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1) Meteorização:
a. Física (mecânica) – Fragmentação
b. Química (alteração da composição química dos minerais)
Meteorização mecânica:
- Causas: actuação dos agentes de meteorização nas rochas
- Processos:
o Água nas diáclases causa a gelivação
o Temperatura: termoclastia (estalamento da rocha devido às
grandes diferenças térmicas)
o Descompressão das rochas magmáticas: planos de foliação,
esfoliação e disjunção esferoidal (granito) e colunar (basalto)
o Seres vivos: Plantas e suas raizes; animais escavadores
Meteorização química:
Alteração na composição química dos minerais já existentes na rocha e
aparecimento de novos minerais (minerais de neo-formação)
As principais reacções que provocam a meteorização química são:
- Hidrólise. Por exemplo, meteorização dos feldspatos (leva à formação
de argila). Lixiviação (através da acção da água das chuvas os minerais
são arrastados para camadas inferiores)
- Dissolução ou carbonatação. Dissoluções mais importantes:
carbonato de cálcio (calcite) e carbonato de magnésio (dolomite). Quanto
mais baixo for o pH da água, mais dissolvente é. Formações cársicas:
o Estalactites
o Estalagmites
o Grutas
o Algares
o Dolinas (depressão circular ou oval com secção afunilada)
o Campos de lapiás (ranhura mais ou menos profunda que a erosão,
a dissolução e o revestimento vegetal causaram numa rocha
calcária)
o Uvalas (conjunto de dolinas que se unem devido à erosão)
- Oxidação. Consiste na combinação do oxigénio atmosférico com um
elemento do mineral para constituir um óxido. A taxa de oxidação
aumenta com a temperatura (oxidação mais intensa nos climas quentes
e húmidos).
o Minerais ferro-magnesianos: Olivina, Angite, Piroxenas
o Óxidos de ferro (hematite) conferem cores avermelhadas ao solo
- Granito:
o Disjunção esferoidal
o Esfoliação (placas)
o Planos de foliação
o Arenização
- Basalto:
o Disjunção colunar
o Solos avermelhados (bagacina)
- Calcário:
o Dolinas
o Algares
Consequências da meteorização:
- escorregamentos (água; argila)
- solifluxão (escorregamento por derretimento do gelo, em ambientes
frios)
- creeping (por acção da gravidade; escorregamento muito lento)
- derrocadas / desabamentos
- detritos do talude (produtos acumulados na base da rocha que os
originou)
Meteorização e monumentos:
- Causas: Poluição atmosférica resultante dos escapes dos automóveis e
das indústrias (poluentes). Gases libertados: Dióxido de Carbono,
Monóxido de Carbono, Nitrogénio, Enxofre, etc.
- Consequências: chuvas ácidas, que reagem com as superfícies rochosas
dos monumentos.
2) Água
- Principal agente de meteorização, erosão, transporte e sedimentação.
- A circulação da água no planeta constitui o “ciclo hidrológico” – fonte de
energia: energia solar
- A distribuição da água na superfície terrestre é muito desigual
- Diferentes formas ou aspectos da água originam diferentes modelados
rochosos:
o Águas selvagens (torrentes)
o Rios
o Mares
o Glaciares
a) Águas selvagens:
- águas de escorrência superficial; resultam de fortes chuvadas e / ou
degelo
- escorrem sem direcção definida porque não têm um leito próprio
- a acção erosiva das águas selvages depende
o cobertura vegetal: quanto menor a vegetação, maior a acção
erosiva e transporte
o declive do terreno: quanto maior o declive, maior a acção erosiva e
transporte
o permeabilidade do terreno: quanto maior permeabilidade, maior
erosão
b) Rios
- curso de água com débito (caudal) permanente e com leito próprio
- são os principais agentes modeladores da superfície terrestre (no plano
da erosão, transporte e sedimentação)
Quanto maior a:
- largura, maior a descarga e menor a velocidade e declive
- profundidade, maior a descarga e menor a velocidade e declive
Sedimentação de aluviões:
- Bancos de areia: deposições de aluviões pouco vastas, ao longo do
leito do rio e resultantes de um abrandamento da velocidade.
