoas jurídicas de direito privado, prestadoras de serviços
públicos

Gabarito: Errado.

60.(TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O Brasil adotou a


teoria da responsabilidade subjetiva do Estado, segundo a qual a
administração pública somente poderá reparar o prejuízo causado a terceiro
se restar devidamente comprovada a culpa do agente público.

Comentário:

No Brasil, de acordo com a Constituição Federal, há adoção da teoria da


responsabilidade objetiva, conforme dispõe o parágrafo 6º do art. 37, ao
asseverar que as pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado,
prestadoras de serviços públicos, respondem, independentemente de culpa,
pelos danos que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros.

É verdade, no entanto, que também se adota a responsabilidade subjetiva,


nos casos de omissão estatal, desde que o Estado não tenha criado a
situação de risco ou esteja na posição de garante (dever de cuidado, de
proteção, tendo em vista a criação do risco), eis que aqui também se adota
a teoria da responsabilidade objetiva.

“Responsabilidade civil do Estado. Art. 37, § 6º, da Constituição


do Brasil. Latrocínio cometido por foragido. Nexo de
causalidade configurado. Precedente. A negligência estatal
na vigilância do criminoso, a inércia das autoridades policiais
diante da terceira fuga e o curto espaço de tempo que se

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seguiu antes do crime são suficientes para caracterizar o nexo


de causalidade. Ato omissivo do Estado que enseja a
responsabilidade objetiva nos termos do disposto no art. 37, §
6º, da Constituição do Brasil.” (RE 573.595-AgR, Rel. Min. Eros
Grau, julgamento em 24-6-2008, Segunda Turma, DJE de 15-8-
2008.)

Outrossim, pode-se dizer que também adotamos a teoria da


responsabilidade subjetiva, sob a modalidade culpa administrativa, por fato
de terceiros ou da natureza, em razão do mal funcionamento dos serviços,
hipótese em que não é necessária a comprovação da culpa, pois o ônus se
inverte para o Estado, cabe ao administrado provar apenas que o serviço
não funcionou, funcionou mal ou não existiu.

Gabarito: Errado.

61.(TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A teoria da


irresponsabilidade do Estado é aplicável no direito brasileiro.

Comentário:

Não se aplica no âmbito da Administração Pública brasileira a teoria da


irresponsabilidade do ato, na medida em que a Administração responde por
ação ou omissão, dolosa ou culposa.

A teoria da irresponsabilidade não seria aplicável tendo em vista que


isentaria o agente e o Estado de responder pelos danos causados ao
terceiros, de modo que, na atualidade, incide a teoria da responsabilidade
estatal.

Gabarito: Errado.

62.(ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) A doutrina dominante é no sentido


de que se aplica a teoria da responsabilidade subjetiva nos casos de ato
comissivo estatal.

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Comentário:

Como já observamos a responsabilidade do Estado será objetiva ou


subjetiva. Ocorre a objetiva diante de atos estatais, ou seja, diante de ato
comissivo estatal. De outro lado, a responsabilidade subjetiva decorre da
omissão estatal, ou seja, dos atos omissivos, como regra.

Gabarito: Errado.

63.(ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Consoante a teoria do risco


administrativo, consagrada no ordenamento jurídico brasileiro, a
responsabilidade objetiva do Estado por danos causados aos administrados
baseia-se na equânime repartição dos prejuízos que o desempenho do
serviço público impõe a certos indivíduos, não suportados pelos demais.

Comentário:

De fato, como já destacado, a responsabilidade objetiva funda-se na


distribuição dos prejuízos, ou seja, no princípio da igualdade dos ônus ou
encargos sociais, de modo que eventual prejuízo sofrido por um em razão de
atuação do Estado, deve ser suportado por toda a coletividade.

"A responsabilidade civil do Estado, responsabilidade objetiva,


com base no risco administrativo, que admite pesquisa em
torno da culpa do particular, para o fim de abrandar ou
mesmo excluir a responsabilidade estatal, ocorre, em síntese,
diante dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação
administrativa; c) e desde que haja nexo causal entre o dano e
a ação administrativa. A consideração no sentido da licitude
da ação administrativa é irrelevante, pois o que interessa, é
isto: sofrendo o particular um prejuízo, em razão da atuação
estatal, regular ou irregular, no interesse da coletividade, é
devida a indenização, que se assenta no princípio da
igualdade dos ônus e encargos sociais." (RE 113.587, Rel. Min.
Carlos Velloso, julgamento em 18-2-1992, Segunda Turma, DJ de
3-3-1992.)

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Gabarito: Certo.

64.(PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) A responsabilidade das


autarquias pelos prejuízos causados a terceiros não é direta, de modo que,
diante da ocorrência de dano, o lesado deve buscar a reparação
diretamente ao ente federativo e não à autarquia.

Comentário:

Sabemos que as autarquias são pessoas jurídicas de direito público e como


tal gozam de autonomia administrativa, financeira e técnica. Assim, eventual
dano causado a terceiros haverá a responsabilidade direta da autarquia.

É importante destacar que o ente criador não responde subsidiariamente


pela autarquia, devendo ser demanda a própria autarquia e não o ente
federativo, salvo no caso de extinção da entidade, quando aí será
demandado o próprio criador.

Gabarito: Errado.

65.(ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2009) Para sua configuração, a


responsabilidade do Estado demanda os seguintes pressupostos: conduta
comissiva ou omissiva, ocorrência de dano, bem como nexo de causalidade
entre a conduta e o dano. No caso de responsabilização do Estado, os juros
moratórios fluem a partir do evento danoso, no percentual de 12% ao ano.

Comentário:

Para que se verifique a responsabilidade objetiva do Estado é necessária a


configuração dos seguintes elementos:
(a) ato comissivo
(b) dano
(c) nexo de causalidade material entre o eventus damni e o ato.

"A responsabilidade civil do Estado, responsabilidade objetiva,


com base no risco administrativo, que admite pesquisa em

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torno da culpa do particular, para o fim de abrandar ou


mesmo excluir a responsabilidade estatal, ocorre, em síntese,
diante dos seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação
administrativa; c) e desde que haja nexo causal entre o dano e
a ação administrativa. A consideração no sentido da licitude
da ação administrativa é irrelevante, pois o que interessa, é
isto: sofrendo o particular um prejuízo, em razão da atuação
estatal, regular ou irregular, no interesse da coletividade, é
devida a indenização, que se assenta no princípio da
igualdade dos ônus e encargos sociais." (RE 113.587, Rel. Min.
Carlos Velloso, julgamento em 18-2-1992, Segunda Turma, DJ de
3-3-1992.)

É importante destacar que a responsabilidade do Estado por omissão,


conforme doutrina majoritária, é do tipo subjetiva, adotando-se a denomina
culpa administrativa ou anônima.

"Tratando-se de ato omissivo do poder público, a


responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige
dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a negligência,
a imperícia ou a imprudência, não sendo, entretanto,
necessário individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao
serviço público, de forma genérica, a falta do serviço. A falta
do serviço – faute du service dos franceses – não dispensa o
requisito da causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade
entre a ação omissiva atribuída ao poder público e o dano
causado a terceiro." (RE 369.820, Rel. Min. Carlos Velloso,
julgamento em 4-11-2003, Segunda Turma, DJ de 27-2-2004.) No
mesmo sentido: RE 602.223-AgR, Rel. Min. Eros Grau, julgamento
em 9-2-2010, Segunda Turma, DJE de 12-3-2010; RE 409.203, Rel.
p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 7-3-
2006, Segunda Turma, DJ de 20-4-2007; RE 395.942-AgR, Rel. Min.
Ellen Gracie, julgamento em 16-12-2008, Segunda Turma, DJE
de 27-2-2009.

No entanto, como já destaquei, o Estado responde objetivamente, diante de


omissões, quando é o criador do risco e atua na posição de garantidor, ou
seja, daquele que tem o dever de cuidado com o bem.

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Acerca da condenação em danos, que pode ser moral ou patrimonial, é


certo que os juros fluem a partir do evento danoso, mas fica restrito a 6% (seis
por cento) conforme Lei nº 9.494/97 até a entrada em vigor do novo Código
Civil quando deverá observar a SELIC, conforme reiteradamente vem
decidido o Superior Tribunal de Justiça. Ilustrativamente:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – OFENSA AO ART. 535 DO


CPC NÃO-CONFIGURADA – RESPONSABILIDADE CIVIL DO
ESTADO POR OMISSÃO – ELEMENTO SUBJETIVO RECONHECIDO
PELA INSTÂNCIA ORDINÁRIA – SÚMULA 7/STJ – JUROS DE MORA –
ÍNDICE – ART; 1.062 DO CC/1916 E ART. 406 DO CC/2002 –
PRECEDENTE DA CORTE ESPECIAL – INDENIZAÇÃO POR DANOS
MATERIAIS E MORAIS – REVISÃO – IMPOSSIBILIDADE – SÚMULA
7/STJ – HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.
1. Não há ofensa ao art. 535 do CPC, pois o Tribunal de origem
se manifestou expressamente sobre a incidência da verba
honorária em 15% sobre a condenação, e sobre os juros legais,
fixados indevidamente em 12% ao ano.
2. A jurisprudência dominante tanto do STF como deste Tribunal,
nos casos de ato omissivo estatal, é no sentido de que se aplica
a teoria da responsabilidade subjetiva.
3. Hipótese em que o Tribunal local, apesar de adotar a teoria
da responsabilidade objetiva do Estado, reconheceu a
ocorrência de culpa dos agentes públicos estaduais na prática
do dano causado ao particular.
4. Os juros relativos ao período da mora anterior à data de
vigência do novo Código Civil (10.1.2003) têm taxa de 0,5% ao
mês (art. 1062 do CC/1916) e, no que se refere ao período
posterior, aplica-se o disposto no art. 406 da Lei 10.406, de
10.1.2002.
5. A Corte Especial do STJ, por ocasião do julgamento dos
Embargos de Divergência 727.842/SP, firmou posicionamento
de que o art. 406 do CC/2002 trata, atualmente, da incidência
da SELIC como índice de juros de mora, quando não estiver
estipulado outro valor.
6. A jurisprudência é pacífica no sentido de que a revisão do
valor da indenização somente é possível, em casos

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excepcionais, quando exorbitante ou insignificante a


importância arbitrada, em flagrante violação dos princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade, o que, todavia, in casu,
não se configurou.
7. É firme o entendimento da Primeira Seção quanto à
impossibilidade de, em Recurso Especial, modificar-se o
percentual de honorários sucumbenciais fixados pelas
instâncias de origem, salvo quando há fixação em valores
irrisórios ou excessivos, hipótese não configurada nos autos.
8. Recurso especial parcialmente provido.
(REsp 1069996/RS, Rel. Ministra ELIANA CALMON, SEGUNDA
TURMA, julgado em 18/06/2009, DJe 01/07/2009)

Gabarito: Errado.

66.(TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O nexo de causa e


efeito não constitui elemento a ser aferido na apuração de eventual
responsabilidade do Estado.

Comentário:

No âmbito da responsabilidade civil do Estado, como já observado, é


necessária a verificação do nexo de causalidade entre a conduta comissiva
ou omissiva estatal e o dano, sob pena de não se configura a
responsabilidade pela interrupção do nexo causal.

"A responsabilidade do Estado, embora objetiva por força do


disposto no art. 107 da EC 1/1969 (e, atualmente, no § 6º do art.
37 da Carta Magna), não dispensa, obviamente, o requisito,
também objetivo, do nexo de causalidade entre a ação ou a
omissão atribuída a seus agentes e o dano causado a terceiros.
Em nosso sistema jurídico, como resulta do disposto no art. 1.060
do Código Civil, a teoria adotada quanto ao nexo de
causalidade é a teoria do dano direto e imediato, também
denominada teoria da interrupção do nexo causal. Não
obstante aquele dispositivo da codificação civil diga respeito a
impropriamente denominada responsabilidade contratual,

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aplica-se ele também à responsabilidade extracontratual,


inclusive a objetiva, até por ser aquela que, sem quaisquer
considerações de ordem subjetiva, afasta os inconvenientes
das outras duas teorias existentes: a da equivalência das
condições e a da causalidade adequada." (RE 130.764, Rel.
Min. Moreira Alves, julgamento em 12-5-1992, Primeira Turma, DJ
de 7-8-1992.)

Gabarito: Errado.

67.(ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Caracterizada a responsabilidade


subjetiva do Estado, mediante a conjugação concomitante de três
elementos - dano, negligência administrativa e nexo de causalidade entre o
evento danoso e o comportamento ilícito do poder público -, é inafastável o
direito à indenização ou reparação civil de quem suportou os prejuízos.

Comentário:

Como já sabemos, o Estado pode responder sob a modalidade


responsabilidade objetiva ou sob a responsabilidade subjetiva. Nesta, é
necessária a demonstração de três elementos, sendo: o dano, o nexo de
causalidade, e o comportamento culposo do Estado.

Assim, diante da configuração desses elementos, estará configurada a


responsabilidade do Estado, que deverá suportar a indenização a fim de
reparar os prejuízos sofridos pelo terceiro.

Gabarito: Certo.

68.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Joaquim, motorista de


pessoa jurídica prestadora de serviço público, transportava documentos
oficiais que necessitavam ser entregues com urgência. No trajeto, Joaquim,
por imperícia e imprudência, envolveu-se em acidente de trânsito, no qual
colidiu com veículo de particular. A responsabilidade civil será exclusiva de
Joaquim, visto que agiu com imperícia e imprudência.

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Comentário:

Então, esse é o clássico exemplo da responsabilidade objetiva. É que o


agente estava transportando o documento na realização de suas
atribuições e colidiu com outro veículo.

Devemos lembrar a aplicação da teoria do órgão ou da imputação. Assim,


o dano causado pelo agente é imputado ou atribuído ao seu órgão e, por
isso, ao ente ou entidade administrativa.

Dessa maneira, a responsabilidade é objetiva, sendo atribuída ao próprio


ente ou entidade e somente regressivamente ao servidor, que não
responderá diretamente pelos danos causados.

"A responsabilidade do Estado, embora objetiva por força do


disposto no art. 107 da EC 1/1969 (e, atualmente, no § 6º do art.
37 da Carta Magna), não dispensa, obviamente, o requisito,
também objetivo, do nexo de causalidade entre a ação ou a
omissão atribuída a seus agentes e o dano causado a terceiros.
Em nosso sistema jurídico, como resulta do disposto no art. 1.060
do Código Civil, a teoria adotada quanto ao nexo de
causalidade é a teoria do dano direto e imediato, também
denominada teoria da interrupção do nexo causal. Não
obstante aquele dispositivo da codificação civil diga respeito a
impropriamente denominada responsabilidade contratual,
aplica-se ele também à responsabilidade extracontratual,
inclusive a objetiva, até por ser aquela que, sem quaisquer
considerações de ordem subjetiva, afasta os inconvenientes
das outras duas teorias existentes: a da equivalência das
condições e a da causalidade adequada." (RE 130.764, Rel.
Min. Moreira Alves, julgamento em 12-5-1992, Primeira Turma, DJ
de 7-8-1992.)

Gabarito: Errado.

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69.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) O Estado pode exercer o


direito de regresso contra o agente responsável pelo dano praticado,
independentemente de este ter agido com culpa ou dolo.

Comentário:

Conforme estabelece o art. 37, §6º, CF/88 quando o Estado for obrigado a
reparar o dano, deverá promover ação regressiva contra o agente que deu
causa ao dano, isso quando ficar demonstrado que este agiu com dolo ou
culpa.

Gabarito: Errado.

70.(PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Direito de regresso é o


assegurado ao Estado no sentido de dirigir sua pretensão indenizatória contra
o agente responsável pelo dano, independentemente de este ter agido com
culpa ou dolo.

Comentário:

Direito de regresso é o direito conferido ao Estado para promover ação com


a finalidade de se ver ressarcido do que eventualmente arcou no caso de
danos causados a terceiros, em razão de conduta, dolosa ou culposa, de
seus agentes.

Gabarito: Errado.

71.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Joaquim, motorista de


pessoa jurídica prestadora de serviço público, transportava documentos
oficiais que necessitavam ser entregues com urgência. No trajeto, Joaquim,
por imperícia e imprudência, envolveu-se em acidente de trânsito, no qual
colidiu com veículo de particular. A Constituição Federal de 1988 (CF)
adotou a responsabilidade objetiva do Estado, sob a modalidade do risco
integral, razão pela qual a pessoa jurídica deverá responder pelos danos.

Comentário:

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A Constituição Federal de 1988 não adotou a teoria da responsabilidade


administrativa sob a modalidade de risco integral. Essa modalidade de
responsabilidade objetiva, sob o risco integral, não admite excludente de
responsabilidade.

Com efeito, a responsabilidade objetiva ficará afastada toda vez que


houver a interrupção do nexo causal, na medida em que se demonstra que
não há relação entre o dano e a conduta estatal.

Nesse sentido, admite-se, a fim de demonstrar o rompimento do nexo, como


causas que excluem a responsabilidade a: culpa exclusiva da vítima; caso
fortuito; força maior.

Gabarito: Errado.

72.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Joaquim, motorista de


pessoa jurídica prestadora de serviço público, transportava documentos
oficiais que necessitavam ser entregues com urgência. No trajeto, Joaquim,
por imperícia e imprudência, envolveu-se em acidente de trânsito, no qual
colidiu com veículo de particular. Trata-se de hipótese que exclui o dever de
indenizar, visto que Joaquim estava executando serviço público de natureza
urgente.

Comentário:

Que é isso? Sempre desconfie dessas aberrações. Devemos lembrar, nos


termos do art. 37, §6º, CF/88 que as pessoas jurídicas de direito público e as
de direito privado, prestadoras de serviço público, respondem pelos danos
que seus agentes, nesta qualidade, causarem a terceiros.

Então, a frase mágica da questão é pessoa jurídica prestadora de serviço na


medida em que esta responde objetiva, ou seja, independentemente de
dolo ou culpa.

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Significa dizer que na responsabilidade objetiva não é necessário a


configuração da culpa lato sensu, basta que exista o ato imputado à
Administração, o dano e o nexo de causalidade entre o ato e dano.

Portanto, percebam que o dano decorre da atuação do motorista. Pois é,


ainda que ele (motorista) não tivesse agido com culpa, mas tivesse causado
o dano, incidiria o dever da Administração de indenizar, ante a aplicação
da responsabilidade objetiva.

Nesse caso, como o servidor agiu com culpa (foi negligente) deve o Estado
promover a ação regressiva a fim de que venha se ressarcir de eventual
indenização.

A propósito, só a título de curiosidade, se o servidor era motorista, como


poderia ser culpado por imperícia, já que a imperícia ocorre quando o
agente não tem conhecimento ou aptidão técnica para realizar o ato?
(risos).

Vale destacar que na responsabilidade objetiva, no risco administrativo,


admite-se excludente de responsabilidade por meio de culpa exclusiva da
vítima, caso fortuito ou força maior. Assim, a urgência não se insere dentre as
causas de excludente.

Gabarito: Errado.

73.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Joaquim, motorista de


pessoa jurídica prestadora de serviço público, transportava documentos
oficiais que necessitavam ser entregues com urgência. No trajeto, Joaquim,
por imperícia e imprudência, envolveu-se em acidente de trânsito, no qual
colidiu com veículo de particular. A responsabilidade civil será da pessoa
jurídica, na modalidade objetiva, com a possibilidade de direito de regresso
contra o motorista.

Comentário:

É isso aí! Exatamente isso, conforme verificamos na questão anterior, ou seja,


responde a pessoa jurídica na modalidade responsabilidade objetiva, com a

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possibilidade de direito de regresso contra o serviço, conforme estabelece o


art. 37, §6º da CF/88, vejamos:

§ 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de direito


privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a
terceiros, assegurado o direito de regresso contra o responsável
nos casos de dolo ou culpa.

Gabarito: Certo.

74.(TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) As empresas


prestadoras de serviços públicos não respondem pelos prejuízos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Em tal hipótese, o
ressarcimento do terceiro prejudicado deve ser feito diretamente pelo
agente causador do dano.

Comentário:

Como observamos, tanto as pessoas jurídicas de direito público, quanto as


pessoas jurídicas de direito privado, neste caso quando prestadoras de
serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes causarem nesta
condição, conforme dicção do art. 37, §6º, da CF/88.

Gabarito: Errado.

75.(TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A reparação do dano,


na hipótese de prejuízo causado a terceiros pela administração, pode ser
feita tanto no âmbito administrativo quanto no judicial.

Comentário:

De fato, é assente na doutrina que a reparação do dano pode ocorrer no


âmbito da própria Administração, por meio de processo administrativo, uma
vez demonstrado o dano, promovendo a própria Administração Pública a
reparação do dano. De outro lado, como é cediço, acaso não ocorra a

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reparação no âmbito administrativo, poderá o prejudicado provocar o


poder judiciário a fim de buscar a reparação.

Gabarito: Certo.

76.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – 2010) A reparação de danos causados a


terceiros somente pode ser feita no âmbito judicial, pois a administração não
está legitimada a, por si só, reconhecer a sua responsabilidade e definir o
valor de uma possível indenização.

Comentário:

Pois é? É exatamente igual à questão anterior. De modo que a reparação,


indenização, pode ocorrer no âmbito Administrativo ou perante o Judiciário.

Gabarito: Errado.

77.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – 2010) Os agentes que, por ação ou


omissão, podem gerar a responsabilidade civil do Estado são os servidores
estatutários, uma vez que apenas eles têm relação de trabalho que os
vincula diretamente à administração.

Comentário:

Como sabido, a responsabilidade civil do Estado decorre de dano causado


por agente, agindo nesta condição. Significa dizer que o agente público
está atuando no exercício de suas funções ou em decorrência dela.

A expressão agente, é importante destacar, deve ser concebida em sentido


amplo, ou seja, de modo a compreender os agentes políticos,
administrativos, honoríficos, credenciados e os delegados, não se
restringindo apenas aos servidores públicos (estatutários).

Gabarito: Errado.

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78.(PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Para efeito de


responsabilidade civil do Estado, considera-se agente o servidor que, em sua
atuação, causar dano a terceiros. Exclui-se, assim, dessa noção as pessoas
que não têm vínculo típico de trabalho com a administração e os agentes
colaboradores e sem remuneração.

Comentário:

Como destacado, a expressão agente tem alcance mais amplo, não se


referindo tão-somente aos servidores públicos, na medida em que engloba,
inclusive, os funcionários das pessoas jurídicas de direito privado prestadoras
de serviços públicos, os temporários, os honoríficos, bem como os
credenciados.

Gabarito: Errado.

79.(PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Pedro foi preso


preventivamente, acusado de praticar conduta descrita como crime; essa
prisão durou 824 dias, após os quais o acusado foi devidamente inocentado,
com base na ausência notória de autoria. Nessa situação, conforme
entendimento do STJ, haverá responsabilidade objetiva do Estado por dano
moral.

Comentário:

Observe que o dano poderá ser moral ou material, ou seja, não quer dizer
que o dano deve ser apenas ao patrimônio material (bens móveis ou
imóveis) da pessoa. Pode ser em relação aos seus direitos de personalidade,
tal como imagem, honra.

Assim, se por ato da Administração (Estado) ocorreu um dano a terceiro,


surge o dever de indenizar.

Nesse sentido é o entendimento do Superior Tribunal de Justiça.


Ilustrativamente:

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PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE


OBJETIVA DO ESTADO. DANO MORAL. GARANTIA DE RESPEITO
À IMAGEM E À HONRA DO CIDADÃO. INDENIZAÇÃO CABÍVEL.
PRISÃO CAUTELAR. ABSOLVIÇÃO. ILEGAL CERCEAMENTO DA
LIBERDADE. PRAZO EXCESSIVO. AFRONTA AO PRINCÍPIO DA
DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA PLASMADO NA CARTA
CONSTITUCIONAL. MANIFESTA CAUSALIDADE ENTRE O "FAUTE DU
SERVICE" E O SOFRIMENTO E HUMILHAÇÃO SOFRIDOS PELO RÉU.
1. A Prisão Preventiva, mercê de sua legalidade, dês que
preenchidos os requisitos legais, revela aspectos da Tutela
Antecipatória no campo penal, por isso que, na sua gênese
deve conjurar a idéia de arbitrariedade.
2. O cerceamento oficial da liberdade fora dos parâmetros
legais, posto o recorrente ter ficado custodiado 741 (setecentos
e quarenta e um) dias, lapso temporal amazonicamente
superior àquele estabelecido em Lei - 81 (oitenta e um) dias -
revela a ilegalidade da prisão.
3. A coerção pessoal que não enseja o dano moral pelo
sofrimento causado ao cidadão é aquela que lastreia-se nos
parâmetros legais (Precedente: REsp 815004, DJ 16.10.2006 -
Primeira Turma).
4. A contrario senso, empreendida a prisão cautelar com
excesso expressivo de prazo, ultrapassando o lapso legal em
quase um décuplo, restando, após, impronunciado o réu, em
manifestação de inexistência de autoria, revela-se inequívoco
o direito à percepção do dano moral.
5. A doutrina legal brasileira à época dos fatos assim dispunha:
"Código Civil de 1916: Art. 159 - Aquele que, por ação ou
omissão voluntária, negligência, ou imprudência, violar direito,
ou causar prejuízo a outrem fica obrigado a reparar o dano."
"Art. 1550 - A indenização por ofensa à liberdade pessoal
consistirá no pagamento das perdas e danos que sobrevierem
ao ofendido, e no de uma soma calculada nos termos do
parágrafo único do art. 1.547.
Art, 1551 - Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal (art.
1.550): (...) III- a prisão ilegal (art. 1.552).
Art. 1552 - No caso do artigo antecedente, no III, só a
autoridade, que ordenou a prisão, é obrigada a ressarcir o

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dano" Por sua vez, afere-se do Código Civil em vigor que: "Art.
186 - Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência
ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda
que exclusivamente moral, comete ato ilícito." "Art.954 - A
indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no
pagamento das perdas e danos que sobrevierem ao ofendido,
e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto
no parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade
pessoal: (....) III - a prisão ilegal." Do Código de Processo Penal:
"Art. 630 - O Tribunal, se o interessado o requerer, poderá
reconhecer o direito a uma justa indenização pelos prejuízos
sofridos;
§ 1º - Por essa indenização, que será liquidada no juízo cível,
responderá a União, se a condenação tiver sido proferida pela
justiça do Distrito Federal ou de Território, ou o Estado, se o tiver
sido pela respectiva justiça.
§ 2º - A indenização não será devida: a) se o erro ou a injustiça
da condenação proceder de ato ou falta imputável ao próprio
impetrante, como a confissão ou a ocultação de prova em seu
poder;
b) se a acusação houver sido meramente privada." 6. O
enfoque jurisprudencial do tema restou assentado no Resp
427.560/TO, DJ 30.09.2002 Rel. Ministro Luiz Fux, verbis:
"PROCESSO CIVIL. ERRO JUDICIÁRIO. ART. 5º, LXXV, DA CF.
PRISÃO PROCESSUAL. POSTERIOR ABSOLVIÇÃO. INDENIZAÇÃO.
DANOS MORAIS.
1. A prisão por erro judiciário ou permanência do preso por
tempo superior ao determinado na sentença, de acordo com o
art. 5º, LXXV, da CF, garante ao cidadão o direito à
indenização.
2. Assemelha-se à hipótese de indenizabilidade por erro
judiciário, a restrição preventiva da liberdade de alguém que
posteriormente vem a ser absolvido. A prisão injusta revela
ofensa à honra, à imagem, mercê de afrontar o mais
comezinho direito fundamental à vida livre e digna. A
absolvição futura revela da ilegitimidade da prisão pretérita,

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cujos efeitos deletérios para a imagem e honra do homem são


inequívocos (notoria no egent probationem).
3. O pedido de indenização por danos morais decorrentes de
restrição ilegal à liberdade, inclui o dano moral, que in casu,
dispensa prova de sua existência pela inequivocidade da
ilegalidade da prisão, duradoura por nove meses. Pedido
implícito, encartado na pretensão às perdas e danos.
Inexistência de afronta ao dogma da congruência (arts. 2º, 128
e 460, do CPC).
4. A norma jurídica inviolável no pedido não integra a causa
petendi. "O constituinte de 1988, dando especial relevo e
magnitude ao status libertatis, inscreveu no rol da chamadas
franquias democráticas uma regra expressa que obriga o
Estado a indenizar a condenado por erro judiciário ou quem
permanecer preso por tempo superior ao fixado pela sentença
(CF, art. 5º, LXXV), situações essas equivalentes a de quem
submetido à prisão processual e posteriormente absolvido.
5. A fixação dos danos morais deve obedecer aos critérios da
solidariedade e exemplaridade, que implica na valoração da
proporcionalidade do quantum e na capacidade econômica
o sucumbente.
6. Recurso Especial desprovido."
7. A prisão ilegal por lapso temporal tão excessivo, além da
violação do cânone constitucional específico, afronta o
Princípio Fundamental da República Federativa do Brasil,
consistente na tutela da Dignidade Humana, norma
qualificada, que, no dizer insuperável de Fábio Konder
Comparato é o centro de gravidade do direito na sua fase
atual da ciência jurídica.
8. É que a Constituição da República Federativa do Brasil, de
índole pós-positivista e fundamento de todo o ordenamento
jurídico expressa como vontade popular que a mesma,
formada pela união indissolúvel dos Estados, Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito
ostentando como um dos seus fundamentos a dignidade da
pessoa humana como instrumento realizador de seu ideário de
construção de uma sociedade justa e solidária.

