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2º Semestre 2010-04-19
Os sistemas de informação demográfica recolhem dados brutos (nascimentos, casamentos, óbitos, migração), que
resultam da influência de diversos factores e que são classificados por diversas categorias (idade, sexo, estado civil).
Demografia – ciência que estuda determinados fenómenos (natalidade, mortalidade…) a partir dos acontecimentos
(nascimentos, óbitos…). A análise destes fenómenos é feita através de um conjunto de princípios que é comum a todas
as variáveis: Os Princípios de análise demográfica.
Coorte – Conjunto de pessoas que são submetidas ao mesmo acontecimento de origem, durante um mesmo período de
tempo.
Estado puro - Considerar os fenómenos em separado sem os relacionar com outros (ex. estudar a mortalidade sem a
interferência da imigração).
Estado perturbado – Considerar que os fenómenos se “perturbam” (ex. natalidade tem interferência da imigração).
Não renováveis – que só podem acontecer uma vez (mortalidade, ou o 1º casamento que não se repete enquanto 1º…
pode haver um segundo·)
Análise transversal – observação dos acontecimentos demográficos num determinado período de tempo. | |
Mas, uma vez que a demografia não se ocupa de casos concretos mas, pelo contrário, estuda conjuntos de pessoas, o que
nos vai importar são:
Anos completos
Uma criança que tem 3 anos e 6 meses, tem 3 anos completos, o que significa estar entre 3 e quatro anos exactos.
Diagrama de Lexis
Desenvolvido pelo economista, estatístico e matemático alemão Wilhelm Lexis (1837-1914), é uma forma gráfica de
representar dados demográficos em função de momento, idade e coorte. Permite repartir os acontecimentos
demográficos por anos de observação e geração e permite visualizar os acontecimentos e os efectivos.
No diagrama de Lexis, o eixo horizontal indica anos do calendário e o eixo vertical, idades.
As linhas inclinadas de 45° referem-se ao grupo de pessoas que compartilham o mesmo ano de nascimento, também
denominado geração ou coorte.
L 96520 M
5
I 96599 J
4
G 96682 H
3
E 96807 F
2
B 97087 D
1
A 100000 C
0 1939 1940 1941 1942 1943 1944 1945
Quando estamos a observar acontecimentos durante um ano completo e durante um ano civil, tal implica a existência de
duas gerações. Por exemplo, em 1944, aos 3 anos completos, estamos a observar a geração de 40 e 41.
Princípios de análise longitudinal
Calendário – mede a repartição desses acontecimentos ao longo do tempo, onde X é o ponto médio entre as idades
exactas.
No caso da mortalidade, o cálculo da intensidade não é necessário, visto esta ser igual à unidade no fim da geração.
(todos morrem)
No caso de acontecimentos renováveis que se transformam em acontecimentos não renováveis o resultado pode ser
dado em percentagem.
Terminologia utilizada:
Em caso de mortalidade
lx (sobreviventes na idade x)
Em caso de nupcialidade
Cx (celibatários na idade x)
ou
ntx=nax/(n/2) (Nx+Nx)
Nx – indivíduos
O processo mais simples que existe para medirmos o nível da mortalidade geral consiste em dividir o total de óbitos
observados num determinado período pela população média.
A taxa bruta de mortalidade é um instrumento muito grosseiro, que analisa de forma pouco precisa as variações entre
modelos de mortalidade e estruturas demográficas.
As taxas brutas são muito sensíveis aos efeitos da estrutura. Basta as proporções da população serem diferentes nos
grupos em que a mortalidade é mais intensa para termos importantes efeitos de estrutura que nos impossibilitam a
comparação entre países, regiões ou épocas.
A validade de uma análise feita através das taxas brutas é tanto menor quanto mais diversificadas forem as estruturas
das regiões ou épocas que se querem comparar. A validade aumenta com a homogeneização das estruturas
populacionais.
Calcular em quadro o Tx e o Px permite distinguir os valores gerais da população dentro dos grupos e em proporção.
