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Recomendações de Leitura:
- Curso de Direito Constitucional – Dirley da Cunha Júnior;
- Processo Legislativo – Manoel;
- O Poder dos Juízes – Dalmo Dalari.
PODERES DO ESTADO
Montesquieu e sua obra (1748), Espírito das Leis, o jusfilósofo normatizou os poderes e a
forma de sua atuação. Antes de Montesquieu, na Antiguidade Clássica, já se trabalhavam
concepções políticas: Aristóteles defendeu a presença de poderes moderados (de equilíbrio)
– funções limitadas em prol da liberdade individual. Idéias aristotélicas motivaram revoluções
de superação de Governos absolutos para governos moderados, de modo a distribuir as
funções entre órgãos distintos.
Ex.: Revolução Francesa: oposição ao regime monárquico (absoluto), ao fim, a França fez a
Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão.
Para existir Constituição deveria limitar poderes e as funções deveriam ser exercidas por
órgãos distintos (sistema que delimita funções da comunidade política para alcançar equilíbrio
e moderação + Liberdades individuais).
Influenciou também diversas constituições no mundo, objeto de experiências e idéias.
No século XVII, o filósofo John Locke escreveu o segundo tratado, que exalta princípios da
Revolução Gloriosa (como Liberdade Política) e apresentou um sistema de delimitação de
funções no Legislativo e no Executivo.
LEGISLATIVO – Responsável por elaborar normas gerais e abstratas (leis);
EXECUTIVO – Responsável pela aplicação/execução das leis;
Resumo: Poder para elaborar e poder para executar (prática) – Sem distinção da natureza
dessa aplicação das leis;
Não faz menção ao Poder Judiciário, para aplicar bastava o Executivo, pouco importava a
natureza ou motivo da aplicação da leis.
Não faz menção ao Poder Judiciário, para aplicar bastava o Executivo, pouco importava a
natureza ou motivo da aplicação.
Montesquieu observa essa falha em Locke e apresenta seu sistema de separação das
funções do Estado (livro Espírito das Leis). No seu livro, Espírito das Leis, há a teoria da
separação dos poderes e a divisão das funções: “toda vida – comunidade política – ao redor
do Estado gira em torno da lei” – todo Estado se organiza a partir da lei.
Em torno da lei existirá a função de elaborar (função origem – mais importante do Estado):
Legislativa – As demais funções estatais dependem desta;
O Estado necessita aplicar a lei, de ofício, para gerenciar os negócios coletivos –
conduzir/gerir (administrar) os interesses da coletividade: Executivo. Nesse ponto se afasta de
Locke;
O Estado também tem a função de julgar, função de aplicação da lei visando a
composição/solução de confusão de interesses (litígios): Judicial ou Jurisdicional;
Montesquieu tem um sistema mais abrangente e consistente, mas teve suas bases teóricas;
Lei – Poder Legislativo; Poder Executivo e Poder Judicial;
A partir dessa tríade ele fez considerações sobre essas funções. Identificou as atribuições de
cada função:
Função Legislativa – Como a mais importante (hegemonia), também deu destaque à Função
Executiva (acomodando os interesses da coletividade – trabalho de gestão/administração);
A função judicial não era tão importante porque apenas pronuncia a lei (o juiz é a “boca da lei”
em um trabalho mecânico, não pode atribuir valores. Por isso seria um poder invisível (nulo) –
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sua função é repetir as palavras da lei. Não faz atribuições de justiça, aplica-se o que já
existe. Isso no século XVII.
Montesquieu também analisou a relação entre os órgãos (do Poder) no exercício de suas
funções;
Poder – Fenômeno sociocultural – É único e indivisível. Para ele a separação não pode ser
absoluta, e sim relativa para evitar opressão de governos absolutos com concentração de
poder – “evitar que o poder abuse do poder” – uma vez que o poder é exercido pelo homem
que tem a tendência natural de abusar desse poder;
Para controlar o poder que é abusado somente é possível por meio do próprio poder e, por
isso, a separação deve ser relativa; porém há interferência (que é recíproca, é para evitar a
hegemonia em face da outra) justificada quando há abuso de poder. Relação recíproca de
controle;
Todo sistema constitucional hoje tem essa relação recíproca de interferência, com sistema de
freios e contrapesos.
