Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
INSTITUTO DE QUÍMICA
DEPARTAMENTO DE QUÍMICA ORGÂNICA
QUÍMICA ORGÂNICA I EXPERIMENTAL
GUIA DE LABORATÓRIO
IN MEMORIAM
22/03/1959 † 29/06/2006
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 2
ÍNDICE:
Índice de Figuras:
FIGURA 2.1. CROMATOGRAFIA EM CAMADA FINA............................................................................. 17
FIGURA 2.2. PLACA CROMATOGRÁFICA APÓS O DESENVOLVIMENTO....................................... 17
FIGURA 2.3. CÁLCULO DO RF...................................................................................................................... 18
FIGURA 2.4. SUBSTÂNCIAS COM ATIVIDADE ANALGÉSICA E/OU ANTIPIRÉTICA. ................... 19
FIGURA 2.5. CROMATOGRAFIA EM COLUNA. ....................................................................................... 23
FIGURA 2.6. REPRESENTAÇÃO ESTRUTURAL DA CLOROFILA A E DO β-CAROTENO.............. 24
FIGURA 3.1. EXEMPLO DE UMA CURVA DE CALIBRAÇÃO DE UM TERMÔMETRO................... 29
FIGURA 3.2. PONTO DE FUSÃO, DIAGRAMA DE COMPOSIÇÃO........................................................ 32
FIGURA 3.3. DETERMINAÇÃO DO PONTO DE FUSÃO USANDO O APARELHO DE FISHER-
JOHNS. ................................................................................................................................................................ 33
FIGURA 3.4. DETERMINAÇÃO DO PONTO DE FUSÃO USANDO O TUBO DE THIELE.................. 33
FIGURA 3.5. DETERMINAÇÃO DE PONTO DE EBULIÇÃO. .................................................................. 36
FIGURA 4.1. REPRESENTAÇÃO DO MODO DE FAZER UM PAPEL DE FILTRO PREGUEADO ... 41
FIGURA 4.2. FILTRAÇÃO RÁPIDA DE UMA SOLUÇÃO QUENTE USANDO PAPEL DE FILTRO
PREGUEADO. .................................................................................................................................................... 41
FIGURA 4.3. APARELHAGEM PARA FILTRAÇÃO A VÁCUO............................................................... 42
FIGURA 4.4. EQUIPAMENTO PARA SUBLIMAÇÃO. ............................................................................... 43
FIGURA 5.1. DIAGRAMA DE PRESSÃO DE VAPOR-TEMPERATURA MOSTRANDO A EBULIÇÃO
À PRESSÃO ATMOSFÉRICA. ........................................................................................................................ 46
FIGURA 5.2. TRÊS TIPOS DE COMPORTAMENTO DA TEMPERATURA DURANTE UMA
DESTILAÇÃO SIMPLES. (A)-UM LÍQUIDO PURO, (B)-UMA MISTURA DE DOIS LÍQUIDOS COM
PONTOS DE EBULIÇÃO PRÓXIMOS E (C)-UMA MISTURA DE DOIS LÍQUIDOS COM PONTOS
DE EBULIÇÃO BEM DISTINTOS. ................................................................................................................. 47
FIGURA 5.3. DIAGRAMA DE COMPOSIÇÃO LÍQUIDO-VAPOR........................................................... 47
FIGURA 5.4. DIAGRAMAS DE COMPOSIÇÃO-TEMPERATURA PARA LÍQUIDOS QUE FORMAM
PONTOS DE EBULIÇÃO DE MÍNIMO (ESQUERDA) E DE MÁXIMO (DIREITA). ............................. 48
FIGURA 5.5. DIAGRAMA DE COMPOSIÇÃO LÍQUIDO-VAPOR ILUSTRANDO O PRINCÍPIO DA
DESTILAÇÃO FRACIONADA. ....................................................................................................................... 49
FIGURA 5.6. APARELHAGEM PARA UMA DESTILAÇÃO SIMPLES. .................................................. 51
FIGURA 5.7. MODO CORRETO DE POSICIONAR O BULBO DO TERMÔMETRO NA CABEÇA DE
DESTILAÇÃO. ................................................................................................................................................... 51
FIGURA 5.8. APARELHAGEM PARA DESTILAÇÃO FRACIONADA.................................................... 53
FIGURA 5.9. APARELHAGEM PARA UMA DESTILAÇÃO POR ARRASTE A VAPOR. .................... 55
FIGURA 5.10. ESPECTRO DE INFRAVERMELHO DO CINAMALDEÍDO. .......................................... 58
FIGURA 5.11. ESPECTRO DE INFRAVERMELHO DO EUGENOL. ....................................................... 59
FIGURA 5.12. ESPECTRO DE INFRAVERMELHO DO ACETILEUGENOL......................................... 59
FIGURA 5.13. ESPECTRO DE INFRAVERMELHO DO CUMINALDEÍDO. .......................................... 60
FIGURA 5.14. ESPECTRO DE INFRAVERMELHO DO TRANS-ANETOL. ........................................... 60
FIGURA 5.15. ESPECTRO DE INFRAVERMELHO DO LIMONENO. .................................................... 61
FIGURA 6.1. EQUILÍBRIO DURANTE A EXTRAÇÃO DE UM SOLUTO ORGÂNICO A PARTIR DE
UMA FASE AQUOSA........................................................................................................................................ 63
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 5
Capítulo
1. PLANO DE ENSINO
) Nas aulas em que for necessário usar material suplementar (por ex. analgésicos,
especiarias, etc.) o aluno deverá providenciar este material, que será solicitado na aula
imediatamente anterior à realização da experiência.
Os seguintes itens devem ser observados:
não 84,9%; Lit.1 86%); Pontos de fusão, ebulição, valores de Rf. Apresentar um desenho das
placas cromatográficas. Mostrar como foram efetuados os cálculos. Sempre que possível, os
resultados devem ser apresentados na forma de gráficos, tabelas etc, de forma a facilitar a sua
visualização.
Após a apresentação dos resultados deve ser feita a discussão, que é uma
argumentação sobre os dados obtidos levando-se em conta a teoria pertinente ao assunto;
sempre comparando com os dados disponíveis na literatura. Discutir como os problemas
encontrados no laboratório afetaram os resultados obtidos.
A discussão é a parte mais importante do relatório e exige maior reflexão do
estudante.
Parte Experimental: Descrever o procedimento experimental realmente utilizado
para executar a experiência. Não deve ser uma cópia do texto experimental deste guia.
Usar o pretérito perfeito dos verbos. Por exemplo: pesou-se, colocou-se, etc. Fazer um
desenho manual dos materiais e equipamentos usados na experiência, numerando as peças e
fazendo uso de uma legenda. Alguns professores preferem o desenho da aparelhagem no ítem
resultados e discussão, informe-se com o seu professor sobre como proceder.
