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8 | THEATRO PEDRO II
em que a riqueza produzida pelo café ainda não havia sido com-
pletamente afetada pela grande depressão causada pela queda
da bolsa de Nova Iorque, reguladora da economia agrícola de
vários países.
Ribeirão Preto já representava um grande centro cultural
do país, pois antes mesmo da construção do Pedro II, o requinte
das óperas e das companhias européias ocupavam o palco de
outro belo teatro, o Carlos Gomes, também no centro da cida-
de, a 300 metros e bem em frente ao Pedro II. O Carlos Gomes
surgiu na época em que os coronéis começaram a construir pa-
lacetes, entre eles, o primeiro, o Palácio Rio Branco, também no
centro de Ribeirão Preto, depois sede da prefeitura municipal.
Inaugurado em1897, o Teatro Carlos Gomes foi demolido em
1946 por motivos ainda pouco esclarecidos. Há quem assegure
que o brilho do Theatro Pedro II tenha ofuscado o Carlos Go-
mes, e que não havia público para tantos espetáculos. Existem
outras versões, mas a história continua sem um registro oficial
sobre os motivos da demolição.
A Revolução de 30 contra a oligarquia da República já
havia sido deflagrada quando o Theatro Pedro II foi inaugurado,
no dia 08 de outubro de 1930, no final do governo de Washing-
ton Luís. Na prefeitura de Ribeirão Preto, Camilo de Mattos vivia
seus últimos dias de mandato. A revolução foi, para muitos his-
toriadores, o movimento mais importante da história do Brasil
do século XX, pois acabou com a hegemonia da burguesia do
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do teatro.
A reforma estendeu-se a todos os pavimentos, dos três
subsolos aos quatro andares, abrangendo piso, mobiliários cú-
pula, palco desmontável, instalação de elevadores e do palco
móvel para a orquestra, que se eleva de um fosso.
Em todas as etapas, os profissionais responsáveis pela
reconstrução demonstraram tanto a preocupação histórica,
quanto a de prevenir outras tragédias, e isso se confirma na es-
colha criteriosa dos materiais utilizados, resistentes à ação do
tempo e do fogo. Foram instalados 780 sprinklers, - chuveiros
automáticos, ativados pelo calor, distribuídos em todos os pavi-
mentos, e uma rede de combate a incêndio pressurizada com
hidrantes nas partes estratégicas, além de extintores e saídas
de emergência para as escadarias laterais do teatro, em todos
os andares. Uma central de alarme de incêndio sonoro abrange
o teatro, e 20 hidrantes duplos podem ser acionados automati-
camente. O sistema de prevenção inclui, ainda, 93 extintores e
uma porta corta-fogo entre o palco e a platéia.
O ar condicionado funciona por sistema de termo-acumu-
lação de água gelada, com potência equivalente a 250 apare-
lhos domésticos de 12 mil BTUs. São 1.500 metros de dutos
isolados, e temperatura controlada eletronicamente. Uma rede
telefônica interliga todos os pavimentos.
Para compreender melhor a riqueza do trabalho realizado,
vamos acompanhar os passos e o resultado dessa obra de arte,
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trutura metálica.
Banheiros – Dois femininos e dois masculinos em cada
andar, os banheiros ficaram mais modernos, revestidos em
piso de granito cinza andorinha polido e paredes de laminado
melamínico. A louça foi substituída por outra em cor branca.
Os acessórios – papeleiras e saboneteiras – seguem o mesmo
padrão de louça dos sanitários. Os espelhos são de cristal, as
torneiras de metal e os cabides, de ferro esmaltado.
Pisos – Na platéia, áreas de circulação, frisas, camarotes,
balcão nobre, balcão simples, galerias, foyer, sala de imprensa,
salas de café e camarins, o novo piso instalado é de madeira
jatobá, sintekado. Os corredores laterais de acesso ao auditório
Meira Júnior e a sacada do foyer receberam granito levigado
cinza andorinha. No restaurante junto ao auditório, o piso é de
granito polido, também em cinza andorinha. A madeira freijó
está presente no assoalho dos palcos, da sala de dança e dos
elevadores de orquestra e de cenário. O da sala de dança tem
tratamento acústico. O piso do auditório Meira Júnior foi reves-
tido com carpete azul.
