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UMA BREVE HISTÓRIA DA

CANNABIS EM PORTUGAL
o relacionamento lusitano com o cânhomo ..de ..cannabis tem tanto de
ancestral quanto de paradoxal - outrora, decretou-se entre nós que era
obrigatório cultivar esta planta; passados séculos, que era proibido fazê-lo.
- Espero que o p:imeiro sucesso dos eventos que defmiram Portugal a
saio será de ammar as pessoas maIS cannabis era justamente considerada a
';;beis a com, mais já cultura mais importante do país, hoje em
bre tudo que drz resperto a esta preCIOsa dia o seu notável currículo entre nós só
já sobre a diversidade dos seus raramente é referido em estudos acadé-
que ainda com muita imperfeição micos ou compêndios escolares - o que
em grande medida se explica pelos efeitos
conhecemos.
_ Tratado obre o Cana mo, Martim da demonização de que a planta tem sido
Fran isco Ribeiro d'Andrade (tradutor) , vítima nas últimas décadas.
1799
LOGO DESDE O INíCIO
Nota: No pa ad , m portugaldos "linho" e
« haJl10" empre foram usa os ln Isuntamente, m Portugal, a cannabis terá sido in-
. ca
n
fi indo- e ambo à carma b'/s satlva
re er p sito diz o historiador Telmo Verdelho em "A
a pro
, I,j veja-se
.' o que
Etroduzida pelos romanos, embora te-
ltur a do ânhamo em Monc rvo : "A I'Iam ba éII nham sido posteriormente os mouros
Cudicionalmente de ignada também pelo nome de quem, na sua expansão pela Península
tra h ....0 e no é uI XVII ra nhecida pelo nome Ibérica a partir do século VIII, dissemi-
dJ11 a,, · )
A h I' b
de linho cânhamo (,.. can am,? IOU lam a eAra nou a cultura desta planta e o leque com-
lrn ente 00 iderad orno um m/o, em 1656 , o
gera o de tod a Regimento [decreto real aplicanda- pleto dos seus usos, inclusive os psicoac-
Feitoria de Mon orva 1as designações de linho tivos (ver "Os Mil e Um Segredos de Fá-
ha a o geralmente u ada para referir o câ.nha- '
t lma ") .
e ,11 D m mo m d as peraç e de cultivo e ua
Segundo o Tratado Sobre o Canamo, publicado
ão t3mb lU r pelo termos em Portugal no século XVIII, na Antiguidade não
JJ'l d para linh " j v r oulra van ante do nome
havia praticamente nada que não se fizesse com.
da planta em ..A anoab'IS na ín u3 I)or t ugue a",
usa o
cannabis: "Alem do uso que antigamente se fazia do
Canamo para têas, fios, e cordas, fabr icava-se ainda
e há país para a formação de cuja grande quantidade de obras de grande consumo,
S identidade uma planta ontribuiu coma fios, redes, linhas de pescadores, e laços para
caça (" ,); cordões, silhas, escadas, pontes, calçados,
decisivamente, le Portugal - e a plan- vestidos, capacetes, escudos, cota de armas, urnas,
ta em causa é, doa a quem doer, a: can- quartas, cestos, cabos, e apprestos de 'navios (", )
n abis . . fa t , t nd a nacional epois destes ainda não multiplicamos muito seus
D fJada pelo DescobrImento ,0011S- usos, com a factura de papel, e papelões, cujo con-
51
ta ta - se que tes
6 c . , '
loram. po Slvels sumo he assaz grande ( .. ,r:
rque o cânhamo-de-cannabls forneceu No tocante a Portugal, o cânhamo-de-
POfibra com que se fabricaram as velas e -cannabis acompanha-nos desde o início
a dames das na us que desbravaram os - ele era, a par dos cereais e da vinha,
cor anos do mund ' do o prImeirO
) cnan ., um dos três pilares em que assentava a
oc e · à a1a pl
i.lJ1pério á'
anet na. E se à epoca
' subsistência das populações rurais

171
de uma herdad em 1306, concedida na
o CÂNHAMO NOSSO DE condi· ão da coroa receber anualmente
CADA DIA em troca um quinto do pão) vinho 'e
Linho ânha m . ali produzido .
importâ.ncia do cânhamo na vit-
A da das populayões portugue
da ldade Média é dramaticamente
egund a OVll História de "{a] cultura
do linho na área de Guimarâ parece ter- e prati-
cado desd tempo bem remotos. A mai antiga
ilustrada pelo facto de, à ép cal ha- inform -o qu po uímo (ou onhecerno) data
de 1014 e diz r peito ao lellU/rio d uimarães, ou
ver campone es transmontano que eja aquel individ uo que trabalhavam n a
se dedica am com tal afinoo à ua tecelagem do linh .
produção que desleixavam as cul- Em Portugal, o cânhamo omeçou por
tura , vi a is para a ua ub i tên ia, er ad· dome liC3m nte em contexto
dos cereai e da vinha. rural. De facto para além do rendimen-
É o que atesta uma carta en iada to . deri ado da produção de fibra, n o
a D. Afonso V pelo homens-bons campo o ver átil ânhamo ,c olmatou
da vila tran montana de Torr de duranli sé ulo amai diver a nece si-
Moncorvo, na qual dão conta ao rei dad , nomeadamente a falta de oficinas
dos problemas lo ais) ·e que a dado rurais, ao permitir o abaste imento do
passo diz: "[E]m esta viUa ha huna la rador com art·efacto que ele próprio
rribeyra que chamam a Vallariça na pr · duzia. mo e diz no Tra ta do Sobre
quall os homees lavram muyto o Canamo etec nti ta) "A manufactura
linhos alcanaves aalem do razoado do Canamo he. a que oon ém mais natu-
em tall guisa que per ,aazo do dito ralmenle ao ,campo ,e como a todos he
linho lavrarem tanto ve·e m a adoe- ueç aria, a todo de e er universal) o
cer e morrem ante tempo. Outro fabricante, no tempo. proprio de cultura,
ssy per este aazo do dito linho lei- he Lavrador. e o la rador, d poi de
xam morrer as vinhas e leixam de acabada a c lheita he do m mo modo
lavrar ho pam e a terra ay se a fabricante.
monte': E, como forma de garantir Ildo a Histórin grária da Europa Ocid ntal
que os camponeses cultiva em tri- 500-1 O> I la Baixa felad édial. havia Ilece i-
go suficiente para a sua alimenta- dade, m o nas e-mpr explorada por cam-
pon . de muitos m ' pan de linho do que
ção, na missiva a D. Afon o V o
auaJment para o panais. d malhadoum > para
homens-bons monoorven es uge- O co do grão e da arinha,parn o v. tuário e para
rem a aplicação de muJtas a "qual - pagar o saLmo à cria I em e a . 1'VO. O . leo da
quer que lavrar nem emear may semente linho empregava- na iluminação, e o
que ataa dez alqueires de bagaço proveniente da p en gem ia para
menlar o ga . ": cr nLa o jornal agriwla Archtvo
Desconhece-se se esta preten ão Rllral em I 63 que Ul u]ma cimun tan ·a impor-
foi atendida pela coroa portugue a. tanfe e d muit . n ideR nas localidades em
Fonte: Capitulo especiai dad a Mon- qu o .c omb ro . p ,équen'e t:
corvo por D. Moo o V. citado na 11114straçdo tabe ecÍID nt ' o necessano outro combustt-
Transmontana, 2° Ano, 1909. u!l mais do qu.e .a parte ligo do .mamo, que se
para no t bailio das .... ..
Durante I a cannab J tamb m m6m-
mo Iit ral d papel; .m, ·em 1 9' . cr ve- e na
quando D. Afonso Henriques proclamou emarias Eetrnomicas da cademra Real das
a independência do andado Portuca- ScierlCias ,de Li boa Que' cousa be papel? He uma
lense, em 1143; dois século apó a funda- compo . -o Ceita d de linho d fi it? na.
oa quasi em pó. ' . r melO de hum m qllma. :;
ção da nacionalidade, a situação manti- uníd Olltra \'eZ no ue chamam papel ( ... ) .
nha-se, como nos dá onta. o Livro 4 0 del- do o 61610 o brasileiro Ant nio de Franco,
-rei D. Diniz ao m ncionar o aforamento a de Pêro · az d Caminha