Conclusão: Relatar se os objetivos da experiência foram atingidos de modo
satisfatório ou não, se o método empregado foi ou não adequado ao experimento em questão,
dizer o motivo. Resumo sobre as deduções feitas a partir dos resultados alcançados,
enfatizando os mais significativos.
Bibliografia: É a relação dos livros e artigos consultados para escrever o relatório.
Para elaboração do relatório de Química Orgânica Experimental o aluno deve indicar no texto
cada referência com um número cada vez que forem consultadas. A lista das referências deve
ser numerada em ordem crescente (ou seja a primeira referência citada é a número 1),
seguindo as normas que se encontram no Manual Prático de Referências Bibliográficas
elaborado pelo Prof. Dieter B. B. Stusche.
Aula Conteúdo
1 Apresentação do Curso
2 Análise de Analgésicos Através de Cromatografia em Camada Fina (CCF)
3 Cromatografia em Coluna – CCF das Frações
4 Determinação de Ponto de Fusão – Amostras Mistas - Determinação de Ponto de
Ebulição - Calibração de Termômetros
5 Extração Ácido-Base
6 Extração Através de Soxhlet
7 Extração Através de Soxhlet - Uso do Evaporador Rotativo e Cromatografia em
Camada Fina – 1ª Prova.
8 Extração da Cafeína e CCF comparativa
9 Purificação de Sólidos – Recristalização e Sublimação
10 Destilação Simples
11 Destilação Fracionada
12 Destilação por Arraste a Vapor
13 Destilação por Arraste a Vapor – Extração Líquido-Líquido – 2ª Prova
14 Prova Experimental
15 Prova Experimental
16 Seminários
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 11
23. Caindo produto químico nos olhos, boca ou pele, lave abundantemente com água. A
seguir, procure o tratamento especifico para cada caso.
24. Saiba a localização e como utilizar o chuveiro de emergência, extintores de incêndio e
lavadores de olhos.
25. Nunca teste um produto químico pelo sabor (por mais apetitoso que ele possa parecer).
26. Não e aconselhável testar um produto químico pelo odor, porém caso seja necessário,
não coloque o frasco sob o nariz. Desloque com a mão, para a sua direção, os vapores que se
desprendem do frasco.
27. Se algum ácido ou produto químico for derramado, lave o local imediatamente.
28. Verifique se os cilindros contendo gases sob pressão estão presos com correntes ou
cintas.
29. Consulte o professor antes de fazer qualquer modificação no andamento da experiência e
na quantidade de reagentes a serem usados.
30. Caso esteja usando um aparelho pela primeira vez, leia sempre o manual antes.
31. Não aqueça líquidos inflamáveis em chama direta.
32. Lubrifique tubos de vidro, termômetros, etc., antes de inseri-los em rolhas e proteja
sempre as mãos com um pano.
33. Antes de usar qualquer reagente, leia cuidadosamente o rótulo do frasco para ter certeza
de que aquele é o reagente desejado.
34. Verifique se as conexões e ligações estão seguras antes de iniciar uma reação química.
35. Abra frascos o mais longe possível do rosto e evite aspirar ar naquele exato momento.
36. Não use lentes de contato.
37. Apague sempre os bicos de gás que não estiverem em uso.
38. Nunca torne a colocar no frasco um produto retirado em excesso e não usado. Ele pode ter
sido contaminado.
39. Não armazene substâncias oxidantes próximas a líquidos voláteis e inflamáveis.
40. Dedique especial atenção a qualquer operação que necessite aquecimento prolongado ou
que libere grande quantidade de energia.
41. Cuidado ao aquecer vidro em chama: o vidro quente tem exatamente a mesma aparência
do frio.
42. Ao se retirar do laboratório, verifique se não há torneiras (água ou gás) abertas. Desligue
todos os aparelhos, deixe todo o equipamento limpo e lave as mãos.
Capítulo 2
COUSINS, K. R.; PIERSON, K. M. A Simplified Method for the Microscale
Extraction of Pigments from Spinach. J. Chem. Educ., v. 75, p. 1268-1269, 1998.
McKONE, H. T.; The Rapid Isolation of Carotenoids from Foods. J. Chem Educ. v.
56, p. 676, 1979.
GOODRICH, J.; PARKER, C.; PHELPS, R. The Microscale Separation of Lycopene
and β-Carotene from Tomato Paste. J. Chem. Educ. v. 70, p. A158-A159, 1993.
RONMAN, P. Improvements in the Separation of β-Carotene and Lycopene by
Column Chromatography. J. Chem. Educ. v. 62, p. 540, 1985.
Capítulo 5
HOSLER, D. M.; MIKITA, M. A. Ethnobotany: The Chemist´s Source for The
Identification of Useful Natural Products. J. Chem. Educ. v. 64, p. 328-332, 1987.
MCKONE, H. T. High Performance Liquid Chromatography of Essential Oils. J.
Chem. Educ. v. 56, p. 698, 1979.
GANJIAN, I.; BAUMGARTEN, R.L.; VALENZUELA, R.J. Using Spin-Spin
Decoupling NMR for Struture Elucidation in the Extraction of Cinnamaldehyde. J. Chem.
Educ. v. 69, p. 511-513, 1992.
TABER, D. F.; WEISS, A. J. Cinnamaldehyde by Steam Distillation of Cinnamon. J.
Chem. Educ. v. 75, p. 633, 1998.
GLIDEWELL, C. Monoterpenes: An Easily Accessible but Neglected Class of Natural
Products. J. Chem. Educ. v. 68, 267-269, 1991.
LEFREVE, J. W. Isolating trans-Anethole from Anise Seeds and Elucidating Its
Structure: A Project Utilizing One- and Two-Dimensional NMR Spectrometry. J. Chem.
Educ. v. 77, p. 361-363, 2000.
GARIN, D. L. Steam Distillation of Essential Oils-Anethole from Anise Followed by
Permanganate Oxidation to Anisic Acid. J. Chem. Educ. v. 57, 138, 1980.
GREENBERG, F. H. Natural Products Isolation-Orange Oil. J. Chem. Educ. v. 45, p.
537-538, 1968.
WILLANS, K. R.; PIERCE, R. E. The Analysis of Orange Oil and the Aqueous
Solubility of d-Limonene. J. Chem. Educ. v. 75, p. 223-226, 1998.
Capítulo 6
IKAN, R.; Natural Products: A Laboratory Guide; Harcourt Brace Jovanovich
Publishers; p. 226, 1991.
FAUST, C.B.; Coffee from Berry to Brew. Educ. Chem. v. 30, p. 149-155, 1993.
MURRAY, S. D.; HANSEN, P. J.; The Extraction of Caffeine from Tea. J. Chem.
Educ. V. 72, p. 851,1995.
OTTEWILL, G.; Chemical Cameos: Caffeine. Educ. Chem. v. 36, p. 4, 1999.
