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A matéria orgânica do solo (MOS), a biodiversidade e a atividade biológica estão estreita e
diretamente relacionadas com as funções e as características essenciais para a manutenção da
capacidade produtiva dos solos (Martius et al., 2001). A matéria orgânica (MO) é um
excelente indicador de qualidade do solo, pois está intimamente associada à maioria das
propriedades do solo e é bastante sensível às mudanças nas práticas de manejo Fraga
( &
Salcedo, 2004).
A conversão de ecossistemas naturais, especialmente para sistemas agrícolas ou pecuários
convencionais tem resultado, na maior parte das vezes, declínio da MOS (Tiessen et al., 1998;
Leite et al., 2003b; Fraga & Salcedo, 2004; Lovato et al., 2004). Há, nestes sistemas, maior
exportação de carbono e nutrientes, o que contribui para o aumento do CO2 atmosférico, do
risco de erosão do solo e da redução da ciclagem de nutrientes (Haile-Mariam et al., 2008). Por
outro lado, sistemas de manejo, como o cultivo mínimo, plantio direto e adição de resíduos
orgânicos ao solo (ex.: adubação verde) podem ser consideradas alternativas viáveis para a
manutenção da MOS (Wolf & Snyder, 2003).
A produtividade em sistemas agrícolas de subsistência ou de baixos insumos depende do
fornecimento de nutrientes provenientes da mineralização da MOS e, neste sentido, a
quantidade e a qualidade da MO são fundamentais para a sustentabilidade da produção
agropecuária de subsistência (Galvão et al., 2005). Essa sustentabilidade dificilmente poderá
ser avaliada pelo acompanhamento, no tempo, de umúnico atributo do solo. Entretanto, o teor
de matéria orgânica é o atributo que melhor indica as mudanças na qualidade do solo, pela sua
significativa associação às propriedades biológicas, químicas e físicas do solo (Mielniczuk,
1999; Wolf & Snyder, 2003).
A MOS é a força motriz para a atividade biológica do solo, atuando como fonte primária de
energia e nutrientes para microrganismos heterótroficos do solo. A atividade biológica é
responsável pela transformação de constituintes orgânicos em inorgânicos, por meio do
processo de mineralização, que ficam disponíveis às plantas (Craswell & Lefroy, 2001). Por
outro lado, quando os microrganismos são ativados mediante aportes de carbono, os nutrientes
podem ficar retidos na biomassa microbiana por meio do processo de imobilização. Estes
processos antagônicos controlam a retenção ou liberação de N, P e S para as plantas. Do ponto
de vista químico, a MOS é freqüentemente a maior fonte de cargas negativas nos solos e sua
manutenção é muito importante para a retenção de cátions no solo (Wolf& Snyder, 2003). A
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AM é consi como todo mat ial que contém carbono orgânico no solo, incluindo
os microrganismos vivos e mortos, resíduos de plantas e animais parcialmente decompostos,
produtos de sua decomposi o e substâncias orgânicas microbiol gicas e/ou quimicamente
alteradas. Esse conceito é muito abrangente, determinando uma composi o extremamente
complexa, em função da mistura de diferentes compostos e à grande variedade de processos
naturais de degradação e síntese que ocorrem na sua formação (Berg & Laskowski, 2006 .
A M pode ser dividida em componente vivo e morto. O componente vivo, que
corresponde a apenas 4% do C total do solo, est subdividido em três compartimentos: raí es
(5-10%), macrorganismos (15-30%) e microrganismos (60-80%). Apesar das raí es
compreenderem o menor reservat rio, sua ocorrência e distribuição no solo têm grande
influência no processo de formação do solo. O componente morto, que corresponde a 96% do
C orgânico total do solo, est subdividido em matéria macrorgânica e húmus. A matéria
macrorgânica é o menor dentre os dois compartimentos, contendo de 10-30% do COT do solo.
Este compartimento consiste de resíduos de plantas em diferentes est gios de decomposição,
que pode ser retido em urna peneira de malha 250 um (Wolf & Snyder, 2003). A matéria
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macrorgânica, também conhecida por fração leve, pode ser obtida por flotação em líquidos
com densidade de 1,6 - 2,0 g cm-3. O tempo de residência da matéria macrorgânica pode variar
de 5 a 20 anos e tem se mostrado mais sensível às mudanças do manejo do que MO total do
solo (Mirsky et al., 2008). A MO morta remanescente após a separação da macrorgânica ou
fração leve é conhecida como húmus e consiste de substâncias húmicas e não húmicas (Wolf
& Snyder, 2003). O húmus é decorrente da polimeri ação de compostos de cadeias longas da
matéria orgânica (Berg & Laskowski, 2006). No húmus estão presentes compostos orgânicos
com peso molecular relativamente alto, de coloração escura e gerada em reações secundárias
de síntese. Essas substâncias apresentam alta complexidade química e estrutural cuja fórmula
molecular não é bem definida. Constituem quase a totalidade da MOS e, devido à sua grande
reatividade, é a fração envolvida na maioria das reações químicas no solo (Moreira & Siqueira,
2002).
As substâncias húmicas podem ser divididas em três frações com distintas características
fisico-químicas: c./ -, solúveis em meio alcalino e ácido diluído; c/ ,
solúveis em meio alcalino e insolúveis em meio ácido diluído; e  , resíduo insolúvel em
meio alcalino e ácido. Estas frações, extraídas do solo com base nas suas características de
solubilidade, são formadas de uma mistura heterogênea e bastante complexa, de moléculas
orgânicas, polimeri adas e com massa molecular bastante variável. A caracteri ação dessas
frações normalmente inclui análises de sua composição química, número de grupamentos
acídicos funcionais, grau de polimeri ação, entre outras, as quais são utili adas para inferir
sobre os processos envolvidos na formação da MOS bem como sobre eventuais efeitos da
MOS nas características do solo (Berg & Laskowski, 2006). Os ácidos fúlvicos são mais
reativos do que as outras duas frações pela maior quantidade de grupos carboxílicos e
fenólicos que elec contém. Algumas propriedades químicas das substâncias húmicas estão na
Tabela 1.
A quantidade da matéria orgânica e a proporção das frações húmicas têm servido como
indicadores de qualidade de solo, em razão da forte interação das substâncias húmicas com o
material mineral e o manejo do solo (Fontana et al., 2006).

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0# )* Algumas propriedades das substâncias húmicas.


# quilo Dalton. 1 Da = 1/12 da massa de um átomo de C. Fonte: Berg & Laskowski, 200 .

As substâncias não húmicas ou biomoléculas fazem parte de diversos compostos orgânicos


que se encontram no solo e que pertencem a conhecidas classes bioquímicas, como os
carboidratos, os aminoácidos, as gorduras as resinas e os ácidos orgânicos debaixo peso
molecular (Wolf & Snyder, 2003). São compostos produzidos continuamente por meio do
ciclo dos organismos vivos no solo, apresentando composição e estrutura química bastante
conhecida. São exemplos de biomoléculas os ácidos orgânicos simples (ácido cítrico e ácido
oxálico), os aminoácidos (glicina e lisina), os carboidratos (monossacarídeos como glicose e
galactose, e polissacarídeos, como as hemiceluloses e a celulose), a lignina, além de outros
compostos de fósforo (fosfato inositol) e enxofre. As biomoléculas têm influência nas reações
ácido-base, na complexação de metais c na agregação das partículas do solo. Sua quantidade
no solo é variável (5 a 25%), mas, de maneira geral, persistem apenas por curtos períodos de
tempo no solo devido à facilidade com que é atacada pejos microorganismos (Moreira &
Siqueira, 2002).

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Os resíduos de origem animal e vegetal depositados sobre o solo, e que irãoresultar na
construção da MOS, são inicialmente decompostos pela mesofauna e, posteriormente, pelos
microrganismos do solo. Parte do carbono presente nos resíduos é liberada para a atmosfera
como CO2, e o restante passa a fazer parte da matéria orgânica, como componente do solo. A
decomposição do material adicionado depende principalmente do tipo de material, da idade, do
tamanho da partícula e do conteúdo de N, entretanto, fatores do solo também influenciam na

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decomposição, como a umidade, temperatura, aeração, pH e conteúdo de nutrientes (Berg &
Laskowski, 2006).
A decomposição de resíduos jovens é mais rápida, enquanto para materiais mais maduros,
torna-se mais lenta, e isso se deve a composição do material. Resíduos jovens contêm mais
açúcares, amido, aminoácidos e algumas proteínas, que são de baixo peso molecular e de fácil
decomposição, enquanto que os materiais orgânicos mais velhos, que apresentam maiores
teores de hemicelulose, polifenóis e lignina são de lenta decomposição. A relação C:N também
influência na decomposição dos resíduos mais jovens, uma vez que estes apresentam relação
C:N estreita e próxima às condições ideais para os microrganismos (1:10) (Wolf & Snyder,
2003). A relação C:N influencia marcadamente a taxa de decomposição e a mineralização de
N, uma vez que o N determina o crescimento e a recic1agem dos microrganismos que
mineralizam o C orgânico. Resíduos de plantas têm conteúdo de N de 0,1 a 5%) e relação C:N
variando de 20:1 a 500:1, enquanto tecidos animais e microbianos, com altos teores de
proteína, têm uma relação menor que 1:20. Normalmente resíduos com relação C:N menor que
20:1 têm uma taxa de decomposição mais rápida que materiais com valores acima de 20:1.
Além da relação C:N, a relação lignina/N ou polifenóis/N do material vegetal também é
importante, pois com o aumento dessas relações a taxa de decomposição do material diminui e
a disponibilidade de N em curto prazo pode diminuir (Moreira & Siqueira, 2002).
As taxas de decomposição da cobertura morta em florestas naturais são aproximadamente
iguais àquelas de incorporação; entretanto, quando essas florestas são eliminadas e os solos
passam a ser cultivados, a taxa de decomposição da matéria orgânica excede as de produção.
Este balanço deficitário torna-se mais critico em regiões tropicais de clima quente e úmido
(Theng et al., 1989). Por isso, a MO desempenha papel importante na manutenção da
fertilidade do solo e na recuperação de solos degradados.
As comparações entre solos tropicais e temperados, em relação à taxa de decomposição e
estoque de carbono, devem ser realizadas preferencialmente em áreas com vegetação natural.
Nessa condição, os fatores de formação do solo, especialmente clima, material de origem e
vegetação, são determinantes para a formação da MO, devido aos seus efeitos sobre as taxas
de adição e de perda de C no solo. A temperatura é a variável que apresenta a diferença mais
consistente entre regiões tropicais e temperadas. Em média, os trópicos são 15°C mais quentes
do que as regiões temperadas e, em adição, não apresentam invernos com temperaturas tão
baixas. As temperaturas mais altas aumentam a velocidade dos processos químicos e
bioquímicos. Nos trópicos úmidos, as temperaturas elevadas associadas a precipitações
pluviais anuais de 1.000 a 3.000 mm resultam em taxas de decomposição mais altas do que nas
regiões temperadas. Entretanto, elevadas taxas de decomposição são contrabalanceadas pelas
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maiores taxas de produção de resíduos vegetais que retornam ao solo. Nessas condições, a
constituição qualitativa e os conteúdos médios de MO dos solos tropicais e temperados são
semelhantes (Coleman et al, 1989; Bayer & Mielniczuk, 1999).
A interação de componentes minerais do solo e a MO é um fator importante para
compreender por que solos de regiões tropicais, apesar das temperaturas mais elevadas,
apresentam conteúdos semelhantes de MO, comparativamente a solos de regiões temperadas.
Nas regiões tropicais, de maneira geral, os solos apresentam grau mais avançado de
intemperismo, havendo predomínio, na fração argila, de minerais, como óxidos de ferro e
alumínio - entre outros - e argilossilicatos, como caulinita. A elevada área de superfície
específica e os grupos funcionais dispostos na superfície determinam a grande interação desses
minerais e a MOS. Como resultado, observa-se maior estabilidade da fração orgânica à
decomposição pelos microrganismos (Murage et al., 2007; Barthès et al., 2008).

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A sustentabilidade de um sistema agrícola dificilmente poderá ser avaliada pelo
acompanhamento, no tempo, de um único atributo do solo. Entretanto, o teor de MO é o
atributo que melhor indica as mudanças na qualidade do solo, pois está intimamente associada
às propriedades físicas, químicas e biológicas do solo (Galvão et al., 2005), além de sua
participação na ciclagem de nutrientes, no controle da umidade, temperatura, infiltração,
erosão e atividade biológica. A MO é um reservatório essencial de carbono, nutrientes e
energia no ciclo da vida dos ecossistemas terrestres (Wolf & Snyder, 2003).
A MO pode ser quimicamente estabilizada, por meio da formação de associações organo-
minerais com minerais de argila e/ou óxidos de Fe e Al (Wiseman & Püttmann, 2005) e
fisicamente protegida pela incorporação dentro dos agregados (Pulleman & Marinissen, 2004).
A MOS tem importante papel na estabilização dos agregados e isso aumenta os estoques de C,
por meio da diminuição das perdas de C orgânico pela erosão e por proteger a MO fisicamente
contra a decomposição. Além disso, ela tem importante influência no desenvolvimento das
raízes e na ciclagem da água e dos nutrientes (Feller et al., 2001). A agregação tem efeito
sobre a densidade, porosidade, aeração, capacidade de retenção e infiltração da água no solo.
Na formação e estabilização dos microagregados, várias formas de ligação ocorrem
concomitantemente. As macromoléculas húmicas apresentam grande quantidade de radicais
orgânicos que interagem de forma distinta com a superfície do mineral (Bayer & Mielniczuk,
1999). As raízes e hifas são os principais agentes ligantes para a formação dos
macroagregados, enquanto os compostos húmicos promovem a formação dos microagregados.
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Práticas agrícolas influenciam a quantidade e persistência dos agentes de ligação, que podem
levar a formação ou destruição dos agregados ( iao et al., 200 ).
A proteção que as argilas proporcionam à MO é explicada pela elevadaárea de superfície
específica e pelos grupos funcionais dispostos na superfície que determinam a grande
interação dos minerais de argila e a MOS, tendo como resultado maior a estabilidade da fração
orgânica, resistindo a decomposição pelos microrganismos (Barthès et al., 2008). Esta
proteção é mais acentuada em solos que não sofrem alteração por conta do cultivo, conforme
reportado por Galvão (2003) que observou maiores quantidades de COT nas amostrasda área
de mata que nas amostras das áreas de exploração agrícola, para diferentes concentrações de
argila (Figura 1).



!$ )* Relação entre os teores de argila e carbono total em amostras de solo de mata e
exploração agrícola em uma rnicrobacia do município de Areia/PB. Fonte: Galvão (2003).

A taxa de aumento do COT para cada unidade de argila foi semelhante para ambos os
sistemas, entretanto as intersecções diferiram entre os sistemas (teste-t; -60,05), e isto indica
que há maior quantidade de COT em áreas de mata do que em áreas de exploração agrícola. É
possível que isto seja devido às maiores quantidades de C recicladas no solo sob mata e à
ausência de revolvimento do solo neste sistema. O sistema de cultivo adotado no solo afeta a
estabilidade dos agregados, observado em um solo de textura areia franca em que foi avaliado
o efeito do cultivo convencional e do plantio direto na percentagem de agregado estável em
água em diferentes frações do solo ( iao et al., 200 ). Diferenças significativas entre os
sistemas foram observadas nas frações > 2 mm, entre 0,25 e 0,053 mm e 60,053 mm (Figura
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2).