Controle Ideológico – Legislativo e Executivo na escolha do Ministro do STF, nomeia aquele
com propostas ideológicas semelhantes às suas;
Suas idéias influenciaram os regimes democráticos.
A teoria precisou ser adaptada aos novos paradigmas da sociedade, como o poder nulo
conferido ao Judiciário e nem a hegemonia do Legislativo, a idéia é a coordenação dos
poderes na concretização dos interesses sociais;
Considerações terminológicas:
Poderes estatais – Funções políticas do Estado.
O Poder é único e as funções são pluri. As funções do Estado, diversas, são para o exercício
do Poder Estatal através de órgãos distintos;
Poder Legislativo
Teoria da separação dos poderes de Montesquieu mostra a melhor divisão das funções do
governo mais radical e equilibrada.
Pensamento montesquiano: O Poder Legislativo era hegemônico sobre os demais na
elaboração da lei, quando hoje os poderes são exercidos de modo absolutamente
equilibrados. Esses poderes são constituídos submetidos à Constituição, não havendo
nenhum poder superior a ela.
No contexto contemporâneo de Estado democrático e social de Direito, responsável por
atender aos interesses e direitos de uma sociedade complexa e não mais de um estado
mínimo;
Título IV da Constituição Federal de 1989 – Das Organizações dos Poderes (São 09 Títulos
na Constituição Federal de 1989);
1. Posição na divisão das funções estatais:
Posição de ser poder de instituir as normas gerais e abstratas (leis), que disciplinarão a
relação das pessoas entre si e perante as instituições políticas.
Atividade de positivar/editar as normas, mas essa função legislerante não é única. Tem
também a função de controle e fiscalização para acompanhar as atividades do Executivo e as
atividades – condutas – dos agentes públicos.
A Constituição Federal de 1989 é exemplar ao atribuir a função de fiscalizar ao Legislativo –
administração pública é fiscalizada e tem seus atos são suspensos quando distancia de seus
princípios.
Ex.: CPI – Comissão Parlamentar de Inquérito;
O Poder Legislativo tem essas funções típicas (funções essenciais desse poder) e outras
(atípicas) que corresponde à parcela das funções típicas (essenciais) de outros poderes.
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FUNÇÕES TÍPICAS – Legislar por leis (normas gerais e abstratas) e Controle e Fiscalização
por Comissões Parlamentares; Dão nota característica a esse poder.
FUNÇÕES ATÍPICAS – Administrar (típica do Executivo) e Julgar (típica do Judiciário). Não
são funções próprias, mas precisa exercê-la para garantir sua liberdade – independência –
orgânica perante os outros poderes.
O poder Legislativo é um composto orgânico (formado por órgãos) em que os órgãos se
organizam administrativamente, tendo setores para organizar seus recursos materiais e
humanos através de atos administrativos – para suprir suas necessidades internas – função
atípica de administrar;
O próprio legislativo julga através de seus membros e do processo são abertos, para não
depender/submeter-se a outros poder – eles julgam seus próprios membros;
Também é responsável pelo julgamento político (em razão de infração política) do Chefe do
Executivo. O Julgamento jurídico é realizado pelo Judiciário onde se responde por delito
comum. 2 julgamentos distintos – não configura „bis in idem‟.
Julgamento político (do sistema de pesos e contrapesos) do Chefe do Executivo chama-se
impeachment;
Independência financeira também é necessária ao Poder em questão, elaborando, assim,
suas propostas de orçamento. Essas funções são exercidas com natureza
secundária/subsidiária/auxiliar;
Julga (pelo Senado Federal) por crimes de responsabilidade o chefe do Estado, Procurador
Geral da República, Advogado Geral da União e o Ministros (impeachment);
Fatos atípicos são especiais ou excepcionais;
Nenhum poder exerce função exclusiva, mas predominante próprias (funções típicas são
predominantes);
Sistema de pesos e contrapesos – Escolher Ministros do STF é função de controle exercido
pelo Legislativo – Interferência recíproca para adquirir o equilíbrio dos poderes (evitar
abusos);
ÓRGÃOS
Organização política-administrativa da República Federativa do Brasil: União, Estados
Membros, Distrito Federal e os Municípios, os quais têm autonomia política por ter
liberdade/capacidade de gerir seus próprios recursos, questões, dispor de seus próprios
direitos;
Poder Legislativo da União – Congresso Nacional;
Poder Legislativo dos Estados-membros – Assembléia Legislativa;
Poder Legislativo do Distrito Federal – Câmara Legislativa;
Poder Legislativo dos Municípios – Câmara dos Vereadores.
