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Por Do Sol
Por Do Sol
Maggie sempre foi uma menina rica, mas por causa dos seus pais, muito preservados, ela
nunca foi popular. Não saia, não tinha muitos amigos, não tinha namorado, enfim, vivia
sozinha. Em suas férias, foi para um cruzeiro de luxo, com os pais, e encontra não so Jean,
sua única amiga, e que conheceu pela internet, como também encontrou Dan, sua paixão de
férias, que terá que ser secreta.
PRÓLOGO
Ele estava lá, me esperando, no lugar de sempre. Com o sorriso de sempre. O sol já havia
ido embora. E agora ele chegara. Com seus olhos iluminados pela lua, consegui encontrar
amor e mistério, no mais profundo azul. Seu cabelo já mostrava a força e beleza que ele
tinha por dentro, preto. Seu corpo era como colírio aos meus olhos, era mais do que
músculos, e me envolvia perfeitamente.
AVISOS DA AUTORA
A autora sou eu, não peguei de nenhuma outra web. Espero que gostem, estou preparada
para reclamações, dúvidas e elogios. Se tiver erro de português, desculpem-me. Postarei
sempre que puder. Começo, e continuo com 3 ups.
Obrigada e enjoy!
INFORMAÇÕES DA HISTÓRIA
Gênero: Romance secreto
Eu estava arrumando as malas. Logo ficaria uma semana com meus pais, em
um navio. Todos pensariam que seria legal, e que aproveitariam muito. Mas eu
não, a certeza de que seria mais uma semana com os "amigos" ricos e falsos
dos meus pais me bajulando. Mas uma semana, sem ninguém pra falar, e teria
que ficar sem falar com Jean, minha mãe me proibira de ter amigos virtuais,
falava que além de perigoso era coisa de pobre. O que restava mesmo, era
levar vários dos meus livros, muitos deles de autores quase desconhecidos,
romances secretos e dramas de casais sem fins felizes. Quando terminei de
arrumar tudo, fui para meu computador, e mandei um recado para Jean, que
dizia que eu iria viajar, e nós não iríamos nos falar durante uma semana. Sem
esperar resposta, desliguei o computador. Peguei minha mala e minha
pequena bolsa da Channelque ganhara semana passada. Troquei de roupa,
uma calça jeans da Diesel e uma blusinha da vintage e um tênis da Lacoste.
Bem casual, só para a viagem. Saí do meu quarto, que era todo branco e
arrumado. Andando pelos corredores enormes da minha casa, vejo meus pais
discutindo.
- Você não sabe o que é melhor para Margareth. Eu sei - dizia minha mãe.
- Eu sei, a Rússia está bem equipada para jovens da idade dela. Ela precisa
ser mais responsável e ir morar sozinha - ótimo, como se eu já não fosse
sozinha. - Ela termina o francês e o italiano e parte.
- Não, ela precisa terminar o ensino médio e fazer a faculdade aqui mesmo.
Depois eu decido para onde ela vai.
- Rosana, você não vê que fazendo faculdade no exterior... -foi assim mesmo,
eles queriam me mandar embora, meu pai, claro, o quanto antes. Mas eu
cansei, e botei tudo para fora.
- Por que não perguntam para mim? Eu que tenho que decidir. Vocês sabem o
que eu quero? Não, não sabem. É sempre assim, véspera de viagem é pior,
porque vocês resolvem ficar mais tempo em casa, aí que começa o inferno. -
Falei isso, e queria falar muito mais quando a Dona Rosana, com irônia, me
interrompeu.
- Não fale assim, mocinha. Além de você não ter idade para decidir sozinha o
que vai fazer, não tem nada que ficar escutando nossa conversa. Somos seus
pais e estamos aqui para decidir seu futuro. Sem mais nem menos, menina.
- Mãe, vocês são meus pais quando se trata de coisas que para vocês são
importantes, mas quando eu realmente preciso de vocês, onde estão? Ah,
trabalhando.
