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Aldemir
ARQUIVOLOGIA
Conceito de Documentos
Documento é toda informação registrada em um suporte material, suscetível de ser utilizada para consulta, estudo, prova e
pesquisa. É comprovação de fatos, fenômenos, formas de vida e pensamentos do homem numa determinada época ou lugar.
Todo documento é uma fonte de informação como, por exemplo: o livro, a revista, o jornal, o manuscrito, a fotografia, o selo, a
medalha, o filme, o disco, a fita magnética etc.
Documentos de arquivo - produzidos e/ou recebidos por uma pessoa física ou jurídica, pública ou privada, no exercício de suas
atividades, constituem elementos de prova ou de informação. Formam um conjunto orgânico, refletindo as atividades a que se vinculam,
expressando os atos de seus produtores no exercício de suas funções. Assim, a razão de sua origem ou a função pela qual são produzidos
é que determina a sua condição de documento de arquivo e não a natureza do suporte ou formato.
Documentos públicos - qualquer suporte ou formato, produzidos e/ou recebidos por um órgão governamental na condução de
suas atividades. São também documentos públicos aqueles produzidos e/ou recebidos por instituições de caráter público e por entidades
privadas responsáveis pela execução de serviços públicos.
Características dos Documentos de Arquivo
Podem ser caracterizados segundo o gênero a espécie e a natureza do assunto.
Caracterização quanto ao Gênero - sua representação nos diferentes suportes:
documentos textuais : manuscritos, datilografados/ digitados ou impressos;
documentos cartográficos : em formatos e dimensões variáveis, contendo representações geográficas, arquitetônicas ou de engenharia.
Exemplos: mapas, plantas e perfis;
documentos iconográficos : em suportes sintéticos, em papel emulsionado ou não, contendo imagens estáticas. Exemplos: fotografias
(diapositivos, ampliações e negativos fotográficos), desenhos e gravuras;
documentos filmográficos : em películas cinematográficas e fitas magnéticas de imagem (tapes), com trilhas sonoras, com bitolas e
dimensões variáveis, contendo imagens em movimento. Exemplos : filmes e fitas videomagnéticas;
documentos sonoros : com dimensões e rotações variáveis, contendo registros fonográficos. Exemplos : discos e fitas audiomagnéticas;
documentos micrográficos : o suporte é o “negativo” de um fílme resultante da microreprodução de imagens, mediante utilização de
técnicas específicas. Exemplos : rolo, microficha, jaqueta e cartão - janela;
documentos informáticos : produzidos, tratados e armazenados em computador. Exemplos : disco flexível (disquete), disco rígido
(winchester) e disco óptico.
Caracterização quanto à Espécie
Os documentos podem ser caracterizados segundo seu aspecto formal, ou seja, as espécies documentais são definidas tanto em
razão da natureza dos atos que lhes deram origem, quanto à forma de registro de fatos. Tomando por base os atos administrativos mais
comuns em nossas estruturas de governo, temos :
atos normativos : regras e normas expedidas por autoridades administrativas. Exemplo : medida provisória, decreto, estatuto, regimento,
regulamento, resolução, portaria, instrução normativa, ordem de serviço, decisão, acórdão, despacho decisório;
atos enunciativos : opinativos, que esclarecem os assuntos, visando a fundamentar uma solução. Exemplos : parecer, relatório, voto,
despacho interlocutório;
atos de assentamento : configurados por registros, consubstanciando assentamento sobre fatos ou ocorrências. Exemplo : apostila, ata,
termo, auto de infração;
atos comprobatórios : os que comprovam assentamentos, decisões etc. Exemplos : traslado, certidão, atestado, cópia autêntica ou
idêntica;
atos de ajuste : acordos em que a administração pública (Federal, Dstadual, do Distrito Federal ou Municipal) é parte. Exemplos : tratado,
convênio, contrato, termos (transação, ajuste etc);
atos de correspondência : objetivam a execução dos atos normativos, em sentido amplo. Exemplos : aviso, ofício, carta, memorando,
mensagem, edital, intimação, exposição de motivos, notificação, telegrama, telex, telefax, alvará, circular.
