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1. Noção
É um ato processual que o demandado apresenta sua versão ou se opõe a lide.
Onde o demandado apresenta sua versão sobre os fatos da causa.
2. Princípios Informadores
a) Da Impugnação Específica:
Toda afirmação do autor, deve ser impugnada, sob pena de ser reputado como
verdade, ou seja, de serem considerados incontroversos, sem a necessidade de
ser provados.
b) Da Eventualidade
Toda matéria defensiva deve ser apresentada na contestação, sob pena de
preclusão.
Todos os argumentos possíveis dever ser opostos de imediato.
Os argumentos defensivos não podem ser conflitantes entre si.
Deve-se primar pela logicidade da defesa.
3. Forma
A regra é que seja escrita, apesar de ser admitida a oral em audiência.
Não existe prorrogação de prazo na forma oral.
4. Matérias alegáveis: Prejudiciais Meritórias
4.1. Prescrição
Consiste a prescrição na perda da pretensão ao direito, em virtude da inércia de seu
titular no decorrer de certo período.
Havendo lesão, o prazo é prescricional. Tratando-se de faculdade, o prazo é
decadencial.
O reconhecimento da prescrição gera efeitos processuais, isto é, a sua
operacionalização. Entretanto, trata-se de direito material.
Consuma-se a prescrição com o decurso do prazo previsto em lei, sendo regulada pela
lei em vigor no momento dessa consumação.
A prescrição é fato extintivo do direito do autor, podendo ser conhecida de ofício pelo
juiz.
A prescrição pode ser total ou parcial.
A citação válida interrompe a prescrição (art. 219 do CPC). Entretanto, no processo do
trabalho não há despacho determinado a citação, que é feita automaticamente pela
secretaria da Vara. Assim, entende-se que a propositura da ação interrompe a
prescrição, independentemente do tempo que se leva para se proceder à citação.
A interrupção da prescrição retroagirá à data da propositura da ação (art. 219, CPC).
PRESCRIÇÃO NO CÓDIGO CIVIL
Art. 189. Violado o direito, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue, pela
prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
Art. 190. A exceção prescreve no mesmo prazo em que a pretensão.
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita,
sem prejuízo de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se
presume de fatos do interessado, incompatíveis com a prescrição.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem
aproveita.
Art. 194. O juiz não pode suprir, de ofício, a alegação de prescrição, salvo se favorecer a
absolutamente incapaz. (Revogado pela Lei nº 11.280, de 2006)
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus
assistentes ou representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem
oportunamente.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
4.2. Decadência
A decadência consiste na perda do próprio direito, em razão de este não ter sido
exercitado no prazo legal.
Pode ser também conhecida de ofício, quando estabelecida em lei.
A decadência deve ser alegada como preliminar de mérito na defesa, extinguindo-se o
processo sem julgamento de mérito, caso em acolhida (art. 269, IV, do CPC).
A decadência, ao contrário da prescrição, não se interrompe e nem se suspende, salva
disposição legal em contrário.
DECADÊNCIA NO CÓDIGO CIVIL
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que
impedem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Art. 209. É nula a renúncia à decadência fixada em lei.
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em
qualquer grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
4.3. Direito de Retenção
Seria genericamente a compensação utilizando-se de uma coisa.
Constitui direito de defesa do réu a retenção. Só pode também ser alegada com a defesa
(Art. 767, CLT).
Requisitos:
a) Ser retentor credor;
b) Deter o credor legitimamente a coisa;
c) Haja relação de conexidade entre crédito e a coisa retida;
d) Na existir nenhum impedimento legal ou convencional para seu exercício.
e) Não pode o credor dispor nem usar a coisa, somente guardar.
Exemplo: o trabalhador que retém mostruário de vendas ou ferramentas do empregador,
porque este lhe deve dinheiro, decorrente da relação de trabalho.
4.4. Compensação
A compensação é uma forma indireta da extinção das obrigações no Direito Civil.
Requisitos para a compensação:
a) Reciprocidade de dívidas;
b) Dívidas líquidas e certas;
c) Dívidas vencidas;
d) Dívidas homogêneas.
A compensação no processo do trabalho só pode ser argüida como matéria de defesa.
Não poderá ser alegada nas razões finais ou em recurso.
No processo do trabalho, as dívidas que se pretendam compensar só poderão ser de
natureza trabalhista, ou seja, somente se compensa dívida trabalhista com outra dívida
trabalhista.
Art. 767 da CLT - A compensação, ou retenção, só poderá ser argüida como matéria de
defesa.
Súmula 18 do TST: A compensação, na Justiça do Trabalho, está restrita a dívidas de
natureza trabalhista.
Súmula 48 do TST: A compensação só poderá ser argüida com a contestação.
5. Matéria Alegável: Preliminares
Compete ao réu, na contestação, porém, antes de discutir o mérito, alegar (art. 301, CPC):
Inexistência ou nulidade da citação;
Incompetência absoluta;
Inépcia da petição inicial;
Perempção;
Litispendência;
Coisa julgada;
Conexão;
Incapacidade da parte, defeito de representação ou falta de autorização;
Convenção de arbitragem;
Carência de ação;
Falta de caução ou de outra prestação, que a lei exige como preliminar.
Defesas processuais
Discute-se o direito de ação e a viabilidade do processo.
Só não se aplica a perempção, uma vez que a CLT traz uma perempção específica
(doutrina majoritária).
- Para o prof. Hamilton Vieira, a perempção do CPC também se aplica ao processo do
trabalho, já que na ótica do mesma, a CLT só cria uma plus, ou seja, mais um tipo de
perempção.
6. Defesa de Mérito
Após as preliminares, incumbe ao réu manifestar-se sobre o mérito da questão.
A defesa poderá envolver apenas matéria de fato ou de direito, mas também matéria de
fato e o direito ao mesmo tempo.
Não se admite que na defesa a empresa conteste através de negativa geral.
Poderá se alegar na defesa de métiro:
a) a negativa dos fatos narrados na inicial;
b) o reconhecimento dos fatos alegados;
c) a admissão dos fatos narrados na petição inicial, mas oposição de sua
conseqüências.
O réu pode opor fato modificativo, extintivo ou impeditivo do direito autor, cabendo-lhe
provar o mesmo.
O réu deverá impugnar ponto a ponto dos fatos articulados na inicial, contestando-os todos
Não sendo impugnados os fatos alegados na inicial, presumem-se verdadeiros (art. 302 do
CPC).
A contestação deve ser apresentada em audiência, tornando-se impossível a
apresentação da mesma fora desse prazo ou de uma segunda contestação, a não ser se a
outra parte permitir.
O autor não poderá desistir da ação após a apresentação da contestação (§ 4º do art. 267
do CPC), salvo se houver a concordância do réu, pois houve a formação da litis
contestatio.
Depois da contestação, somente é lítico realizar novas alegações quando:
a) relativas a direito superveniente;
b) competir ao juiz conhecer delas de oficio (matérias de ordem pública);
c) por expressa permissão legal, haja a possibilidade de sua formulação em qualquer
tempo e juízo. Ex: Incompetência Absoluta ou Incidente de Falsidade.