Congresso Nacional
2 casas (bicameral): Câmara dos Deputados (Câmara baixa) e Senado Federal (Câmara alta);
Camara baixa e alta: Baixa porque representa o povo e alta atende à elite. Difere dos
britânicos, porque o brasileiro é federativo para atender necessidade dos Estados-membros
como partícipes da vontade nacional – emanada da União –, que não poderia ser excluídos, e
não representar a aristocracia como a britânica, porque há unidade no Estado Federal;
É órgão legislativo da União, sendo bicameral em razão da necessidade do sistema
federativo;
Câmara dos Deputados – Casa representativa do povo, é composta por deputados eleitos de
forma – sistema – proporcional para mandato de 4 anos. A composição total e a
representação por estado feita por lei complementar Federal: 513 entre os Estados e DF,
proporcionalmente à população, segundo dados do IBGE, levantados um ano antes das
eleições e encaminha o resultado para o Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Nenhuma unidade
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CÂMARA LEGISLATIVA
Órgão do Poder Legislativo do Distrito Federal.
O número de deputados distritais se dá do mesmo modo da contagem dos deputados
estatais.
ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA – Órgãos do Poder Legislativo dos Estados-membros.
Responsável por exercer a competência legislativa dos Estados-membros;
CÂMARA LEGISLATIVA – Órgão do Poder Legislativo do Distrito Federal, é único. Exerce
competências legislativas estaduais e federais, porque é vedado ao Distrito Federal se
subdividir em distritos. Por isso, o órgão tem nomenclatura diferente.
CÂMARA DOS VEREADORES
Órgão legislativo dos municípios. Não existem no Distrito Federal. Os órgão são as Câmaras
de Vereadores ou Câmaras Municipais.
Composta por vereadores, parlamentares municipais, por sistema proporcional para mandato
de 04 anos, com função de competência legislativa nos municípios.
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Estrutura Interna
MESA
Mesa Diretora – É o órgão legislativo responsável pelo governo interno (direção/condução) da
Casa Legislativa. Toda casa legislativa tem sua mesa diretora.
O Congresso Nacional é bicameral – São 03 órgãos com existência e funcionamento próprio,
e por isso são 3 mesas diretoras – a da Câmara, a do Senado e a do Congresso Nacional. Os
demais órgãos do Poder Legislativo têm uma só mesa por ser unicameral.
Mesa da Câmara dos Deputados – Formada por deputados eleitos pelos seus pares (colegas)
para os cargos especificados e para o Mandato de direção 2 anos, estando proibida a
reprodução (reeleição) para os mesmos cargos para os períodos imediatamente
subseqüentes.
Cargos estipulados são criados pelos regimentos das casas legislativas, mas há política
parlamentar tradicional que adota cargos específicos – Presidente da Mesa; 1º e 2º Vice-
presidentes; 1º, 2º, 3º e 4º secretários e seus suplentes (dos secretários) – Parlamentares da
Câmara.
MESA DO SENADO
Composta por senadores eleitos por seus colegas;
Mesa do Congresso – Tem formação peculiar – Não há eleições;
A Constituição Federal determina que a Presidência da mesa do Congresso seja a Presidente
da Mesa do Senado. Os demais cargos são ocupados alternadamente pelos ocupantes dos
iguais cargos nas mesas da Câmara e do Senado.
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A Constituição Federal impõe que na composição da mesa diretora, sempre leve em conta,
sempre que for possível, a proporcionalidade da representação partidária – favorecer
pequenos partidos a compor importantes posições legislativas e evitar a concentração em
poucos partidos.
COMISSÕES PARLAMENTARES – Órgãos técnicos incumbidos de promover estudos,
audiências públicas, investigações e pronunciamentos dos projetos ou propostas legislativas
que tramitam nas Casas Legislativas. A Constituição Federal traz as Comissões:
permanentes, temporárias, mistas, de inquérito ou representativas.
PODER LEGISLATIVO
[...]
6. Competências do Congresso Nacional e da Câmara de Deputados e do Senado Federal;
7. Processo Legislativo;
7.1. Conceito e objeto;
7.2. Atos do Processo Legislativo;
7.3. Procedimentos Legislativos.
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Publicação.