Caracterização quanto à Natureza do Assunto - ostensivos ou sigilosos.
A classificação de ostensivo é dada aos documentos cuja divulgação não prejudica a instituição, podendo ser de domínio público.
Sigilosos- documentos que, pela natureza de seu conteúdo, devam ser de conhecimento restrito e, portanto, requeiram medidas
especiais de salvaguarda para sua custódia e divulgação.
O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ, é um órgão colegiado, vinculado ao Arquivo Nacional da Casa Civil da
Presidência da República, que tem por finalidade definir a política nacional de arquivos públicos e privados, como órgão central de um
Sistema Nacional de Arquivos, bem como exercer orientação normativa visando à gestão documental e à proteção especial aos
documentos de arquivo.
De acordo com vários dispositivos legais, as ações visando à consolidação da política nacional de arquivos deverão ser emanadas do
Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ.
Competências
O Conselho Nacional de Arquivos - CONARQ foi criado pelo art. 26 da Lei nº 8.159/91 e regulamentado pelo Decreto nº 4073, de 3 de
Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
DECRETO Nº 4.553, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2002.
Dispõe sobre a salvaguarda de dados, informações, documentos e
materiais sigilosos de interesse
da segurança da sociedade e do Estado, no âmbito
da Administração Pública Federal, e dá outras providências.
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, no uso da atribuição que lhe confere o art. 84, incisos IV e VI, alínea "a", da Constituição, e tendo em
vista o disposto no art. 23 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991,
DECRETA:
CAPÍTULO I - DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1º Este Decreto disciplina a salvaguarda de dados, informações, documentos e materiais sigilosos, bem como das áreas e instalações
onde tramitam.
Art. 2º São considerados originariamente sigilosos, e serão como tal classificados, dados ou informações cujo conhecimento irrestrito ou
divulgação possa acarretar qualquer risco à segurança da sociedade e do Estado, bem como aqueles necessários ao resguardo da
inviolabilidade da intimidade da vida privada, da honra e da imagem das pessoas.
Parágrafo único. O acesso a dados ou informações sigilosos é restrito e condicionado à necessidade de conhecer.
Art. 3º A produção, manuseio, consulta, transmissão, manutenção e guarda de dados ou informações sigilosos observarão medidas
especiais de segurança.
Parágrafo único. Toda autoridade responsável pelo trato de dados ou informações sigilosos providenciará para que o pessoal sob suas
ordens conheça integralmente as medidas de segurança estabelecidas, zelando pelo seu fiel cumprimento.
Art. 4º Para os efeitos deste Decreto, são estabelecidos os seguintes conceitos e definições:
I - autenticidade: asseveração de que o dado ou informação são verdadeiros e fidedignos tanto na origem quanto no destino;
II - classificação: atribuição, pela autoridade competente, de grau de sigilo a dado, informação, documento, material, área ou instalação;
III - comprometimento: perda de segurança resultante do acesso não-autorizado;
IV - credencial de segurança: certificado, concedido por autoridade competente, que habilita determinada pessoa a ter acesso a dados ou
informações em diferentes graus de sigilo;
V - desclassificação: cancelamento, pela autoridade competente ou pelo transcurso de prazo, da classificação, tornando ostensivos dados
ou informações;
VI - disponibilidade: facilidade de recuperação ou acessibilidade de dados e informações;
VII - grau de sigilo: gradação atribuída a dados, informações, área ou instalação considerados sigilosos em decorrência de sua natureza ou
conteúdo;
VIII - integridade: incolumidade de dados ou informações na origem, no trânsito ou no destino;
IX - investigação para credenciamento: averiguação sobre a existência dos requisitos indispensáveis para concessão de credencial de
segurança;
X - legitimidade: asseveração de que o emissor e o receptor de dados ou informações são legítimos e fidedignos tanto na origem quanto no
destino;
XI - marcação: aposição de marca assinalando o grau de sigilo;
XII - medidas especiais de segurança: medidas destinadas a garantir sigilo, inviolabilidade, integridade, autenticidade, legitimidade e
disponibilidade de dados e informações sigilosos. Também objetivam prevenir, detectar, anular e registrar ameaças reais ou potenciais a
esses dados e informações;
XIII - necessidade de conhecer: condição pessoal, inerente ao efetivo exercício de cargo, função, emprego ou atividade, indispensável para
que uma pessoa possuidora de credencial de segurança, tenha acesso a dados ou informações sigilosos;
XIV - ostensivo: sem classificação, cujo acesso pode ser franqueado;
XV - reclassificação: alteração, pela autoridade competente, da classificação de dado, informação, área ou instalação sigilosos;
XVI - sigilo: segredo; de conhecimento restrito a pessoas credenciadas; proteção contra revelação não-autorizada; e
XVII - visita: pessoa cuja entrada foi admitida, em caráter excepcional, em área sigilosa.
