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HIGIENE E SEGURANÇA NO TRABALHO

Trabalho realizado por:


Alda Alves
Batista Antunes
Joana Alves
Paulo Casalta
Samuel Serra
ÍNDICE
Pág.

INTRODUÇÃO 3
Conceitos fundamentais sobre segurança 3
HIGIENE E SEGURANÇA NO ESTALEIRO 3
PREVENÇÃO DE ACIDENTES NO TRABALHO DE MOVIMENTOS DE 6
TERRAS
TRABALHOS DE BETÃO ARMADO 11
Colocação de betão em obra 11
Acesso aos pontos de trabalho 11
Pontos de trabalho 12
ARAMADURA 14
Classificação 14
Derrube da armadura 16
Riscos e condições de trabalho na colocação em obra 16
Acessos e circulação 16
Estrutura vertical 17
ESTRUTURA PORTICADA PRÉ-FABRICADA 18
Riscos derivadas de quedas ou derrube 18
Estabilidade numa fase intermédia 19
TRABALHOS DE DEMOLIÇÃO 19
Processos e meios 19
Natureza dos riscos 20
Protecção contra as quedas de altura do pessoal 20
Queda da construção e queda de materiais 20
Projecção de materiais e objectos 21
Queimaduras e incêndios 21
Acidentes ligados à elevação de cargas 21
Acidentes ligados à utilização de máquinas e veículos 21
TAIPAIS 22
Definição 22
Constituição 22

1
Fases de utilização 22
Estabilização dos taipais 23
Condições de trabalho 24
Modos de evitar 24
Queda dos trabalhadores do taipal 25
Posicionamento da plataforma e distribuição dos pontos de atirantamento dos 26
taipais
Riscos diversos 26
COFRAGEM 28
Definição 28
Cofragem Deslizante 29

Constituição 29
Condições de trabalho e riscos 29
Cofragem Tripantes 30
Constituição 30
Condições de trabalho 31
ANDAIMES DE COBERTURA 32
Andaimes sobre consolas suspensas 33
Fixação na armação 34
Fixação por “abraçamento” no topo da parede da fachada 34
Fixação nos dispositivos de ancoragem 35
Fixação no vigamento 35
Fixação no coroamento das paredes da fachada 36
Fixação na caleira 36
Principais causas de acidentes classificadas por risco 37
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 39

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INTRODUÇÃO

A política de segurança no trabalho tem vindo a assumir uma importância


crescente nas preocupações das Empresas, em virtude de na industria de construção se
registarem cerca de 15% de acidentes de trabalho e 30% dos acidentes mortais do sector
industrial Europeu. O custo dos acidentes na construção representa cerca de 3% do
volume de negócios do sector, segundo os últimos dados conhecidos .
Em Portugal, segundo o Instituto para o Desenvolvimento e Inspecção das
Condições de Trabalho (IDICT), ocorrem nos estaleiros da construção, por ano, : 56 mil
acidentes, que correspondem a 20% do total dos acidentes de trabalho na indústria; com
160 vítimas mortais, ou seja 40% do total dos acidentes mortais na indústria.
A estes factos não é alheia a situação de a industria de construção ter a
particularidade de o seu estaleiro ser na maioria das vezes móvel, isto é, cada construção
tem o seu local próprio pelo que o seu fabrico “ varia “ de local para local, fazendo com
que as empresas de construção andem com a “ casa ás costas “. Tal situação é um factor
de agravamento de risco, já que o tipo de prevenção e actuação num estaleiro de obra
pode não ser aplicável noutro, mesmo que a obra tenha as mesmas características.
Dado o tema ser muito vasto , procuramos abordar os assuntos que do nosso ponto
de vista requerem maior atenção, no que diz respeito á higiene e segurança na
construção.

Ø Conceitos fundamentais sobre segurança


O primeiro conceito que se precisa saber sobre a segurança, é que esta consiste na
aplicação do sentido comum.
Trata-se simplesmente de dispôr das medidas adequadas para salvaguardar vidas.
Afecta tanto o projectista, como a direcção facultativa e os próprios operários. A
segurança no trabalho emprega no projecto e acaba com a recepção da obra.
O segundo conceito fundamental centra-se em entender que o objectivo principal
da segurança é prevenir acidentes e cumprir a normativa vigente.
Portanto, é necessário distinguir entre o que é sinalização, protecção pessoal e
protecção colectiva.
- A sinalização adequada adverte os trabalhadores sobre um possível perigo.
Aplicar-se-á quando o risco tenha pouca duração ou como complementos de outros
sistemas de protecção tem a sua aplicação em casos concretos.
- A protecção pessoal é utilizada para evitar ou diminuir as consequências que um
acidente poderá ocasionar e também tem a sua aplicação em acidentes/riscos concretos.
- A protecção colectiva evita que se produza um acidente. Deve-se manter sempre
este nível de protecção. O principal objectivo da segurança é a prevenção de acidentes
mediante medidas de protecção colectiva.

HIGIENE E SEGURANÇA NO ESTALEIRO

Os riscos profissionais são inerentes ao ambiente ou ao processo operacional das


diferentes actividades. Significam, pois , as condições inseguras do trabalho, capazes de
afectar a saúde, a segurança e o bem estar do trabalhador .
Tradicionalmente, a Segurança do Trabalho dedica-se á prevenção e controlo dos
riscos de operação e Higiene Industrial (ou Higiene no trabalho) aos riscos de ambiente,
os quais poderão, em determinadas condições ocasionar as doenças profissionais.

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O exercício de actividade em estaleiros temporários ou moveis expõe os
trabalhadores a específicos e frequentes riscos de acidentes.
Esses riscos resultam muitas vezes, da circunstância de o
projecto da obra não incluir uma planificação adequada dos
trabalhos e, bem assim, da inexistência de uma eficiente
coordenação dos trabalhos efectuados pelas diversas
empresas que operam no estaleiro durante a sua execução.
A fim de garantir a integração da segurança e a
protecção da saúde de todos os intervenientes no estaleiro,
na elaboração do projecto, deve o dono da obra nomear um
coordenador em matéria de segurança e saúde.
A abertura do estaleiro só pode ter lugar desde que o
dono da obra disponha de um Plano de Segurança e de
Saúde (P.S.S.) que estabelece as regras a observar no
mesmo.
Ao Construtor compete garantir a prevenção na
execução da obra aplicando e aprofundando o PSS. A
prevenção de riscos visa dar protecção aos trabalhadores e, também, às populações e ao
ambiente.
Para tal é necessário adoptar prescrições mínimas de segurança e saúde nos locais
e postos de trabalho tais como :

ü Estabilidade e Solidez
Os materiais os equipamentos, bem como todos os
elementos que existam nos locais e nos postos de trabalho
devem ter solidez e ser estabilizados de forma adequada e
segura.
ü Dimensões e volume de ar nas instalações
Os locais de trabalho devem ter superfície e altura
que permitam executar todas as tarefas previstas sem
risco para a segurança e saúde dos trabalhadores.

