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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBA PÁGINA 1

FACULDADE DE DIREITO DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA – FDUFBA


CONTEÚDO DO CADERNO DE HERMENÊUTICA JURÍDICA – 2009.2

Assuntos de Hermenêutica Jurídica

- A matéria Hermenêutica Jurídica é relativamente nova no quadro do estudo do Direito;


- Abertura desenfreada de novas faculdades de Direito no Brasil;
- Capacidade de reflexão, de raciocínio e um excelente uso da língua portuguesa são de
excelente valia para operadores do Direito.

- A hermenêutica se dá em todos os espaços, segundo Heidegger;


- Dizer, explicar e traduzir – Richard Palmer (vertentes)
Dizer – Processo dialético com o outro. Seria a proclamação de um evento;
Explicar
Traduzir – Passagem de uma língua para outra. Refere-se muito à visão de “Hermes”, um
semi-deus romano.
- A decisão é sempre temporária. Parte de algum lugar, ou seja, da norma posta (Constituição);
- Necessidade de trazer a decisão para o caso concreto;
- Dica de obra: Introdução ao Estudo do Direito – Tércio Sampaio Ferraz Jr.
- Interpretação a partir da Linguagem;
- Semiótica – Estudo dos signos lingüísticos;
- Segundo Aristóteles o homem é gregário. Ele é um ser social.
- Vivemos através da linguagem (da comunicação). Através dos sinais. A interpretação é algo
cotidiano.
- A interpretação não é apenas intelectual, é também ação cotidiana reiterada.
- A hermenêutica é trabalhada nas diversas áreas do conhecimento.

DOCUMENTÁRIO JANELA DA ALMA

- É bom dar-se conta da mortalidade das mulheres para apreciá-las mais ao longo da vida e do
tempo;
- “Você nunca se percebe olhando fora de foco”;
- Importância peculiar que algumas pessoas conferem aos óculos;
- O conhecimento nasce do incômodo que nos faz pensar sobre as coisas;
- Os homens que usam óculos são mais gentis, doces e desamparados;
- Nossa imaginação realmente complementa as palavras;
- O que vemos é constantemente modificado por nossos sonhos, nossos anseios, nossos
desejos;
- Transformar as cinzas em uma jóia;
- O fato de ser cineasta nos permite desempenhar todos os papéis;
- Todos nós somos criaturas emocionais;
- A memória visual deve ser inseparavelmente ligada à emoção;
- Tudo que olhamos está mediado por nossos conceitos;
- Eu nunca senti falta da visão porque não sei como as pessoas me enxergam – diz um cego;
- Olhar que enxerga nas trevas, olhar de coruja, olhar de sabedoria;
- Temos muitas coisas em excesso hoje. O que não temos de suficiente é o tempo;
- O simples, o irredutível.

- Teoria do Conhecimento – Immanuel Kant


Sujeito Cognoscente (Tempo/Espaço) – Método – Objeto Cognoscível
- Norma é conteúdo interpretado. Texto é lei.
- Questão da imparcialidade do juiz na interpretação;
- Universidade – Universalidade de Conhecimento;

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- Escolas Hermenêuticas;
- Premissa maior – Premissa menor – Síntese (Visão dedutiva, do abstrato para o concreto);
- Discussão acerca da resolução nº. 75, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

- Teoria da Subsunção;
- Silogismo;
- Teoria Kantiana;
- Teoria do Dedutivismo;
- Escola da Exegese;
- Direito posto de maneira hermética, completa;
- De Estado Absolutista para Estado de Direito;
- Modelos ou tipos legais de aplicação mecânica ou automática;
- Influência do Direito Civil Romano;
- Common Law Inglês – trabalha com precedentes;
- A interpretação seria uma decisão para além do que a lei diz;
- O processo interpretativo precisa adequar-se à realidade cambiante;
- Técnicas interpretativas que “forçam” o texto para a interpretação no caso concreto;
“gramatical”, “lógica”, “histórica”;
- A vontade do legislador;
- O Direito vem a “reboque” da realidade;
- O sistema jurídico não pode a tudo prever, pois é lacunoso;
- O espaço de insegurança da sociedade aumenta bastante com o passar do tempo;
- O juiz deve observar a realidade na qual está inserido e não somente na letra fria da lei;
- "jusrisprudênbcia dos Conceitos", ou seja, jurisprudência dos costumes: Escola Histórica de
Savigny;
- Dica de obra: A luta pelo Direito - Rodolf von Ihering
- Teoria da subsunção da Escola da Exegese;
- Busca de formas de aplicação progressistas;
- Escola do Direito Livre - voluntarismo do juiz;
- Teorias do Direito Livre;
- O texto ganha vida fora do legislador. A interpretação deve ser idealizada a partir de um
voluntarismo e de um ativismo judicial;

- Dica de obra: "Teoria Pura do Direito", de Hans Kelsen;


- Hans Kelsen e Max Weber;
- Juiz Hércules - Ronald Dworking;
- Lênio Luiz Strech;
- Kelsen seria um "neokantiano";
- A dimensão culturalista da interpretação.
- Mundo do ser - Mundo em que os fenômenos jurídicos e os fatos acontecem. Trabalha com
causalidade - Dado A, é B;
- Mundo do dever-ser - Trabalha com imputação, com possibilidade de ocorrência, hipótese
futura.

- Carlos Cossio e o Egologismo;


- A teoria egológica (conhecimento do eu, da conduta);
- Existencialismo;
- Heidegger;
- Fenomenologia;
- Conceito de Carlos Cossio para "objeto";

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- Conduta humana mudando a norma jurídica e a norma jurídica mudando a conduta humana;
- Exemplo de lei que exige o uso de cinto de segurança;
- Relação norma jurídica/conduta humana;
- Empirismo;
- Mundo do "ser" e mundo do "dever ser";
- Cossio - "endonorma" e "perinorma";
- O Direito trabalha o momento da licitude e da ilicitude;
- A experiência judicial, a vivência, a postura do juiz;
- Sentença (aprender, sentir com).

- Pós-positivismo;
- Novo Constitucionalismo;
- A norma não será somente o texto escrito, mas o texto aplicado no caso concreto;
- Entender a conduta como algo real, embasado na realidade;
- Pré-compreensão, compreensão normativa;
- Interpretaçã0 - ato de conhecimento ou ato de vontade?
- Sintática;
- Semântica;
- Pragmática - A linguagem sendo posta como signo lingüístico aos que interpretam o Direito;
- Semiótica;
- Direitos Fundamentais e Divisão de Poderes;
- Cortes Constitucionais;
- Importância dos signos lingüísticos no processo interpretativo;
- Emissor e receptor no processo interpretativo da fala;
- Vários significados de uma mesma palavra (casa, manga, linha);

- Chaïm Perelman;
- Meios de Linguagem - aumento de possibilidade e de complexidade
- Grande complexidade comunicativa e informacional;
- Tudo que aparece no processo se verifica como processo comunicacional, no âmbito da
linguagem. “Você não vê o dolo”;
- Racionalizar a escrita;
- Problema das sentenças mal redigidas;
- Dogmática Hermenêutica – Teoria da Argumentação;
- Teoria da Linguagem – Lógica e Argumentação;
- Modelos Interpretativos;
- Busca da melhor interpretação;
- O Código do Processo Civil não fala nada, são os intérpretes que falam por ele;
- A interpretação não é um ato de conhecimento somente, diz Hans Kelsen;
- Debate entre ato de conhecimento X ato de vontade;
- Professor Calmon de Passos;
- A advocacia exige que, para que você seja um excelente advogado, a atualização constante,
o estudo, o aprimoramento contínuo;
- Adaptação na Interpretação para adequar-se ao Estado Democrático de Direito;
- Críticas à teoria kelseniana;
- Decisões do Supremo que citam Hans Kelsen;
- Discursos fundamentados nas decisões;
- Discussão: Interpretação através da lei (vontade do legislador) X Interpretação daquilo que
almeja expressar a lei;
- “ex trunc” e “ex nunc”.

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- Qual é a melhor interpretação? Debate objetivistas X subjetivistas;


- Proposta interpretativa de Savigny;
- Entender o texto na vontade do legislador ou na realidade da cultura na qual se está inserido?
- Jurisprudência dos Conceitos;
- Objetivistas X Subjetivistas;
- Saber a vontade do legislador é algo impossível, pois ele perece e somente o texto
permanece, dizem os objetivistas;
- A discussão não é tão simples, a discussão objetivistas X subjetivistas é deveras complexa.
- Buscar a realidade no processo de interpretação;
- A busca do equilíbrio seria a melhor alternativa;
- Escolas que optam pelas doutrinas subjetivistas e escolas que optam pelas doutrinas
objetivistas;
- “axio legis” – remissão a uma visão objetivista;
- Traduzir é transpor o texto de uma língua para outra. Seria o próprio Hermes;
- O tradutor tenta sempre convencer que a sua tradução seria a verdadeira;
- Teoria realista da tradução:
LÍNGUA A (inglês: table) – REALIDADE (objeto concreto) – COISA (objeto para colocar
cadernos) – LÍNGUA B (português: mesa);
- Teoria idealista da interpretação;
- Há um poder simbólico no processo interpretativo.

HERMENÊUTICA, DE RICHARD PALMER

- A hermenêutica é o estudo da compreensão é essencialmente a tarefa de compreender


textos. As ciências da natureza têm métodos para compreender os objetos naturais; as obras
precisam de uma hermenêutica, de uma “ciência” da compreensão adequada a obras enquanto
obras;
- Na verdade, desde que acordamos de manhã, até que adormecemos, estamos a „interpretar”.
[...] A interpretação é, portanto, talvez, o acto essencial do pensamento humano; na verdade, o
próprio facto de existir pode ser considerado como um processo constante de interpretação;
- [...] A existência humana tal como a conhecemos implica sempre a linguagem e, assim,
qualquer teoria sobre a interpretação humana tem que lidar com o fenômeno da linguagem. E
entre os mais variados meios simbólicos de expressão usados pelo homem, nenhum
ultrapassa a linguagem quer na flexibilidade e poder comunicativos, quer na importância geral
que desempenha;
- A hermenêutica, enquanto se define como estudo da compreensão das obras humanas,
transcende as formas lingüísticas de interpretação;
- A palavra “hermeios”, o verbo “hermeneuien” e o substantivo “hermeneia” remetem para o
deus-mensageiro-alado Hermes, de cujo nome as palavras aparentemente derivaram (ou vice-
versa?);
- O processo de “tornar compreensivo”, associado a Hermes enquanto ele é mediador e
portador de uma mensagem está implícito nas três vertentes básicas patentes no siginificado
de “hermeneuein” e “hermeneia” no seu antigo uso;
- As três orientações, usando a forma verbal (hermêneuein) para fins exemplificativos,
significam: 1) exprimir em voz alta, ou seja, “dizer”; 2) explicar, como quando se explica uma
situação, e 3) traduzir, como na tradução de uma língua estrangeira;
- HERMENEUEIN COMO “DIZER”
- Exprimir, afirmar ou dizer. Isso relaciona-se com a função anunciadora de Hermes. Mesmo o
simples dizer, afirmar ou proclamar é um ato importante de interpretação;

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- De igual modo, a dicção oral ou o canto são interpretações;


- As palavras orais parecem ter um poder quase mágico, mas ao tornarem-se imagens visuais
perdem muito desse poder;
- Um intérprete oral tem apenas um invócrulo do original – “contornos” de sons sem indicação
de tom, ênfase ou atitude, e no entanto tem que reproduzir sons vivos;
- O “problema da compreensão”, especialmente o da compreensão da linguagem, é intrínseco
a toda a “interpretação literária”;
- Lembremo-nos que a leitura rápida e silenciosa é um fenômeno moderno trazido pela
imprensa.
- HERMENEUEIN COMO “EXPLICAR”
- A interpretação como explicação dá ênfase ao aspecto discursivo da compreensão; aponta
para a dimensão explicativa da interpretação, mais do que para a sua dimensão expressiva;
- Podemos exprimir uma situação sem a explicar; exprimi-la é interpretá-la, mas explicá-la é
também uma forma de “interpretação”;
- Segundo Aristóteles a enunciação não pode confundir-se com a lógica, porque a lógica
provém da comparação de juízos formulados;
- A explicação tem que ser vista no contexto de uma explicação ou interpretação mais funda, a
interpretação que já ocorre no modo como nos voltamos para o objeto;
- Podemos dizer que um objeto não tem sentido fora de uma relação como alguém e que a
relação determina o significado. Falar de um objeto independentemente de um sujeito que o
perceba é um erro conceptual causado por um conceito realisticamente inadequado;
- Um problema fundamental em hermenêutica é explicar como é que um horizonte individual se
pode acomodar ao horizonte da obra. É necessário um certo conhecimento prévio, sem o qual
não haverá qualquer comunicação;
- “Objecto e método nunca podem separar-se” – Georges Gurvich.
- HERMENEUEIN COMO “TRADUZIR”
- A tradução é uma forma especial do processo básico interpretativo de tornar compreensível.
Neste caso, tornamos compreensível o que é estrangeiro, estranho ou ininteligível, utilizando
como medium a nossa própria língua;
- O ato de traduzir não é um simples ato mecânico de encontrar sinônimos;
- O tradutor é um mediador entre dois mundos diferentes;
- A tradução torna-nos conscientes do facto de que a própria língua contém uma interpretação;
- Os professores de literatura têm que se tornar peritos em “tradução”, mais do que em
“análise”; a sua tarefa é transformar o que é estranho, pouco comum e obscuro, em algo que
tenha significado, que “fale a nossa língua”;
- A metafísica (definição da realidade) e a ontologia (característica de estar no mundo) de uma
obra são fundantes para uma interpretação que torna possível uma compreensão significativa;
- Uma explicação da visão do mundo implícita na própria linguagem, e depois na utilização da
linguagem numa obra literária, é um desafio fundamental para a interpretação literária;
- O fenômeno da tradução é o próprio cerne da hermenêutica [...]. Há sempre dois mundos, o
mundo do texto e o mundo do leitor, e, por conseqüência, há sempre a necessidade de que
Hermes “traduza” de um para o outro.

