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BIANCA BRAGA CAVALCANTE

GILSON TAVARES DE LIMA


LILIAN MARINI DE SOUSA MOTA
RAYSSA RHUANA PIRES ARAUJO

ENZIMAS HEPÁTICAS

Palmas – TO
Agosto de 2009
Enzimas hepáticas

Testes de função hepática, que incluem as enzimas hepáticas, são


diversas avaliações laboratoriais bioquímicas clínicas realizadas para fornecer
informação sobre o estado do fígado de um paciente. A maioria das doenças
hepáticas causam somente leves sintomas inicialmente, então estes testes são
vitais para que estas doenças sejam detectadas precocemente. O
envolvimento do fígado em algumas doenças pode ser de importância crucial.
Estes testes são realizados através de amostra obtida do sangue do paciente.
As enzimas mais freqüentemente utilizadas na prática clínica são as
aminostransferases (AST e ALT), a fosfatase alcalina e a gama-GT . Apesar de
não serem enzimas, as bilirrubinas e suas frações são testes úteis nesse
conjunto, pois fornecem informações importantes.
Há um grande número de exames laboratoriais disponíveis
comercialmente que têm utilidade na avaliação do paciente com suspeita de
doença hepática ou na investigação da sua causa. Os exames podem ser
classificados de modo didático em:
• Testes para avaliação de lesão hepatocelular (destruição de
hepatócitos);
• Testes para avaliação do fluxo biliar e lesão de vias biliares;
• Testes para avaliação da função de síntese do fígado;
O termo "função hepática" geralmente é utilizado erroneamente na
prática clínica para descrever um conjunto de exames laboratoriais que não
investigam apenas a função do fígado, mas também a presença de lesão
hepatocelular e de vias biliares. Costuma incluir AST, ALT, fosfatase alcalina,
GGT, albumina, bilirrubinas total e frações.

Testes para avaliação de lesão hepatocelular

Aminotransferases

Aspartato aminotransferase (AST)

Também pode ser chamada de transaminase glutâmico oxaloacética


(TGO) , é uma enzima que catalisa a reação: aspartato + alfa-queroglutarato =
oxaloacetato + glutamato. É encontrada em altas concentrações no citoplasma
e nas mitocôndrias dos hepatócitos, músculos esquelético e cardíaco, rins,
pâncreas e eritrócitos; quando qualquer um desses tecidos é danificado, a AST
é liberada no sangue, como não há um método laboratorial para saber qual a
origem da AST encontrada no sangue, o diagnóstico da causa do seu aumento
deve levar em consideração a possibilidade de lesão em qualquer um dos
órgãos onde é encontrada.
• valores normais: até 31 U/L (mulheres) e 37 U/L (homens)

Alanina aminotransferase (ALT)

Também pode ser chamada de transaminase glutâmico pirúvica (TGP),


é uma enzima que catalisa a reação: aspartato + alfa-queroglutarato = piruvato
+ glutamato, encontrada em altas concentrações apenas no citoplasma do
hepatócito, o que torna o seu aumento mais específico de lesão hepática
inicial; no entanto, pode estar aumentada em conjunto com a AST em
miopatias (doenças musculares) severas
• valores normais: até 31 U/L (mulheres) e 41 U/L (homens).

Relação AST/ALT

Além das características individuais, a relação entre o aumento das


enzimas tem valor diagnóstico tanto a AST quanto a ALT costumam subir e
descer mais ou menos na mesma proporção em doenças hepáticas. Elevações
pequenas de ambas, ou apenas de ALT em pequena proporção, são
encontradas na hepatite crônica (especialmente hepatite C e esteato-hepatite
não alcoólica), como na hepatite alcoólica há maior lesão mitocondrial,
proporcionalmente, do que nas outras hepatopatias, observa-se tipicamente
elevação mais acentuada (o dobro ou mais) de AST (que é encontrada nas
mitocôndrias) do que de ALT, ambas geralmente abaixo de 300 U/L.

• elevações de ambas acima de 1.000 U/L são observadas em hepatites


agudas virais ou por drogas .

Causas de aumento de aminotransferases no sangue


Doenças hepatobiliares
Doenças do miocárdio
Doença pancreática
Doença muscular
Álcool
Ligação a imunoglobulina (rara)
Doença não-hepatobiliar com envolvimento obesidade / diabetes
hepático hemocromatose
deficiência de alfa-1-
antitripsina
infecção pelo HIV
hipertireoidismo
doença celíaca

Desidrogenase lática (DHL)

É observado em lesões hepatocelulares de modo geral, pode ser útil na


diferenciação entre hepatite aguda viral e lesão causada por isquemia ou
paracetamol; sugere-se que, em elevações de aminotransferases acima de 5
vezes o limite superior, uma relação ALT/DHL maior que 1,5 sugere hepatite
viral
• valores normais: 24-480 U/L.

Testes para avaliação do fluxo biliar e lesão de vias biliares

Fosfatase alcalina
Trata-se não de uma enzima, mas de uma família de enzimas, presente
em praticamente todos os tecidos; no fígado, é encontrado principalmente nos
microvilos dos canalículos biliares e na superfície sinusoidal dos hepatócitos. O
aumento da fosfatase alcalina hepática é mais evidente na obstrução biliar,
aonde o acúmulo de sais biliares a solubilizam e a obstrução promove a sua
regurgitação entre as células hepáticas até o sangue
Em casos de elevação da fosfatase alcalina aonde não observa-se sinais
clínicos ou laboratoriais de doença hepatobiliar, é possível a diferenciação
entre as principais isoenzimas (hepática, óssea e intestinal) para localizar a
fonte da alteração.

• valores normais variam de acordo com a idade: 1 dia de idade: até 250
U/L; 2 - 5 dias: até 231 U/L; 6 dias - 6 meses: até 449 U/L; 7 meses - 1
ano: até 462 U/L; 2 - 3 anos: até 281 U/L; 4 - 6 anos: até 269 U/L; 7 - 12
anos: até 300 U/L; 13 - 17 anos: até 187 U/L (mulheres) e 390 U/L
(homens); adultos: 35 a 104 U/L (mulheres) e 40 a 129 U/L (homens)

Causas de aumento "isolado" de fosfatase alcalina


Metástases hepáticas ou doença infiltrativa
Aumento da isoenzima Cirrose biliar primária
hepática Colelitíase
Aumento discreto com a idade
Fisiológica (infância, puberdade, pós-menopausa)
Aumento da isoenzima
Doença osteoblástica (Paget, osteomalacia,
óssea
metástases)
Doença hepática (cirrose)
Diabetes mellitus
Insuficiência renal crônica
Aumento da isoenzima
Doença intestinal ( linfoma, doença cadeia a )
intestinal
Fisiológica ( discreta ) – aumento com ingesta de
gorduras
Secretores de sangue grupo O e B
Gestação normal
Isoenzima placentária Doença maligna (discreto)
Cirrose infantil indiana
Ligada a imunoglobulinas (doença autoimune,
doença inflamatória intestinal)
Formas variantes ou não Derivada de tumores ( ovariano, testicular,
usuais hepatocarcinoma )
Fígado-símile mais osso (hiperfosfatasemia
benigna transitória - aumento severo)
Geneticamente determinado Qualquer das isoenzimas

Gama glutamiltransferase (GGT)

É uma enzima encontrada em grande quantidade no fígado, rins,


pâncreas, intestino e próstata, mas também está presente em vários outros
tecidos. Apesar de elevações muito grandes estarem associadas
principalmente a câncer primário ou secundário do fígado e a obstrução biliar,
alterações menores são poucos específicas de doenças do fígado; por outro
lado, é um marcador muito sensível de doença hepática, pois está alterado em
90% dos portadores de doença hepatobiliar. Observa-se que cerca de 15% das
pessoas tem a GGT acima dos valores considerados normais sem a presença
de qualquer doença, mesmo com valores acima de 100 U/L. Elevações da
GGT também podem estar associadas, sem nenhum significado patológico, ao
uso de álcool e algumas medicações.

• valores normais: 8 a 41 U/L (mulheres) e 12 a 73 U/L (homens)

Causas de aumento plasmático de gama glutamiltransferase


Doença hepatobiliar
Doença pancreática
Álcool
Drogas ( especialmente indutores enzimáticos, como barbitúricos)
Doenças não hepatobiliares com Anorexia nervosa
envolvimento hepático (aumento leve) Distrofia miotônica
Síndrome de Guillain-Barré
Hipertireoidismo
Síndrome metabólica
Após infarto do miocárdio
Porfiria cutânea tarda
Doença neurológica (aumento leve)
Doença maligna / radioterapia

5' nucleotidase (5'NTD)

O 5' nucleotidase é outro teste específico para diagnóstico de colestase


ou lesão ao sistema biliar intra ou extrahepático, e em alguns laboratórios, é
usada como um substituto para a GGT para descobrir se um nível elevado de
ALP é de origem biliar ou extra-biliar.

Bilirrubinas

A bilirrubina, principal componente dos pigmentos biliares, é o produto


final da destruição da porção "heme" da hemoglobina e outras hemoproteínas.
A primeira bilirrubina a ser produzida nesse processo é a bilirrubina indireta
(também chamada de bilirrubina não conjugada). Essa bilirrubina sofre o
processo de conjugação e passa a ser bilirrubina direta (ou conjugada);

O metabolismo da Bilirrunina segue as seguintes etapas: (1) destruição do


heme e formação da bilirrubina; (2) transporte da bilirrubina pelo plasma, ligada
à albumina; (3) captação da bilirrubina do plasma pelo hepatócito; (4)
conversão no hepatócito da bilirrubina não conjugada em conjugada; (5)
transporte da bilirrubina conjugada pela membrana biliar.
Os termos "direta" e "indireta" referem-se ao método criado para
diferenciá-las por van den Bergh e Muller em 1916, mas que persistem até hoje
(gerando confusão desnecessária); O aumento da bilirrubina indireta, portanto,
é causado pelo aumento da degradação do heme ou deficiência da conjugação
no fígado;

Causas de hiperbilirrubinemia
Não-conjugada (pré-microssomal)
Produção excessiva de bilirrubina (hemólise)
Hematopoese inefetiva
Distúrbios hemolíticos
Metabolismo anormal de bilirrubina (congênito)
Imaturidade dos sistemas enzimáticos
Icterícia fisiológica do recém nascido
Icterícia da prematuridade
Defeitos herdados
Síndrome de Gilbert
Síndrome de Crigler-Najjar
Efeito de drogas
Conjugada e não conjugada (pós-microssomal)
Distúrbio hepatocelular
Doença hepatocítica primária (cirrose, hepatite, neoplasia, drogas)
Colestase intra-hepática (drogas, colestase)
Icterícia pós-operatória benigna
Hiperbilirrubinemia conjugada congênita
Síndrome de Dubin-Johnson
Síndrome de Rotor
Obstrução mecânica dos ductos biliares (icterícia obstrutiva)
Extra-hepática (cálculos, neoplasia, estenose, atresia)
Intra-hepática (colangiopatia obstrutiva infantil, colangite esclerosante, CBP)

O aumento da bilirrubina direta é causado principalmente por deficiência


na eliminação da bilirrubina pela bile; o aumento de ambas pode ser causado
por obstrução do fluxo de bile (mas com predomínio do aumento da bilirrubina
direta) ou por lesão mais intensa dos hepatócitos (onde há deficiência na
conjugação e também refluxo da bilirrubina conjugada para o sangue);

Causas de aumento da bilirrubina conforme a bilirrubina


predominantemente aumentada
Bilirrubina não-conjugada (indireta) Bilirrubina conjugada (direta)
Aumento da Doença do Doença hepatocelular (ex:
Eritropatias
produção de fígado hepatites)
bilirrubina Hemólise
Hiperesplenismo, Doença colestática (ex:
autoimune CBP)
Eritropoese ineficaz (ex: Distúrbio do S. de
talassemias) metabolismo Dubin-
Johnson
Síndrome
Destruição de hematomas
de Rotor
Colestase
Hiperbilirrubinemia neonatal
benigna
Colestase
Jejum
Redução da da gravidez
conjugação Doença do trato biliar (ex:
Síndrome de Gilbert Doenças tumor)
extra-
Doença pancreática (ex:
Síndromes de Crigler-Najjar hepáticas
carcinoma)

Assim, a dosagem das bilirrubinas é um exame que pode avaliar ao


mesmo tempo lesão hepatocelular, fluxo biliar e função de síntese do fígado.

• valores normais em adultos: total : 0,20 a 1,00 mg/dL; direta : 0,00 a


0,20 mg/dL; indireta: 0,20 a 0,80 mg/dL.
• valores normais da bilirrubina total em recém-nascido prematuro: 1 dia:
1,00 a 8,00 mg/dL; 2 dias: 6,00 a 12,00 mg/dL; 3 - 5 dias: 10,00 a 14,00
mg/dL.
• valores normais da bilirrubina total em recém-nascido a termo: 1 dia:
2,00 a 6,00 mg/dL; 2 dias: 6,00 a 10,00 mg/dL; 3 - 5 dias: 4,00 a 8,00
mg/dL.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Disponível em: http://www.hepcentro.com.br/exames.htm, acesso em 24 de


agosto de 2009.

Disponível em:
http://www.lincx.com.br/lincx/saude_a_z/conheca_exames/enzimas_hepaticas.
asp acesso em 24 de agosto de 2009.

Disponível em: http://www.doencasdofigado.com.br/exames_laboratoriais.html


acesso em 24 de agosto de 2009.

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