ü Instalações de distribuição de energia


As instalações não devem comportar risco de
incêndio ou explosão e devem assegurar que a
respectiva utilização não constitua factor de risco para
os trabalhadores, por contacto directo ou indirecto.
Todas as instalações devem estar claramente
identificadas, verificadas e assinaladas, e protegidas no
caso de haver necessidade de fazer passar veículos por
baixo de cabos eléctricos.

ü Vias e saídas de emergência


A instalação de cada posto de trabalho deve
permitir a evacuação rápida e em máxima segurança dos
trabalhadores.
As vias normais de emergência, bem como as
portas que lhe dão acesso, devem estar permanentemente
desobstruídas e em condições de utilização. Também

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devem estar instalados em locais apropriados e de acordo com a legislação sobre
sinalização de segurança.
ü Ventilação
Os locais de trabalho devem dispor de ar puro em quantidade suficiente para as
tarefas a executar atendendo aos métodos de trabalho e ao esforço físico exigido.
Os sistemas de ventilação mecânica devem ser mantidos em bom estado de
funcionamento e garantia que os trabalhadores não fiquem
expostos a correntes de ar prejudiciais á saúde.
ü Influências atmosféricas
Os trabalhadores devem ser protegidos contra as
influências atmosféricas que possam por em perigo a sua
segurança e saúde.
ü Quedas
Os trabalhadores devem dispor de protecção colectiva
contra a queda de objectos, e sempre que haja riscos de
queda em altura.
ü Temperatura
A temperatura e a humidade dos locais de trabalho e de outros
locais de permanência devem ser adequadas ao organismo humano,
aos métodos de trabalho e aos condicionalismos físicos impostos aos
trabalhadores.
ü Pavimentos, paredes e tectos das instalações
Os pavimentos interiores dos locais de trabalho devem ser fixos,
estáveis, antiderrapantes, sem inclinações perigosas, saliências e
cavidades.
ü Instalações de primeiros socorros
O empregador deve garantir que o sistema de primeiros
socorros esteja constantemente operacional e em condições de
evacuar os trabalhadores acidentados ou acometidos de doença súbita,
para lhes ser prestada assistência médica.
O número de instalações de primeiros socorros em cada local
de trabalho é determinado em função do número de trabalhadores, do
tipo de actividade e da frequência de acidentes.
As instalações de primeiros socorros devem dispor de material
e equipamentos indispensáveis ao cumprimento das suas funções,
permitir o acesso a macas e estar devidamente sinalizadas.
O endereço e o número de telefone do serviço de urgência
local devem estar afixados de forma clara e visível.
ü Instalações de vestiários
Se for necessário utilizar vestuário especial de trabalho, deve
haver vestiários apropriados para o efeito.
Estes devem ser de fácil acesso, possuir dimensões suficientes
tendo em vista o numero previsível de utilizadores em simultâneo, ser dotados de
assentos e, caso seja necessário, permitir secagem de roupas.
ü Instalações sanitárias
Quando o tipo de actividade ou as condições de salubridade o exigirem, os
trabalhadores devem dispor, nos vestiários ou comunicando facilmente com estes, de
cabinas equipadas com chuveiros de água quente e fria em número suficiente, com
dimensões adequadas e possibilidade de utilização separada por sexos.

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Quando não for necessário chuveiros, deve haver lavatórios suficientes, tendo em
vista o número previsível de utilizadores em simultâneo, localizados na proximidade
dos postos de trabalho e comunicando facilmente com os vestiários, e dotados de água
corrente, quente e fria se necessário.
Deve haver retretes, urinóis, se necessário, e lavatórios na proximidade dos postos
de trabalho, dos locais de descanso, dos vestiários e das cabinas de banho.
ü Locais de descanso
Quando a segurança e a saúde dos trabalhadores o exigirem, nomeadamente
devido ao tipo de actividade e ao isolamento do estaleiro, deve existir um local de
descanso com acesso fácil, dimensões suficientes e dispondo de mesas e assentos com
espaldar compatíveis com o número potencial de utilizadores, ou outras instalações que
possam desempenhar as mesmas funções.
Os locais de descanso e alojamento devem ter uma zona isolada destinada a
fumadores.
ü Disposições diversas
O perímetro do estaleiro deve estar delimitado e assinalado de forma a ser
perfeitamente identificável.
Os trabalhadores devem dispor de água potável e, eventualmente, de bebidas não
alcoólicas, em quantidade suficiente, nas instalações ocupadas e em local do estaleiro
próximo dos seus postos de trabalho.
Os trabalhadores devem dispor de instalações adequadas para comer e, se
necessário, preparar refeições.

PREVENÇÃO DE ACIDENTES NO TRABALHO DE


MOVIMENTAÇÃO DE TERRAS

Em pleno fim de século é cada vez maior a consciência


da importância do factor segurança no trabalho . Esta
preocupação é acrescida no sector da construção.
Existem um conjunto de critérios que, com ligeiras
matizações , podem ajudar a resolver ou mesmo evitar, os
problemas de segurança, nomeadamente os que se colocam na
fase de movimentação de terras.
Ainda que todos os terrenos sejam heterogéneos,
habitualmente estes são tratados como pertencendo todos á
mesma natureza, ou seja, como sendo homogéneos.
Existem uma série de factores que aceleram o processo
pelo qual o terreno perde a sua estabilidade e procura a sua
inclinação natural, como por exemplo, a água a variação da
humidade e temperatura, o passar do tempo e as cargas
estáticas ou dinâmicas. Outro dos factores que pode acelerar a
degradação das inclinações é a presença de condutas que, com o seu correspondente
material de recheio podem provocar derrubamentos e rupturas nas canalizações.
Assim é aconselhável, antes de começar qualquer trabalho de movimentação de
terras, obter o maior numero de informações possíveis, acerca da existência ou não de
serviços que possam ser afectados, ou seja obter uma informação “ orientadora “ sobre a
sua localização.
Outro dos factores que devemos ter em conta, é a atracção das pessoas pelas
obras. Como tal é crucial avaliar os riscos contra terceiros, tomando medidas desde o

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encerramento de obra se necessário, elaboração de valas de protecção e de ter o cuidado
de não abrir poços que fiquem descobertos fora de horário de trabalho.
As operações devem ser dirigidas pelo chefe da obra juntamente com o
encarregado evitando, assim, que seja o próprio maquinista quem organize a escavação.
Para além disso, é muito conveniente que o encarregado da obra verifique todas as
frentes de escavação no inicio e no fim de cada jornada, afim de comprovar a
estabilidade das inclinações. Desde esta fase da obra é crucial a existência de uma
unidade de segurança para a manutenção e reposição das protecções colectivas.
Dado a heterogeneidade dos terrenos, num mesmo solo pode haver um
comportamento completamente distinto a escassa distância. Deste modo, e como
medida preventiva é crucial efectuar em cada escavação a inclinação adequada.
Ainda que tecnicamente se possa realizar o corte de um terreno completamente
vertical, esta não constitui uma forma segura de prevenção. Assim as escavações devem
ser sempre realizadas deixando a inclinação adequada á classificação do terreno, ainda
que seja necessário utilizar martelos pneumáticos.
Em relação á MAQUINARIA, os principais factores que originam os
acidentes com máquinas, durante a fase de movimentação de terras são :