- O tradutor cria interpretação;


- Âmago do Ser Constitucional (Cláusulas Pétreas);
- Interpretação Jurídica – poder de violência simbólico;
- Visão pragmática do discurso;
- “asilo inviolável” – como essa interpretação se faz?
- Língua repertório e estrutura gramatical (limitam-se reciprocamente);
- O juiz tem de entender a língua da realidade e a língua do Direito;

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- Grau de confiança no uso competente da língua da realidade e a língua do Direito;


- Grau de confiança no uso competente da língua – o discurso do profissional próprio é mais
convincente;
- Exemplo: jurista e médico;
- Processo interpretativo para convencimento do outro;
- A linguagem não é um discurso vazio;
- A linguagem é o meio pelo qual me utilizo na minha relação com o mundo;
- A linguagem também está na reputação. Existe uma reputação na linguagem;
- O amor se dá num processo cultural e linguístico; o amor não se dá na essência;
- Nossas relações se dão em linguagem, a qual nem sempre é falada, mas muitas vezes é
sentida;
- Exemplo: “bloco de carnaval” – linguagem de poder implícita nas cordas que separam o bloco
da pipoca;
- O amor se dá em relação de linguagem e o poder se dá em relação de linguagem.
- A toga, a farda da justiça, o jaleco, demonstram respeitabilidade no discurso;
- A interpretação é um reconstrução mais persuasiva. Tanto o advogado quer convencer
quanto o juiz quer ter a melhor interpretação;
- Num processo democrático a argumentação e a fundamentação de legitimidade da decisão
são ambos preponderantemente importantes;
- não podemos interpretar apenas textos jurídicos, mas também novos horizontes filosóficos
presentes numa lei;
- Feveri, Perelman, Hermenêutica Constitucional – temas para as próximas aulas;
- A melhor interpretação é aquela que utiliza-se de vários e vastos métodos interpretativos para
convencimento e embasamento democrático (sistemático, semântica, pragmática);
- “casa, asilo inviolável” – buscar o significado tendo como base o contexto do conjunto de leis
do direito e de acordo com o contexto social. Plano semântico – signo e significado; o que é
inviolabilidade dentro do sistema jurídico; e entendê-la dentro do discurso pragmático;
- Sistemática, axiológica-teleológica, histórico-dedutivo.

- Conceito de Hermenêutica Constitucional;


- Exemplos de utilização na realidade (correspondência);
- Lacunas;
- Poder midiático;
- Função social da Hermenêutica Jurídica;
- Direito: discurso que envolve segurança e justiça;
- Tópica e Jurisprudência, de Theodor Viehweg;
- Dica de livro e filme: “O Tribunal de Nuremberg”;
- História Alemã – referência ao nazismo.

- A perspectiva da emergência de um novo paradigma científico: o pós-positivismo;


- Postura ativa do juiz, pensando modelos para aplicação na prática;
- Egologismo; Postura de Miguel Reale – Posturas pós-positivistas;
- Pensar no Direito além da norma;
- Novas posturas, novas dimensões de aplicação de princípios com o intuito de aplicação plena
se sucederam após a Constituição de 1988;
- É através de um problema, e não de um sistema fechado, que vamos racionalizar o Direito;
- A tópica pensa com o topoi, com o problema;
- Análise de casos da realidade, de problemas. É sobre o problema que gira o raciocínio
(Theodor Fever);
- A noção de “aporia” é a vista de uma questão de complexa solução;

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- Discussão em classe: Cotas em Universidades;


- A tópica unicamente pode ser utilizada num âmbito democrático;
- Razão construída através da prática;
- Citação da Resolução nº. 75, de 12 de maio de 2009, do Conselho Nacional de Justiça – CNJ.
Dispõe sobre os concursos públicos para ingresso na carreira da magistratura em todos os
ramos do Poder Judiciário Nacional. Procurar em www.cnj.jus.br;
- Acesso à justiça;
- Fundamentação das decisões;
- Incremento no poder do Estado e no seu âmbito de atuação;
- Discurso políticio-democrático;
- O uso da retórica, do português e da normatização para o emprego do Direito;
- O uso da retórica acaba quando inicia-se o uso da força;
- No país há “ilhas” nas quais não há democracia;
- A democracia é um desenho: ou um rabisco ou uma obra-prima; A democracia é um caminho,
ela não é algo pronto;
- “Topoi” e “aporia” – Conceitos;
- Livre convencimento racional;
- Não convença quem ganhou, convença quem perdeu. Fundamentar o porquê do sujeito ter
perdido;
- Marcha de manifestação e descriminalização da maconha;
- Homofobia;
- Chaïm Perelman em sua Nova Retórica.

- Chaïm Perelman – Preocupação com o justo; com a justiça;


- A Nova Retórica fundamentada no intuito do convencimento;
- Aporia;
- Toda decisão envolve segurança jurídica e justiça;
- A segurança é uma quimera no Direito;
- Lógica por via da retórica, da razoabilidade, da fundamentação do discurso;
- Lugares-comuns;
- A doutrina é importante fonte de interpretação do Direito;
- Decide e depois fundamenta ou fundamenta e depois decide?
- As construções de “argumentação hermenêutica” novas se dão na História;
- Peter Harbele – Preocupação na Hermenêutica Constitucional em abrir o processo
interpretativo para uma sociedade vasta e expansiva democraticamente. Visão pluralista e
procedimental;
- “Res publica” – coisa pública;
- TV JUSTIÇA – Dica de fazer download de audiência pública acerca das células-tronco.