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 14
Capítulo
2
CROMATOGRAFIA
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 16
2.1. INTRODUÇÃO
A cromatografia pode ser definida como a separação de uma mistura de dois ou mais
compostos diferentes por distribuição entre fases, uma das quais é estacionária e a outra
móvel. Dependendo da natureza das duas fases envolvidas há diversos tipos de cromatografia:
9 sólido-líquido (coluna, camada fina, papel)
9 líquido-líquido (CLAE – cromatografia líquida de alta eficiência ou do inglês HPLC)
9 gás-líquido (cromatografia gasosa)
Assim, a cromatografia é uma técnica utilizada para analisar, identificar ou separar os
componentes de uma mistura.
A mistura é adsorvida em uma fase fixa, e uma fase móvel passa continuamente
através da mistura adsorvida. Pela escolha apropriada da fase fixa e da fase móvel, além de
outras variáveis, pode-se fazer com que os componentes da mistura sejam arrastados
ordenadamente. Os componentes que interagem pouco com a fase fixa são arrastados
facilmente pela fase móvel; aqueles com maior interação ficam mais retidos.
As partículas de sólido adsorvem os componentes da mistura devido à ação de
diversas forças intermoleculares. Estas forças podem variar conforme o seu tipo. Uma ordem
aproximada para a força destas interações é a seguinte: formação de sais > coordenação >
ligação hidrogênio > dipolo-dipolo > Van der Waals.
Depois que o solvente ascendeu pela placa, esta é retirada da cuba e seca até que esteja
livre do eluente. Cada mancha corresponde a um componente separado na mistura original. Se
os componentes são substâncias coloridas, as diversas manchas serão claramente visíveis
(Figura 2.2). Contudo, é bastante comum que as manchas sejam invisíveis porque
correspondem a compostos incolores. Para a visualização deve-se "revelar” a placa.
A placa é retirada do
eluente e a distância
percorrida pelo eluente
é assinalada
Rf = a/x
A
x Rf = b/x
B
a
b
O O
O
H3C O
OH CH3
HN CH3
OH H3C N
N
O N
O N
O CH3 CH3
OH H3C
HN CH3
NH2
OCH2CH3 OH
Fenacetina Salicilamida
Figura 2.4. Substâncias com atividade analgésica e/ou antipirética.
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 20
O
H3C OCH3
N N
Mg O
N N
OFitil
O
Clorofila a
CH3 CH3 CH3
Fitil = CH2CH=CCH2(CH2CH2CHCH2)2CH2CH2CHCH3
2´
1´
3´
7 11 13 15 14´ 12´ 10´ 8´
5 8 9
6 13´ 9´ 6´
4´
4 5´
10 12 14 15´ 11´ 7´
3
1
2
β-caroteno
Figura 2.6. Representação estrutural da clorofila a e do β-caroteno.
As clorofilas são os pigmentos verdes que atuam como as principais moléculas foto
receptoras das plantas. Elas são capazes de absorver certos tipos de comprimentos de onda da
luz visível que então são convertidos em energia pelas plantas. Duas formas diferentes destes
pigmentos são as clorofilas a e b. Na clorofila b o grupo metil (-CH3), realçado pelo quadro na
fórmula estrutural da clorofila a (Figura 2.6), foi substituído por um grupo aldeído (–CHO).
As feofitinas a e b são idênticas às clorofilas a e b porém em cada caso o íon Mg+2 foi
substituído por dois íons H+.
Os carotenóides são pigmentos amarelos que também estão envolvidos no processo
fotossintético; a estrutura do β-caroteno está representada na figura 2.6. O α-caroteno difere
do isômero β na posição da dupla ligação no anel cicloexano (C4-C5 ao invés de C5-C6).
Adicionalmente, os cloroplastos também contêm vários derivados de carotenos contendo
oxigênio chamados de xantofilas.
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 25
eluentes: hexano puro, hexano/acetona (7:3), acetona pura e acetona/metanol (8:1), vertendo
o solvente cuidadosamente pelas paredes internas da coluna, tomando cuidado para não causar
distúrbios ou agitação no nível de sílica na coluna. Ao mesmo tempo, abra a torneira para
escoar o solvente. Recolha as frações em tubos de ensaio numerados previamente. Após o
recolhimento das frações deve-se realizar a cromatografia em camada fina das mesmas
juntamente com a amostra original. Caso as frações estejam muito diluídas elas podem ser
concentradas com uma corrente de nitrogênio ou então cada fração deve ser aplicada várias
vezes até que se obtenha manchas adequadas. Desenhe no seu caderno de laboratório os
cromatogramas obtidos identificando as manchas. Apresente no ítem resultados do seu
relatório um desenho de todas as placas obtidas, juntamente com os valores tabelados dos Rfs
calculados. Discuta se os resultados obtidos estão de acordo com o que se deveria esperar em
função da separação das substâncias.
2.6. QUESTIONÁRIO
1- Cite os principais tipos de forças que fazem com que os componentes de uma mistura
sejam adsorvidos pelas partículas do sólido
2- Cite as características do solvente para arrastar os compostos adsorvidos na coluna
cromatográfica:
3- Fale sobre o princípio básico que envolve a técnica de cromatografia:
4- Por que se deve colocar papel filtro na parede da cuba cromatográfica?
5- Se os componentes da mistura, após a eluição cromatográfica, apresentam manchas
incolores, qual o processo empregado para visualizar estas manchas na placa cromatográfica?
6- O que é e como é calculado o Rf ?
7- Quais os usos mais importantes da cromatografia de camada fina?
fundo redondo de 100 mL e evapore o solvente com o auxílio do evaporador rotativo até um
volume de aproximadamente 7 mL de solução. Esta é a solução dos pigmentos a ser separada
na coluna cromatográfica (1 mL por grupo de alunos e o restante para cromatografia em
camada fina).
Capítulo
3
MEDIDAS DE PROPRIEDADES FÍSICAS DE COMPOSTOS
ORGÂNICOS
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 29
140
Temperatura Medida °C
120
100
80
60
40
20
0
0 20 40 60 80 100 120 140
Temperatura Corrigida °C
1
Propriedades Físicas são as propriedades que podem ser observadas ou podem ser medidas sem mudança da
composição da substância.
2
Propriedades Químicas são as propriedades observadas quando uma substância se transforma quimicamente em
outra.
3
Uma exceção ocorreria se os dois compostos fossem enantiômeros.
4
Espectros (RMN, IV, UV, etc.) são gráficos de intensidade de absorção versus comprimento de onda ou
freqüência, quando a radiação eletromagnética de comprimento de onda adequado incide em uma amostra.
5
Um sistema está em equilíbrio quando dois processos opostos (por exemplo: fusão e solidificação) ocorrem na
mesma velocidade.
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 31
mais difíceis de determinar pois a solidificação pode não ocorrer na temperatura correta
devido ao fenômeno de superesfriamento6.