♦ Falta de formação dos trabalhadores


Alguns operadores não recebem a formação suficiente para trabalhar
com uma máquina.
♦ Utilização da maquinaria acima das suas possibilidades
Existe a crença que estas grandes máquinas têm estabilidade total,
ou seja, que não estão sujeitas ao embate devido à baixa velocidade a que
se deslocam. Contudo, ainda que ofereçam uma grande estabilidade, também elas têm
os seus limites, sendo necessário manejá-las com a devida precaução.
♦ Falta de manutenção
Sem as reparações periódicas, as máquinas são fonte de
inumeráveis avarias e, em muitos casos, propícias à ocorrência de
acidentes.
♦ Condições climatéricas ou ambientais
A chuva, o pó, etc., podem diminuir a visibilidade e provocar
colisões e atropelamentos. Para além disso, é possível que, devido ao
alto nível de ruído, não se observe a presença de alguns perigos.
Em relação ao TRABALHADOR, sabemos que a prevenção dos acidentes depende
em grande parte da mentalização dos operários
que intervêm no processo. Assim se evitará, por
exemplo, que não se transportem operários em
veículos que não disponham de assentos para os
acompanhantes, etc.
Para além disso, os trabalhadores devem ter
consciência de que as máquinas podem chocar ou
tombar e que as distracções motivadas pelos
trabalho repetitivo são frequentes.
Para evitar tal tipo
de acidentes, os
maquinistas, antes de
iniciarem uma manobra
ou um movimento
imprevisto, devem

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alertar através de um sinal acústico.
Os trabalhadores devem evitar permanecer no raio de acção das máquinas.
Como meio de prevenção de desabamentos, não se deve escavar debaixo da base
de apoio, nem nas zonas de ondulação do terreno.
Em relação á PROTECÇÃO PESSOAL, sabemos que esta
desempenha um papel importante na diminuição da
sinistralidade, não só no movimento de terras mas em todas
as áreas da construção civil. Neste sentido, são vários os
elementos que, pela importância da sua função, convém
destacar:
♦ Capacete
Para protecção da cabeça perante o risco de queda de
objectos pesados, pancadas violentas ou projecção de partículas. Para além disso, neste
caso, permite aos utentes da estrada detectar a presença dos operários.
♦ Fato de trabalho
Protege os trabalhadores do pó, de líquidos(corrosivos ou não) ou contra
radiações. É necessário prever roupa de trabalho de Verão adequada para trabalhar com
altas temperaturas.
♦ Botas
Devem ser adequadas com protecção para prevenir pequenos acidentes que, são
no seu conjunto fonte de grande percas económicas para as empresas construtoras,
como consequência dos dias em que os trabalhadores permanecem de baixa.
♦ Cinto anti-vibratório
Diminui a fadiga e, portanto, contribui para reduzir as
possibilidades de acidente.
♦ Cinto de segurança
Deve utilizar-se em todos os trabalhos que apresentam risco
de queda livre.
Este deve ser ligado a um cabo de boa resistência, que pela
outra extremidade se fixará num ponto conveniente, regulado
segundo as circunstâncias, não devendo exceder 1,4 metros de
comprimento.
♦ Máscaras anti-pó
Dispositivos de protecção respiratória que evitam doenças
respiratórias produzidas por prolongadas exposições em ambiente
de muita poeira, sendo uma boa medida, para o caso de um terreno que produz muito
pó, regá-lo frequentemente.
♦ Luvas
Necessárias para a protecção das mãos. Os ferimentos nas mãos constituem o tipo
de lesão mais frequente.
♦ Óculos de protecção
Os olhos constituem uma das partes mais sensíveis do corpo onde os acidentes
podem atingir a maior gravidade(cegueira).
Os olhos e também o rosto protegem-se com óculos e viseiras apropriados, cujos
vidros deverão resistir ao choque, à corrosão e às radiações, conforme os casos.

Sem olhos não se pode trabalhar! A vida deixa de ter cor!


♦ Auriculares e/ou auscultadores
Para protecção dos ouvidos. Os auriculares são introduzidos no canal auditivo e
visam diminuir a intensidade das variações de pressão que alcançam o tímpano (os

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materiais empregados são: o algodão, a borracha, os plásticos e a lã mineral). Os
auscultadores são feitos em material rígido, revestido internamente por material flexível.
Adaptam-se ao pavilhão auditivo, cobrindo-o totalmente.
Os equipamentos individuais de protecção exigem do trabalhador um
sobreesforço no desempenho das sua funções, quer pelo peso, quer pela dificuldade
respiratória, quer ainda pelo desconforto geral que podem provocar.
Devem, portanto ser usados apenas na impossibilidade de adopção de medidas de
ordem geral.
A selecção destes equipamentos deverá ter em conta: os riscos a que está exposto
o trabalhador, as condições em que trabalha, a parte do corpo a proteger, assim como as
características do próprio trabalhador.
Os equipamentos de protecção individual devem obedecer aos seguintes
requisitos: serem cómodos, robustos, leves, e adaptáveis. Nesta problemática, proteger
significa: tão pouco quanto possível, mas tanto quanto necessário.
Apresenta-se de seguida uma figura que representa de uma forma geral os
equipamentos de protecção individual mais usuais:

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TRABALHOS DE BETÃO ARMADO

Ø Colocação do betão em obra

Riscos: Os riscos a que as equipas de betonagem estão sujeitas são essencialmente


devidos à especificidade dos postos de trabalho e aos acessos aos mesmos ligado à
natureza do elemento a betonar e á negligência na utilização dos materiais usados no
manuseamento do betão .

Postos de trabalho e seus acessos:


Nas obras tradicionais a equipa de betonagem intervém no elemento já cofrado e
devidamente armado a fim de aí assegurara a recuperação e vibração do betão do
elemento.
As configurações dos elementos a betonar são múltiplos, mas de modo a
generalizar vou tratar apenas de estruturas horizontais e verticais que naturalmente são
em maior número.

Ø Acessos aos postos de trabalho


Estruturas horizontais armadas
No caso das estruturas horizontais armadas, a circulação para o acesso aos locais
de betonagem necessita no mínimo, de uma passadeira que será colocada sobre as
armaduras e deslizada sempre que necessário. Isto para qualquer que seja o caso, laje de
fundação ou tabuleiro de pontes, por exemplo.

Acesso a lajes de fundação


Passadiços convenientemente protegidos por guarda-corpos assim como escadas.

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Acesso a tabuleiros de pontes
Devem ser previstos andaimes bem como passadiços em redor do elemento a
betonar.

Ø Postos de trabalho

São um aspecto importante que se resume na descarga do betão e na vibração do


betão.

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Descarga do betão
Durante a betonagem deve-se ter o cuidado com os choques do balde de betão e
do balanço que lhe provocam (ou da manga de betonagem).
As plataformas de trabalho, quando se utilizam as betoneiras que normalmente
são de grande capacidade, de dimensão apreciável, têm que ser obrigatoriamente
dimensionadas. Para prevenir o risco de queda , seja qual for o tipo de elemento tem que
ser colocado um guarda-corpos.
Deve-se igualmente prevenir o risco de ruptura das cofragens devido às
sobrecargas pontuais provocadas por uma descarga exagerada de betão.