- Positivismo Crítico;
- Positivismo Combativo;
- O rol de direitos fundamentais na Constituição brasileira é invejável pelos outros países, mas
são eficazes e “reais”?
- Dica de obra: “A Era dos direitos”, de Norberto Bobbio;
- Neoconstitucionalismo;
- Pós-positivismo;
- Os topoi Constitucionais entram em quaisquer interpretações. Há uma preocupação da
dogmática Constitucional com a inclusão de alternativas de discurso Constitucional;
- Operadores do Direito são formados para interpretar os diversos textos jurídicos do sistema
brasileiro;

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- Conrad Hesserl;
- Canotillo;
- Peter Harbele;
- Envolvimento a uma postura política do advogado, do juiz, do promotor, em almejar, visualizar
o texto constitucional efetivado;
- O novo constitucionalismo se preocupa com a aplicação do conteúdo constitucional;
- Significado do termo: “Voto de Minerva”;
- Força normativa da Constituição;
- O Direito não pode resolver todos os problemas sócio-político-econômicos possíveis;
- Nos argumentos podemos analisar e convencer alguma pessoa sobre uma visão acerca da
Constituição;
- Há subsistemas lingüísticos dentro do complexo que contém a sociedade: política,
econômica, direito, etc;
- Diferenciação entre princípio e regra;
- Tanto o princípio é norma quanto a regra é norma;
- Karl Popper – A classificação ajuda você a pensar;
- Por trás de uma regra há sempre um princípio;
- O discurso tem que ser da adequação de uma resposta no âmbito da estrutura do estado
democrático de Direito, mas não uma única resposta;
- Até que ponto vai a legitimidade do juiz na aplicação do Direito?

HERMENÊUTICA E ARGUMENTAÇÃO, DE MARGARIDA MARIA LACOMBE CAMARGO

- Tensão entre segurança, de um lado, e justiça, do outro;


- De um lado a escola da Exegese, com todo o seu rigor, como forma de transmitir segurança
ao Direito, e de outro o Movimento para o Direito Livre, muito menos rigoroso, cuja
preocupação era principalmente com relação à justiça;
- Kelsen pretendia que a atividade jurisdicional ficasse circunscrita a operações lógico-
dedutivas extraídas de um sistema dinâmico de normas feitas pelo Estado, capaz de gerar uma
norma individual como sentença para cada caso concreto;
- O movimento crítico, que encerra o predomínio da dogmática jurídica tradicional é
denominado “pós-positivismo”;
- É princípio basilar do Estado Democrático de Direito o conhecimento e a não-arbitrariedade
de suas decisões;
- O Direito, como produto da ética e da moral, insere-se no plano metodológico da dialética – a
qual refere-se às relações humanas compostas contraditoriamente, como é natural na vida em
sociedade – que procura resultados por meio da razão prática. E a necessidade do uso das
palavras bem como a força da linguagem nos lança ao campo da retórica, outrora bastante
desenvolvida pelos gregos;
- É mais na esfera do razoável e do adequado do que na esfera do puramente lógico que a
metódica atual deve ser examinada.
- PÓS-POSITIVISMO – Autores que buscam na moral uma ordem valorativa capaz de romper
os limites impostos pelo ordenamento jurídico positivo – Perelman, Ronald Dworkin, Habermas
e Alexy. Eles privilegiam o uso de topoi;
- PÓS-POSITIVISMO – Autores que abraçam o pragmatismo, cujas teorias fundamentam-se
antes na realidade do (s) intérprete (s) e nas condições de concretude da norma jurídica –
Friedrich Müller, Peter Häberle e Castanheira Neves. Privilegiam o aspecto problemático que a
tópica apresenta;

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- A tópica parte do problema em busca de premissas, enquanto o raciocínio do tipo sistemático