1172
rnunjcand a descob rta d Hra iI. "foi escrita em começou com a chegada de Vasco da Gam a à Índia
ÇO pel' lorete', utilizad em documento 06 iai da em 1498 e terminou cinco séculos depois, com a reti-
ibérica partir é ulo X. Esse tipo de rada dos ingleses do continente indiano em 1949.
dera feito de lJl1ho ou canham fio, um matc- Sobre a importância crucial do cânha-
p.aalP variant da camwbis sativa. a fibra de onde e
rt - h" m o para a expansão portuguesa de
extrai .3 mac na.
O Tratado obre o a/wmo informa também que, Quinhentos, escreven do no século XIX
D. Francisco S. Luiz) cardeal patriarca
- De acordo com avaliação feita e depois de notar que
que el-Rel D. ManoeI trazia comum-
em 1515, ao canhamo era
men te 300 naus suas nas conquistas de
atribuida a mais elevada cotação
Ásia, Africa e América", é bem claro: «E se
doS géneros produzidos no reino.
alguém porventura se admirar, de que
- éculo XVlIl, a cannabi era utilizada na cozinha
tantas e tamanhas armadas se equipas-
nO
u; 5 hom cn P 'b re u ao
' d o..1co do anamo pa ra sem e aprestassem tão frequentemente) e
( 05 rY'Ipero do caldo das panella "), na medicina as vezes com tanta celeridade) deve aten-
ou
ra a to es, .lct ' . 110rr 1lea; seu )co entra
nCl3
( cu rnpo ição da poma das propna ' para a b eXl.-
.
der: 1° Que el-Rei D. ManoeI tinha em
na CDe tem a vlrtu . de re oJ' ") vário lugares do reino Feitorias para a
utlva ; quant a eus
p icoactivO ,el eram onhecido (' ua fa- fabricação de amarras, enxárcias) cor-
, ha misturada com qualquer bebida embebeda, e doalbas, etc., de cânhamo, que então se
nn ta a todos, que delJa usão; abe- e ge ralmente, cultivava em grande abundância, em
he b e oS Arabe fazem hUIna pede de vinho, que Em Descripçam corografica do
qu e beda.") , Ao que pare e, m Portugal só havia
eJll b e coisa que não e p dia fazer c m cannabi -
uma . do o Tratado obre o Canamo. "pro hibio- e o
°
mort envolvido emtêa feita de Cana-
seI'. rtr i que ha m nu facturas de estofo de lã.
fIlO., r ""'ente de tina
' do a a te u o".
UJUC3u. -

A PLANTADOS
DESCOBRIMENTOS

P orém, a ép ca áur a o cânhamo em


portugal decorr u ntre os éculos
XV a XV II, a fortunas da
an ão m ntlma portugu a. - e facto)
e:xpa aparelhar navio' de madeira que
pac guraram a P rtugal o d mínio da
aSse ceâni a mundiais, a matérias-
rota. mas nece nas . eram ba lcamente
.
- p rlo para anhões t rragen ) so-
r
fer "'1do cânhamo-de- annabi para a
b rel..... ; .
ve laS e cordame . . . .., d
Catthõ e Velas r/a Prtmelra rase a Expansão
f)'J}eia }ti t riador Cario M, Cipolla con idera
EuroP 50 do empreendimento marítimos eu-
°
que S a senta no in mio canhões/vela', pois
remador por vela guerreir. por
(sI õ sig nifi ava, em r umo, troca r energIa hu -
caI1h e or f, r inanimada"; ta plicaçã de con- As cordas de cânhamo são proeminentes
maJ1a ino vad ra n fabri d nh e e velame
no janelo manuelina da Sala do Capítulo.
cep 'tiu "o dominlo eu ropeu do pod r na aI obre
popula i nai ( iáti o d minio do
no Convento de Cristo. em Tomar.
as rll europeu br o mar ", um período q ue
povos
173
QUANDO .EM PORTUGAL ATÉ OS PADRES EIRAM OBRIGADOS A
'CULTIVAR CANNABIS
As leis humanas são muito mudá- </uer] a terr , ejam minhas, ou de
veis. Em 1656 o Estado português obri- particulare a quem eu as tenha d,ado,
gava os povos da Comarca de Mon- ou própria e patrimoniais de quais-
corvo e das Comarcas vizinhas a culti- quer m us vassalos; ou ejam Duques,
varem a liamba. _ arque . Conde fidalgos do meu
- Telmo Verdelho em "A Cultura Con elho e a a, Desembargadores e
do Cânhamo em Moncor 0",. 19 1 Cavaleiro do Ho pitaJ de São João e
de no o }esu Cri to e mais ordens

o. .sRegimentos
decretos reais oonheddo por
que, no . ulo XVIt
militar e doutras pe oa isentas e
pri ii giada que pretenderem serem
foram aphcados às feitoria . do linho usa de em arem linhaça cânha-
cânhamo de Torre de Moncorvo. an M
ma. Hei por bem e mando, que para
tarém e Coimbra eram taxativo _.. este efeito não umas tai pessoas
dada a importância crucial da maté- do dito pri iI gios nem outros
. t. "
ria-prima em causa para o império quaJsquer ,q ue e)am.
marítimo português, ao cultivo da para não re tar,e m dúvidas de que
cannabis e tavam obrigado não ape- todos O privilégio eram abolidos, e
nas os lavradores mas todo terrate- não apenas os de mrente da ordem
nentes das regiõe em ca u a,. qualquer terrena, n capítulo 24 do Regimento
que fos e a sua condição social. de on orv .> D. João IV ublinha que
Assim, no Regimento que . Mages- até me mo o membro da classes
tade manda que aja na feitoria do linho eele já tica deviam ujeitar-se ao
cânhamo da cidade de MOtlCOrvO para i:mp rativo de plantar cannabis, «visto
que os officiaes della saibão a obrigação, r negócio encaminhado ao serviço
que devem guardar, publicado em d Deo, 000 rvaçã e augmento da
1656, el-Rei D. João IV explicita: "[O Fé catholi a apr1e talldo com as en-
cultivo de cânhamo é mandatório XarClal, rmadas contra Infieis»:

Reyno de o erudito
etecenti ta notá el di C rnimento ao fomentar, com
Oliveira Freire é igualmente perempt,õ- início no r :iDado d D. João II. o estabe-
rio, afirmando que CCéesta lo cânhamo I a lecimenl!O de exten a canam ira (plan-
cultura de maior importância do rdno, ta'ç õe de canhamo) como fon te de
para o apresto das armadas) por ter o u o mat,é ria-prima para apre taa armadas
qua1ificado a sua bondade, e portugue em regiõe colhida pela
Para e ter uma noção do gigantismo do em- ua emelenda para a produçãO de cânha-
preendimentos naval portugu de antanho, e do mo. gundo a in e t1gadora Maria He-
abastecimento de cãnham que implicavam, I na da Cruz eLho A ultura do câ-
sidere-se que em 151} O. Manuel enviou à actua! nhamo l vital para um pai que iniciava a
Mauritânia uma armada rompo la por 400 run-io
tran portando, para além do marinheiro , 16.000 . ua pan ão mari.tima . de ia · er incen-
infante e 2.500 cavalo, a qual foi aprestada em ape- tiv.a da pelo m narC3. ( ....) reis esta-
nas quatro m s 5 e mei . am. a im obr· maneira intere adas
Atendendo à dimen ão que .atíngiriam na propagação de ta cultura, já com um
as aventuras na ai de Portugal, on ta- fim indu triaJ · que a t do o .níveis lhes
ta-se que a coroa portuguesa revelou trazia lu O de de o mon tário e imedia-
to das rendas e até ao
melhor apetrechamento da frota
nacional".
Vjz o verbete "cordoaria" do Dicioná-
, da História
no .. de Portugal: "O aumento
nOssa navegação e a COD equente ne-
da "
o

cessidade de maténas-pnmas emprega-


d na construção naval fizeram que, no
s::u1o XVII, a importação,
rocurasse mtenslficar a cultura do
se P )"
cânhamo (, ., ,
A taxação vigente em Portugal
a centúria de Quinhentos é re-
n , '
veladora do estatuto econ.omlCo
'vilegiado que a cannabls des-
prl . d d
frutava à época, AssIm, e acor o
rn uma avaliação feita em 1515
coara cálculo d as rendas a p,aga,r a'
P roa ao cânhamo era atnbUlda
cO , - d "
a mais elevada c?taçao os,vanos
'nero s produzIdos no remo -
pedra [oito arráteis] de
f" ho cânhamo equivalia a 50 réis,
Ul
ntra 40 réis para um leitão, e 20
réis para um alqueue
co ' de tngo,
'
abn ude de vinho, ou um cordeIro
oU cabrito.
EIll conseq uenCla das Desco-
bertas, no de João III a Folha de guarda do Regimento da Feitoria do
.... T1 abis fOl mtrodUZlcla no ovo Linho Canhamo da Villa de Moncorvo, de 1656.
B il
n do nomeadamente no ras e
Mu as Antilhas,, d' . semente, e na palha, mas não na folha, porque esta a
por mão os prImeIros es- tem ao modo dos goivos , Esta palha e fo lha a secam
n s para lá levados pelos nossos os cafres, e depois de bem secas as pisam, e fazem
craVo
assados. Paralelamente, os p.o rtu- em pó, e deste comem uma mão cheia, e bebem -lhe
anteP - d b'
gueses registaran: o uso água em cima, e assim ficam muito satisfeitos, e com
o estômago confortado, e m uitos cafres há que com
mas das regIões que esco nram, este bangue se sustentam muitos dias, sem comer
algu e aperceberem de que se tratava da outra cousa, mas se comem muito ju nto, embebe-
seJ1l planta que fornecia a matéria pri- dam-se com ele de tal modo, como se bebessem
m es1 ."ara aprestar os naVlOS , que os trans- muito vinho, Todos estes cafres são muito amigos
I1l:
P
r
iava m, confeccionar as que desta
tU e fabricar ° andam
erva, e ordinariamente a comem, e com ela
meios bêbados, e os que são costu mados a
papel das BIblias que ela escusam o pombe [vinho indígena feito de
usavadía (ver HG' areIa d a Orta Apresent a milho 1, porque só com ela se satisfazem:' Na edição
m
o

br an 'd ") desta obra publicada em 1999, esclarece-se em not.a


o Bangue ao Oel .. , ' . ' de rodapé: "'Bangue' é a deturpação da palavra 'm -
ónica Etiópia Orrental e Vána Hlstóna de
-bangui', termo pelo qual é designado em vá.rias re-
Na do Oriente, publicada em 1608, o
giõe de Moçambique a 'suruma' ou marijuana",
Frei João dos Santos escreve a
fr ade 1'to da alimentação dos cafres (autóctones do Por outro lado, sabe-se que não passou
prop ó sd actual Moçambique): "Em toda esta con- muito tempo após o estabelecimento da
no,
o ocria uma certa erva, que os cafres semelam, '
a
fraU bangue, a qual da própria feição de carreira Portugal-índia até as drogas vi-
a que c espigado, e parece-se muito com ele na sionárias do Oriente fazerem o percurso
coentrO

175
GARCIA DA ORTA AP ESE TA O BA GUE AO OCIDENTE
E estes moços meus que, es ondida- [ Ju .Jgofa m luz saindo I Dará na
mente de my, o dizem que IIre- 1m n li lume. I E descobrindo irá
I t d o antigo eD obertos':
faz nam setltir 05 trabalhos, e eçtar pra-
zenteiros e ter vontade de comer. 016
areia da Orta re-
- Garda da. Orla; br a °
nome e a feiçam l e uso pe-
ciência do p rtugu u ,. d planta à época ine-
Quínhento om annabi n_ na Eu ri pa (a manga, a cana-
o. o gengibre, a cane-
quai o portugueses espa-
P or improvável que pare a,
peus lidaram com a cannab - du-
rante séculos em e darem onta do
ur -
Ibariam
do
mundo. e regista méto-
prep rado terapêuticos então
seus podere p ic activo - aliá at d I nh id n cidente. Mas o
I ao éculo XVI era-lhes completamente qu torn o Colóqtlio um marco fun-
estranho o conceito de droga , en- ad r da i n ia moderna é a obra
tendida como agente alterador d p lhar a r n a, ntão pioneira, de
consciência. Mas as coi a ome ara q u a ' fifi a ·ão e a experiência são as
a mudar devido à uri id d nt 'erdadeir da aprendizagem e
espírito de Garcia da Orta o c nh imento. Diz o cientista Orta:
-1568), um médico e natural" a por- Eu nã t nho odio enão aos errores;
tuguê que em 1534 iajou al Go nem t nh rn r não à verdade':
então a capital do império p rtuguê lili
na lndia, ao que e julga para n i
como "físico-mor" do r p
-reI.
Na três dé adas
gada ao Oriente. rta oompilou um
exau ti a relação da planta di '-
nais e útei II indiana I que foi publi a
em Goa em 1563 b títul of' 4;0
dos Simples e Drogas e COIl 1 di ;-
nais da India. C nsider da d
primeiras maniti sta õ da j n i
perimental moderna, e t tornara uma pes-
aclamada na
como amai import nf
medicinal de o omp ndio
botânica de Dio c6rid I que fazia
escola há 1500 ano - p r t raz I

hoj o. Colóquios d Gar ia rta - o


talvez a única obra p rtugu
alcançado estatuto univ rsal.
Co/6quio Sáo pr etlid
de m que onstitui priml"ir
de ver o do LUSÚldaS. 'Ie.
ao onde de Redondo, vi -r i
ce ã do alvará ncc rio à publi

.,
dia, m ais do que notáveis, elas dificil- Cons.iderando que à época toda a obra
mente encontram paralelo. c?ndldata ao prelo devia sujeitar-se à
* Embora o Conde de Ficalho, em nota à edi- censura do Santo Ofício, a ques-
ção dos Colóquios que organizou em 1895. infor- tão a colocar devia ser outra: çaso te-
me que o bangue é "hoje mais conhecido pelo nha experimentado o bangue, poderia
nome arabico de hasdzisch", trata- e na realidade ao luxo de ser honesto na
d e preparados bebíveis ou co mestivei de can-
nabis ainda hoje confeccionados na India.
matena. E fica-se na dúvida se o tom
coJ?1 que o naturalista encerra o Co16-
Quanto ao bangue, Orta dedica-lhe qU1.O do Bangue corresponde ao que de
UITl capítulo, o Colóquio Oitavo do lhe ia na alma: « [1] sto não he
Bangue, no qual explica "que cousa he daquellas nossas) nem que lá
( ... ) e pera que se toma, e como se faz" aja, nam gastemos o tempo nisso",
esta droga cujo uso, informa, era
generalizado na fndia: "E crede que
pois isto [o bangue} he tanto usado e «Cotoqufos fimples, e
h.e couCas medlçinais da India, e
de tanto numero de gente, que nam he aCSldalguas frutas achada1 nellà onde fe
sem mysterio e proveito!) (fica-se trata:m alg;ias couGu tocantes
mesmo a saber que o bangue se vendia p:atlca l e outras coulãs boas. pec:a Caber
"na botica feito"). copoltos pello Doutor garçia dorta : filieo
Nas quatro páginas do Colóquio Oi- dei Rey nolfo fenhor. viGos pello muyto
taVO, Orta explica sem pudores por que fenhor t ho.liçençjado
razão o bangue era tão apreciado na Alexos diaz : falcam defenbar·
da.cara da fupriçaçã
índia ((E o proveito que disto tirão he Illquífidor nelbs'
estar fóra de si, como enlevados sem parte$.
nenhum cuidado e prazimenteiros, e
alguns rir hum riso parvo"), referindo
alguns dos seus efeitos específicos -
afrodisíacos ("e já ouvi a muitas mo- 1m prdroem. Golo por [o&nnes
lheres que, quando hião ver algum ho- ele elidem as x. dias de
mem, pera estar com choquarerias e Abrildca,6J. annOS.

graciosas o tomavão"), soporíficos ("os



de rosto dos Coloquios dos
grandes capitães, antiguamente acus-
Simples e Drogas e Cousas
tumavão embebedarse com vinho ou
Medicinais da India, de '563.
com amfiam [ópio], ou com este ban-
gue, para se esquecerem de seus traba- da apetência que, na lndia do século
lhos, e nam cuidarem, e poderem dor- portugueses sentiam pela cannabis
Jllir") e estimuladores do apetite ("pera é. uma carta escrita em 1561 pelo padre
ao Geral da Companhia de Jesus
ter vontade pera comer, tambem pera
pedll1do auto!tZação para ingerir bangue: "[Clon:
isto lhe ajuda)'). fesso .que o chma desta terra [Ceilão1inclina ao mal
Mais informa Orta que os seus com- e assun nos sentimos mais tentados da sensuali-
patriotas na índia não se faziam ro- dade. E porque há na lndia quem tome mézinhas
gadoS em experimentar os "effeitos de (bangue1 com que de todo mortificam a carne de
modo que apetite nenhum lhe vem da
prazer" proporcionados pelo bangue: pergunto se não seria melhor eu tomar tais
"rnuytos Portuguezes me disserão que Deus que tomando-as, elas me
o tomarão". Mas e quanto ao próprio aproveitem. se atrever a impingir tamanha
orta? Devemos acreditá-lo quanto nos peta ao supenor Jesuíta, o padre Anriques contava
decerto com a ignorância deste sobre os efeitos
diz, referindo-se ao bangue, que "eu tudo menos mortificadores da cannabis.
nam o provei, nem o quero provar"?

- 177
Os ColóquiOs ão no vei ainda p r a fé judaica para e capar ao exílio
marcarem a pnmelra ez qu no quand D. anueI I expul ou os
O idente e u u o termo "viag m' judeu d ortug '.) ) fazendo ju aos
com uma cono ação para além da eu ln! tr p rgaminhos, a Inqui-
geográfica, e t nd. ndo- e a experiên- ição ordenou não só que o cadáver de
cias vividas em uni r o "nt ri r . O rta fo xumado e queimado na
Diz a hi tórica pa agem: <L o gram praça pública, ma que todo os exem-
Soltã.o Badur [imperador do Gujara- plar do Colóquio fo sem destruí-
te] dizia a Martim Affon o de ou do pelo fogo.
[capitão-mor da marinha portugu -
aI. a quem elle muito grande em Os Colóquios marcam a primeira
queria e lhe de ubria u cr t 1 vez que no Ocidente se usou o
que quando de noite queria rr a termo com uma
Portugal e ao Bra il, e à Turquia. e à conotação para além da
Arabia) e à Per ia. não fazia mais que geográfica, estendendo-se a
com r um pouco de Pa - experiências vividas em
sariam trê século até er r tomada a universos interiores.
noção de ((viagen » induzida por dro-
ga , por via do haschi chin oreau,
Gautier e Baudelaire. ortunadamente para o patrimó-
Apesar de ter notado a emelhaD- nio da humanidade, porém, o obscu-
ças da planta do bangue com o canha- rant" mo vigent em Portugal não
mo, Orta con iderou «nam r' t li- con uiu r duzir a cinzas "o fruto da-
nho alcanave", não ó porqu na qu la Orta' (na e pressão de
mente he mais pequena e mai não b mõ ). Dado que para lá dos Pirinéus
alva como a ma principal!- o conhe imellto deixara de ser consi-
m nte devido ao facto da planta do d r d o ra d Demónio; logo no ano
bangue não ser u ada na India para da mort d naturali ta os Colóquios
produzir O linho "de que fazemo a h iam ido traduzido para latim por
nossas camizas': Orta não p dia r um botãni , fremc·. Na décadas se-
que estava a comparar a du vari- guinte urgiram ediçõe em italiano.
dade de cannabi J a sativa, familiar frane inglê e, no éculo XVII. o
cânhamo, e a indica. qu d lua na tratad d rta t rnara- e já obra de
índ ia - ,essa da ificação ó eria feita r er' n ia obrigatória da jovem co-
no éculo XVIII, preei amente a partir munidade i ntífica europeia. (Em
de dados compilado pelo prim iro Portugal; o/óquios só eriam ree-
cientista da natureza, como Orta. ditad em I 95:)

ara no a (de Portugal) de graça, o


P po fácio da história de Gar ia da
Or ta é tristemente familiar. gundo
as crónicas, apó a mort do naturali -
ta, a sua mulher confe ou à Inqui i-
ção que, apesar de er tólico conf4 -
so, Orta sempre praticara em
a religião judaica. (O pai de rta primeira
eram cristãos-nov ,t ndo ren gado

