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É setembro em Belo Horizonte, o amarelo dos gramados sofridos pela seca combina

perfeitamente com os ipês totalmente amarelos. O azul infinito de um céu sem nuvens
emoldura essa paisagem que eu esperava há tanto por rever. O tráfego sempre congestionado,
o número incontável de pessoas e os minutos intermináveis dentro de um ônibus me faziam
sentir uma turista longe de casa. Em cada canto da cidade não havia nada em que eu não me
alegrasse.
Tudo me trazia uma lembrança, um ônibus, uma loja, uma esquina, um cruzamento. O
Madre, a lagoa, o 3301, o 3302, a Av. Paraná; tudo isso faz parte da minha história. Cada
lembrança era uma viagem no tempo.
Como o Madre não estava diferente! Apesar das mudanças físicas, a minha escola era
ainda a mesma, e os alunos... ainda os mesmos (não literalmente). O zoológico ainda era o da
minha infância: o leão ainda estava lá, o hipopótamo também. O cheirinho do Mercado Central
ainda era delicioso: aquela mistura dos temperos com as flores e as frutas... O Parque
Municipal ainda era aquele lindíssimo sossego no centro da cidade. Os milhões de morros
ainda estavam lá, será que eu conseguiria dirigir lá?
Aquela era a BH que eu cresci...
Mas também havia muitas diferenças. Tudo estava mais organizado, mais limpo, mais
bonito. As cores dos ônibus haviam mudado... Nem sei o porquê, eram as mesmas desde que
me lembro! Por todo lado havia coisas novas, novos prédios, novos supermercados, novos
restaurantes. Aquela BH era mais bonita do que a da minha memória...
Como eu amava aquela cidade! Tudo nela me encantava. O ar seco me lembrava a
todo o momento que eu não estava em Vila Velha, às vezes eu gostava disso. Quando passei
em frente ao Labareda me senti belorizontina, a mais atleticana de todas! Os três dias em BH
foram dias sorridentes, eu estava feliz o tempo todo.
No aeroporto, no dia do retorno

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