Na prática, a maioria dos pontos de fusão é determinada como pontos de fusão
capilares, que podem ser feitos rapidamente com uma pequena quantidade de amostra. Um
ponto de fusão capilar é definido como a faixa de temperatura na qual uma pequena
quantidade de um sólido em um tubo de parede capilar inicialmente “amolece” (primeira gota
de líquido)7 e então se liquefaz completamente. Pontos de fusão registrados em obras de
referência são pontos de fusão capilares a menos que seja declarado o contrário.
Um sólido tem uma fusão bem definida se a faixa de ponto de fusão obtida varia em
torno de 0,5–1,0 ºC. Um sólido puro apresenta uma fusão bem definida porque as forças de
atração entre suas partículas são as mesmas. Entretanto, a presença de uma impureza numa
matriz cristalina interrompe a sua estrutura uniforme e enfraquece as forças de atração.
Um sólido impuro funde em uma temperatura mais baixa e em uma faixa mais
ampla. Assim, o ponto de fusão de um sólido é útil tanto na identificação de uma substância
como também é uma indicação de sua pureza.
Suponha dois compostos A e B aparentemente idênticos, com pontos de fusão
similares de cerca de 131-132 ºC. Nós podemos facilmente determinar se A e B realmente são
o mesmo composto misturando uma pequena quantidade de B com A (ou vice versa) e
determinando o ponto de fusão da mistura. (O ponto de fusão de uma mistura é chamado de
ponto de fusão misto). Se A e B são o mesmo composto, o ponto de fusão misto será o
mesmo do ponto de fusão de A ou B puros. Se A e B não são o mesmo composto, um agirá
como uma impureza no outro e o ponto de fusão de mistura será mais baixo e com uma faixa
de fusão mais ampla (talvez 120-125 ºC neste caso) do que o ponto de fusão individual de A
puro ou de B puro.
Entretanto, existe uma mistura única de dois compostos, A e B, que tem um ponto de
fusão mais baixo que qualquer outra mistura dos dois compostos. Esta mistura é chamada de
mistura eutética. O ponto de fusão da mistura eutética é chamado ponto eutético. Uma mistura
cuja composição corresponde exatamente a sua mistura eutética terá um ponto de fusão
relativamente agudo. Assim, uma mistura eutética pode ser equivocadamente confundida com
um composto puro. Se adicionarmos à mistura eutética uma pequena quantidade de qualquer
um dos dois compostos, A ou B (supondo que ambos são conhecidos), o ponto de fusão da
mistura resultante será mais alto e com uma faixa de fusão mais ampla do que o ponto de
fusão da mistura eutética. Ambos os processos estão representados na figura 3.2.
6
Superesfriamento ocorre quando um líquido esfria abaixo de seu ponto de congelamento e não se solidifica.
7
Alguns sólidos começam a "suar" alguns graus abaixo de seus pontos de fusão verdadeiros. Outros sólidos
repentinamente encolhem logo antes de fundir. O encolhimento de um sólido quando aquecido é chamado de
sinterização. Entretanto nenhum destes fenômenos é fusão.
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 32
Alguns sólidos passam diretamente do estado sólido ao estado gasoso sem primeiro se
liquefazer; este fenômeno é chamado de sublimação. A temperatura na qual a sublimação
ocorre é chamada de ponto de sublimação. Outros sólidos se decompõem ao invés de fundir.
A temperatura na qual um sólido se decompõe é o ponto de decomposição. Embora ambos,
ponto de sublimação e ponto de decomposição, sejam úteis para identificar compostos,
nenhum deles é muito útil para estabelecer a pureza de um composto.
Você irá utilizar o tubo de Thiele para determinar o ponto de fusão de substâncias
sólidas. Entretanto o aparelho de Fisher-Johns ilustrado pela figura 3.3 abaixo, também é
muito usado com este propósito.
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 33
Pode haver mais de uma possibilidade razoável. Neste caso prepare uma mistura de seu
composto com o composto mais provável dentre as possíveis escolhas e determine o ponto de
fusão dessa mistura. Se o ponto de fusão obtido é o mesmo do composto desconhecido, é
possível que ele e o composto que você misturou seja o mesmo. Se o ponto de fusão da
mistura for mais baixo que o do desconhecido, você deve preparar uma mistura de seu
desconhecido com a próxima escolha possível. Você deve continuar a experimentar até que
ache uma substância que não abaixe o ponto de fusão de seu desconhecido. Quando confirmar
a identidade de seu desconhecido, informe seus resultados ao seu professor.
Composto P.F./ºC
Resorcinol 109-110
Acetanilida 113-114
(dl)- Ácido Mandélico 117-118
Ácido Benzóico 121-122
2-Naftol 121-122
Uréia 132-133
Ácido trans-Cinâmico 132-133
Benzoína 136-137
Ácido Maleico 136-137
Ácido Antranílico 145-147
Colesterol 148-150
aqueça lentamente o tubo de Thiele até que uma corrente de bolhas suba rápida e
continuamente do tubo capilar. Interrompa o aquecimento nesse momento. Em breve o fluxo
de bolhas diminuirá e cessará. Quando as bolhas pararem de sair e o líquido entrar no tubo
capilar anote a temperatura, pois este é o ponto de ebulição do líquido.
3.6. QUESTIONÁRIO
1. Liste seis propriedades físicas de compostos orgânicos que freqüentemente são medidas
para se tentar identificar um composto.
2. Liste duas utilidades do ponto de fusão de um composto orgânico sólido.
3. Qual é o efeito de uma pequena quantidade de impureza no ponto de fusão de um composto
orgânico?
4. Por que a amostra no tubo capilar de ponto de fusão tem que estar empacotada firmemente?
5. Defina os seguintes termos:
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 37
9 ponto de fusão
9 sublimação
9 sinterização
9 mistura eutética
6. Por que a porção cheia do tubo capilar deve ser colocada encostada ao bulbo de mercúrio
do termômetro?
7. Qual seria o efeito no ponto de fusão observado se a amostra fosse:
muito pequena
muito grande
pobremente empacotada
aquecida muito rapidamente
8. Por que pontos de sublimação e decomposição são menos úteis a um químico do que um
ponto de fusão?
9. Como é possível que uma mistura possa enganar um químico levando-o a acreditar que a
mistura era um composto puro?
10. O ponto de congelamento de uma substância tem o mesmo valor numérico de seu ponto
de fusão; medir ponto de fusão é prática rotineira mas ponto de congelamento não. Por quê?
11. Qual das seguintes faixas de temperaturas deve ser a mais provável para o ponto de fusão
de uma mistura de uréia (P.F. puro = 132-133 ºC) e ácido trans-cinâmico (P.F. puro = 132-
133 ºC)?