17'
"nverso e chegarem à Cristandade. A pro- todos os donatários de terras das regiões
escreveu o investigador Manuel abrangidas), os Regimentos ocupavam-se
BraZ de Magalhães: "[A) difusã.o da dro- de todos os detalhes referentes à trans-
ga (opiáceos, etc,) , em Portugal e na Eu- formação dos linhos e seu transporte pe-
ropa não é um fenóm:no das últimas los produtores até às feitorias, proibindo
cadas mas uma atracçao que começou ha o comércio e a fabricação particulares de
"á 500 anoS com o ópio e o haxixe. Já Sá artigos de cânhamo. Sobre este claro
Miranda, numa que escreveu em contexto de monopólio régio escreveu a
1554 diz 'Entrou há dtas clara historiadora Maria Helena da Cruz Coe-
pelos nosSOSportos, sem que remedw se po-
nha; uns dormentes. outros mortos; alguém TRATADO
pelas ruas son ha'" , . 5 o H R E
o
llá até notícia de um plano de Afonso de Al-
b uerque para tornar Portugal um. grande produ-
CANAMO,
uq de ópio, Assim, m carta datada de 1 de De- COMPOSTO EM FRA NCEZ
p o II.
tor bro de 15 13, enviada da índia a D, Manuel, es- M 11. M ARC AN O I E R,
. ' d a 111 di. a: "se me vos a1teza
zerIl o primeiro Vlce-rel
crev e ' Comd heiro na Eleição
uyser crer, mamday dormydeyras das ilhas
d açores em todollos paues de purtugaLl, e man-

;:'S fazer afiam [ópio 1, que he a melhor mercadoria


DE ·SUJ. ALTEZA REAL
DE- ORDEM

y cobre pera estas partes, em que se ganha di- o


que 'ro'" a ideia do VIce-rei
" era ven d er o ó'
pIO aos
nh , . PR.INCIPE DO BI\AZIL,
, d' noS pois "a jemte da Imdla perde-se sem elle, NOSSO SENHOR
10 l a , "
se o nam comem , Em beneficio d' .Agricultura. e Marinha de
R.inO e Domini..,. UI l(aUlilri O()$ •
. p o I!. •
AS FEITORIAS DQ CÂNHAMO E O MARTIM FRANCISCO RIBEIRO
D·ANDRADE.
IMPERIO Bllr1l.,.d ,,,, FiI<lJopla;lI. , ltl.'ÁtIllIlH".,.
ltrapassado período P.,. Pr, J "J M·",.i""n.
U
J. C,,,,ctiç;;.
. dos DescobrImentos, a pnorIdade J."( iIIIN#r I,,,u'i Jt. ,.M/lrD jIlVI" • , ••
lIl/mi", "rtltit.
das autoridades. pass.ou a
r consolidar o lmpéno mtercontmen-
. 1· conquista d o no século antenor ' -

-
se
ta o resulta d o da'lmportancla A ' da can- 1. I" n O A. N. ncc. :'Cent.
CO .rn 'd .,
is entre nós t r cresCl o mals am da,
na b . da a' ve1a necessana ' .
dada a vas,ta arm.a
a tal efeIto. ASSim, tendo como base a FoJha de guarda do Tratado Sobre o
par ocupação régIa '1 .
reatlvamente ao Canamo, de J799.
pr e d 'd " 1
bastecimento a ln ustna nava, em
a ados do éculo XVII a coroa promul- lho: "Os interesses nacionais de manu-
me uma série de Regimentos destinados tenção do império ultramarino ditavam l

gOUegulamentar e fi calizar apertada- no século XVII, estas medidas rígidas e


a rn o cultivo , e pro duçao - de cannab'IS, concretas".
te
.rneplicar às Feitorias do Linh. o Cânhamo Note-se que as Feitorias cuidavam apenas da
aa. tentes em Santarém, Torre d e Mon- recolha e armazenamento do linho cânhamo, não
eJOsvo e COIm . b ra, os pnnclpals
, . , p 61 os d e possuindo terras de cultivo próprias,
cor .
cultiVO c
e tranSlormaçao - d
e cannab'IS em Para compensar o carácter impositivo
que revestiam, os Regimentos enumera-
portugal. .. . vam algumas compensações para os la-
Começando por decretar a obngato-
. dade da cultura do linho cânhamo vradores obrigados a cultivar cânhamo)
n e_ s6 para os lavradores como para as quais porém se reduziam pratica-
(oao
179
A CAP - ORTUG -SA. D C _ NABIS

exi tente em
n rv d de 1617.
a bundãn a local! de gordu-
o

e r uJtante da transforma-
do ãnh m a cultura "que re-
a as pane do Reyno"
(nas p r d um viaja nte eiscen-
ti ta da regi ) e t na origem de ou-
ceu uma atenção. excepcional pOI tra indú tria local. da aboaria. Se-
parte da Cor a, de ido à ua po i ã undo IIIc stra. ão Transmontana,
d.e baluarte ma obr rudo '[ a] lr di ã d' c ta indu tria fabril em
por cau a da ·e ten a planta - e de on on ' ntiga, e pelo annos de
cânhamo culti.vadas na Ribeira da Vi- 1706 a fabri a do abã m olle, que
lariça. uma veiga da regiã reputad n', ta villa bra a, dava provimen.
desde tempo imemor,-ai pela sua fer- to a muito lugare dJe ta provincia, á
tilidade. Sabe- e por e "emplo qu • 1113 cidad do Port 1 á provincia do Mi-
era medieval, entre .briga -õe im- nho e cidad d Lam
posta ao habitante de on . m- 25 de f v reiro d 1771, u m alva-
cluiam- e a acti idlade da cord ari rá P f i aljn ·e inguiu a Feitoria do
assim, um d umento de 22 d 0- Linh Canham de Moncorvo; por
vembro de 1387 trata da dire f a, r :lO ão muito lara) ma que po-
((Que n nhum vizinho de 011(0 d m f· laci nar- om as restrições
eja e cusado da [a e roida . P r aplicada p lo ratad de Methuen
outro lado, e ta a determinado que (I 03) a rta ão de tê eis nacio-
moradores da povoaçõe iz"nha n ra o pTin ípio da decadência
eram obrigado a trabalhar na r pa- irr - e í' 1 de 'Ii rre de Moncorvo -
ração da muralhas dila, nquanto pa um quart d éculo, na ca-
(([o] de M ncorvo ã e usad de pi I ortu ue cânhamo opera-
pagar para as fortifi a -e . do fre' 'am ap na oito ordo iro .
de pada à Cjnta. pela im OIto nci m lhor emblema da r lacão inti-
do p to qu · te m n ma . ntr o p ri d áure de Torre de
n Of\' a ultura da annabis é a
triz d vHa, a maior de Trás
im I propósito da
on tr ução de te tem-
o anuel Alves, em
rtig ubli d m 1908 na Illustra-
o TransmonMnll informa que, se-
und de rminad d cumentos do
r uj 'o municipal, r ndimentos
. n tIU ao da Igreja Matriz de
d OR -orv uprovinham de
all da Villariça, celebre
antigo p la producção
d linho ânhamo':