- Deltas e estuários: a confluência de um rio com o mar ou lago faz-se
através de uma região ou área designada por embocadura, que pode ser
em forma de delta ou estuário.
o Deltas – intensa sedimentação (grande carga do rio e correntes
marítimas fracas para a transportar). O meio continental avanç no
meio marinho. Existência de várias ilhas. Tem forma de triângulo.
(ex: Rio Niger, Rio Nilo)
o Estuário – menor sedimentação (menor carga sedimentar e
correntes marítimas mais fortes, que removem os aluviões) Ex:
Tejo e Sado
- Planície aluvial – áreas vastas e planas, resultantes da deposição de
aluviões na sequência de inundações típicas de um rio no seu estado de
velhice (declives pouco acentuados)
- Deposições aluviais:
o Cabedelo ou restinga – prolongamento da faixa litoral através da
acumulação de sedimentos num cabo construído naturalmente, e
com uma extremidade livre (Cabedelo do Porto)
o Tômbolo – união de uma pequena ilha ao litoral continental através
da deposição de sedimentos de origem fluvio-marinha (Peniche)
o Half-delta – sistema lagunar no qual ocorre sedimentação de
origem fluvio-marinha; os cordões litorais possibilitam águas
calmas, nas quais se constituem ilhotas. (Ria Formosa de Aveiro)
o Cordões litorais – formados devido à sedimentação marinha litoral.
São acumulações de calhaus que constituem uma barreira natural
de alguns metros
o Praia em ponta – praia que apresenta uma zona mais avançada em
relação ao mar. Se encontrar uma ilha constitui um Tômbolo.
(Sines)
Evolução de um rio:
- Formação de meandros
- Formação de terraços fluviais
- Ciclo fluvial - fases: juventude, maturidade, velhice ou senilidade
Fase
Fase juventude Fase velhice
maturidade
Erosão/transport
+ +- -
e
Sedimentação - +- +
Declive + +- -
Irregularidades + +- -
Finos; Bancos de areia,
Aluviões Grosseiros Moderados deltas, planícies
aluviais
Divagantes ou
Encaixados ou divergentes, braços
Meandros
de vale mortos, lagos em
ferradura.
Vales Profundos Amplos
c) Mares
- acção geológica: transporte, erosão e sedimentação
- o mar actua de diferentes formas: ondas (rebentação), correntes
marítimas e marés
- orla costeira: falésias, escarpas, arribas
Consequências da rebentação:
- “Ripple marks” – estruturas sedimentares caracterizadas por formas
onduladas no topo dos estratos (com alguns centímetros) e resultantes
da ondulação marinha
- recuo da falésia – devido ao arrancamento de material diverso à falésia e
ao efeito abrasivo desse na zona litoral. O recuo depende da litologia da
falésia, da intensidade da rebentação e da estrutura dos sedimentos
transportados
d) Glaciares
- massa de gelo deslizante, num leito com forte declive, pela acção da
gravidade
- resulta da acumulação, compactação e cristalização do nevado (neve que
não funde), devido às contínuas e baixas temperaturas
Tipos de glaciares:
1) Alpino ou de Vale
2) Pirenaio, Suspenso ou de Circo
3) Polar ou Inlandesis
4) Fiorde
1) Alpino ou de Vale:
- Bacia de recepção ou acumulação do nevado;
- Língua glaciária que desliza por um vale, enquanto se mantiver no estado
sólido;
- Formação de vales glaciários (vales em U)
3) Polar ou Inlandesis:
- Calotes, que quando se fragmentam, junto ao oceano, originam icebergues
que se deslocam no oceano por influência das correntes marítimas e
ventos.
- Icebergues:
- Árticos – irregulares e pequenos
- Antárticos – tabulares e grandes
4) Fiorde:
- A língua glaciária causa erosão no vale glaciário até a uma cota inferior ao
nível das águas do mar;
- Devido ao aumento da temperatura global, o glaciar funde;
- O mar avança e ocupa o antigo vale glaciário, constituindo um braço de
mar – fiorde.
- Ex: Noruega, Gronelândia, Sul do Chile
a) Erosão:
A massa de gelo deslizante tem um grande efeito erosivo no leito glaciário
na medida em que as rochas, em contacto com o glaciar, ficam estriadas,
polidas e pulverizadas. Os sedimentos resultantes da acção abrasiva do
glaciar designam-se de moreias. Estas são transportadas pelo glaciar e
depositadas quando há degelo. Têm granulometria variada. São materiais
detríticos soltos.