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PRERROGATIVAS PARLAMENTARES
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IMUNIDADES
Imunidades Materiais – Depende da posse;
Imunidades Formais – Não depende da posse. Existe desde a diplomação.
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INCOMPATIBILIDADES
Impedimentos que a Constituição impõe ao Parlamentar. Ver o artigo 54 da Constituição
Federal de 1988.
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O PODER EXECUTIVO
1.1 Separação dos Poderes;
1.2 Classificação;
1.3 Funções: Chefe de Estado/ Chefe de Governo/ Chefe da Administração Pública;
1.4 Sistemas de Governo: Parlamentarista/ Presidencialista;
1.5 O modelo brasileiro.
FUNÇÕES
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Chefe de Estado – Aquela pessoa que exerce uma função no Poder Executivo. Representa
internacionalmente o Estado. Por exemplo, quando a autoridade máxima de uma país visita
países estrangeiros ou assina tratados internacionais. Representa o país de forma uma.
Chefe de Governo – Voltada para as decisões políticas do país. Atividades de Governo.
Prevalece o caráter político.
Chefe da Administração Pública – Prevalece o caráter gerencial.
SISTEMAS DE GOVERNO
Parlamentarista – Há a figura de uma autoridade que tem a função de chefe de Estado e uma
outra que tem a função de Chefe de Governo.
Presidencialista – Há a figura do Presidente, que acumula os cargos de forma de Estado
forma de Governo.
PARLAMENTARISMO
PRESIDENCIALISMO
Foram os Estados Unidos os primeiros a adotar esse sistema. É típica da República (embora
existam repúblicas parlamentaristas).
Para o Presidente ser eleito ele deve ter: nacionalidade brasileira; pleno exercício dos direitos
políticos; alistamento eleitoral; filiação partidária; idade mínima de 35 anos; domicílio eleitoral
na circunscrição.
- A Emenda Constitucional 16/1997 ofereceu a possibilidade de reeleição do Presidente.
PRINCÍPIO DA MAIORIA ABSOLUTA – O candidato deve ter a maioria dos votos válidos
(exclui-se os votos em branco e nulos). Não é algo denominado “princípio dos dois turnos”,
mas sim “princípio da maioria absoluta”.
- Impedimento e vacância: distinções.
- Primeiros dois anos: novas eleições; Últimos dois anos: Eleição pelo Congresso Nacional.
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Ministérios – Auxiliares
do Presidente da
República
Setor Político – Setor Econômico - Setor Social - Ministério Setor Militar – Ministério
Ministério da Justiça; Ministério de Minas e da Previdência Social da Defesa
Ministério das Relações Energia; Ministério do
Exteriores. Planejamento.
A Casa Civil também é auxiliar do Presidente. Ademais, o Chefe da Casa Civil também tem o
status de Ministro de Estado. As atribuições básicas envolvem o assessoramento direto do
Presidente.
- Advogado-Geral da União – Auxilia o Presidente da República, assim tem status de Ministro
de Estado. Eles atuam na representação de órgãos da administração direta da União. O cargo
é provido mediante Concurso Público.
- Presidente do Banco Central – Auxilia o Presidente da República, assim também tem status
de ministro de Estado. O Banco Central do Brasil (BC ou BACEN) é autarquia Federal
integrante do Sistema Financeiro Nacional, sendo vinculado ao Ministério da Fazenda.
- O Procurador-Geral da República não tem status de Ministro de Estado. Muitas vezes suas
opiniões, palavras e votos no desempenho do cargo podem ir de encontro com as do
Presidente da República.
- Estão expressos na Constituição Federal de 1988 os casos nos quais o Presidente da
República pode dar início ao Processo Legislativo: artigo 61, §1º da Constituição Federal.
Caso esta iniciativa privativa seja violada, a lei padecerá de inconstitucionalidade formal. Vale
lembrar que os projetos de lei inicializar-se na Câmara dos Deputados.
- Ao Presidente da República compete sancionar, promulgar e publicar a lei. Além da
possibilidade de vetar o projeto de lei. Esse veto pode ser total ou parcial.