1180
mente aos beneficios um decreto determi-
que a terra Sendo necessário consolidar o nando a construção
cultura, p01S rece- império português, a na praia da Junqueira,
bem as mesmas terras importância da cannabis entre em Lisboa, de insta-
grande benefício com nós cresceu mais ainda, dada a lações mais amplas e
a dita emente, por- vasta armada à vela necessária funcionais para a
que descansam e se para tal efeito. transformação do cá-
fortalecem para em - -- - - - - - - - - - - - - nhamo com fins náu-
outros anos darem maior abundância de ticos; só porém em 1788 aí começaria a
trigo". Claramente, como constata o his- funcionar a Real Fábrica da Cordoaria da
toriador Telmo Verdelho a propósito do Junqueira, que ficou conhecida por Cor-
Regimento de Moncorvo, doaria Nacional.
são "um testemunho do exerClClO Existiam no entanto em Portugal outros centros
to do poder político, da acção centrah- de transformação de cordame. Segundo o investi-
dora do Estado em prej .u ízo de uma gado r Jorge de Macedo, "Em 1780, Agostinho Rebelo
za da Costa cita como exemplo de uma grande "fábri-
ona do país tão de protegI d.a como ex- ca" a Fábrica da Cordoaria do Linho e Cânham o do
;lorada", poi O cultivo Porto, cuja produção permitia dispensar a cordoaria
terras que por veze.s eram inglesa, e que possu ía cerca de 300 Diz a
" tapa a obra citada de Agostinho Reb elo da Costa, Descrip-
das, com consequenclas nega IV s .r ção topografica e historica da cidade do Porto: "Entre
oS lavradores transmontanos, que aSSIm todas essas fabricas a que merece o primeiro lugar,
"'pagaram doloro amente a independên- he a das Cordagens, e Massames necessarios para
cia de Espanha e foram sa- Navios, Naos e todo o genero de em-
'ficados as necessidades barcaçoens. Está situada num largo, e
cr i comprido Camp o chamado a Cor-
da colonização do Brasil". doaria nova ( ... ) porque o seu pri-
O Regimento de Moncorv? era meiro estabelecimento fo i ao pé da
tão pormenorizado que Igrej a d e S. Pedro d e Miragaya,
uI11 capitulo às chaves da aonde h á huma rua, que ain da con-
edficava-se que havena tres serva o nome de Cordoaria Velha':
E5P . , .
chaves, intranSIUJSSlVels, para No final do século XVIII a
der à Feitoria, e ainda que, deVldo cannabis era ainda a cultura
o risco de incêndio, "nunca e
a brirá a feitOria. para e receber ou não alimentar primordial em
a tregar e fiar linho, senão de dia, Portugal, como atesta a edi-
eJ1 . "
eS
e fechará às horas converuentes .
d il .
ção em 1799 do Tratado Sobre
facto, oS proc S o e u ml- o Canamo, a versão nacional
De . . d
ão então usados exIgIam to as
naç: d dá . de uma obra francesa, que
as ca utelas, a pon.to e um a. glO
P: pular ter imortalizado e se
re eio
: " Por um s6 cabelinho pode
."
arder todo o hnho .
U •
..aso comemoratIVO do
abre com a epígrafe: «Não há
, planta alguma que seja tao
util ao homem; ainda excede
As Feitorias do Linho centenário (em 1981) da ao grão frumentaceo [trigo l':
1· sede da Associaçõo Na introdução do Tratado, o
C ânhamo cana lzavam a Nacional de Farmácias.
rnaio r parte dos seus stocks tradutor Martim Francisco
de filaça para a. capital do . Ribeiro d' Andrade dirige-se a
e in o' mais precisamente para as oficmas D. Maria 1, chamando a atenção da rainha
rde d
cordoaria e velame os Arsenal ' RealS,. para a importância da «preciosa planta"
u e funcionaram na Ribeira das Naus, em nos desígnios nacionais, considerando a
{isbo a , até à ua destruição por um incên- cannabis "um dos objectos de primeira
dio que se seguiu ao terramoto de 1755· necessidade para as Potencias Marítimas,
Nesse mesmo ano, por proposta do como a nossa, de que VOSSA ALTEZA
Marquês de Pombal, D. José promulgou REAL goza o Supremo commando':

181
EÇA. DE QUEIRÓS' ''POIS o HACHISCH!"
o final de utubro d 69. ça de do r ibido!
N Queiró então om
t

tiu com um amigo o


1
ao ,par-
23
nd de Re- deu I
- Em rim ir lugar - re pon-
vemente - há tr quali-
d ndo, para uma viagem ao gipto e à dad d lIa /ti ele h haehi eh m
Pale tina .. Quanto ao Egipto, o futuro pa tilha ...
romanci ta registou a ua impr - - P' enham pastilhas!
sões em n ta (po tumam nte coli- - Há JUlchisch em bolo ...
gidas nwn volume intitulado O Egip- - P i venham o bolo !
to: Notas de Viagem), uja leitura torn - Há hachi eh m gel ia ...
claro que o dois joven portugue - nt-o, venha a gel ia!
i estavam apostados em aproveitar a Jon li ncolheu o ombro
casião para experimentar o haxi e, o e o olhar u n ançou era cheio
qual no século Xl c nsub tan ia a du infinito de dém ...
muito do fas inio exercido pelo exó- Em O E 'pto, iI nao volta a referir
tico Oriente - e, em Portugal, pou o h . e; m r lata cm) durante a
estariam tã a par como a d 1 a ua dia n airo participou com
que em rança canta am aos 'para' edo d de fumo de
artificiai" os seus ídolo Gautier Bau-
delaire e de er 'aI. n tório membro
d "Club de Ha chi chin ':
Assim, em O Egipto, ao relatar uma
visita ao bazare do Cair ' na c mp -
nhia de Redondo um guia 1 ai, Eça
de Queiró e r v m rodei :
omos apena uma ez ao bazar
das drogas: pr urávamo haehis Ir..
- Hachisch? - d' no J n
Ali [o guia 1- ma é pr ibido.
- Ma de e-o ha er.. r tu- não explici-