3) Vento
Vento – massa de ar em movimento cuja fonte energética é o Sol.
2) Transporte:
Transporte eólico – é mais amplo e abrangente do que o fluvial porque não
está confinado a um leito.
Processos:
- suspensão
- saltação
- deslizamento
3) Sedimentação:
Quanto menor a
energia do meio Menor o Sedimentação
Menor a veloci- transporte
dade do vento
Obstáculo: a vegetação
a) Dunas litorais:
- o vento dominante sopra do lado do mar
- as dunas avançam para o interior se o vento persistir e não houver fixação
- as dunas litorais podem ser fixadas por vegetação e através de obstáculos
artificiais
b) Dunas desérticas:
- ocorrem em regiões áridas e semi-áridas
- factores importantes na deposição eólica desértica: velocidade e direcção
do vento e quantidade de areia disponível
b4) Longitudinais – são dunas com grande quantidade de areia e muito altas.
São paralelas em relação à direcção do vento predominante. A sua associação
origina grandes campos de areia – Ergs (ex: grande Erg da Argélia)
Acções destrutivas:
a) Seres litófagos (perfuram a rocha), ex: Fóladas, moluscos bivalves
b) Seres escavadores, ex: toupeiras, minhocas
c) Seres tubículas, ex: Poliquetas (escavam a rocha)
d) Plantas superiores: As raízes das plantas superiores aumentam de
espessura com o seu desenvolvimento e provocam o alargamento das
diáclases
e) Líquenes (alga + fungo): Meteorização essencialmente química nas
rochas onde se instalam.
Edafologia
Estuda a influência dos factores que condicionam a evolução de um
determinado solo
1) Formação do solo
1.1) Processos
a) Meteorização da rocha-mãe (resulta a componente mineral)
b) Instalação e ocupação dos seres vivos (resulta a componente orgânica)
c) Migração dos elementos solúveis e coloidais (iões e argilas,
respectivamente), que são removidos e acumulados pelo processo de
lixiviação (componente minaral)
1.2) Factores
a) Clima (temperatura e precipitação): temperaturas elevadas e
pluviosidade intensa criam boas condições para haver solos muito
espessos e evoluídos devido à intensa meteorização química. Rochas
diferentes perante condições climáticas semelhantes podem originar
solos idênticos; rochas iguais perante condições climáticas diferentes
podem originar solos diferentes.
b) Seres-vivos:
- Microrganismos, ou seja, decompositores com funções muito importantes,
provocam a formação de ácidos orgânicos e aceleram a meteorização
química (ex: bactérias e fungos)
- Macrorganismos: revolvem e misturam as componentes do solo (ex:
minhocas)
c) Rocha-mãe: é uma rocha sã ou inalterada; tem grande importância na
fase inicial da formação do solo; o tipo de rocha condiciona o tipo de
minerais e elementos químicos presentes no solo; o grau de resistência
da rocha-mãe condiciona a velocidade de formação do solo.
d) Tempo geológico: quanto mais tempo decorrer, maior será o processo de
alteração da rocha-mãe e mais evoluído será o solo.
e) Relevo: quanto maior for o declive, menor será a espessura dos solos e
maior será a erosão, devido à remoção pela escorrência superficial e
menor será a infiltração da água
3) Características
3.1) Físicas
a) Textura (Diagrama triangular): Relaciona-se com o tamanho e com a
percentagem de ocorrência das partículas minerais. Os solos podem ser
argilosos, limosos ou arenosos.
b) Estrutura: Forma como os constituintes do solo se dispõem e ordenam
(arranjo)
Argilas (-) + Ácidos húmicos (+) = complexo argilo-húmico
3.2) Químicas
a) Elementos minerais do solo:
- Elementos químicos nutritivos maiores (maior percentagem na terra): Azoto
(N), Potássio (K), Cálcio (Ca), Magnésio (Mg), Enxofre (S) e Ferro (Fe)
- Elementos químicos nutritivos menores (Oligoelementos): Zinco (Zn),
Alumínio (Al), Cobre (Cu), Manganésio (Mn)
Nota: estes elementos químicos são iões livres que se encontram em solução
na água, ou estão retidos nos complexos argilo-húmicos.