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9. Consectariamente, a vida humana passou a ser o centro do


universo jurídico, por isso que a aplicação da lei, qualquer que
seja o ramo da ciência onde se deva operar a concreção
jurídica, deve perpassar por esse tecido normativo-
constitucional, que suscita a reflexão axiológica do resultado
judicial.
10. Direitos fundamentais emergentes desse comando maior
erigido à categoria de princípio e de norma superior estão
enunciados no art. 5º da Carta Magna, e dentre outros, o que
interessa ao caso sub judice destacam-se: (...) LXV - a prisão
ilegal será imediatamente relaxada pela autoridade judiciária;
11. A garantia in foco revela inequívoca transgressão aos mais
comezinhos deveres estatais, consistente em manter-se preso
um ser humano por quase 800 (oitocentos) dias consecutivos,
preventivamente, e, sem o devido processo legal após
exculpado, com afronta ao devido processo legal.
12. A responsabilidade estatal, quer à luz da legislação
infraconstitucional (art. 159 do Código Civil vigente à época da
demanda) quer à luz do art. 37, §6º da CF/1988 sobressai
evidente.
13. Deveras, a dignidade humana retrata-se, na visão Kantiana,
na autodeterminação e na vontade livre daqueles que
usufruem de uma vida sadia.
14. O reconhecimento da dignidade humana, outrossim, é o
fundamento da liberdade, da justiça e da paz, razão por que a
Declaração Universal dos direitos do homem, inaugura seu
regramento superior estabelecendo no art. 1º que "todos os
homens nascem livres e iguais em dignidade e direitos". Deflui
da Constituição Federal que a dignidade da pessoa humana é
premissa inarredável de qualquer sistema de direito que afirme
a existência, no seu corpo de normas, dos denominados
direitos fundamentais e os efetive em nome da promessa da
inafastabilidade da jurisdição, marcando a relação umbilical
entre os direitos humanos e o direito processual.
15. Deveras, à luz das cláusulas pétreas constitucionais, é
juridicamente sustentável assentar que a proteção da
dignidade da pessoa humana perdura enquanto subsiste a
República Federativa, posto seu fundamento.

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16. O direito à liberdade compõe a gama dos direitos


humanos, os quais, segundo os tratadistas, são inatos,
universais, absolutos, inalienáveis e imprescritíveis. Por isso que a
exigibilidade a qualquer tempo dos consectários às violações
dos direitos humanos decorre do princípio de que o
reconhecimento da dignidade humana é o fundamento da
liberdade, da justiça e da paz.
17. A ampliação da responsabilidade estatal, com vistas a
tutelar a dignidade das pessoas, sua liberdade, integridade
física, imagem e honra, não só para casos de erro judiciário,
mas também de cárcere ilegal e, igualmente, para hipóteses
de prisão provisória injusta, embora formalmente legal, é um
fenômeno constatável em nações civilizadas, decorrente do
efetivo respeito a esses valores" (Roberto Delmanto Junior - In
"As Modalidades de Prisão Provisória e seu Prazo de Duração -
2ª edição - Renovar - páginas 377/386)
18. A Responsabilidade estatal é inequívoca porquanto há
causalidade entre o "faute du service" na expressão dos
doutrinadores franceses, doutrina inspiradora do tema e o
sofrimento e humilhação experimentados pelo réu, exculpado
após ter cumprido prisão ilegal, princípios que se inferem do RE
369820/RJ, DJ 27-02-2004, verbis: "(...) a falta do serviço - faute
du service dos franceses - não dispensa o requisito da
causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade entre a ação
omissiva atribuída ao poder público e o dano causado a
terceiro."
19. Por esses fundamentos DOU PROVIMENTO ao Recurso
Especial, divergindo do Relator, para restaurar, in totum, a
indenização fixada na sentença a quo.
(REsp 872.630/RJ, Rel. Ministro FRANCISCO FALCÃO, Rel. p/
Acórdão Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA, julgado em
13/11/2007, DJe 26/03/2008)

Gabarito: Certo.

80.(PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) Pedro foi preso


preventivamente, por meio de decisão judicial devidamente fundamentada,

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mas depois absolvido por se entender que ele não tivera nem poderia ter
nenhuma participação no evento. No entanto, por causa da prisão cautelar,
Pedro sofreu prejuízo econômico e moral. Nessa situação, conforme
entendimento recente do STF, poderão ser indenizáveis os danos moral e
material sofridos.

Comentário:

O STF tem entendimento no sentido de ser indenizável a prisão indevida ou


aquela que se excedeu além do tempo determinado, configurando a culpa
da administração judiciária, conforme veiculado no seguinte informativo:

INFORMATIVO Nº 473
TÍTULO: Responsabilidade Civil do Estado: Revisão Criminal e
Prisão Preventiva - 2
PROCESSO: RE - 505393
ARTIGO
Entendeu-se que se trataria de responsabilidade civil objetiva
do Estado. Aduziu-se que a constitucionalização do direito à
indenização da vítima de erro judiciário e daquela presa além
do tempo devido (art. 5º, LXXV), reforçaria o que já disciplinado
pelo art. 630 do CPP (“O tribunal, se o interessado o requerer,
poderá reconhecer o direito a uma justa indenização pelos
prejuízos sofridos.”), elevado à garantia individual. No ponto,
embora se salientando a orientação consolidada de que a
regra é a irresponsabilidade civil do Estado por atos de
jurisdição, considerou-se que, naqueles casos, a indenização
constituiria garantia individual, sem nenhuma menção à
exigência de dolo ou de culpa do magistrado, bem como sem
o estabelecimento de pressupostos subjetivos à
responsabilidade fundada no risco administrativo do art. 37, §
6º, da CF. Salientou-se, ainda, que muito se discute hoje sobre o
problema da prisão preventiva indevida e de outras hipóteses
de indenização por decisões errôneas ou por faute de service
da administração da Justiça, as quais não se encontram
expressamente previstas na legislação penal. Vencido o Min.
Ricardo Lewandowski que fazia ressalvas à plena adoção da
tese da responsabilidade objetiva do Estado no tocante a

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revisões criminais, em especial, nas ajuizadas com base no


inciso III do art. 621 do CPP (“Art. 621. A revisão dos processos
findos será admitida:... III - quando, após a sentença, se
descobrirem novas provas de inocência do condenado ou de
circunstância que determine ou autorize diminuição especial
da pena.”). RE 505393/PE, rel. Min. Sepúlveda Pertence,
26.6.2007. (RE-505393)

Gabarito: Certo.

81.(PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Lúcio ajuizou ação de rito


ordinário contra uma empresa de transporte coletivo urbano, tendo em vista
danos material e moral sofridos em acidente de trânsito causado por
motorista dessa empresa. Nessa situação, adotando-se o princípio da
especialidade, conforme a legislação em vigor, o prazo prescricional da
ação de indenização será de 5 anos.

Comentário:

É preciso destacar que o STF tinha entendimento de que a responsabilidade


de dano causado por prestador de serviço público a não usuário era na
modalidade subjetiva.

No entanto, essa orientação fora modificada recentemente. Entende agora


o STF que incide a responsabilidade objetiva para usuário e não usuário de
serviço público, conforme o seguinte:

INFORMATIVO Nº 557
TÍTULO: Responsabilidade Civil Objetiva e Terceiro Não-Usuário
do Serviço - 2
PROCESSO: RE - 591874
ARTIGO
No mérito, salientando não ter ficado evidenciado, nas
instâncias ordinárias, que o acidente fatal que vitimara o
ciclista ocorrera por culpa exclusiva deste ou em razão de
força maior, reputou-se comprovado o nexo de causalidade
entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-

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usuário do serviço público, e julgou-se tal condição suficiente


para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa
jurídica de direito privado, nos termos do art. 37, § 6º, da CF (“As
pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.”). Asseverou-se que não se poderia
interpretar restritivamente o alcance do art. 37, § 6º, da CF,
sobretudo porque a Constituição, interpretada à luz do princípio
da isonomia, não permite que se faça qualquer distinção entre
os chamados “terceiros”, ou seja, entre usuários e não-usuários
do serviço público, haja vista que todos eles, de igual modo,
podem sofrer dano em razão da ação administrativa do
Estado, seja ela realizada diretamente, seja por meio de pessoa
jurídica de direito privado. Observou-se, ainda, que o
entendimento de que apenas os terceiros usuários do serviço
gozariam de proteção constitucional decorrente da
responsabilidade objetiva do Estado, por terem o direito
subjetivo de receber um serviço adequado, contrapor-se-ia à
própria natureza do serviço público, que, por definição, tem
caráter geral, estendendo-se, indistintamente, a todos os
cidadãos, beneficiários diretos ou indiretos da ação estatal.
Vencido o Min. Marco Aurélio que dava provimento ao recurso
por não vislumbrar o nexo de causalidade entre a atividade
administrativa e o dano em questão. Precedentes citados: RE
262651/SP (DJU de 6.5.2005); RE 459749/PE (julgamento não
concluído em virtude da superveniência de acordo entre as
partes). RE 591874/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.8.2009.
(RE-591874)

Assim, no tocante aos prestadores de serviços públicos, em especial a


pessoas jurídicas de direito privado, a responsabilidade é objetiva em
relação a usuários e não-usuários desses serviços, basta que o dano tenha
decorrido da atuação do prestador dos serviços.

Quanto ao prazo prescricional, é importante destacar que o Decreto nº


20.910/32 estabelece que a prescrição contra a Fazenda Pública é

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qüinqüenal, ou seja, é de cinco anos a partir do conhecimento do fato


lesivo.

Contudo, há relevante divergência no âmbito do Superior Tribunal de


Justiça, de modo que há turma que entende ser o prazo prescricional de
cinco anos, conforme o citado decreto, e que entende, a partir da vigência
do novo Código Civil, ser o prazo de três anos, vejamos a divergência:

CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL.


RESPONSABILIDADE CIVIL. INDENIZAÇÃO. ATO ILÍCITO. DANO
MORAL. VIOLAÇÃO ART. 535. INOCORRÊNCIA. SÚMULA 05/STJ.
PRESCRIÇÃO. VIGÊNCIA DO NOVO CÓDIGO CIVIL”.
1. Os embargos de declaração, por sua natureza integrativa,
não se prestam a materializar nítido questionário dirigido ao
julgador, pois o processo, enquanto instrumento de distribuição
da justiça, não tem a pretensão de viabilizar verdadeiros
diálogos entre os litigantes e as magistraturas do Estado. No
caso concreto, o recorrente está a pretender nova análise, das
questões já apreciadas pelos acórdãos anteriores.
2. É pacífico o entendimento desta Corte que ”- À luz do novo
Código Civil os prazos prescricionais foram reduzidos,
estabelecendo o art. 206, § 3º, IV, que prescreve em três anos a
pretensão de ressarcimento de enriquecimento sem causa. Já
o art. 2.028 assenta que 'serão os da lei anterior os prazos,
quando reduzidos por este Código, e se, na data de sua
entrada em vigor, já houver transcorrido mais da metade do
tempo estabelecido na lei revogada'.
Infere-se, portanto, que tão-somente os prazos em curso que
ainda não tenham atingido a metade do prazo da lei anterior
(menos de dez anos) estão submetidos ao regime do Código
vigente, ou seja, 3 (três) anos. Entretanto, consoante nossa
melhor doutrina, atenta aos princípios da segurança jurídica,
do direito adquirido e da irretroatividade legal, esses três anos
devem ser contados a partir da vigência do novo Código, ou
seja, 11 de janeiro de 2003, e não da data da constituição da
dívida” .
3. Recurso Especial não conhecido.

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(REsp 761.634/PB, Rel. Ministro HONILDO AMARAL DE MELLO


CASTRO (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/AP), QUARTA
TURMA, julgado em 05/11/2009, DJe 16/11/2009)

ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.


PRESCRIÇÃO. DECRETO Nº 20.910/32. ADVENTO DO CÓDIGO
CIVIL DE 2002. REDUÇÃO DO PRAZO PRESCRICIONAL PARA TRÊS
ANOS.
1. O legislador estatuiu a prescrição de cinco anos em
benefício do Fisco e, com o manifesto objetivo de favorecer
ainda mais os entes públicos, estipulou que, no caso da
eventual existência de prazo prescricional menor a incidir em
situações específicas, o prazo quinquenal seria afastado nesse
particular. Inteligência do art. 10 do Decreto nº 20.910/32.
2. O prazo prescricional de três anos relativo à pretensão de
reparação civil – art. 206, § 3º, V, do Código Civil de 2002 –
prevalece sobre o quinquênio previsto no art. 1º do Decreto nº
20.910/32.
3. Recurso especial provido.
(REsp 1137354/RJ, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA
TURMA, julgado em 08/09/2009, DJe 18/09/2009)

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL


NO RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.
DANO MORAL E MATERIAL. PRESCRIÇÃO QUINQUENAL. ART. 1º
DO DECRETO N. 20.910/32. NORMA ESPECIAL QUE PREVALECE
SOBRE LEI GERAL. PRECEDENTES. ACÓRDÃO A QUO EM
DISSONÂNCIA COM A JURISPRUDÊNCIA DO STJ.
1. As ações por responsabilidade civil contra o Estado
prescrevem em cinco anos, nos termos do art. 1º do Decreto n.
20.910/32, porquanto é norma especial, que prevalece sobre
lei geral.
2. Agravo regimental não provido.
(AgRg no REsp 1149621/PR, Rel. Ministro BENEDITO GONÇALVES,
PRIMEIRA TURMA, julgado em 12/05/2010, DJe 18/05/2010)

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RESPONSABILIDADE CIVIL


DO ESTADO. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANO MORAL. MORTE DE

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PRESIDIÁRIO EM ESTABELECIMENTO PRISIONAL. LEGITIMIDADE


ATIVA. IRMÃOS DA VÍTIMA. PRESCRIÇÃO. APLICAÇÃO DO
DECRETO Nº 20.910/32.
1. O art. 1º do Decreto nº 20.910/32 dispõe acerca da
prescrição qüinqüenal de qualquer direito ou ação contra a
Fazenda Pública, seja qual for a sua natureza, a partir do ato ou
fato do qual se originou.
2. In casu, a pretensão deduzida na inicial não resultou atingida
pelo decurso do prazo prescricional, uma vez que o fato
ensejador do dano, qual seja, morte do irmão dos autores no
interior de instituição prisional, na qual cumpria pena, ocorreu
em 17.01.2002, e a ação foi ajuizada em 07.12.2006, consoante
se infere do voto condutor do acórdão recorrido à fl. 203.
3. Os irmãos da vítima ostentam legitimidade ativa ad causam
para pleitear indenização por danos morais e em razão do
falecimento de outro irmão. Precedentes do STJ: Resp
1054443/MT, Rel. Ministro CASTRO MEIRA, SEGUNDA TURMA, DJe
31/08/2009; AgRg no Ag 833.554/RJ, QUARTA TURMA, DJe
02/02/2009; REsp 254.318/RJ, QUARTA TURMA, DJ 07/05/2001.
3. Ad argumentandum tantum, a hodierna jurisprudência desta
Corte está sedimenta no sentido de que a prescrição, nas
ações de responsabilidade civil do Estado, subsume-se ao
prazo quinquenal encartado no art. 1º do Decreto 20.910/32.
Precedentes do STJ: REsp 1160403/ES, SEGUNDA TURMA, DJe
22/03/2010; e AgRg no REsp 1073796/RJ, SEGUNDA TURMA, DJe
01/07/2009.
4. Agravo Regimental desprovido.
(AgRg no REsp 1184880/RR, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 17/06/2010, DJe 01/07/2010)

Vê-se, portanto, que está configurado o dissenso no âmbito do Superior


Tribunal de Justiça, situação que deve ser de basta cautela e atenção nas
provas.

Observe, no entanto, que conforme o comando, adotando-se o princípio da


especialidade, assim em detrimento da norma geral (CC/02), devemos
aplicar a prescrição qüinqüenal.

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Gabarito: Certo.

82.(PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) A responsabilidade civil


objetiva da concessionária de serviço público alcança também não usuários
do serviço por ela prestado.

Comentário:

Conforme verificamos, o STF firmou novo entendimento no sentido de se


aplicar a responsabilidade objetiva aos prestadores de serviços públicos
tanto no que se refere ao usuário, quanto ao não-usuário dos serviços
públicos, que tenha sofrido dano em razão da atuação do prestador.

INFORMATIVO Nº 557
TÍTULO: Responsabilidade Civil Objetiva e Terceiro Não-Usuário
do Serviço - 2
PROCESSO: RE - 591874
ARTIGO
No mérito, salientando não ter ficado evidenciado, nas
instâncias ordinárias, que o acidente fatal que vitimara o
ciclista ocorrera por culpa exclusiva deste ou em razão de
força maior, reputou-se comprovado o nexo de causalidade
entre o ato administrativo e o dano causado ao terceiro não-
usuário do serviço público, e julgou-se tal condição suficiente
para estabelecer a responsabilidade objetiva da pessoa
jurídica de direito privado, nos termos do art. 37, § 6º, da CF (“As
pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que
seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos
casos de dolo ou culpa.”). Asseverou-se que não se poderia
interpretar restritivamente o alcance do art. 37, § 6º, da CF,
sobretudo porque a Constituição, interpretada à luz do princípio
da isonomia, não permite que se faça qualquer distinção entre
os chamados “terceiros”, ou seja, entre usuários e não-usuários
do serviço público, haja vista que todos eles, de igual modo,
podem sofrer dano em razão da ação administrativa do

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Estado, seja ela realizada diretamente, seja por meio de pessoa


jurídica de direito privado. Observou-se, ainda, que o
entendimento de que apenas os terceiros usuários do serviço
gozariam de proteção constitucional decorrente da
responsabilidade objetiva do Estado, por terem o direito
subjetivo de receber um serviço adequado, contrapor-se-ia à
própria natureza do serviço público, que, por definição, tem
caráter geral, estendendo-se, indistintamente, a todos os
cidadãos, beneficiários diretos ou indiretos da ação estatal.
Vencido o Min. Marco Aurélio que dava provimento ao recurso
por não vislumbrar o nexo de causalidade entre a atividade
administrativa e o dano em questão. Precedentes citados: RE
262651/SP (DJU de 6.5.2005); RE 459749/PE (julgamento não
concluído em virtude da superveniência de acordo entre as
partes). RE 591874/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 26.8.2009.
(RE-591874)

Gabarito: Certo.

83.(PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Maria ingressou com


ação de indenização, por danos materiais e morais, contra o estado de
Rondônia, diante da morte de seu filho na UTI de um hospital público, devido
a responsabilidade objetiva; o estado, em processo administrativo, entendeu
que o fato fora causado por culpa da equipe médica de plantão. Nessa
situação, mesmo que não haja a denunciação à lide dos servidores
responsáveis no processo judicial no prazo adequado, poderá o estado
mover ação de regresso contra eles, após o trânsito em julgado da ação
proposta por Maria.

Comentário:

Novamente temos a configuração da responsabilidade objetiva do Estado,


ou seja, uma vez que temos uma ação estatal, um dano a terceiro, e o nexo
de causa e efeito, surge, como já sabemos, o dever do Estado de indenizar,
reparar o dano moral ou material.

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No processo contra o Estado então a responsabilidade ficará adstrita a


demonstração desses três elementos (ato estatal, dano e nexo entre o ato e
o dano). Assim, como não há discussão de culpa não está o Estado
obrigado a denunciar a lide, não se aplicando a pena de perda do direito
de regresso.

É que a denunciação aqui, em regra, não é admitida pelo Judiciário em


face de se modificar o plano da discussão da responsabilidade objetiva
para a subjetiva, já que os servidores respondem somente por dolo ou culpa
(subjetivamente), conforme firme posicionamento do Superior Tribunal de
Justiça. Vejamos:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – RESPONSABILIDADE
CIVIL DO ESTADO – DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL NÃO
CONFIGURADO (ART. 541 DO CPC E ART. 255 DO RISTJ) –
INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO ART. 535 DO CPC –
DENUNCIAÇÃO DA LIDE – DIREITO DE REGRESSO – CPC, ART. 70,
III – OBRIGATORIEDADE AFASTADA – PRECEDENTES – REDUÇÃO
DO QUANTUM DA INDENIZAÇÃO – SÚMULA 7/STJ.
1. É entendimento sedimentado o de não haver omissão no
acórdão que, com fundamentação suficiente, ainda que não
exatamente a invocada pelas partes, decide de modo integral
a controvérsia posta.
2. Não havendo o recorrente demonstrado, mediante a
realização do devido cotejo analítico, a existência de similitude
das circunstâncias fáticas e do direito aplicado nos acórdãos
recorrido e paradigmas, resta desatendido o comando dos
arts. 541 do CPC e 255 do RISTJ.
3. A denunciação da lide só é obrigatória em relação ao
denunciante que, não denunciando, perderá o direito de
regresso, mas não está obrigado o julgador a processá-la, se
concluir que a tramitação de duas ações em uma só onerará
em demasia uma das partes, ferindo os princípios da economia
e da celeridade na prestação jurisdicional, sendo
desnecessária em ação fundada na responsabilidade prevista
no art. 37, § 6º, da CF/88, vez que a primeira relação jurídica
funda-se na culpa objetiva e a segunda na subjetiva,
fundamento novo não constante da lide originária.

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4. Não perde o Estado o direito de regresso se não denuncia a


lide ao seu preposto.
5. É pacífico nesta Corte o entendimento de que a revisão do
valor da indenização nos casos de responsabilidade civil do
Estado esbarra no óbice da Súmula 7/STJ, exceto nos casos de
valores irrisórios ou exorbitantes, o que não se afigura no caso
concreto.
6. Recurso especial conhecido em parte e, nessa parte, não
provido. (REsp 955.352/RN, Rel. Ministra ELIANA CALMON,
SEGUNDA TURMA, julgado em 18/06/2009, DJe 29/06/2009)

A propósito, saliento que a denunciação da lide é um mecanismo


processual para se trazer ao processo aquele que por regresso compete
indenizar o denunciante se acaso for condenado a indenizar.

No caso da ação por responsabilidade objetiva não caberá a denunciação


da lide, pois tumultuaria o processo trazendo discussão acerca de
responsabilidade subjetiva, o que demandaria maior instrução processual.

Assim, ao Estado, acaso condenado, surgirá o dever de promover a ação de


regresso em face do servidor, no caso de ter agindo com dolo ou culpa, não
perdendo seu direito de regresso, em face de não ter denunciado a lide no
processo em que se postula o terceiro a reparação de dano por força de
responsabilidade objetiva do Estado.

Gabarito: Certo.

84.(PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Determinado município


construiu um importante viaduto com vistas a desafogar o trânsito no centro
da cidade; no entanto, essa construção impôs a Maria o aumento da
poluição sonora, visual e ambiental de seu apartamento, localizado ao lado
desse viaduto. Nessa situação, conforme entendimento do STF, não há que
se falar em responsabilidade objetiva do referido município, diante da
licitude do ato praticado.

Comentário:

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É importante destacar que a responsabilidade objetiva decorre de ato lícito


ou ilícito, ou seja, mesmo que a ação estatal tenha sido lícita, porém causou
dano a terceiro e esse dano decorre de referida ação, surge o dever de
indenizar, nos termos da responsabilidade objetiva.

É que, conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal, a verificação


da licitude ou não do ato comissivo estatal é irrelevante, na medida em que
se houver o dano, em razão da atuação estatal, regular ou irregular, no
interesse da coletividade, é devida a indenização, que se assenta no
princípio da igualdade dos ônus e encargos sociais, conforme o seguinte:

CONSTITUCIONAL. CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO.


C.F., 1967, art. 107. C.F./88, art. 37, par-6.. I. A responsabilidade
civil do Estado, responsabilidade objetiva, com base no risco
administrativo, que admite pesquisa em torno da culpa do
particular, para o fim de abrandar ou mesmo excluir a
responsabilidade estatal, ocorre, em sintese, diante dos
seguintes requisitos: a) do dano; b) da ação administrativa; c) e
desde que haja nexo causal entre o dano e a ação
administrativa. A consideração no sentido da licitude da ação
administrativa e irrelevante, pois o que interessa, e isto:
sofrendo o particular um prejuizo, em razão da atuação estatal,
regular ou irregular, no interesse da coletividade, e devida a
indenização, que se assenta no princípio da igualdade dos
onus e encargos sociais. II. Ação de indenização movida por
particular contra o Município, em virtude dos prejuizos
decorrentes da construção de viaduto. Procedencia da ação.
III. R.E. conhecido e provido. (RE 113587, Relator(a): Min.
CARLOS VELLOSO, SEGUNDA TURMA, julgado em 18/02/1992, DJ
03-04-1992 PP-04292 EMENT VOL-01656-02 PP-00382 RTJ VOL-
00140-02 PP-00636)

Gabarito: Errado.

85.(ANALISTA DE SANEAMENTO – EMBASA – CESPE/2010) Quando ocorre


enchente em determinado local devido a excesso de chuva, o Estado pode
ser responsabilizado civilmente pelos danos causados à população.

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Comentário:

De acordo com o que discutimos, temos observado que também se adota


no Brasil a teoria da responsabilidade subjetiva, na modalidade culpa
administrativa, diante dos casos de omissão, inércia estatal, por força de
eventos da natureza ou fato de terceiros, quando o Estado poderia evitá-los,
conforme aplicação da teoria da falta do serviço (serviço não funcionou,
funcionou mal ou não existiu).