Clpl n progr O t enol

Ma
c
- annabi 111 m to-
da a ur d
te qual a sub tância que fum ou "[a]nalisou, minuciosamente,
no narguilé, tratava-se obvia- as sensações que lhe dera, no
mente de kif, as inflores- Cairo, o uso do haschisch, e
cências ecas da cannabis. as visões fantásticas que
Sendo o menos potente nos preparava - porque
dos preparado psícoacti- ele e o Conde de Redondo
vos de cannabi ,o kifnão haviam-nos trazido ha-
fora proibido no Egipto schisch misturado a ge-
ju nto com o haxixe, razão leia, a bolos, e a pastilhas
por que Eça pôde iniciar- que se fumavam em ca-
_ e tranquilamente no es- chimbos especiais".
tados alterados de cons- Em resumo: não só Eça de
ciência em lugares públicos Queirós e o Conde de Redon-
do Cairo. do satisfizeram no Cairo
,.. A venda de haxixe fora Eçcr de Queirós d época em o desejo de experimen-
proibida no Egipto um ano que se iniciou no haxixe. tar o haxixe, como se en-
ant da vi ita de Eça.
tusiasmaram com os re-
sultados a ponto de assumirem a res-
ertas dúvidas quanto ao seguimen- ponsabilidade moral e material de "ilu-
C to desta história são esclarecidas minar" com cannabis o círculo intelec-
pelo escritor Jaime Batalha Reis, amigo tual que frequentavam - o qual, sa-
de Eça de Queiró , na introdução que liente-se, passaria à história como a ge-
escreveu em 1903 à obra deste Prosas ração de ouro das letras portuguesas.
Bárbaras. Com a revelação da faceta hascha-
Na Primavera de 11870], estávamos schin de Eça de Queirós. a bola fica se-
uma tarde - o Antero de Quental e eu guramente no campo dos que consi-
_ na casa que então habitávamos a S. deram que a apetência por estados
Pedro de Alcântara quando entrou o alterados de consciência como os pro-
E'ça de Q ueiroz, chegado havia pouco, porcionados pela cannabis merece o
do Oriente, mas que ainda não ví- cárcere ou, mais civilizadamente, a in-
ramos': E, continua Batalha Reis, ao tervenção de uma Comissão de Dis-
pôr os amigos a par da viagem, Eça suasão da Toxicodependência ...

espaço que se Lhe pode consagrar, e .que atraso em tudo o que diz respeito a vias
decerto não excede nem talvez atmge de comunicação torna infesadas e de
100 hectare, a restringe consideravel- pouco vulto todas as reclamações co-
o • ) )

mente. 2° Porque as operações verdadei- merClalS.


ram nte industriais, da preparação da Apesar de apelos bem intencionados
m aça, que se pra- ("Por isso é precisa dos agricultores a sua
ticar num penado m Ulto hmItado. re- atenção para que renasça esta importan-
q uerem . e é difícil encon- te cultura, e do governo a devida protec-
t rá-los aqUI dlspoDlvelS na época opor- ção para bem da economia do país", es-
t una. 3° Porque a extracção do cânhamo creve-se em As Terras de Entre Sabor e
é aqui limitada pelo emprego que lhe Douro, uma obra regionalista de 1908), o
dão os cordoeiros de Vila ova de Foz declínio acentuou-se - e no princípio
Coa, que são os únicos consumidores do século XX o cultivo do cânhamo-de-
que sustentam o preço acima indicado. -cannabis estava praticamente extinto
40 Finalmente, porque o vergonhoso em Portugal.

183
Durante o salazarismo, reconheceu-se à cultura da cannabis "capacidade
de limpeza contra as ervas daninhas, ocupação de
regularizando a crise de' trabalho existente nessa altura e, especialmente,
o facto de ser remuneradora".
o CANTO DO CISNE À época) o reg nte agrícola Celestino
Graça d tacou- e pelo entu ia mo com
A partir de 1935, em pleno regime ' ala- qu promo eu a cannabis, n meadamente
1i.zarista, o Ribatejo foi palco de um em A Cultura do Cânhamo (1943), que
episódic rena cimento da cultura do inaugurou a prestigiada colecção de livros
cânhru110 industrial em Portugal, cujo agrí ola ''A Terra e o Homem': Referindo
auge e deu durante a egunda Guerra " ptimas condiçõe que em Portugal
Mundial. Na comunicação Pró-Cânhamo, o t m para a cultura do cãnhamo» e os
proferida em 1942, o engenheiro agrícola "re ultado económico compensadores
Antunes Júnior explica que a rein- do trabalho int n que a mesma
trodução do cânhamo em Por- _........r.1I"'I:I"nI1mf reclama', CeIe tino Graça considera
tugaJ se deveu principalmente q ue devia apo tar-se
aos "conflitos internacionai bretudo na r gião
que antecederam a egunda ribatejana, "a qual,
Guerra Mundial) sobretudo o p r natureza, e tá
que opô a Itália a Abi sínia, de tinado o papel de
porque por efeito das ançõe verdadeiro olar do
económicas aplica- cânhamo em Por-
da à Itália) em 1937) tugal':
então egundo pro-
Em A Cultura do Câ-
dutor mundial [de ,.,hamo,
cânhamo ], e os el -
vados preços pra ti-
cados pela Espanha, activamente
a importação atin- 0 ' cânhamo
giu preço proibiti- atltJvés de
vos para a indústria fjyros e
portuguesa", bllOchuras.
Em Portugal, a reanimação da ca-
nhamicultura de eu- e undamental-
mente à designada "ampanha da Pro-
t
dução Agrícola : promo ida p I Mini-
tério da Agricultura e execu ada pel
Brigadas Técnica da Dire ção erai dI

Serviços Agrícolas, a quai pLantaram as


O

primeiras sementeira exp rimenta no


Ribatejo em 1935- sta campanha conta-
va com a colaboraçã da Companhia a-
donal de Fiação Te ido de rr o-
vas, que se comprometleu a ,adquirir a
totalidade da nece idad do m r 3d
português em termo de fio d cânha-
mo, ou eja, entre 400 e 500 toneladas
por anoo
A CANNABIS NA LíNGUA PORTUGUESA

m português, o termo latino Cannabis originou o vocábulo "cânave") do qual


E derivam diversas palavras e algun topónimos portugueses, indicadores da
imp rtância que esta cultura teve outrora entre nós. As palavra em causa in-
cluem ('cana rear" (plantar cânaves), "canaveira" (lugar onde há cânaves) "ca-
naval" (terra de cânaves), "canavial» (de Cannabialis) e "canavês" (plantação de
cânave).
Quanto a top nimos, destaca-se Marco de Canaveses, vila e sede de concelho
do Douro Litoral, por e tratar de uma urbe importante que foi baptizada a par-
tir da cultura d cânhamo aí praticada. De facto, diz José Leite de Vasconcelos na
Etnografia Portuguesa: '':A cânave [cannabis > canabe > cánave > cânave] liga-se
também o topónimo Canaveses, conformemente ao que se lê no Dicc. de Mo-
raes, 4a ed. : (canavez, plantação de linho canavez. Plural Canavezes": A propósi-
to, na monografia A Vila de Canaveses (1935) Manuel de Vasconcelos escreveu:
"Não vejo nece si ade d ir bu car etimologias complicadas, quando o próprio
nome do local é palavra portuguesa e designa, de mais a mais, u ma antiga cul-
tura nacional. Canavese ( ... ) chamam-se as plantações ou plantios de câ-
nhamo. O nome de Canaveses dado a alguns lugares ( . .. ) indica a existência e a
extensão, em Portugal, da cultura do cânhamo ou linho canave ou canavese [ou
alcanave 1) como se dizia no português antigo".
O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, da Academia das Ciências
de Lisboa, regista doi vocábulos com origem em "cânhamo". São eles "canha-
maç ." e «calhamaço" (ambos de cânhamo + sufixo aço, significando estopa ou
fio do cânhamo, ou tecido grosseiro feito com essa estopa) .