Horizontes do solo:
A – Eluvial ou de lixiviação
B – Iluvial ou de acumulação
C
R – Rocha-mãe (inalterada; sã)
Horizonte A:
- rico em húmus
- cor mais escura
- zona de fixação das raízes da maioria das plantas
- horizonte superficial
- dissolução e remoção de elementos químicos através da água de
infliltração e posterior acumulação nos horizontes inferiores
Horizonte B:
- pobre em húmus
- apresenta tonalidades avermelhadas quando há muita acumulação de
óxidos de ferro (hematite)
- só as raízes mais profundas conseguem fixar-se neste horizonte
- há concentração de variados óxidos, tais como óxidos de alumínio, ferro,
etc, acumulados após lixiviação do horizonte A
Horizonte C:
- não existe matéria orgânica (húmus)
- pode haver algumas argilas e areias
- presença de fragmentos rochosos resultantes da alteração da rocha-mãe
5) Tipos de solo
Critérios para a classificação dos solos:
- Tipo de clima que condicionou a formação do solo
- Tipo de vegetação que predomina e vive nesse solo
5.1) Pedalfer:
a) Elevada lixiviação e transporte de elementos solúveis para o
Horizonte B
b) Típico de zonas climáticas temperadas húmidas (mais de 630 mm
precipitação média anual)
c) Acumulação de óxidos de ferro no Horizonte B, o que lhe confere
tonalidades avermelhadas (no caso da rocha-mãe ser melanocrata
– escura)
d) Rica em minerais ferromagnesianos
e) Solos muito férteis
5.2) Pedocal:
a) Solo típico de regiões temperadas secas (áridas e semi-áridas)
b) Vegetação rasteira (estepe)
c) Acumulação de CaCO3 no Horizonte B e no Horizonte C, devido à
deposição nos espaços vazios na sequência da ascensão da água
por capilaridade e posterior evaporação
d) Se estas deposições endurecerem, formam-se crostas calcárias
designadas de “Caliches” ou “Kunkur”
e) Solos pouco férteis: pouco húmus e pouca argila
5.3) Laterites:
a) Solos típicos de climas tropicais (quentes e húmidos)
b) Intensa lixiviação e intensa meteorização química
c) Grande acumulação no Horizonte B de óxidos de ferro e alumínio
(respectivamente hematite e bauxite)
d) Tonalidade avermelhada no Horizonte B no caso de haver grande
concentração de óxidos de ferro
e) Vegetação densa
f) Reduzida fertilidade devido à enorme actividade bacteriana de
decomposição
g) Quando secos, estes solos ficam muito endurecidos
2) Hidrogeologia:
Ramo científico da geologia que estuda o armazenamento, a distribuição e a
circulação das águas subterrâneas e tem como objectivo conhecer:
- as suas propriedades físicas e químicas
- as relações entre as rochas e as águas subterrâneas
- as consequências da intervenção humana na quantidade e qualidade das
águas subterrâneas
Tipos de aquífero:
a) Aquitardo
b) Aquicluso
c) Aquífero cativo, confinado ou artesiano
d) Aquífero livre, não confinado ou toalha livre
a) Aquitardo:
- a formação rochosa armazena água, mas fornece com dificuldade
- pouca permeabilidade
- rochas constituintes: magmáticas ou plutónicas fissuradas; terrenos
argilosos
b) Aquicluso:
- há retenção de água, mas não há fornecimento
- pouca permeabilidade
- ex: um aquífero argiloso, porque os poros das argilas não são comunicantes
c) Aquífero cativo, confinado ou artesiano
- camada rochosa porosa e permeável entre camadas rochosas
impermeáveis
- zona de recarga lateral
- furo de captação:
o repuxante, quando o nível topográfico é inferior à cota do nível
freático
o artesiano, quando o nível topográfico é superior à cota do nível
freático; ocorre bombeamento da água
d) Aquífero livre, não confinado ou toalha livre
- zona de aeração contacta directamente com a atmosfera
- quando existem fendas nas rochas, a água brota naturalmente
Qualidade da água:
Condições para que uma água seja considerada potável (observação
macroscópica)
- incolor
- sem cheiro
- sem sabor
- sem deixar depósito
- sem alteração com o tempo
3) Recursos energéticos:
a) Carvões
São rochas:
- sedimentares – constituídas por restos de seres vivos, sobretudo vegetais,
que sofreram profunda alteração
- combustíveis – ardem perante uma chama, libertando energia calorífica
- fósseis – possuem restos de seres vivos (essencialmente plantas)
- carbonáceas
Génese de carvões:
1) Deposição e acumulação de detritos vegetais.