INFORMATIVO Nº 391
TÍTULO: Responsabilidade Civil do Estado e Ato Omissivo (Transcrições)
PROCESSO: 409203 - RE
ARTIGO
Responsabilidade Civil do Estado e Ato Omissivo (Transcrições) RE
409203/RS* RELATOR: MIN. CARLOS VELLOSO EMENTA:
CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL
DAS PESSOAS PÚBLICAS. ATO OMISSIVO DO PODER PÚBLICO: ESTUPRO
PRATICADO POR APENADO FUGITIVO. RESPONSABILIDADE SUBJETIVA:
CULPA PUBLICIZADA: FALHA DO SERVIÇO. C.F., art. 37, § 6º. I. -
Tratando-se de ato omissivo do poder público, a responsabilidade civil
por tal ato é subjetiva, pelo que exige dolo ou culpa, esta numa de
suas três vertentes, a negligência, a imperícia ou a imprudência, não
sendo, entretanto, necessário individualizá-la, dado que pode ser
atribuída ao serviço público, de forma genérica, a falta do serviço. II. -
A falha do serviço - faute du service dos franceses - não dispensa o
requisito da causalidade, vale dizer, do nexo de causalidade entre a
ação omissiva atribuída ao poder público e o dano causado a
terceiro. III. - Crime de estupro praticado por apenado fugitivo do
sistema penitenciário do Estado: nesse caso, não há falar em nexo de
causalidade entre a fuga do apenado e o crime de estupro,
observada a teoria, quanto ao nexo de causalidade, do dano direto e
imediato. Precedentes do STF: RE 369.820/RS, Ministro Carlos Velloso,
"DJ" de 27.02.2004; RE 172.025/RJ, Ministro Ilmar Galvão, "DJ" de
19.12.1996; RE 130.764/PR, Ministro Moreira Alves, RTJ 143/270. IV. - RE
conhecido e provido. Relatório: O acórdão recorrido, em ação sob o
rito ordinário, proferido pela Décima Câmara Cível do Eg. Tribunal de
Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, está assim ementado:

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"RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO. 1. Apenado em regime aberto


que, durante fuga, invade residência e pratica violência contra as
moradoras, uma delas sendo vítima de estupro. Falha evidente do
Estado na fiscalização do cumprimento da pena pelo autor do fato,
que, apesar de ter fugido em sete oportunidades, não foi sujeito à
regressão de regime. Confirmação da sentença de procedência, por
seus próprios fundamentos, inclusive quanto ao valor arbitrado como
reparação dos danos morais. Homologação da desistência do apelo
das autoras, restando prejudicado o recurso adesivo. Sentença
confirmada em reexame necessário." (Fl. 260) Daí o RE, interposto pelo
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, fundado no art. 102, III, a, da
Constituição Federal, com alegação de ofensa ao art. 37, § 6º, da
mesma Carta, sustentando, em síntese que o dano suportado pela
recorrida decorreu exclusivamente de ato de terceiro, não havendo
falar em responsabilidade civil do Estado do Rio Grande do Sul.
Ademais, inexiste nexo causal entre a suposta falha do serviço estatal
e o dano sofrido pela recorrida. Admitido o recurso, subiram os autos.
A Procuradoria Geral da República, em parecer lavrado pelo ilustre
Subprocurador-Geral da República, Dr. Wagner de Castro Mathias
Netto, opinou pelo não-conhecimento do recurso e, se conhecido,
pelo não-provimento. Autos conclusos em 10.3.2005. É o relatório.
Voto: Trata-se de ação de indenização por danos morais contra o
Estado do Rio Grande do Sul. Um apenado, fugitivo da prisão, invadiu
a casa das autoras e, portando arma, exigiu-lhes dinheiro. Não
atendida a exigência do meliante, as autoras foram submetidas a
ameaças, sendo que uma delas, de 12 anos de idade, foi estuprada.
Pediram, então, indenização por danos morais ao Estado, por isso que
"o indivíduo era foragido do sistema penitenciário estadual" (fl. 261). A
ação foi julgada procedente em 1ª instância, confirmada a sentença
pelo Tribunal de Justiça, mediante a aplicação do princípio da
responsabilidade objetiva do Estado. O acórdão admitiu ter havido
"falha evidente do Estado na fiscalização do cumprimento da pena
pelo autor do fato, que, apesar de ter fugido em sete oportunidades,
não foi sujeito à regressão de regime" (fl. 260, ementa do acórdão).
Preliminarmente, o recurso é de ser conhecido, por isso que não se
torna necessário, no caso, o exame da prova. O acórdão esclarece os
fatos e realiza a sua tipificação legal. O que nos cabe, agora, é
verificar se essa tipificação está correta. Passo ao exame do mérito.

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Em caso semelhante, oriundo, aliás, do Rio Grande do Sul, RE


369.820/RS, por mim relatado, decidiu o Supremo Tribunal Federal:
"EMENTA: CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. CIVIL.
RESPONSABILIDADE CIVIL DAS PESSOAS PÚBLICAS. ATO OMISSIVO DO
PODER PÚBLICO: LATROCÍNIO PRATICADO POR APENADO FUGITIVO.
RESPONSABILIDADE SUBJETIVA: CULPA PUBLICIZADA: FALTA DO
SERVIÇO. C.F., art. 37, § 6º. I. - Tratando-se de ato omissivo do poder
público, a responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo que exige
dolo ou culpa, esta numa de suas três vertentes, a negligência, a
imperícia ou a imprudência, não sendo, entretanto, necessário
individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviço público, de
forma genérica, a falta do serviço. II. - A falta do serviço - faute du
service dos franceses - não dispensa o requisito da causalidade, vale
dizer, do nexo de causalidade entre a ação omissiva atribuída ao
poder público e o dano causado a terceiro. III. - Latrocínio praticado
por quadrilha da qual participava um apenado que fugira da prisão
tempos antes: neste caso, não há falar em nexo de causalidade entre
a fuga do apenado e o latrocínio. Precedentes do STF: RE 172.025/RJ,
Ministro Ilmar Galvão, "D.J." de 19.12.96; RE 130.764/PR, Relator Ministro
Moreira Alves, RTJ 143/270. IV. - RE conhecido e provido." ("DJ" de
27.02.2004) Assim o voto que proferi por ocasião do citado julgamento:
"(...) A autora-recorrida e seu marido estavam num veículo
estacionado às margens da BR 386, no Km 328, quando foram
assaltados por 'um apenado fugitivo, em co-autoria com outros
delinqüentes', culminando o fato com a morte do marido da autora.
(fls. 310/313). Anote-se, por primeiro, portanto: o marido da autora foi
morto por 'um apenado fugitivo, em co-autoria com outros
delinqüentes', em número de quatro. O Estado do Rio Grande do Sul,
em razão disso, foi condenado, já que o homicídio fora praticado por
um apenado foragido, a indenizar a autora-recorrida por danos
materiais e dano moral. Está no voto em que se embasa o acórdão:
'(...) O autor do dano tinha movimentadíssima folha de antecedentes,
com prévias condenações. E o documento de fl. 249 faz certo que
havia fugido em 20 de fevereiro de 1992, sendo recapturado em 27 de
junho do mesmo ano. Ora, o lastimável evento se deu em 22 de junho.
Portanto, durante lapso temporal em que o assassino esteve foragido.
E a fuga de presídio, lançando-se à rua perigoso delinqüente
corresponde à inequívoca falta do serviço. O acórdão recorrido

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concluiu, assim, estar evidenciada a responsabilidade do Poder


Público, em face da existência de nexo causal entre o evento lesivo e
o desempenho das tarefas estatais, considerada, especialmente, a
circunstância de o mesmo haver sido praticado por criminoso de alta
periculosidade, em co-autoria com outros delinqüentes, ainda que
foragido há quatro meses e que a sua pena, à época, somasse quatro
anos e três meses de reclusão, e não cinqüenta e quatro anos, como
depois fixada pelo Tribunal. Ainda, os fatos evitam o argumento
genérico de um mero dever de dar segurança, como se o Estado
fosse responsável por algum tipo de seguro de vida ou de patrimônio.
Não é o caso. Na hipótese, é evidente a falta de serviço, em que
perigosíssimo delinqüente conseguiu fugir. Fica claro, portanto, que o
Estado deve responder pelo mal funcionamento de seus serviços,
sempre que seu funcionário for demorado, lento e vagaroso no
desempenho dos mesmos e desse estado de letargia surgir o dano,
como referiu Ulderico Pires dos Santos, na obra A responsabilidade civil
na doutrina e jurisprudência, Forense, 1984, p. 597. (...)' (fl. 399). II No
caso, o dano não resultou de ato praticado por agente público, mas
foi causado mediante ato comissivo de terceiro. Ter-se-ia, portanto,
ato omissivo do poder público. No voto que proferi no RE 204.037/RJ,
cuidei do tema: a responsabilidade do poder público por ato omissivo.
Destaco do voto que proferi: '(...) O § 6º do art. 37 da CF dispõe:
'Art.37. (...) (...) § 6º - As pessoas jurídicas de direito público e as de
direito privado prestadoras de serviços públicos responderão pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros,
assegurado o direito de regresso contra o responsável nos casos de
dolo ou culpa.' Em princípio, pois, a responsabilidade objetiva do
poder público, assentada na teoria do risco administrativo, ocorre por
ato de seus agentes. Dir-se-á que o ato do agente público poderá ser
omissivo. Neste caso, entretanto, exige-se a prova da culpa. É que a
omissão é, em essência, culpa, numa de suas três vertentes:
negligência, que, de regra, traduz desídia, imprudência, que é
temeridade, e imperícia, que resulta de falta de habilidade (Álvaro
Lazarini, 'Responsabilidade Civil do Estado por Atos Omissivos dos seus
Agentes', em 'Rev. Jurídica', 162/125). Celso Antônio Bandeira de
Mello, dissertando a respeito do tema, deixa expresso que 'o Estado só
responde por omissões quando deveria atuar e não atuou - vale dizer:
quando descumpre o dever legal de agir. Em uma palavra: quando se

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comporta ilicitamente ao abster-se.' E continua: 'A responsabilidade


por omissão é responsabilidade por comportamento ilícito. E é
responsabilidade subjetiva, porquanto supõe dolo ou culpa em suas
modalidades de negligência, imperícia ou imprudência, embora
possa tratar-se de uma culpa não individualizável na pessoa de tal ou
qual funcionário, mas atribuída ao serviço estatal genericamente. É a
culpa anônima ou faute de service dos franceses, entre nós traduzida
por 'falta de serviço'. É que, em caso de ato omissivo do poder
público, o dano não foi causado pelo agente público. E o dispositivo
constitucional instituidor da responsabilidade objetiva do poder
público, art. 107 da CF anterior, art. 37, § 6º, da CF vigente, refere-se
aos danos causados pelos agentes públicos, e não aos danos não
causados por estes, 'como os provenientes de incêndio, de enchentes,
de danos multitudinários, de assaltos ou agressões que alguém sofra
em vias e logradouros públicos, etc.' Nesses casos, certo é que o
poder público, se tivesse agido, poderia ter evitado a ação causadora
do dano. A sua não ação, vale dizer, a omissão estatal, todavia, se
pode ser considerada condição da ocorrência do dano, causa,
entretanto, não foi. A responsabilidade em tal caso, portanto, do
Estado, será subjetiva. (Celso Antônio Bandeira de Mello,
'Responsabilidade Extracontratual do Estado por Comportamentos
Administrativos', em 'Rev. dos Tribs.', 552/11, 13 e 14; 'Curso de Direito
Administrativo', em 'Rev. dos Tribs.', 552/11, 13 e 14; 'Curso de Direito
Administrativo', Malheiros Ed. 5º ed., pp. 489 e segs.). Não é outro o
magistério de Hely Lopes Meirelles: 'o que a Constituição distingue é o
dano causado pelos agentes da Administração (servidores) dos danos
ocasionados por atos de terceiros ou por fenômenos da natureza.
Observe-se que o art. 37, § 6º, só atribui responsabilidade objetiva à
Administração pelos danos que seus agentes, nessa qualidade,
causem a terceiros. Portanto o legislador constituinte só cobriu o risco
administrativo da atuação ou inação dos servidores públicos; não
responsabilizou objetivamente a Administração por atos predatórios
de terceiros, nem por fenômenos naturais que causem danos aos
particulares'. A responsabilidade civil por tais atos e fatos é subjetiva.
(Hely Lopes Meirelles, 'Direito Administrativo Brasileiro', Malheiros Ed., 21ª
ed., 1996, p. 566). Esta é, também, a posição de Lúcia Valle
Figueiredo, que, apoiando-se nas lições de Oswaldo Aranha Bandeira
de Mello e Celso Antônio Bandeira de Mello, leciona que 'ainda que

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consagre o texto constitucional a responsabilidade objetiva, não há


como se verificar a adequabilidade da imputação ao Estado na
hipótese de omissão, a não ser pela teoria subjetiva'. E justifica: é que,
'se o Estado omitiu-se, há de se perquirir se havia o dever de agir. Ou,
então, se a ação estatal teria sido defeituosa a ponto de se
caracterizar insuficiência da prestação de serviço.'(Lúcia Valle
Figueiredo, 'Curso de Direito Administrativo', Malheiros Ed., 1994, p.
172). Desse entendimento não destoa a professora Maria Sylvia Zanella
Di Pietro ('Direito Administrativo', Ed. Atlas, 5ª ed., 1995, p.415). Posta a
questão em tais termos, força é concluir, no caso, pelo não-
conhecimento do recurso, dado que, conforme vimos, a versão fática
do acórdão é que não houve culpa do servidor da empresa ao não
impedir a ocorrência do fato, nem é possível presumir, no caso, a
faute de service, ou a culpa anônima, vale dizer, a culpa que poderia
ser atribuída ao serviço estatal de forma genérica. (...)' (RTJ 179/797-
798). Maria Helena Diniz também sustenta que a responsabilidade do
Estado por ato omissivo é subjetiva ('Cód. Civil Anotado', Saraiva, 4ª
ed., pág. 31). De outro lado, há juristas que entendem que a
responsabilidade estatal por ato omissivo é objetiva. Assim, por
exemplo, Yussef Said Cahali ('Responsabilidade Civil do Estado',
Malheiros Ed., 2ª ed., 1995, pág. 40), Odete Medauar ('Direito
Administrativo Moderno', Ed. R.T., 4ª ed., 2000, pág. 430) e Celso Ribeiro
Bastos ('Curso de Direito Administrativo', Saraiva, 3ª ed., 1999, p. 190),
dentre outros. No voto que proferi no RE 204.037/RJ, retrotranscrito,
mencionei que Hely Lopes Meirelles adotara a responsabilidade
subjetiva na hipótese de ações omissivas do poder público. Agora,
melhor examinando a obra do saudoso e notável mestre, reconheço
o meu engano. Hely Lopes Meirelles, na verdade, sustentava a teoria
da responsabilidade objetiva do Estado pelos atos comissivos e
omissivos dos seus agentes. 'O essencial é que o agente da
Administração haja praticado o ato ou a omissão administrativa no
exercício de suas atribuições ou a pretexto de exercê-las.' ('Direito
Administrativo Brasileiro', Malheiros Ed., 24ª ed., 1999, pág. 589).
Continua: 'O que a Constituição distingue é o dano causado pelos
agentes da Administração (servidores) dos danos ocasionados por
atos de terceiros ou por fenômenos da natureza. Observe-se que o art.
37, § 6º, só atribui responsabilidade objetiva à Administração pelos
danos que seus agentes, nessa qualidade, causem a terceiros.' (grifei).

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E acrescenta, esclarecendo: 'Portanto, o legislador constituinte só


cobriu o risco administrativo da atuação ou inação dos servidores
públicos; não responsabilizou objetivamente a Administração por atos
predatórios de terceiros, (...)' ('Direito Administrativo Brasileiro',
Malheiros Ed., 24ª ed., 1999, págs. 589/590). Ora, no citado RE
204.037/RJ, cuidávamos de ato praticado por terceiro, no interior de
veículo de transporte coletivo, assim de concessionária do serviço
público. O Supremo Tribunal Federal, pela sua 1ª Turma, no RE
109.615/RJ, Relator o Ministro Celso de Mello, decidiu no sentido de
que é objetiva a responsabilidade do Estado 'pelos danos a que os
agentes públicos houverem dado causa, por ação ou por omissão.'
(RTJ 163/1.107). III No caso, o acórdão decidiu pela ocorrência da
falta do serviço. A falta do serviço decorre do não-funcionamento ou
do funcionamento insuficiente, inadequado, tardio ou lento do serviço
que o poder público deve prestar. No RE 179.147/ SP, por mim
relatado, decidiu esta 2ª Turma que 'tratando-se de ato omissivo do
poder público, a responsabilidade civil por tal ato é subjetiva, pelo
que exige dolo ou culpa, numa de suas três vertentes, negligência,
imperícia ou imprudência, não sendo, entretanto, necessário
individualizá-la, dado que pode ser atribuída ao serviço público, de
forma genérica, a faute du service dos franceses.' (RTJ 179/791). IV
Todavia, a faute du service não dispensa o requisito da causalidade,
vale dizer, do nexo de causalidade entre a ação omissiva atribuída ao
poder público e o dano causado a terceiro. O Ministro Moreira Alves,
no voto que proferiu no RE 130.764/PR, lecionou que 'a teoria adotada
quanto ao nexo de causalidade é a teoria do dano direto e imediato,
também denominada teoria da interrupção do nexo causal', que 'sem
quaisquer considerações de ordem subjetiva, afasta os inconvenientes
das outras duas teorias existentes: a da equivalência das condições e
a da causalidade adequada' (cf. Wilson Mello da Silva,
'Responsabilidade sem culpa', nºs. 78 e 79, págs. 128 e seguintes, Ed.
Saraiva, São Paulo, 1974). Essa teoria, como bem demonstra Agostinho
Alvim ('Da Inexecução das Obrigações', 5ª ed., nº 226, pág. 370, Ed.
Saraiva, São Paulo, 1980), só admite o nexo de causalidade quando o
dano é efeito necessário de uma causa, o que abarca o dano direto
e imediato sempre, e, por vezes, o dano indireto e remoto, quando,
para a produção deste, não haja concausa sucessiva. Daí, dizer
Agostinho Alvim (1. c): 'os danos indiretos ou remotos não se excluem,

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só por isso; em regra, não são indenizáveis, porque deixam de ser


efeito necessário, pelo aparecimento de concausas. Suposto não
existam estas, aqueles danos são indenizáveis.' (RE 130.764/PR, RTJ
143/270, 283). V A questão a ser posta, agora, é esta: a fuga de um
apenado da prisão, vindo este, tempos depois, integrando quadrilha
de malfeitores, assassinar alguém, implica obrigação de indenizar por
parte do poder público, sob color de falta do serviço? No citado RE
130.764/PR, da relatoria do Ministro Moreira Alves, cuidou-se de tema
semelhante ao aqui tratado. Ali, a espécie versada foi a seguinte:
bando de marginais, integrado por dois evadidos de prisões estaduais,
invadiu residência e, dominando a família, apossou-se de bens desta,
levando o terror às pessoas, agredindo o dono da casa e causando
elevado prejuízo à família. Proposta a ação de indenização,
reconheceram as instâncias ordinárias a responsabilidade civil do
Estado, condenando-o a compor os danos materiais, mediante a
aplicação da responsabilidade objetiva e invocando a falta do
serviço. Decidiu, então, o Supremo Tribunal Federal, no mencionado
RE 130.764/PR: 'EMENTA: Responsabilidade Civil do Estado. Dano
decorrente de assalto por quadrilha de que fazia parte preso foragido
vários meses antes. - A responsabilidade do Estado, embora objetiva
por força do disposto no artigo 107 da Emenda Constitucional nº 1/69
(e, atualmente, no § 6º do artigo 37 da Carta Magna), não dispensa,
obviamente, o requisito, também objetivo, do nexo de causalidade
entre a ação ou a omissão atribuída a seus agentes e o dano
causado a terceiros. - Em nosso sistema jurídico, como resulta do
dispositivo no artigo 1.060 do Código Civil, a teoria adotada quanto
ao nexo de causalidade é a teoria do dano direto e imediato,
também denominada teoria da interrupção do nexo causal. Não
obstante aquele dispositivo da codificação civil diga respeito à
impropriamente denominada responsabilidade contratual, aplica-se
ele também à responsabilidade extracontratual, inclusive a objetiva,
até por ser aquela que, sem quaisquer considerações de ordem
subjetiva, afasta os inconvenientes das outras duas teorias existentes: a
da equivalência das condições e a da causalidade adequada. - No
caso, em face dos fatos tidos como certos pelo acórdão recorrido, e
com base nos quais reconheceu ele o nexo de causalidade
indispensável para o reconhecimento da responsabilidade objetiva
constitucional, é inequívoco que o nexo de causalidade inexiste, e,

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portanto, não pode haver a incidência da responsabilidade prevista


no artigo 107 da Emenda Constitucional nº 1/69, a que corresponde o
§ 6º do artigo 37 da atual Constituição. Com efeito, o dano
decorrente do assalto por uma quadrilha de que participava um dos
evadidos da prisão não foi o efeito necessário da omissão da
autoridade pública que o acórdão recorrido teve como causa da
fuga dele, mas resultou de concausas, como a formação da
quadrilha, e o assalto ocorrido cerca de vinte e um meses após a
evasão. - Recurso extraordinário conhecido e provido.' ('D.J.' de
07.8.92). No RE 172.025/RJ, Relator o Ministro Ilmar Galvão, decidiu o
Supremo Tribunal Federal: 'EMENTA: RESPONSABILIDADE CIVIL DO
ESTADO. ART. 37, § 6º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. LATROCÍNIO
PRATICADO POR PRESO FORAGIDO, MESES DEPOIS DA FUGA. Fora dos
parâmetros da causalidade não é possível impor ao Poder Público
uma responsabilidade ressarcitória sob o argumento de falha no
sistema de segurança dos presos. Precedente da Primeira turma: RE
130.764, Relator Ministro Moreira Alves. Recurso extraordinário não
conhecido.' ('D.J.' de 19.12.96). Nesse RE 172.025/RJ, cuidou-se de
ação de reparação de dano proposta contra o Estado do Rio de
Janeiro, com base no art. 107 da CF/67, por ter sido o marido da
autora vítima de latrocínio praticado por presidiário foragido. Caso
igual, portanto, ao que examinamos aqui. (...)." O caso aqui tratado é
igual ao que foi examinado e decidido no RE 369.820/RS, acima
transcrito. Não há dúvida que, no caso, houve falha do serviço, a
faute du service dos franceses. Esta, todavia, não prescinde da
demonstração do nexo de causalidade. É dizer, no caso, deveria estar
demonstrado o nexo de causalidade entre a fuga do apenado e o
lamentável fato ocorrido, certo que há de ser observada a teoria,
quanto ao nexo de causalidade, do dano direto e imediato. Não há
possibilidade, portanto, da adoção, no caso sob julgamento, da falha
do serviço. Do exposto, conheço do recurso e dou-lhe provimento. *
julgamento pendente de conclusão em virtude do pedido de vista do
Min. Joaquim Barbosa

Gabarito: Certo.

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86.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – 2010) Se a pessoa que sofrer dano


contribuir, de alguma forma, para o resultado danoso, a responsabilidade do
Estado estará, então, afastada, pois este só responde pelos danos cuja
responsabilidade lhe seja integralmente atribuída.

Comentário:

No que se refere à responsabilidade objetiva podemos ter a configuração


da modalidade risco administrativo, a qual admite excludente de
responsabilidade, e a risco integral, na qual não se permite a exclusão da
responsabilidade estatal.

Com efeito, na responsabilidade sob o risco administrativo temos como


hipótese de exclusão de responsabilidade a culpa exclusiva da vítima, a
ocorrência de caso fortuito ou força maior, quando há interrupção do nexo
causal..

No entanto, pode ocorrer a chamada culpa concorrente (concorrência de


culpa), quando o dano decorre de conduta estatal e do administrado, em
concomitância, não havendo a possibilidade de compensação de culpas,
ficando a responsabilidade estatal mitigada ou atenuada, respondendo na
proporção de sua conduta.

Gabarito: Errado.

87.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – 2010) A força maior, como


acontecimento imprevisível e inevitável, estranho à vontade das partes, não
gera a responsabilidade civil do Estado.

Comentário:

Lembremos que no âmbito da responsabilidade civil do Estado temos


excludentes de responsabilidade, sendo a culpa exclusiva da vítima, a força
maior e o caso fortuito.

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A força maior é evento estranho à Administração e ao particular,


imprevisível, inevitável e irresistível, tal como uma guerra civil, tsunami,
furação, terremoto etc.

Caso fortuito é acontecimento interno à Administração, mas inevitável,


imprevisível, que foge aos cuidados ordinários, tal como rompimento de um
reservatório, de uma bomba hidráulica.

No âmbito da responsabilidade objetiva, devemos perceber que tais


excludentes devem ser associados ao rompimento do nexo causal, sob pena
de o Estado, mesmo diante de tais circunstâncias, responder pelos danos.

Gabarito: Certo.

3ª PARTE – LEI Nº 9.784/99

88.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Quando os membros do Tribunal


de Justiça do Distrito Federal e Territórios se reúnem para decidir questões
administrativas, têm de observar apenas a respectiva lei de organização
judiciária e seu regimento interno, haja vista a Lei nº 9.784/1999 ser aplicável
tão-somente aos órgãos do Poder Executivo da União.

Comentário:

A Lei nº 9.784/99 estabelece normas básicas sobre o processo administrativo


no âmbito da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial,
à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins
da Administração.

A denominada Lei do Processo Administrativo é uma verdadeira lei de direito


administrativo, pois positiva uma série de princípios de direito administrativo.
Com efeito, esta lei alcança também os órgãos dos Poderes Legislativo e
Judiciário da União, quando no desempenho de função administrativa.

Por isso, considerando que o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios


é um órgão integrante do Poder Judiciário da União, na medida em que o
Distrito Federal não possui poder judiciário próprio, deve o referido órgão

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observar a Lei de Processo Administrativo nos seus julgamentos e decisões de


cunho administrativo.

Gabarito: Errado.

89.(ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Segundo


previsão legal expressa na Lei nº 9.784/99, as normas básicas ali consignadas
quanto ao processo administrativo aplicam-se no âmbito da União, dos
estados e dos municípios, nas esferas dos distintos poderes.

Comentário:

Como destacado, a Lei nº 9.784/99, lei de processo administrativo, trata-se


uma lei federal, de modo que somente é aplicada no âmbito da União,
conforme estabelece o art. 1º, assim expresso:

Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo


administrativo no âmbito da Administração Federal direta e
indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da
Administração.
§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos
Poderes Legislativo e Judiciário da União, quando no
desempenho de função administrativa.

Gabarito: Errado.

90.(TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2009) A Lei nº 9.784/99


regulamenta o processo administrativo no âmbito da União, dos estados e
dos municípios, visando, entre outros aspectos, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da administração.

Comentário:

A Lei nº 9.784/99 regulamenta o processo administrativo no âmbito da


Administração Pública Federal, direta e indireta, dos três poderes, e de

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acordo com o art. 1º, visa, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.

Com efeito, trata-se de lei federal, aplicando-se apenas no âmbito da União.

Gabarito: Errado.

91.(AGENTE ADMINISTRATIVO – MPS – CESPE/2010) O processo administrativo,


na administração pública federal, visa à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da administração.

Comentário:

Conforme estabelece o art. 1º, Lei nº 9.784/99, o processo administrativo visa,


em especial, à proteção dos direitos dos administrados e ao melhor
cumprimento dos fins da Administração.

Gabarito: Certo.

92.(ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2008) Órgão é a


unidade de atuação dotada de personalidade jurídica.

Comentário:

Como já sabemos, órgão não goza de personalidade jurídica. Assim,


estabelece a Lei nº 9.784/99, em seu artigo 1º, § 2º, inciso I, que órgão é uma
unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da
estrutura da Administração indireta.

Gabarito: Errado.

93.(ANALISTA JUDICIÁRIO – ARQUIVOLOGIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009)


Órgão é unidade de atuação integrante da estrutura da administração direta
e indireta; entidade é unidade não dotada de personalidade jurídica.

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Comentário:

De fato, a Lei nº 9.784/99 define órgão, autoridade e entidade,


estabelecendo que:

§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:


I - órgão - a unidade de atuação integrante da estrutura da
Administração direta e da estrutura da Administração indireta;
II - entidade - a unidade de atuação dotada de personalidade
jurídica;
III - autoridade - o servidor ou agente público dotado de poder
de decisão.