(a) 132-133 °C
(b) 123-124 ºC
(c) 118-124 ºC
(d) 149-150 ºC
(e) 118-120 ºC
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 38
Capítulo
4
PURIFICAÇÃO DE SÓLIDOS
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 39
4.1. RECRISTALIZAÇÃO
Em geral, sólidos são mais solúveis em solventes à quente que em solventes a frio. A
quantidade máxima de sólido que se dissolverá por unidade de volume de solvente
(solubilidade) depende da temperatura. Quanto mais alta a temperatura maior a quantidade de
sólido que se dissolverá por volume de solvente. Diminuindo-se a temperatura diminui a
solubilidade do sólido no solvente. Assim, se uma solução saturada quente é esfriada, o soluto
em excesso é forçado a precipitar (cristalizar) da solução.
No processo da recristalização, dissolve-se um sólido impuro na quantidade
apropriada de solvente quente (o mínimo possível). Filtra-se por gravidade a solução quente
resultante, removendo-se o material insolúvel e esfriando-se lentamente para forçar o sólido
desejado a cristalizar. Os cristais então são separados do líquido por filtração a vácuo. As
impurezas solúveis e uma pequena quantidade do sólido desejado permanecem em solução na
"água mãe".
Se o processo for conduzido com os devidos cuidados, o sólido recristalizado é mais
puro do que era antes de recristalização. Isto é verdadeiro mesmo que uma impureza tenha a
mesma solubilidade no solvente que o sólido desejado, contanto que a impureza esteja
presente numa concentração menor que o sólido desejado. Quando a solução esfria, é
provável que o sólido desejado comece a cristalizar antes que a impureza. A partir do
momento em que os cristais começam a se formar, os cristais que crescem excluem moléculas
estranhas (impurezas). Os cristais puros resultam de um crescimento relativamente lento.
Um bom solvente para recristalização deve:
9 não reagir com o sólido desejado
9 ser facilmente removido do sólido desejado
9 dissolver uma quantidade relativamente grande de sólido desejado a temperaturas altas
(normalmente o ponto de ebulição) ou não dissolver nada
9 dissolver impurezas em todas as temperaturas ou não dissolver nada
Pode não haver um único solvente com todas as características desejadas para permitir
uma recristalização satisfatória de um sólido em particular. Quando isso acontece utiliza-se
um par de solventes (mistura de dois líquidos). Por exemplo, naftaleno dissolve-se facilmente
em etanol, mas é totalmente insolúvel em água. Entretanto, adicionando-se água a uma
solução etanólica de naftaleno, diminui-se a solubilidade do naftaleno de tal modo que se
recupera muito mais naftaleno quando se esfria a solução, em relação à quantidade que seria
recuperada se não fosse adicionada a água.
Muitos precipitados orgânicos são bem volumosos e filtram muito lentamente por
gravidade. Portanto, em química orgânica usa-se preferencialmente a filtração a vácuo ao
invés da filtração por gravidade.
Durante uma reação química, podem ser produzidas substâncias contaminantes
coloridas ou odoríferas. Pode-se remover estes contaminantes adicionando-se uma pequena
quantidade de carvão ativado à solução quente. O carvão absorve os contaminantes coloridos
ou odoríferos junto com uma pequena quantidade do produto desejado (assim, somente uma
pequena quantidade de carvão deve ser utilizada). O carvão e outras impurezas insolúveis são
então removidos por filtração enquanto a solução ainda está quente (neste caso costuma-se
utilizar a filtração por gravidade com papel de filtro pregueado).
Coloque uma ponta de espátula do sólido em vários tubos de ensaio e adicione cerca
de 0,5 mL de cada solvente aos diferentes tubos contendo o sólido.
Agite cada mistura e determine se o sólido é solúvel em cada solvente à temperatura
ambiente.
Se a amostra não for solúvel em algum solvente, aqueça o tubo de ensaio em banho
Maria. Agite o tubo observando se o sólido é solúvel à quente. Deixe as soluções esfriarem
lentamente a temperatura ambiente. Se houver a formação de cristais das misturas resfriadas,
compare a quantidade, tamanho cor e forma com o material sólido original.
Construa uma tabela contendo os dados de solubilidade, a partir dos quais você será
capaz de decidir qual o solvente mais apropriado para a recristalização.
Filtre a solução quente por gravidade em um outro frasco de Erlenmeyer para remover
as impurezas insolúveis e o carvão ativo (Figura 4.2).
Figura 4.2. Filtração rápida de uma solução quente usando papel de filtro pregueado.
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 42
4.3. SUBLIMAÇÃO
Do mesmo modo que para um líquido, a pressão de vapor em um sólido pode variar
com a temperatura. Devido a este comportamento, alguns sólidos podem passar diretamente
da fase vapor sem passar através de uma fase líquida. Este processo é chamado de
sublimação. Como o vapor pode ser ressolidificado, o ciclo total da vaporização-solidificação
pode ser usado como um método de purificação. Entretanto, esta purificação só pode ser feita
com sucesso se as impurezas no sólido tiverem menor pressão de vapor que o material a ser
sublimado.
A sublimação é geralmente uma propriedade de substâncias não muito polares que tem
estruturas altamente simétricas. Os compostos simétricos têm altos pontos de fusão e altas
pressões de vapor. A facilidade com a qual uma substância pode escapar do estado sólido é
determinada pela forças intermoleculares. Estruturas moleculares simétricas têm uma
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 43
4.5. QUESTIONÁRIO
1. Em que princípio se baseia o processo de recristalização?
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 44
Capítulo
5
DESTILAÇÕES
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 46
5.1. DESTILAÇÃO
O processo da destilação consiste no aquecimento de um líquido até seu ponto de
ebulição, conduzindo-se os vapores a um dispositivo refrigerado onde se permite que
condensem e coletando-se o líquido condensado. A destilação é o método mais comum usado
na separação e purificação de líquidos, principalmente quando os componentes da mistura têm
pontos de ebulição bem diferentes ou quando um dos componentes não destila. Quatro
métodos básicos de destilação estão disponíveis ao químico: a destilação simples, a destilação
fracionada, a destilação à pressão reduzida ou à vácuo e a destilação por arraste a vapor.
Figura 5.2. Três tipos de comportamento da temperatura durante uma destilação simples. (A)-
um líquido puro, (B)-Uma mistura de dois líquidos com pontos de ebulição próximos e (C)-
Uma mistura de dois líquidos com pontos de ebulição bem distintos.
ser condensado) teria a composição C2; portanto, seria muito mais rico em A, o mais volátil
dos dois componentes, do que era a mistura líquida original.
À medida que se prosseguisse com a destilação, A seria removido seletivamente do
líquido. A composição do líquido mudaria gradualmente de C1 para 100% B. O ponto de
ebulição do líquido subiria gradualmente de TC1 para TB; ao mesmo tempo, a composição do
destilado mudaria gradualmente de C2 (rico em A) a 100% B. Assim, em uma destilação
simples de uma mistura, o primeiro material a destilar (chamado às vezes de “cabeça”) será
rico nos componentes mais voláteis (de ponto de ebulição mais baixo) e o material restante
será rico nos componentes menos voláteis (de ponto de ebulição mais alto).
Este comportamento é verdadeiro para "líquidos ideais" sem interações
intermoleculares e é aproximado para muitas misturas orgânicas.
Toda mistura com uma composição exatamente igual àquela de CMIN ou CMAX
destilará em uma única temperatura constante, exatamente como se fosse um líquido puro. O
etanol e a água formam uma mistura de ponto de ebulição constante (95,6 % etanol, 4,4 %
água) com um ponto de ebulição mínimo de 78,2 ºC (mais baixo do que o do etanol puro, 78,3
ºC, ou da água pura, 100 ºC). O ácido fórmico e a água também formam uma mistura de
ponto de ebulição constante (22,5 % ácido fórmico, 77,5 % de água) com um ponto de
ebulição máximo de 107,1 o C (mais alto do que o ácido fórmico, 100,8 ºC ou o da água).
Tais misturas são chamadas de azeótropos (do grego: ebulir sem alterar).
As misturas com uma composição à esquerda de CMIN ou CMAX, na Figura 5.4, podem
ser separadas em A puro e na mistura de ponto de ebulição constante, mas B puro não pode
ser obtido de tal mistura por destilação. Inversamente, as misturas com uma composição à
direita de CMIN ou CMAX, na Figura 5.3, podem ser separadas em B puro e na mistura de ponto
de ebulição constante, mas jamais podem fornecer A puro por destilação.
ser adicionado cautelosamente. O novo pedaço não deve ser adicionado quando o líquido
está em ebulição ou perto do ponto de ebulição, porque isto poderia iniciar uma ebulição
violenta.
Conecte a manta a um controlador de temperatura (reostato ou termostato) e em
seguida ligue o reostato em uma das tomadas na sua bancada – verifique com atenção a
voltagem do aparelho e a da bancada antes de fazer a ligação e ajuste a regulagem do
termostato para controlar o aquecimento durante a destilação de modo que o destilado goteje
lenta e continuamente no frasco coletor. Anote a temperatura inicial e depois a cada 13 mL
coletados e prossiga com a destilação até coletar o suficiente para a obtenção de 10 pontos
(veja abaixo como registrar isto em seu caderno).
Construa uma tabela em seu caderno como indicado abaixo, para anotar a temperatura
durante a destilação em função do volume destilado.
Após a obtenção dos dados, sem usar coluna de fracionamento e usando a coluna, você
deve traçar um gráfico (em papel milimetrado ou usando o software Excel) de temperatura
(ponto de ebulição) x volume destilado com os resultados e apresentar no seu relatório (monte
cada curva com um símbolo diferente). Você deve comparar os dois gráficos obtidos e
discutir estes resultados.
Observe também que você está traçando a temperatura x volume e não temperatura
contra composição é mostrada na Figura 5.3. Estes pontos podem não estar diretamente
relacionados.
No seu relatório você deve discutir:
9Com base nos seus resultados, qual procedimento será mais eficiente para separar
uma mistura em seus componentes?
9A partir dos seus resultados que generalização pode você formular sobre a pureza de
um líquido a julgar por seu ponto de ebulição?
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 54
Neste caso a pressão total acima de um líquido homogêneo depende das pressões de
vapor de ambos os líquidos e de suas frações molares.
Por outro lado, quando dois líquidos imiscíveis se misturam para formar uma mistura
heterogênea as pressões de vapor são independentes uma da outra como indicado na Equação
2. Neste caso as frações molares não aparecem na equação pois os líquidos não são miscíveis.
Assim a composição do vapor de uma mistura deste tipo é determinada apenas pelas pressões
de vapor das duas substâncias codestilando.
Ptotal = PA0 + PB0 (2)
Uma mistura de dois líquidos imiscíveis entram em ebulição a uma temperatura mais
baixa do que os pontos de ebulição dos componentes individuais. Este comportamento pode
ser explicado do mesmo modo que para os azeótropos de mínimo. Devido a incompatibilidade
dos dois líquidos a pressão de vapor combinada é mais alta que aquela prevista através da lei
de Raoult resultando num ponto de ebulição mais baixo para a mistura do que para os
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 55
componentes puros. Assim pode-se imaginar a destilação por arraste a vapor como um tipo
especial de destilação azeotrópica onde a substância é completamente insolúvel em água.
A composição do destilado é constante durante uma destilação por arraste a vapor bem
como o ponto de ebulição da mistura. O ponto de ebulição da mistura de vapor destilada será
sempre abaixo do ponto de ebulição da água (100 °C) e quanto mais alta a temperatura de
ebulição do líquido puro, mais próximo ele será da temperatura de ebulição da água sem no
entanto igualar ou superar 100 °C. Esta temperatura é relativamente baixa e evita a
decomposição das substâncias de ponto de ebulição mais alto que ocorreria numa destilação
simples.
5.8.2. METODOLOGIA
Neste experimento você irá isolar o óleo essencial de uma especiaria através da
destilação por arraste a vapor. Em seguida você extrairá com o diclorometano o óleo essencial
da fase aquosa. Se o material escolhido para a destilação por arraste for o cravo, você fará a
extração do componente principal através de uma extração ácido-base. Você também
calculará a porcentagem de óleo essencial presente no material escolhido. Os principais
grupos funcionais presentes nos óleos essenciais poderão ser identificados através de testes
específicos e você ainda poderá analisar o óleo essencial obtido através de cromatografia em
camada fina.
Br
C C + Br2 C C
cor CCl4
Br
laranja
incolor
Para o teste com a solução de bromo em tetracloreto de carbono adicione uma gota do
óleo essencial isolado a um tubo de ensaio e dilua 0,5 mL de diclorometano. Goteje
lentamente e com agitação a solução de bromo e caso você observe o descoramento da mesma
esta é uma indicação positiva para a presença de insaturação na sua amostra.
Para o teste com a solução de permanganato de potássio, adicione uma gota do óleo
essencial isolado a um tubo de ensaio e dilua com 1 mL de água destilada. Goteje lentamente
a solução de permanganato de potássio e caso você observe o descoramento da solução e a
formação de um precipitado marrom estas são indicações positivas para a presença de
insaturação na sua amostra.
O2N O 2N
R R
O H+ NNH NO2 + H2O
+ H2NNH NO2
R' R'
entre o vermelho, azul, púrpura ou verde. As cores observadas com este teste resultam da
formação de um complexo do fenol com o íon Fe(III). Normalmente a formação da cor é
imediata mas, ela pode não durar muito tempo sendo necessário observar cuidadosamente a
solução conforme elas são misturadas. Alguns fenóis podem não fornecer um resultado
positivo com este teste, porém isto não deve ser tomado como significativo sem outra
evidência adequada.
Capítulo
6
EXTRAÇÕES
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 63
6.1. INTRODUÇÃO
A extração8 é usada com freqüência para separar um ou mais componentes de uma
mistura. Deste modo, a extração é um método com finalidade semelhante a da destilação e
recristalização. Entretanto, ao contrário da recristalização ou destilação, a extração raramente
fornece um produto puro. A recristalização ou destilação podem ser necessárias para purificar
um produto bruto extraído de uma mistura.
A extração baseia-se no princípio que um determinado soluto distribui-se de modo
equilibrado entre duas fases imiscíveis9 sendo que uma delas é geralmente um líquido. O
soluto divide-se entre as duas fases imiscíveis em uma razão determinada pela solubilidade
relativa do soluto em cada fase. Por exemplo, em um sistema de dois líquidos imiscíveis onde
um líquido é a água e o outro é um líquido orgânico, um soluto orgânico (composto
covalente) será encontrado principalmente na camada orgânica enquanto um sal (composto
iônico) será encontrado principalmente na camada aquosa quando o equilíbrio for atingido.
Veja Figura 6.1.
Figura 6.1. Equilíbrio durante a extração de um soluto orgânico a partir de uma fase aquosa.
água destilada "para lavar" a solução orgânica (remover as impurezas inorgânicas). A nova
camada aquosa que contem impurezas inorgânicas é removida e descartada. A solução
orgânica remanescente agora está pronta para um tratamento adicional para isolar o produto
desejado.
De um modo geral deseja-se extrair uma substância de um meio aquoso. Neste caso o
solvente deve ter as seguintes propriedades:
9 ser imiscível com água
9 ser um melhor solvente para a substância que você deseja extrair do que a água
9 ser bastante volátil para ser facilmente removido da substância desejada
9 ser atóxico, ou de toxicidade relativamente baixa
9 não deve reagir com a substância que está sendo extraída
Alguns dos solventes geralmente usados para extrair soluções aquosas incluem o éter
dietílico, diclorometano (cloreto de metileno), triclorometano (clorofórmio), tetraclorometano
(tetracloreto do carbono), pentano, hexano, cicloexano, heptano, octano, benzeno, tolueno,
éter do petróleo e a ligroína. Enquanto os outros líquidos são substâncias puras, o éter de
petróleo e a ligroína são misturas de hidrocarbonetos.
Dos líquidos listados acima, um dos melhores para extrair solutos orgânicos é o éter
dietílico. O éter é quimicamente muito estável, tem um ponto de ebulição baixo e é um
solvente excelente para a maioria dos compostos orgânicos. Entretanto, o éter é extremamente
inflamável e forma peróxidos explosivos após longa exposição ao ar.
Um outro bom solvente para a extração de solutos orgânicos do meio aquoso é o
diclorometano. Entre os solventes clorados, ele é consideravelmente menos tóxico e tem um
ponto de ebulição mais baixo do que o clorofórmio e o tetracloreto de carbono.
O metanol e o etanol não são usados normalmente para a extração das soluções
aquosas porque são muito solúveis na água.
M = x (1.c.)
Ve = 100 mL
MH2O = 0,550-x (1.c.)
VH2O = 100 mL
Kd = 21 = ( Me / Ve ) / ( MH2O / VH2O )
Kd = 21 = ( x / 100 mL) / (( 0,55-x) / 100 mL))
Kd = 21 = ( x / (0,550 – x))
21 = x / (0,550 – x)
21 * (0,550 –x) = x
11,55 - 21x = x
11,55 - 21x + 21x = x + 21x
11,55 = 22x
x = (11,25/22) x= 0,525
0,550 g = quantidade total do composto A
- 0,525 g = composto A no éter
x = 0,525 g no éter 0,025 g = composto A na água
Os cálculos mostram também que extrair uma mistura com diversas (geralmente três)
parcelas pequenas do solvente é mais eficiente do que extrair com uma parcela grande do
solvente. Por exemplo, no problema precedente obteve-se 0,525 g (recuperação de 95,5 %)
do composto A em conseqüência da extração com uma parcela de 100 mL de éter. Usando-se
duas parcelas de 50 mL de éter (total 100 mL), 0,546 g (99,3 %) do composto A seria
recuperado.
Se dois solutos forem ambos solúveis em um solvente orgânico mas insolúveis na
água, podem ainda ser separados através de uma extração se um dos solutos puder ser
convertido para um sal solúvel em água. Por exemplo, uma mistura de ácido benzóico e
naftaleno (hidrocarboneto neutro), pode ser separada como mostra o Esquema 3.
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 66
Reações importantes:
O O
- +
1) OH + NaOH O Na + H 2O
O O
- +
2) OH + NaHCO 3 O Na + H 2O + CO2
O O
3) - + OH + NaCl
O Na + HCl
6.3.1. METODOLOGIA
Nesta experiência você irá separar uma mistura de ácido benzóico e naftaleno em seus
componentes através de uma extração ácido-base usando um funil de separação. Dissolve-se a
mistura no éter etílico. Ambos os componentes são solúveis neste solvente. Utiliza-se então
uma solução de NaHCO3 10% para extrair o ácido benzóico na forma do seu sal solúvel em
água, benzoato de sódio (três extrações para assegurar a remoção completa), deixando o
naftaleno na camada etérea. Os três extratos aquosos são combinados e os dois componentes
são recuperados como se segue:
1. naftaleno: lavando-se, secando-se, e evaporando-se o éter.
2. ácido benzóico: acidificando-se a camada aquosa para formar o ácido benzóico, que
precipita. Recupera-se então o ácido benzóico por filtração, lavando-se, e secando-se.
Pode-se determinar os pontos de fusão e os rendimentos obtidos para ambos os
produtos.
10 Uma substância anidra que pode ser usada para absorver a água residual dos líquidos
orgânicos é chamada de agente de secagem - exemplos: CaCl2, MgSO4, Na2SO4.
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 69
triacilglicerol podem ser iguais ou os três podem ser diferentes, ou um pode ser diferente dos
outros dois. A hidrólise ou a saponificação de óleos e gorduras fornece glicerol e ácidos
graxos de cadeia carbônica longa (no caso da saponificação obtém-se os sais dos ácidos
carboxílicos correspondentes). O Esquema 4 mostra a saponificação de um glicerídeo onde os
três grupos acila são diferentes.
O
O
CH2 O H R1 C O Na
CH2 O C R1
O O
NaOH
CH O C R2 CH O H + R2 C O Na
Saponificação
O O
CH2 O C R3 CH2 O H R3 C O Na
Triacilglicerol ou Glicerol Sais de sódio de
Glicerídeo Ácidos Graxos de
Cadeia Carbônica Longa
SABÃO
Esquema 4. Saponificação de um glicerídeo.
A maneira de fazer sabão permanece quase inalterada nos dias de hoje. Conforme já
foi mencionado o processo consiste na hidrólise básica ou saponificação de uma gordura
animal ou óleo vegetal. Isto é, a gordura ou óleo são aquecidos com uma solução alcalina
(Esquema 4). Antigamente esta solução alcalina era obtida através das cinzas da madeira.