apóia-se em premissas já dadas: “A tópica mostra como se acham as premissas; a lógica
recebe-as e as elabora”;
- A tópica tem como objeto os raciocínios que derivam de premissas que parecem verdadeiras,
porque sua base encontra-se em opiniões amplamente aceitas;
- Aporia – Dificuldade de ordem racional, aparentemente sem saída;
- A aporia é-nos apresentada no livro „Tópica e Jurisprudência” como uma questão ligada à
dúvida (dubitatio), uma vez que a situação de problematicidade se apresenta como
permanente. A ausência de caminho próprio e conhecido estimula, por sua vez, a criação do
intérprete apoiando-se numa definição de dogmática apta a adequar a idéia de sistema à
tópica;
- A tópica assume uma estrutura dialógica que desponta sobre uma base retórico-
argumentativa de feição intersubjetiva;
- Não existem, pois, respostas corretas ou verdadeiras, mas argumentos que se impõem pela
força do convencimento;
- A harmonia desejada pela unidade só é possível com a atividade hermenêutica, que também
é tópica;
- Segundo Theodor Viehweg, a tarefa da interpretação é criar uma concordância aceitável entre
o problema e a ordem jurídica;
- Os fatos só podem ser qualificados como jurídicos quando interpretados à luz de um pré-
entendimento que se tem sobre o jurídico;
- Para Viehweg, o grande objeto de investigação da ciência do Direito é a essência da techne
jurídica referida à busca do justo;
- A lei aparece como resposta a uma série de questões históricas tidas como problemáticas,
tendo a justiça como aporia fundamental que procura dar unidade significativa ao sistema;
- Chaïm Perelman trouxe importante contribuição para a filosofia, mediante o estudo que
desenvolve sobre a retórica como teoria da argumentação;
- Perelman pretendia demonstrar a aptidão da razão para lidar também com valores, organizar
preferências e fundamentar, com razoabilidade, nossas decisões;
- A conduta prática – pensamento dirigido à ação correta – comporta mais de um resultado ou
mais de um significado, conforme a aceitação por uma ou outra escala de valores, e conforme
o problema apresentado em uma situação específica;
- O raciocínio more geométrico era o modelo proposto aos filósofos desejosos de construir um
sistema de pensamento que pudesse alcançar a dignidade de uma ciência;
- Perelman apresentava como fórmula de justiça o tratamento igual para aqueles considerados
iguais. A cada qual segundo determinadas características tidas como essenciais;
- Chaïm Perelman não encontrou uma lógica para a justiça que se imponha como fundamento
para o Direito. Conclui que a igualdade só pode ser criteriosamente verificada no correto
procedimento da aplicação da lei;
- Para Perelman a norma jurídica mostra-se, por excelência, como o instrumento mais
apropriado a estabelecer valores;
- O autor rompe com a postura positivista-kelseniana e vê o ordenamento jurídico firmado
sobre uma pauta valorativa;
- Como os valores são por natureza arbitrários, nenhum sistema, por mais adiantado que seja,
pode ser inteiramente lógico e eliminar toda a sua arbitrariedade;
- Relativismo Jurídico de Chaïm Perelman – não reconhece a justiça como valor absoluto,
possível de ser fundamentado unicamente na razão, mas relativo, porque fruto da vontade;
- Chaïm Perelman é levado a distinguir três elementos na justiça: o valor que a fundamenta; a
regra que a enuncia; e o ato que a realiza;

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- Para os casos em que a lei não se mostre suficiente como parâmetro de justiça, o autor
sugere o recurso à equidade, que funciona como elemento corretivo às insuficiências do
formalismo legal;
- Chaïm Perelman apresenta, quase de maneira desesperada, um outro elemento, mais
imediato e espontâneo, como forma de se fazer justiça: a caridade;
NOVA RETÓRICA – Chaïm Perelman percebeu, em primeiro lugar, que a busca da verdade a
partir de opiniões, através do método dialético, pressupõe o diálogo. Por isso, diferentemente
da filosofia contemplativa ou da pesquisa empírica, não basta ao sujeito sozinho buscar as
evidências; é necessária a presença do interlocutor, que Perelman chamará de “auditório”;
- Encontramos atualmente na Nova Retórica de Chaïm Perelman a base fundamental para a
teoria da argumentação;
- O que Perelman pretende é reabilitar a retórica renovando sua tradição à luz da questão dos
juízos de valor;
- Para a retórica é fundamental o elemento pessoal tanto do orador quanto do auditório;
- Diferentemente da lógica analítica, que é impessoal, a lógica dialética parte de opiniões
geralmente aceitas por todos, ou pela maioria, ou pelos mais notáveis, que, mediante técnicas
de convencimento e persuasão, pretende agir sobre os espíritos;
- Chaïm Perelman dá ao seu trabalho o título de Nova Retórica, porque mais abrangente e
complexo do que a retórica clássica, baseada exclusivamente na oratória voltada para um
público presente e não-especializado;
- Para Chaïm Perelman não existe uma lógica jurídica. O que ele entende por lógica jurídica é
a ciência encarregada de analisar o raciocínio propriamente jurídico, que ele sabe aproximar-se
do raciocínio dialético;
- Para Perelman, de fato, a equidade, as ficções jurídicas e até mesmo a caridade apresentam-
se, muitas vezes, necessárias à obtenção da justiça, quando a lei mostra-se inflexível;
- A aplicação do Direito e a passagem da regra abstrata para o caso concreto não é simples
processo dedutivo, mas uma adaptação constante das disposições legais aos valores em
conflito nas controvérsias judiciais;
- José Afonso da Silva, questionando a legitimidade da jurisdição constitucional, estabelece a
diferença entre “decidir” simplesmente e “julgar”. O primeiro caso corresponderia a uma tarefa
automática e formal, enquanto julgar corresponderia à emissão de um juízo, ou melhor, ao
fundamento de uma decisão;
- O Direito é a verdadeira “arte da disputa”. O juiz adere a uma ou a outra tese conforme sua
livre convicção, ou mesmo propõe uma solução alternativa que entende como mais razoável;
- A relação entre orador e auditório é o ponto nelvrágico da argumentação, e é o que
caracteriza o seu elemento interpessoal;
- O mecanismo de troca entre teses opostas até que se chegue à mais provável, como
verdadeira, proporciona o diálogo, imprescindível na democracia;
- O pensamento analítico conta com premissas verdadeiras e imediatas, enquanto o dialético
cona com premissas prováveis e de ampla aceitação. A argumentação tem, assim, como
suporte, proposições verossímeis, portanto não necessárias;
- Lugares-comuns seriam afirmações muito gerais referentes ao que se presume valer em
qualquer domínio, como, por exemplo, o acordo de superioridade dos homens diante dos
animais;
- Perelman definirá como “senso comum” a série de crenças admitidas no seio de determinada
sociedade e que seus membros presumem compartilhadas por todos os seres racionais.

INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO, TEXTO DE TÉRCIO SAMPAIO FERRAZ JR.

- SIGNIFICAR é apontar para algo ou estar em lugar de algo;

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- SIGNO é, pois, um ente que se caracteriza por sua mediatidade, aponta para algo distinto a si
mesmo;
- Os signos lingüísticos têm por base sons e fonemas;
- SIGNO NATURAL – A umidade da terra é signo de que choveu;
- SIGNO ARTIFICIAL – São chamados de símbolos. Os signos lingüísticos, com base fonética,
são símbolos;
- NOME é um símbolo que individualiza aquilo para o que aponta. Os demais são predicadores,
isto é, designam em geral;
- FALAR é dar a entender alguma coisa a alguém mediante símbolos lingüísticos. A fala,
portanto, é um fenômeno comunicativo. Exige um emissor, um receptor e a troca de
mensagens;
- INTERPRETAR, portanto, é selecionar possibilidades comunicativas da complexidade
discursiva;
- O relato (sente-se) é sempre acompanhado de um cometimento (a ordem para sentar-se que,
na escrita, se expressa pelo ponto de exclamação);
- INTERPRETAR é selecionar possibilidades comunicativas da complexidade discursiva. Para
interpretar temos de decodificar os símbolos no seu uso, e isso significa conhecer-lhes as
regras de controle da denotação e conotação (regras semânticas), de controle das
combinatórias possíveis (regras sintáticas) e de controle das funções (regras pragmáticas);
- Para Hans Kelsen – Interpretação Autêntica – É a que é realizada por órgãos competentes
(no sentido jurídico da expressão);
- Interpretação Doutrinária – É a que é realizada por entes que não têm a qualidade de órgãos.
A interpretação doutrinária é ciência até o ponto em que denuncia a equivocidade resultante da
plurivocidade;
- A tensão entre dogma e liberdade constitui o que chamamos de o desafio kelseniano. Não
obstante isso, para a tradição da ciência jurídica, essa tensão significa que não apenas
estamos obrigados a interpretar, como também que deve haver uma interpretação (e, pois, um
sentido) que prepondere e ponha um fim (prático) às múltiplas possibilidades interpretativas;
- SISTEMA – Noção de conjunto de elementos estruturados pelas regras de dedução.
Interpretar significa, nesse âmbito, inserir a norma em discussão na totalidade do sistema;
- Savigny, numa fase de seu pensamento anterior a 1814, afirmava que interpretar era mostrar
aquilo que a lei diz. Elaborou quatro técnicas: a interpretação gramatical, que procurava o
sentido vocabular da lei; a interpretação lógica, que visava a seu sentido proposicional; a
sistemática, que buscava o sentido global ou estrutural, e a histórica, que tentava atingir o
sentido genético;
- Após 1814, percebe-se na obra de Savigny que a questão toma outro rumo e que o problema
da construção de um novo saber científico do direito enquanto saber hermenêutico se esboça;
- Savigny – Seria a convicção comum do povo (Volksgeist) o elemento primordial para a
interpretação das normas;
- VONTADE DO LEGISLADOR – DOUTRINA SUBJETIVISTA – Sendo a ciência jurídica um
saber dogmático, é, basicamente, uma compreensão do pensamento do legislador;
- VONTADE DA LEI – DOUTRINA OBJETIVISTA – A norma goza de um sentido próprio,
determinado por fatores objetivos (o dogma é um arbitrário social);
- A prática do ato de traduzir procederia assim: palavra – pensamento – palavra. Entre a “coisa”
e a palavra introduz-se um intermediário que garante o critério da boa tradução: o pensamento.
Chamamos essa teoria de “idealista”;
- O procedimento correto seria a sentença na língua A – sentença na língua B – pensamento;
- A língua é um sistema de símbolos (palavras) e relações conforme regras. É um conjunto
formado por um repertório (os símbolos) e uma estrutura (as regras de relacionamento);