- Você está de castigo, Margareth. Não vai sair, nem ficar no computador. E
vamos logo.
Saí sem falar mais nada. Não aguentava olhar mais para aquela mulher,
arrogante e fria, que não parecia ser mãe.
Liguei para Jean, precisava falar com alguém que ao menos me entendesse.
- Jean? É você?
- Sim, Maggie?
- Oi. Desculpe incomodar você, amiga, mas eu queria falar com alguém, acho
que você era a unica pessoa que poderia me entender.
- Pode falar, M. O que aconteceu?
- Ai, são meus pais, sabe? Não aguento mais eles. Meu pai quer me mandar
para a Rússia. Mas ele nem me perguntam o que quero.
- Calma, amiga. Vai dar tudo certo, se precisar falar comigo, sempre estarei
aqui, ok?
- Obrigada. Mas tenho que desligar. Tchau. Obrigada mesmo.
Desliguei, me lembrando agora que não havia comentado sobre a viagem.
Nem ela, acho que não leu o recado.
Fomos começar nossas "férias em família". Dormi a viagem inteira. Quando
cheguei, o navio era grande e branco, com detalhes dourados. Entrando,
percebi que era vazio, as poucas pessoas estavam na piscina.
Mas tinha uma unica que me chamou atenção. Era um homem, aparentava uns
vinte anos. Estava me olhando. Seus olhos azuis, profundos, sem fim,
procuravam os meus. E quando encontraram, cintilaram tão profundamente
que me iludiram. Deixei meus pais indo na frente e disse que depois iria, depois
de conhecer o navio, ou melhor, conhecer ele. Fui na direção dele. E percebi
que era o que ele queria. Quando estava em sua frente, não tive coragem de
quebrar o silêncio que era mais que necessário naquele momento. Quando
sentia o calor de seu corpo, e percebia a interrogação em seus olhos.
Eu não queria romper o silêncio. Queria beijá-lo. Mas não poderia. Então, falei.
- Olá.
- Oi, Daniel. Pode me chamar de Dan – Falou ao mesmo tempo que estendia a
mão. Seu toque era quente e suave, mas sentia ser nervoso.
- Margareth. Maggie. Prazer, Dan.
- O prazer é meu, linda. – Ele me chamou de linda! E eu piquei nervosa, nada
sexy, ao contrário dele.
- Ah. - Me matem, foi só o que eu disse.
Depois de um tempo, ele pegou minha mão e me guiou até uma sombra, que
não havia ninguém, e nos sentamos em um banco. Senti seu olhar me
esquentando o rosto, novamente.
- Você está aqui a passeio?
- Estou sim, e você?
- Não, meu tio trabalha aqui, é dono do restaurante perto da piscina. Eu estou
aqui temporariamente, como garçom. Pretende ficar quanto tempo, linda? –
AIMEUDEUS, de novo, não sabia o que falar, ele me fazia perder o fôlego,
mais que isso, ele arrancava de mim toda a coragem e força que tinha, mas
isso não importava, eu estava com ele, e me sentia bem com isso.
- Uma semana, eu acho.
- Mas só? Vou ficar um mês inteiro, sem ninguém para conversar, é claro,
exceto essa semana, que estará aqui. – Ou seja, “quero passar essa semana
do seu lado”. O que eu fazia? Pulava no pescoço dele ou não dizia nada? A
segunda opção parecia mais razoável. E então fiquei olhando seus olhos, me
fitando, ele era totalmente diferente do que já vi. Para ficar um mês em um
navio, não podia ser tão branco, então, perguntei:
- Está começando hoje?