Arquivologia Prof. Aldemir
CAPÍTULO II - DO SIGILO E DA SEGURANÇA
Seção I
Da Classificação Segundo o Grau de Sigilo
Art. 5º Os dados ou informações sigilosos serão classificados em ultra-secretos, secretos, confidenciais e reservados, em razão do seu
teor ou dos seus elementos intrínsecos.
§ 1º São passíveis de classificação como ultra-secretos, dentre outros, dados ou informações referentes à soberania e à integridade
territorial nacionais, a planos e operações militares, às relações internacionais do País, a projetos de pesquisa e desenvolvimento científico
e tecnológico de interesse da defesa nacional e a programas econômicos, cujo conhecimento não-autorizado possa acarretar dano
excepcionalmente grave à segurança da sociedade e do Estado.
§ 2º São passíveis de classificação como secretos, dentre outros, dados ou informações referentes a sistemas, instalações, programas,
projetos, planos ou operações de interesse da defesa nacional, a assuntos diplomáticos e de inteligência e a planos ou detalhes,
programas ou instalações estratégicos, cujo conhecimento não-autorizado possa acarretar dano grave à segurança da sociedade e do
Estado.
§ 3º São passíveis de classificação como confidenciais dados ou informações que, no interesse do Poder Executivo e das partes, devam
ser de conhecimento restrito e cuja revelação não-autorizada possa frustrar seus objetivos ou acarretar dano à segurança da sociedade e
do Estado.
§ 4º São passíveis de classificação como reservados dados ou informações cuja revelação não-autorizada possa comprometer planos,
operações ou objetivos neles previstos ou referidos.
Art. 6º A classificação no grau ultra-secreto é de competência das seguintes autoridades:
I - Presidente da República; (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
II - Vice-Presidente da República; (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
III - Ministros de Estado e autoridades com as mesmas prerrogativas; (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
IV - Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica; e (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
V - Chefes de Missões Diplomáticas e Consulares permanentes no exterior. (Incluído pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
§ 1o Excepcionalmente, a competência prevista no caput pode ser delegada pela autoridade responsável a agente público em missão no
exterior. (Incluído pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
§ 2o Além das autoridades estabelecidas no caput, podem atribuir grau de sigilo: (Renumerado do parágrafo único pelo Decreto nº 5.301,
de 2004)
I - secreto: as autoridades que exerçam funções de direção, comando, chefia ou assessoramento, de acordo com regulamentação
específica de cada órgão ou entidade da Administração Pública Federal; e (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
II - confidencial e reservado: os servidores civis e militares, de acordo com regulamentação específica de cada órgão ou entidade da
Administração Pública Federal. (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
Art. 7o Os prazos de duração da classificação a que se refere este Decreto vigoram a partir da data de produção do dado ou informação e
são os seguintes: (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
I - ultra-secreto: máximo de trinta anos; (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
II - secreto: máximo de vinte anos;(Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
III - confidencial: máximo de dez anos; e (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
IV - reservado: máximo de cinco anos. (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
Parágrafo único. Os prazos de classificação poderão ser prorrogados uma vez, por igual período, pela autoridade responsável pela
classificação ou autoridade hierarquicamente superior competente para dispor sobre a matéria. (Incluído pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
Seção II
Da Reclassificação e da Desclassificação
Art. 8º Dados ou informações classificados no grau de sigilo ultra-secreto somente poderão ser reclassificados ou desclassificados,
mediante decisão da autoridade responsável pela sua classificação.
