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Ética na Administração Pública

Curso de Capacitação para Licitações e Gestão de Contratos de Serviços

PROGRAMA DE GOVERNO

- Como o curso de Capacitação para Licitações e Gestão de Contratos de Serviços se


enquadra dentro do Programa de Governo;

- O Programa apresentado pelos candidatos Mário Covas e Geraldo Alckmin em 94


propunha a implantação de três revoluções na administração pública do Estado:

-Revolução Moral: “nosso primeiro compromisso é com a revolução moral das práticas
de governo”

-Revolução Administrativa: “São Paulo precisa de uma gestão moderna que Incorpore
os avanços da tecnologia da informação e da gerência empresarial”

-Revolução da Produtividade: “chega de desperdício com o dinheiro do contribuinte.


O recurso público arrecadado com impostos precisa voltar as suas origens, através de
políticas sociais”

- Foi com base nestas propostas que a população de São Paulo elegeu Mário Covas e
Geraldo Alckmin em 94 e os reelegeu em 98;

- Como estas propostas de programa do governo foram implementadas e como afetaram


o nosso dia a dia de trabalho;

- Logo nos primeiros dias de governo todo os gestores do chamado primeiro escalão
(governador – secretários – dirigentes de órgãos) se defrontaram com a total
inexistência de informações gerenciais para que pudessem governar;

- Foi então criado, por determinação do Governador, o Sistema Estratégico de


Informações – rede que interliga todos os dirigentes da administração pública. A seguir
o governador e secretários demandaram uma série de “sistemas de informações” para
que pudessem conhecer a realidade, tomar as decisões, controlar e monitorar as ações
implementadas – hoje temos cerca de 50 aplicativos implantados;

- O Sistema Estratégico de Informações dava início ao que hoje chamamos de “governo


eletrônico – disponibilizando informações on line para todo os integrantes da rede, que
hoje interliga mais de 13.000 dirigentes/servidores que são responsáveis pelo
funcionamento da administração pública;

- A Secretaria da Fazenda iniciava também na ocasião o seu projeto de modernização


implantando o SIAFEM – Sistema de Administração Financeira de Estados e
Municípios. - a GIA/GARE – guias eletrônicas para arrecadação de impostos – Posto
Fiscal Eletrônico – e recentemente a Bolsa Eletrônica de Compras;

- Devido a péssima situação financeira encontrada, o então Governador Mário Covas


determinou o chamado “ajuste fiscal” em resumo o Estado tinha que eliminar o déficit
público existente - no primeiro ano era de 26,7% e ZERO dois anos depois – e desde
então só pode-se gastar o que receber;

- Um dos itens do ajuste feito foi relativo ao chamado “contratos com serviços
terceirizados” , na ocasião, o gasto com serviços de terceiros atingia cerca de R$ 140
milhões/mês;

- Iniciou-se então o cadastramento e o acompanhamento de todos os contratos que os


órgãos públicos tinham com terceiros – as informações de todos os cerca de 6.000
contratos existentes foram devidamente organizadas, utilizando-se, meios eletrônicos –
ou seja, tecnologia de informação – as informações consolidadas tem um caráter
gerencial – foram colocadas à disposição dos gestores públicos – não como mera
informação, mas como instrumento gerencial - iniciou-se um processo permanente de
gestão dos gastos mensais com terceiros e preços unitários praticados;

- Mas para implementar as propostas do Programa de Governo era necessário avançar


mais – foram então criados Grupos de Trabalho, compostos por servidores públicos e
apoiados por órgãos especializados em custos e pesquisas da FIPE/USP – que
estudaram a fundo como devem ser prestados os principais serviços, quais as obrigações
das partes, como calcular, não o menor custo mais sim o justo valor pelo serviço a ser
prestado;

- Todos estas informações e estudos foram, desde o início, colocados à disposição e


conhecimento para todos os envolvidos – servidores, gestores de contratos, dirigentes
dos órgãos públicos, fornecedores e órgãos de controle do Estado como Tribunal de
Contas, Ministério Público, Corregedoria, Auditorias etc. – há muito tempo estão
disponíveis na Internet com livre acesso para toda a sociedade;

- O acompanhamento destes contratos, dos estudos, dos preços praticados da forma de


contratação sempre foi preocupação e permanente cobrança do dirigente maior do
Estado – o Sr. Governador – que se envolveu pessoalmente no combate às situações,
diríamos estranhas – levantadas nos primeiros meses de cadastramento dos contratos –
quando para mesmos tipos de serviços verificavam-se variações de preços de 1 para 10,
formas totalmente diferentes de contratações, clausulas contratuais absurdas etc..

- O atual Governador – Geraldo Alckmin – demonstra o mesmo interesse e já


determinou o chamado “ajuste fino”, ou seja, a manutenção e ampliação dos controles
de todos os gastos públicos;

- No período de jan/95 a jan/2001 este sistema de gerenciamento de contratos com


terceiros gerou uma economia de R$ 4,4 bilhões;

- Mas para possibilitar uma boa gestão não basta ter sistema/informações gerenciais é
essencial a existência de servidores devidamente qualificados e é com este objetivo – de
capacitação que o Governo por meio da SGGE e Fundap continuam realizando este
curso – que tem mais de 400 servidores inscritos – e que brevemente estará também na
Internet como um módulo de ensino à distância;

- O sucesso deste trabalho pode ser medido pelo interesse que outros órgãos públicos e
privados tem demonstrado – vários Estados já assinaram termos de cooperação com o
Governo de São Paulo e implantaram este sistema: Bahia, Ceará, Pará, Pernambuco,
entre outros;

ÉTICA NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


- Quanto a ética – pode ser afirmar que na linguagem coloquial ÉTICA se confunde
com MORAL como igualmente na linguagem coloquial POLÍTICA se confunde com
PRÁTICA POLÍTICA;

- A ética está normalmente, sempre relacionada ao ser humano – e como tal ética é uma
expectativa de conduta que temos em relação a terceiros e que os terceiros têm em
relação a nós;

- Transpondo para política ou para prática política, Ética pode-se confundir com as
exigências que cada um de nós faz em relação à conduta dos políticos – o que reflete a
conveniência de transpor para a política, que é um exercício público, conceitos e
condutas privadas que tem a ver com a vida particular;

- E aí o cuidado é não transformar a ética – isto é, a impugnação aos políticos


desonestos, num moralismo que tende a transformar a atividade política em uma mera
extensão de atividades pessoais. Isso é um grande risco;

- A preocupação de correlacionar ética e política cresce de importância a cada dia e hoje


esta questão é uma questão popular. Todos falam e opinam a respeito;

- Esta situação decorre de um fato muito objetivo: é que as decisões políticas tem efeitos
extensivos a todos nós. Isto coloca as relações entre ética e o direito. E, normalmente,
colocam as relações entre a ética e a administração;

- Administração, Governo e Estado, categorias simplificadas que acabam caracterizando


de maneira geral, o Poder Executivo - embora no Estado Brasileiro exista a divisão
institucional dos três poderes: - Governo então é o Executivo, deixando a parte o
Judiciário e o Legislativo;

- Hoje pode-se dizer que não haveria Estado sem Governo e é impossível admitir
Governo sem Administração;

- E o que é Administração se não um sistema que inclui normas e pessoas cujo objetivo
é tomar decisões;

- O pressuposto dessas decisões, cuja origem é a vontade de pessoas, provocada ou de


ofício, obedecidos os marcos legais, é servir a população, atendendo, sempre que
possível, suas demandas;
- É visível, portanto, o comprometimento desse sistema de tomadas de decisões com os
valores éticos aceitos pela sociedade por um lado e contido nas leis que decorrem da
sociedade representada no Poder legislativo. Trata-se, portanto, da democracia
representativa e do Estado de direito;