Vibração do betão
Relativamente aos elementos verticais:
a) As plataformas de trabalho de grande altura das cofragens devem permitir pela
sua concepção, fácil circulação em torno do elemento a betonar.

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b) O pessoal encarregue da betonagem não deve deslocar-se sobre os topos das
cofragens para realizar o seu trabalho. Deve ser feita a partir das plataformas
elevadas da cofragem.
Se a dimensão do elemento a betonar for considerável, a betonagem pode ser
realizada no topo da cofragem onde os varões em espera constituem uma protecção
natural contra eventuais quedas para o lado cofrado.

ARMADURA
Classificação
Nos estaleiros a armadura é pré-fabricada parcialmente ou completamente ou
realizada “In situ”.
Riscos
Queda ou derrube da armadura durante a colocação em obra.
Modos de evitar
Na sua manipulação
Quer se trate de atados de varão ou de elementos pré-fabricados existem
recomendações elementares que são para respeitar aquando da sua manipulação:
• Informar o manobrador dos riscos que representa esta operação;

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• Respeitar rigorosamente as regras do trabalho por vento forte. È recomendável
que nas operações de manipulação de armaduras o limite de utilização das
gruas-torre, previstas para uma velocidade de 72km/h,seja prevista para uma
velocidade bastante inferior a fim de evitar riscos de balanço de carga, de
descarrilamento ou choque violento do chariot de lança, sobretudo com certos
tipos de gruas.
Quando o vento atinge uma velocidade de ponta de 60km/h a utilização da grua
nas operações de manipulação da armadura deve ser interrompida.
Para respeitar as disposições anteriores, há necessidade de colocar um
anemómetro no topo da grua.
• Guiar, na vizinhança de obstáculos (com ajuda de cordas) as armaduras em
deslocação;
• Utilizar um sinaleiro quando a visibilidade do operador de grua está
impedida(total ou parcialmente);
• Manipulação na vizinhança de cabos aéreos –atender às disposições
regulamentares aplicáveis.

Manipulação de atados de varões de aço


Para a manipulação de atados de varões de aço devem ser utilizadas cintas
adaptadas a este efeito.

Manipulação de armaduras pré-montadas


a) Pontos de amarração
A resistência dos pontos de amarração deve ser verificada para as acções
induzidas pela sua operação. Devem ser em número suficiente ,estar bem posicionados
tendo em conta a flexibilidade do elemento a transportar e solicitar o número de
armaduras necessárias a fim de evitar qualquer deslocamento bem como qualquer
ruptura(carga de utilização menor ou igual a 1/6 carga de ruptura).
O tirante deve solicitar as armaduras das duas faces do elemento pré-montado e no
caso de elevação de uma armadura de pilar agarrar a partir da terceira cinta a contar do
topo.
Para as armaduras pré –montadas particularmente pesadas ou de grande
flexibilidade deve ser previsto um reforço entre os pontos de amarração.
b) Suspensão
A manipulação de estruturas pré-fabricadas de grande flexibilidade(viga de
elevado comprimento, painéis ,viga-caixão , etc.) deve ser efectuada com a ajuda de
uma barra de equilíbrio.
Os tirantes de suspensão de carga devem ser suficientemente longos para permitir
um ângulo de amarração inferior a 60o , disposição que evita esforços horizontais
excessivos nos pontos de amarração. Se necessário, estes esforços horizontais serão
absorvidos por um reforço a prever entre os pontos de amarração interessados.
c) Desprendimento dos cabos de suspensão
Só deve ser efectuada depois do responsável pela manipulação verificar que o
elemento pré-montado está correctamente estabilizado ao nível do piso a realizar.

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Ø Derrube da armadura

Para evitar o risco de derrube:


a) Pilares
A estabilidade das armaduras que geralmente são colocadas antes da cofragem
deve ser assegurada por apoio exterior, escoramento que depende do tipo de cofragem.
b) Paredes
Para evitar a necessidade de escoramentos a armadura deve ser colocada depois
do taipal do primeiro paramento ter sido colocado e estabilizado.
c) Vigas-caixão
Em vigas-caixão de grandes dimensões, as armaduras de lage superior precisam
de ser escoradas numa fase intermédia.

Ø Riscos e condições de trabalho na colocação em obra

Os principais riscos decorrem do desmoronamento ou colapso das armaduras e


durante o trabalho desenvolvido ao nível do elemento.

Armadura in situ de estruturas verticais


Deve ser realizada a partir de um andaime adaptado ou “andaime de ferrageiro” e
previamente montado e estabilizado respeitando as regras de fixação dos painéis de
armaduras à cofragem.

Ø Acessos e circulação

Estruturas horizontais
Principais cuidados a ter:
a) Colocar acessos com número suficiente às lages de fundação.

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b) Colocar à medida que os trabalhos avançam caminhos de circulação seguros
que devem evitar passar perto de varões de aço “em espera”.

c) Proteger os negativos da armadura.

Ø Estruturas verticais

Não é permitido escalar a estrutura de aço. Deve ser colocada uma placa de aviso
e o responsável da obra deve fazer cumprir essa proibição.
Em paredes de grande comprimento devem ser realizadas janelas nas armaduras
para permitir a passagem através dos correspondentes painéis de armadura.
Para elementos de grande altura e suficientemente longos, a armadura deve ser
concebida por forma a que seja criado um caminho de acesso pelo interior do elemento,
através da armadura do pilar.

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Caso particular de pontes-pórtico ou “box culverts”
A realização destas estruturas necessita a colocação em obra de armaduras em
esquadro nos nós que constituem as ligações muro-tabuleiro.

Protecção individual
Os ferrageiros devem usar luvas para evitar cortes e perfurações e usar calçado
anti-derrapante.
A colocação em obra de caixas pré-montadas de armadura sobre varões em espera
deve ser sempre realizada com a ajuda de um equipamento do tipo pé-de-cabra.

ESTRUTURAS PORTICADAS PRÉ-FABRICADAS

Riscos
Na realização de sistemas pré-fabricados os trabalhadores estão sujeitos a queda
ou derrube de elementos pré-fabricados colocados provisoriamente e queda quando
colocados em obra

Ø Riscos derivados de queda ou derrube

Armazenagem e transporte
Tanto na fábrica de pré-fabricação como no local da obra, as vigas e os pilares
devem ser armazenados correctamente.

Apoios apropriados devem ser colocados a fim de evitar:


• Derrubes indevidos principalmente no caso de peças submetidas a grandes
vibrações;
• Deformações no plano horizontal e no plano vertical

Manipulação
Os cuidados a ter são iguais aos da manipulação de armadura de atados de varões
ou de elementos pré-fabricados acrescentando-se no entanto a seguinte recomendação:

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• Em operações na proximidade de linhas eléctricas deve-se atender às
prescrições regulamentares aplicáveis.
Deve ser dada aos pontos de amarração a maior atenção, que de preferência
deverão ser embutidos.
Se a elevação é feita utilizando cabos (4 fios entrançados) estes terão
comprimento suficiente para permitir um ângulo de amarração inferior a 60º.