Art. 9º Para os graus secreto, confidencial e reservado, poderá a autoridade responsável pela classificação ou autoridade hierarquicamente
superior competente para dispor sobre o assunto, respeitados os interesses da segurança da sociedade e do Estado, alterá-la ou cancelá-
la, por meio de expediente hábil de reclassificação ou desclassificação dirigido ao detentor da custódia do dado ou informação sigilosos.
Parágrafo único. Na reclassificação, o novo prazo de duração conta-se a partir da data de produção do dado ou informação. (Redação
dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
Art. 10. A desclassificação de dados ou informações nos graus ultra-secreto, confidencial e reservado será automática após transcorridos
os prazos previstos nos incisos I, II, III e IV do art. 7 o, salvo no caso de sua prorrogação, quando então a desclassificação ocorrerá ao final
de seu termo. (Redação dada pelo Decreto nº 5.301, de 2004)
Art. 11. Dados ou informações sigilosos de guarda permanente que forem objeto de desclassificação serão encaminhados à instituição
arquivística pública competente, ou ao arquivo permanente do órgão público, entidade pública ou instituição de caráter público, para fins de
organização, preservação e acesso.
Parágrafo único. Consideram-se de guarda permanente os dados ou informações de valor histórico, probatório e informativo que devam
ser definitivamente preservados.
Art. 12. A indicação da reclassificação ou da desclassificação de dados ou informações sigilosos deverá constar das capas, se houver, e
da primeira página.
CAPÍTULO III - DA GESTÃO DE DADOS OU INFORMAÇÕES SIGILOSOS
Seção I - Dos Procedimentos para Classificação de Documentos
Art. 13. As páginas, os parágrafos, as seções, as partes componentes ou os anexos de um documento sigiloso podem merecer diferentes
classificações, mas ao documento, no seu todo, será atribuído o grau de sigilo mais elevado, conferido a quaisquer de suas partes.
Art. 14. A classificação de um grupo de documentos que formem um conjunto deve ser a mesma atribuída ao documento classificado com
o mais alto grau de sigilo.
Art. 15. A publicação dos atos sigilosos, se for o caso, limitar-se-á aos seus respectivos números, datas de expedição e ementas, redigidas
de modo a não comprometer o sigilo.
Art. 16. Os mapas, planos-relevo, cartas e fotocartas baseados em fotografias aéreas ou em seus negativos serão classificados em razão
dos detalhes que revelem e não da classificação atribuída às fotografias ou negativos que lhes deram origem ou das diretrizes baixadas
para obtê-las.
Art. 17. Poderão ser elaborados extratos de documentos sigilosos, para sua divulgação ou execução, mediante consentimento expresso:
I - da autoridade classificadora, para documentos ultra-secretos;
II - da autoridade classificadora ou autoridade hierarquicamente superior competente para dispor sobre o assunto, para documentos
secretos; e
III - da autoridade classificadora, destinatária ou autoridade hierarquicamente superior competente para dispor sobre o assunto, para
documentos confidenciais e reservados, exceto quando expressamente vedado no próprio documento.
Parágrafo único. Aos extratos de que trata este artigo serão atribuídos graus de sigilo iguais ou inferiores àqueles atribuídos aos
documentos que lhes deram origem, salvo quando elaborados para fins de divulgação.
Seção II - Do Documento Sigiloso Controlado
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§2º Para o exercício de suas atribuições, a Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas poderá convocar
técnicos e especialistas de áreas relacionadas com a informação contida em documento público classificado no mais alto grau de
sigilo, para sobre ele prestarem esclarecimentos, desde que assinem termo de manutenção de sigilo.
§3º As decisões da Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas serão aprovadas pela maioria absoluta de
seus membros.
§4º A Casa Civil da Presidência da República expedirá normas complementares necessárias ao funcionamento da Comissão de
Averiguação e Análise de Informações Sigilosas e assegurará o apoio técnico e administrativo indispensável ao seu
funcionamento.
Art. 5º A autoridade competente para classificar o documento público no mais alto grau de sigilo poderá, após vencido o prazo ou sua
prorrogação, previstos no §2º do art. 23 da Lei nº 8.159, de 8 de janeiro de 1991, provocar, de modo justificado, a manifestação da
Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas para que avalie, previamente a qualquer divulgação, se o acesso ao
documento acarretará dano à segurança da sociedade e do Estado.
§1º A decisão de ressalva de acesso a documento público classificado no mais alto grau de sigilo poderá ser revista, a qualquer
tempo, pela Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas, após provocação de pessoa que demonstre possuir
efetivo interesse no acesso à informação nele contida.
§2º O interessado deverá especificar, de modo claro e objetivo, que informação pretende conhecer e qual forma de acesso
requer, dentre as seguintes:
I - vista de documentos;
II - reprodução de documentos por qualquer meio para tanto adequado; ou
III - pedido de certidão, a ser expedida pelo órgão consultado.
§ 3º O interessado não é obrigado a aduzir razões no requerimento de informações, salvo a comprovação de seu efetivo
interesse na obtenção da informação.
Art. 6º Provocada na forma do art. 5º, a Comissão de Averiguação e Análise de Informações Sigilosas decidirá pela:
I - autorização de acesso livre ou condicionado ao documento; ou
II - permanência da ressalva ao seu acesso, enquanto for imprescindível à segurança da sociedade e do Estado.
Art. 7º O art. 7º do Decreto nº 4.553, de 27 de dezembro de 2002, em conformidade com o disposto no §2º do art. 23 da Lei nº 8.159, de
1991, passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 7º Os prazos de duração da classificação a que se refere este Decreto vigoram a partir da data de produção do dado ou informação e
são os seguintes:
I - ultra-secreto: máximo de trinta anos;
II - Vice-Presidente da República;
§1º Excepcionalmente, a competência prevista no caput pode ser delegada pela autoridade responsável a agente público em
missão no exterior.
§2º Além das autoridades estabelecidas no caput, podem atribuir grau de sigilo:
I - secreto: as autoridades que exerçam funções de direção, comando, chefia ou assessoramento, de acordo com
regulamentação específica de cada órgão ou entidade da Administração Pública Federal; e
II - confidencial e reservado: os servidores civis e militares, de acordo com regulamentação específica de cada órgão
ou entidade da Administração Pública Federal." (NR)
"Art. 9º.........................................................................................................
Parágrafo único. Na reclassificação, o novo prazo de duração conta-se a partir da data de produção do dado ou informação." (NR)
"Art. 10. A desclassificação de dados ou informações nos graus ultra-secreto, confidencial e reservado será automática após transcorridos
os prazos previstos nos incisos I, II, III e IV do art. 7º, salvo no caso de sua prorrogação, quando então a desclassificação ocorrerá ao final
de seu termo." (NR)
Art. 9º Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Brasília, 9 de dezembro de 2004; 183º da Independência e 116º da República.
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Márcio Thomaz Bastos
José Dirceu de Oliveira e Silva
Jorge Armando Felix
Álvaro Augusto Ribeiro Costa
Publicado no Diário Oficial da União de 10 de dezembro de 2004
Arquivologia Prof. Aldemir
Conceituação de Arquivo
Arquivo é o conjunto de documentos produzidos e/ou recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público, entidades
privadas e pessoas físicas em decorrência do exercício de suas atividades, qualquer que seja o suporte da informação.
Caracterização dos Arquivos
De acordo com a natureza da entidade produtora, os arquivos classificam-se em públicos e privados.
Os arquivos públicos são os conjuntos de documentos produzidos e/ou recebidos no exercício de suas atividades, por órgãos
públicos de âmbito federal, estadual, municipal e do Distrito Federal, em decorrência de suas funções administrativas, legislativas e
judiciárias. São, também, públicos os conjuntos de documentos produzidos e/ou recebidos por instituições de caráter público e por
entidades privadas encarregadas da gestão de serviços públicos.