Decreto é um ato emanado pelo Chefe do Poder Executivo (Presidente, Governador ou
Prefeito). Não confundir com o Decreto Legislativo (quem vem do Congresso Nacional). O
decreto serve para implementar na prática aquilo que está previsto na lei.
Regulamento é algo que regula. Regular é dispor abstratamente e genericamente sobre algo.
Normalmente é emanada do Poder Executivo.
O decreto pode regulamentar a lei, mas não pode ir no sentido de inová-la.
O Controle de Constitucionalidade cabe a qualquer ato normativo, inclusive aos decretos.
Artigo 84, VI, a, da Constituição Federal:
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O que significa o termo “ditadura da maioria”? Em ciência política, é a rotulação dada aos
sistemas políticos nos quais a maioria dita as regras, sem apelo por justiça ou equidade. Seu
principal problema é o desrespeito às minorias e opiniões discordantes, requisitos
considerados essenciais para a Democracia. Historicamente, o regime que mais destacou foi
o regime nazista, na Alemanha.
O que é plano plurianual? É aquele que prevê despesas que passam de um ano. Por
exemplo, uma usina hidrelétrica.
O que é plano de diretrizes orçamentárias? É a lei que regula a forma como o orçamento deve
ser organizado.
O que é exercício financeiro? É sinônimo de ano.
- Tudo o que o Presidente da República gastar no ano ele deve prestar contas ao Legislativo,
ao Congresso Nacional.
- O Congresso Nacional é um órgão eminentemente político. Para a avaliação das prestações
de contas há o TCU, órgão previsto constitucionalmente. Ao Tribunal de Contas da União –
TCU – compete apreciar as contas prestadas anualmente ao Presidente da República. O TCU
compõe o Poder Legislativo em sua função de fiscalizar.
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PROCEDIMENTO
Afastado 180 dias
É o Ministério Público que irá denunciar o Presidente da República por crime comum.
O Executivo não tem essa imunidade material por opinião, palavras e votos.
PRERROGATIVAS DO PRESIDENTE
PODER JUDICIÁRIO
1. Noções gerais;
2. Unidade de Jurisdição;
3. Inafastabilidade da Jurisdição;
4. Garantia do Poder Judiciário;
4.1 Funcionais;
4.2 Institucionais;
5. Órgãos do Poder Judiciário.
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Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à
propriedade, nos termos seguintes:
[...]
XXXV - a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a
direito;
GARANTIA DE INDEPENDÊNCIA:
1. Vitaliciedade;
2. Inamovibilidade;
3. Irredutibilidade de subsídios.
1. VITALICIDADE – É a garantia assegurada aos juízes dois anos após do término efetivo das
suas funções de não perder o cargo, exceto em uma única hipótese: por sentença judicial
transitada em julgado.
2. INAMOVIBILIDADE – É a garantia que assegura a permanência do juiz na Comarca. Só
pode sair da Comarca se ele pedir a remoção ou como sanção administrativa a bem do
interesse público.
3. IRREDUTIBILIDADE DE SUBSÍDIOS – É a garantia da não-redução do subsídio do juiz.
Subsídio é o “salário do juiz”. A impossibilidade de reduzir o valor nominal do subsídio. Essa
garantia se limita ao valor nominal.
- O Juiz não pode acumular o seu cargo com nenhum outro, exceto a docência, ainda que ele
se encontre em disponibilidade. Pretende-se assegurar que o juiz atue com isenção ou
imparcialidade;
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GARANTIAS INSTITUCIONAIS
É o próprio Poder Judiciário que apresenta o projeto de proposta de lei que acarretará a
criação de novos cargos e mudanças de subsídio no próprio judiciário.
A autonomia financeiro-orçamentária está disposta no art. 99 da Constituição Federal de
1988.
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Estrutura que envolve uma hierarquia funcional. O Conselho Nacional de Justiça não integra.
Cada etapa é um grau de jurisdição.
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Primeiro Grau
Juízes Juízes Juízes do Juízes Juízes de Jurisdição
Federais Estaduais Trabalho Eleitorais Militares
e DF e
Territórios
Porque o Conselho Nacional de Justiça não integra a hierarquia do esquema anterior? Ele
não tem função jurisdicional, mas administrativa. O Conselho Nacional de Justiça não é um
órgão recursal.
O Presidente do Conselho Nacional de Justiça é o Presidente do Supremo Tribunal Federal.