2) Incarbonização
b) Petróleo
- Rocha sedimentar combustível e fóssil, o petróleo pode ter um sentido mais
vasto, ou seja, misturas complexas de hidrocarbonetos sólidos, líquidos e
gasosos, ou um sentido mais restrito: hidrocarboneto líquido, rocha líquida,
combustível e fóssil
Hidrocarbonetos:
- Gasosos – metano, etano, propano, butano
- Sólidos – asfalto / alcatrão (resíduo), isolantes exteriores, fibras sintéticas, e
parafina
- Líquidos – petróleo e seus derivados: gasolina, gasóleo, óleo lubrificante,
óleo medicinal, queresone, fuelóleo, tintas. Petróleo bruto = nafta = crude
Os hidrocarbonetos naturais são, na sociedade industrial, a primeira fonte de
energia.
Génese do petróleo:
Teoria inorgânica (ultrapassada): energia dos vulcões + pressão e temperatura
= petróleo (C + H)
Retenção do petróleo:
- deve-se normalmente a alterações estruturais (dobras e falhas) ou a
condições estratigráficas especiais.
- é condicionada por:
o rocha de cobertura – se for muito porosa e permeável há migração
dos hidrocarbonetos, podendo atingir a superfície; se for
impermeável, os depósitos de hidrocarbonetos ficam protegidos das
oxidações
o armadilhas:
estruturais: falhas, dobras, domos salinos
estratigráficas (discordâncias): alteração na ordem normal de
deposição sedimentar; há uma série de camadas com diferente
orientação de outra série
d) Energia geotérmica
Geotermia: calor interno da Terra.
Causas: proximidade de magma e câmara magmáticas; calor original do
planeta; radioactividade (libertação de energia calorífica)
Nota: nas regiões vulcânicas, o grau está abaixo da média e o gradiente acima
da média.
c) Metamórficos:
c1) Metamorfismo de contacto – uma intrusão magmática liberta calor e
modifica as rochas encaixantes. A pressão e circulação de fluidos
também influencia as modificações na estrutura dos minerais. Formam-
se novas rochas e, consequentemente, novos minerais.
c2 ) Metassomatismo – troca iónica entre os minerais da intrusão
magmática e os minerais das rochas encaixantes. Ex: troca de ferro por
cálcio pode originar jazigos de magnetite.
Condições de fossilização:
- Inerentes ao meio:
o deposição e cobertura do ser com sedimentos finos e impermeáveis
o temperatura baixa
o reduzida humidade
o ambiente anaeróbio
- Inerentes ao ser vivo:
o existência de partes duras ricas em cálcio ou sílica
o esqueletos (endo e exo) – peças ósseas
o conchas e carapaças
Processos de fossilização:
- conservação total (ex: mamute no gelo, insecto em âmbar) ou parcial
(peças ósseas)
- mineralização – águas muito mineralizadas contactam com o material
orgânico; substituição gradual da matéria orgânica pela matéria mineral,
partícula a partícula. O aspecto externo das peças fossilizadas mantém-se.
Ex: troncos fossilizados.
- incrustação – quando há alterações a nível de temperatura, pressão, teor
em CO2, pH, pode ocorrer a precipitação de CaCO3 (carbonato de cálcio),
formando-se uma fina película calcária que envolve e cimenta os restos
orgânicos. Ex: calcário conquífero.
- moldagem:
o molde interno e externo – impressões das partes endurecidas nas
camadas sedimentares. No molde interno há o preenchimento da
cavidade oca de certos seres com sedimentos
o contramolde interno e externo – réplicas mineralizadas do molde.
Conservam o seu formato e aspecto. Constituem-se na sequência da
substituição gradual do material orgânico fossilizado por material
mineral.
- incarbonização – processo que está na origem dos carvões:
o decomposição anaeróbia do material vegetal
o enriquecimento em carbono e perda de voláteis
o alteração dos restos orgânicos de origem vegetal
- marcas ou impressões – passagem de um animal sobre camadas
sedimentares, as quais registam essa passagem com pegadas ou pistas (no
caso dos animais rastejantes). Conjunto de pegadas = trilhos. Também é
uma marca a impressão das folhas em sedimentos.