Arquivos públicos designam também as instituições arquivísticas governamentais incumbidas da gestão e do recolhimento dos
documentos produzidos pelo Poder Público, bem como pela sua preservação permanente e acesso. Exemplos : Arquivo Nacional, Arquivo
Público do Distrito Federal, Arquivo do Estado de Minas Gerais, Arquivo Municipal de Rio Claro etc.
Consideram-se arquivos privados os conjuntos de documentos produzidos e/ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas, em
decorrência de suas atividades, isto é, pessoais ou institucionais (eclesiásticos, corporativos, empresariais etc).
TEORIA DAS TRÊS IDADES
Segundo esta teoria os arquivos (conjunto de documentos) passam por três estágios distintos de arquivamento, de acordo com o
uso que se faz dos documentos : corrente, intermediário e permanente.
- arquivo corrente ou de 1ª idade : constituído de documentos em curso ou freqüentemente consultados e de uso exclusivo da
fonte geradora. Seu uso se caracteriza pelo valor primário dos documentos, isto é, atender as finalidades de sua criação.
- arquivo intermediário ou de 2ª idade : constituído de documentos que deixaram de ser freqüentemente consultados, mas que
ainda podem ser solicitados para embasar assuntos idênticos. A permanência dos documentos em arquivos intermediários é temporária.
- arquivo permanente ou de 3ª idade : constituído de documentos que já cumpriram as finalidade de sua criação, mas são
preservados em razão de seu valor probatório, informativo, cultural, de pesquisa por parte da entidade que o produziu ou por terceiros
(valor secundário).
GESTÃO DE DOCUMENTOS
Considera-se gestão de documentos o conjunto de procedimentos e operações técnicas referentes às atividades de produção,
tramitação, uso, avaliação e arquivamento de documentos em fase corrente e intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento
para guarda permanente. A gestão de documentos é operacionalizada através do planejamento, da organização, do controle, da
coordenação dos recursos humanos, do espaço físico e dos equipamentos, com o objetivo de aperfeiçoar e simplificar o ciclo documental.
Objetivos
A gestão de documentos tem os seguintes objetivos :
• assegurar a eliminação dos documentos que não tenham valor administrativo fiscal, legal ou para a pesquisa científica;
• assegurar o uso adequado da micrográfica, processamento automatizado de dados e outras técnicas avançadas de gestão
da informação;
• contribuir para o acesso e preservação dos documentos que mereçam guarda permanente por seus valores histórico e
Atividades de Protocolo
Conjunto de operações visando o controle dos documentos que ainda tramitam no órgão, de modo a assegurar a imediata
localização e recuperação dos mesmo, garantindo, assim o acesso à informação.
recebimento e classificação: efetuar a separação dos documentos recebidos em ostensivo ou sigiloso e particular.
Os documentos de natureza sigilosa e particular deverão ser encaminhados aos respectivos destinatários.
Os documentos de natureza ostensiva deverão ser abertos e analisados, verificando-se a existência ou não de antecedentes. Em
caso afirmativo, providenciar a juntada e em caso negativo, classificá-lo de acordo com o assunto tratado.
A classificação é uma operação intelectual que consiste em analisar e determinar o assunto de um documento. Determinado o
assunto, deve-se escolher, conforme o código de classificação de documentos de arquivo adotado, a categoria na qual o documento será
classificado, atribuindo- lhe o respectivo código numérico de referência, que permitirá recuperá-lo posteriormente.
registro, autuação e controle da tramitação ( movimentação): colocar na capa do processo a etiqueta ou carimbo de protocolo
( número e data de entrada), anotar o código de classificação, o resumo do assunto e proceder a distribuição às unidades a administrativas
destinatárias.
A ficha de protocolo, manual ou informatizada, deverá conter basicamente os seguintes dados: número de protocolo, data da
entrada, origem, espécie, número e data do documento, código e resumo do assunto e data da primeira distribuição.