Atualmente utiliza-se hidróxido de sódio como a fonte alcalina. Ocorre a hidrólise da gordura
ou óleo em seus componentes: um álcool (glicerol) e o sal de sódio de um ácido carboxílico
de cadeia longa (sabão). Quando se adiciona o sal comum o sabão precipita. O sabão é lavado
do hidróxido de sódio que não reagiu e moldado em barras.
As gorduras e óleos mais comuns utilizados na preparação de sabão são a banha e o
sebo obtidos a partir de fontes animais e os óleos de coco, palma e oliva obtidos a partir de
fontes vegetais. O comprimento da cadeia carbônica e o número de ligações duplas na porção
ácido carboxílico da gordura ou óleo determinam as propriedades do sabão resultante. Por
exemplo o sal de um ácido carboxílico saturado de cadeia longa fornece um sabão mais duro,
mais insolúvel.
O óleo de coco fornece um sabão que é muito solúvel em água. Este sabão contém
principalmente o sal do ácido laúrico (C12) com um pouco do sal do ácido mirístico (C14).
Entre os métodos que podem ser utilizados para a obtenção de óleos vegetais podemos
citar a extração sólido-líquido contínua. Escolhe-se um solvente que dissolve seletivamente o
composto desejado mas deixa para trás o sólido insolúvel não desejado. O aparelho utilizado
para extração sólido-líquido contínua é chamado de extrator Soxhlet conforme mostra a
Figura 6.3.
De acordo com a Figura 6.3, coloca-se o sólido a ser extraído no cartucho feito
de papel de filtro ou celulose e faz-se a inserção na câmara do extrator. Coloca-se um solvente
com um ponto de ebulição não muito alto no balão de destilação e aquece-se para que haja o
refluxo. O vapor sobe através do braço lateral esquerdo até o condensador onde se liquidifica.
O líquido condensado ainda um pouco quente começa a gotejar no cartucho contendo o sólido
preenchendo a câmara do extrator e extraindo o composto desejado do sólido.
Quando a câmara está cheia de solvente o braço lateral direito atua como um sifão, e o
solvente que agora contém o composto desejado volta para o balão de destilação. Este
processo: vaporização, condensação, extração e sifonação repete-se várias vezes de modo que
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 70
o composto desejado concentra-se no balão de destilação pois ele tem um ponto de ebulição
muito mais alto do que o solvente utilizado.
6.4.1.1. Metodologia
Nesta experiência você poderá extrair continuamente o óleo de várias fontes vegetais
como por exemplo da polpa de coco seco ralado, noz moscada moída, das sementes de
amendoim, soja, milho, girassol (todas sem casca) e da castanha do Pará. Isto será feito
através de uma extração sólido-líquido usando um solvente não polar. Após a extração você
fará o isolamento do óleo destilando o solvente através de um evaporador rotativo ou de
destilação simples e em seguida irá preparar o sabão. Você também poderá realizar alguns
testes para grupos funcionais presentes no óleo obtido (principalmente insaturações), e poderá
fazer a cromatografia em camada fina do óleo.
11
No caso da noz moscada o solvente a ser utilizado é o éter etílico.
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 71
6.5. CAFEÍNA
A cafeína é um alcalóide, um composto contendo nitrogênio que apresenta
propriedades básicas. Ela pertence a uma classe de compostos de ocorrência natural chamada
de xantinas. Possivelmente, as xantinas são os estimulantes mais antigos conhecidos, sendo
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 72
que neste contexto a cafeína é um dos mais potentes. A Figura 6.4 mostra a fórmula
estrutural da cafeína.
O CH3
H3C N
N
O N N
CH3
Figura 6.4. Fórmula estrutural da cafeína.
O
O
CH2OR OH
RO O
O
RO
OH
OR OH
OH
OR OH
R = H Glicose
Grupo Digaloil
R =Digaloil Tanino
Figura 6.5. Fórmula estrutural de taninos.
Os taninos são compostos fenólicos que tem peso molecular entre 500 e 3000. Eles
geralmente podem ser divididos em duas classes: aqueles que podem ser hidrolisados (reagem
com água) e aqueles que não podem. Os taninos que são encontrados no chá ou café fazem
parte do primeiro tipo e fornecem após a hidrólise o ácido gálico e a glicose (veja Esquema
5).
GUIA DE LABORATÓRIO – QUÍMICA ORGÂNICA EXPERIMENTAL I – PROFA. EUGÊNIA CRISTINA SOUZA BRENELLI
PÁGINA 73
O
CH2OR CH2OH
RO HO OH
O O HO
RO HO +
+ nH2O
OR OH OH
OR OH OH
R =Digaloil Tanino Ácido Gálico
Glicose
Esquema 5. Hidrólise de taninos.
Quando os taninos são extraídos em água quente, alguns destes compostos são
hidrolisados parcialmente e formam o ácido gálico. Como os taninos (grupos fenólicos) e o
ácido gálico tem características ácidas, ao adicionarmos uma base (no caso o óxido de
magnésio), eles são convertidos nos sais correspondentes que precipitam. Embora a cafeína
também seja solúvel em água ela é muito mais solúvel em diclorometano, um solvente
orgânico de polaridade média. Assim extrai-se facilmente a cafeína da solução aquosa com o
diclorometano.
6.5.1.1. Metodologia
Nesta experiência você irá extrair a cafeína do café ou do chá mate instantâneo através
de uma extração líquido-líquido descontínua usando um solvente polar. Você determinará o
percentual de cafeína na amostra utilizada e analisará a cafeína extraída através de
cromatografia em camada fina comparativa.
6.6. QUESTIONÁRIO
1. Defina cada um dos seguintes termos:
a. miscível
b. imiscível
c. extração
d. agente de secagem
2. Liste três vantagens e duas desvantagens de usar o éter dietílico como solvente em uma
extração.
3. Liste quatro líquidos imiscíveis em água com exceção do éter que poderiam ser usados
para extrair compostos orgânicos de uma solução aquosa.
4. Uma solução de 0,560 g de um Composto A dissolvido em 50,0 mL de água foi extraída
com 100,0 mL de éter. Calcule a quantidade do Composto A presente no éter. Kd = 19,0
5. Por que não se deve deixar frascos de sulfato de sódio ou de cloreto de cálcio anidros
abertos?
6. O ácido benzóico apresenta na sua estrutura um grupo carboxila unido a um anel
benzênico. Mostre a estrutura do ácido benzóico. Represente a equação para sua reação com
NaOH.
7. Por que o produto da reação mostrada na pergunta 6 é extraído facilmente em H2O,
enquanto o ácido benzóico original não é extraído tão facilmente?
8. Nesta experiência, nós usamos NaHCO3 para reagir com o ácido benzóico. Escreva a
equação para a reação de neutralização do ácido benzóico com NaHCO3.
9. Por que a pressão aumenta no funil de separação na etapa em que a camada etérea é
extraída com NaHCO3?
10. Por que o ácido benzóico precipita quando a camada aquosa é acidificada com HCl?