!$ D. Efeito do cultivo na percentagem de agregados estáveis em água (WSA) em um solo de


 
textura areia franca. CT - cultivo convencional, PD - plantio direto. Fonte: iao et al. (200 ).

A taxa de mineralização específica de carbono do solo (CO2 mineralizado expresso por


unidade de COS), influenciada pela quantidade e qualidade dos substratos orgânicos e as
condições do ambiente (Kemmit et al., 2008) e associada à proteção física do COS, pode ser
usada como ferramenta para predizer a capacidade de seqüestro de carbono do solo(Yoo et al.,
200 ). Franzluebbers & Arshad (199 ) observaram maiores taxas de mineralização em solo
sob cultivo convencional do que sob cultivo mínimo e associaram este resultado a menor
proteção física do COS em decorrência do revolvimento do solo mais intenso sob cultivo
convencional.
As características químicas afetadas pela MOS são principalmente, a disponibilidade de
nutrientes, a capacidade de troca de cátions e a complexação de elementos tóxicos e
micronutrientes. Geralmente, 95% ou mais do N e S e entre 20 e 5% do P da camada
superficial do solo estão na MOS. Valores médios para a relação C/N/Scdo solo de superfície
são regularmente constantes em uma ampla faixa de tipos de solo e clima, mas diferenças
generalizadas têm sido observadas entre solos cultivados e virgens. A acumulação e
distribuição dos nutrientes contidos na MOS depende da quantidade e distribuição dos
resíduos orgânicos aportados, da taxa de decomposição biológica e da capacidade de proteção
física da MOS. Desta maneira, a relação média de C/N/S de solos agricultáveis é
aproximadamente 130/10/1,3 enquanto que, nos solos virgens, seja sob floresta ou pastagem, é
de aproximadamente 200/10/1 (Wolf & Snyder, 2003). Esta diferença pode ser causada pela
mineralização preferencial de C em relação ao N e S e do N em relação ao S em solos
cultivados; em geral, pela alta concentração de nutrientes dos resíduos dos solos cultivados e
pela diferença na retenção dos vários elementos no sistema solo-planta após a mineralização.
Em relação à capacidade de troca de cátions, a fração húmica da MOS apresenta em torno de
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400-800 cmolc kg-1, e isto se deve à maior concentração de radicais carboxílicos nessa fração.
A complexação de metais por ácidos orgânicos na solução do solo ajuda para a diminuição da
toxidez de elementos tóxicos e o aumento da disponibilidade de micronutrientes (Bayer &
Mielniczuk, 1999). Dessa forma, a complexação (quelação) de Zn e Cu, entre outros, por
ácidos orgânicos de baixo peso molecular aumenta a sua disponibilidade, pois o quelato toma-
se uma forma de depósito desses elementos, não permitindo que os mesmos sejam lixiviados.
A meia-vida muito curta dos quelatos, decorrente da rápida decomposição do composto
orgânico pelos microrganismos, resultando na liberação de forma contínua e gradativa dos
micronutrientes para as plantas. A produção permanente de ácidos orgânicos pela atividade
microbiana e rizosfera resulta na complexação dos micronutrientes não absorvidos (Oades et
a1., 1989).
A MO afeta diretamente as características biológicas do solo, pois atua como fonte de
carbono, energia e nutrientes para os microrganismos quimioheterotróficos e, por meio da
mineralização do N e S orgânico, como fonte de energia aos microrganismos
quimiautotróficos. Esses dois tipos de microrganismos sobressaem em quantidade e
importância no solo. Os microrganismos exercem influência tanto na transformação da MO,
quanto na estocagem do carbono e nutrientes minerais (Acosta-Martínez & Harmel, 2006).
Vários atributos microbiológicos têm sido usados como indicadores para avaliar esses
processos no solo, mas nenhum é adequado a todas as situações, devido à natureza dinâmica e
complexa dos ecossistemas (Dick, 1992). Um bom indicador necessita responder às
perturbações do solo, avaliar com precisão o funcionamento do sistema produtivo, indicar
diferenças espaciais e temporais e ser relativamente rápido e de baixo custo (Turco et al.,
1994). Entre os indicadores comumente adotados estão a respiração e a biomassa microbiana.
A biomassa microbiana do solo representa o reservatório mais ativo da MOS, atuando
diretamente no balanço de nutrientes, particularmente para o N, P e S. Por meio de sua
atividade metabólica atua na liberação dos nutrientes presentes nos resíduos orgânicos,
disponibilizando-os para as plantas e podendo desempenhar, ainda, o papel de reservatório
temporário (Roscoe et al., 2006). Os diversos sistemas de uso da terra afetam, de forma
diferenciada, a biomassa microbiana, o que pode intensificar ou retardar processos de
decomposição, mineralização e humificação no solo. Tais processos regulam a expressão de
propriedades emergentes importantes, como a formação e estabilização de agregação, formação
do sistema poroso, fluxo de nutrientes, manutenção da diversidade, simbioses e antagonismos.
O efeito da matéria orgânica sobre os microrganismos pode ser avaliado a partir da biomassa e
atividade microbiana, atributos que representam a integração de efeitos desta sobre as
condições biológicas do solo. Um maior aporte de matéria orgânica estimula o
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desenvolvimento de microrganismos no solo, incluindo os solubilizadores e fixadores que são
os principais responsáveis pela decomposição dos resíduos orgânicos, pela ciclagem de
nutrientes, pela fixação de nitrogênio e pelo fluxo de energia dentro do solo (Wolf & Snyder,
2003).
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A biologia do solo compreende vastíssimo rol de organismos que coabitam dinamicamente
e desenvolvem parcial ou integralmente seus ciclos vitais no solo. A fauna e flora são os
principais grupos ecológicos (Berg & Laskowski, 2006). No solo, as atividades principais dos
organismos são: decomposição da matéria orgânica, produção de húmus, ciclagem de
nutrientes e energia, fixação de nitrogênio atmosférico, produção de compostos complexos que
causam agregação do solo, decomposição de xenobióticos e controle biológico de pragas e
doenças.
Os microrganismos representam a maior diversidade biológica e fisiológica do solo, bem
como maior poder de decomposição (acima de 95%) e reciclagem dos nutrientes. Os dois
principais grupos de microrganismos decompositores da MO são fungos e bactérias (Tabela 2).
Eles se utilizam de aparatos enzimáticos, sendo responsáveis por diversos mecanismos de
síntese e degradação no solo, ora promovendo a mineralização de compostos orgânicos e a
liberação de nutrientes, ora imobilizando-os em sua biomassa (M ussury et al., 2002).

 $ c . Tamanho*, densidade e biomassa dos principais grupos de organismos do solo por m2.
Fonte: Moreira & Siqueira (2002).c
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c &&&&&&&&&&&&&&&&&&&&c &&&&&&&&&&'/((( &&&&&&&&&&c
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Bactérias** 50 1014

Fungos 100 1011

Algas 1 1010

.  c)*+ c,c

Protozoários 9 1010

Rotíferos 0,01 105

Nematóides 10 107

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Continuação...

.  c)+ &+c,c

Ácaros 1 105

Colêmbolas 0,6 104

Enquitreídeos 2 104
.  c)-c+c,c
Minhocas 50 102

Cupins 4,0 103

Formigas 0,5 103

Coleópteros 2,5 102

Arachnida 0,5 10

Myriapoda 1,5 10

Outros 2,5 102


*
Baseado na largura do corpo.
**
Inclui actinomicetos e cianobactérias.
***
Ordem de grandeza.

Os microrganismos imobilizam temporariamente C, N, P, Ca, K, S, Mg e micronutrientes,


que serão liberados após sua morte e decomposição, podendo tornar-se disponíveis às plantas.
A biomassa microbiana do solo (BMS) é definida como a parte viva da MOS, incluindo
bactérias, fungos, actinomicetos, protozoários, algas e microfauna. Excluindo-se raízes de
plantas e animais do solo maiores do que 5 ìm3, a biomassa microbiana contém, em média, de
2 a 5% do CO do solo e de 1 a 5% do N total do solo (Jenkinson & Ladd, 1981). Apesar de
sua grande capacidade de transformação química, os microrganismos possuem mobilidade
limitada. Sendo assim, a variabilidade espacial da atividade dos microrganismos pode ser
muito grande, apresentando-se ativos em microsítios favoráveis e inativos em outros
desfavoráveis. A BMS apresenta ciclagem rápida e responde intensamente a flutuações
sazonais de umidade e temperatura, ao cultivo e ao manejo de resíduos, sendo indicador mais
sensível das mudanças nos níveis de MO do que o teor de COT (Leite et al., 2003b).
Os ciclos dos elementos dependem fortemente da atividade dos microrganismos (fungos e
bactérias) do solo e invertebrados (ácaros e minhocas; insetos como cupins, formigas e
colêmbolas) que vivem na serapilheira (folhas e madeira mortas, húmus) e nas camadas
superiores do solo. Ambos os grupos atuam na degradação e decomposição da MO (Coleman
et al., 2004). Na floresta primária intacta, a fauna e microflora do solo são abundantes e
c
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mostram alta diversidade de espécies, com alto grau de interação entre os níveis tróficos. Na
capoeira e nos policultivos a abundância e diversidade da fauna e microflora do solo são
alteradas. Supõe-se que esta mudança tenha conseqüências para o funcionamento dos ciclos de
nutrientes (Höfer et al., 2001).
A fauna do solo pode influenciar os processos edáficos por meio de duas vias principais:
uma direta, pela modificação física da serapilheira e do ambiente do solo, e outra indireta, por
meio de interações com a comunidade microbiana (González & Seastedt, 2001). A fauna do
solo é na maioria das vezes classificada por tamanho em três principais grupos de
invertebrados: .  c.  cc .  (Tabela 2).
A .  do solo compreende os invertebrados com tamanho inferior a 0,2 mm. É
composta principalmente por protozoários e nematóides, com densidades de cerca de 107 m-2 e
1010 m-2, respectivamente, em alguns solos (Coleman et al., 2004). Os efeitos diretos da
microfauna nos ciclos geoquímicos ocorrem, principalmente, por meio do consumo e
assimilação de tecidos microbianos e pela excreção de nutrientes minerais (Beare et al., 1995).
A .  ccompreende um conjunto diverso de organismos, tais como ácaros, colêmbolas
e enquitreídeos, e cujo tamanho varia entre 0,2 a 10,0 mm. Os enquitreídeos do solo afetam
diretamente a ciclagem biogeoquímica por meio do processamento geofágico da MO e das
mudanças na distribuição e no tamanho dos poros, o que pode afetar o transporte de solutos e
disponibilidade de O2. Os efeitos diretos dos microartrópodes nos ciclos biogeoquímicos
resultam em aumento da mineralização de nutrientes durante a sua alimentação,
disponibilizando-os para a microflora e a fauna (Moreira & Siqueira, 2002). A fragmentação
de detritos vegetais promovida por esses invertebrados e a deposição das suas fezes aumenta a
superfície específica para o ataque microbiano, facilitando a lixiviação dos constituintes
solúveis em água.
A  .  do solo é representada por um grupo diverso tanto em termos morfológicos,
quanto comportamentais, que inclui minhocas, térmitas e diplópodes, entre outros, com
diâmetro corporal superior a 10 mm. Esse grupo de invertebrados possui habilidade para cavar
e criar estruturas específicas que permitem a sua movimentação e sobrevivência no solo, tais
como: buracos, galerias, ninhos e câmaras, além da deposição de coprólitos e fezes resultantes
da sua atividade alimentar. Esses organismos também têm sido chamados de "engenheiros do
ecossistema" pela sua capacidade de afetar profundamente a estrutura do solo (Coleman et al.,
2004). Seus efeitos diretos na ciclagem biogeoquímica ocorrem por meio da fragmentação e
incorporação ao solo de detritos vegetais, promovendo aumento na disponibilidade de recursos
para os microrganismos e mediando a transferência de solutos e particulados para o perfil do
solo. Eles também afetam a ciclagem biogeoquímica por meio do rearranjo físico das
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partículas do solo, mudando a distribuição e o tamanho dos poros e, como resultado, os
padrões de infiltração e emissão de gases (Beare et al., 1995).
Apesar dessa potencialidade em termos de diversidade, pouco se conhece sobre as espécies,
a estrutura e a dinâmica das comunidades da fauna de solo. Em geral o volume de 1 m3 de solo
de floresta temperada pode conter mais de 200 espécies de artrópodes e até 1.000 espécies de
animais do solo. Em uma floresta o número de artrópodes do solo e da serapilheira é
geralmente cinco vezes maior do que o encontrado nas copas das árvores. Segundo Coleman et
al. (2004), para o solo são conhecidas entre 20.000 e 30.000 espécies de ácaros além de 6.500
espécies de colêmbolas.

Ëc cc .cc/cc  c cc cc

Diversos tipos de atividade humana podem diminuir os estoques de MOS e a atividade


biológica. Entretanto, o aumento desse estoque ou mesmo sua manutenção requer um manejo
sustentável do solo que inclui o retorno de materiais orgânicos para o solo e rotações com
cultura de alto aporte de resíduos. O aumento da MOS por meio dessas estratégias é
especialmente difícil em solos bem aerados, como os arenosos, e àqueles de regiões quentes e
úmidas pela decomposição rápida dos materiais orgânicos adicionados. Por outro lado, os
estoques de MOS podem ser mantidos com menor aporte de resíduos orgânicos em solos de
textura fina de regiões frias e em regiões úmidas com aeração restrita.

Ëc!  c/cc c 


Qualquer forma de intervenção humana influencia a atividade dos organismos do solo e,
dessa forma, o equilíbrio do sistema. Práticas de manejo que alteram a vida e a dinâmica dos
organismos do solo, tais como preparo excessivo do solo ou a queima da vegetação, resultam
na degradação do seu microambiente. Isto reduz a biomassa e a diversidade da biota do solo.
Assim, em solo sem presença significativa de organismos para decomposição da MOS e
agregação de partículas, a estrutura é prejudicada e tem como consequência os processos de
erosão, sejam eólica e/ou hídrica, diminuindo a qualidade do solo.
Três fatores podem reduzir a MOS: c c  c "c c $  c c
cc"cc ccc c c 0 cc"c
1c c  c "c  c $  c ocorre, via de regra, pela substituição da
vegetação perene, pela substituição de cultivos consorciados por monocultivos de culturas e
pastagem e pela adoção de períodos de pousio. Na substituição da vegetação perene, devido
aos processos de desmatamento e queima, ocorre o desaparecimento da serapilheira, com
c
c
conseqüente redução do número e diversidade dos organismos do solo. Em estudo realizado
em Esperantina, norte piauiense, Lima et al. (2007) observaram redução da serapilheira e da
densidade e riqueza da macrofauna do solo em áreas de agricultura de corte e queima em
comparação com áreas sob floresta nativa e sistema agroflorestal (Tabela 3).