O Conselho Nacional de Justiça não controla a ação do Supremo Tribunal Federal, mas o
Supremo Tribunal Federal controla o Conselho Nacional de Justiça.
Quem fiscaliza as contas do Supremo Tribunal de Justiça é o Congresso Nacional que atua
com o auxílio do Tribunal de Contas da União.
ESTATUTO DA MAGISTRATURA
Será disciplinado pelo Supremo Tribunal de Justiça por Lei Complementar de sua iniciativa.
Discorrerá sobre a carreira da Magistratura, aos deveres e direitos dos juízes e de suas
responsabilidades constitucionais. Ocorre que, até hoje, desde a Constituição Federal de
1988, não foi elaborado o Estatuto da Magistratura. Em razão disso o Supremo Tribunal de
Justiça vem entendendo que foi recepcionado o Estatuto anterior.
INGRESSO NA MAGISTRATURA
Art. 93, inc. I – Define o acesso do bacharel em Direito ao cargo de juiz e à carreira da
Magistratura.
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7.3.2 Recursal.
- A promoção é a elevação do juiz do seu cargo inicial para outro cargo de carreira
posicionado em sequência e dentro da própria estrutura da carreira correspondente. Essa
elevação se dará do cargo de Juiz Substituto para o de juiz titular. Posteriormente para o
Desembargador, que é referente aos Tribunais.
Só se fala em “carreira” até o nível dos Tribunais. A partir de então não há promoção, mas o
acesso a níveis superiores é realizado por outros mecanismos.
JUIZ SUBSTITUTO – Para fins de promoção por antiguidade é o mais antigo. Após isso, o
que estiver em melhor colocação no concurso (no caso de todos terem passado no mesmo
concurso público);
JUIZ TITULAR – As mesmas regras de regem a promoção de juiz substituto para juiz titular
vigoram na promoção de juiz titular para Desembargador.
Entrância é o critério utilizado para definir a categoria das unidades jurisdicionais. Municípios
pequenos, como Jaguarari-BA, têm vara de primeira entrância. Municípios um pouco maiores,
Campo Formoso-BA, por exemplo, que é um município de segunda entrância, tem varas de
segunda entrância. Já Senhor do Bonfim-BA, é de terceira entrância. Como entrância especial
há a capital, Salvador-BA.
Tal critério segue o tamanho, a demanda e a população do município. Ademais, na Justiça
Federal não se fala em entrância.
Para se reduzir o grau de subjetividade na escolha do juiz a ser promovido por merecimento,
a Constituição Federal de 1988 expressa alguns requisitos. O fator merecimento/ antiguidade
é alternado.
É a mais alta Corte de Justiça do Brasil, sustentando uma posição de hegemonia do Poder
Judiciário Nacional. Tem por objetivo a garantia da Constituição, sendo o guardião da
Constituição Federal de 1988 – segundo a própria Constituição Federal de 1988. Decide
acerca das principais questões nacionais e assegurando a unidade do sistema jurídico.
O Supremo Tribunal Federal NÃO é um tribunal constitucional. Os Tribunais constitucionais
propostos por Kelsen, na Europa, não integram a estrutura do Poder Judiciário, estavam fora
do âmbito de quaisquer poderes. Seria um tribunal à parte. Já o Supremo Tribunal Federal
integra o Judiciário.
O STF se assemelha muito à Suprema Corte Norte-Americana. Esta também não é um
tribunal constitucional.
O Supremo Tribunal Federal compõe-se de 11 ministros nomeados pelo Presidente da
República com aprovação prévia do Senado Federal por maioria absoluta entre brasileiros
natos, de reputação ilibada e notório saber jurídico, maior de 35 anos e menor de 65 anos.
Não se fala em concurso público, não se fala em promoção (porque não há carreira).
Não se exige a prévia condição de magistrado.
- Nesse sentido, atualmente (2010) só Cezar Pelloso é magistrado de carreira. O único que
tem experiência de juiz.
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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA 29
FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA
CONTEÚDO DO CADERNO DE DIREITO CONSTITUCIONAL II – 2010.1
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O Presidente da República responde por crimes comuns perante o Supremo Tribunal Federal.
Idem para Deputados e Senadores.
- Quem vai dizer se vai extraditar ou não é o governo brasileiro que submeterá ao Supremo
para que ele julgue. Quem dá a palavra final é o Presidente da República, o chefe do
Executivo.