Tipos de fósseis:
- Fósseis de idade / estratificados / característicos
o têm valor geocronológico pois viveram durante um determinado
intervalo de tempo (têm curta longevidade; são aplicados na datação
relativa)
o distribuição vertical curta
o grande distribuição geográfica ou horizontal
o evolução biológica rápida
o ex: amonites (Jurássico - Cretácico); trilobites (Câmbrico – Pérmico)
- Fósseis de fácies (fácies – conjunto de características litológicas e
paleontológicas que existem nas camadas sedimentares, onde se
encontram os fósseis):
o não têm valor geocronológico
o caracterizam os ambientes de sedimentação em que se constituiram
as camadas sedimentares
o longa distribuição estratigráfica ou vertical
o curta distribuição geográfica ou horizontal (seres de ambientes
específicos)
o evolução biológica lenta
o ex: braquiópodes, corais, nautilídeos
- Fósseis vivos:
o seres com reduzido número de representantes na actualidade
o conservam praticamente o mesmo aspecto morfológico daquele que
possuíam há muitos milhões de anos
o ex: náutilos (moluscos com concha)
Princípios estratigráficos:
a) da sobreposição
b) da continuidade
c) do actualismo / uniformitarismo
d) da identidade paleontológica
e) da horizontalidade original
f) da relação intrusão – fractura
g) da inclusão
3) Escala estratigráfica
Calendário geológico:
mamíferos dominantes
idade dos répteis(SECUNDÁRIA)MESOZÓICA idade dos mamíferosCENOZÓICA
-
Quaternário
2 - espécie humana
- diversificação dos mamíferos e
aves (radiação adaptativa)
- grandes alterações climáticas
Terciário
65
- extinção em massa
Cretácico - aparecimento das
130 angiospérmicas
- apogeu dos dinossauros
Jurássico - primeiras aves e mamíferos
205 - desenvolvimento das coníferas
- fracturação da Pangeia
- aparecimento dos dinossauros
Triássico
250
- extinção em massa
Pérmico
290 - extinção das Trilobites
Carbónico 360 - génese dos carvões (bacias
carboníferas)
- primeiros répteis
predomínio dos peixes
Câmbrico
570
PROTE- PRÉ- - inexistência de fósseis
Proterozóico
ROZÓICO CÂMBRI 2600 - rochas erodiram-se
CO - a atmosfera torna-se oxidante
- os seres unicelulares
Arcaico
desenvolvem-se para seres
4600 pluricelulares
Éon Fanerozóico:
- maior biodiversidade (maior nº de espécies diferentes)
- aumento populacional
- aparecimento de esqueleto
- aumento do tamanho dos seres
- rochas mais jovens, menos erodidas, com melhores condições para a
fossilização
Hominídeos (família):
- Australopithecus
- Homo
a) Magnetismo terrestre:
- Paleomagnetismo – a orientação dos campos magnéticos existentes na
história da Terra fica registado de forma permanente nas rochas com
minerais com ferro, que, perante o campo magnético terrestre, adquirem
uma orientação magnética paralela à orientação do campo magnético
desse momento, no momento da formação da rocha. A magnetização dos
minerais de ferro pode indicar a direcção e intensidade do campo
magnético e a latitude e origem da rocha
o rochas com polaridade normal: rochas cuja formação ocorreu numa
época em que o campo magnético era nomal, ou seja, idêntico ao
actual
o rochas com polaridade inversa – magnetizaram-se quando o campo
magnético estava orientado de forma oposta à actual
b) Sismologia (falhas e dobras: ver “Deformações na crosta terrestre”)
c) Expansão dos fundos oceânicos – o estudo do paleomagnetismo terrestre
veio explicar a orientação geomagnética nos diferentes períodos da
história da Terra, ficando as rochas com polaridade normal ou inversa
conforme a orientação magnética da época em que foram formadas.
Sendo os fundos oceânicos ricos em basalto (que é rico em minerais
ferro, que se magnetizam), pode-se determinar, através da análise das
polaridades das rochas, quando começou a expansão oceânica.
Limite: fronteira da placa onde há grande instabilidade, é uma falha que separa
uma placa da outra. É uma zona tectonicamente activa.