 $ cXc $ndices ecológicos relativos à macrofauna do solo (0-10 em) e da serapilheira. Fonte: Lima
et al. (2007).
2c 3c 1c 'c 1Xc 13c 1+c
2
Densidade (no ind m ) 19 394 112 237 218
Riqueza 4 9 10 17 10
$ndice de Shannon 0,58 0,33 0,71 1,06 0,79
ACQ: agricultura de corte e queima; FN: floresta nativa transicional cerrado-caatinga; SAF3,cSAF6 e SAF10:
sistema agroflorestal com 3,6 e 10 anos de adoção.

Na substituição de cultivos consorciados para sistemas de produção sob pastagem ou


monocultivo, a simplificação da vegetação e o desaparecimento da serrapilheira também
contribuem para a redução da diversidade da fauna. Embora o sistema radicular, especialmente
das pastagens, seja extenso e explore vastas áreas do solo, os exsudatos de raízes advindos de
culturas solteiras atrairão poucas espécies microbianas. Além disso, o uso contínuo de
monocultivos e pastagens, especialmente mal manejadas, podem compactar o solo, o que, em
última análise, afeta a circulação do ar. Condições anaeróbicas no solo estimulam o
crescimento dos diferentes microrganismos resultando em maior quantidade de organismos
patogênicos (Bot & Benites, 2005).
Por fim, a MOS pode diminuir durante o pousio, - adotado após a produção de culturas para
possibilitar a regeneração do solo - caso as fontes de energia para a biota do solo sejam
escassas e restritas às sementes de plantas espontâneas. Ao invés de recuperar a cadeia
alimentar do solo, a MOS é degradada e a falta de cobertura pode resultar em erosão severa e
escoamento superficial (Leite et al., 2003b).
A c c"c c c pode ocorrer pela queima da vegetação natural e
dos resíduos culturais. A queima destrói a serapilheira e diminui, portanto, a quantidade de
MO aportada ao solo. Os organismos que habitam a superfície do solo e a própria serapilheira
também são eliminados. Por isso, para futura decomposição ocorrer, nova fonte de energia tem
que ser criada para reconstrução da comunidade microbiana antes que os nutrientes das plantas
possam ser liberados. Além da queima, o sobrepastoreio e a remoção dos resíduos culturais
diminuem o suprimento de MOS.
Em um ambiente com diversas espécies vegetais, a presença excessiva de animais destrói as
c
c
espécies mais úteis e palatáveis em um ambiente com diversas espécies e reduz a densidade de
cobertura vegetal, aumentando a erosão e reduzindo a fertilidade e a capacidade de suporte da
terra. A remoção dos resíduos, muito adotada para fins de alimentação animal, impede que os
nutrientes sejam reciclados eliminando a contribuição para o aumento da fertilidade do solo.
c c  c  0 c c "c especialmente pelo preparo do solo é um dos
principais fatores de diminuição dos estoques de MOS. Cada vez que o solo é preparado é
também aerado. Como a decomposição da MOS e a liberação de C são processos aeróbicos, o
oxigênio acelera a ação dos microrganismos do solo, ao quais se alimentam de MO. Isso
significa que quando triturados, os resíduos são incorporados no solo junto e ficam em contato
próximo com os microrganismos, os quais aceleram o ciclo do C pela oxidação. A
decomposição é mais rápida, resultando na formação de uma fração menos estável e uma
maior liberação de CO2 para a atmosfera e, por isso, em uma redução na MO. Por outro lado,
os resíduos sobre a superfície do solo desace1eram o ciclo do C, já que estão expostos a um
pequeno grupo de microrganismos o que resulta em decomposição mais lenta, produzindo uma
fração mais estável e liberando menos CO2 para a atmosfera.
Em termos de perda de MO em curto prazo, segundo Glanz (1995) quanto mais o solo é
preparado mais a matéria orgânica é decomposta (Tabela 4). Há também perdas de MO de
longa duração, atribuídas ao cultivo anual e com baixo aporte de resíduos.

 $ c c Fluxo de decomposição da matéria orgânica induzida pelo preparo do solo. Fonte: Glanz
(1995).
"cc!" c  c c" cc4c c)5c & ,c
Arado de disco + Grade de disco 4.300
Arado de disco 2.230
Grade de disco 1840
Escarificador 1.720
Plantio Direto 860

Diversos sistemas de manejo, especialmente com uso de arados e grades, combinam


preparo intensivo do solo e uso de culturas com baixo aporte de resíduos, o que tem provocado
diminuição nos estoques de COT, conforme reportado por Leite et al. (2003a) em um
Latossolo Vermelho-Amarelo em Viçosa-MG (Tabela 5).
O preparo convencional do solo não apenas afeta a produção e manutenção da MOS como
também aumenta o risco de erosão pela água ou vento. Isto pode ser causado pela diminuição
de resíduos sobre a superfície do solo, diminuindo a proteção contra o impacto das gotas de
chuva, pela redução na quantidade de fontes de energia para certos organismos do solo como
c
c
os térmitas, o que diminui significativamente suas populações e impede que estes contribuam
para a melhoria da porosidade e aeração do solo, e pela destruição de agregado do solo e
canais que conectam a superfície ao subsolo, incrementando assim o processo erosivo (Bot e
Benites, 2005).

 $ cËcEstoques totais de carbono orgânico (COT) e nitrogênio (N) relação C/Ncde um Latossolo
Vermelho-Amarelo nas camadas de 0-10 e 10-20 em sob diferentes sistemas de preparo. Fonte: Leite et
al. (2003a).
 cc c
cc 'cc
c .cc 6'cc
-----------------Mg/ha-l-------------
------- +&+ccc c
PD 22,0a 1,74a 12,5
AD 16,7b 1,29bc 12,9
ADGP 15,5b 1,23c 12,5
GP 17,2b 1,36b 12,6
FA 35,0 2,59 13,5
+& +c c
PD 16,7a cc1,38a 12,1
AD 14,5ab 1,20b 12,0
ADGP 15,6ab 1,25ab 12,4
GP 13,9b 1,28ab 10,9
FA 27,2 2,19 12,4
Médias seguidas pela mesma letra na coluna não diferem pelo Teste de Tukey (P=0,05). PD:
; AD: arado de disco; ADGP: arado de disco + grade pesada; GP: grade pesada; FA: Floresta
Atlântica.

c
Ë c!  c/c  c c cc
O crescente aumento dos impactos ambientais e econômicos da produção agrícola sob
cultivo convencional tem aumentado o interesse em sistemas alternativos de cultivo que
possam melhorar ou manter os processos biológicos e minimizar a entrada de fertilizantes
minerais, pesticidas e a redução da mecanização. Toda atividade que objetive aumentar a MOS
contribui para a criação de novo equilíbrio no agroecossistema. Os principais fatores que
proporcionam aumento na MOS são: c  c "c c $  c c c
"cc ccc c 0 cc"c
 c c c"cc$  ccria um reservatório ativo da MO que servirá como
fonte de energia e nutrientes para os organismos do solo. Estes melhoram a estrutura e
porosidade do solo e aumentam o fornecimento de nutrientes para as plantas. Algumas práticas
podem aumentar a produção de biomassa, como a realização de uma fertilização balanceada, o
uso de culturas de cobertura, o aumento da biodiversidade da flora, a adoção de sistemas
c
c
agroflorestais, além do reflorestamento e regeneração da vegetação natural.
Em locais onde o fornecimento de nutrientes no solo é adequado, as culturas se
desenvolvem bem e produzem maior quantidade de biomassa. Os fertilizantes são necessários
nos casos em que os nutrientes no solo estão deficientes e não podem, dessa forma, contribuir
para o desenvolvimento adequado das culturas (FAO, 2000). Nos solos brasileiros,
especialmente Latossolos, há deficiência, por exemplo, de P, importante não apenas para o
crescimento das plantas, mas também para a fixação de N. Uma fertilização desbalanceada,
principalmente com N, pode resultar em maior competição com ervas daninhas, maior
incidência de pragas e perda de qualidade dos produtos. Portanto, os . 4 c devem ser
aplicados em /  c .c c c ""7c $   c A eficiência do
fertilizante será alta quando o teor de MOS também for alto. Em solos pobres ou esgotados, as
culturas utilizam os nutrientes advindos da aplicação de fertilizantes de maneira ineficiente.
Quando os níveis de MOS são recuperados, os fertilizantes podem auxiliar na manutenção dos
estoques de nutrientes no solo por meio do aumento da produção de culturas e,
consequentemente, da quantidade de resíduos que retornam ao solo.
O uso de   cc$ cé uma das práticas mais recomendadas para aumentar os
estoques de MOS e, portanto, melhorar a qualidade do solo (Hutchinson et al., 2007). Os
principais benefícios do uso de culturas de cobertura são:

a) prevenção da erosão pela cobertura do solo e menor impacto da gota da chuva;


b) adição de resíduo para o solo, aumentando os níveis de MOS e de nutrientes;
c) fixação do N, no caso de leguminosas;
d) habitat para insetos benéficos e outros organismos;
e) regulação da temperatura do solo, e por isso, proteção dos organismos do solo.
Diversas culturas podem ser utilizadas para cobertura do solo, como gramíneas,
leguminosas ou oleaginosas. Todas têm potencial de melhorar a qualidade do solo. Entretanto,
algumas culturas realçam esses beneficias quando, por exemplo, são cultivadas em sistema de
rotação. Neste sistema, é importante começar, no primeiro ano, com culturas que cubram a
superfície do solo com maior quantidade de resíduos e que se decomponham lentamente (pela
alta relação C:N). Gramíneas e cereais são mais adequados para este estágio. Nos anos
seguintes, quando o solo está em melhores condições, as leguminosas podem ser usadas. As
leguminosas enriquecem o solo com N e seus resíduos se decompõem rapidamente devido a
sua baixa relação C:N (Wolf & Snyder, 2003). Além disso, a seleção dessas culturas de
cobertura deve também depender da presença de altos níveis de lignina e polifenóis. Estes
componentes conferem aos resíduos maiores resistências à decomposição, resultando,
c
c
portanto, em uma proteção do solo de longa duração, além de produção de húmus mais estável
(Bahri et al., 2006).
O  c 1.  )1,c compreende o cultivo sincronizado de culturas anuais,
pastagem e plantas arbóreas em uma mesma área. Há dois diferentes meios de formação de um
SAF. O primeiro adota cultivos agrícolas ou pastagem, até que as plantas arbóreas estejam
completamente estabelecidas. O outro é realizado por meio da integração de árvores e arbustos
em um sistema de produção agrícola ou pecuário, beneficiando as culturas e protegendo os
recursos da terra. Em ambos os casos, a presença de árvores perenes e arbustos, além de
proporcionar adição de MO, recicla nutrientes para camadas mais profundas do solo por meio
do sistema radicular. Por meio da serapilheira, estes nutrientes podem ser usados novamente
pelas culturas anuais. Além disso, provavelmente a mais importante contribuição das plantas
perenes está no fato de que todo ano suas raízes excretam exsudatos e se decompõem o que,
em última análise, é usado como fonte de energia pelos microrganismos do solo (Alves et al.,
2005).
No cerrado da região norte do Piauí, Lima (2007), conduziu um trabalho em áreas com SAF
e agricultura de corte e queima e seus efeitos sobre indicadores químicos do solo. O autor
observou que, no período seco, as menores concentrações de Al3+ observadas em solos sob o
sistema agroflorestal com 10 anos (SAF10) e o sistema com base ecológica com 3 anos de
adoção (SE3) podem ser relacionadas ao aumento da quantidade de resíduos orgânicos no solo
e a reação de complexação do Al3+ com compostos orgânicos, depositados em maiores
quantidades no solo desses sistemas (Tabela 6). Os teores de P sob o solo do SAF10 no
período seco foram seis e sete vezes maiores do que no solo sob agricultura de corte e queima
(ACQ) e floresta nativa de cerrado (FN), respectivamente, o que demonstra a eficiência do
manejo com SAF, considerando-se a baixa concentração desse elemento nos solos da região.
No período chuvoso, os teores desse nutriente no SAF10 foram similares apenas em relação à
FN, entretanto verificou-se aumento na concentração de P nos solos de todos os sistemas em
relação ao período seco.
Embora o fósforo seja um nutriente essencial para o crescimento das plantas, movimenta-se
muito pouco na maioria dos solos e a ausência de revolvimento e a manutenção dos resíduos
culturais na superfície do solo contribuem para a manutenção dos teores do elemento,
principalmente na superfície (Falleiro et al., 2003).

c
c
 $ c 3 Características químicas de um Argissolo Vermelho-Amarelo (0-10 cm), sob sistema
ecológico com três anos (SE3), sistemas agroflorestais com seis anos (SAF6) e dez anos de adoção
(SAF10), agricultura de corte e queima (ACQ) e floresta nativa (FN). Fonte: Lima (2007).
!
2#cc
1c !c  c c 9c c c :c
 c "8cc  c c
8 c &X &X
&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&& c&X&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&&c ;c
 c  c
SE 3 6,19 a 0,04 b 2,03 c 3,39 b 0,74 c 0,28 c 4,41 b 4,44 b 99,16 a
SAF6 5,45 bc 0,14 b 5,89 b 3,14 b 2,21 a 0,50 ab 5,85 b 6,03 ab 99,90 a
SAF10 6,44 a 0,02 b 12,27 a 8,78 a 1,85 ab 0,53 a 11,16 a 9,02 a 99,86 a
ACQ 5,98 ab 0,14 b 2,07 c 3,49 b 0,56 c 0,16 c 4,20 bc 4,34 b 96,88 a
FN 5,12 c 1,52 a 1,76 c 0,94 c 1,14 c 0,30 bc 2,38 c 3,89 b 60,46 b
!
2#c8<:c
SE 3 5,8 a 0,16 b 5,10 bc 0,59 b 0,59 b 0,13 c 3,79 c 3,95 c 95,11 a
SAF6 5,6 a 0,16 b 13,98 ab 1,81 a 1,81 a 0,38 a 9,55 b 9,71 b 98,38 a
SAF10 6,0 a 0,16 b 16,85 a 1,68 a 1,68 a 0,29 ab 17,45 a 17,61 a 99,08 a
ACQ 5,7 a 0,16 b 8,79 abc 0,36 b 0,36 b 0,13 c 3,64 c 3,82 c 94,93 a
FN 4,6 b 1,64 a 2,46 c 0,95 b 0,95 b 0,21 bc 2,36 c 4,00 c 57,59 b
Médias seguidas de mesma letra na coluna, não diferem entre si na mesma estação segundo o teste de Tukey.

Portanto, o acúmulo desse elemento na camada superficial no SAF10, está associado à sua
baixa mobilidade no solo e a atuação conjunta do bombeamento de nutrientes pelas raízes das
árvores das camadas mais profundas do solo, para a superfície, potencializado pelo manejo do
sistema, assim como a dinamização da atuação da biota do solo para disponibilização de
nutrientes, em função do incremento periódico de matéria orgânica de qualidade diferenciada
resultante do manejo (Peneireiro, 1999).
Em relação às bases trocáveis, independentemente do período de coleta, os maiores valores
foram observados nos SAFs (Tabela 6). No período seco, observou-se que o valor de Ca no
SAF10 foi significativamente superior (p<0,05) aos demais sistemas e considerado com bom
(>4 cmolc dm-3).Para o Mg, os maiores valores obtidos pelos SAF6 (sistema agroflorestal com 6
anos de adoção), SAF10 e FN considerados como bom (> 1,0 cmolc dm-3) e o menor valor foi
verificado no ACQ (0 a 0,5 cmolc dm-3), considerado baixo. O K foi verificado em maior
quantidade nos SAF6 (0,50 cmolc dm-3) e SAF10 (0,53 cmolc dm-3 ), considerado como valor
médio (0,46 a 0,80 cmolc dm-3), enquanto que o SE3 e ACQ apresentaram baixos valores desse
nutriente (0 a 0,45 cmolc dm-3 ) (Tabela 6). O aumento dos teores de Ca, Mg e K nos SAFs,
c
c
está associado ao maior aporte desses nutrientes via serapilheira e a atividade de decomposição
realizada pela biota do solo. Por outro lado, no solo sob ACQ, os menores teores de Mg podem
estar associados ao manejo do corte e queima que resulta em menores teores desse elemento na
camada superficial do solo (Jacques, 2003). No período chuvoso, verificou-se aumento nos
teores de Ca nos SAF6 e SAF10 em relação ao observado no período seco. Enquanto os teores
de Mg e K, onde houve diminuição da concentração desses nutrientes em todos os sistemas,
exceto para o Mg na FN (Tabela 6). As perdas de K no período chuvoso podem ser
relacionadas à lixiviação desse nutriente no solo.
c cc"cc cpode ser obtido com práticas conservacionistas simples
e eficientes, tais como a proteção contra o fogo, manejo adequado dos resíduos de culturas e
manejo integrado de pragas, aplicação de esterco ou outro resíduo rico em C, compostagem e
cobertura permanente do solo. O fogo destrói quase todo material orgânico contido na
superfície, tornando o solo estéril pela perda de parte de sua matéria orgânica, reduzindo a
micro e macrofauna do solo. Além disso, também aumenta a emissão de gases de efeito estufa.
A utilização de práticas de manejo que diminuem ou evitam o uso do fogo pode aumentar o
aporte de MO e incrementar os estoques de MOS.
O manejo adequado dos resíduos de culturas adiciona MO ao solo, aumenta a infiltração e
retenção de água, seqüestra C no solo, fornece nutrientes para as plantas e microrganismos e
protege o solo contra erosão. O manejo integrado de pragas evita a redução de produtividade,
proporcionando ótima produção de biomassa, necessária para a manutenção da MOS. A
aplicação de esterco ou qualquer outro resíduo orgânico rico em C também incrementa o
conteúdo de MOS, conforme reportado por Leite et al., (2003b) em um Argissolo Vermelho-
Amarelo, em Viçosa-MG, cultivado com milho e feijão e uso de esterco bovino (Tabela 7). A
aplicação de resíduos ricos em C imobiliza o N disponível no solo temporariamente, uma vez
que os microorganismos necessitam de ambos para seu crescimento e desenvolvimento. O
esterco animal normalmente é rico em N, e, portanto, imobilização é mínima. Leite et al.
(2007a), também constataram o efeito positivo de aporte orgânico (palha de carnaúba) em um
Latossolo Vermelho-Amarelo, cultivado com melancia, em Jatobá-PI. Na camada de 0-10 em,
observou-se que os estoques de COT foram maiores (p<0,05) nos sistemas em que se utiliza o
plantio direto, especialmente quando associado à adubação orgânica em sequeiro
(PD/ORG/SEQ) (Tabela 8).

c
c
c
 $ c=cEstoques totais de carbono orgânico (COT) e nitrogênio (NT) nas profundidades de 0-10
em, 10-20 em e 0-20 em, em Argissolo Vermelho-Amarelo em função das adubações mineral e
orgânica e em Floresta Atlântica. Fonte: Leite et al., (2003b).
1$c 1$cc 1$cc
 c  c
 c +c 1c +c 1c
COT (Mg ha-1) NT (Mg ha-1)
+&+cc
1c 35,00 ± 5,29 2,59 ± 0,41
(1)
0 18,87 b 23,35 a 21,1 1,54 b 1,98 a 1,76
AM1 21,65 b 26,50 a 24,07 1,64 b 2,11 a 1,87
AM2 20,61 b 25,91 a 23,26 1,56 b 2,09 a 1,82
+& +c
1c 27, 21 ± 2,00 2,19 ± 0,16
(1)
0 18,04 b 22,72 a 20,38 1,53 b 1,86 a 1,69
AM1 18,12 b 24,81 a 21,46 1,56 b 2,02 a 1,79
AM2 19,38 b 24,14 a 23,26 1,44 b 1,95 a 1,69
+& +cc
1c 63,95 ± 5,49 4,88 ± 0,51
0 36,92 b(1) 48,06 a 42,49 3,07 b 3,84 a 3,45
AM1 39,71 b 51,30 a 45,50 3,20 b 4,13 a 3,66
AM2 39,98 b 50,05 a 45,01 3,01 b 4,04 a 3,52
Médias seguidas de mesma letra minúscula, na linha, não diferem entre si ao nível de 5% (teste F). FA: Floresta
Atlântica; O: testemunha; AM1: 250 kg ha -1 de 4-14-8 + 20 kg N ha-1 em cobertura; AM2: 500 kg ha-1 de 4-14-8
+ 40 kg N ha-1 em cobertura; AO: 40 m3 ha-1.

Isso está associado ao aporte contínuo dos resíduos vegetais, sem revolvimento excessivo
do solo e ao uso permanente da palha de carnaúba, que atua como cobertura do solo e como
fonte de carbono e nutrientes em médio e longo prazo. Similarmente, os estoques de C da
biomassa microbiana (Cmic), na camada de 0-10 cm, foram maiores (p<0,05) nos sistemas
com plantio direto, adubação química e orgânica e sob irrigação (PD/QUI/ORG/IRRI) (0,38
Mg ha-1) e PD/ORG/SEQ (0,31 0,38 Mg ha-1 ), embora, este último, não tenha diferido do
sistema com plantio direto, adubação química e sequeiro (PD/QUI/SEQ) (0,22 Mg ha-1 ). Em
ambas as profundidades (0-10 e 10-20 cm), os estoques de C da fração leve apresentaram a
mesma tendência do COT e Cmic e foram maiores (p<0,05) nos sistemas com plantio direto,
especialmente no sistema PD/ORG/SEQc (4,25 Mg ha-1 ) (Tabela 8). Maiores valores para
sistemas com adubação orgânica estão associados às maiores produtividades (dados não

c
c
mostrados), o que implica em aumento do retorno para o solo de substratos orgânicos, por
meio da parte aérea, raízes e exsudatos, em relação àqueles sistemas sem a presença da
adubação orgânica.

0#  5* Estoques de carbono orgânico total (COT), carbono da biomassa microbiana (Cmic) e
carbono da fração leve (CFL) em um Latossolo Vermelho-Amarelo sob sistemas agroecológicos e

convencionais nas profundidades de 0-10 e 10-20 cm. Fonte: Leite et al., (200 a)

Médias seguidas pela mesma letra, nas colunas, em cada variável, não diferem entre si pelo teste
de Tukey ao nível de 5% de probabilidade. (2) FN: floresta nativa; PO/ORG/SEQ: plantio direto com adubação
orgânica em sequeiro; PO/QUT/SEQ: plantio direto com adubação química em sequeiro; PO/QUl/ORG/lRR:
plantio direto com adubação química e orgânica e irrigada por gotejamento (PO/QUI/ORG/rRRI); PC/QUI/SEQ
plantio convencional com adubação química em sequeiro.