- Sim, cheguei de manhã. – Claro, só podia ser. Senti seus olhos passear por
meu corpo, e fiquei vermelha de novo. Precisava parar com isso, precisava
mesmo. Minha mão, que estava ao lado do meu corpo, apoiada na banco,
estava sentindo frio, mas não queria tirá-la de lá. Ainda bem, pois ele pôs sua
mão, acidentalmente, na minha. Quando percebeu que minha mão estava lá,
quis tirar sua mão, mas eu segurei um dos seus dedos com o meu. Ele pousou
a mão levemente em cima da minha, fazendo o que meus olhos pedia a ele
com carinho. Minha outra mão, sem eu perceber, havia posto minha mecha de
cabelo atrás da orelha, e a tirei de lá, tentando parecer mais bonita. Seus
olhos, que agora estavam nos meus, estavam no mais lindo azul que já vira,
era claro, muito claro, mas era muito azul. Não entendia, também. Seu nariz
era perfeitamente lindo, e se encaixaria em meu rosto, quando nós nos
beijássemos. Não, eu não poderia pensar nisso, não poderia. Iria me segurar.
- De onde é? – E a curiosidade acabou com o clima, novamente.
- Como? – Do mesmo jeito que eu, ele já não se lembrava do assunto, estava
perdido em [i]nós[/i].
- Onde mora?
- Ah, sim. Em Nova Iorque.
- Eu moro em Beverly Hills.
- É, já era de se imaginar. – Ele falou friamente, dessa vez, reparando em mim.
- Porque?
- Nada não, tenho que ir. – Senti que não deveria ter perguntado a ele.
Porque? Eu não falei nada de errado, falei?
- Espera, fique um pouco mais.
- Não, preciso ir. A gente se esbarra por aí.
- Ta, foi bom te conhecer. – Falei quando ele já estava meio longe.
Fui para o quarto que iria ficar. Deixei minha bolsa e fui tomar um banho.
Depois do banho, me troquei, puis uma roupa leve, e fui conhecer o navio. Era
muito luxuoso, pessoas ricas e metidas por toda parte. Já estava no final da
tarde, então decidi ver o pôr-do-sol, onde vira o Dan, lá era realmente um lugar
especial. Quando cheguei lá, olhei ao redor, querendo vê-lo. Que imaginação a
minha, pensei ter visto ele vindo para cá. Fiquei na grade do navio, olhando o
mar, e o pôr-do-sol realmente me encantava, o céu e o mar estavam
começando a ficar alaranjado, quando ouço uma voz. Linda, aveludada e
calma. Era ele, era quem eu queria, o tempo todo, ouvir, ver, sentir.
- Olá, linda. Parece que gostou do meu lugar. – Meu deus, ele estava lindo,
camisa azul bic, de nenhuma marca conhecida, calça branca, um pouco larga,
tênis preto. E parece que ele tem um temperamento muito variável, primeiro ele
sai sem se despedir direito, e você entende o “direito”, e depois aparece me
chamando de linda. Ah, sim, também tem o fato de que ele falou que o lugar
era dele.
- Oi, er, desculpe. Não sabia que era [i]seu[/i] lugar. – falei, já me afastando.
- Não, amor, pode ficar. Não me importo em dividi-lo com você.
Então, ficamos olhando o sol se por. Era realmente lindo. Quando o sol
realmente se pôs, me afastei da grade e sentei no chão mesmo, o que fez ele
olhar para mim com total espanto. Sorte que eu estava com calça, não queria
que ele visse minha calcinha, não agora.
- Porque sentou no chão?
- Eu quis, é gostoso. – Então, rimos juntos, enquanto ele se sentava ao meu
lado.
- É mesmo.
- Me responde uma pergunta?
- Respondo, lady. – Quando ele falou “lady” eu sorri para ele.
- Er, porque saiu tão repentinamente hoje de manhã? – Perguntei, fazendo
cara de curiosa. Coisa que estava, claro, mas estava ainda mais intrigada.
- Eu não sei ao certo. Eu meio que ... – Ele parou de falar, eu sabia, não tinha o
que falar, ele não queria falar.
- Tudo bem, entendo. – Falei, depois de alguns minutos de silêncio.
- Entende?