Factores de deformação:
- pressão litostática ou confinante (pressão uniforme; semelhante em todas
as direcções – peso e pressões das rochas sobreadjacentes)
- pressão diferencial
o tensão (alongamento)
o compressão (estreitamento)
o cisalhamento (deslizamento)
- temperantura (quanto maior a temperatura, maior a deformação das
rochas)
- fluidos nos poros das rochas – alteração das propriedades físicas e químicas
das rochas, favorecendo a deformação
- tempo geológico
1) Dobras
a) características gerais – resultam de forças tectónicas de compressão:
após a compressão, há uma diminuição da distância entre os elementos
constituintes das rochas envolvidas. Ocorrem, geralmente, associadas
(diclinais)
b) orientação tridimensional – coordenadas geológicas de um estrato de
uma dobra:
o direcção – linha de intersecção do estrato com o plano horizontal
o inclinação – ângulo formado pelo estrato com o plano horizontal (0-
90º)
c) elementos geométricos
o charneira – linha que une os pontos de máxima curvatura de uma
dobra. Cada estrato dobrado tem uma.
o plano axial – superfície definida pelo conjunto das charneiras
o flanco – zona lateral da dobra
d) tipos de dobras
- monoclinal (flexura)
- diclinal:
o anticlinal: flancos para baixo, concavidade para baixo, camadas mais
antigas no interior
o sinclinal: flancos para cima, concavidade para cima, camadas mais
recentes na parte interna
o completa: anticlinal + sinclinal
o simétrica – plano axial na vertical
o inclinada – plano axial inclinado
o deitada – plano axial = 0º; cavalgamento dos flancos
o isopaca – espessura dos estratos constante
o anisopaca – espessura não se mantém constante
e) sistemas de dobras associadas (estruturas regionais):
- anticlinório
- sinclinório
Teoria do Geossinclinal:
Sedimentação no geossinclinal (bacia de sedimentação) – o peso dos
sedimentos causou a subsidência (afundimento) do geossinclinal. A
aproximação dos continentes provoca o enrugamento e consequente formação
de montanhas.
Sistema de três fases:
- sedimentação no geossinclinal e consequente subsidência
- compressão e erosão
- elevação e deformação
Tipos de geossinclinais:
- Miogeossinclinais – adjacente à plataforma continental. Águas pouco
profundas; sequência miogeoclinal (areias, xistos e calcários); sedimentos
resultam da erosão continental. Podem ser encontrados em arcos insulares
- Eugeossinclinal – situada nas planícies abissais; águas profundas;
sequência rochosa eugeoclinal; arenitos vários, xistos, rochas vulcânicas
Sequências:
- miogeoclinal – areias, xistos, calcários (erosão continental)
- eugeoclinal – arenitos, detritos, xistos, rochas vulcânicas
- ofiolítica – lavas basálticas e sedimentos marinhos formados nos fundos
oceânicos (crosta oceânica) – rochas formadas a partir do magma que vem
da zona de subducção (ascendem através de fracturas)
Ciclo sedimentar:
Período compreendido entre o iníncio de uma transgressão marinha e o fim da
regressão marinha seguinte. Constituem-se séries de sedimentos cíclicas nas
quais se alternam séries normais e inversas.
- Normal ou transgressiva – granulometria diminui da base para o topo da
série (nível do mar sobe)
- Inversa ou regressiva – granulometria aumenta da base para o topo da
série (nível do mar baixa)
4) Geologia de Portugal
Unidades geológicas fundamentais
Açores:
- ponto triplo (confluência das placas NA, EA e Afr)
- falhas transformantes que atravessam as ilhas
- directriz compressiva Açores – Gibraltar
- rifte placa NA – EA
- afastamento das ilhas das Flores e Corvo
- geomorfologia:
o crateras vulcânicas (caldeiras)
o cones vulcânicos
o escoadas lávicas (Aa, Pahoehoe, Pillow lava)
- litologia:
o Rochas magmáticas vulcânicas: basalto, traquito, ignimbrito, pomitos,
brechas, bagacinas
o Rochas sedimentares: calcários fossilíferos (Santa Maria), arenitos,
argilas, areias
Madeira:
- sismicidade muito reduzida
- placa africana
- litologia:
o basaltos
o traquitos
o calcários recifados
- origem vulcânica