Ø Estabilidade numa fase intermédia

Respeito pelas tolerâncias


É a regra base para evitar o risco de queda de uma estrutura pré-fabricada.
Esta exigência leva em linha de conta a precisão dimensional e geométrica das
peças pré-fabricadas, a precisão na implantação dos pilares, a precisão na verticalidade
dos pilares e o respeito pelas condições de apoio.

Escoramento das peças


Até que sejam fixos ao maciço de fundação os pilares devem ser escorados com
elementos funcionando como tirante ou escora. Estes escoramentos apoiar-se-ão no solo
por intermédio de blocos de betão.

Ligações aparafusadas
As ligações aparafusadas dos nós vigas-pilares devem ser feitas o mais
rapidamente possível após a colocação das vigas.
Deve ser elaborado um plano de montagem preciso que deve ser respeitado.
Nas zonas de obra onde os nós dos elementos pré- fabricados não estejam ainda
ligados, devem ser assinalados com balizas de aviso e com balizas de interdição de
passagem são os elementos em questão.
Para permitir as ligações de forma expedita, as vigas devem ser colocadas
sucessivamente pórtico a pórtico em vez de o serem vão a vão.
As vigas colocadas provisoriamente devem ser igualmente escoradas em
conformidade com os planos de execução (ou planos de montagem).

TRABALHOS DE DEMOLIÇÃO

Ø Processos e meios

A demolição total ou parcial de um edificio e feita de acordo com um ou mais


dos seguintes processos:
• Arrasamento;
• Desmoronamento ou desabamento;
• Desmembramento ou fragmentação;
• Derrube dos elementos horizontais ou verticais;
• Por utilização total ou parcial de explosivos;
• Desmontagem ou corte.
Estes processos de demolição supõem uma combinação de meios a colocar em
obra.

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Ø Natureza dos riscos

Cada processo apresenta riscos específicos mas de uma maneira geral as pessoas
que executam trabalhos de demolição estão expostas principalmente aos riscos
seguintes:
• Queda desamparada em altura
• Queda em altura em pé e ferimentos nos pés
• Abatimento não previsto de todo ou uma parte do edifício
• Queda e projecção de materiais
• Prejuízos nas construções vizinhas e a terceiros
• Ferimentos resultantes da utilização dos equipamentos, ferramentas e veículos
• Ferimentos devido à elevação de cargas
• Explosão e incêndio
• Prejuízos paras a saúde em consequência da exposição ao ruído excessivo, a
poeiras, etc.

Ø Protecções contra as quedas de altura do pessoal

Exemplos de medidas destinadas a evitar estas quedas


• Colocação de dispositivos guarda-corpos em redor de aberturas e
pavimentos(baias e sacadas);
• Tapar as aberturas que existam nos pavimentos.

Medidas destinadas a limitar as consequências de uma queda


• Montagem de dispositivos formando superfícies de recolha (redes);
• Realização de tremonhas de evacuação começando pela laje superior;
• Uso do arnês de segurança sempre que as protecções colectivas não possam
ser colocadas.

Ø Queda da construção e queda de materiais

Existem medidas próprias para evitar este tipo de queda quer seja provocada
voluntariamente ou súbita

ü Queda de materiais
De modo a evitar que os trabalhadores sejam atingidos por queda de materiais:
• O acesso às zonas previsíveis de queda deve ser proibido através de cercas,
portões, guardas, etc.;
• Algumas operações devem ser eliminadas, sobretudo a execução de trabalhos
sobrepostos e retirar materiais do chão durante a evacuação de pedregulhos
por tremonhas a partir de um nível superior;
• Sempre que necessário sobretudo junto a locais acessíveis ao público instalar
dispositivos que formem superfícies de recolha;
• É obrigatório o uso de capacete em todo o estaleiro da demolição e uma placa
colocada à entrada da obra a lembrar esta obrigação.

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Ø Projecção de materiais e objectos

ü Demolição por tracção com ajuda de cabos e demolição com a bola


Uma vez que a ruptura de um cabo é possível há que proibir o acesso á zona de
um eventual acidente.

ü Uso de lanças térmicas


É indispensável a utilização de equipamento individual de protecção adequado
para reduzir o risco de queimaduras.
Devem também ser utilizados meios para proibir o acesso á zona de projecções a
toda a gente que não o operador e ajudante.

ü Demolição de obras em betão pré –esforçado


Este tipo de operações só deve ser r4ealizado sob a alçada de técnicos
competentes e após estudos preliminares completos.

ü Corte de elementos metálicos


Uma vez que os elementos metálicos podem estar submetidos a esforços, a sua
eliminação pode provocar desabamentos ou projecções perigosas.

ü Uso de explosivos ou cartuchos para a detonação a gás


As projecções serão evitadas com a colocação de protecções.
A zona perigosa será evacuada e o seu acesso interdito aquando das explosões
para prevenir qualquer projecção inesperada

Ø Queimaduras e incêndios

Aquando da utilização de maçarico de mão, lanças térmicas ,explosivos e aquando


da utilização de fogo para destruir alguns elementos, devem ser tomadas todas as
precauções para evitar a propagação de um incêndios e queimaduras nos trabalhadores.

Ø Acidentes ligados à elevação de cargas

Uma vez que os trabalhos de demolição requerem várias manipulações manuais,


os trabalhadores devem utilizar calçado de segurança e luvas de protecção.

Ø Acidentes ligados à utilização de máquinas e veículos

Devem ser tomadas algumas medidas de precaução, nomeadamente:


• Assegurar-se da estabilidade das lajes ou solos onde irão circular as viaturas;
• Verificar aquando da demolição por massas que o peso da massa é compatível
com a capacidade do aparelho;
• Se rampas e plataformas forem criadas com produtos da demolição deve-se
assegurar que as rampas e taludes tenham dimensões adequadas assim como
verificar a homogeneidade dos materiais utilizados;
• Os exames e verificações deverão ser renovados frequentemente e as
máquinas e veículos devem estar sempre em bom estado de manutenção.

21
TAIPAIS

Definição
Tratam-se de painéis de cofragem pré-fabricados, susceptíveis de numerosas
reutilizações, permitindo a cofragem de uma só vez de paredes ou diveresos elementos
em betão armado ou não, em geral verticais e de grande superfície.
São constituídos por uma superfície cofrante estanque ao betão e rigidizada por
meio de uma estrutura. Os diferentes elementos que constituem um taipal são
geralmente em madeira metal ou mistos.

Constituição
Os taipais são normalmente constituídos pelos seguintes elementos:

1-superfície cofrante - uma estrutura que confere a rigidez;


2-rigidizadores verticais;
3-perfis horizontais;
4-um dispositivo de estabilização;
5-plataformas e o seu acesso;
6-tirantes.

Ø Fases de utilização
Aquando da utilização numa obra, um taipal ocupa sucessivamente diversas
posições ao longo das principais fases de utilização cujo desenvolvimento mais usual é
descrito pelos seguintes esquemas :

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1. Armazenamento no chão e espera no chão ou sobre o plano de trabalho para
limpeza, lubrificação, etc.;
2. Aproximação dos taipais da primeira fase de cofragem, seguida de ajustes;
3. Espera na posição vertical , depois de ajuste, durante a colocação das
armaduras ou dos negativos;
4. Aproximação dos taipais da segunda face de cofragem seguida do seu ajuste;
5. Taipais solidarizados face a face para betonagem;
6. Descofragem;
7. Elevação, amarração, etc.(durante as diversas fases).