Assim, órgão é unidade de atuação integrante da estrutura da


Administração direta e da estrutura da Administração indireta, enquanto
entidade é unidade de atuação dotada de personalidade jurídica.

Gabarito: Errado.

94.(ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 1ª REGIÃO – CESPE/2008) Os


procedimentos administrativos exigem, para seu começo, a provocação do
interessado, não podendo a administração, tal qual o Poder Judiciário, iniciar
processo de ofício.

Comentário:

O processo administrativo, ao contrário do processo judicial onde vige o


princípio da inércia, poderá, nos termos do art. 5º da Lei nº 9.784/99, iniciar-se
de ofício ou a pedido de interessado.

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a


pedido de interessado.

Ademais, cumpre ressaltar que vigora no âmbito dos processos


administrativos o princípio do impulso oficial, ou seja, conforme art. 2º,
parágrafo único, inc. XII, verbis:

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Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros,


aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
observados, entre outros, os critérios de:
...
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem
prejuízo da atuação dos interessados;

Gabarito: Errado.

95.(TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – DPU – CESPE/2010) O denominado


princípio da oficialidade não tem aplicação no âmbito do processo
administrativo, pois a instauração do processo depende de provocação do
administrado.

Comentário:

Aplica-se no âmbito do processo administrativo o princípio da oficialidade,


eis que os processos administrativos podem ser instaurados de ofício,
conforme estabelece o art. 2º, inc. XII, c/c art. 5º, ambos da Lei nº 9.784/99:

Art. 2º.
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem
prejuízo da atuação dos interessados;

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício


ou a pedido de interessado.

Gabarito: Errado.

96.(TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) O processo administrativo


não pode ser iniciado de ofício.

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Comentário:

No âmbito do processo administrativo, de acordo com o princípio da


oficialidade, os processos administrativos podem ser instaurados de ofício ou
a pedido, em atenção ao disposto no art. 5º, Lei nº 9.784/99:

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a


pedido de interessado.

Gabarito: Errado.

97.(PROCURADOR – BACEN – CESPE/2009) O processo administrativo iniciar-


se-á somente a pedido de interessado.

Comentário:

Então, novamente o mesmo tema. Pois é! De acordo com o art. 5º da Lei nº


9.784/99, os processos administrativos podem ser instaurados de ofício ou a
pedido.

Art. 5º O processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a


pedido de interessado.

Gabarito: Errado.

98. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) o processo administrativo é


iniciado apenas por meio de requerimento da parte interessada.

Comentário:

Outra vez a mesma discussão. Então, de acordo com o art. 5º da Lei nº


9.784/99, os processos administrativos podem ser instaurados de ofício ou a
pedido.

Gabarito: Errado.

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99.(ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) No âmbito


administrativo, o princípio da oficialidade assegura a possibilidade de
instauração do processo por iniciativa da administração,
independentemente de provocação do administrado e, ainda, possibilita o
impulsionamento do processo, com a adoção de todas as medidas
necessárias a sua adequada instrução.

Comentário:

De fato, conforme estabelece o art. 2º, inc. XII, c/c art. 5º, da Lei nº 9.784/99,
ao proclamar o princípio da oficialidade, permiti-se a abertura de ofício de
processos administrativos e, ainda, garante que a administração tome todas
as medidas necessárias à adequada instrução e conclusão, de acordo com
o art. 29 da referida lei:

Art. 29. As atividades de instrução destinadas a averiguar e


comprovar os dados necessários à tomada de decisão
realizam-se de ofício ou mediante impulsão do órgão
responsável pelo processo, sem prejuízo do direito dos
interessados de propor atuações probatórias.

Gabarito: Certo.

100. (ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO – TCE/RN – CESPE/2009) O processo


administrativo pode-se iniciar a pedido de interessado, mas o equívoco na
identificação do destinatário do requerimento inicial enseja recusa motivada
da administração ao recebimento de documentos.

Comentário:

Como já observamos, o processo administrativo pode iniciar-se de ofício ou a


pedido de interessado.

Nesse sentido, o requerimento formulado pelo interessado, salvo quando


admitida a solicitação oral, deverá conter a autoridade ou órgão a que se
dirige, a identificação do postulante, seu domicílio, bem como a formulação
de seu pedido e as exposição dos fatos e fundamentos, apostando-se, ao

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final, a data e assinatura, conforme se depreende do art. 6º da Lei de


Processo Administrativo, a qual estabelece:

Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em


que for admitida solicitação oral, deve ser formulado por
escrito e conter os seguintes dados:
I - órgão ou autoridade administrativa a que se dirige;
II - identificação do interessado ou de quem o represente;
III - domicílio do requerente ou local para recebimento de
comunicações;
IV - formulação do pedido, com exposição dos fatos e de seus
fundamentos;
V - data e assinatura do requerente ou de seu representante.

No entanto, ainda que o requerimento tenha sido formulado sem alguma


dessas exigências, essa falha poderá ser suprida, de modo que a
Administração não poderá recusar imotivadamente o pedido formulado,
devendo conceder prazo para correção, orientando o interessado,
conforme disposto no parágrafo único do art. 6º, que assim expressa:

Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa


imotivada de recebimento de documentos, devendo o
servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de
eventuais falhas.

Gabarito: Errado.

101. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/ES – CESPE/2009) O princípio da oficialidade,


aplicável ao processo administrativo, encontra-se presente no poder da
administração de instaurar e instruir o processo, bem como de rever suas
decisões.

Comentário:

Já sabemos que o princípio da oficialidade permite à Administração a


abertura de ofício dos processos administrativos, bem como a dar impulso
oficial acerca da sua adequada instrução.

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Em decorrência desse princípio, ou seja, do atuar de ofício, também decorre


a possibilidade de a Administração rever suas decisões, que a toda
evidência denomina-se princípio da autotutela, ou seja, ela própria rever
suas decisões.

Gabarito: Certo.

102. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – DPU – CESPE/2010) O princípio


da gratuidade não se aplica ao processo administrativo, considerando-se a
necessidade de cobertura das despesas decorrentes da tramitação.

Comentário:

Como ressaltei, a Lei nº 9.784/99 é uma verdadeira lei de direito


administrativo, de modo que incorporou uma série de princípios não só de
processo administrativo, bem como de direito administrativo.

Com efeito, o art. 2º e seu parágrafo, prevêem alguns desses princípios de


direito e processo administrativo, conforme o seguinte:

Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros,


aos princípios da legalidade, finalidade, motivação,
razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse
público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão
observados, entre outros, os critérios de:
I - atuação conforme a lei e o Direito;
II - atendimento a fins de interesse geral, vedada a
renúncia total ou parcial de poderes ou competências,
salvo autorização em lei;
III - objetividade no atendimento do interesse público,
vedada a promoção pessoal de agentes ou autoridades;
IV - atuação segundo padrões éticos de probidade,
decoro e boa-fé;

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V - divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas


as hipóteses de sigilo previstas na Constituição;
VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição
de obrigações, restrições e sanções em medida superior
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público;
VII - indicação dos pressupostos de fato e de direito que
determinarem a decisão;
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia
dos direitos dos administrados;
IX - adoção de formas simples, suficientes para propiciar
adequado grau de certeza, segurança e respeito aos
direitos dos administrados;
X - garantia dos direitos à comunicação, à apresentação
de alegações finais, à produção de provas e à
interposição de recursos, nos processos de que possam
resultar sanções e nas situações de litígio;
XI - proibição de cobrança de despesas processuais,
ressalvadas as previstas em lei;
XII - impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem
prejuízo da atuação dos interessados;
XIII - interpretação da norma administrativa da forma que
melhor garanta o atendimento do fim público a que se
dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.

Dessa forma, conforme art. 2º, par. único, inc. XI, no âmbito do processo
administrativo, aplica-se o princípio da gratuidade, eis que vige a proibição
de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei.

Gabarito: Errado.

103. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) O princípio da


acessibilidade aos elementos do expediente significa que deve ser facultado
à parte o exame de toda a documentação constante dos autos do processo
administrativo.

Comentário:

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Conforme estabelece o art. 2º, par. único, inc. X, da Lei nº 9.784/99, são
garantidos ao administrado os direitos à comunicação, à apresentação de
alegações finais, à produção de provas e à interposição de recursos, nos
processos de que possam resultar sanções e nas situações de litígio.

Nesse sentido, em conformidade com o princípio da acessibilidade, é direito


do administrado ter conhecimento de todos os documentos que conste de
processo no qual figure como interessado, conforme prevê o art. 3º, inc. II, da
Lei nº 9.784/99, verbis:

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a


Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam
assegurados:

II - ter ciência da tramitação dos processos


administrativos em que tenha a condição de interessado,
ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles
contidos e conhecer as decisões proferidas;

Gabarito: Certo.

104. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPS – CESPE/2010) os processos


administrativos, busca-se a adequação entre meios e fins, até mesmo com a
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público, visando à
prevenção das irregularidades.

Comentário:

Prevê o art. 2º, par. único, inc. VI, da Lei nº 9.784/99, os princípios da
proporcionalidade e razoabilidade, que estabelecem:

VI - adequação entre meios e fins, vedada a imposição


de obrigações, restrições e sanções em medida superior
àquelas estritamente necessárias ao atendimento do
interesse público;

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Desse modo, não se pode impor sanções, obrigações e restrições em


medida superior às estritamente necessárias ao atendimento do interesse
público.

Gabarito: Errado.

105. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – DPU – CESPE/2010) O princípio


da obediência à forma e aos procedimentos tem aplicação absoluta no
processo administrativo, razão pela qual os atos do referido processo sempre
dependem de forma determinada.

Comentário:

Aplica-se no âmbito do processo administrativo o princípio do formalismo


moderado ou informalismo, eis que a Administração adota como critério a
observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos
administrados (inc. VIII), bem como a adoção de formas simples, suficientes
para propiciar adequado grau de certeza, segurança e respeito aos direitos
dos administrados (inc. IX).

Desse modo, a obediência à forma e aos procedimentos não é absoluta,


sendo exigida somente quando for essencial a pratica do ato.

Gabarito: Errado.

106. (PROCURADOR – AGU – CESPE/2010) Os atos do processo administrativo


dependem de forma determinada apenas quando a lei expressamente a
exigir.

Comentário:

De acordo com o art. 2º, par. único, inc. IX, da Lei nº 9.784/99, vige o
princípio do formalismo moderado ou informalismo, ou seja, adoção de
formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza,
segurança e respeito aos direitos dos administrados.

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Assim, determina o art. 22, Lei nº 9.784/99, que os atos do processo


administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.

Gabarito: Certo.

107. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Todos os atos do


processo administrativo devem ser realizados de forma determinada.

Comentário:

Como ressaltado, o art. 22 da Lei nº 9.784/99 prevê que os atos do processo


administrativo não dependem de forma determinada senão quando a lei
expressamente a exigir.

Gabarito: Errado.

108. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STJ – CESPE/2008) Conforme


determina a lei geral do processo administrativo no âmbito da União, a
atuação da administração pública deve ser feita de acordo com a lei e com
os atos regulamentares editados pelo Poder Executivo, não sendo
considerados o entendimento doutrinário nem o jurisprudencial, pois esses
são formas de interpretação estranhas ao Poder Executivo.

Comentário:

Conforme art. 2º, par. único, inc. I, Lei nº 9.784/99, a Administração Pública na
condução do processo administrativo deve atuar em conformidade a Lei e o
Direito.

Todavia, devemos lembrar que a jurisprudência e o entendimento doutrinário


também são fontes administrativas.

Nesse sentido, o próprio art. 50 da Lei nº 9.784/99 determina que os atos


administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos

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fundamentos jurídicos, quando, por exemplo, deixem de aplicar


jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de pareceres, laudos,
propostas e relatórios oficiais.

Gabarito: Errado.

109. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVO – TJ/RJ – CESPE/2008) A CF


expressamente preceitua que a todos, no âmbito administrativo e judicial,
são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam
a celeridade de sua tramitação.

Comentário:

A Emenda Constitucional nº 45/2004 introduziu o inciso LXXVIII ao art. 5º da


Constituição Federal assegurando a todos, no âmbito judicial e
administrativo, a razoável duração do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitação.

Gabarito: Certo.

110. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2009) No âmbito do


processo administrativo, não pode o administrador deixar de aplicar lei já
em vigor, sob o argumento da existência de mudança de entendimento
acerca da sua interpretação e aplicação. Nesse caso, a nova interpretação
deve ser aplicada aos casos já analisados, sob pena de violação ao
princípio constitucional da legalidade.

Comentário:

A Lei de Processo Administrativo determina a observância da Lei e do Direito,


o que se denomina princípio da jurisdicidade, para alguns, ou legalidade,
para outros.

De toda sorte, a Administração não pode deixar de aplicar a lei em vigor,


sob fundamento de mudança de entendimento. É importante destacar,
todavia, que a mudança de interpretação da norma administrativa deve

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garantir o atendimento da finalidade pública, vedando-se a aplicação


retroativa de nova interpretação, conforme inc. X do art. 2º da Lei nº
9.784/99:

XIII - interpretação da norma administrativa da forma que


melhor garanta o atendimento do fim público a que se
dirige, vedada aplicação retroativa de nova
interpretação.

Gabarito: Errado.

111. (JUIZ DE DIREITO – TJ/TO – CESPE/2007) O processo administrativo em


geral, no âmbito da União, pode ser instaurado de ofício ou por iniciativa dos
interessados, entre os quais se incluem as pessoas e associações legalmente
constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.

Comentário:

Como vimos, o processo administrativo poderá, nos termos do art. 5º da Lei


nº 9.784/99, iniciar-se de ofício ou a pedido de interessado.

Vale destacar que no âmbito do processo administrativo teremos como


legitimados a requerer a instauração do processo, os seguintes interessados:

I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares


de direitos ou interesses individuais ou no exercício do
direito de representação;

II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm


direitos ou interesses que possam ser afetados pela
decisão a ser adotada;

III - as organizações e associações representativas, no


tocante a direitos e interesses coletivos;

IV - as pessoas ou as associações legalmente


constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.

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Vê-se, portanto, que pessoas ou associações legalmente constituídas são


legitimadas como interessados para deflagrar o processo administrativo no
tocante aos direitos ou interesses difusos.

Gabarito: Certo.

112. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJDFT – CESPE/2008) Uma associação, mesmo


que legalmente constituída, não tem legitimidade para promover a defesa
de direitos ou interesses difusos no âmbito do processo administrativo.

Comentário:

Dentre os interessados, ou seja, legitimados a requerer a abertura de


processo administrativo teremos:

I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares


de direitos ou interesses individuais ou no exercício do
direito de representação;

II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm


direitos ou interesses que possam ser afetados pela
decisão a ser adotada;

III - as organizações e associações representativas, no


tocante a direitos e interesses coletivos;

IV - as pessoas ou as associações legalmente


constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.

Dessa forma, conforme estabelece o inc. IV do art. 9º da Lei de Processo


Administrativo, as pessoas ou associações legalmente constituídas são
legitimadas como interessados para requer o abertura de processo
administrativo quanto a direitos ou interesses difusos.

Gabarito: Errado.

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113. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) As organizações e


associações representativas são legitimadas para atuar como interessadas
em processos administrativos, no tocante a direitos e interesses individuais.

Comentário:

De acordo com o art. 9º, inc. III, da Lei nº 9.784/99, as organizações e


associações representativas são legitimadas a atuar nos processos
administrativos como interessadas no tocante a direitos e interesses coletivos.

Gabarito: Errado.

114. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 1ª REGIÃO – CESPE/2008) O


procedimento administrativo não se presta ao exame de tutelas coletivas.

Comentário:

Aqui se trata de uma leitura de trás para frente dos dispositivos que versam
sobre os interessados.

Então, no tocante a direitos ou interesses individuais são interessados as


pessoas físicas ou jurídicas, titulares do direito ou em representação a estes,
ou ainda aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm direitos ou
interesses que possam ser afetados pela decisão a ser adotada.

No tocante a direitos e interesses coletivos, são legitimados as organizações


e associações representativas.

E, por fim, em relação aos direitos ou interesses difusos, são legitimadas as


pessoas ou as associações legalmente constituídas.

Portanto, o processo administrativo terá como objeto a tutela de:


• Direitos ou interesses individuais
• Direitos ou interesses coletivos
• Direitos ou interesses difusos

Gabarito: Errado.

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115. (PROCURADOR – BACEN – CESPE/2009) O processo administrativo


regido pela Lei n.° 9.784/1999 não protege os direitos ou interesses difusos.

Comentário:

Novamente, conforme se extrai do art. 9º da Lei de Processo Administrativo,


no que diz respeito aos legitimados, que se poderá atuar como interessado
na defesa de direitos ou interesses individuais, coletivos ou difusos, conforme
assim expresso:
Art. 9º São legitimados como interessados no processo
administrativo:
I - pessoas físicas ou jurídicas que o iniciem como titulares
de direitos ou interesses individuais ou no exercício do
direito de representação;
II - aqueles que, sem terem iniciado o processo, têm
direitos ou interesses que possam ser afetados pela
decisão a ser adotada;
III - as organizações e associações representativas, no
tocante a direitos e interesses coletivos;
IV - as pessoas ou as associações legalmente constituídas
quanto a direitos ou interesses difusos.

Gabarito: Errado.

116. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES SOCIAL – MPS – CESPE/2010) Para fins


de processo administrativo, são capazes os maiores de dezoito anos de
idade, exceto os casos com previsão especial em ato normativo próprio.

Comentário:

A lei de processo administrativo, de fato, em seu art. 10, prescreve que são
capazes, para o processo administrativo, os maiores de dezoito anos, nos
seguintes termos:

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Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo,


os maiores de dezoito anos, ressalvada previsão especial
em ato normativo próprio.

Gabarito: Certo.

117. (PROCURADOR – BACEN – CESPE/2009) Está impedido de atuar no


processo administrativo o tio daquele que atuou como testemunha.

Comentário:

No âmbito do processo administrativo, conforme art. 18 da lei reguladora,


está impedido de atuar o servidor ou autoridade que:

Art. 18. É impedido de atuar em processo administrativo o


servidor ou autoridade que:
I - tenha interesse direto ou indireto na matéria;
II - tenha participado ou venha a participar como perito,
testemunha ou representante, ou se tais situações ocorrem
quanto ao cônjuge, companheiro ou parente e afins até o
terceiro grau;
III - esteja litigando judicial ou administrativamente com o
interessado ou respectivo cônjuge ou companheiro.

Assim, de acordo com o art. 18, inc. II, parte final, não poderá participar o
parente ou afim, até o terceiro grau, que tenha participado como
testemunha, perito ou representante do servidor ou autoridade. Com efeito,
sendo o tio, parente de 3º grau, ele estará impedido de atuar.

Gabarito: Certo.

118. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) A lei que


regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal
assegura ao administrado a possibilidade de fazer-se assistido por
advogado.

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Comentário:

No âmbito do Processo Administrativo, conforme prescreve a Lei nº 9.784/99,


assegura-se ao administrado, além dos direitos e garantias constitucionais, as
garantias previstas no art. 3º, que assim dispõe:

Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a


Administração, sem prejuízo de outros que lhe sejam
assegurados:
I - ser tratado com respeito pelas autoridades e servidores, que
deverão facilitar o exercício de seus direitos e o cumprimento
de suas obrigações;
II - ter ciência da tramitação dos processos administrativos em
que tenha a condição de interessado, ter vista dos autos, obter
cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões
proferidas;
III - formular alegações e apresentar documentos antes da
decisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão
competente;
IV - fazer-se assistir, facultativamente, por advogado, salvo
quando obrigatória a representação, por força de lei.

Dessa forma, observa-se que o administrado poderá se fazer assistir,


facultativamente, por advogado, não sendo obrigatório a presença deste
no âmbito dos processos administrativos, salvo quando a lei expressamente a
exigir.

Nesse sentido, é importante destacar, o STF editou a súmula vinculante nº 05,


na qual estabelece não ser obrigatória a presença de advogado em
processo administrativo disciplinar.

Súmula Vinculante 5 - A falta de defesa técnica por advogado


no processo administrativo disciplinar não ofende a
Constituição.

Gabarito: Certo.

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119. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STJ – CESPE/2008) Se um


interessado ingressar com processo administrativo no âmbito federal e
declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na
própria administração, nesse caso, somente se houver pedido expresso do
interessado é que o órgão competente fornecerá tais documentos ou as
respectivas cópias, já que a prova incumbe a quem alega, sendo, portanto,
um ônus do interessado.

Comentário:

Como regra geral, em qualquer processo, quem alega deve provar. Assim,
no âmbito do processo administrativo, é regra de que cabe ao interessado a
prova dos fatos que tenha alegado, sem prejuízo do dever atribuído ao
órgão competente para a instrução, ante o princípio do impulso oficial,
como vimos.

No entanto, quando o interessado declarar que fatos e dados estão


registrados em documentos existentes na própria Administração responsável
pelo processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para
a instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das
respectivas cópias.

Assim, se as provas alegadas não estiverem em poder do que as alega, e


estiverem em poder do órgão ou de outro órgão integrante da
Administração, deverá a própria Administração Pública providenciar seu
translado para os autos do processo administrativo.

Gabarito: Errado.

120. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2008) As


garantias previstas na referida lei incluem expressamente os direitos à
comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e
à interposição de recursos.

Comentário:

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Conforme art. 2º, parágrafo único, inc. X, a Administração Pública deverá


garantir os direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à
produção de provas e à interposição de recursos, nos processos de que
possam resultar sanções e nas situações de litígio.

Gabarito: Certo.

121. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2008) Quando o


interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos
existentes em outro órgão administrativo, caberá ao próprio interessado
trazer os referidos documentos aos autos.

Comentário:

Acabamos de verificar que, no âmbito do processo administrativo, é regra


de que cabe ao interessado a prova dos fatos que tenha alegado, sem
prejuízo do dever atribuído ao órgão competente para a instrução, ante o
princípio do impulso oficial, como vimos.

Porém, quando o interessado declarar que fatos e dados estão registrados


em documentos existentes na própria Administração responsável pelo
processo ou em outro órgão administrativo, o órgão competente para a
instrução proverá, de ofício, à obtenção dos documentos ou das respectivas
cópias.

Dessa forma, tais provas ficarão a cargo da própria Administração Pública.

Gabarito: Errado.

4ª PARTE - IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA

122. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O conceito de


improbidade administrativa é mais restrito que o conceito de moralidade
administrativa.

Comentário:

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Pudemos constatar, quando tratamos dos princípios orientadores da


Administração Pública, que o princípio da moralidade administrativa
estabelece a exigência de que a administração pública e seus agentes
atuem com ética profissional, de forma proba, honesta, com honradez,
lealdade e boa-fé.

A moralidade é princípio que insere de aspectos subjetivos, porém goza de


suficiente normatividade para ser observado, muito embora as sanções por
atos imorais devam ser prescritas em normas.

No entanto, a violação a probidade administrativa, um dos aspectos da


moralidade administrativa, teve tratamento especial pela Constituição,
conforme art. 37, §4º, ao estabelecer que:

Art. 37.
§4º - os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a
indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, sem
prejuízo da ação penal cabível.

Dessa forma, conforme dispõe o art. 37, §4º da Constituição Federal, os atos
de improbidade administrativa importarão em perda do cargo ou função
pública, ressarcimento do erário, indisponibilidade de bens e suspensão dos
direitos políticos.

Nesse sentido, foi editada a Lei nº 8.429/92 a fim de disciplinar as sanções


aplicáveis aos atos de improbidade administrativa.

Com efeito, de acordo com o art. 2º da Lei de Improbidade Administrativa


(LIA), reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

De fato, a definição conferida à improbidade administrativa é mais restrita


do que o alcance da moralidade administrativa.

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Gabarito: Certo

123. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) Considera-se agente


público, para os efeitos da lei de improbidade administrativa, todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades que
recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão
público.

Comentário:

Com efeito, de acordo com o art. 2º da Lei de Improbidade Administrativa


(LIA), reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo aquele que
exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de investidura
ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades consideradas
sujeitos passivos da improbidade, conforme assim expresso:

Art. 2° Reputa-se agente público, para os efeitos desta lei, todo


aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem
remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo,
mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior.

Então, importante destacar que o art. 1º e seu parágrafo único, elencam os


sujeitos passivos da improbidade, assim prevendo:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente


público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta
ou fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados,
do Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa
incorporada ao patrimônio público ou de entidade para cuja
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, serão punidos na forma desta lei.

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Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta


lei os atos de improbidade praticados contra o patrimônio de
entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal
ou creditício, de órgão público bem como daquelas para cuja
criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita
anual, limitando-se, nestes casos, a sanção patrimonial à
repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres públicos.

É importante salientar, ademais, que não só o agente público é passível de


sanção por ato de improbidade, mas o terceiro que tenha concorrido,
induzido ou que dele se beneficie, conforme estabelece o art. 3º da Lei de
Improbidade:
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber,
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Portanto, o erro consiste em dizer que o agente público é aquele que exerce
suas atividades nas entidades que recebam subvenção, benefício ou
incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público.

Em verdade, deve-se observar que o sujeito passivo do ato de improbidade


poderá ser ente ou entidade da Administração Direta, Indireta, de qualquer
esfera de poder, entidade incorporada ao Erário ou que este tenha
custeado ou participado de sua criação ou, ainda, entidade que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público.

Gabarito: Errado.

124. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O alcance subjetivo


da chamada Lei de Improbidade estende-se além do tradicional conceito
de agentes públicos.

Comentário:

Uma dica, esse é uma questão rotineira do CESPE quando trata de

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improbidade. Busca-se, especialmente, indagar acerca do sujeito ativo e


passivo da improbidade, a competência, os atos de improbidade e a
natureza da lei de improbidade.

Bem, neste caso, ou seja, do alcance subjetivo (quanto ao sujeito), a


assertiva de fato é correta, pois a lei de improbidade não adotou definição
restritiva no tocante a agente público (de modo a contemplar apenas
aqueles detentores de cargos, empregos ou funções públicas).

Perceba que a lei estabeleceu qualquer um que exerça, ainda que


transitoriamente ou sem remuneração, por eleição, nomeação, designação,
contratação ou qualquer outra forma de investidura ou vínculo, mandato,
cargo, emprego ou função considerada pública.

Significa dizer que a LIA deu amplitude máxima para a definição de agente
público, tal como se utiliza atualmente no âmbito do Direito Administrativo,
de modo que contemplou: agentes políticos, agentes administrativos,
agentes honoríficos, agentes delegados etc.

Gabarito: Certo.

125. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009)


Podem ser sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa o agente
público e terceiro que induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Comentário:

Novamente a cobrança literal dos arts. 2º e 3º da Lei nº 8.429/92. E, como já


sabemos, não só o agente público, em sua expressão ampla, mas também o
terceiro que induza, concorra ou se beneficie de ato de improbidade
administrativa será sujeito ativo do ato.

Gabarito: Certo.

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126. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010)


Aquele que, não sendo agente público, induz ou concorre para a prática do
ato de improbidade ou dele se beneficia sob qualquer forma não se
submete às disposições da Lei n.º 8.429/1992, devendo a sua conduta ser
apurada de acordo com o Código Penal.

Comentário:

Com efeito, o terceiro, ainda que não seja agente público, conforme
disposto no art. 3º da LIA, também poderá ser sujeito ativo da improbidade
administrativa. Não obstante, também possa receber criminalmente.

Gabarito: Errado.

127. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) As disposições da lei,


aplicáveis apenas aos agentes públicos, alcançam os que exercem cargo,
emprego ou função pública, de modo efetivo ou transitório, e os que
exercem, por eleição, mandato eletivo.