- Entendo. – Sussurrei. Não sei por quê. Olhei nos olhos dele, que me fitevam
indignados, não sei por quê. Foi então que senti seus olhos me vasculhando, a
procura de não sei o quê. E eu me olhei, olhei meu corpo, procurando o
mesmo que ele. Então, ele quebrou o silêncio.
- Você é linda. E diferente.
- Acho que isso é bom. – Falei rindo.
- É também acho. – Rimos juntos. Depois começou a chover. Não sei
exatamente como, pois o dia estava ensolarado hoje. Mas eu e Dan tivemos
que sair correndo.
- Ai, deus do céu, tinha que chover? – Falei rindo, de novo.
- É, acho melhor você ir para o quarto e se arrumar, daqui a pouco vai aparecer
uns riquinhos para a festa. – Falou isso, mas quando chegou na parte dos
“riquinhos”, deu para ver que ele queria insinuar, todos falsos menos eu.
- Não ligo, eles que se fodam. – Sim, falei isso mesmo. Não sei o que ele
achou. Pois saí correndo e fui para embaixo da chuva. Tirando a blusa e
mostrando meu belo biquíni novo, e jogando a blusa no chão. Não sei se
pareceu meio impróprio ou sem vergonha, mas foi o que me deu vontade. Abri
os braços, e tomei a chuva. Fria, cortante, mas totalmente merecida, pois
estava lavando-me tão profundo, que me senti feliz.
- Você é maluca, sabia? – Falava ele, rindo de mim.
- Eu sei! – Gritei e ri ao mesmo tempo, enquanto olhava, sem nada ver, o céu.
Então, olhei para ele e vi admiração e alegria. O que deu nele? Mas ele
acabou com minha graça depois disso.
- Mas é sério agora, temos que ir.
- Ta bom,[i] papai[/i]. – Rindo ironicamente.
Então, ele foi para um lado e eu para o outro. Meu quarto era separado dos
meus pais. Era do lado. Então me sentia a vontade nele. Tirei minha roupa
molhada, e lembrara que tinha esquecido minha blusa no navio, no meio do
navio, ótimo. Bom, pensando que talvez o zelador pegasse, ou caísse no mar.
Não importa. Tomei banho. Troquei-me e puis um vestido [i]Dolce and
Gabbana[/i] para a festa que com certeza minha mãe me faria ir. Depois,
penteei meu cabelo, passei meu perfume, puis minha sandália [i]Christian
Louboutin[/i] e saí do meu quarto. Dando de cara com meu pai, de smoking
caro e sem minha mãe.
- Cadê a Rosana? – Nunca chamara ela de mãe perto dos outros e do meu pai.
- Está terminando de se arrumar. Vou ficar esperando ela aqui fora.
- Ah, acho que já vou. Espero vocês perto do salão.
- Certo, Margareth. – Ninguém de minha família chama o outro de “filha”,
“marido”, “pai”, ou qualquer coisa parecida.
Fui andando, olhando as pessoas, todas tinham belos vestidos, marcas que eu
conhecia na ponta da língua.
Parei no fim do corredor. Não podia. Não podia ser ela. Era. Tinha certeza.
Conhecia ela à 5 anos. Sabia tudo sobre ela. Essa seria uma roupa que ela
usaria, e ela era exatamente assim na foto que eu vi.
- Jean?! – Perguntei, exasperada.
- Maggie?! – Perguntou ela da mesma forma.
- Jean!!! – Não foi uma pergunta. Corri e abracei ela, que me envolveu com
seus braços magros e seu cabelo curto, ruivo e espetado no meu nariz.
- Ah, Maggie, não sabia que você estaria aqui! Porque não me disse?
- Eu disse, Jean. Mandei um recado hoje de manhã.
- Não li meus recados hoje, amiga. Desculpe. – Falou rindo de emoção.
- Ah, não importa, se você soubesse não seria tão legal te ver! – Percebendo
que ainda estávamos abraçadas, soltei ela e olhei nos olhos. Eram verdes,
assim como ela me falara e havia visto nas fotos, era um verde meio musgo,
muito lindo, e via como chegava ao fim rapidamente. Não eram profundos
como os do Dan. Sabia tudo que ela estava sentindo, interpretava tão bem seu
olhar. Então, segurei suas mãos fortemente. Era como se fossemos sempre
amigas, que se viam todos os dias e que compartilhavam segredos. A parte do
compartilhavam segredos era verdade.
- É verdade, M. Onde está hospedada? Aqui em cima mesmo? – Estávamos na
parte mais rica do navio. E ela não se sentia à vontade, eu percebia.
- Estou sim Jean, depois te mostro meu quarto.
- Deve ser perfeito!
- E é sim. E você, onde está?
- Ah, meu pai trabalha aqui, estou passeando, ele conseguiu um desconto
então resolveu me trazer. Meu primo também está aqui, ele é o maior gato,
o meu quarto é na área dos empregados, mas eu aproveito tudo que posso. –
Me falou rindo. Eu sabia que o pai dela trabalhava em navios, mas não sabia
que era esse.
- Nossa que máximo, J. Vamos poder ficar juntas, essa semana inteira.
- Sim, vamos. Ela estava tão animada quanto eu.
- Vai para a festa?
- Nem vou, não posso entrar. – Falou rindo.
- Ah, que pena. Vamos andar um pouco?
- Nem posso amiga, preciso ir ajudar meu pai, ele vai ter muito trabalho hoje.
- Ah, tudo bem. Me liga pra gente se encontrar ok?
- Ta bom, Maggie.
- Tchau, Jean.
E ela saiu, descendo as escadas. Então, fui para o restaurante, o qual o Dan
falou que trabalhava, de seu tio.
E avistei ele, todo bonitinho vestido de garçom.
Sentei em uma mesa perto da piscina e deixaria que ele viesse ver o que eu
queria. Para comer ou beber, claro. Então, ele logo veio.
- Olá, senhorita. Bebe algo? – Ele falou em tom totalmente casual, não era o
que eu esperava.
- Er, sim, uma água, por favor.
Ele foi rápido, quando voltou com a água, olhou para os lados, e se sentou.
- Não sabia que gostava de vim tanto aqui em baixo, pensei que só ficava lá
em cima. – Falou, ressaltando, em seus olhos, que lá em cima era o lugar dos
ricos.
- As pessoas lá em cima são meio falsas, é bom vim aqui relaxar de tanta
frescura. – Falei, rindo no final.
- Ah sim, entendo.
Ficamos nos olhando durante alguns segundos, percebi que seu cabelo era de
um preto com brilho prateado, totalmente lindo, era curto, mas não tanto, dava
para fazer um pequeno topete, mas ele, deixava solto, o que, com certeza,
valorizava-o mais. Seus olhos, eram emoldurados com cílios pequenos mas
grossos, que davam ao seu olhar sedução e profundidade. Então, reparei que
ele sabia que eu estava apreciando-o, o que me fez abaixar o rosto, e beber
um pouco da água do meu copo, que não havia tocado, ate agora.
- Você está linda com esse vestido. – Ele falou, casualmente, mas eu reparava
seus olhos em meus seios, de vez em quando, não tão grandes, nem tão
pequenos, que deixava-os bem sedutores com meu vestido de decote V.
- Ah, obrigada. – Falei, ficando corada.
- Você é bem tímida né? Não devia ser, já que é rica.
- Sou, acho que não deveria ter nascido rica, não sirvo pra isso. – Falei rindo
de mim mesma.
- Serve sim, Maggie. Você é muito linda, mesmo. –Ele nunca tinha me
chamado de maggie, mas gostei da sensação.
- Bom, obrigada, de novo.
- Vem trabalhar, Daniel! – Reclamou seu tio.
- Já vou!