Ø Estabilização dos taipais - estabilidade ao vento


A resistência ao derrubamento é uma das qualidades essenciais dum taipal . Deve
ser assegurada por meio de dispositivos previstos aquando da sua construcção e durante
todas as fases de utilização definidas anteriormente . Sendo o vento, a principal causa
de derrubamento, é lógico que se tome como referência a força exercida por este para
uma certa velocidade. Um taipal mal concebido abana sob a acção de uma força pouco
intensa uma vez que o centro de gravidade “cai” muito perto do bordo da superfície de
apoio, do lado da superfície cofrante. Para que os taipais sejam estáveis é importante
que :
- Se utilize um molde completo, composto por duas faces da cofragem (taipais
frente a frente);
- Aumentemos a superfície de apoio tendo em conta a posição do centro de gravidade;
- Desloquemos o centro de gravidade por meio de um contrapeso cuidadosamente
colocado.

23
Ø Condições de trabalho
Riscos
Queda do taipal aquando da sua colocação em fase de montagem e por derrube(
na armazenagem ou aquando da sua colocação em obra ou na proximidade do elemento
a cofrar).
Queda dos trabalhadores do taipal desde os postos de trabalho ao aceder aos
postos de trabalho
Riscos diversos na realização de operações de limpeza, lubrificação e colocação
de travessas ou durante a descofragem ou durante a betonagem.

Ø Modos de evitar
Queda do taipal

Ø Aquando da sua colocação


Dispositivos de amarração, são uma das componentes presentes para a realização
da cofragem, sendo assim a sua contribuição é importante para efeitos de pré-
dimensionamento. A estimativa do peso do taipal deve ser feita com cuidado.
Suspensão, para a elevação dos taipais deverá ser utilizado preferencialmente uma
barra de equilíbrio, vejamos:

Elevação propriamente dita, os taipais caracterizam-se por uma grande


superfície e pelo seu peso elevado logo devemos respeitar as regras de paragem do
trabalho por vento forte, guiar na vizinhança de obstáculos e utilizar um sinaleiro e um
especial cuidado com a proximidade de linhas eléctricas.

Ø Por derrube
Na armazenagem, colocando-os em baias, dispondo-os contra superfícies
verticais, dispondo-os contra superfícies verticais , deitando-os sobre uma área plana e
horizontal .
Na montagem da cofragem, a realização de uma cofragem tradicional de um pilar
implica as seguintes operações:
Estabilização do taipal; regulação; limpeza, lubrificação; armação e colocação de
travões; colocação do taipal; colocação e regulação das cofragens de topo; betonagem;

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preparação da superfície de ligação; descofragem e colocação de apoios de
continuidade.

Ø Queda dos trabalhadores do taipal

Os taipais, devido à sua elevada altura necessitam duma intervação a vários níveis
para colocação dos tirantes, o que obriga necessariamente à colocação de plataformas de
trabalho. Estas plataformas devem permitir uma fácil circulação (horizontal e vertical) e
permitir que o pessoal possa trabalhar comodamente. Assim:
- Cada plataforma deve ser protegida mediante a colocação de guarda-corpos em
toda a bordadura do vazio, incluindo topos.
- Desde que o comprimento do elemento a cofrar necessite da colocação de uma
fiada de taipais, a continuidade da circulação horizontal bem como da protecção contra
o risco de quedas devem ser asseguradas.

Para as circulações verticais deve haver um acesso seguro a cada plataforma . O


nº de acessos deve ser determinado em função do comprimento total da plataforma . O
acesso à plataforma deve ser protegido por um alçapão.

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Ø Posicionamento das plataformas e distribuição dos pontos de
atiramento dos taipais

Estes dois factores estão intimamente ligados por uma concepção do taipal que
permita boas condições de trabalho. Do ponto de vista ergonómico a relação entre eles é
evidente.

A distribuição dos atirantamentos deve ser então a preocupação primordial do


projectista . Uma distribuição adaptada dos perfis (geralmente com inércia forte ) bem
como a utilização de tolerâncias de planimetria aceitáveis.

Ø Riscos diversos

Na lubrificação das cofragens e na colocação de travamentos. Dada a grande


altura dos taipais este procedimento deve ser feito após a execução da cofragem.

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Ø Na descofragem, há o risco de queda do taipal , para evitar convém assegurar
permanentemente a estabilidade da cofragem.

Ø Na betonagem do elemento, para evitar o risco comum da queda do pessoal


encarregue de colocar betão, é conveniente equipar os taipais com plataformas
de trabalho adaptadas.

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Casos de pisos sucessivos, desde que o piso seja o primeiro de uma série deles, a
cofragem deve ser adaptada em função do nível dos seus passadiços elevados. O mesmo
se aplica ao processo de descofragem.

COFRAGENS

Definição
Para a realização de edifícios em betão armado de grande altura são normalmente
utilizados dois tipos de cofragens:
• Cofragens deslizantes;
• Cofragens trepantes.
Enquanto que nas trepantes as elevações são feitas sucessivamente mas de forma
descontínua, nas deslizantes são feitas de forma contínua(ou semi-contínua), o que leva
entre outras coisas , ao desaparecimento das repetidas operações de cofragem e
descofragem e ao aumento da rapidez de execução. Isso, implica, a colocação
simultânea da armadura e do betão à medida de elevação de cofragem.

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COFRAGENS DESLIZANTES

Constituição

Utilização
A elevação das cofragens deslizantes é feita de forma autónoma, em vez de se
utilizarem os procedimentos tradicionais de elevação por meio de gruas. A progressão é
assegurada por um sistema hidráulico a partir de macacos que apoiam sobre as hastes de
suporte que vão sendo colocadas com o avanço da elevação de paredes de betão.

Ø Condições de trabalho e riscos

É importante referir que as cofragens deslizantes são específicas da construcção


em contínuo e a grandes alturas. Estes dois aspectos condicionam as medidas de
prevenção específicas e disposições particulares do estaleiro no quadro duma
preparação e organização dos trabalhos necessariamente rigorosos. É de notar que pela
sua natureza e utilização deste tipo de cofragem vai já no sentido de segurança quanto
ao risco de queda.