Estandardização directa:
Ex.: escolher como população-tipo a de 1950: Método da pop- tipo Método da pop- tipo
1950 1990
TBM (1950) = ∑ px (1950) tx (1950) Tx Px Px.T Tx Px Px.T
(1990) (1950) x (1950) (1990) x
TBM (1990) = ∑ px (1950) tx (1990) 15,8
10.43 1 6.39 12,19 1 3
TBM (1950)= (6.39-12.19) / 12.19*100 = -47.6
Estandardização – diferencia os efeitos das
Escolher como população-tipo a de 1990:
estruturas dos efeitos do fenómeno.
TBM (1950) = ∑ px (1990) tx (1950)
Estandardização directa: toma como modelo
TBM (1990) = ∑ px (1990) tx (1990) a estrutura populacional (px)
A tábua de mortalidade, de vida ou de sobrevivência é um modelo tabular de análise demográfica que sintetiza um
conjunto de funções básicas que permitem analisar, numa determinada população, o fenómeno da longevidade e
efectuar juízos probabilísticos sobre a evolução da mortalidade.
A tábua de mortalidade contemporânea assenta na análise de uma geração fictícia que é sujeita às condições de
mortalidade observadas num determinado momento.
1 - Idade ( x a x +1) - Intervalo entre duas idades exactas. Em termos discretos, um indivíduo com “idade x ” tem uma
idade exacta (ou idade após o último aniversário) no intervalo [x, x +1).
Tratando-se de tábuas abreviadas, as idades são apresentadas nos terminais das idades exactas (0, 1, 5, 10, 15,
20…)
3 - Quociente de mortalidade (nqx) que é equivalente à probabilidade de morrer entre a idade (exacta) x e a idade
(exacta) x + n:
se n=1 qx=(2*mx)/(2+mx) 1q
0 K´ K´´
20
1q0 é a taxa de mortalidade infantil 1q0=ób. ‹ 1 ano / (K´´ * l0+K´ * l1) 0 0,6 0,4
15
N0 = óbitos do ano 0 (ano anterior) 0 0,67 0,33
10
N1 = óbitos do ano 1 (ano em análise) 0 0,75 0,25
K´e K´´ = valores constantes da tabela 50 0,8 0,2
25 0,85 0,15
15 0,95 0,05
5 - Sobreviventes em cada idade exacta x (nl x+n) – Para tornar possíveis as comparações temporais e espaciais, aplica-
se a um mesmo efectivo à nascença - 100000.
lx+n = lx * npx
6 - Óbitos em cada idade ( ndx ) – distribuição dos óbitos por idades exactas..
nLx = (lx+lx+n)(n/2)
-Casos Particulares Como nos primeiros anos de vida não se verifica a linearidade da função de sobrevivência, obtém-
se uma aproximação mais exacta através das seguintes fórmulas:
1L0=(K´´ * l0) + (K´* l1) e 4L1= 4*K´´*l1+4*K´*l5
Lk+=Tk+ ou Lk+=lk+/mk+
1º grupo de idades:
P0=(1L0+4L1)/500000
2º grupo de idades:
5P0=5L5/(1L0+4L1)
9 - Anos completos após a idade x ( Tx ) - Total de anos completos vividos pela coorte após a idade x .
Tx = ∑ nLx
nex = Tx / nlx
Quando x = 0, temos a esperança de vida à nascença, ou seja, o número total de anos que as pessoas, em média, esperam
viver (calendário) e que é:
E0 = T0 / l0
Exercício diagrama de Lexis
Localização em linhas:
Perguntas: Respostas:
Localizar 500 indivíduos de 3 anos completos ao 01-01-
1998
Geração de 1994.
A que geração pertencem estes indivíduos?
Localização em espaços:
Localizar:
Durante o ano de 1993, morreram 180 indivíduos com 2 anos completos:
Na geração de 1995, morreram 210 indivíduos com 3 anos completos
Representação no diagrama: