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Prof.Msc.

Claiton Moro Franchi – Fundamentos de Eletrotécnica

1. CARGA ELÉTRICA

Um corpo pode se apresentar eletrizado com carga negativa ou positiva, assim como pode ser eletricamente
neutro. Diz-se que um corpo é neutro quando a quantidade de cargas positivas é igual à quantidade de cargas
negativas, ou seja, quando o número de prótons é igual ao número de elétrons.
Se um corpo apresenta falta de elétrons, isso significa que ele está eletrizado com carga positiva. Se, ao
contrário, apresenta excesso de elétrons, significa que ele está eletrizado com carga negativa.

Falamos de falta ou excesso apenas de elétrons, porque são essas partículas que, pelo fato de se encontrarem
externamente aos átomos, podem eventualmente ficar livres. Os prótons, partículas de cargas positivas, estando no
núcleo, participam de fenômenos elementares de eletricidade, mas sem apresentar mobilidade.

A Eletrostática preocupa-se com o estudo das propriedades elétricas dos corpos eletrizados e com as cargas em
repouso.

O Coulomb

Toda material possui uma carga energética originada pela energia das partículas elementares, ou seja os prótons
e elétrons, esta quantidade de energia ou carga elétrica pode estar equilibrada ou desequilibrada.
Ela está equilibrada quando possui o mesmo número de prótons ou elétrons, quando isto não ocorre dissemos
que a matéria possui um desequilíbrio energético ou está carregado, observe que este termo é utilizado tanto para
corpos carregados com carga positiva, ou seja, excesso de prótons em sua estrutura, como para quando ele está
carregado com carga negativa, isto quer disser, que o corpo possui elétrons excedentes.
Para representar a carga energética de um corpo utilizamos a letra Q, e para indicarmos que o corpo está
carregado positivamente ou negativamente adicionamos um sinal correspondente a positivo ( + ) e a negativo ( - ),
assim as representações ficam +Q ou -Q, para cargas positiva ou negativas.
A diferença de carga pode ser medida e sua unidade é o Coulomb representado pela letra C, por exemplo, os
elétrons ou os prótons possuem uma carga elétrica equivalente a -0,16 x 10-18C ou +0,16x10-18C respectivamente,
então para sabermos a carga de uma corpo basta contarmos qual o número de elétrons ou prótons excedentes que
+18
saberemos quantos Coulomb este determinado corpo possui, assim fica fácil notar que 6,25x10 eqüivale a 1 (um )
Coulomb.

1 Coulomb = 6,25x1018 elétrons ou prótons

Exemplo
1. Uma barra metálica possui um desequilíbrio energético devido a falta de 2 milhões de elétrons, calcule
qual a carga elétrica existente neste corpo e qual sua respectiva polaridade.
Dados: 2 000 000 prótons Conhecido: 1 C = 6,25x1018 prótons
Fazendo uma simples regra de três temos:
1C = 6,25x1018 prótons logo; a carga existente no corpo é igual a 0,32.10-12 C.
6
xC = 2,0x10 prótons

CESUMAR
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2. DIFERENÇA DE POTENCIAL

Podemos em muitas situações comparar os fenômenos da eletricidade com os fenômenos da mecânica física,
pois foi devido a ela que se foram tiradas muitas conclusões ou teorias sobre os circuitos elétricos para começarmos
a falar sobre diferença de potencial elétrica vamos inicialmente fazer uma analogia com a mecânica clássica.
Imagine dois reservatórios de água localizados em diferentes níveis.

O que aconteceria se fizéssemos um buraco no fundo do reservatório de cima (1) e colocássemos um cano
ligando-o ao reservatório de baixo (2)?
É claro que toda a água se deslocaria naturalmente para o reservatório (2) e que, nesse deslocamento, sua
energia potencial iria diminuir.

Suponha agora que você queira que o escoamento de água continue. Para isso , é necessário que a água que se
acha no reservatório (2) retorne ao reservatório (1). Mas este retorno não ocorre espontaneamente, e sim mediante
o recebimento de energia por parte da água.
Com auxílio de um balde, você pode fornecer essa energia, pegando a água do reservatório de baixo e
colocando-a no reservatório de cima. Devido a seu esforço muscular, a energia que você despende é recebida pela
água sob forma de energia potencial.

Dessa forma, o escoamento se mantém.


É evidente que poderíamos obter um resultado melhor se usássemos uma bomba hidráulica de recalque.

Observe que a água que está embaixo é a mesma que vai chegar em cima. No entanto, devido às posições
diferentes, em cima a água tem energia potencial maior do que embaixo. No esquema, indicamos este fato com os
sinais (+) e (-).
Continuando, você poderia indagar: Mas, a bomba não precisa receber energia para recalcar a água de (2) para
(1)?

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Sem dúvida. E essa energia a bomba poderia receber ou de alguém que realiza um esforço muscular ou de um
motor elétrico:

Continuemos apenas com o motor.


E o motor trabalha de graça?
Não. O motor, para funcionar, também precisa receber energia: a energia elétrica. Pela prática, você sabe que o
motor é ligado na tomada para receber essa energia. Esta operação (ligar na tomada) se faz para que passe um
corrente elétrica pelo motor. Portanto, concluímos:
A corrente elétrica é que traz energia para o funcionamento do motor.

Mas, se o motor consome energia, então a corrente elétrica, ao sair dele, tem menos energia do que ao entrar.
No esquema acima, também indicamos este fato com os sinais (+) e (-).
Consequentemente deve existir um aparelho que reponha a energia que a corrente fornece ao motor, para que
ela possa continuar circulando.

O dispositivo capaz de fornecer energia à corrente elétrica chama-se gerador.

O terminal do gerador por onde a corrente chega com menos energia é chamado de pólo (ou borne) negativo e o
terminal por onde a corrente sai com mais energia é o pólo (ou borne) positivo.

Símbolo do gerador:

Mas, se o gerador fornece energia às carga elétricas que o atravessam (corrente elétrica), ao mesmo tempo
também está recebendo energia. Como um gerador recebe esta energia não nos interessa por enquanto, mas
podemos dar um exemplo:

CESUMAR
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Um dínamo de bicicleta, por exemplo, é um gerador que recebe energia do ciclista ao pedalar. Essa energia é
parcialmente fornecida à corrente elétrica que acende a lâmpada.

O gerador alimenta o circuito.

Mas, por que os elétrons começam a se locomover ordenadamente, constituindo corrente elétrica?
Para compreender este fato, precisamos entender o significado de um dos pólos.
Já vimos que um átomo é neutro, isto é, tem carga total nula, pois nele o número de prótons é igual ao número de
elétrons. Se o átomo perde elétrons, fica ionizado com carga positiva (é um cátion), e se ganha elétrons fica ionizado
com carga negativa (é um ânion). O mesmo ocorre com todos os corpos.
Um corpo tem carga total zero, quando nele o número de cargas negativas é igual ao número de cargas
positivas. Se perde elétrons, esse corpo fica eletrizado com carga positiva e, se ganha elétrons, fica com carga
negativa.

Com os pólos de um gerador ocorre algo semelhante.

O pólo positivo (+) é um terminal em que há falta de elétrons, e o pólo negativo (-) é um terminal em que há excesso de
elétrons.

Isso ocorre porque dentro do gerador existe um processo físico ou químico que leva os elétrons do pólo
positivo ao pólo negativo. Devido a este processo surge um “desequilíbrio elétrico” entre os terminais de um gerador.
Tomemos como exemplo a pilha elétrica. Dentro deste gerador um processo químico (reação química) faz com
que os elétrons sejam obrigados a deixar o pólo positivo e se localizar no pólo negativo, criando assim um
desequilíbrio elétrico entre os pólos. Este desequilíbrio é responsável pela movimentação de cargas e, portanto, pela
corrente elétrica.

O “desequilíbrio elétrico” existente entre os pólos de um gerador pode ser avaliado por meio de um grandeza física,
indicada pela letra V, e que recebe o nome de diferença de potencial (ddp) ou tensão.

Voltímetro é o instrumento que serve par medir a diferença de potencial ou tensão. Sua unidade no Sistema
Internacional é volt (V).

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Símbolo do voltímetro:

Você vai compreender melhor se acompanhar atentamente o circuito abaixo.


Considere um lâmpada de lanterna ligada a uma pilha comum (V=1,5V), conforme o esquema:

Se os fios de ligação são metálicos, então existem neles elétrons livres com muita mobilidade.
Observe o que acontece no fio ligado ao pólo positivo (+) da pilha. Os elétrons livres desse fio são atraídos pelo
pólo positivo; esse fio fica com falta de elétrons e, portanto, se torna positivo. Mas, ao chegar ao pólo positivo, esses
elétrons são transportados para o negativo, pois o processo interno da pilha mantém esse desequilíbrio.
Esses elétrons, em grande número no pólo negativo, caminham no fio até chegarem à chave aberta. Aí param,
como automóveis numa estrada, diante de uma ponte elevadiça que se encontra aberta.

Portanto, não há corrente elétrica no circuito enquanto a chave estiver aberta, pois os elétrons não se
movimentam ordenadamente.
A carga positiva de um dado lado da chave é igual à carga negativa dos elétrons que saíram do lado positivo.
E se fecharmos a chave?
Os elétrons neutralizam o lado positivo da chave e são atraídos pelo pólo positivo do gerador.
Mas cada elétron que chega ao pólo positivo é levado pelo processo externo ao pólo negativo. Aí então é
obrigado a dar uma volta no circuito, pois o gerador mantém sempre um desequilíbrio elétrico entre os pólos, isto é,
mantém sempre uma diferença de potencial.

No circuito há movimento ordenado de elétrons. Pelo circuito está passando uma corrente elétrica.

CESUMAR

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