Ø Nos postos de trabalho:


ü A utilização destas cofragens exige pessoal qualificado e com experiência
ü As plataformas de trabalho devem ser obrigatóriamente equipadas com
guarda-corpos conforme o regulamento em vigor no que respeita à segurança.
As seguintes disposições particulares devem ser previstas:
contra a queda de objectos a partir das plataformas.
nos postos de trabalho a grande altura, os trabalhadores devem ser protegidos
contra o vento e contra o risco de vertigem, assim, deve ser colocado um guarda corpos
contínuo de pelo menos 2 metros de altura e onde a acção do vento deve ser levada em
conta aquando do seu dimensionamento.
- nunca deixar ou enviar um trabalhador sozinho para trabalhos nas plataformas de
acabamento
- os postos de trabalho devem ser convenientemente ilumunados (prevendo uma
iluminação de energia independente)

29
- deve ser assegurada protecção contra incêndios
- colocar à disposição do pessoal aparelhos de aquecimento eléctrico, um abrigo
contra as intempéries e para proteger os documentos de trabalho, e ainda material de
primeiros socorros no caso de um acidente
- prever meios de comunicação com o solo

convém ainda:
- realizar diversas operações de manutenção
-não sobrecarregar as plataformas de trabalho e distribuir convenientemente as
cargas sobre estas para evitar qualquer desvio da cofragem.
Para todo o trabalho bem como para toda a circulação junto do deslizamento que
seja proibida, tendo em conta a queda de eventuais objectos a partir da cofragem, deve
ser prevista uma balizagem da zona interdita.

COFRAGENS TRIPANTES

Constituição

Podemos referir que as cofragens trepantes são constituídas por:

Parte em andaime:
1- consola

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2- passadiço de acabamento
Parte de cofragem :
3- painel cofrante
4- escora
5- passadiço elevado para
eventual betonagem

Ø Condições de trabalho
Identificação dos riscos de queda da cofragem:
colapso da cofragem
§ durante as operações de manipulação
§ durante a sua mentagem ao nível do elemento a betonar
riscos aos quais o pessoal está exposto:
§ nos postos de trabalho
§ quando acede ou circula

Para minimizar estes riscos, é necessário que empreiteiros e trabalhadores


respeitem certas regras elementares relativas à concepção e utilização em obra
das cofragens trepantes

Disposições para evitar o colapso da cofragem:


Dispositivos de amarração:
§ o seu dimensionamento bem como a sua fixação deve ser tal que a carga de
utilização seja menor ou igual a 1/6 da carga de rotura.
§ Os dispositivos de engate devem ser inamovíveis
§ Duma forma geral, no caso de uma elevada reutilização deve ser efectuada uma
verificação regular ao nível das ligações.

Amarração:
Para a elevação das cofragens será utilizada preferencialmente uma barra de
equilíbrio.

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Absorção dos esforços por intermédio de um rigidizador entre dois anéis de
engate dos cabos

Elevação própriamente dita:


-guiar, na vizinhança de obstáculos ( com a ajuda de cordas) as cofragens em
deslocação;
-utilizar um sinaleiro quando a visibilidade do operador da grua está impedido
(total ou parcialmente);
-operações na proximidade de linhas eléctricas conforme prescrições
regulamentares aplicadas.

Recomendações contra os riscos a que o pessoal está exposto:


A colocação das cofragens trepantes caracteriza-se pela necessidade de proceder a
ancoragens sucessivas e pela natureza dos trabalhos a que se destina, o que dá origem a
uma progressão vertical dos postos de trabalho. Tomando por base um ciclo de rotação
do equipamento, as seguintes regras elementares devem ser respeitadas para evitar os
riscos que os trabalhadores estão expostos e para melhorar as condições de trabalho.

Descofragem do painel cofrante:


- As plataformas de trabalho necessárias para aceder aos tirantes(eventual plataforma
intermédia acima do painel cofrante) serão protegidas em todo o seu perímetro,
incluindo os topos, para evitar quedas em altura, sendo que essa protecção deverá
ser constituída por guarda-corpos regulamentares.
- A escora extensível deverá resistir não só a esforços de tracção como também de
compressão, articulada nos pontos fixos(painel cofrante e no plano de trabalho),
deverá permitir fácil aparafusamento e desaparafusamento ao nível do dispositivo de
regulação, devendo este, por outro lado, estar correctamente posicionado, isto é, à
altura do trabalhador.

ANDAIMES DE COBERTURA
Os andaimes de cobertura podem ser constituídos por consolas suspensas (tema
desenvolvido) ou por elementos instalados nos beirais (pré fabricados ou não) e que se
destinem à construcção e reparação de coberturas.

32
Ø Andaimes sobre consolas suspensas
Este tipo de andaime é constituído por consolas realizadas por perfis metálicos
com ligações soldadas. É recomendável escolher andaimes que possuam pavimentos pré
fabricados. Estes pavimentos devem ser fixos às consolas para resistir à acção do vento
e assegurar o seu contraventamento. Os pavimentos pré fabricados podem ser de
madeira, metal ou mistas. Estes pavimentos são em forma de pranchas, cujo
comprimento mínimo é de 2 metros e devem poder sustentar, no mínimo, uma carga de
2600kN (2 homens + ferramentas e materiais) distribuída por uma largura de 0,6m.
Se a protecção periférica do pavimento for destinada somente ao pessoal que
trabalha em cima dela, um guarda-corpos se 1 metro de altura que disponha de 2
protecções dorsais e um rodapé de 0,15 metros será suficiente. Se a protecção também
for destinada ao pessoal que trabalha no telhado, esta deve ter ainda uma superfície de
recolha.
O acesso ao andaime pode ser feito pelo pavimento, com a ajuda de uma escada
de mão, ou pela cobertura. Se se utilizar uma escada de mão esta deve ultrapassar de 1
metro o pavimento e ser solidamente fixa ao andaime . Para alcançar sem risco o
guarda corpos este deve ser constituído por uma cancela que abra para o interior do
andaime.

O acesso ainda pode ser feito pela cobertura quando o pavimento do andaime
estiver a um nível inferior do beiral, devem ser assim tomadas algumas precauções para
lhe aceder, de modo a evitar sobrecargas dinâmicas.
As consolas suspensas são concebidas para serem instaladas acima ou abaixo da
cobertura ou em ambos os locais, mediante o uso de acessórios de adaptação.
As consolas instaladas por baixo da cobertura permitem a construcção de um
andaime que não exige a intervenção na cobertura depois da sua desmontagem. As
consolas podem neste caso ser fixas ao vigamento, no topo da parede ou em dispositivos
de ancoragem instalados nas fachadas ou no pavimento dos tectos.

33
Ø Fixação na armação
A fixação é realizada sobretudo numa madre da asna se a sua resistência o
permitir. Pode também ser usado um tubo colocado trás dos banzos das asnas ou das
varas da estrutura da cobertura. A ancoragem é assegurada em geral com a ajuda de uma
corda ou de um cabo.

Ø Fixação por “abraçamento” no topo da parede da fachada


A fixação só pode ser assegurada por abraçamento do topo da parede de fachada
quando existir uma viga cinta em betão armado ou se o estado do coroamento da
alvenaria o permitir.

34
Ø Fixação nos dispositivos de ancoragem
Os pontos de ancoragem realizados na fachada com estes dispositivos devem ser
de acesso fácil e o encaixe das consolas deve ser de fácil execução. A implantação dos
pontos de ancoragem deve ser realizado depois de um estudo aquando da concepção do
edifício. Torna-se importante referir que estes dispositivos podem ser instalados
atravessando a parede exterior ou podem também ser utilizados dispositivos de
ancoragem permanentes, fixos nas fachadas ou nos pavimentos dos tectos. A título de
exemplo quando o dispositivo de ancoragem é instalado no pavimento a sua ligação
com a consola ou com o tubo que suporta as consolas pode ser assegurado com um cabo
cujo comprimento pode ser ajustado com a ajuda de um esticador.

