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3 • Q53440 B Prova: FCC - 2006 - TRF - 1ª REGIÃO - Analista Judiciário - Área Judiciária - Execução de Mandados

Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Coisas;


Parte superior do formulário
c926202eb671e2

Segundo o Código Civil brasileiro, a posse direta de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente,
em virtude de direito pessoal, ou real,

a) anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

b) não anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

c) anula a indireta, de quem aquela foi havida, mas não pode o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

d) não anula a indireta, de quem aquela foi havida, mas não pode o possuidor direto defender a sua posse contra o
indireto.

e) anula a indireta, de quem aquela foi havida, bem como de terceiros ocupantes ou detentores, não havendo meio de
defesa da posse em razão de sua anulação.

15 • Q45053 A Prova: CESPE - 2009 - TRF - 2ª REGIÃO - Juiz


Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Coisas;
Parte superior do formulário
c926202eb671e2

Com referência à disciplina legal relativa à posse, assinale a opção correta.

a) Havendo colheita antecipada, o possuidor deverá devolver os frutos colhidos no caso de ter cessado a boa-fé.

b) No que tange à indenização pelos danos causados ao bem, faz diferença ser a posse de boa-fé ou de má-fé.

c) Aquele que detiver a posse injustamente não poderá se utilizar dos interditos possessórios, mesmo em face de
terceiros que não tenham posse.

d) O dono da posse deve indenizar as benfeitorias necessárias pelo seu valor atual, mesmo ao possuidor de má-fé, sob
pena de enriquecimento sem causa.

e) O possuidor de boa-fé não responde pela perda da coisa, mas responde por sua deterioração, ainda que não lhe dê
causa.

17 • Q41492 VFV Prova: FGV - 2010 - SEFAZ-RJ - Fiscal de Rendas - Prova 1


Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Coisas;
Parte superior do formulário
c926202eb671e2

Com relação aos efeitos da posse, analise as afirmativas a seguir.

I. O reivindicante, obrigado a indenizar as benfeitorias ao possuidor de má-fé, tem o direito de optar entre o seu valor atual e
o seu custo.
II. O possuidor de má-fé sempre responde pela perda ou deterioração da coisa.
III. O possuidor de má-fé responde por todos os frutos colhidos e percebidos, bem como pelos que, por sua culpa deixou de
perceber, desde o momento em que se constituiu a má-fé, mas terá direito às despesas de produção e custeio.

21 • Q37400 B Prova: CESPE - 2009 - PGE-AL - Procurador de Estado - Prova Objetiva


Disciplina: Direito Civil | Assuntos: Direito das Coisas;
Parte superior do formulário
c926202eb671e2

A respeito da posse, assinale a opção correta.


a) Diz-se de boa-fé a posse que não se reveste de clandestinidade, violência ou precariedade.

b) O locatário poderá defender a posse do imóvel locado, em caso de ameaça da posse, ou de efetiva turbação ou
esbulho, mas não poderá adquirir a propriedade pela usucapião, haja vista que a sua posse é ad interdicta.

c) A boa-fé mostra-se essencial para o uso das ações possessórias.

d) Considerando que a posse é situação de fato protegida pelo direito, não é possível a sua aquisição por intermédio de
representante.

e) Caso mais de uma pessoa se diga possuidora, será mantida provisoriamente no imóvel a que comprovar a posse de
boa-fé.

RELATÓRIO-06/10/2008

MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA (Relatora):


Cuida-se de agravo regimental, interposto por Virgínia Maria Suman, contra decisão de minha relatoria, assim ementada:
"AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. LOCAÇÃO. PROCESSO CIVIL. OFENSA AO ARTIGO
535 DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. HIPOTECA. ADJUDICAÇÃO DO BEM. PERDA DA PROPRIEDADE PELO
LOCADOR. PERDA DA POSSE INDIRETA. SUBSTITUIÇÃO DO PÓLO ATIVO DA LOCAÇÃO. OBRIGAÇÃO DA
LOCATÁRIA DE PAGAR OS ALUGUERES SE DIRIGE AO NOVO LOCADOR. AGRAVO IMPROVIDO."

Nas razões do regimental, sustenta a parte agravante que a posse anterior à perda do imóvel locado "é a mesma posse que
detém nesta data, exercida, ininterruptamente, por mediação de sua locatária, figura por si mesma garantidora do corpus,
jamais perdido, assegurador da posse indireta decorrente da própria locação" (fl. 262).
Afirma, ainda, que o fato de não ser a proprietária do imóvel é irrelevante, uma vez que o direito de propriedade não é
pressuposto do direito de locar.
É o relatório.
EMENTA

AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. LOCAÇÃO. PROCESSO


CIVIL. HIPOTECA. ADJUDICAÇÃO DO BEM. PERDA DA PROPRIEDADE PELO LOCADOR. PERDA DA POSSE
INDIRETA. SUBSTITUIÇÃO DO PÓLO ATIVO DA LOCAÇÃO. OBRIGAÇÃO DA LOCATÁRIA DE PAGAR OS
ALUGUERES SE DIRIGE AO NOVO LOCADOR.
A perda da propriedade pela transmissão coativa do bem (ocasionada pela adjudicação) extingue o direito de propriedade. Por
conseguinte, em função da privação das faculdades de usar, gozar, dispor e reivindicar da parte recorrente, exigidas pelo
contrato de locação devido à comutatividade e à onerosidade, os aluguéis devem ser pagos a quem sofre a constrição de ceder
o imóvel para locação.
Agravo regimental improvido.
VOTO
MINISTRA MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA (Relatora):
Cinge-se a controvérsia dos autos em saber se a perda do direito de propriedade do locador lhe retira a posse indireta do
imóvel e, conseqüentemente, o direito de perceber os alugueres por parte do locatário.
Do exame dos autos, verifica-se que o imóvel locado foi objeto de hipoteca, realizada pela recorrente perante a Caixa
Econômica Federal - CEF, a qual adjudicou o imóvel por meio de leilão extrajudicial, de modo que o imóvel dado em locação
foi perdido pela agravante.
A Corte de origem considerou que "a perda da propriedade ensejou para a recorrente, também, a perda da posse indireta". Por
outro lado, asseverou que "a adjudicação do bem, pelo credor hipotecário, desconstituiu a locação e, via de conseqüência, o
dever da locatária de pagar aluguéis à apelante (ora recorrente)" (fl. 128).
Como assevera Waldir de Arruda Miranda Carneiro, "a locação é uma relação jurídica de direito pessoal. Como obrigacional,
os vínculos que gera concernem aos contratantes e não à coisa locada" (CARNEIRO, Waldir de Arruda Miranda. Anotações
à Lei do Inquilinato. São Paulo: RT, 2000, p. 6).
Assim, infere-se dos autos que a agravante foi expropriada do imóvel, perdendo a propriedade pela transmissão coativa do
bem ocasionada pela adjudicação, em que o direito de proprietária foi extinto contra a sua vontade (GOMES, Orlando.
Direitos Reais. 12. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1997, p. 186).
Nesse aspecto, quanto aos efeitos que a hipoteca conferiu ao bem, assevera Maria Helena Diniz:
"Proposta a ação executiva, o imóvel é tirado das mãos do devedor, para ser vendido judicialmente e entregue ao depositário
judicial. Desde esse momento perde o devedor o direito de o alienar e de perceber seus frutos, e qualquer ato seu de alienação
ou de percepção de frutos será presumido como fraude à execução" (DINIZ, Maria Helena. Tratado Teórico e Prático dos
Contratos. Vol. 5. São Paulo: Saraiva, 1993, p. 176).
Nesse sentido, desde a proposição da ação executiva a agravante perdeu o direito de alienar e perceber os frutos do imóvel.
Ademais, além da bilateralidade, o contrato de locação se caracteriza pela comutatividade, em que as prestações na locação
devem ser sempre equivalentes, e pela onerosidade, onde o benefício que o contrato proporciona às partes está ligado ao
sacrifício que elas têm de suportar (CARNEIRO, Waldir de Arruda Miranda. Anotações à Lei do Inquilinato. São Paulo: RT,
2000, p. 6).
Portanto, em função da comutatividade e da onerosidade, os aluguéis devidos pela locatária devem ser pagos a quem sofre a
constrição de ceder o imóvel para locação. No caso dos autos, restou claro que a recorrente, ao perder a propriedade do
imóvel, conseqüentemente não detinha o corpus que lhe assegurava a posse indireta.
Logo, não possuía a contrapartida - as faculdades de usar, gozar, dispor e reivindicar - que o contrato de locação lhe exigia, de
modo que, pela perda da propriedade e da posse indireta, não deveria perceber os alugueres, sob pena de se configurar
enriquecimento sem causa.
Por essa razão, mantenho a decisão monocrática, por seus fundamentos.
Diante do exposto, nego provimento ao agravo regimental.
É como voto.

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