Os procedimentos a serem adotados quando da utilização da ficha de protocolo manual são:
A 1ª via será arquivada em ordem numérica-cronológica (número de processo e ano de autuação), a 2ª via em ordem alfabética
(pessoa física ou jurídica) e a 3ª via por código.
expedição: ao receber a correspondência para a expedição, verificar se não faltam folhas ou anexos, numerar e datar a
correspondência no original e nas cópias, preparar os envelopes, expedir o original e encaminhar as cópias ao setor de arquivamento.
Atividades de Arquivamento de Documentos Correntes
São várias as rotinas que envolvem o arquivamento de um documento na fase corrente e, do cuidado dispensado a
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cada uma delas, depende o bom atendimento ao usuário:
inspeção: proceder à leitura do último despacho verificando se, de fato, o documento destina-se ao arquivamento ou
se deverá obedecer a uma rotina de trâmite pré-estabelecida. Nem sempre os documentos são encaminhados ao arquivo com a finalidade
de serem arquivados, mas anexados ou apensados a outros, ou simplesmente para ser fornecida uma informação;
análise: determinar sob que codificação deverá ser arquivado o documento e que referências cruzadas serão
necessárias. Caso não se trate de um documento já classificado pelo serviço de protocolo, a classificação ocorrerá nesta etapa.
ordenação: dispor os documentos de acordo com a codificação, separando-os por guias de ordenação (fichas), em
escaninhos ou classificadores;
arquivamento : inserir o documento na unidade de arquivamento pré-estabelecida. Recomenda-se muito cuidado,
nesta etapa, pois o arquivamento inadequado de um documento impossibilitará a sua localização.
empréstimo ou consulta : retirada do documento do arquivo para empréstimo, fornecimento de informações ou para
realização de um juntada, aconselha-se a utilização de guia-fora em substituição do documento, indicando para quem foi emprestado, data
e setor ou a que outro processo foi juntado.
Métodos de Arquivamento
A escolha do método de arquivamento deve considerar as características dos documentos a serem classificados,
identificando o aspecto pelo qual o documento é mais freqüentemente consultado. Os métodos básicos de arquivamento mais comumente
utilizados são os seguintes :
alfabético : quando o elemento principal para a recuperação da
informação for o nome;
geográfico : quando o elemento principal para a recuperação
da informação for o local (cidade, estado e país);
numérico simples : quando o elemento principal para
a recuperação da informação for o número
do documento;
numérico-cronológico : quando ao número do documento vier
associado a data;
ideográfico : quando o elemento principal para a recuperação da
informação for o assunto. A ordenação dos assuntos
deverá seguir a modalidade alfabética ( dicionária ou
enciclopédica) ou numérica (decimal ou duplex).
Tabela de Temporalidade
É o registro esquemático do ciclo de vida documental do órgão, sendo elaborada após a análise da documentação e aprovada
pela autoridade competente. A Tabela determina o prazo de guarda dos documentos no arquivo corrente, sua transferência ao arquivo
intermediário, os critérios para a microfilmagem, a eliminação ou o recolhimento ao arquivo permanente.
dados básicos a serem incluídos na Tabela de Temporalidade
– nome do órgão e da unidade administrativa:
– espécie e assunto do documento;
– existência de vias e/ou reproduções em outros setores;
– prazos de guarda nos arquivos correntes e intermediários;
– destinação;
– observações;
resultados da aplicação da Tabela de Temporalidade
– facilidade em distinguir os documentos de guarda temporária
dos de guarda permanente;
– eliminação imediata de documentos cuja guarda não se justifique;
– racionalização, principalmente em termos econômicos, das
atividades de transferência e recolhimento;
– implementação de um programa de destinação de documentos.
recomendações quanto ao uso da Tabela de Temporalidade
– aprovação por dirigente do órgão e pela instituição arquivística
pública na sua esfera de competência;
– publicação do Edital de Ciência de Eliminação de Documentos,
no Diário Oficial da União;
– atualização em conseqüência da produção ou supressão de
documentos, bem como de alterações na estrutura administrativa;
– tabulação de dados visando a apurar a porcentagem dos documentos
evitar o uso de siglas, a menos que conste da tabela a denominação correspondente;
– elaboração de relatório, justificando os critérios adotados e as
modalidades de destinação propostas.