A competência recursal envolve uma competência recursal ordinária (art. 102, II da CF) e uma
competência recursal extraordinária (art. 102, III da CF).
Na competência recursal o juiz não é o primeiro a julgar uma determinada causa, mas o
segundo, terceiro (e até o quarto, em alguns casos).
Recurso SUPREMO
Recurso TRIBUNAL
FEDERAL
Tribunal Superior
Recurso do Trabalho
Tribunal Regional
do Trabalho
Juiz do Trabalho
Início
Exemplo de crime político: Previstos na Lei de Segurança Nacional. Tentar contra a vida do
Presidente da República, do Presidente do Supremo Tribunal Federal ou do Presidente do
Congresso Nacional. Algo que tenha caráter subversivo à ordem democrática nacional, como
reunião de grupos paramilitares contra a ordem social e democrática. Quem julga são os
juízes federais, cabendo recurso até o Supremo Tribunal Federal.
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33 Ministros compõem
o Superior Tribunal de
Justiça (STJ)
A Constituição Federal de 1988 exige que tanto o advogado quanto o membro do Ministério
Público tenham mais de 10 anos de exercício da função.
No Superior Tribunal de Justiça não há uma carreira, porque não há uma promoção entre o
Desembargador e o Ministro do Superior Tribunal de Justiça.
O próprio STJ formará listas tríplices e encaminhará para o Presidente da República para que
este escolha um dos três. Esta lista tríplice é formada para cada uma das faixas.
Quando a lista for referente à faixa dos advogados e membros do Ministério Público, a OAB,
através do Conselho Federal, deverá encaminhar uma lista sêxtupla (a própria OAB faz uma
eleição interna para escolher esses 06 nomes, a partir dos advogados que se habilitaram)
para o STJ que escolherá 03 nomes e encaminhará para o Presidente da República.
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No que se refere ao Ministério Público, este encaminhará para o STJ uma lista sêxtupla que
escolherá três nomes e envia para o Presidente da República nomear um, após a aprovação
feita pelo Senado Federal.
O cargo no STJ é vitalício, exceto sentença transitada em julgado ou aposentadoria
compulsória.
A competência do STJ é prevista no art. 105 da Constituição Federal de 1988.
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Competência do Superior
Tribunal de Justiça (STJ)
A carta rogatória ocorre quando os juízes são de nacionalidades distintas, quando o juiz quer
ouvir uma testemunha que mora em outro país.
No Brasil, a carta rogatória só pode ser cumprida depois que o Superior Tribunal de Justiça
concede o “exequato”.
A competência recursal ordinária se verifica quando uma ação de Mandado de Segurança for
julgado em última instância.
JUSTIÇA ELEITORAL
1. Órgãos;
2. Competência.
Os órgãos da Justiça Eleitoral são o Tribunal Superior Eleitoral, Tribunal Regional Eleitoral,
Juízes Eleitorais e Juntas Eleitorais.
O Tribunal Superior Eleitoral é um órgão de cúpula da justiça eleitoral brasileira ao qual
compete a atribuição de uniformizar em todo o Brasil a interpretação e aplicação das leis
eleitorais.
Compõe-se de sete ministros escolhidos:
1. Por eleição, três ministros do STF que são eleitos pelo próprio STF;
2. Por eleição, dois ministros do STJ;
3. Por nomeação do Presidente da República, dois advogados, indicados numa lista sêxtupla
pelo STF.
O TSE tem uma composição que deve se renovar de 02 em 02 anos, permitida a prorrogação
dos mandatos por mais um biênio. Os ministros do TSE não possuem vitaliciedade.
Nem a OAB nem o Senado Federal participam da escolha ou aprovação dos Ministros.
Os Tribunais Regionais Eleitorais são órgãos intermediários da Justiça Eleitoral brasileira
situados em cada estado da Federação.
Também se compõem de sete membros/ juízes.
1. Por eleição, dois são desembargadores eleitos pelo Tribunal de Justiça;
2. Por eleição, dois são juízes estaduais eleitos pelo Tribunal de Justiça;
3. Um desembargador escolhido pelo TRF, se houver TRF naquele estado. Se não houver
TRF (caso da Bahia) será um juiz Federal nomeado pelo TRF do Distrito Federal por lista de
antiguidade e rodízio.