- Vai lá, tenho que ir também. – Não que eu queria ir para a festa. Já
levantando, ele pegou meu pulso de leve e me segurou.
- Você não quer ir né?
- De jeito nenhum. – Rindo.
- Fica comigo, vou pedir para sair mais cedo, você espera aqui e eu peço, pode
ser?
- Não posso, tenho que ir, meus pais me matam. – Eu queria, queria mesmo,
ficar. Não podia, só se quisesse enfrentar o Fernando e a Rosana, não mesmo.
- Fica, um pouco.
- Faz assim, vou lá, olho o povo chato, e volto, então a gente faz o que quiser.
Certo?
- Tudo bem, te espero no nosso lugar. – Quando ele falou ‘nosso’, senti um
arrepio, mas só assenti, e saí.
Fui para o salão, quando entrei meus pais haviam acabo de chegar. Pelo visto
minha mãe demorou se arrumando. Ela estava com um vestido [i]Yves Saint
Laurent[/i] e um salto [i]prada[/i]. Fiquei lá um pouco mais de uma hora, Dan já
devia ter desistido. Quando saí, de todos os paparicos, fui para o [i]nosso[/i]
lugar. Ele estava lá. Estava lindo, já tinha tirado a roupa de garçom. Com uma
blusa vermelha, que demonstrava bem seu abdômen e seus músculos, uma
calça jeas escura e um tênis branco. Perfeitamente lindo. Cheguei por trás,
pondo a mão nos seus olhos, exatamente não sei porque fiz isso, ele ia pensar
que estava tentando seduzi-lo, eu acho que não estava, estava?
- Realmente não sei quem é. – Disse ironicamente.
- Ta bom, parei então. – Rindo.
- E aí, vai me falar porque é tão diferente?
- Diferente?
- É.
Então fiquei pensando, não em [i]porque eu era diferente[/i], e sim nele, ele era
tão gentil, tão legal, tão [i]diferente[/i]. Então, eu entendi, eu era pra ele o que
ele era pra mim. [i]Diferente[/i]
- Também não entendo.
Ficamos nos olhando, sentindo o balançar do mar, a brisa do oceano, e a lua
iluminando-nos.
Eu sabia que ele era um homem já formado, mas queria saber sua idade, de
verdade.
- Quantos anos tem?
- Vinte e um.E você?
- Dezessete.
- Tem cara de mais velha.
- Só cara, mas meu espírito é bem mais criança do que imagina. – Eu ri
enquanto falava, e ele riu junto.
- São as melhores pessoas.
- Que ótimo, meu avô é a melhor pessoa do mundo, então. Ele tem setenta e
quatro mas se diverte que nem se tivesse sete. – Rimos, olhando para o mar.
Ficamos quietos. Eu pensava em como sentia falta de amigos. Ou melhor,
como realmente queria ter amigos. Nunca tive, Dan, foi o primeiro amigo que
eu toquei. De verdade. Além de Jean, ele era o único. Passaram-se minutos,
até que ele pareceu notar minha lamentação.
- O que pensa?
- Em amizade.
- Porque?
- Nunca tive amigos, além de você e minha outra amiga, que conheci pela
internet. São os únicos.
- Parece ser tão popular, tão cheia de amizades.
- Só aparento, vivo sozinha em casa, naquela enorme casa. Meus pais,
Rosana e Fernando, não me deixam ter amigos, namorados, nada. Conheci
minha única amiga pelo computador, mas quando contei a minha mãe, ela me
proibiu de falar com ela. Claro que não fiz isso, mas nós nunca tínhamos nos
vistos. Até hoje. Eu vi ela, ficamos tão felizes. E você, você também é um dos
meus únicos amigos. Pelo menos tenho um de cada sexo. – Falei rindo, a
ultima parte. Continuei séria – Já me acostumei ser tão solitária, mas queria
que ao menos meus pais falassem comigo. Eles só pensam em trabalho,
dinheiro, estudo e amigos falsos, que dão nada além de aparência. Bom, acho
que falei tudo de uma vez só. Desculpe, meu [i]blá blá blá. [/i]
- Tudo bem, Maggie. Pode falar o quanto quiser, como você mesma disse, eu
sou seu amigo. E te entendo, a maioria dos pais ricos, como os seus, são
assim. Mas fica sossegada, comigo, você não se sentirá sozinha. – Então, ele
pegou minha mão, levou até seu rosto e beijou-a. Seus lábios eram macios e
perfeitamente finos, pareciam ser feitos apenas para seu rosto, se mudasse,
não seriam tão perfeitos. Quando tirou minha mão de sua boca, me olhou, e viu
que eu estava gostando da sensação, então sorriu.