Seleção de Documentos
A seleção de documentos é realizada no âmbito dos arquivos correntes e intermediários por técnicos previamente
orientados, seguindo o estabelecimento na Tabela de Temporalidade ou nos relatórios de avaliação. A seleção é a separação física dos
documentos de acordo com a sua destinação:
eliminação : trata-se da destruição dos documentos cuja operacionalização dependerá de seu volume, podendo ser
levada a efeito manualmente ou através de trituradoras;
transferência : envio dos documentos para o arquivo intermediário, acompanhados de listagem, onde aguardarão o
cumprimento dos prazos de guarda e a destinação final;
recolhimento : envio dos documentos para a instituição arquivística pública, acompanhados dos instrumentos de
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recuperação da informação com vistas à sua guarda permanente e seu acesso público.
GESTÃO DE DOCUMENTOS INTERMEDIÁRIOS
Encerrado o período de arquivamento na fase corrente, alguns documentos podem ser eliminados imediatamente, mas uma
parte relativamente importante destes, eventualmente, deve ser conservada por um período mais longo em função de razões legais ou
administrativas. Os depósitos de armazenagem temporária constituem uma alternativa cujo objetivo principal é minimizar o custo público da
guarda de documentos intermediários, racionalizando espaço físico, equipamentos e a recuperação da informação. A transferência destes
documentos para um depósito de arquivamento intermediário reduz à metade os custos de sua conservação, torna disponíveis espaços
dispendiosos reutilizáveis para outros fins, bem como equipamentos que podem ser destinados à gestão de documentos correntes. Além
disso, favorece as condições de utilização de tais documentos pela administração pública.
Atividades Desenvolvidas
Responsáveis pela guarda física dos documentos de uso pouco freqüente, os arquivos intermediários:
atendem às consultas feitas pelos órgãos depositantes;
coordenam as transferências de novos documentos aos seus depósitos;
procedem à aplicação de tabelas de temporalidade selecionando
documentos para eliminação ou recolhimento;
coordenam o recolhimento de documentos permanentes para o arquivo de terceira idade.
Procedimentos Administrativos
Os documentos só devem ser aceitos para guarda intermediária quando for conhecido o seu conteúdo, o prazo de
guarda e a data de eliminação ou recolhimento.
A unidade administrativa que transfere os documentos ao arquivo intermediário conserva seus direitos sobre os
mesmos, podendo consultá-los ou tomá-los por empréstimo. O atendimento às consultas e empréstimos deve ser
rápido e preciso. A consulta por parte de terceiros só é permitida com a autorização da unidade administrativa que transferiu os
documentos.
Deve-se conservar a organização interna dos documentos, atribuída no arquivo corrente, dotando a unidade de
arquivamento de símbolos e notações que facilitem a sua localização no ato da consulta.
A eliminação só é efetuada com a prévia autorização da unidade administrativa que produziu e transferiu os
documentos ao depósito de arquivamento intermediário.
I.FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
“Capitulo II”.
Da União
Art. 23. É competência da União, dos estados, do distrito Federal e dos Municípios:
.........................”
Disposições Gerais
Art. 1° É dever do Poder Público a gestão documental e a proteção especial a documentos de arquivos,
como instrumento de apoio à administração, à cultura, ao desenvolvimento científico e como elemento de prova e
informação.
Art. 2° Consideram-se arquivos, para fins desta lei, os conjuntos de documentos produzidos e recebidos por órgão
públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas,
bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou natureza dos documentos.
....................................”
................................................
Art.1° É dever do poder público a proteção especial aos documentos públicos como elementos de prova
e instrumentos de pesquisa e apoio à administração, à cultura e ao desenvolvimento científico e tecnológico.
Art. 2° Consideram-se documentos públicos, para efeitos desta lei, todos os registros de informações
gerados, em qualquer tempo, pelo exercício das atribuições dos órgãos que compõem a administração pública.
Parágrafo único. Incluem-se na categoria de documentos públicos estaduais os produzidos ou recebidos pelos órgãos da
administração pública estadual, independentemente da natureza de seu suporte, seja papel, filme, fotografia, fita magnética ou disco
magnético.