- As decisões tomadas no âmbito da administração pública supõe restrições legais mais


apertadas do que aquelas previstas para a administração privada. O caráter institucional,
o extenso sistema de controle e o cuidadoso processo de prestação e tomada de contas
do Governo comprovam essa afirmação;

- Isso não quer dizer que o administrador público nos vários níveis de tomada de
decisão abdique da sua história e experiência de vida, da sua formação profissional e da
sua ética pessoal. Contudo o processo decisório no ambiente público é extremamente
monitorado e/ou tutelado pelos cuidados jurídicos que cercam desde as grandes decisões
àquelas aparentemente sem importância;

- O grande cuidado, portanto, na tomada de decisões no ambiente público é transformar


a norma num valor per se e eleger indicadores como realidades infalíveis e acreditar nas
equações puramente racionais e objetivas. Uma situação deste tipo, que muita gente
deseja, transformaria o ser humano em mero objeto de decisões numa espécie de radical
neutro;

- O compromisso ético do decisor na administração pública, importa reconhecer que ele


tenha seu próprio estilo, sua própria visão do mundo, mas igualmente que ele seja
subserviente aos marcos legais. O desejável justo equilíbrio entre esse dois valores é
muito difícil de alcançar;

- O cotidiano na administração pública é um tormentoso conjunto de pequenas decisões


que acabam compondo um grande conjunto que leva ao cumprimento das políticas
públicas formuladas na esfera política do Governo;

- Creio que não é possível estabelecer malhas de controle tão eficazes que nos levam a
afirmar, a apostar na probidade permanente dessas decisões. No entanto, há de uma
forma geral uma enorme decepção quanto a sua plena eficácia;

- O Governo de São Paulo instalado em 1995 tem nas palavras do Governador Covas
alguma coisa verdadeira e valiosa:

“Asseguro, sem vacilação, que é possível conciliar política e ética, política e honra,
política e mudança.”

“Quero deixar o Estado de São Paulo saneado. Não quero deixar o Estado como eu
encontrei. Político não é tudo igual, não. Eu não sou melhor que ninguém; mas
muitos são piores que eu.”

- As revoluções – Moral – Administrativa – Produtividade – propostas no Programa de


Governo foram sendo colocadas em prática desde o início desta Administração;

- Um dos primeiros decretos do Governador Covas foi reconstruir a Corregedoria Geral


da Administração, transformando-a num rigoroso controle interno;
- A intensa utilização dos recursos de informática e da Tecnologia da Informação
possibilitaram a transformação dos controles internos existentes – que eram apenas
formais e funcionavam muito mais como uma contabilidade pública para registro de
atos praticados – em sistemas informatizados que são capazes de armazenar uma
infinidade de informações - que são alimentados permanentemente, em tempo real, no
momento em que se realizam os atos, o que permite acompanhar e controlar
praticamente todas as ações e decisões do setor público;

- Transformando em realidade a transparência como valor moral e os recursos de


Tecnologia de Informação como método de controle;

- Tem-se então, como conseqüência, a busca contínua pela universalização do acesso à


informação e serviços públicos – a transparência de suas ações e a modernização de
toda Administração Pública – do Governo – do Estado;

- Todas as ações, todas as decisões, todas as informações e grande maioria dos serviços
estão sendo continuamente disponibilizados no portal do Governo na Internet – para
toda sociedade – que poderá então conhecer – entender – analisar – julgar a
Administração, O Governo que elegeu e verificar se o mesmo tem uma conduta ética
que atinja suas expectativas;

- Para encerrar, gostaria de destacar o que é hoje um consenso na sociedade, um dos


maiores exemplos de vida – de conduta ética e moral – que foi o Governador Mário
Covas – e que sem dúvida, é o nosso maior exemplo a ser seguido e que deve orientar
nossas ações e atitudes como servidores públicos.

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