Comentário:

Então, percebem como é recorrente. Pois é, tanto os agentes públicos,


sejam efetivos ou que tenham vínculo transitório, ocupem cargos, exerçam
função pública ou tenham um emprego público, seja por eleição, mandato
ou nomeação, responderão por ato de improbidade conforme estabelece o
art. 2º da LIA.

Devemos, no entanto, saber que o STF afastou a aplicação da Lei de


Improbidade em relação aos agentes políticos que estejam submetidos à Lei
de Crime de Responsabilidade (Ex: Presidente, Deputados, Senadores).

Gabarito: Errado.

128. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) Os particulares


que eventualmente colaboram com o poder público, como os mesários e os
jurados, não são considerados agentes públicos.

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Comentário:

Então, visualizou? Qualquer pessoa que exerça ainda que temporariamente


e mesmo sem remuneração, sob qualquer vínculo é considerado agente
público para a Lei de Improbidade.

De modo que as jurados, mesários, ou seja, agentes honoríficos, conforme


verificamos, também são agentes públicos para os fins de improbidade
administrativa, em especial.

Gabarito: Errado.

129. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) Tanto os


servidores públicos podem vir a responder por atos de improbidade
administrativa quanto os terceiros que se beneficiem do ato, sob qualquer
forma, direta ou indireta.

Comentário:

Como destacamos anteriormente, não só o agente público é passível de


sanção por ato de improbidade, mas o terceiro que tenha concorrido,
induzido ou que dele se beneficie também é sujeito ativo dos atos de
improbidade administrativa, conforme estabelece o art. 3º da Lei de
Improbidade:
Art. 3° As disposições desta lei são aplicáveis, no que couber,
àquele que, mesmo não sendo agente público, induza ou
concorra para a prática do ato de improbidade ou dele se
beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

Então, por exemplo, você é aprovado no concurso para a DPF é vê um


colega recebendo o famoso “caixinha”, e aí, ele começa a te dar
presentinhos, abastece seu tanque de gasolina daqui, te dá camisas, etc e
tal. Final da conversa, você é beneficiário do ato de improbidade.

Dessa forma, você integrará o rol dos sujeitos ativos da improbidade, por ser
terceiro beneficiário do ato.

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Gabarito: Certo.

130. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Caso o sócio-


gerente de uma sociedade empresarial induza um servidor público a fraudar
processo de licitação com vistas a favorecer essa sociedade empresarial, tal
atitude fará que esse dirigente seja responsabilizado pela Lei de
Improbidade Administrativa, mesmo não sendo servidor público.

Comentário:

Mais uma vez temos um terceiro que induziu um agente público a praticar
ato de improbidade administrativa. Assim, conforme art. 3º da Lei nº 8.429/92
este terceiro também responderá por improbidade administrativa.

Gabarito: Certo.

131. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STF – CESPE/2008) O Ministério da


Saúde firmou convênio com uma instituição privada, com fins lucrativos, que
atua na área de saúde pública municipal. O objeto desse convênio era a
instalação de uma UTI neonatal no hospital por ela administrado. Conforme
esse convênio, a referida instituição teria o encargo de, utilizando-se de
subvenções da União, instalar a UTI neonatal e disponibilizar, para a
comunidade local hipossuficiente, pelo menos 50% dos leitos dessa nova UTI.
No entanto, essa instituição acabou por utilizar parte desses recursos
públicos na reforma de outras áreas do hospital e na aquisição de
equipamentos médico-hospitalares de baixíssima qualidade. Maria, que ali
foi atendida, viu sua filha recém-nascida falecer nesse hospital. Apurou-se,
por meio de perícia, que a morte da recém-nascida ocorreu por falha
técnica na instalação e devido à baixa qualidade dos equipamentos ali
instalados. Em face dessa constatação e visando evitar novas mortes, o
município suspendeu provisoriamente o alvará de funcionamento da referida
UTI, notificando-se o hospital para ciência e eventual impugnação no prazo
legal. *** Não houve, no caso em tela, ato de improbidade, já que os
dirigentes de instituição privada não respondem por ato de improbidade, de
que trata a Lei nº 8.429/1992.

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Comentário:

E aí? Fácil agora? Vai responder ou não, o terceiro? Veja que a entidade
está recebendo subvenção pública, ou seja, há direito público ingressando
para a realização da atividade.

Por isso, mesmo que não esteja ocupando cargo, emprego ou função
pública, o agente será considerado agente público para os termos da Lei de
Improbidade porque na hipótese o agente será considerado um agente
delegado pelo Estado.

Nesse sentido, veja a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça que trata


exatamente do caso:

ADMINISTRATIVO. LEI DE IMPROBIDADE. CONCEITO E


ABRANGÊNCIA DA EXPRESSÃO "AGENTES PÚBLICOS". HOSPITAL
PARTICULAR CONVENIADO AO SUS (SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE).
FUNÇÃO DELEGADA.
1. São sujeitos ativos dos atos de improbidade administrativa,
não só os servidores públicos, mas todos aqueles que estejam
abrangidos no conceito de agente público, insculpido no art.
2º, da Lei n.º 8.429/92.
2. Deveras, a Lei Federal nº 8.429/92 dedicou científica atenção
na atribuição da sujeição do dever de probidade
administrativa ao agente público, que se reflete internamente
na relação estabelecida entre ele e a Administração Pública,
superando a noção de servidor público, com uma visão mais
dilatada do que o conceito do funcionário público contido no
Código Penal (art. 327).
3. Hospitais e médicos conveniados ao SUS que além de
exercerem função pública delegada, administram verbas
públicas, são sujeitos ativos dos atos de improbidade
administrativa.
4. Imperioso ressaltar que o âmbito de cognição do STJ, nas
hipóteses em que se infirma a qualidade, em tese, de agente
público passível de enquadramento na Lei de Improbidade

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Administrativa, limita-se a aferir a exegese da legislação com o


escopo de verificar se houve ofensa ao ordenamento.
5. Ademais, a efetiva ocorrência do periculum in mora e do
fumus boni juris são condições de procedência do mérito
cautelar, sindicável pela instância de origem também com
respaldo na Súmula 07.
6. Em conseqüência dessa limitação, a comprovação da
ocorrência ou não do ato improbo é matéria fática que
esbarra na interdição erigida pela Súmula 07, do STJ.
7. Recursos parcialmente providos, apenas, para reconhecer a
legitimidade passiva dos recorridos para se submeteram às
sanções da Lei de Improbidade Administrativa, acaso
comprovadas as transgressões na instância local.
(REsp 495.933/RS, Rel. Ministro LUIZ FUX, PRIMEIRA TURMA,
julgado em 16/03/2004, DJ 19/04/2004 p. 155)

Gabarito: Errado.

132. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010)


Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os deputados federais, os
senadores e o presidente da República, na qualidade de agentes políticos,
não se submetem às regras da lei em apreço, em razão de se sujeitarem a
regime especial de responsabilização.

Comentário:

De fato, conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal agentes


políticos que estejam submetidos à lei de crime de responsabilidade (Lei nº
1.079/50) não respondem por improbidade com base na Lei nº 8.429/92,
conforme o seguinte:

INFORMATIVO Nº 471
TÍTULO: Improbidade Administrativa e Competência - 7
PROCESSO: Rcl - 2138
ARTIGO
Quanto ao mérito, o Tribunal, por maioria, julgou procedente a
reclamação para assentar a competência do STF para julgar o

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feito e declarar extinto o processo em curso no juízo


reclamado. Após fazer distinção entre os regimes de
responsabilidade político-administrativa previstos na CF, quais
sejam, o do art. 37, § 4º, regulado pela Lei 8.429/92, e o regime
de crime de responsabilidade fixado no art. 102, I, c, da CF e
disciplinado pela Lei 1.079/50, entendeu-se que os agentes
políticos, por estarem regidos por normas especiais de
responsabilidade, não respondem por improbidade
administrativa com base na Lei 8.429/92, mas apenas por crime
de responsabilidade em ação que somente pode ser proposta
perante o STF nos termos do art. 102, I, c, da CF. Vencidos,
quanto ao mérito, por julgarem improcedente a reclamação,
os Ministros Carlos Velloso, Marco Aurélio, Celso de Mello, estes
acompanhando o primeiro, Sepúlveda Pertence, que se
reportava ao voto que proferira na ADI 2797/DF (DJU de
19.12.2006), e Joaquim Barbosa. O Min. Carlos Velloso, tecendo
considerações sobre a necessidade de preservar-se a
observância do princípio da moralidade, e afirmando que os
agentes políticos respondem pelos crimes de responsabilidade
tipificados nas respectivas leis especiais (CF, art. 85, parágrafo
único), mas, em relação ao que não estivesse tipificado como
crime de responsabilidade, e estivesse definido como ato de
improbidade, deveriam responder na forma da lei própria, isto
é, a Lei 8.429/92, aplicável a qualquer agente público, concluía
que, na hipótese dos autos, as tipificações da Lei 8.429/92,
invocadas na ação civil pública, não se enquadravam como
crime de responsabilidade definido na Lei 1.079/50 e que a
competência para julgar a ação seria do juízo federal de 1º
grau. Rcl 2138/DF, rel. orig. Min. Nelson Jobim, rel. p/ o acórdão
Min. Gilmar Mendes, 13.6.2007. (Rcl-2138)

Gabarito: Certo.

133. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) Segundo orientação


do STF, os agentes políticos respondem por improbidade administrativa com
base na Lei n.º 8.429/1992 independentemente da sujeição dos mesmos aos
crimes de responsabilidade tipificados nas respectivas leis especiais.

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Comentário:

Veja: repetição do tema. Como já ressaltado, os agentes políticos que


estejam submetidos às leis especiais (ex. Lei nº 1.072/50) que tipificam crimes
de responsabilidades não se sujeitarão à improbidade administrativa com
base na Lei nº 8.429/92.

Gabarito: Errado.

134. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) O prefeito que


praticar ato de improbidade que também seja previsto como crime de
responsabilidade responderá simultaneamente tanto pelo crime de
responsabilidade quanto pelo ato de improbidade.

Comentário:

Temos outro agente político (Prefeito) que responde por crime de


responsabilidade em legislação especial (Dec.Lei 201/67), de modo que, de
acordo com o entendimento do STF, não responderia por improbidade
administrativa com base na Lei nº 8.429/92.

Gabarito: Errado.

135. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A perda ou extinção do mandato


eletivo implica cessação automática da existência de foro especial por
prerrogativa de função, ainda que o fato que deu causa à demanda haja
ocorrido durante o exercício daquele, exceto na hipótese de improbidade
administrativa, conforme jurisprudência do STF.

Comentário:

Não há foro por prerrogativa de função para atos de improbidade


administrativa na medida em que se trata de ação de cunho civil, e o foro
de prerrogativa é conferido diante de ilícitos criminais. Por isso, a extinção de
eventual mandato não implicaria cessão de foro especial, porque não existe

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tal foro em improbidade administrativa.

Ademais, cumpre dizer que, em regra, aquele que detém mandato eletivo
(agente político) e responde por lei especial de crime de responsabilidade,
não se submete à Lei de Improbidade Administrativa.

Gabarito: Errado.

136. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010)


Enquanto as empresas públicas podem ser sujeitos passivos da improbidade
administrativa, as sociedades de economia mista não podem, em razão do
regime de direito privado a que estão submetidas.

Comentário:

O sujeito passivo do ato de improbidade administrativa é o ente ou entidade


que sofreu a lesão por ato de improbidade administrativa, podendo ser, em
regra, entidade ou ente estatal. Poderá, ademais, ser sujeito passivo de ato
de improbidade entidade que não integre a Administração, mas que
receba recursos estatais, como é o caso das entidades paraestatais.

Nesse sentido, prevê o art. 1º da LIA os sujeitos passivos da improbidade


administrativa, assim dispondo:

Art. 1° Os atos de improbidade praticados por qualquer agente


público, servidor ou não, contra a administração direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal, dos Municípios, de Território, de empresa incorporada
ao patrimônio público ou de entidade para cuja criação ou custeio o
erário haja concorrido ou concorra com mais de cinqüenta por cento
do patrimônio ou da receita anual, serão punidos na forma desta lei.

Parágrafo único. Estão também sujeitos às penalidades desta lei os


atos de improbidade praticados contra o patrimônio de entidade que
receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
órgão público bem como daquelas para cuja criação ou custeio o
erário haja concorrido ou concorra com menos de cinqüenta por

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cento do patrimônio ou da receita anual, limitando-se, nestes casos, a


sanção patrimonial à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos
cofres públicos.

Assim, teremos os seguintes sujeitos:

• Administração Pública direta e indireta


• Empresa incorporada ao patrimônio público
• Entidade para cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra
com mais de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual
• Entidade que receba subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício,
de órgão público;
• Entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual

Atenção para o fato de que, nesses dois últimos casos (entidade que receba
subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de órgão público ou
entidades cuja criação ou custeio o erário haja concorrido ou concorra com
menos de cinqüenta por cento do patrimônio ou da receita anual) a sanção
patrimonial limita-se à repercussão do ilícito sobre a contribuição dos cofres
públicos.

Gabarito: Errado.

137. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010)


Somente a ação praticada com dolo pelo agente público e com
comprovada lesão ao patrimônio público é passível de responsabilização
pelo integral ressarcimento do dano.

Comentário:

De acordo com o art. 5º da Lei de Improbidade Administrativa (Lei nº


8.429/92), “ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação ou omissão,
dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro, dar-se-á o integral
ressarcimento do dano”.

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Vê-se que o agente responderá por ação ou omissão, dolosa ou culposa. De


outro lado, é importante destacar que nem sempre haverá dano ao erário,
em virtude de existirem atos de improbidade que não importam prejuízo ao
erário, tal como tipificado no art. 11 da LIA.

Gabarito: Errado

138. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2009) Sendo meramente


culposa a conduta comissiva do agente público que ocasione prejuízo ao
erário, isso não poderá ensejar responsabilização por improbidade
administrativa.

Comentário:

Conforme se verifica do art. 5º da LIA, tanto a conduta dolosa, como a


culpa, seja por ação ou omissão, poderá ensejar a responsabilização por ato
de improbidade administrativa.

Gabarito: Errado.

139. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Por


não ser admitida pela Constituição Federal de 1988 (CF) que nenhuma pena
passará da pessoa do condenado, não é possível a responsabilização do
sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio ou se enriquecer
ilicitamente, ainda que seja até o limite do valor da herança.

Comentário:

Conforme prevê o art. 8°, “o sucessor daquele que causar lesão ao


patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está sujeito às cominações
desta lei até o limite do valor da herança”.

Gabarito: Errado.

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140. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) A


aplicação das medidas punitivas previstas na Lei de Improbidade
Administrativa pressupõe a ocorrência de dolo como o único elemento
subjetivo, pois o ato de improbidade administrativa implica enriquecimento
ilícito para o sujeito ativo, prejuízo para o erário ou afronta aos princípios da
administração pública, circunstâncias que afastam a configuração de culpa.

Comentário:

A questão busca complicar um pouquinho mais, no entanto é o mesmo


ponto anterior, ou seja, tanto a conduta dolosa, como a culpa, seja por
ação ou omissão, poderá ensejar a responsabilização por ato de
improbidade administrativa, de acordo com o art. 5º da Lei nº 8.429/92, que
assim estabelece:

Art. 5º - Ocorrendo lesão ao patrimônio público por ação


ou omissão, dolosa ou culposa, do agente ou de terceiro,
dar-se-á o integral ressarcimento do dano.

Gabarito: Errado.

141. (ANALISTA DE SANEAMENTO – ADVOGADO – EMBASA – CESPE/2010) A


aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa
independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, mas fica
suspensa até a aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
interno ou pelo tribunal ou conselho de contas.

Comentário:

Com efeito, de acordo com o art. 21, incs. I e II, da Lei nº 8.429/92, a
aplicação das sanções por improbidade independe da efetiva ocorrência
de dano ao patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento, bem
como da aprovação ou rejeição de contas pelo Tribunal de Contas,
conforme o seguinte:

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei


independe:

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I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público,


salvo quanto à pena de ressarcimento; (Redação dada
pela Lei nº 12.120, de 2009).
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

Gabarito: Errado.

142. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A aplicação das sanções previstas


na lei em questão independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público, inclusive quanto à pena de ressarcimento, e da aprovação ou
rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou
conselho de contas.

Comentário:

Como bem prescreve o art. 21, incs. I e II, da Lei nº 8.429/92, a aplicação das
sanções por improbidade independe da efetiva ocorrência de dano ao
patrimônio público, salvo quanto à pena de ressarcimento, bem como da
aprovação ou rejeição de contas pelo Tribunal de Contas.

Gabarito: Errado.

143. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) O STJ fixou


entendimento no sentido de que a contratação de agentes públicos sem a
realização de concurso público enseja violação ao princípio da moralidade.
Isso não quer dizer, contudo, que os responsáveis pela contratação devam
ser condenados a ressarcir o erário, pois essa condenação depende da
demonstração do enriquecimento ilícito e do prejuízo para a administração.

Comentário:

De fato, o STJ tem entendimento de que a contratação sem concurso


caracteriza-se como ato de improbidade, na modalidade violação a
princípios administrativos. Contudo, tal ilícito não depende, para serem

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aplicadas as sanções, da demonstração de enriquecimento ilícito ou do


prejuízo para a Administração, conforme o seguinte:

PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO – AÇÃO CIVIL


PÚBLICA – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – VEREADORES –
EDIÇÃO DE LEI MUNICIPAL QUE PERMITIA A
CONTRATAÇÃO SEM CONCURSO PÚBLICO – EXAME DE LEI
LOCAL: SÚMULA 280/STF – APLICAÇÃO DA LEI 8.429/1992 –
VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS ADMINISTRATIVOS – ART. 11
DA LEI 8.429/1992 – ELEMENTO SUBJETIVO – DOLO
GENÉRICO – NÃO-COMPROVAÇÃO.
1. Em sede de recurso especial, não pode o STJ examinar
a pretensão da parte recorrente, se o Tribunal de origem
decidiu a lide com base em normas de lei local.
2. A jurisprudência desta Corte, quanto ao resultado do
ato, firmou-se no sentido de que se configura ato de
improbidade a lesão a princípios administrativos, o que,
em princípio, independe da ocorrência de dano ou lesão
ao erário público.
3. A Segunda Turma firmou entendimento de que, para
caracterização dos atos previstos no art. 11 da Lei
8.429/1992, basta a configuração de dolo lato sensu ou
genérico.
4. Não demonstrada a presença do dolo genérico dos
vereadores na edição de lei municipal, que previa a
contratação sem concurso público, descabe a
tipificação de ato de improbidade administrativa.
5. Recurso especial provido.
(REsp 1165505/SP, Rel. Ministra ELIANA CALMON,
SEGUNDA TURMA, julgado em 22/06/2010, DJe
01/07/2010)

Desse modo, não existirá condenação em ressarcimento ao erário, quando


não houver enriquecimento ilícito ou prejuízo ao erário, conforme aplicação,
do art. 5º da LIA.

Gabarito: Certo.

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144. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) A posse e o


exercício de agente público em seu cargo ficam condicionados à
apresentação de declaração de bens e valores que componham seu
patrimônio, a fim de ser arquivada no setor de pessoal do órgão.

Comentário:

Estabelece o art. 13 da LIA que a posse e o exercício de agente público


ficam condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que
compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivada no serviço de
pessoal competente.

De outro lado, o parágrafo 3º do art. 13, prevê que será punido com
demissão, a bem do serviço público, o agente que se recusar a prestar a
declaração de bens, dentro do prazo determinado ou a prestar falsa.

Gabarito: Certo.

145. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL – CESPE/2009) A posse e o exercício de


agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos
bens e valores que compõem o seu patrimônio privado. O agente público
que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado,
ou que a prestar falsa, será punido com a pena de demissão, a bem do
serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

Comentário:

Então, conforme ressaltado, a posse e o exercício de agente público ficam


condicionados à apresentação de declaração dos bens e valores que
compõem o seu patrimônio privado, a fim de ser arquivado no serviço de
pessoal competente, de acordo com o exigido no art. 13 da Lei nº 8.429/92.

O descumprimento de tal obrigação, conforme prevê o parágrafo 3º do art.


13, redundará em demissão, a bem do serviço público, sem prejuízo de
outras sanções cabíveis.

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Gabarito: Certo.

146. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) Os atos de improbidade


administrativa devem ter por pressuposto a ocorrência de dano ao erário
público.

Comentário:

Tome cuidado. Primeiro devemos lembrar que os atos de improbidade


administrativa são separados em três modalidades, sendo:

a) atos que importam em enriquecimento ilícito;


b) atos que causem prejuízo ao erário;
c) atos que atentam contra princípios da administração.

Dou uma dica: Tais atos foram separados na Lei de Improbidade em três
artigos distintos (9º a 11). Assim, decoreba do art. 11, pois é o menor, o que
não for dele associe da seguinte forma: 9º (enriquecimento sem causa lícita);
10 (dano ao patrimônio ao erário).

Assim, é possível a existência de ato de improbidade administrativa que nem


chegue a causar dano ao erário público, como em algumas situações
descritas no art. 9º e 11 da Lei de Improbidade, ou seja, somente se exige
efetivo dano ao erário nos casos tipificados no art. 10.

Nesse sentido, é a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça.


Ilustrativamente:
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. RECURSO ESPECIAL.
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. UTILIZAÇÃO DE BENS E
SERVIÇOS PÚBLICOS POR PARTICULAR. ANÁLISE DE LEI LOCAL E
DOS ELEMENTOS FÁTICO-PROBATÓRIOS. IMPOSSIBILIDADE.
SÚMULAS 280/STF E 7/STJ. AUSÊNCIA DE DANO AO ERÁRIO.
VIOLAÇÃO DO ART. 10 DA LEI 8.429/1992 NÃO-CONFIGURADA.
1. Hipótese em que o Ministério Público do Estado de Santa
Catarina propôs Ação Civil Pública contra prefeito, imputando-
lhe ato de improbidade administrativa por disponibilizar
máquinas e servidores para uso de particular.

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2. O Tribunal de Justiça rechaçou a alegada improbidade ao


fundamento de que o demandado agiu em conformidade
com lei municipal que, para fins de incentivo agrícola, autoriza
o uso transitório de serviços e bens por particulares, mediante o
pagamento das despesas.
3. A verificação de que a conduta do recorrido não teve
respaldo legal demandaria, no caso específico, a análise de lei
local e dos elementos fático-probatórios dos autos, o que é
inviável em Recurso Especial. Aplicação da Súmula 280/STF, por
analogia, e da Súmula 7/STJ.
4. A configuração de ato de improbidade administrativa
censurado pelo art. 10 da Lei 8.429/1992 pressupõe a
ocorrência de dano ao Erário. In casu, a Corte estadual não
apontou a existência de prejuízo ao patrimônio público, ao
contrário, consignou que as despesas foram previamente
pagas pelo particular, constatação não questionada pelo
Parquet, que se limita a sustentar a ilegalidade da conduta.
5. A ausência de dano ao Erário não exclui, em tese, eventual
enquadramento da conduta do agente público e do particular
nos arts. 9º e 11 da Lei 8.429/1992, que coíbem os atos de
improbidade por enriquecimento ilícito e por atentado aos
princípios da Administração Pública. No caso dos autos,
contudo, as razões recursais e o acórdão recorrido limitam-se a
debater a norma contida no art. 10 da referida lei.
6. Recurso Especial não provido.
(REsp 1040814/SC, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDA
TURMA, julgado em 18/06/2009, DJe 27/08/2009)

Gabarito: Errado.

147. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor


público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de
um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da
empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para
o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final
do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da
desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços

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oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo


administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando
demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. O ordenamento
jurídico brasileiro não tem instrumentos legais para punir condutas antiéticas.

Comentário:

É aí? Quer dizer que se o servidor não for ético, honesto, probo com a
Administração, não há como puni-lo? Ora, é evidente que temos
instrumentos para verificar as condutas éticas do servidor público, bem como
de todo e qualquer agente administrativa.

É possível verificar a aplicação da moralidade e o combate ao seu vício


(imoralidade) em diversas hipóteses legais e, com isso combatê-la, tal como
por meio de processo administrativo disciplinar, seja em processo por quebra
de decoro, por exemplo, em caso de parlamentares, seja no caso de
impeachment do Presidente ou outra autoridade pública, seja, em especial,
no caso de improbidade administrativa.

Gabarito: Errado.

148. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO/BA – CESPE/2007) As atividades


que podem vir a ser consideradas como atentatórias à probidade
administrativa estão divididas em três grupos, quais sejam, as que importam
em enriquecimento ilícito, as que causam prejuízo ao erário e as que violam
os princípios da honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às
instituições públicas.

Comentário:

De fato, os atos de improbidade administrativa são separados em três


modalidades, sendo os que importam em enriquecimento ilícito (art. 9º), os
que causem prejuízo ao erário (art. 10) e os que atentam contra princípios da
administração (art. 11).

Gabarito: Certo.

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149. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Perceber vantagem


econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de
qualquer natureza constitui ato de improbidade administrativa que causa
prejuízo ao erário.

Comentário:

Os atos que importam em enriquecimento ilícito estão descritos no art. 9º da


LIA, que assim estabelece:

Art. 9º. Constitui ato de improbidade administrativa importando


enriquecimento ilícito auferir qualquer tipo de vantagem
patrimonial indevida em razão do exercício de cargo,
mandato, função, emprego ou atividade nas entidades
mencionadas no art. 1° desta lei, e notadamente:

Observe que para a configuração desse ato de improbidade é necessário


que o agente aufira vantagem patrimonial, indevida, de qualquer tipo.

São várias as situações que a LIA elenca como hipótese de enriquecimento


ilícito. Uma dica! Não aconselho que se decorem tais dispositivos, pois são
relativamente extensos. Todavia, podemos agrupar as situações descritas, de
modo a facilitar eventuais cobranças.

Assim, sempre destaco os principais verbos. No caso de enriquecimento


ilícito, os verbos são RECEBER, PERCEBER, quase a totalidade dos casos tem
em destaque esse verbo. Nos demais casos temos usar, utilizar, adquirir,
incorporar e aceitar.

Verbo RECEBER:
I - receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel
ou imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica,
direta ou indireta, a título de comissão, percentagem,
gratificação ou presente de quem tenha interesse, direto
ou indireto, que possa ser atingido ou amparado por

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ação ou omissão decorrente das atribuições do agente


público;
V - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
direta ou indireta, para tolerar a exploração ou a prática
de jogos de azar, de lenocínio, de narcotráfico, de
contrabando, de usura ou de qualquer outra atividade
ilícita, ou aceitar promessa de tal vantagem;
VI - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
direta ou indireta, para fazer declaração falsa sobre
medição ou avaliação em obras públicas ou qualquer
outro serviço, ou sobre quantidade, peso, medida,
qualidade ou característica de mercadorias ou bens
fornecidos a qualquer das entidades mencionadas no
art. 1º desta lei;
X - receber vantagem econômica de qualquer natureza,
direta ou indiretamente, para omitir ato de ofício,
providência ou declaração a que esteja obrigado;

Verbo PERCEBER:
II - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
para facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
móvel ou imóvel, ou a contratação de serviços pelas
entidades referidas no art. 1° por preço superior ao valor
de mercado;
III - perceber vantagem econômica, direta ou indireta,
para facilitar a alienação, permuta ou locação de bem
público ou o fornecimento de serviço por ente estatal por
preço inferior ao valor de mercado;
IX - perceber vantagem econômica para intermediar a
liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza;

Verbos ACEITAR, INCORPORAR, ADQUIRIR, UTILIZAR OU


USAR:
VIII - aceitar emprego, comissão ou exercer atividade de
consultoria ou assessoramento para pessoa física ou
jurídica que tenha interesse suscetível de ser atingido ou

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amparado por ação ou omissão decorrente das


atribuições do agente público, durante a atividade;
XI - incorporar, por qualquer forma, ao seu patrimônio
bens, rendas, verbas ou valores integrantes do acervo
patrimonial das entidades mencionadas no art. 1° desta
lei;
VII - adquirir, para si ou para outrem, no exercício de
mandato, cargo, emprego ou função pública, bens de
qualquer natureza cujo valor seja desproporcional à
evolução do patrimônio ou à renda do agente público;
IV - utilizar, em obra ou serviço particular, veículos,
máquinas, equipamentos ou material de qualquer
natureza, de propriedade ou à disposição de qualquer
das entidades mencionadas no art. 1° desta lei, bem
como o trabalho de servidores públicos, empregados ou
terceiros contratados por essas entidades;
XII - usar, em proveito próprio, bens, rendas, verbas ou
valores integrantes do acervo patrimonial das entidades
mencionadas no art. 1° desta lei.

Portanto, temos um ato de improbidade na modalidade enriquecimento


ilícito, conforme prevê o art. 9º, inc. IX, da LIA.

Gabarito: Errado.

150. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A aquisição, para si ou


para outrem, no exercício de função pública, de bens cujo valor seja
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público
configura ato de improbidade administrativa na modalidade dos que
importam em enriquecimento ilícito.

Comentário:

Como vimos, configura ato de improbidade administrativa, tipificado como


enriquecimento ilícito, adquirir para si ou para outrem, no exercício de
função pública, de bens cujo valor seja desproporcional à evolução do
patrimônio ou à renda do agente público, conforme art. 9º, inc. VII, da Lei nº

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8.429/92, assim expresso:

Art. 9º.
VII adquirir, para si ou para outrem, no exercício de mandato,
cargo, emprego ou função pública, bens de qualquer natureza
cujo valor seja desproporcional à evolução do patrimônio ou à
renda do agente público;

Gabarito: Certo.

151. (AUDITOR DE ESTADO – SECONT/ES – CESPE/2009) Caso o empregado


de uma sociedade de economia mista perceba vantagem econômica para
intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza, estará ele praticando um ato de improbidade administrativa e, se
condenado judicialmente, o sujeitará à perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, entre outras penalidades.

Comentário:

De acordo com o art. 9º, inc. IX, da Lei nº 8.429/92, é ato de improbidade
administrativa, que causa enriquecimento ilícito “perceber vantagem
econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de
qualquer natureza”, estando, por isso, o empregado (agente público) sujeito às
sanções legais.

Gabarito: Certo.

152. (ANALISTA DE CONTROLE INTERNO – SAD/PE – CESPE/2010 - ADAPTADA)


O secretário de saúde de determinado estado da Federação contratou
empresa de informática, com o objetivo de modernizar o sistema de
protocolo, por meio de dispensa de licitação. Seu genro era um dos sócios
da referida empresa. Após o pagamento efetuado, percebeu-se que não se
tratava de caso de dispensa e que o objeto do contrato não havia sido
prestado adequadamente, uma vez que o protocolo continuou sendo feito
de forma manual. Assim, restou configurada a prática de ato de
improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

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Comentário:

No tocante aos atos que causem prejuízo ao erário, dispõe o art. 10 da LIA
que “constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao erário
qualquer ação ou omissão, dolosa ou culposa, que enseje perda
patrimonial, desvio, apropriação, malbaratamento ou dilapidação dos bens
ou haveres” dos sujeitos passivos da improbidade.

É importante destacar que nessa situação, para configurar ato que cause
prejuízo, lesão, ao erário é imprescindível a ocorrência de dano patrimonial,
seja por ação ou omissão, dolosa ou culposa.

Também aqui, minha dica é a existência de verbos principais, assim como


destaquei em relação aos atos que ensejam enriquecimento ilícito. Então, no
tocante aos que causam lesão ao erário teremos:

Verbo PERMITIR (FACILITAR E CONCORRER):


II - permitir ou concorrer para que pessoa física ou jurídica
privada utilize bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
art. 1º desta lei, sem a observância das formalidades
legais ou regulamentares aplicáveis à espécie;
IV - permitir ou facilitar a alienação, permuta ou locação
de bem integrante do patrimônio de qualquer das
entidades referidas no art. 1º desta lei, ou ainda a
prestação de serviço por parte delas, por preço inferior
ao de mercado;
V - permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação
de bem ou serviço por preço superior ao de mercado;
XII - permitir, facilitar ou concorrer para que terceiro se
enriqueça ilicitamente;
XIII - permitir que se utilize, em obra ou serviço particular,
veículos, máquinas, equipamentos ou material de
qualquer natureza, de propriedade ou à disposição de
qualquer das entidades mencionadas no art. 1° desta lei,
bem como o trabalho de servidor público, empregados
ou terceiros contratados por essas entidades.

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I - facilitar ou concorrer por qualquer forma para a


incorporação ao patrimônio particular, de pessoa física
ou jurídica, de bens, rendas, verbas ou valores integrantes
do acervo patrimonial das entidades mencionadas no
art. 1º desta lei;

Verbo CELEBRAR:
XIV – celebrar contrato ou outro instrumento que tenha
por objeto a prestação de serviços públicos por meio da
gestão associada sem observar as formalidades previstas
na lei; (Incluído pela Lei nº 11.107, de 2005)
XV – celebrar contrato de rateio de consórcio público
sem suficiente e prévia dotação orçamentária, ou sem
observar as formalidades previstas na lei. (Incluído pela
Lei nº 11.107, de 2005)

OUTROS: DOAR, CONCEDER, LIBERAR, REALIZAR, ORDENAR,


AGIR E FRUSTRAR
III - doar à pessoa física ou jurídica bem como ao ente
despersonalizado, ainda que de fins educativos ou
assistências, bens, rendas, verbas ou valores do
patrimônio de qualquer das entidades mencionadas no
art. 1º desta lei, sem observância das formalidades legais
e regulamentares aplicáveis à espécie;
VII - conceder benefício administrativo ou fiscal sem a
observância das formalidades legais ou regulamentares
aplicáveis à espécie;
XI - liberar verba pública sem a estrita observância das
normas pertinentes ou influir de qualquer forma para a
sua aplicação irregular;
VI - realizar operação financeira sem observância das
normas legais e regulamentares ou aceitar garantia
insuficiente ou inidônea;
IX - ordenar ou permitir a realização de despesas não
autorizadas em lei ou regulamento;
X - agir negligentemente na arrecadação de tributo ou
renda, bem como no que diz respeito à conservação do
patrimônio público;

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VIII - frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-


lo indevidamente;

Assim, tendo em vista que não houve a devida dispensa do procedimento


licitatório, configura-se ato de improbidade na modalidade lesão/dano ao
erário.

Gabarito: Certo.

153. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Liberar verba pública


sem que haja estrita observância das normas pertinentes ou influir na
aplicação irregular dessa verba constitui ato de improbidade administrativa
que importa enriquecimento ilícito.

Comentário:

É ato de improbidade administrativa, importando enriquecimento ilícito,


conforme art. 9º, inc. IX, da Lei nº 8.429/92, perceber vantagem econômica
para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza.

No entanto, quando não há obtenção de qualquer vantagem, mas, tão-


somente, a liberação de verba pública sem a estrita observância das normas
pertinentes ou influir de qualquer forma para a sua aplicação irregular,
verifica-se a constituição de ato de improbidade administrativa que importa
em prejuízo ao erário, conforme art. 10, inc. XI, da Lei nº 8.429/92.

Gabarito: Errado.

154. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) A Procuradoria-Geral


Federal ingressou com ação executiva fiscal por crédito não tributário no
valor de R$ 200.000,00. Consta dos autos que esse crédito corresponde a
multa administrativa imposta pela ANVISA, no exercício do poder de polícia,
já que, no dia 2/4/2002, havia sido praticada a infração administrativa
respectiva, ficando paralisado esse processo administrativo até 5/4/2006,
quando então foi inscrita em dívida ativa. Foram opostos embargos à

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execução, nos quais foi proferida sentença extinguindo a ação, com


fundamento na prescrição. Com base nessa situação hipotética, julgue os
itens seguintes (***). O fato de o servidor público deixar de praticar,
indevidamente, o ato de ofício constitui infração administrativa prevista na
Lei n.º 8.112/1990, mas não, ato de improbidade administrativa.

Comentário:

A terceira hipótese ou modalidade de ato de improbidade é aquela


descrita como atos que atentam contra princípios da Administração,
conforme dispõe o art. 11, assim expresso:

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que


atenta contra os princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de
honestidade, imparcialidade, legalidade, e lealdade às
instituições, e notadamente:

Vale observar que nessa hipótese também não é necessário a existência de


dano patrimonial, nem que o agente obtenha qualquer tipo de vantagem.
Necessária a violação aos deveres de honestidade, lealdade, legalidade e
imparcialidade por ação ou omissão.

Esse o dispositivo que tem o menor número de situações descritas como


improbidade administrativa, sendo o principal verbo revelar, retardar, deixar
de praticar (prestar ou permitir), abrangendo assim:

III - revelar fato ou circunstância de que tem ciência em


razão das atribuições e que deva permanecer em
segredo;
VII - revelar ou permitir que chegue ao conhecimento de
terceiro, antes da respectiva divulgação oficial, teor de
medida política ou econômica capaz de afetar o preço
de mercadoria, bem ou serviço.

I - praticar ato visando fim proibido em lei ou regulamento


ou diverso daquele previsto, na regra de competência;

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II - retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de


ofício;
VI - deixar de prestar contas quando esteja obrigado a
fazê-lo;
V - frustrar a licitude de concurso público;
IV - negar publicidade aos atos oficiais;

Assim, de acordo com o art. 11, inc. I, da Lei nº 8.429/92 configura ato de
improbidade administrativa retardar ou deixar de praticar, indevidamente,
ato de ofício, na modalidade violação a princípios da Administração.

Gabarito: Errado.

155. (ANALISTA DE SANEAMENTO – ADVOGADO – EMBASA – CESPE/2010) O


servidor público que, ao ser omisso, viola os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, deixando de praticar,
indevidamente, ato de ofício, pratica ato de improbidade que atenta contra
os princípios da administração pública.

Comentário:

Conforme estabelece o art. 11, inc. I, da LIA, constitui ato de improbidade


administrativa que atenta contra os princípios da administração pública
qualquer ação ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, notadamente:
retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício.

Gabarito: Certo.

156. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Deixar de prestar contas


quando se está obrigado a fazê-lo constitui ato de improbidade
administrativa que causa prejuízo ao erário.

Comentário:

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PACOTE DE EXERCÍCIOS
MÓDULO DE DIREITO ADMINISTRATIVO
ANALISTA PROCESSUAL – MPU/2010
PROF. EDSON MARQUES

De acordo com o art. 11, inc. VI, da Lei nº 8.429/92, configura ato de
improbidade administrativa que atenta contra princípios da Administração
Pública “deixar de prestar contas quando esteja obrigado a fazê-lo”.

Gabarito: Errado.

157. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Frustrar a licitude de


concurso público constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública.

Comentário:

De acordo com o art. 11, inc. V, da Lei nº 8.429/92, configura ato de


improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública frustrar a licitude de concurso público.

Gabarito: Certo.

158. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Frustrar a licitude de


processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da administração
pública.

Comentário:

Não se pode confundir a hipótese descrita no art. 11, inc. V, da Lei nº


8.429/92 (frustrar a licitude de concurso público) que configura ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública, com a hipótese prevista no art. 10, inc. VIII (frustrar a
licitude de processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente), que se trata
de ato de improbidade na modalidade causar prejuízo ou dano ao erário.

Gabarito: Errado.

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159. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Não constitui ato de


improbidade administrativa, considerado pela Lei nº 8.429/1992 como
atentatório aos princípios da administração pública, praticar ato
administrativo que dispense ou declare a inexigibilidade de processo
licitatório.

Comentário:

Como destacado, é ato de improbidade administrativa que causa prejuízo


ao erário, frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo
indevidamente, conforme art. 10, inc. VIII, da Lei nº 8.429/92, não sendo,
portanto, de ato de improbidade que atente contra princípios da
Administração Pública.

Gabarito: Certo.

160. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL – CESPE/2009) Negar publicidade aos


atos oficiais constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao
erário.

Comentário:

De acordo com o art. 11, inc. IV, da Lei nº 8.429/92, constitui ato de
improbidade administrativa, que atenta contra os princípios da
Administração Pública, negar publicidade aos atos oficiais. Portanto, não se
refere a ato de improbidade que causa lesão ao erário.

Gabarito: Errado.

161. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor


público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de
um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da
empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para
o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final
do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da
desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços

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oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo


administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando
demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. A situação hipotética
apresentada configura improbidade administrativa.

Comentário:

A conduta do servidor, muito embora não se tenha dito exatamente, o que


ele tenha feito, mas como ficou demonstrado em processo administrativo
que não foi honesto, imparcial, leal à Instituição, tampouco observou o
dever de legalidade, podemos caracterizá-la como violadora dos arts. 9º,
inc. I; 10, inc. VII e 11, caput, da Lei de Improbidade.

Art. 9º
I receber, para si ou para outrem, dinheiro, bem móvel ou
imóvel, ou qualquer outra vantagem econômica, direta ou
indireta, a título de comissão, percentagem, gratificação ou
presente de quem tenha interesse, direto ou indireto, que possa
ser atingido ou amparado por ação ou omissão decorrente das
atribuições do agente público;

Art. 10
VIII frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo
indevidamente;

Art. 11. Constitui ato de improbidade administrativa que atenta


contra os princípios da administração pública qualquer ação
ou omissão que viole os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade, e lealdade às instituições, e
notadamente:

Significa dizer que a situação descrita, ou seja, a ação ou omissão do


servidor caracteriza-se como ato de improbidade administrativa.

Gabarito: Certo.

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162. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Enquadra-se como


ato de improbidade aquele que importa ou ameaça implicar prejuízo ou
desfalque material ao patrimônio público, mas não aquele que afeta a
credibilidade ou a honra objetiva das entidades públicas.

Comentário:

Aqui devemos ter cuidado em separar as condutas. Ou seja, temos a


primeira que diz respeito a ato que importa ou ameaça implicar prejuízo ou
desfalque material ao patrimônio público. Outra é aquela que afeta a
credibilidade ou a honra objetiva das entidades públicas

Com efeito, é de se observar que, se atividade tem condão de gerar prejuízo


ou desfalque material ao patrimônio público, tal conduta ser caracteriza
como ato de improbidade administrativa, conforme art. 10º da LIA porque
causa lesão ao patrimônio público.

No entanto, se tal conduta ameaça causar, ou seja, não causou lesão ao


patrimônio público, foi obstada antes disso, ou não chegou efetivamente a
causar dano, ainda assim configura-se o ato de improbidade, conforme art.
21 que assim estabelece:

Art. 21. A aplicação das sanções previstas nesta lei independe:


I - da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público;
II - da aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de
controle interno ou pelo Tribunal ou Conselho de Contas.

De outro lado, se a conduta violar afetar a credibilidade ou a honra objetiva


da Administração Pública estará configurado ato de improbidade, nos
termos do art. 11 da Lei nº 8.429/92.

Gabarito: Errado.

163. (PROCURADOR MUNICIPAL – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O dirigente


de uma empresa pública municipal realizou contratação de produtos de
informática sem o cumprimento prévio de licitação. Para a dispensa de
licitação, alegou-se que os bens precisavam ser adquiridos com urgência.

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Os serviços foram corretamente prestados e não restou demonstrado


superfaturamento de preços. Após a execução do contrato, descobriu-se
que o fornecedor dos produtos de informática havia presenteado o referido
dirigente com uma TV de LCD e um notebook. Diante desses fatos, o MP
estadual ajuizou ação de improbidade administrativa contra o dirigente.
Acerca dessa situação hipotética, julgue: A situação descrita configura ato
de improbidade administrativa, que importa em enriquecimento ilícito.

Comentário:

Que urgência hein? Isso inclusive é crime! Tenham certeza, vocês estarão
diante de várias condutas assim. Lembre-se que o servidor responde nas
esferas penal, civil e administrativa.

Por isso, responderá criminal (ex: corrupção), administrativa (ex: corrupção,


improbidade) e civilmente (ex: improbidade administrativa).

Que beleza. Essa lei é uma maravilha, deve ser aplicada a esses malditinhos
que pensam que o Estado é uma coisa sem dono, que qualquer um pode
fazer o que quiser.

Referida conduta, no mínimo, se enquadraria nas hipóteses do art. 9º, inc. II e


art. 10, incs. V e VIII, da Lei nº 8.429/92.

Art. 9º.
II perceber vantagem econômica, direta ou indireta, para
facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem móvel ou
imóvel, ou a contratação de serviços pelas entidades referidas
no art. 1° por preço superior ao valor de mercado;

Art. 10.
V permitir ou facilitar a aquisição, permuta ou locação de bem
ou serviço por preço superior ao de mercado;
VIII frustrar a licitude de processo licitatório ou dispensá-lo
indevidamente;

Gabarito: Certo.

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164. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009)


João, servidor público da União, exercia função de gestão dos contratos
administrativos celebrados com fornecedores de bens e serviços a TRT de
cujos quadros funcionais era integrante. O TCU, movido por denúncia
anônima, promoveu a fiscalização sobre a legalidade e a economicidade
dos contratos celebrados com o TRT e apurou que João era sócio de uma
das empresas contratadas para prestação de serviços, muito embora não
exercesse a sua administração ou gerência. Após regular tramitação do
processo administrativo disciplinar, ao servidor foi aplicada a sanção de
demissão pelo fato de ser sócio de uma empresa privada, o que, segundo
afirmação constante do relatório conclusivo do processo, era vedado pelo
Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União. Irresignado, o servidor
demitido conseguiu anular a decisão demissional e foi reintegrado aos
quadros funcionais da União. Tempos depois, o superior hierárquico de João
abriu novo procedimento administrativo com o objetivo de declarar a
nulidade da reintegração por não ter ocorrido a posse do servidor quando
de seu retorno ao cargo. De acordo com as informações contidas no texto
acima e com base no regime jurídico dos servidores públicos civis da União
e nas regras a respeito do controle da administração pública, julgue os itens
subseqüentes (***) Constitui ato de improbidade administrativa a
contratação de empresa privada da qual um dos sócios seja, ao mesmo
tempo, gestor de contratos do órgão ou ente da administração pública que
celebrou o contrato, ainda que o respectivo contrato não cause lesão ao
erário.

Comentário:

Ainda que o contrato não cause lesão ao erário, há confusão entre os


interesses do agente e da entidade da qual é sócio, de modo que não está
atuando com lealdade, com moralidade para com a Administração. Por
isso, configurado ato de improbidade administrativa que, conforme
entendimento jurisprudencial é exemplificativo e não taxativo:

PROCESSUAL CIVIL. ADMINISTRATIVO. RECURSOS ESPECIAIS.


AÇÃO CIVIL PÚBLICA. IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA.
MAJORAÇÃO DE VENCIMENTOS POR MEIO DE RESOLUÇÃO.
CONFIGURAÇÃO DE LESÃO AO ERÁRIO. FUNDAMENTOS

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CONSTITUCIONAIS E INFRACONSTITUCIONAIS AUTÔNOMOS.


INCIDÊNCIA DA SÚMULA 126/STJ. ART. 10 DA LEI 8.429/92.
TIPIFICAÇÃO. CARÁTER EXEMPLIFICATIVO, E NÃO TAXATIVO.
RECURSO ESPECIAL DA PRIMEIRA RECORRENTE NÃO-
CONHECIDO. RECURSO ESPECIAL DO SEGUNDO RECORRENTE
CONHECIDO, PORÉM DESPROVIDO.
1. Considerando que o acórdão recorrido apresenta
fundamentos constitucionais e infraconstitucionais, a
inadmissão do recurso extraordinário, bem como a não-
interposição de agravo de instrumento contra a referida
decisão, atrai a incidência da Súmula 126/STJ, que assim
dispõe: "É inadmissível recurso especial, quando o acórdão
recorrido assenta em fundamentos constitucional e
infraconstitucional, qualquer deles suficiente, por si só, para
mantê-lo, e a parte vencida não manifesta recurso
extraordinário." 2. "... no caput do art. 10, conceitua-se a
improbidade lesiva ao Erário e seus incisos trazem o elenco das
espécies mais freqüentes, que, em face do advérbio
notadamente, como já assinalado, é meramente
exemplificativo (e não taxativo)." FILHO, Marino Pazzaglini ("Lei
de Improbidade Administrativa Comentada", Ed.
Atlas, 2005, 2ª edição, p. 81).
3. No caso dos autos, houve efetiva configuração de ato de
improbidade administrativa por lesão ao erário, previsto no art.
10 da Lei 8.429/92, em face da majoração de vencimentos por
meio de resolução, em manifesto descumprimento dos
preceitos contidos nos arts. 37, XIII, e 61, § 1º, II, a, da
Constituição Federal.
4. Recurso especial da primeira recorrente não-conhecido.
5. Recurso especial do segundo recorrente conhecido, porém
desprovido.
(REsp 435.412/RO, Rel. Ministra DENISE ARRUDA, PRIMEIRA
TURMA, julgado em 19/09/2006, DJ 09/10/2006 p. 260)

Gabarito: Certo.

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165. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor


público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de
um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da
empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para
o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final
do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da
desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços
oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo
administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando
demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. O servidor pode
eximir-se de punição, caso devolva o valor do pacote de viagem.

Comentário:

Essa questão é muito boa. E importante sabermos. Mesmo que o agente


venha ressarcir voluntariamente o dano causado ou devolva o presente
recebido, isso não afasta sua responsabilidade no tocante aos atos de
improbidade, pois conforme vimos à credibilidade a honra objetiva da
Administração em jogo, e isto já restou violado.

Ou seja, a simples devolução da vantagem recebida indevidamente não é


suficiente para descaracterizar o ato de improbidade administrativa, até
porque uma das sanções que seria aplicada passaria justamente pela
medida punitiva de devolver o auferido indevidamente, porém, lembre-se
que há outras sanções que também serão aplicadas (suspensão dos direitos
políticas, perda função pública etc).

Gabarito: Errado.

166. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor


público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de
um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da
empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem para
o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao final
do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da
desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços

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oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo


administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando
demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. A única pena a ser
imposta ao servidor, no âmbito civil, é a perda do cargo público.

Comentário:

Conforme o art. 37, §4º da Constituição Federal, aos atos de improbidade


administrativa poderão ser aplicadas as seguintes sanções:

• Suspensão dos direitos políticos;


• Perda da função pública;
• Indisponibilidade dos bens
• Ressarcimento ao erário.

Outrossim, com base na Lei de Improbidade Administrativa, podemos fazer a


seguinte tabela:

Atos de improbidade
Viola princípios da
Sanção Enriquecimento Ilícito Lesão ao erário
Administração
Ressarcimento integral Se houver dano SIM NÃO
Perda da função SIM SIM SIM
Suspensão dos direitos De 8 a 10 anos De 5 a 8 anos De 3 a 5 anos
políticos
Multa civil Até 3 x acréscimo Até 2 x dano Até 100 x remuneração
Proibição de contratar Por 10 anos Por 5 anos Por 3 anos
com o Poder Público
ou receber benefícios
ou incentivos fiscais ou
creditícios, direta ou
indiretamente, ainda
que por intermédio de
pessoa jurídica da qual
seja sócio majoritário
Perda dos bens ou Sim Sim (se houver tal Não
valores acrescidos circunstância)

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ilicitamente ao
patrimônio

Assim, a perda do cargo público não é a única pena a ser imposta ao


servidor, no âmbito civil.

Gabarito: Errado.

167. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Os atos de


improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário.

Comentário:

Na exata dicção do art. 37, §4º da Constituição Federal, os atos de


improbidade administrativa poderão ser aplicadas as penalidades de
suspensão dos direitos políticos (não é cassação e nem perda), a perda da
função pública (leia-se cargo, emprego ou função), a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento ao erário, conforme o seguinte:

Art. 37.
§ 4º - Os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função
pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento
ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem
prejuízo da ação penal cabível.

É importante atentar-se para o fato de que não serão necessariamente


aplicadas todas as penalidades, ou seja, de forma cumulativa. É que
poderão ser aplicadas em conjunto ou isoladamente, conforme dispõe o art.
12, assim expresso:

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e


administrativas previstas na legislação específica, está o
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações, que podem ser aplicadas isolada ou

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cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:


(Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).

Ademais, na fixação das penas, o juiz levará em conta a extensão do dano


causado, assim como o proveito patrimonial obtido pelo agente, conforme
estabelece o parágrafo único do art. 12 da LIA.

Gabarito: Certo.

168. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2009) Praticado ato de


improbidade administrativa que importe enriquecimento ilícito, o responsável
estará sujeito às seguintes cominações: perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano,
quando houver; perda da função pública; suspensão dos direitos políticos
por período de oito a dez anos; pagamento de multa civil de até três vezes o
valor do acréscimo patrimonial; e proibição de contratar com o poder
público ou receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

Comentário:

Os atos de improbidade administrativa que importam enriquecimento ilícito


são apenas, conforme estabelece o art. 12, inc. I, da LIA, com as seguintes
sanções:

ƒ Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,


ƒ Ressarcimento integral do dano, quando houver,
ƒ Perda da função pública,
ƒ Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
ƒ Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial,
ƒ Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
dez anos;

Gabarito: Certo.

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169. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) Tratando-se da prática de atos de


improbidade administrativa que importem enriquecimento ilícito, a proibição
de o infrator contratar com o poder público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, limita-se ao
prazo de cinco anos.

Comentário:

Então, como bem observamos, tanto da tabela apresentada, quanto do art.


12, inc. I, da Lei nº 8.429/92, a proibição de contratar com o Poder Público ou
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja
sócio majoritário, pelo prazo de dez anos.

Gabarito: Errado.

170. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Os atos de


improbidade que importem enriquecimento ilícito sujeitam os responsáveis
ao ressarcimento integral do dano, se houver, à perda da função pública, à
suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, ao pagamento de
multa civil e à proibição de contratar com o poder público pelo prazo de três
anos.

Comentário:

Novamente. De acordo com o art. 12, inc. I, os atos de improbidade


administrativa que importam enriquecimento ilícito são apenados com:

ƒ Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,


ƒ Ressarcimento integral do dano, quando houver,
ƒ Perda da função pública,
ƒ Suspensão dos direitos políticos de oito a dez anos,
ƒ Pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial,

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ƒ Proibição de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou


incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo prazo de
dez anos;

Gabarito: Errado.

171. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Se um servidor


público utilizar, na construção de sua casa, uma viatura oficial para
transportar material de construção adquirido por ele, haverá enriquecimento
ilícito, razão por que, necessariamente, conforme entendimento do STF, o
servidor perderá a sua casa.

Comentário:

Esta é até engraçada! O servidor perderá a casa? Perderá o que acresceu


ilicitamente, conforme art. 12, inc. I, “a”, assim expresso:

ƒ Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio,

Gabarito: Errado.

172. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF – CESPE/2009) Frustrar a licitude de


processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente constitui ato de
improbidade administrativa e, por conseqüência, impõe a aplicação da lei
de improbidade e a sujeição do responsável unicamente às sanções nela
previstas.

Comentário:

Devemos lembrar que há a independência de instâncias. Assim, conforme


disposto no art. 12 da LIA, independentemente das sanções penais, civis e
administrativas previstas na legislação específica, está o responsável pelo
ato de improbidade sujeito às seguintes cominações, que podem ser
aplicadas isolada ou cumulativamente, de acordo com a gravidade do fato:
(Redação dada pela Lei nº 12.120, de 2009).

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Significa dizer que além das sanções por ato de improbidade administrativa,
o agente ou terceiro ainda poderá ser apenados nas esferas penal,
administrativa e civil.

Gabarito: Errado.

173. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009 -


ADAPTADA) Rui, servidor público federal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
revelou a um amigo deputado federal informações sigilosas que detinha em
razão das atribuições que desempenhava no tribunal. Dessa forma, Rui
poderá ser apenado com a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de
oito a dez anos.

Comentário:

Revelar informações sigilosas que detenha em razão do cargo é ato de


improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
Administração (art. 12, inc. III, LIA), assim as penalidades aplicáveis são:

Atenta contra princípios da


Sanção
Administração
Suspensão dos direitos políticos De 3 a 5 anos

Gabarito: Errado.

174. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Retardar ou


deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício não configura ato de
improbidade, mas mera infração administrativa cuja sanção será de
advertência ou suspensão.

Comentário:

Como já destacado, retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de


ofício configura ato de improbidade administrativa que atenta contra

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princípios da Administração Pública (art. 11, inc. I, LIA), sendo passível das
seguintes punições:

Viola princípios da
Sanção
Administração
Ressarcimento integral NÃO
Perda da função SIM
Suspensão dos direitos políticos De 3 a 5 anos
Multa civil Até 100 x remuneração
Proibição de contratar com o Poder Público ou receber Por 3 anos
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa
jurídica da qual seja sócio majoritário
Perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao Não
patrimônio

Gabarito: Errado.

175. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) A perda da função


pública e a suspensão dos direitos políticos, para os que foram condenados
por ato de improbidade, somente se podem efetivar após o trânsito em
julgado da decisão.

Comentário:

De fato, conforme estabelece o art. 20 da LIA, a suspensão dos direitos


políticos e a perda da função pública somente se efetivam com o trânsito
em julgado da sentença condenatória. Vejamos:

Art. 20. A perda da função pública e a suspensão dos direitos


políticos só se efetivam com o trânsito em julgado da sentença
condenatória.

Gabarito: Certo.

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176. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) O indivíduo que


for condenado por improbidade administrativa à perda de direitos políticos
não pode, enquanto perdurarem os efeitos da decisão judicial, propor ação
popular.

Comentário:

É sabido que a ação popular pode ser proposta por qualquer cidadão para
defesa do patrimônio público, da moralidade administrativa, do meio
ambiente e do patrimônio histórico e cultural. Assim, o legitimado deve
demonstrar que está em dias com seus direitos políticos, demonstrando sua
condição de cidadão.

Desse modo, aquele que estiver com os direitos políticos suspensos não
gozam da condição de cidadão e, por isso, não poderá propor ação
popular.

Gabarito: Certo.

177. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/AL – CESPE/2008) Servidor público da


prefeitura de determinada cidade do interior dispensou procedimento
licitatório, fora das hipóteses legais, para a contratação de empresa
prestadora de serviço de limpeza e conservação. Em decorrência desse
fato, o MP ajuizou ação de improbidade administrativa contra o servidor,
imputando-lhe conduta prevista no art. 10, inciso VIII, da Lei n.º 8.429/1993.
Esse artigo expressa diretamente que constitui ato de improbidade
administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa
ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
referidas no art. 1.º da Lei de Improbidade, e, notadamente, frustração da
licitude de processo licitatório ou sua dispensa indevida. Considerando a
situação hipotética descrita no texto, nos termos da Lei de Improbidade,
caso esse servidor seja condenado, a pena a ser imposta a ele é a de
aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais.

Comentário:

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Então, aposentadoria compulsória? E isso é pena? (risos) Veja que algumas


autoridades públicas, em razão de seu regime jurídico, tal como os
Magistrados e Membros do Ministério Público, têm como medida punitiva, ou
seja, para violação de seus deveres funcionais se estabelece a punição
administrativa de aposentadoria compulsória.

Com efeito, a Lei de Improbidade não estabelece referida penalidade,


havendo as penas de suspensão dos direitos políticos, perda da função
pública, ressarcimento ao erário, indisponibilidade de bens, multa civil e
proibição de contratar ou receber subvenção ou incentivo público,
conforme art. 12, que assim estabelece:

Art. 12. Independentemente das sanções penais, civis e


administrativas, previstas na legislação específica, está o
responsável pelo ato de improbidade sujeito às seguintes
cominações:
I - na hipótese do art. 9°, perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio, ressarcimento integral do dano,
quando houver, perda da função pública, suspensão dos
direitos políticos de oito a dez anos, pagamento de multa civil
de até três vezes o valor do acréscimo patrimonial e proibição
de contratar com o Poder Público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio
majoritário, pelo prazo de dez anos;
II - na hipótese do art. 10, ressarcimento integral do dano,
perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao
patrimônio, se concorrer esta circunstância, perda da função
pública, suspensão dos direitos políticos de cinco a oito anos,
pagamento de multa civil de até duas vezes o valor do dano e
proibição de contratar com o Poder Público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de cinco anos;
III - na hipótese do art. 11, ressarcimento integral do dano, se
houver, perda da função pública, suspensão dos direitos
políticos de três a cinco anos, pagamento de multa civil de até
cem vezes o valor da remuneração percebida pelo agente e

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proibição de contratar com o Poder Público ou receber


benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou
indiretamente, ainda que por intermédio de pessoa jurídica da
qual seja sócio majoritário, pelo prazo de três anos.
Parágrafo único. Na fixação das penas previstas nesta lei o juiz
levará em conta a extensão do dano causado, assim como o
proveito patrimonial obtido pelo agente.

Gabarito: Errado.

Ufa, é isso aí meus amigos, desculpe-me pela grande quantidade de


questões, mas nós tínhamos três pontos importantes a enfrentar, de modo
que já perceberam que minha intenção é fechar todas as possibilidades,
fazendo com que você acerte pelo menos 80% das questões de Direito
Administrativo.
Então, vamos lá, vamos vencer essa batalha. Como disse, agora é a hora.
Grande abraço e fiquem com Deus.

Prof. Edson Marques

QUESTÕES SELECIONADAS

1. (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Os órgãos de


controle interno da administração pública têm, praticamente, as mesmas
competências deferidas constitucionalmente aos tribunais de contas, no que
se refere ao objeto do controle das matérias sindicadas, sendo diversas
somente a forma de exteriorização e as conseqüências do exercício desse
controle.

2. (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO – MPE/AM – CESPE/2007) O controle


que os chefes exercem sobre os seus subordinados, na estrutura de um
órgão público, é uma modalidade de controle externo.

3. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2008) O controle administrativo


corresponde ao exame que a administração pública faz sobre a sua
conduta, quanto à legalidade ou ao mérito de seus atos, por iniciativa

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própria ou mediante provocação. A respeito do controle da administração,


dos princípios e dos poderes administrativos. ***. Os recursos administrativos
constituem mecanismos de controle interno, por meio do qual a
administração é provocada a fiscalizar seus próprios atos, visando ao
atendimento do interesse público e a preservação da legalidade.

4. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/ES – CESPE/2009) O recurso hierárquico próprio


é dirigido à autoridade imediatamente superior, no mesmo órgão em que o
ato foi praticado, enquanto o recurso hierárquico impróprio é dirigido à
autoridade de outro órgão, não inserido na mesma hierarquia do que
praticou o ato, sendo que o cabimento de ambos depende de previsão
legal expressa.

5. (AGENTE PENITENCIÁRIO – SEJUS/ES – CESPE/2009) A autarquia, embora


possua personalidade jurídica própria, sujeita-se ao controle ou à tutela do
ente que a criou.

6. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/ 2010) O controle por


vinculação tem caráter externo, pois, nesse caso, o poder de fiscalização e
de revisão é atribuído a uma pessoa e é exercido sobre os atos praticados
por pessoa diversa.

7. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Denomina-se controle por


vinculação, e não por subordinação, o controle exercido por um ministério
sobre uma autarquia cujas atribuições lhe são afetas.

8. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) A supervisão ministerial


decorre do poder de autotutela da administração pública e configura-se
como modalidade especial de controle administrativo.

9. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2008) A CF assegura,


expressamente, a ampla defesa nos processos administrativos.

10. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RR – CESPE/2008) Quanto ao efeito da


interposição do recurso, predomina a regra da suspensividade dos efeitos do
ato impugnado, tendo em vista a presunção de legalidade do ato
administrativo e a sua auto-executoriedade.

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11. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) A CGU é órgão de


controle externo.

12. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL/2009) O órgão competente para


decidir o recurso administrativo poderá, de ofício, confirmar, modificar,
anular ou revogar, total ou parcialmente, a decisão recorrida, se a matéria
for de sua competência, mesmo quando o tema não for objeto de recurso
voluntário. Da mesma maneira, não há necessidade de, na hipótese de a
nova decisão agravar a situação do recorrente, dar oportunidade ao
interessado para formular alegações antes da nova decisão.

13. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) Ao Poder


Judiciário é defeso analisar os atos administrativos dos demais poderes.

14. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) A principal


característica do sistema denominado contencioso administrativo é a de
que os ordenamentos jurídicos que o adotam conferem a determinadas
decisões administrativas a natureza de coisa julgada oponível ao próprio
Poder Judiciário.

15. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJDFT – CESPE/2008) Por


integrar o Poder Judiciário, mesmo as funções tipicamente administrativas
exercidas pelo TJDFT estão sujeitas apenas ao controle judicial.

16. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) No controle dos atos


discricionários, os quais legitimam espaço de liberdade para o administrador,
o Poder Judiciário deve, em regra, limitar-se ao exame da legalidade do ato,
sendo vedada a análise dos critérios de conveniência e oportunidade
adotados pela administração.

17. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Controle de mérito é


aquele em que o órgão controlador faz o confronto entre a conduta
administrativa e uma norma jurídica vigente e eficaz, que pode estar na CF
ou em lei complementar ou ordinária.

18. (EXAME DE ORDEM – OAB – CESPE/2008) O controle judicial da


atividade administrativa do Estado é sempre exercido a posteriori, ou seja,

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depois que os atos administrativos são produzidos e ingressam no mundo


jurídico.

19. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/ 2010) O controle judicial da


administração é sempre posterior; somente depois que os atos
administrativos são produzidos e ingressam no mundo jurídico é que o Poder
Judiciário atua para, a pedido dos interessados, examinar a legalidade
desses atos.

20. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Na medida em que o


controle de legalidade dos atos dos Poderes Executivo e Legislativo é
exercido apenas pelo Poder Judiciário, ele se caracteriza como um controle
externo, e não interno.

21. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O mandado de


segurança é meio de controle da administração pública cuja finalidade é a
invalidação de atos e contratos administrativos ilegais, lesivos ao patrimônio
público, à moralidade administrativa e ao meio ambiente.

22. (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2008) A educação


infantil, direito fundamental de toda criança, submete-se, em seu processo
de concretização, a avaliações puramente discricionárias da administração
pública, subordinando-se, portanto, a razões de pragmatismo
governamental. Eventual controle jurisdicional a ser exercido sobre a
implementação desse direito está limitado pela discricionariedade político-
administrativa dos entes políticos.

23. (TÉCNICO FEDERAL DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2009) Não é


possível o controle de legalidade exercido pelo Poder Judiciário na hipótese
de remoção de servidor público de ofício, mas com características de
perseguição política, em razão de a motivação atender ao interesse da
administração.

24. (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO – MPE/AM – CESPE/2007) O


controle popular dos atos da administração pública só se consolida por
intermédio da atuação do MP.

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25. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008)


Todas as pessoas físicas ou jurídicas são partes legítimas para propor ação
popular que vise anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural.

26. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANATEL – CESPE/2009) O presidente de


um tribunal de justiça estadual tem disponível no orçamento do tribunal a
quantia de R$ 2.000.000,00 para pagamento de verbas atrasadas dos juízes
de direito e desembargadores. Cada juiz e desembargador faz jus, em
média, a R$ 130.000,00. Ocorre que o presidente da Corte determinou, por
Portaria publicada no Diário Oficial, o pagamento das verbas apenas aos
desembargadores, devendo os juízes de direito aguardar nova
disponibilização de verba orçamentária para o pagamento do que lhes é
devido. O presidente fundamentou sua decisão de pagamento inicial em
razão de os desembargadores estarem em nível hierárquico superior ao dos
juízes. Irresignados, alguns juízes pretendem ingressar com ação popular
contra o ato que determinou o pagamento das verbas aos
desembargadores. Considerando a situação hipotética acima apresentada,
julgue os itens subsequentes, acerca do controle e dos princípios
fundamentais da administração pública. Mesmo sendo a hipótese de
cabimento de ação popular, a associação de juízes que se sentiu lesada
com o ato do presidente do tribunal tem legitimidade para propor esse tipo
de ação.

27. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) O


mandado de segurança é cabível contra ato de pessoa jurídica que,
embora privada, exerça atribuição do poder público.

28. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) O direito de petição


previsto na CF é instrumento hábil para provocar a atuação do controle
administrativo estatal.

29. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TJDFT – CESPE/2008) O


controle dos atos da administração pública pode ser exercido de forma
interna, pelos tribunais de contas estaduais e do DF, ou de forma externa,
pelo Tribunal de Contas da União e pelo Poder Judiciário.

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30. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TST – CESPE/2007) Para o


exercício do controle da atuação administrativa e financeira do Poder
Judiciário, foi criado o Conselho Nacional de Justiça, que substituiu o Tribunal
de Contas da União nesse papel.

31. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) O


TCU integra a estrutura do Poder Legislativo e exerce a atividade auxiliar de
controle externo da administração pública, da qual não faz parte o controle
da legalidade dos atos administrativos, porque essa atribuição é reservada
ao Poder Judiciário.

32. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MA – CESPE/2009) O titular do controle


externo da atividade financeira do Estado é o TCU.

33. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) Segundo a CF, o controle


externo da administração pública federal é exercido pelo Tribunal de Contas
da União, tanto sob os aspectos de legalidade e legitimidade quanto sob os
de economicidade, aplicação de subvenções e renúncia de receitas.

34. (EXAME DE ORDEM – OAB – CESPE/2008) Cabe à assembléia legislativa


de cada estado da Federação exercer o controle financeiro do governo
estadual e das prefeituras, com o auxílio do tribunal de contas do estado
respectivo.

35. (EXAME DE ORDEM – OAB – CESPE/2008) A prerrogativa atribuída ao


Poder Legislativo de fiscalizar a receita, a despesa e a gestão dos recursos
públicos abrange somente os atos do Poder Executivo, estando excluídos
dessa apreciação os atos do Poder Judiciário.

36. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A


aplicação das subvenções e as renúncias de receitas estão entre os atos
sujeitos à fiscalização do controle externo.

37. (EXAME DE ORDEM – OAB – CESPE/2008) No exercício de suas funções


constitucionais, cabe ao Tribunal de Contas da União julgar as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, bem como as contas daqueles que

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provocarem a perda, o extravio ou outra irregularidade que cause prejuízo


ao erário público.

38. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) O controle externo


será exercido pelo TCU, ao qual compete julgar as contas dos
administradores e demais responsáveis por dinheiros, bens e valores públicos
da administração direta e indireta, incluídas as fundações e sociedades
instituídas e mantidas pelo poder público federal, e as contas daqueles que
derem causa a perda, extravio ou outra irregularidade de que resulte
prejuízo ao erário.

39. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) A empresa


supranacional encontra-se sob a jurisdição dos órgãos de controle externo,
desde que a União detenha, de forma direta ou indireta, a maioria do
capital social dessa empresa, nos termos do seu tratado constitutivo.

40. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) O


controle financeiro exercido pelo Poder Legislativo com o auxílio do Tribunal
de Contas alcança qualquer pessoa física ou entidade pública que utilize,
arrecade, guarde, gerencie ou administre dinheiro, bens e valores públicos.
Em razão do sistema de jurisdição única adotado no Brasil, as pessoas
privadas, físicas ou jurídicas, estão sujeitas apenas ao controle de legalidade
exercido pelo Poder Judiciário, não sendo passíveis de controle legislativo.

41. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/BA – CESPE/2010) O controle financeiro


exercido pelo Poder Legislativo da União, com auxílio do Tribunal de Contas
da União, alcança a administração direta e indireta, bem como entidades
privadas que guardem bens ou valores da União.

42. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCE/AC – CESPE/2009) Compete


ao TCU sustar, de imediato, contratos comprovadamente lesivos ao
patrimônio público.

43. (JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – CESPE/2008) O Tribunal de Contas, dentro do


poder geral de cautela, tem competência para determinar a quebra de
sigilo bancário do administrador público ordenador de despesa.

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44. (JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – CESPE/2008) Os nomeados para cargos de


secretários de estado devem ter a legalidade de sua nomeação apreciada,
para fins de registro, no TC do respectivo estado.

45. (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2008) O tribunal de


contas, ao julgar a legalidade da concessão de aposentadoria, exerce o
controle externo que lhe foi atribuído pela Constituição, estando, em tal
momento, condicionado pelo princípio do contraditório.

46. (ASSESSOR TÉCNICO – TCE/RN – CESPE/2009) Nos processos perante


TCs, asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão
puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o
interessado, inclusive a apreciação da legalidade do ato de concessão
inicial de aposentadoria, reforma e pensão.

47. (JUIZ SUBSTITUTO – TJ/SE – CESPE/2008) As decisões do TC que imputem


multa têm natureza de título executivo judicial.

48. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) A fiscalização


financeira e orçamentária do Poder Executivo pelos tribunais de contas é
uma forma de controle da administração pública pelo Poder Judiciário.

49. (ASSESSOR JURIDÍCO - PREF. NATAL/RN – 2008) Os servidores públicos


federais responsáveis pelo controle interno de órgãos e entidades, ao
tomarem conhecimento de qualquer irregularidade ou ilegalidade, devem
comunicá-la ao TCU, sob pena de responsabilidade solidária.

50. (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPE/AM - 2007) Os agentes


públicos responsáveis pelo controle interno, ao tomarem conhecimento de
qualquer irregularidade ou ilegalidade, devem dar ciência do fato ao TCU,
sob pena de responsabilidade subsidiária.

51. (JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO – TRF 5ª REGIÃO – CESPE/2008) Compete ao


tribunal de contas realizar por iniciativa própria, e não, por requisição de
qualquer das casas do Congresso Nacional ou de comissão parlamentar de
inquérito, inspeções e auditorias de natureza contábil e financeira,
orçamentária, operacional e patrimonial em qualquer das atividades
administrativas dos três poderes.

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52. (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO – MPE/AM – CESPE/2007) A


sustação, pelo Congresso Nacional, de atos normativos do Poder Executivo
que exorbitem do poder regulamentar configura controle externo.

53. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/ 2010) No exercício de


controle de natureza política, o Congresso Nacional dispõe do poder de
sustar os atos normativos do Poder Executivo e do Poder Judiciário que
exorbitem do poder regulamentar.

54. (PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO - MPE/AM - 2007) A necessidade


de obtenção de autorização do Senado Federal para que os estados
possam contrair empréstimos externos configura controle repressivo da
administração pública.

55. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2008) Os


tribunais de contas são órgãos auxiliares do Poder Legislativo e somente
atuam após provocação das respectivas casas legislativas.

56. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/ES – CESPE/2009) O controle financeiro


realizado pelo Poder Legislativo em face da administração pública envolve
o denominado controle de economicidade, de modo a permitir o exame do
mérito, com a finalidade de verificar se o órgão procedeu da forma mais
econômica na aplicação da despesa pública, atendendo à relação custo-
benefício.

57. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) O controle


exercido pelo Poder Legislativo sobre os atos praticados pela administração
pública limita-se às hipóteses previstas na CF, bem como nas modalidades
de controle estabelecidas nas constituições estaduais.

58. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – CESPE/2010) O controle exercido pelo


Poder Legislativo sobre a administração pública é de caráter exclusivamente
político.

59. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Em uma rodovia


estadual muito movimentada, próxima ao centro da cidade, João colidiu o
seu veículo com uma vaca, que pertencia a Antônio, quando esta se

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encontrava indevidamente no meio da pista, em uma área sem qualquer


sinalização sobre a existência de animais na região. Nessa situação, a
responsabilidade civil do Estado será objetiva.

60. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O Brasil adotou a


teoria da responsabilidade subjetiva do Estado, segundo a qual a
administração pública somente poderá reparar o prejuízo causado a
terceiro se restar devidamente comprovada a culpa do agente público.

61. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A teoria da


irresponsabilidade do Estado é aplicável no direito brasileiro.

62. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) A doutrina dominante é no


sentido de que se aplica a teoria da responsabilidade subjetiva nos casos de
ato comissivo estatal.

63. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Consoante a teoria do risco


administrativo, consagrada no ordenamento jurídico brasileiro, a
responsabilidade objetiva do Estado por danos causados aos administrados
baseia-se na equânime repartição dos prejuízos que o desempenho do
serviço público impõe a certos indivíduos, não suportados pelos demais.

64. (PROCURADOR – BANCO CENTRAL – CESPE/2009) A responsabilidade


das autarquias pelos prejuízos causados a terceiros não é direta, de modo
que, diante da ocorrência de dano, o lesado deve buscar a reparação
diretamente ao ente federativo e não à autarquia.

65. (ADVOGADO DA UNIÃO – AGU – CESPE/2009) Para sua configuração,


a responsabilidade do Estado demanda os seguintes pressupostos: conduta
comissiva ou omissiva, ocorrência de dano, bem como nexo de causalidade
entre a conduta e o dano. No caso de responsabilização do Estado, os juros
moratórios fluem a partir do evento danoso, no percentual de 12% ao ano.

66. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) O nexo de causa e


efeito não constitui elemento a ser aferido na apuração de eventual
responsabilidade do Estado.

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67. (ANALISTA TÉCNICO – MS – CESPE/2010) Caracterizada a


responsabilidade subjetiva do Estado, mediante a conjugação
concomitante de três elementos - dano, negligência administrativa e nexo
de causalidade entre o evento danoso e o comportamento ilícito do poder
público -, é inafastável o direito à indenização ou reparação civil de quem
suportou os prejuízos.

68. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Joaquim, motorista de


pessoa jurídica prestadora de serviço público, transportava documentos
oficiais que necessitavam ser entregues com urgência. No trajeto, Joaquim,
por imperícia e imprudência, envolveu-se em acidente de trânsito, no qual
colidiu com veículo de particular. A responsabilidade civil será exclusiva de
Joaquim, visto que agiu com imperícia e imprudência.

69. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – 2010) O Estado pode exercer o direito


de regresso contra o agente responsável pelo dano praticado,
independentemente de este ter agido com culpa ou dolo.

70. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Direito de regresso é o


assegurado ao Estado no sentido de dirigir sua pretensão indenizatória
contra o agente responsável pelo dano, independentemente de este ter
agido com culpa ou dolo.

71. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Joaquim, motorista de


pessoa jurídica prestadora de serviço público, transportava documentos
oficiais que necessitavam ser entregues com urgência. No trajeto, Joaquim,
por imperícia e imprudência, envolveu-se em acidente de trânsito, no qual
colidiu com veículo de particular. A Constituição Federal de 1988 (CF)
adotou a responsabilidade objetiva do Estado, sob a modalidade do risco
integral, razão pela qual a pessoa jurídica deverá responder pelos danos.

72. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Joaquim, motorista de


pessoa jurídica prestadora de serviço público, transportava documentos
oficiais que necessitavam ser entregues com urgência. No trajeto, Joaquim,
por imperícia e imprudência, envolveu-se em acidente de trânsito, no qual
colidiu com veículo de particular. Trata-se de hipótese que exclui o dever de
indenizar, visto que Joaquim estava executando serviço público de natureza
urgente.

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73. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/GO – CESPE/2008) Joaquim, motorista de


pessoa jurídica prestadora de serviço público, transportava documentos
oficiais que necessitavam ser entregues com urgência. No trajeto, Joaquim,
por imperícia e imprudência, envolveu-se em acidente de trânsito, no qual
colidiu com veículo de particular. A responsabilidade civil será da pessoa
jurídica, na modalidade objetiva, com a possibilidade de direito de regresso
contra o motorista.

74. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) As empresas


prestadoras de serviços públicos não respondem pelos prejuízos que seus
agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros. Em tal hipótese, o
ressarcimento do terceiro prejudicado deve ser feito diretamente pelo
agente causador do dano.

75. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO – DPU – CESPE/2010) A reparação do


dano, na hipótese de prejuízo causado a terceiros pela administração, pode
ser feita tanto no âmbito administrativo quanto no judicial.

76. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – 2010) A reparação de danos


causados a terceiros somente pode ser feita no âmbito judicial, pois a
administração não está legitimada a, por si só, reconhecer a sua
responsabilidade e definir o valor de uma possível indenização.

77. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – 2010) Os agentes que, por ação ou


omissão, podem gerar a responsabilidade civil do Estado são os servidores
estatutários, uma vez que apenas eles têm relação de trabalho que os
vincula diretamente à administração.

78. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Para efeito de


responsabilidade civil do Estado, considera-se agente o servidor que, em sua
atuação, causar dano a terceiros. Exclui-se, assim, dessa noção as pessoas
que não têm vínculo típico de trabalho com a administração e os agentes
colaboradores e sem remuneração.

79. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Pedro foi preso


preventivamente, acusado de praticar conduta descrita como crime; essa
prisão durou 824 dias, após os quais o acusado foi devidamente inocentado,

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com base na ausência notória de autoria. Nessa situação, conforme


entendimento do STJ, haverá responsabilidade objetiva do Estado por dano
moral.

80. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) Pedro foi preso


preventivamente, por meio de decisão judicial devidamente fundamentada,
mas depois absolvido por se entender que ele não tivera nem poderia ter
nenhuma participação no evento. No entanto, por causa da prisão cautelar,
Pedro sofreu prejuízo econômico e moral. Nessa situação, conforme
entendimento recente do STF, poderão ser indenizáveis os danos moral e
material sofridos.

81. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Lúcio ajuizou ação


de rito ordinário contra uma empresa de transporte coletivo urbano, tendo
em vista danos material e moral sofridos em acidente de trânsito causado
por motorista dessa empresa. Nessa situação, adotando-se o princípio da
especialidade, conforme a legislação em vigor, o prazo prescricional da
ação de indenização será de 5 anos.

82. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) A responsabilidade civil


objetiva da concessionária de serviço público alcança também não usuários
do serviço por ela prestado.

83. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Maria ingressou com


ação de indenização, por danos materiais e morais, contra o estado de
Rondônia, diante da morte de seu filho na UTI de um hospital público, devido
a responsabilidade objetiva; o estado, em processo administrativo, entendeu
que o fato fora causado por culpa da equipe médica de plantão. Nessa
situação, mesmo que não haja a denunciação à lide dos servidores
responsáveis no processo judicial no prazo adequado, poderá o estado
mover ação de regresso contra eles, após o trânsito em julgado da ação
proposta por Maria.

84. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/RO – CESPE/2008) Determinado


município construiu um importante viaduto com vistas a desafogar o trânsito
no centro da cidade; no entanto, essa construção impôs a Maria o aumento
da poluição sonora, visual e ambiental de seu apartamento, localizado ao
lado desse viaduto. Nessa situação, conforme entendimento do STF, não há

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que se falar em responsabilidade objetiva do referido município, diante da


licitude do ato praticado.

85. (ANALISTA DE SANEAMENTO – EMBASA – CESPE/2010) Quando ocorre


enchente em determinado local devido a excesso de chuva, o Estado pode
ser responsabilizado civilmente pelos danos causados à população.

86. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – 2010) Se a pessoa que sofrer dano


contribuir, de alguma forma, para o resultado danoso, a responsabilidade do
Estado estará, então, afastada, pois este só responde pelos danos cuja
responsabilidade lhe seja integralmente atribuída.

87. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MT – 2010) A força maior, como


acontecimento imprevisível e inevitável, estranho à vontade das partes, não
gera a responsabilidade civil do Estado.

88. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – STJ – CESPE/2008) Quando os membros do


Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios se reúnem para decidir
questões administrativas, têm de observar apenas a respectiva lei de
organização judiciária e seu regimento interno, haja vista a Lei nº 9.784/1999
ser aplicável tão-somente aos órgãos do Poder Executivo da União.

89. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010)


Segundo previsão legal expressa na Lei nº 9.784/99, as normas básicas ali
consignadas quanto ao processo administrativo aplicam-se no âmbito da
União, dos estados e dos municípios, nas esferas dos distintos poderes.

90. (TÉCNICO DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2009) A Lei nº 9.784/99


regulamenta o processo administrativo no âmbito da União, dos estados e
dos municípios, visando, entre outros aspectos, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da administração.

91. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPS – CESPE/2010) O processo


administrativo, na administração pública federal, visa à proteção dos direitos
dos administrados e ao melhor cumprimento dos fins da administração.

92. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2008) Órgão é a


unidade de atuação dotada de personalidade jurídica.

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93. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ARQUIVOLOGIA – TRT 17ª REGIÃO –


CESPE/2009) Órgão é unidade de atuação integrante da estrutura da
administração direta e indireta; entidade é unidade não dotada de
personalidade jurídica.

94. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 1ª REGIÃO – CESPE/2008) Os


procedimentos administrativos exigem, para seu começo, a provocação do
interessado, não podendo a administração, tal qual o Poder Judiciário,
iniciar processo de ofício.

95. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – DPU – CESPE/2010) O


denominado princípio da oficialidade não tem aplicação no âmbito do
processo administrativo, pois a instauração do processo depende de
provocação do administrado.

96. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) O processo


administrativo não pode ser iniciado de ofício.

97. (PROCURADOR – BACEN – CESPE/2009) O processo administrativo


iniciar-se-á somente a pedido de interessado.

98. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) o processo


administrativo é iniciado apenas por meio de requerimento da parte
interessada.

99. (ANALISTA ADMINISTRATIVO – ANAC – CESPE/2009) No âmbito


administrativo, o princípio da oficialidade assegura a possibilidade de
instauração do processo por iniciativa da administração,
independentemente de provocação do administrado e, ainda, possibilita o
impulsionamento do processo, com a adoção de todas as medidas
necessárias a sua adequada instrução.

100. (ASSESSOR TÉCNICO JURÍDICO – TCE/RN – CESPE/2009) O processo


administrativo pode-se iniciar a pedido de interessado, mas o equívoco na
identificação do destinatário do requerimento inicial enseja recusa motivada
da administração ao recebimento de documentos.

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101. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/ES – CESPE/2009) O princípio da


oficialidade, aplicável ao processo administrativo, encontra-se presente no
poder da administração de instaurar e instruir o processo, bem como de
rever suas decisões.

102. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – DPU – CESPE/2010) O princípio


da gratuidade não se aplica ao processo administrativo, considerando-se a
necessidade de cobertura das despesas decorrentes da tramitação.

103. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) O princípio da


acessibilidade aos elementos do expediente significa que deve ser facultado
à parte o exame de toda a documentação constante dos autos do
processo administrativo.

104. (AGENTE ADMINISTRATIVO – MPS – CESPE/2010) os processos


administrativos, busca-se a adequação entre meios e fins, até mesmo com a
imposição de obrigações, restrições e sanções em medida superior àquelas
estritamente necessárias ao atendimento do interesse público, visando à
prevenção das irregularidades.

105. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÃO SOCIAL – DPU – CESPE/2010) O princípio


da obediência à forma e aos procedimentos tem aplicação absoluta no
processo administrativo, razão pela qual os atos do referido processo sempre
dependem de forma determinada.

106. (PROCURADOR – AGU – CESPE/2010) Os atos do processo


administrativo dependem de forma determinada apenas quando a lei
expressamente a exigir.

107. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Todos os atos do


processo administrativo devem ser realizados de forma determinada.

108. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STJ – CESPE/2008) Conforme


determina a lei geral do processo administrativo no âmbito da União, a
atuação da administração pública deve ser feita de acordo com a lei e
com os atos regulamentares editados pelo Poder Executivo, não sendo
considerados o entendimento doutrinário nem o jurisprudencial, pois esses
são formas de interpretação estranhas ao Poder Executivo.

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109. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVO – TJ/RJ – CESPE/2008) A CF


expressamente preceitua que a todos, no âmbito administrativo e judicial,
são assegurados a razoável duração do processo e os meios que garantam
a celeridade de sua tramitação.

110. (ANALISTA DE CONTROLE EXTERNO – TCU – CESPE/2009) No âmbito do


processo administrativo, não pode o administrador deixar de aplicar lei já em
vigor, sob o argumento da existência de mudança de entendimento acerca
da sua interpretação e aplicação. Nesse caso, a nova interpretação deve
ser aplicada aos casos já analisados, sob pena de violação ao princípio
constitucional da legalidade.

111. (JUIZ DE DIREITO – TJ/TO – CESPE/2007) O processo administrativo em


geral, no âmbito da União, pode ser instaurado de ofício ou por iniciativa dos
interessados, entre os quais se incluem as pessoas e associações legalmente
constituídas quanto a direitos ou interesses difusos.

112. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TJDFT – CESPE/2008) Uma associação, mesmo


que legalmente constituída, não tem legitimidade para promover a defesa
de direitos ou interesses difusos no âmbito do processo administrativo.

113. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) As organizações e


associações representativas são legitimadas para atuar como interessadas
em processos administrativos, no tocante a direitos e interesses individuais.

114. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 1ª REGIÃO – CESPE/2008) O


procedimento administrativo não se presta ao exame de tutelas coletivas.

115. (PROCURADOR – BACEN – CESPE/2009) O processo administrativo


regido pela Lei n.° 9.784/1999 não protege os direitos ou interesses difusos.

116. (TÉCNICO EM COMUNICAÇÕES SOCIAL – MPS – CESPE/2010) Para fins


de processo administrativo, são capazes os maiores de dezoito anos de
idade, exceto os casos com previsão especial em ato normativo próprio.

117. (PROCURADOR – BACEN – CESPE/2009) Está impedido de atuar no


processo administrativo o tio daquele que atuou como testemunha.

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118. (ANALISTA TÉCNICO ADMINISTRATIVO – MS – CESPE/2010) A lei que


regula o processo administrativo no âmbito da administração pública federal
assegura ao administrado a possibilidade de fazer-se assistido por advogado.

119. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – STJ – CESPE/2008) Se um


interessado ingressar com processo administrativo no âmbito federal e
declarar que fatos e dados estão registrados em documentos existentes na
própria administração, nesse caso, somente se houver pedido expresso do
interessado é que o órgão competente fornecerá tais documentos ou as
respectivas cópias, já que a prova incumbe a quem alega, sendo, portanto,
um ônus do interessado.

120. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2008) As


garantias previstas na referida lei incluem expressamente os direitos à
comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas e
à interposição de recursos.

121. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2008) Quando o


interessado declarar que fatos e dados estão registrados em documentos
existentes em outro órgão administrativo, caberá ao próprio interessado
trazer os referidos documentos aos autos.

122. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O conceito de


improbidade administrativa é mais restrito que o conceito de moralidade
administrativa.

123. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) Considera-se agente


público, para os efeitos da lei de improbidade administrativa, todo aquele
que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração, por eleição,
nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
que recebam subvenção, benefício ou incentivo, fiscal ou creditício, de
órgão público.

124. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) O alcance subjetivo


da chamada Lei de Improbidade estende-se além do tradicional conceito
de agentes públicos.

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125. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009)


Podem ser sujeitos ativos do ato de improbidade administrativa o agente
público e terceiro que induza ou concorra para a prática do ato de
improbidade ou dele se beneficie sob qualquer forma direta ou indireta.

126. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010)


Aquele que, não sendo agente público, induz ou concorre para a prática do
ato de improbidade ou dele se beneficia sob qualquer forma não se
submete às disposições da Lei n.º 8.429/1992, devendo a sua conduta ser
apurada de acordo com o Código Penal.

127. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) As disposições da lei,


aplicáveis apenas aos agentes públicos, alcançam os que exercem cargo,
emprego ou função pública, de modo efetivo ou transitório, e os que
exercem, por eleição, mandato eletivo.

128. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) Os particulares


que eventualmente colaboram com o poder público, como os mesários e os
jurados, não são considerados agentes públicos.

129. (TECNICO EM PROCURADORIA – PGE/PA – CESPE/2007) Tanto os


servidores públicos podem vir a responder por atos de improbidade
administrativa quanto os terceiros que se beneficiem do ato, sob qualquer
forma, direta ou indireta.

130. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Caso o sócio-


gerente de uma sociedade empresarial induza um servidor público a fraudar
processo de licitação com vistas a favorecer essa sociedade empresarial, tal
atitude fará que esse dirigente seja responsabilizado pela Lei de
Improbidade Administrativa, mesmo não sendo servidor público.

131. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – STF – CESPE/2008) O Ministério da


Saúde firmou convênio com uma instituição privada, com fins lucrativos, que
atua na área de saúde pública municipal. O objeto desse convênio era a
instalação de uma UTI neonatal no hospital por ela administrado. Conforme
esse convênio, a referida instituição teria o encargo de, utilizando-se de
subvenções da União, instalar a UTI neonatal e disponibilizar, para a

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comunidade local hipossuficiente, pelo menos 50% dos leitos dessa nova UTI.
No entanto, essa instituição acabou por utilizar parte desses recursos públicos
na reforma de outras áreas do hospital e na aquisição de equipamentos
médico-hospitalares de baixíssima qualidade. Maria, que ali foi atendida, viu
sua filha recém-nascida falecer nesse hospital. Apurou-se, por meio de
perícia, que a morte da recém-nascida ocorreu por falha técnica na
instalação e devido à baixa qualidade dos equipamentos ali instalados. Em
face dessa constatação e visando evitar novas mortes, o município
suspendeu provisoriamente o alvará de funcionamento da referida UTI,
notificando-se o hospital para ciência e eventual impugnação no prazo
legal. *** Não houve, no caso em tela, ato de improbidade, já que os
dirigentes de instituição privada não respondem por ato de improbidade, de
que trata a Lei nº 8.429/1992.

132. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010)


Segundo o Supremo Tribunal Federal (STF), os deputados federais, os
senadores e o presidente da República, na qualidade de agentes políticos,
não se submetem às regras da lei em apreço, em razão de se sujeitarem a
regime especial de responsabilização.

133. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) Segundo


orientação do STF, os agentes políticos respondem por improbidade
administrativa com base na Lei n.º 8.429/1992 independentemente da
sujeição dos mesmos aos crimes de responsabilidade tipificados nas
respectivas leis especiais.

134. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) O prefeito


que praticar ato de improbidade que também seja previsto como crime de
responsabilidade responderá simultaneamente tanto pelo crime de
responsabilidade quanto pelo ato de improbidade.

135. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A perda ou extinção do mandato


eletivo implica cessação automática da existência de foro especial por
prerrogativa de função, ainda que o fato que deu causa à demanda haja
ocorrido durante o exercício daquele, exceto na hipótese de improbidade
administrativa, conforme jurisprudência do STF.

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136. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010)


Enquanto as empresas públicas podem ser sujeitos passivos da improbidade
administrativa, as sociedades de economia mista não podem, em razão do
regime de direito privado a que estão submetidas.

137. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010)


Somente a ação praticada com dolo pelo agente público e com
comprovada lesão ao patrimônio público é passível de responsabilização
pelo integral ressarcimento do dano.

138. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2009) Sendo meramente


culposa a conduta comissiva do agente público que ocasione prejuízo ao
erário, isso não poderá ensejar responsabilização por improbidade
administrativa.

139. (ANALISTA JUDICIÁRIO – ADMINISTRATIVA – TRE/MT – CESPE/2010) Por


não ser admitida pela Constituição Federal de 1988 (CF) que nenhuma pena
passará da pessoa do condenado, não é possível a responsabilização do
sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio ou se enriquecer
ilicitamente, ainda que seja até o limite do valor da herança.

140. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/BA – CESPE/2010) A


aplicação das medidas punitivas previstas na Lei de Improbidade
Administrativa pressupõe a ocorrência de dolo como o único elemento
subjetivo, pois o ato de improbidade administrativa implica enriquecimento
ilícito para o sujeito ativo, prejuízo para o erário ou afronta aos princípios da
administração pública, circunstâncias que afastam a configuração de
culpa.

141. (ANALISTA DE SANEAMENTO – ADVOGADO – EMBASA – CESPE/2010) A


aplicação das sanções previstas na Lei de Improbidade Administrativa
independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio público, mas fica
suspensa até a aprovação ou rejeição das contas pelo órgão de controle
interno ou pelo tribunal ou conselho de contas.

142. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) A aplicação das sanções previstas


na lei em questão independe da efetiva ocorrência de dano ao patrimônio
público, inclusive quanto à pena de ressarcimento, e da aprovação ou

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rejeição das contas pelo órgão de controle interno ou pelo tribunal ou


conselho de contas.

143. (PROCURADOR DE ESTADO – PGE/AL – CESPE/2009) O STJ fixou


entendimento no sentido de que a contratação de agentes públicos sem a
realização de concurso público enseja violação ao princípio da moralidade.
Isso não quer dizer, contudo, que os responsáveis pela contratação devam
ser condenados a ressarcir o erário, pois essa condenação depende da
demonstração do enriquecimento ilícito e do prejuízo para a administração.

144. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) A posse e o


exercício de agente público em seu cargo ficam condicionados à
apresentação de declaração de bens e valores que componham seu
patrimônio, a fim de ser arquivada no setor de pessoal do órgão.

145. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL – CESPE/2009) A posse e o exercício de


agente público ficam condicionados à apresentação de declaração dos
bens e valores que compõem o seu patrimônio privado. O agente público
que se recusar a prestar declaração dos bens, dentro do prazo determinado,
ou que a prestar falsa, será punido com a pena de demissão, a bem do
serviço público, sem prejuízo de outras sanções cabíveis.

146. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) Os atos de improbidade


administrativa devem ter por pressuposto a ocorrência de dano ao erário
público.

147. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor


público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de
um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da
empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem
para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao
final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da
desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços
oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo
administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando
demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. O ordenamento
jurídico brasileiro não tem instrumentos legais para punir condutas antiéticas.

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148. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO/BA – CESPE/2007) As atividades


que podem vir a ser consideradas como atentatórias à probidade
administrativa estão divididas em três grupos, quais sejam, as que importam
em enriquecimento ilícito, as que causam prejuízo ao erário e as que violam
os princípios da honestidade, imparcialidade, legalidade e lealdade às
instituições públicas.

149. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Perceber vantagem


econômica para intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de
qualquer natureza constitui ato de improbidade administrativa que causa
prejuízo ao erário.

150. (TÉCNICO ADMINISTRATIVO – STF – CESPE/2008) A aquisição, para si ou


para outrem, no exercício de função pública, de bens cujo valor seja
desproporcional à evolução do patrimônio ou à renda do agente público
configura ato de improbidade administrativa na modalidade dos que
importam em enriquecimento ilícito.

151. (AUDITOR DE ESTADO – SECONT/ES – CESPE/2009) Caso o empregado


de uma sociedade de economia mista perceba vantagem econômica para
intermediar a liberação ou aplicação de verba pública de qualquer
natureza, estará ele praticando um ato de improbidade administrativa e, se
condenado judicialmente, o sujeitará à perda dos bens ou valores
acrescidos ilicitamente ao seu patrimônio, entre outras penalidades.

152. (ANALISTA DE CONTROLE INTERNO – SAD/PE – CESPE/2010 - ADAPTADA)


O secretário de saúde de determinado estado da Federação contratou
empresa de informática, com o objetivo de modernizar o sistema de
protocolo, por meio de dispensa de licitação. Seu genro era um dos sócios
da referida empresa. Após o pagamento efetuado, percebeu-se que não se
tratava de caso de dispensa e que o objeto do contrato não havia sido
prestado adequadamente, uma vez que o protocolo continuou sendo feito
de forma manual. Assim, restou configurada a prática de ato de
improbidade administrativa que causa prejuízo ao erário.

153. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Liberar verba pública


sem que haja estrita observância das normas pertinentes ou influir na

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aplicação irregular dessa verba constitui ato de improbidade administrativa


que importa enriquecimento ilícito.

154. (PROCURADOR FEDERAL – AGU – CESPE/2010) A Procuradoria-Geral


Federal ingressou com ação executiva fiscal por crédito não tributário no
valor de R$ 200.000,00. Consta dos autos que esse crédito corresponde a
multa administrativa imposta pela ANVISA, no exercício do poder de polícia,
já que, no dia 2/4/2002, havia sido praticada a infração administrativa
respectiva, ficando paralisado esse processo administrativo até 5/4/2006,
quando então foi inscrita em dívida ativa. Foram opostos embargos à
execução, nos quais foi proferida sentença extinguindo a ação, com
fundamento na prescrição. Com base nessa situação hipotética, julgue os
itens seguintes (***). O fato de o servidor público deixar de praticar,
indevidamente, o ato de ofício constitui infração administrativa prevista na
Lei n.º 8.112/1990, mas não, ato de improbidade administrativa.

155. (ANALISTA DE SANEAMENTO – ADVOGADO – EMBASA – CESPE/2010) O


servidor público que, ao ser omisso, viola os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições, deixando de praticar,
indevidamente, ato de ofício, pratica ato de improbidade que atenta
contra os princípios da administração pública.

156. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Deixar de prestar contas


quando se está obrigado a fazê-lo constitui ato de improbidade
administrativa que causa prejuízo ao erário.

157. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Frustrar a licitude de


concurso público constitui ato de improbidade administrativa que atenta
contra os princípios da administração pública.

158. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Frustrar a licitude de


processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente constitui ato de
improbidade administrativa que atenta contra os princípios da
administração pública.

159. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRE/MG – CESPE/2009) Não constitui ato de


improbidade administrativa, considerado pela Lei nº 8.429/1992 como
atentatório aos princípios da administração pública, praticar ato

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administrativo que dispense ou declare a inexigibilidade de processo


licitatório.

160. (DEFENSOR PÚBLICO – DPE/AL – CESPE/2009) Negar publicidade aos


atos oficiais constitui ato de improbidade administrativa que causa lesão ao
erário.

161. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor


público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de
um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da
empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem
para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao
final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da
desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços
oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo
administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando
demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. A situação hipotética
apresentada configura improbidade administrativa.

162. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Enquadra-se como


ato de improbidade aquele que importa ou ameaça implicar prejuízo ou
desfalque material ao patrimônio público, mas não aquele que afeta a
credibilidade ou a honra objetiva das entidades públicas.

163. (PROCURADOR MUNICIPAL – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) O dirigente


de uma empresa pública municipal realizou contratação de produtos de
informática sem o cumprimento prévio de licitação. Para a dispensa de
licitação, alegou-se que os bens precisavam ser adquiridos com urgência. Os
serviços foram corretamente prestados e não restou demonstrado
superfaturamento de preços. Após a execução do contrato, descobriu-se
que o fornecedor dos produtos de informática havia presenteado o referido
dirigente com uma TV de LCD e um notebook. Diante desses fatos, o MP
estadual ajuizou ação de improbidade administrativa contra o dirigente.
Acerca dessa situação hipotética, julgue: A situação descrita configura ato
de improbidade administrativa, que importa em enriquecimento ilícito.

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164. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009)


João, servidor público da União, exercia função de gestão dos contratos
administrativos celebrados com fornecedores de bens e serviços a TRT de
cujos quadros funcionais era integrante. O TCU, movido por denúncia
anônima, promoveu a fiscalização sobre a legalidade e a economicidade
dos contratos celebrados com o TRT e apurou que João era sócio de uma
das empresas contratadas para prestação de serviços, muito embora não
exercesse a sua administração ou gerência. Após regular tramitação do
processo administrativo disciplinar, ao servidor foi aplicada a sanção de
demissão pelo fato de ser sócio de uma empresa privada, o que, segundo
afirmação constante do relatório conclusivo do processo, era vedado pelo
Estatuto dos Servidores Públicos Civis da União. Irresignado, o servidor
demitido conseguiu anular a decisão demissional e foi reintegrado aos
quadros funcionais da União. Tempos depois, o superior hierárquico de João
abriu novo procedimento administrativo com o objetivo de declarar a
nulidade da reintegração por não ter ocorrido a posse do servidor quando
de seu retorno ao cargo. De acordo com as informações contidas no texto
acima e com base no regime jurídico dos servidores públicos civis da União e
nas regras a respeito do controle da administração pública, julgue os itens
subseqüentes (***) Constitui ato de improbidade administrativa a
contratação de empresa privada da qual um dos sócios seja, ao mesmo
tempo, gestor de contratos do órgão ou ente da administração pública que
celebrou o contrato, ainda que o respectivo contrato não cause lesão ao
erário.

165. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor


público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de
um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da
empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem
para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao
final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da
desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços
oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo
administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando
demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. O servidor pode eximir-
se de punição, caso devolva o valor do pacote de viagem.

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166. (ASSESSOR JURIDÍCO – PREF. NATAL/RN – CESPE/2008) João, servidor


público efetivo, ocupa o cargo de presidente da comissão de licitações de
um órgão público. No curso de determinado certame, João recebeu, da
empresa X, que era uma das empresas licitantes, um pacote de viagem
para o exterior com todas as despesas pagas e direito a acompanhante. Ao
final do processo, a empresa X sagrou-se vencedora em razão da
desclassificação das demais concorrentes, embora o preço dos serviços
oferecidos pela empresa X fosse o mais alto. João respondeu a processo
administrativo disciplinar, no qual lhe foi assegurada ampla defesa, restando
demonstrado, ao final, que o servidor violou os deveres de honestidade,
imparcialidade, legalidade e lealdade às instituições. A única pena a ser
imposta ao servidor, no âmbito civil, é a perda do cargo público.

167. (JUIZ DO TRABALHO – TRT 5ª REGIÃO – CESPE/2007) Os atos de


improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a
perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao
erário.

168. (JUIZ FEDERAL – TRF 1ª REGIÃO – CESPE/2009) Praticado ato de


improbidade administrativa que importe enriquecimento ilícito, o responsável
estará sujeito às seguintes cominações: perda dos bens ou valores acrescidos
ilicitamente ao patrimônio; ressarcimento integral do dano, quando houver;
perda da função pública; suspensão dos direitos políticos por período de oito
a dez anos; pagamento de multa civil de até três vezes o valor do acréscimo
patrimonial; e proibição de contratar com o poder público ou receber
benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda
que por intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, pelo
prazo de dez anos.

169. (ADVOGADO – CEF – CESPE/2010) Tratando-se da prática de atos de


improbidade administrativa que importem enriquecimento ilícito, a proibição
de o infrator contratar com o poder público ou receber benefícios ou
incentivos fiscais ou creditícios, direta ou indiretamente, ainda que por
intermédio de pessoa jurídica da qual seja sócio majoritário, limita-se ao
prazo de cinco anos.

170. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) Os atos de


improbidade que importem enriquecimento ilícito sujeitam os responsáveis

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ao ressarcimento integral do dano, se houver, à perda da função pública, à


suspensão dos direitos políticos de três a cinco anos, ao pagamento de
multa civil e à proibição de contratar com o poder público pelo prazo de
três anos.

171. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Se um servidor


público utilizar, na construção de sua casa, uma viatura oficial para
transportar material de construção adquirido por ele, haverá enriquecimento
ilícito, razão por que, necessariamente, conforme entendimento do STF, o
servidor perderá a sua casa.

172. (AGENTE DE POLÍCIA FEDERAL – DPF – CESPE/2009) Frustrar a licitude de


processo licitatório ou dispensá-lo indevidamente constitui ato de
improbidade administrativa e, por conseqüência, impõe a aplicação da lei
de improbidade e a sujeição do responsável unicamente às sanções nela
previstas.

173. (ANALISTA JUDICIÁRIO – JUDICIÁRIA – TRE/GO – CESPE/2009 -


ADAPTADA) Rui, servidor público federal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE),
revelou a um amigo deputado federal informações sigilosas que detinha em
razão das atribuições que desempenhava no tribunal. Dessa forma, Rui
poderá ser apenado com a suspensão dos direitos políticos pelo prazo de
oito a dez anos.

174. (FISCAL DA RECEITA ESTADUAL – SEFAZ/AC – CESPE/2009) Retardar ou


deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício não configura ato de
improbidade, mas mera infração administrativa cuja sanção será de
advertência ou suspensão.

175. (PROMOTOR DE JUSTIÇA – MPE/SE – CESPE/2010) A perda da função


pública e a suspensão dos direitos políticos, para os que foram condenados
por ato de improbidade, somente se podem efetivar após o trânsito em
julgado da decisão.

176. (TÉCNICO JUDICIÁRIO – TRT 17ª REGIÃO – CESPE/2009) O indivíduo que


for condenado por improbidade administrativa à perda de direitos políticos
não pode, enquanto perdurarem os efeitos da decisão judicial, propor ação
popular.

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177. (JUIZ DE DIREITO SUBSTITUTO – TJ/AL – CESPE/2008) Servidor público da


prefeitura de determinada cidade do interior dispensou procedimento
licitatório, fora das hipóteses legais, para a contratação de empresa
prestadora de serviço de limpeza e conservação. Em decorrência desse
fato, o MP ajuizou ação de improbidade administrativa contra o servidor,
imputando-lhe conduta prevista no art. 10, inciso VIII, da Lei n.º 8.429/1993.
Esse artigo expressa diretamente que constitui ato de improbidade
administrativa que causa lesão ao erário qualquer ação ou omissão, dolosa
ou culposa, que enseje perda patrimonial, desvio, apropriação,
malbaratamento ou dilapidação dos bens ou haveres das entidades
referidas no art. 1.º da Lei de Improbidade, e, notadamente, frustração da
licitude de processo licitatório ou sua dispensa indevida. Considerando a
situação hipotética descrita no texto, nos termos da Lei de Improbidade,
caso esse servidor seja condenado, a pena a ser imposta a ele é a de
aposentadoria compulsória com vencimentos proporcionais.

GABARITOS
01 C 16 C 31 E 46 E 61 E 76 E 91 C 106 C 121 E 136 E 151 C 166 E

02 E 17 E 32 C* 47 E 62 E 77 E 92 E 107 E 122 C 137 E 152 C 167 C

03 C 18 E 33 E 48 E 63 C 78 E 93 E 108 E 123 E 138 E 153 E 168 C

04 E 19 E 34 E 49 C 64 E 79 C 94 E 109 C 124 C 139 E 154 E 169 E

05 C 20 E 35 E 50 E 65 E 80 C 95 E 110 E 125 C 140 E 155 C 170 E

06 C 21 E 36 C 51 E 66 E 81 C 96 E 111 C 126 E 141 E 156 E 171 E

07 C 22 E 37 C 52 C 67 C 82 C 97 E 112 E 127 E 142 E 157 C 172 E

08 E 23 E 38 C 53 E 68 E 83 C 98 E 113 E 128 E 143 C 158 E 173 E

09 C 24 E 39 E 54 E 69 E 84 E 99 C 114 E 129 C 144 C 159 C 174 E

10 E 25 E 40 E 55 E 70 E 85 C 100 E 115 E 130 C 145 C 160 E 175 C

11 E 26 E 41 C 56 C 71 E 86 E 101 C 116 C 131 E 146 E 161 C 176 C

12 E 27 C 42 E 57 E 72 E 87 C 102 E 117 C 132 C 147 E 162 E 177 E

13 E 28 C 43 E 58 E 73 C 88 E 103 C 118 C 133 E 148 C 163 C 178 ---

14 C 29 E 44 E 59 E 74 E 89 E 104 E 119 E 134 E 149 E 164 C 179 ---

15 E 30 E 45 E 60 E 75 C 90 E 105 E 120 C 135 E 150 C 165 E 180 ---

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