E N T RE Ó P E RA S ,
R E C I TA I S E S A PAT I L H A S
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E S P E T Á C U LO S
R E A L I Z A D O S N O
T H E AT R O P E D R O I I
D E 1 9 9 5 A 2 0 0 5
Orquestras Nacionais, Internacionais,
Óperas, Corais, Solistas Nacionais e InternacionaisOr-
questra Sinfônica de Ribeirão Preto
Orquestra de Sopros da Alemanha
Orquestra Sinfônica de Jerusalém
Orquestra de Câmara de Moscou
Cameratta Cittá di Prato
Orquestra Sinfônica Tchaikovsky da Rádio de Moscou
Orquestra Sinfônica do Estado da Rússia
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Música Internacional
Stanley Jordan – blues – (USA)
Mount Moriah – gospel – (USA)
Tango Mio (Argentina)
The Platters (USA)
Ray Conniff (USA)
Músicos Brasileiros
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Yamandú Costa
Naná Vasconcelos
Gilbeto Gil
Caetano Veloso
Maria Bethânia
Chico Buarque
Maria Rita
Paralamas do Sucesso
Nando Reis
Zélia Duncan
Simone
Almir Sater
Renato Teixeira
Zimbo Trio
Ney Matogrosso
Milton Nascimento
João Bosco
Zizi Possi
Paulo Autran
Raul Cortez
Fernanda Montenegro
Vera Holtz
Bibi Ferreira
Antonio Fagundes
Miguel Falabella
Eva Wilma
Glória Menezes
Tarcísio Meira
Nathalia Timberg
Vera Fischer
Edson Celulari
Celso Frateschi
Juca de Oliveira
Arlete Sales
Laura Cardoso
Irene Ravache
Jussara Freire
Paulo Caruso
Diogo Villela
Denise Stoklos
C R O N O LO G I A
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1925
Os diretores da Companhia Cervejaria Paulista, de-
sejando investir oferecer um bem cultural a Ribeirão
Preto, decidem construir um novo teatro na cidade.
1930
03 de outubro – Começa a Revolução de 30, que leva
Getúlio Vargas ao governo provisório do país.
08 de outubro -Inauguração do Theatro Pedro II.
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1943
Osvaldo de Abreu Sampaio , Proprietário da Com-
panhia Teatral Paulista, assume a administração do
Theatro Pedro II, e permanece por 18 anos.
1960
sume a administração do Theatro Pedro II, com o fim
do contrato de Osvaldo de Abreu Sampaio.
Ceravollo autoriza reformas e modificações no Pe-
dro II, o que descaracteriza o teatro.
1973
da Companhia Cervejaria Paulista e se torna proprie-
tária do Theatro Pedro II.
Câmara Municipal de Ribeirão Preto aprova projeto
de lei para o tombamento do teatro.
Projeto é sancionado pelo prefeito Welson Gasparini.
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1980
o teto do teatro desabou.
05 de outubro –Realizado um espetáculo na Espla-
nada do Theatro Pedro II com a Orquestra Sinfônica
de Ribeirão Preto, sob a regência dos maestros Lu-
tero Rodrigues e Isaac Karabtchevsky, em protesto
ao abandono do teatro.
Comissão de vereadores cobra do poder executivo o
tombamento e reconstrução do teatro
1995
Criada a Fundação Pedro II, pela administração mu-
nicipal, com a finalidade de dar independência e pro-
gramar os eventos culturas do teatro.
E S T R U T U RA D O
T H E AT R O P E D R O I I
O teatro é composto por três subsolos e cinco pavimentos.
Primeiro subsolo: Teatro Meira Júnior com capacidade
para 198 lugares, restaurante, saguão de exposições, sala de
figurino, sala de costura, sala dos músicos, sala dos instrumen-
tos, almoxarifado, camarins coletivos e individuais, salas de ad-
ministração, cozinha, banheiros e central de energia elétrica
Segundo subsolo: Oficina de cenários: mecânica, elétrica
e de carpintaria
Terceiro subsolo: Sala de controle de ar condicionado e
reservatório de água para os sprinklers
Térreo: Entrada principal e entrada lateral para portadores
de necessidades especiais, bilheterias, chapelaria, cofre, café,
banheiros, acesso ás frisas, aos camarotes do proscênio e aos
pavimentos superiores e inferiores por elevadores e pela esca-
da, platéia e palco.
Primeiro andar: Sala dos Espelhos – Foyer – café, sala de
imprensa, banheiros e acesso aos balcões, aos camarotes co-
letivos e aos camarotes do proscênio.
Segundo andar: Balcões voltados para a Sala dos Espelhos,
café, sala de estar, banheiros, e acesso às galerias laterais e de
fundo, aos camarotes coletivos e aos camarotes do proscênio.
Terceiro andar: Sala de dança, sala de projeção e controle
de iluminação cênica e de áudio.
Quarto andar: Sala para coreógrafos, vestiários e depósito.
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C e n o t é c n i c a
Dimensões palco: 27 m de largura, 17m de profundidade, 10,5
m boca de cena
Pr o s c ê n i o
Altura da boca de cena:
Altura da caixa:
Centro-boca até parede do fundo:
Largura da coxia:
Altura fundo (p/ cenário):
Largura parede (curva) de fundo:
Altura das varas de luz: 6 metros
Altura do urdimento: 18 metros
Altura das pernas: 9 metros
Altura da boca de cena: 6 metros
Largura da varas: 12 metros
Va r a s c o n t r a p e s a d a s
8 varas de cenário
5 pernas (pares) com 2 metros de largura
5 varas de luz com 27 pontos cada
5 bambolinas - 12 metros de largura e 2 metros de altura
4 varas com placas acústicas
1 ciclorama
1 rotunda c/ corte e trespasse central
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Pa l c o
Equipamento de som - pré amplificação
1 processador de efeitos alex lexicom
1 tape deck duplo cassete w 515 r (teac)
1 cd sony
4 compressores dbx 166
2 equalizadores ge 311 - 31 band advance
2 crossover ecx 52 advance
1 mesa soundcraft (spirit) 24 canais (só 16 canais multicabo)
2 amplificadores potência médio 350x advance
2 amplificadores potência super grave 550 xt advance
Obs.: mesa de pa 24 canais com multicabo de 16 vias, portan-
to 16 canais para uso)
E q u i p a m e n t o d e s o m
1 mesa soundcraft (spirit) 32 canais (monitor)
1 amplificador potência agudo 350x advance
1 amplificador potência médio 350x advance
1 amplificador potência grave 350x advance
1 crossover ecx 52 advance
1 equalizador alesis meq 230
2 caixas said acarpetadas rc5 - 02 auto falantes, 01 corneta 15”
2 tweeters (retornos) - (side)
4 monitores 03 vias cmd 200 (piso) passivo
1 amplificador potência agudo 350x advance - full range
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M a t e r i a i s d e s o m
18 microfones leson sm 58
6 microfones shure beta green 3.0
1 microfone nady 201 lapela
1 transmissor nady
1 fonte nady
4 cabos para compressor
16 cabos canon fêmea - p10
10 direct box
24 cabos canon-canon
20 pedestais modelo girafa
E q u i p a m e n t o s d e l u z
1 mesa melange nsi 128 canais - 8 submasters (sinal dmx)
39 dimmers boxes mod. 810 - 2000w por canal
32 planos fresnel 2000w
24 pc 2000w ( plano convexo/pc)
30 set light 1000w
35 elipsoidal 1000w
8 torres para 04 refletores em cada torre
32 pc 1000 w
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Fr e n t e
16 zoom elipsoidal 2000w mod. 7720
L a t e r a l
12 pontos no 1° pavimento p/ 2000w (refletor par/foco 2) - (6
em cada lado)
12 pontos no 2° pavimemto p/ 2000w (refletor par/foco 2) - (6
em cada lado)
2 canhões seguidores no terceiro pavimento
Obs.: a iluminação lateral e a frontal são fixas.
S a l a d e d a n ç a
Equipamento de som
1 amplificador onix ac 800
1 tape deck duplo cassete w 515r
S a l a d o c o r e ó g r a f o
1 amplificador onix ac 800
1 tape deck duplo cassete w 515r
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S A L A M E I RA J Ú N I O R
Capacidade: 200 lugares
C e n o t é c n i c a
Boca de cena: 8,32 m
Proscênio: 1,13 m
Altura da boca de cena: 2,32 m
E q u i p a m e n t o d e l u z
1 mesa ditel 24 canais mod. Om 300 (manual) 03 submasters
2 dimmer boxes ditel mod. Om 800 12 canais cada
17 Refletores pc 1000w 17
2 Refletores elipsoidal
9 Set-light
E q u i p a m e n t o d e s o m
1 amplificador de potência retorno 350x advance – full range
1 tape deck duplo cassete w 515 r (teac)
B I B L I O G RA F I A
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Arquivos
Arquivo Público de Ribeirão Preto
Arquivo da Sociedade Lítero Musical de Ribeirão Preto
Revistas
Revista Revide, ano VII – nº2 – setembro, 1993. O Resgate de
Uma cultura. Ribeirão Preto.
Revista Arq Art, ano 2, nº 9. Theatro Pedro II – 1º Capítulo.
Ribeirão Preto
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Entrevistas
Francisco Pagano
Regina Spanó
Bibliografia Eletrônica
www.suapesquisa.com/literaturabrasil
www.clubedejazz.com.br
www.30anosdehistoria.hpg.ig.com.br
www.uol.com.br/modabrasil
http://www.culturabrasil.org/revolucaode30.htm
www.theatrosdobrasil.com.br
http://www.pitoresco.com.br/art_data/art_nouveau/index.htm
E X P E D I E N T E
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