- Obrigada, Dan. Você é muito gentil.
- Magina. Você que é linda.
Vendo que já devia ter passado muito tempo, me despedi dele e fui para meu
quarto. Cheguei, troquei-me e fui deitar. Não dormi a noite inteira, pensava em
cada coisa que acontecera comigo, desde a chegada até deitar na cama. Tudo.
Quando começou a clarear o céu, consegui dormir. Foi um sono com vários
sonhos, todos com Jean e Dan. Eles estavam abraçados em um deles, e eu
não gostava daquilo, não sei porque. Quando acordei, já eram 14:30. Perdera o
almoço, Rosana ficaria furiosa comigo por te-los feito passar vergonha. Não
ligava. Só queria encontrá-lo.
Puis uma blusa, por cima do biquíni, e um short. Ainda não sabia o que
acontecera com a blusinha de ontem.
Peguei minha bolsa e toalha. Puis meu livro dentro da bolsa. Fui para a piscina.
Nem queria procurar meus pais, teria que me explicar. Não encontrei Dan no
restaurante do seu tio, ao invés disso, encontrei Jean. Sentada na beira da
piscina, tomando um suco de limão. Sua pele branca, não lhe permitia ficar
tomando sol, mas ela não se importava. Então, fui falar com ela. Sentei-me ao
seu lado.
- E aí, Jean? Tudo bem?
- Tudo bem e você M. ?
- Ótima. – Ultimamente nós não tínhamos muito papo.
- Queria te contar uma coisa.
- Pode falar, amiga, estou a ouvidos.
- Eu meio que estou apaixonada.
- Nossa, amiga, mas como vocês se conheceram?
- Ele meio que é dá família, mas foi adotado, então não conta né?
- Ah, não sei, acho que não.
- É, acho que vou tentar me aproximar dele. Ele é muito lindo! Se der certo, te
apresento.
- Apresenta sim, Jean. Bom, vou dar um mergulho, já volto.
Pensando no que ela havia falado, tirei minha roupa, ficando só com o biquíni.
Pulei na piscina funda, o calor passou na hora, e me senti flutuando, como
sempre sentia nas piscinas, mas me sentia, além de tudo, calma. Atravessei
nadando fundo, quando levantei o rosto e enxuguei os olhos, vi que Jean havia
se levantado e estava no restaurante falando com seu pai. Saí da piscina,
enxuguei-me, peguei minha roupa, e vesti o short, pondo a blusa na bolsa.
Sentei-me em uma das cadeiras de tomar sol e abri um dos livros, Romeu e
Julieta, meu favorito. Achava lindo o romance escondido dos dois, ainda viveria
um. Começando a ler, senti uma sombra chegando perto. Levantei os olhos e
era o Daniel.
- Gosta de ler romances dramáticos, então? – Perguntou ele com aquela voz
que me perturbara a noite.
- Adoro, acho lindo. Ah, e oi.
- É, oi. – Falou rindo.
Ficamos em silêncio, como eu gostava do silêncio no meio de [i]nós[/i], era o
que eu precisava para poder olhá-lo com mais cuidado. Ele era alto, muito alto,
eu, quando em pé, batia em seus ombros. Seus braços eram fortes, poderosos.