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- RELAÇÃO SINTAGMÁTICA – Estabelecem-se entre os símbolos – palavras “in praesentia”,


isto é, entre as palavras presentes na proposição prescritiva;
- RELAÇÃO ASSOCIATICA – Estabelecem-se “in ausentia”, isto é, conjugam símbolos que não
aparecem no enunciado;
- A uniformização do sentido tem a ver com um fator normativo de poder, o poder de violência
simbólica. Trata-se do poder capaz de impor significações como legítimas, dissimulando as
relações de força que estão no fundamento da própria força [...]. Por aqui é controle. Controlar
é neutralizar, fazer com que, embora conservadas como possíveis, certas alternativas não
contem, não sejam levadas em consideração;
- A uniformização de sentidos pela neutralização das opiniões dos outros é obtida por regras
pragmáticas de controle social e isso requer, de novo, uma forma de poder de violência
simbólica: o poder-liderança. Liderança quer dizer uma forma bem sucedida de supor
consenso;
- “Fato” não é, pois, algo concreto, sensível, mas um elemento lingüístico capaz de organizar
uma situação existencial como realidade;
- A possibilidade de usar o elemento “é fato que” depende, porém, de regras estruturais. Pode
ser usado para o passado e o presente, mas não para o futuro (“é fato que amanhã vai
chover”);
- Nino (1980:331) dá-nos, em resumo, as propriedades que caracterizam o legislador racional:
trata-se de uma figura singular; figura permanente; único – é o mesmo para todas as normas
do ordenamento; é consciente; é finalista; é omnisciente; é omnipotente; é justo; é coerente; é
omnicompreensivo; é econômico – nunca é redundante ou usa palavras supérfluas; é
operativo; é preciso.
- Dois princípios básicos da Hermenêutica Dogmática: o da inegabilidade dos pontos de partida
(deve haver um sentido básico) e o da proibição do “non liquet” (não deve haver conflito sem
decisão);
- Por meio da língua hermenêutica reconstrói-se o discurso do ordenamento, como se o
intérprete “fizesse de conta que” suas normas constituem um todo harmônico, capaz, então, de
ter um sentido na realidade;
- Ao se utilizar de seus métodos, a hermenêutica identifica o sentido da norma, dizendo como
ele deve-ser (dever-ser ideal). Ao fazê-lo, porém, não cria um sinônimo para o símbolo
normativo, mas realiza uma paráfrase, isto é, uma reformulação de um texto cujo resultado é
um substituto mais persuasivo, pois exarado em termos mais convenientes;
- É uma regra dogmática a exigência de que, ao interpretar, o hermeneuta não se cinja a um
único método, mas aplique todos. E aí, na congruência máxima, temos o critério da boa
interpretação;
- MAX WEBER – Podemos dizer que em uma relação de poder há três elementos: o agente de
dominação, o paciente e as organizações estatuídas;
- A possibilidade, conforme a situação, de usar códigos fortes e fracos a serviço do poder de
violência simbólica confere à hermenêutica uma margem de manobra que, simultaneamente,
explica as divergências interpretativas, sem, porém, ferir a noção de interpretação verdadeira,
enquanto é a que efetua o ajustamento congruente entre poder-autoridade, poder liderança e
poder-reputação na emissão da norma;
- CÓDIGO FRACO – Não exclui nenhuma conotação e admite qualquer uma como possível;
- CÓDIGO FORTE – Discrimina as extensões e atribui a palavra a uma delas, à exclusão da
outra.

- Interpretação de regras ou interpretação de princípios;


- Aporia;
- Neoconstitucionalismo;

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- Interpretação Constitucional;
- Princípio da Supremacia da Constituição;
- O intérprete deve compreender uma noção sistemática do Direito;
- Mesmo com tanta turbulência, existe um espaço de reserva ética que dever ser observado –
A Constituição;
- Analogia com Ulisses e o canto das sereias: Ulisses se amarrou ao mastro do navio para não
ser atraído pelas sereias ao fundo do mar, evitando ser afogado;
- Supremacia da razão em face dos governos;
- A Constituição não é realidade, ela é um discurso;
- Direito é discurso, Direito é linguagem, Direito é poder;
- O Poder é uma relação e não algo que se detém fisicamente;
- POLÊMICA – Existem regras na Constituição que são inconstitucionais;
- Buscar um discurso coerente na Interpretação Constitucional;
- “Postulado Interpretativo” é sinônimo de “Princípio”;
- Controle Concentrado;
- Súmula Vinculante;
- Supremo Tribunal Federal.

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