4. Dois advogados nomeados pelo Presidente da República através de uma lista sêxtupla
enviada pelo próprio Tribunal de Justiça;
Os juízes eleitorais são os juízes de Direito. Não há um cargo específico de juiz eleitoral.
As juntas eleitorais são aqueles órgãos que não são permanentes, pois só são criadas na
época das eleições durante a apuração dos votos.
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Elas são constituídas pelos próprios juízes eleitorais responsáveis pela apuração dos votos.
Podem ser compostas entre dois ou quatro membros da mesa. É o juiz que vai designar se
dois ou quatro.
Depois da operação a Junta será dissolvida.
JUSTIÇA DO TRABALHO
1. Órgãos;
2. Competência.
Os órgãos que compõem a Justiça do Trabalho, segundo a Constituição Federal de 1988, são
o Tribunal Superior do Trabalho, o Tribunal Regional do Trabalho e os juízes do trabalho;
- A Emenda Constitucional nº 21 extinguiu as Juntas do Trabalho;
- O TST é formado por 27 ministros. Um quinto é reservado para advogados e membros do
Ministério Público do Trabalho e os demais aos juízes que compõem o TRT;
- O TRT deve ser composto de, no mínimo, 07 desembargadores. Desses membros, 1/5 para
advogados e membros do Ministério Público do Trabalho e os demais por juízes do Trabalho;
- Ações trabalhistas são aquelas que têm como fundamento a legislação trabalhista
(Consolidação das Leis de Trabalho – CLT). Não confundir com ações que tenham natureza
trabalhista;
- Podem ser empregadores tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas;
- Cada Estado da Federação, incluindo o Distrito Federal, tem o seu Tribunal Regional do
Trabalho;
- Existe hoje, em São Paulo, dois Tribunais Regionais do Trabalho, um com sede na capital e
outro com sede em Campinas-SP, interior do Estado. Isso ocorreu devido ao que previa a
Constituição Federal antes da Emenda;
- Existem legislações especiais para determinadas categorias de empregados, as legislações
trabalhistas especiais;
- Quando se fala em servidor público, altera-se o enfoque. Ver Lei 6677;
- Regime celetista – Aplica-se a CLT (Consolidação das Leis do Trabalho);
- Regime estatutário – Aplica-se os Estatutos respectivos a cada Estado;
- Na Justiça do Trabalho não é obrigatório ao trabalhador ir com um advogado, mas é
altamente recomendável que um advogado o acompanhe;
- O Tribunal Superior do Trabalho e o órgão de terceiro grau de jurisdição. Tem por
competência uniformizar a interpretação e aplicação das legislações trabalhistas, julgando os
recursos que chegam à sua apreciação quando interposto de julgamentos realizados nos
Tribunais Regionais do Trabalho. O Tribunal Superior do Trabalho é o órgão máximo da
Justiça do Trabalho;
- Não se leva ao Supremo Tribunal Federal exame de uma ação trabalhista, ou seja, matéria
trabalhista. O STF vai julgar se houve violação da Constituição;
- Sentença é quando o juiz julga. Atua monocraticamente, singularmente. Acórdão é quando
um colegiado de desembargadores chega a um acordo sobre o caso em questão;
- A súmula vinculante é obrigatória para o juiz. Se a súmula não tiver efeito vinculante, serve
como mero aconselhamento ao juiz. Súmula é uma consolidação de um entendimento que
vem sendo reiteradamente realizado. Há possibilidades do STF rever a súmula vinculante.
Não se confunde com a justiça militar que existe nos Estados. A Justiça Militar da União é
organizada e mantida pela União.
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Superior Tribunal
Militar (STM)
05 civis 10 militares
JUSTIÇA FEDERAL
1. Órgãos;
2. Competência.
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Todas as ações nas quais estejam envolvidos, quer como autora, quer como ré, ou como
interveniente a União, as autarquias Federais, as Fundações Públicas Federais e as
Empresas Públicas Federais são da competência da Justiça Federal, assim como os crimes
cometidos contra essas entidades.
Os crimes cometidos a bordo de embarcações ou aeronaves ou crimes cometidos em
detrimento das comunidades indígenas são exemplos de competências da Justiça Federal.
JUSTIÇA DO ESTADO
1. Órgãos;
2. Competência.
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