A instalação das consolas acima da cobertura só deve ser efectuada logo que não
seja possível fazê-lo abaixo da cobertura. Realmente, esta solução requer a intervenção
do pessoal depois da desmontagem do andaime para tapar as aberturas deixadas na
cobertura na qual estavam fixos os elementos da consola.
A fixação das consolas pode ser feita na armação, no topo da parede da fachada
ou na caleira se a sua resistência o permitir.

Ø Fixação no vigamento
A amarração deve ser feita o mais perto possível de um ponto de fixação de um
elemento estrutural da cobertura. Podem ser usados vários dispositivos para permitir
pendurar as consolas. Estes podem ser temporários ou definitivos. Dentro dos
dispositivos temporários temos por exemplo as cordas os cabos com serra-cabos e
estribos (ver figura abaixo).

35
Os dispositivos de ancoragem permanentes devem suportar uma carga estática de
10kN exercida paralelamente ao plano da superfície de ancoragem, e sem deformação
permanente. Estes dispositivos são fixos ao vigamento, na totalidade ou em parte, e
permitem pendurar rapidamente e com segurançaas consolas.

Ø Fixação no coroamento da parede da fachada


Antes de tudo, assegurar-se do bom estado da alvernaria. Estas consolas podem
por exemplo: - Abraçar a parede da fachada; pousar em cima da parede e apoiar atrás da
viga cinta (ver figura abaixo) ; pousar no pavimento do tecto e apoiar atrás da parede da
fachada;

Ø Fixação na caleira
Na medida do possível fixar somente em caleiras de betão armado . As consolas
pousam no fundo da caleira e apoiam na parte vertical da mesma.
Se for necessário fixar num elemento que não seja de betão armado, este não deve
pousar na parte em balanço de uma cornija em alvenaria ou em pedra. É conveniente
assegurar-se do bom estado e unir, por segurança, cada consola por um cabo a um
elemento sólido da construcção para evitar o seu desabamento no caso de rotura da parte
vertical da caleira.

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Ø Principais causas de acidentes classificadas por riscos:

Deslocamento acidental de todo ou parte do andaime


• Por falta de resistência nos apoios;
• Rotura de um elemento de carpintaria;
• Rotura da alvenaria;
• Por falta de resistência de um ou mais elementos da estrutura do andaime.

Nas consolas suspensas,


• Desprendimento acidental;
• Falta de contraventamento ou apoio instável sobre a construção;
• Rotura do ponto de ancoragem;
• Rotura do órgão de fixação da consola ao ponto de ancoragem;
• Rotura da consola.

Rotura da base do apoio


• Pranchas e tábuas com resistência inferior à admissível para o vão que
vencem;
• Pranchas e tábuas em mau estado;
• Sobrecarga elevada.

Rotura de guarda-corpos
• Materiais em mau estado;
• Resistência inferior à admissível.

Queda de pessoas após perda de equilíbrio


• Falta de utilização de equipamento individual de protecção contra as quedas
durante a montagem e desmontagem;
• Ausência parcial ou total do guarda-corpos;
• Soalho de largura reduzida;
• Distância muito grande entre o soalho e a fachada do edifício;
• Acesso descuidado.

Queda de materiais
• Falta de um rodapé;
• Soalho incompleto;
• Distância exagerada entre o soalho e o edifício;
• recepção descuidada de materiais por parte dos trabalhadores.

Contacto entre as pessoas e os fios condutores de uma linha eléctrica aérea


(directo ou por intermédio de um objecto)
• Incumprimento das distâncias de segurança;
• Falta de protecções.

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Para construir um andaime que permita trabalhar em segurança, as consolas
devem possuir as seguintes características:
§ Suportarem no mínimo uma carga de 3000 N repartida sobre a travessa ao
longo do soalho;
§ Permitirem a construcção de uma base de 0,6m de largura mínima;
§ Serem leves para uma fácil montagem;
§ Estar equipadas com um dispositivo que permita o empanque das tábuas do
soalho se não forem feitas de modo a receber pavimentos pré-fabricados;
§ Serem fornecidos com um montante de guarda-corpos amovível ou solidário
mas dobrável (a articulação deve ser resistente tendo em conta as condições
de manutenção e utilização);
§ Possuírem um dispositivo regulável que permita ligar a consola ao edifício a
diferentes níveis em função do que já está construído. Os diversos elementos
de ligação devem ser fornecidos com a consola a fim de evitar qualquer
improvisação;
§ Possuírem elementos reguláveis que permitam o seu apoio em qualquer
posição, qualquer que seja o dispositivo de suspensão;
§ Possuírem um dispositivo que assegure a estabilidade lateral por apoio na
fachada. Esta disposição facilita a montagem do andaime e evita o
contraventamento com diagonais cuja colocação em obra é perigosa;
§ Estarem protegidos contra corrosão. Se forem em aço, a galvanização por
imersão é a melhor solução porque protege também o interior dos perfis ocos.

Sempre que a protecção colectiva não pode ser assegurada, a utilização de


equipamento individual de protecção contra quedas é indispensável.

A colocação das consolas pode ser feita:


§ A partir do solo, com uma escada, ou melhor ainda, com um monta-cargas;
§ A partir da cobertura;
§ A partir de aberturas (fenestrações) da fachada.

Desde que as aberturas o permitam, é aconselhável utilizar, para a colocação das


consolas, andaimes leves instalados em balanço da fachada. Estes andaimes podem, por
exemplo, ser pendurados do peitoril das janelas ou bloqueados entre o tecto e o
pavimento interior.
A fim de evitar os riscos de quedas presentes nos trabalhos em altura, desde que a
obra o permita, escolher um andaime que possa ser construído no solo e içá-lo até ao
nível desejado por meios mecânicos. De acordo com a importância da obra, podem ser
utilizadas manivelas manuais instaladas nos telhados ou gruas.

CONCLUSÃO

Se todas estas normas de segurança fossem cumpridas, haveria, certamente, muito


menos acidentes e perda de vidas na construção civil. Os trabalhadores devem ter
consciência de que, ao utilizar equipamentos de protecção, estão a zelar pela sua própria
saúde e vida. Aos responsáveis pelas obras e aos fiscais cabe um papel educativo e
orientador dos menos esclarecidos.

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BIBLIOGRAFIA

q Miguel, Alberto Sérgio de Sá Rodrigues, “Higiene e Segurança do Trabalho”,


Porto Editora, 1995.

q Miguel, Alberto Sérgio de Sá Rodrigues, “Higiene e Segurança do Trabalho”,


Ministério da Educação, Universidade do Minho, Outubro de 1983.

q Direcção-Geral de higiene e Segurança do Trabalho, “Homem Prevenido”,


Ministério do Trabalho.

q Guide Pratique, “Travaux de Terrassement”, Édition O.P.P.B.T.P., 1996

q Decreto lei n.º 441/91 de 14 de Novembro

q Decreto lei n.º 155/95 de 01 de Julho

q Decreto lei n.º 101/96 de 03 de Abril

q Ingenium, 2.º série, Maio 1999

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