Você está na página 1de 5

Inovação – A busca constante por

melhorias
Publicado em Artigos, administração em 02/16/2009 04:43
pm por Guilherme Müller

Minha visão de inovação sempre


foi associada a mudanças revolucionárias, até
que participei de um workshop de dois dias
sobre Inovação, criado pela Universidade
Brighton e trazido para o Brasil pelo BNDES.

A proposta tem uma visão diferente. Se você fazia


alguma coisa de uma forma e passa a fazer
diferente, do seu ponto de vista, isso é inovador.
Incorporar ideias que já existem por aí, mas ainda
não utilizadas, são consideradas inovações.

Para exemplificar a construção de inovação e


tentar dar ordem ao caos envolvido em qualquer
processo criativo, o workshop apresentou alguns
casos interessantes e propõe etapas para
inovar. Um dos exemplos apresentados foi um
grupo heterogêneo (composto de arquitetos,
donas de casa, engenheiros, economistas,
entre outros) que se reuniu para discutir como
criar um novo carrinho de supermercado. Esse
foi um caso prático realizado numaempresa
americana de design, a IDEO.

Antes de começar, eles escreveram algumas


regras básicas de comportamento, tais como
respeito entre eles, hierarquia (ou falta dela),
processo de decisão, lideranças, etc. Essas
regras de “governança” foram coladas na parede
e precisavam ficar a mostra (para serem
lembradas) todo o tempo. Um mediador foi eleito
e fez um cronograma com prazos para as etapas.
As etapas

• Etapa 1: Busca
• Etapa 2: Exploração
• Etapa 3: Comprometimento
• Etapa 4: Execução
• Etapa 5: Otimização

Cada uma dessas etapas teve um objetivo e


devia ficar claro o momento em que cada fase
terminava, dando início para uma próxima.

Inovação – Etapa 1: Busca


A primeira etapa do processo foi a de Busca.
Nela, todos buscaram ideias inovadoras.
Escreveram e colaram tudo numa parede,
várias ideias estranhas e algumas óbvias que
resultaram de pesquisa de campo (visitar um
supermercado, observar câmeras de vigilância e
conversar com pessoas por lá) e também da
experiência individual dos integrantes do grupo.

Inovação – Etapa 2: Exploração

A segunda etapa foi a de Exploração e


envolveu agrupar esses conceitos para poder
evoluí-los. Explorar uma combinação de ideias é
sempre melhor do que trabalhar em cima de uma
única ideia. Foi interessante notar a importância
das críticas construtivas e da postura de não
atacar as ideias apresentadas.

Resultado dessa etapa: alguns desenhos de um


carrinho com cestas móveis, lugar para guardar
sacolas, lugar para transportar uma criança, a
importância de ser feito de material
reaproveitado. Daí saiu um novo conceito
combinado, fruto do esforço coletivo. Essa
idéia foi prototipada e foi criado um carrinho de
verdade

Inovação – Etapa 3: Conhecimento

A terceira etapa foi a de Comprometimento. O


importante nessa etapa era apresentar uma
visão realista, apresentando uma ideia viável
para aprovação dos stakeholders envolvidos. No
caso do carrinho de supermercado, a intenção foi
apresentar o modelo aos clientes dessa empresa
de design. Em uma semana eles foram capazes
de levar um carrinho para dentro de um
supermercado e fazer compras com o
protótipo.

Inovação – Etapa 4: Execução

A quarta etapa foi a de Execução, a realização


do projeto em si. Foi importante formar um time
de alta performance, ágil e versátil, já que o
assunto era inovação.

Inovação – Etapa 5: Otimização

Otimização foi a quinta etapa. A busca constante


por oportunidades de melhoria. Avaliar o valor
efetivamente criado, celebrar realizações e buscar
alternativas para melhorar sempre.

Aqui no Brasil, uma visita a alguns


supermercados é suficiente para ver de perto um
“filhote” do resultado de um processo de inovação
como este: carrinhos mais leves, feitos de
garrafas PET e com cestas móveis. Como eu
disse no início do artigo, minha visão de inovação
sempre foi associada a mudanças
revolucionárias, mas na verdade a inovação,
definitivamente, é a busca constante por
oportunidades de aperfeiçoamento.

Você também pode gostar