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O MÚSICO NA MÚSICA

Alice Farias de Araújo Marques


Universidade de Brasília
alicemarques.alice@gmail.com

Resumo: A temática deste trabalho centra-se na subjetividade humana, entrevista por uma
perspectiva psicológica histórico-cultural. A Teoria da Subjetividade de Fernando González
Rey bem como pressupostos sociológicos de Peter Berger e Thomas Luckmann (1966-2008)
contribuem para alcançar o objetivo de delinear configurações subjetivas do músico em
relação ao próprio universo musical. A metodologia decorreu do pensamento epistemológico
de Fernando González Rey, apresentado como Epistemologia Qualitativa. Trata-se de uma
condição de pesquisa na qual o pesquisador se reconhece autor e condutor das necessidades
investigativas, tais como, o modo de abordagem e a interpretação das informações
selecionadas. Ressalta-se que o foco da pesquisa é dirigido à pessoa do músico, figurando a
música unicamente como agregadora do grupo, não recebendo a mesma o status de objeto de
estudo. A pesquisa intenta acrescentar à produção de conhecimento sobre a singularidade
humana, em sua subjetividade e relações com o mundo.
Palavras-chave: música, músico, subjetividade.

1. Prelúdio

A temática do presente trabalho centra-se na subjetividade humana, em específico,


subjetividade de músicos. A pesquisa conduz-se por meio de uma perspectiva psicológica
histórico-cultural, que permite sua inserção tanto no âmbito da singularidade quanto da
coletividade.
O interesse no tema deveu-se a reflexões por ocasião da minha pesquisa de
mestrado1, na qual pude perceber que em meio às falas dos entrevistados, emergiam nuances
do que eu já à época denominava de subjetividade. As falas carregavam além de respostas
diretas, referências a sentimentos, impressões, opiniões particulares, conforme exemplo a
seguir:

Essa questão de buscar novas fontes é um aspecto que apenas favorece o seu
crescimento. Se você se limita àquilo que seu professor está falando, acho
que você acaba ficando meio que pr’atrás. Porque, na verdade, aquela é a
concepção do seu professor, mas acho que você tem que ir atrás de outras
concepções. E acho que o seu professor tem que te dar essa liberdade. Como
professor, como instrumentista ele deve saber. (instrumentista, entrevista
individual, grifo meu).

1
MARQUES, Alice. Processos de aprendizagens musicais paralelos à aula de instrumento: três estudos de
caso. Dissertação de mestrado. PPG/IDA/MUS. Universidade de Brasília, 2006.
As reflexões em torno da idéia de subjetividade resultaram em perguntas de pesquisa
assim elaboradas: a) Como se constitui subjetivamente os músicos instrumentistas; b) Que
possíveis configurações de subjetividade estariam a constituir a condição do ser-músico em
relação ao universo da música – compreendendo universo não somente o que encerra as
especificidades técnicas da área, mas também as relações humanas ali tratadas, vividas - um
universo que engloba o próprio músico, seus sentimentos, seus anseios, sua visão, seu modo
de articulação e expansão.
Impregnada pela temática foi fácil chegar à primeira palavra-chave da minha
pesquisa – subjetividade. Da mesma forma, não houve dificuldade para estabelecer aliança
com teorias voltadas para o tema - Teoria da Subjetividade de Fernando González Rey e
pressupostos sociológicos de Peter Berger e Thomas Luckmann (1966-2008).

2. Bases conceituais

2.1. Teoria da subjetividade

González Rey2 (2004, 2005a, b) desenvolveu um pensamento teórico que estabelece


um conceito de subjetividade instituído como um sistema humano que engloba a produção e
ação pelos sentidos, em uma perspectiva dinâmica, dialética e constituída complexamente por
“dois espaços de constituição permanente e inter-relacionada: o individual e o social” (2004,
p. 141).
O sistema subjetividade fundamenta-se sobre uma categoria denominada de sentido
subjetivo, a qual vem ser a unidade integradora, processual e básica do sistema. Segundo
González Rey (2005a), o sentido subjetivo é o produto psíquico, emocional, intelectual,
fisiológico, enfim, humano, resultante de estímulos emocionais processuais produzidos no
interior do próprio sujeito. Na forma de um produto, entretanto, o sentido não se reduz a um
significado, mas a significados complexos e entrelaçados que interagem entre si provocando
continuamente nova produção de sentidos. Por meio desta é que o sujeito realiza suas opções
de ação, de linguagem, de concepções e dessa forma caminha e constrói sua história.
Para González Rey (2005a) o sentido compõe-se em sua essência de teor emocional,
cuja importância é situada pelo mesmo como ímpar dentro do âmbito da expressividade
humana. Para o autor, são as emoções que movimentam e constituem a historicidade dos
sentidos subjetivos.

2
Em respeito à diversidade cultural, o nome do autor Fernando González Rey, natural de Cuba, constará no
presente trabalho como González Rey (representativo do pai e da mãe, e conforme vontade expressa e pública
do autor). N. A.
“As emoções são registros complexos que com o desenvolvimento da
condição cultural do homem passam a ser uma forma de expressão humana
ante situações de natureza cultural que surgem em sistemas de relações e
práticas sociais” (GONZÁLEZ REY, 2005a, p. 243).

González Rey (2005a) enfatiza que o conceito de subjetividade visa a originar uma
ontologia própria e legítima ao caráter específico do sujeito; ao que se pode compreender
como uma visão que privilegia a magnitude, a extensão de processos muito específicos e até
desconhecidos, vivenciados pelo ser humano.

“O desenvolvimento da subjetividade [...] não responde a uma simples


preferência teórica, mas sim à tentativa de reconceituar o fenômeno psíquico
em uma ontologia própria, específica do tipo de organização e processos que
o caracterizam” (GONZÁLEZ REY, 2005a, p. 73).

Na medida em que a subjetividade envolve os domínios individual e social, a mesma


compromete-se a configurar as respectivas realidades, ambas subjetivas, delineando-as de
modo sistemático mediante os processos sociais e individuais pontuais, estabelecendo-se,
dessa forma, como “sistema integral de configurações subjetivas (grupais ou individuais)”
(GONZÁLEZ REY, 2004, p. 146).
Configurações subjetivas correspondem a interações dos diferentes sentidos em
contexto subjetivo e caracterizam “formas estáveis de organização individual” (GONZÁLEZ
REY, 2005b, p. 21). Ao considerar a configuração subjetiva como uma delimitação simbólica
que abrange agrupamentos de sentidos, os quais “emergem ante o desenvolvimento de uma
atividade em diferentes áreas da vida” (2005a, p. 127), imagino poder dar um passo em
direção ao corpo subjetivo de sentidos produzidos pelos músicos em relação à música.

2.2. Constituindo a realidade

Em meio as suas atividades, os indivíduos vivenciam uma realidade em comum e


possuem um conhecimento compartilhado. É sobre isso que tratam Berger e Luckmann
(1966-2008) em sua “análise sociológica da realidade da vida cotidiana” (p. 35), na qual os
autores buscam desvendar os mecanismos sociais de construção da realidade e do
conhecimento gerado na mesma e produzido dentro das relações cotidianas. Nesse sentido, os
autores pretendem apresentar formas de como se concebe e é organizado historicamente o
conhecimento comum, compartilhado.

“Entre as múltiplas realidades há uma que se apresenta como sendo a


realidade por excelência. É a realidade da vida cotidiana. Sua posição
privilegiada autoriza a dar-lhe a designação de realidade predominante. [...]
A realidade da vida cotidiana aparece já objetivada, isto é, constituída por
uma ordem de objetos que foram designados como objetos antes de minha
entrada em cena.” (p. 38).

Para Berger e Luckmann (2008), a vida cotidiana é “interpretada pelos homens e


subjetivamente3 dotada de sentido para eles” (p. 35). Em sua cotidianidade engloba vários
aspectos como os ideológicos, vivenciais, sociais, entre outros - todos considerados como
“objetos da experiência”, “pertencentes a um mundo físico externo ou apreendido como
elemento de uma realidade subjetiva interior” (p. 37). Segundo os autores, objetos de
experiência caracterizam-se tanto como produto humano físico, psicológico ou emocional ou
ainda a resultante de uma objetivação, ou seja, uma concretude derivada dos sentidos
subjetivos de um indivíduo.
Para os autores, o mundo “se origina no pensamento e na ação dos homens comuns,
sendo afirmado como real por eles” e o produto gerado nesta atividade subjetiva fundamenta
o conhecimento comum, referindo-se às “objetivações dos processos (e significações)
subjetivas graças às quais é construído o mundo intersubjetivo4 do senso comum” (p. 36).
A vida cotidiana “consiste de múltiplas realidades” que englobam o mundo no qual o
indivíduo interage com seus semelhantes e objetos em comum (BERGER e LUCKMANN,
2008, p. 38). É “um mundo intersubjetivo, um mundo de que se participa com outros homens”
(p. 40).
Em sendo a sociedade “construída pela atividade que expressa um significado
subjetivo”, os autores lançam-se a responder a seguinte questão: “Como é possível que
significados subjetivos se tornem facticidades [fatos] objetivas?” (BERGER e LUCKMANN,
2008, p. 34). Ou seja, de que forma os indivíduos constituem suas atividades? De que forma
constroem seus conhecimentos?
Buscando responder às questões, Berger e Luckmann (2008) discorreram sobre
aspectos basais da socialização humana, pressupondo-a incubadora da realidade cotidiana,
repleta de ‘significados subjetivos e fatos objetivos’. Segundo os autores, a sociedade se
desenvolve cultural e dialeticamente vivenciando duas etapas importantes e seqüentes de vida:
primária e secundária. E dentro desse processo cultural, dialético, social, são conformados
“três momentos, exteriorização, objetivação e interiorização” (p. 173) de forma sempre inter-
relacionada e em todas as etapas da vida.

3
‘Subjetivamente’ reporta-se à “atividade humana” geradora de “facticidades objetivas” (BERGER e
LUCKMANN, 2008, p. 34).
4
Intersubjetivo: juntamente com outras pessoas. (BERGER e LUCKMANN, 2008).
Tanto exteriorização quanto objetivação e interiorização são propriedades que se
apresentam simultaneamente tanto em etapas iniciais de socialização quanto nas posteriores,
de modo recíproco entre si em relação aos próprios momentos.

“No que diz respeito ao fenômeno social, estes momentos não devem ser
pensados como ocorrendo em uma seqüência temporal. Ao contrário, a
sociedade e cada uma de suas partes são simultaneamente caracterizadas por
estes três momentos, de tal modo que qualquer análise que considere apenas
um ou dois deles é insuficiente” (p. 173).

O movimento pelo qual a humanidade começa a integrar-se aos semelhantes,


apreendendo “o mundo como realidade social dotada de sentido” é a interiorização, um
processo que demarca o primeiro tipo de socialização, a primária e se inicia na infância com a
“interpretação imediata de um acontecimento objetivo [oriundo de processos subjetivos]
como dotado de sentido” (BERGER e LUCKMANN, 2008, p. 174). Trata-se de um processo
primário, interno, ontogênico, compreensivo com o qual o indivíduo se habilita ao
pertencimento de seu mundo. Dando sentido à realidade, interpretando os atos e gestos de
alguém, o indivíduo se insere como partícipe da mesma, tornando-se “membro da sociedade”
(p. 175). Nesse sentido, a interiorização dota-se de um movimento de trazer para dentro de si
aquilo que lhe faz sentido, que lhe desperta importância. Esse movimento não se interrompe
durante a socialização secundária, posterior à primária, o que faz assegurar continuamente os
elos sociais.
Um dos fatores preponderantes no processo de interiorização é a intensidade da
emocionalidade e talvez a isso se deva seu predomínio. Várias referências podem ser
localizadas em Berger e Luckmann (2008) e que apontam a emocionalidade como um dos
pilares da interiorização: “Não é necessário acrescentar que a socialização primária implica
mais do que o aprendizado puramente cognoscitivo. Ocorre em circunstâncias carregadas de
alto grau de emoção” (p. 176), além do que a “multiplicidade de modos emocionais” como
inscreveram os autores (p. 176) possibilita variantes subjetivas e objetivas dentro dos
momentos e movimentos de interiorização.
Subsequente à socialização primária advém a secundária, explicada pelos autores
como qualquer processo socializador posterior à socialização primária e “que introduz um
indivíduo já socializado em novos setores do mundo objetivo de sua sociedade” (BERGER e
LUCKMANN, 2008, p. 175). Entretanto, mais do que uma sequência, a socialização
secundária “é a aquisição do conhecimento de funções específicas, funções direta ou
indiretamente com raízes na divisão do trabalho” (p. 185) e comporta uma série de
considerações dentre as quais a interiorização de outros mundos institucionais, os quais se
estendem como “realidades parciais” justapostas à realidade primária (BERGER e
LUCKMANN, 2008, p. 185).
Berger e Luckmann (2008) dispõem que a socialização secundária pode ocorrer sem
as fortes cargas emocionais que acompanham intensamente a socialização primária. Na
verdade, os indivíduos se ajustam às realidades diferentes (primárias, secundárias) chegando a
permitir a coexistência paralela, mesmo que contrastante, de uma e de outra. Isso pode
implicar em rupturas e transgressões, as quais permitem o desmembramento entre
socializações muito distintas, por parte do indivíduo. Nessa perspectiva, os indivíduos ao
interagirem socialmente nas várias realidades, se tornam aptos para escolhas nas quais os
mesmos podem legitimá-las como suas. Essa ação e inter-atuação do sujeito com a sociedade
é denominada como exteriorização e vem representar o relacionamento concreto, objetivo
com o mundo real e seus produtos.
É na exteriorização que o indivíduo se habilita para interferir na realidade que lhe é
própria, significando que pode exercer sua força social para transformar os produtos, os
objetos bem como os outros sujeitos de seu alcance social. Por meio de objetivações o
indivíduo se expressa em sua humanidade, gera produtos em sua atividade, por meio de sua
expressão. Seria o caso, mencionado pelos autores, de gestos e atitudes advindos de processos
subjetivos (p. 53).
Essa é a dinâmica que caracteriza a sociedade e funciona ao modo infindável como
um circuito integrado de movimentos, no qual a objetivação vem incluir-se como “o processo
pelo qual os produtos exteriorizados da atividade humana adquirem o caráter de objetividade”
(BERGER e LUCKMANN, 2008, p. 87). Na forma de um produto objetivo humano, o
trabalho em sua multiplicidade demanda especificidades e conhecimentos múltiplos irrigando
dessa forma a socialização secundária.

2.3. O mundo real, o mundo subjetivo

O processo de subjetividade (individual e social) é vivenciado na medida em que “o


mundo adquire sentido para os sujeitos que o vivem” (González Rey, 2005a, p. 126)
compatibilizando-se com Berger e Luckmann (2008) ao afirmarem que “o indivíduo não
nasce membro da sociedade. Nasce com a predisposição para a sociabilidade e torna-se
membro da sociedade” (p. 173). Ou seja, a inserção no mundo social não é automática, é
processual e gradativa.
Tanto Berger e Luckmann (2008) quanto González Rey (2004b) ressaltam a
potencialidade interativa humana e suas implicações no processo histórico-cultural. Nesse
sentido, González Rey (2005a) acrescenta que a cultura do sujeito também “representa um
sistema subjetivo, gerador de subjetividade” (p. 78). Tanto as subjetividades individuais
quanto a social, e em suas várias etapas, compõem-se como um sistema único, que opera em
suas especificidades, ignorando qualquer possível dicotomia. Cultura, enquanto criação
humana e sujeito, enquanto criador da cultura “se integram como momentos qualitativos da
ecologia humana em relação de recursividade” (GONZÁLEZ REY, 2005a, p. 78).

3. Caminho metodológico: uma epistemologia qualitativa

A pesquisa está sendo conduzida epistemológica e metodologicamente mediante a


Epistemologia Qualitativa de Fernando González Rey (2005), sendo utilizado no presente
trabalho o formato de estudo de caso.
A Epistemologia Qualitativa é uma proposta de González Rey (2005b) que objetiva
sustentar, em primeiro plano, um pensamento epistemológico que acolha formas de produção
de conhecimento, as quais possam reconhecer as necessidades de determinados objetos de
estudo dotados de características peculiares como a singularidade e a subjetividade. Além
disso, trata-se de uma condição de pesquisa na qual o pesquisador se reconhece autor e
condutor de todas as necessidades investigativas tais como, o modo de abordagem e a
interpretação das informações selecionadas.

3.1. Atributos epistemológicos

Os pressupostos teórico-metodológicos se orientam por meio de três atributos


epistemológicos, a saber, singular, construtivo-interpretativo e dialógico:
a) Singular – implica na valorização do singular, do que não deve ser
generalizável.
b) Construtivo- interpretativo – consiste na produção de conhecimento
como obra interpretativa, sendo seu estudo impassível a resultados
previstos, esperados, medidos, enquadrados.
c) Dialógico – consiste na compreensão da pesquisa como uma
atividade comunicativa, centrada em problemáticas humanas, sociais
e em cuja produção científica inclui-se a comunicação entre
pesquisador e pesquisado.
Compatibilizando-se com os atributos epistemológicos da Epistemologia Qualitativa,
González Rey (2005b) oferece três importantes categorias de análise, as quais irão percorrer
as etapas de análise do material selecionado.

3.2. Categorias de análise

São as seguintes as categorias de análise:


a) Sentidos subjetivos: unidade básica de interpretação que corresponde
às primeiras células interpretativas.
b) Núcleo de Sentidos Subjetivos: agrupamento de conteúdos subjetivos
percebidos pelo pesquisador os quais visam sinalizar, delinear as
particularidades do sujeito pesquisado.
c) Configuração subjetiva: interação dos diferentes sentidos e núcleos
de sentidos subjetivos gerando uma delimitação de informações
específicas do pesquisado, que envolve tramas, enlaces de sentidos,
os quais resultam em determinadas conformações.

3.3. Participantes da pesquisa

Três participantes foram selecionados – 1 baterista, 1 oboísta, 1 violista - tendo sido a


escolha estabelecida pelos seguintes critérios: O participante deveria exercer atividades
artísticas tocando um instrumento musical, por hobby ou profissão; por um período
prolongado ou suficiente para ter possibilitado familiaridade junto ao mesmo, não importando
a definição de qualquer status profissional ou ideológico musical.

3.4. Instrumentos de pesquisa

Não há normas de uso quanto aos instrumentos. O pesquisador precisa se ater


unicamente à eficácia dos mesmos diante das expectativas da pesquisa. Foram escolhidos 2
instrumentos de pesquisa - entrevistas semi-abertas e completamento de frases. Importa
explicar que esse último é uma técnica que se utiliza de deduções advindas de respostas
fornecidas mediante completamento de frases (GONZÁLEZ REY e MITJÁNS MARTINEZ5,
1989).
 Exemplo: Eu tenho medo: de tocar em público.
5
Em respeito à diversidade cultural, o nome da autora Albertina Mitjáns Martinez, natural de Cuba, constará
no presente trabalho como Mitjáns Martinez (representativo do pai e da mãe, e conforme vontade expressa e
pública da autora). N. A.
No exemplo ilustrativo, Eu tenho medo representa uma frase incompleta fornecida
pelo pesquisador, o qual obteve como resposta: de tocar em público. Diante desse
completamento, o pesquisador poderá elaborar suas hipóteses de análise. O resultado
interpretativo dessa atividade é parcial, devendo o mesmo ser aderido e articulado aos outros
instrumentos. Para a presente pesquisa foi organizado um roteiro de 80 frases baseado em
González Rey e Mitjáns Martinez (1989).

3. 4. Objetivos

Principal:
a) Delinear configurações subjetivas do músico em relação ao seu
próprio universo musical.
Específicos:
a) Identificar sentidos subjetivos associados às vivências e atividades
em ambientes de atuação musical de três músicos instrumentistas;
b) Analisar as impressões subjetivas do músico em relação a sua
realidade cotidiana musical particular;
c) Estabelecer as associações indicadoras de configurações subjetivas.

4. Resultados

A pesquisa se encontra em fase primária de coleta e análise de informações.

5. Póslúdio

A emoção maior dessa pesquisa tem sido não somente mergulhar na subjetividade de
cada um dos participantes, mas imaginá-los como cerne de um espectro bem maior e
significativo que é o da singularidade dentro de uma humanidade. Reconhecer a profundeza
da singularidade me implica como músico e educadora. O que eu mais queria era estar perto
de um mundo único, mas ao mesmo tempo de todos, que nos centra e simultaneamente nos
movimenta em todas as direções.

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