$#"!+,"6"#"#%2+,da MOS é primordial para a manutenção e aumento


da MO e pode ser obtida por meio de práticas conservacionistas que reduzam ou eliminem às
etapas de preparo do solo. O preparo excessivo rompe os agregados do solo e degrada sua
estrutura, reduzindo assim, a capacidade de retenção de água, a quantidade de MO no solo e a
população de organismos que contribuiriam para a ciclagem de nutrientes (Lal, 2004). Neste
sentido, a utilização de sistemas de preparo conservacionistas, isto é, aqueles que mantêm 30
% ou mais de resíduos cobrindo o solo, toma-se estratégia eficaz para o aumento da
quantidade de MO e conseqüente melhoria da qualidade do solo. Tais sistemas têm como
premissa a sustentabilidade do processo produtivo, mantendo ou recuperando os teores de MO,
revertendo o quadro de degradação das condições físicas, químicas e biológicas do solo e de
erosão intensa, resultantes da utilização de sistemas convencionais de preparo com arados e
grades. Em sistemas conservacionistas, como plantio direto (PD), o solo não é perturbado nas
operações de plantio e colheita, exceto para semeadura e aplicação de fertilizantes,

c
c
ocasionando assim, novo equilíbrio na distribuição de C orgânico e de nutrientes.
Em um Latossolo Amarelo do cerrado maranhense, Azevedo et al. (2007) verificaram, na
camada de 0-5 cm, maior estoque de COT em solo sob plantio direto do que naqueles sob
preparo convencional (com gradagem) e reduzido (com escarificador) (Tabela 9). Por outro
lado, com o aumento da profundidade, observaram superioridade do plantio direto apenas na
camada 5-10 cm; a 20 cm (E20) e a 30 cm (E30), o escarificador foi mais eficiente do que o
plantio convencional (PC). Estes resultados estão de acordo com aqueles observados na
maioria dos estudos, que preconizam a existência de maiores estoques de COT sob PD em
comparação com os sistemas convencionais e que esse acúmulo é restrito às camadas
superficiais (Bayer et al., 2006). Isto pode ser atribuído ao curto tempo de adoção desse
sistema e à cultura de cobertura usada (milheto), que apresenta altas taxas de decomposição,
decorrentes especialmente dos elevados índices de temperatura e umidade verificados na
região sob estudo. Além do COT, também tem sido observado aumento nos teores ou estoques
dos compartimentos de C em solo sob PD. Em estudo comparativo entre sistemas de PD com
diferentes rotações de cultura e plantio convencional (PC) realizados em amostras de solo de
um Latossolo Vermelho do Cerrado do MS, Bayer et al (2004) constataram que o PD
aumentou o teor de C na matéria orgânica particulada (MOP) e naquela associada aos minerais
(MOAM) em comparação ao PC e os maiores aumentos ocorreram nas camadas superficiais
do solo e nos teores da MOP (Figura 3).
c
 $ c 4 Teores e estoques totais de carbono (COT') e nitrogênio (N'I') e relação C/N de um
Latossolo Amarelo, nas camadas de 0-5, 5-10, 10-20, 20-40 cm, sob diferentes sistemas de preparo no
leste maranhense. Fonte: Azevedo et al., (2007).
c /c
 c
 c !.c
c 'c c 'c 6'c
& &
c c  5 c  c c
E-20 1,02 b 0,09 a 7,19 b 0,63 a 11,4 a
E-30 1,00 b 0,09 a 6,85 b 0,62 a 11,1 a
PC 0-5 0,81 c 0,07 a 5,58 c 0,48 b 11,6 a
PD 1,08 a 0,10 a 7,72 a 0,71 a 10,9 a
FN 1,06 0,09 6,89 0,58 11,8
E-20 0,98 a 0,08 a 6,66 a 0,54 a 12,3 a
E-30 0,98 a 0,08 a 6,46 a 0,52 a 12,4 a
PC 5-10 0,89 b 0,06 a 5,87 b 0,39 a 15,0 a
PD 1,02 a 0,09 a 6,83 a 0,60 a 11,4 a
FN 0,83 0,07 5,40 0,45 12,0

c
c
Continuação...

E-20 0,50 a 0,04 a 3,32 a 0,26 a 12,7 a

E-30 0,51 a 0,04 a 3,31 a 0,26 a 12,7 a


PC 10-20 0,49 a 0,04 a 3,23 a 0,26 a 12,4 a
PD 0,50 a 0,05 a 3,37 a 0,27 a 12,5 a
FN 0,37 0,03 2,40 0,19 12,6

E-20 0,42 a 0,03 a 1,36 a 0,13 a 10,5 a

E-30 0,41 a 0,03 a 1,28 0,12 a 10,6 a

PC 20-40 0,42 a 0,03 a 1,36 a 0,14 a 9,80 a

PD 0,41 a 0,03 a 1,31 a 0,13 a 10,0 a


FN 0,30 0,03 0,98 0,09 10,8
E20: Escarificação até 20 em; E30: Escarificação até 30 cm; PC: Plantio Convencional; PD: Plantio Direto; FN:
Floresta Nativa. Médias seguidas pela mesma letra, na coluna, não diferem entre si pelo teste de Tukey à 5% de
probabilidade.

Conforme Roscoe et al (2006), apesar dos benefícios do PD e dos diversos trabalhos


reportando aumento significativo nos teores de MOS quando comparado com os
convencionais, não tem sido observada, em outros estudos, nenhuma diferença significativa
entre os tipos de preparo. Isto tem sido atribuído às diferentes condições experimentais e o que
se convenciona denominar de PD. Além dos trabalhos serem avaliados em sistemas com
diferentes tempos de adoção, sua localização também influencia devido às diferenças
climáticas, com resultados mais favoráveis no sul do Brasil em que as taxas de decomposição
são menores do que nas áreas tropicais do Cerrado e Amazônia (Feller & Beare, 1997;
Roscoe et al., 2006).

c
c
!$7* Distribuição dos teores de C na matéria orgânica particulada (MOP) e na matéria orgânica
associada aos minerais (MOAM) de um Latossolo Vermelho sob preparo convencional (PC) e plantio
direto (PD). Rotação I: guandu-anão, milheto/soja, milho; rotação II: crotalária juncea, sorgo/soja,
milho e rotação lII: girassol, aveia-preta/soja, milho. Fonte: Bayer et al., (2004).

No Brasil, as estimativas da taxa de acumulação de C em PD têm sido concentradas nas


regiões sul e centro-oeste. Sá (2001) estimou taxa de acumulação de 0,8 t C ha-1 ano-1 na
camada de 0-20 em após 22 anos de plantio direto. Além desse, outros estudos nessas regiões
têm reportado acúmulos de C devido ao plantio direto em taxas que variam deOa 1,2 t C ha-1
ano-1 (Bernoux et al., 200 ). Por outro lado, no cerrado do Meio-Norte brasileiro, Leite et al.
(200 b), verificaram, por meio do simulado: computacional CQESTR, aumento da emissão de
C-C02 em sistema PI) (0,3 t C ha-1 ano-1) e convencional (0,8 t C ha-1 ano-1). Nesse caso, há
indicativo de que, apenas diminuir a oxidação do C por meio do PD, ou seja, diminuição de

c
c
revolvimento do solo, não é suficiente. Há, na realidade, a necessidade de se incorporar
culturas de cobertura com elevado aporte de resíduos, que aumentem as entradas de carbono
no solo e outras com função de inserir N no sistema (leguminosas), Além disso, é essencial
que essas culturas sejam adaptadas às condições edafoclimáticas da região. No cerrado do PI e
MA, as altas temperaturas e altas taxas de umidade relativa têm favorecido a decomposição
rápida do milheto o que tem indicado a necessidade de se testar outras culturas de cobertura
como a ƒ  c c De forma complementar, uma alternativa promissora para o
cerrado brasileiro e especificamente do Meio-Norte, é a Integração Lavoura-Pecuária, que
assegura elevado aporte de resíduo e elevada taxa de acúmulo de MOS. No entanto, ainda são
escassos os trabalhos de pesquisa com este sistema na região Centro-Sul do país e
praticamente inexistentes no Meio-Norte do Brasil.


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