da em terreno em que a primeira doutra ses, em culinária. Os resíduos da extracção do óleo


constituem um excelente alimento de engorda para
c ultura d p rdia com as inundações e, e peclalmellte,
» o gado ovino e suíno; c) FOLHAS - Constituem um
facto de r remunera ora.
o No capítulO I de O Cd11hamo, Cultura e Uti/i- bom adubo, enriquecendo os maus terrenos; d)
ão dos eus Produtos, obra de 194 , o autor Jayme
2 GOMA-RESINA - Esta gôma-resina possue prop rie-
zaç - 'd"
Reb lo enumera suo llaO-1ll li tnaJ dades embriagantes, provocando uma. embriaguês
da cannabis: a) CAULES - m caules fazem- e nervosa em que tôdas as ensações agradáveis ou
,h as; servem para aque er os fornos e fornecem desagradáveis, segundo a disposição momentânea
dos melhores carvõ para a fabricação d pólvo- ou habitual do espírito do paciente, são considera-
ras; b) EME TES - A velmente exaltadas. O ha-
emente do cânhamo é schich é uma preparação
muito empregada na das fôlhas do cânhamo
alimentaçãO do homem, usada por algumas popu-
pro-
lações indígenas da Arábia
víncias OCidental da e da África".
Rússia. Também se em- Em 1943, de acor-
prega na allmenta!ão do com Celestino
das aves ornam.entals I Graça, «o interêsse
an oras e, mUlto, n
C uS primeIros . d' de pela cultura toma
se . Cla
\Ilda, sejam qual l ' ô aspecto de entusias-
Da ementes extr;u- e mo febril. A área to-
de 20 a 25% de um. óleo tal das semen teiras
secativo u ado na pmtu- Na época salazarista. posava-se em boa
ra, no fabrico de consciência junto a colheitas de cannabis.
atingiu, aproximada-
m le e, em ertos pa!- mente, 600 hectares

185
e muito mais haveria id e nã ti e e A GUERRA À MARIJUANA
e cas eado a ement"; contud • 1 g
após o fim da 2 3 Gu rra, ffi945. ini-
ciou- e um proce o de d adência que
contrariou a risonha xpectativa'
como con equência, pôs-se fim a uma
inve tigação que muito teria ben ficiado
a agri ultura portugue a, e d id m nte
de envolvida.
Ainda gundo le tino ra »0 gol-
pe de mi ericórdia da cultura do canha-
m em Portugal deu- e entre 1952 1956,
quando registo u "uma inva ão do mer-
cado por grande quantidad d fio
e panhol que era mai re i t nt (c rca le
5%) que o melhor fio on eguido lo
cânham cultivado m Portugal. A pro-
dução t rnou- e então excedentária ori-
ginando, m 1953, a exi ( 'n ia d eJ ad
, t cks' que pr v caram in rteza m d
na manutenção da cultura E, apesar de
em 1954 o governo t r oncedido um u-
b ídi à pr dução do cânham ,a últim
planta õe portugue a de annabis in-
dustrial extinguiram- no Ribate'o
1970; por curio a oin id "o ia, pr
an em que a annabi e eu ult"
ram ilegalizados entre nó .
br a au a do d apar imentoa Cne,g,ou-se a apocalíptica
cultura do cânhamo em. Portugal. e r - concfusão" na' antiga Assembleia
veu o regente agd oJa CarIo M ntemor que ,ai cannabi's era "o
em te e de me trado a pr ntad em perigo n 1 par. a sobrevivência do
1997 no ln titut · uperior d homem.
nomia: Cc [ ] emelhan d qu a onl -
c u m outro tê ei I no Wo d-
turai ) a cultura foi ítima d pr gr o:
de aparecimento d bar o à 'fela , n-
c rrên ia do têxtei e oJ gin d
a tíga olónia (aJgodão, i l, juta.
amend im, , ntIe utra ). o apar ci-
mento da fibras in · ti a ap a un-
da guerra. A redu ão d a culti\lad
da pr du ã g1 aI ram ta
v c d pela perda d ndirn nto
relação a outra cultura,
dad m cne ntrar mã . o
ária, nomead m nl _ u ã da
Ih it macera ã qu h
p no o ': mi d

186
corriam rumores qu e era gente da
,ALTA - nomes da ociedad - malta
gr aúda - mas a censura de influências
a padrinhagem a politi a de desfasa-
mento da verdad faziam cruelmente
O S seus efeito ( ",) ",

Aliás, quem fumou canna-


bi em Portugal até Setembro
de 970 fê-lo na mai. comple-
ta legalidade, pois entre nós o
consumo de substâncias "estu-
pefacientes" só passou a ser
considerado um crime após a
promulgação, nesse mês, dos
Decretos-Lei n° 420/70 e
435 / 7 0 , mediante os quais Por-
tugal ratificava acordo inter-
nacionais visando o chamado
"combate à droga", tais como a
Convenção Única sobre Estu-
pefaciente , sub crita pelo go-
verno salazarista em Março de
19 61 em sede da ONU. Como
assinala um texto do Movi-
mento Anti-Proibicionista so-
bre esta legi lação, « [n] este pe- Cortaz do campanha "Droga-Loucura-Morte" afixado
' d t't de tomada
rIO O a a 1 u . . 11cOI' na em Lisboa em Junho de 1972.
prática na teo:ia o uso exc1u- , . _ mente inexistente em Portugal: "São cerca de 137 os
sivo da repre ao a todos os mvelS, nao casos que foram detectados de consumo de droga
sendo definidos quaisquer e forças na nos últimos dois anos na Metrópole (. . .) Detectou-
área da profilaxia". -se LSD, marijuana e haxixe. Nenhum caso de heroí-
na:" Quanto às razões para tão baixos índices de con-
A pena pr vista para o crime de consumo de
sumo, diz o artigo "Química da Loucura" publicado
cannabis, incluída na tabela d substâncias psicoac- no Século ilustrado de 4/3/72: "É também a nossa
dvas ilegalizada , oscilava entre os 6 mese e os dois eterna posição de parentes pobres e afastados da
anos d prisão, e multa de 5 a 50 conto (entre 250 a opulenta família ocidental que nos tem preservado (e
1.5 00 euro ). ainda preserva) de certas doenças da riqueza, como é
Em Junho de 1972, surgiram afixados o ca o das drogas. Para a grande maioria da nossa
juventude, o problema é ainda a
em outdoors por todo o país centenas de
cartazes com a imagem de uma caveira Por esta razão, a primeira campanha
ostentando na fronte o símbolo da paz antidroga nacional foi amplamente de-
(associado ao tudo acompa- nunciada, mesmo à época. Escreveu-se
nhado pelo dlzeres Droga-Loucura- por exemplo no Século Ilustrado que
Iniciava-se a primeira campa- "cartazes como o da Droga-Loucura-
nha'nacional contra a droga, não obstan- -Morte ( ... ) induzem em vez de afastar,
te Portugal er um país onde, como se es- criando o fascínio pelo perigoso e pelo
creve na imprensa da época, "s6 se ouvia proibido" - um efeito tanto mais pre-
falar de haxixe LSD pelo noticiário visível quanto era abissal a dessintonia
internacional dos jornais", entre o caquético regime de Marcelo
Em 1973, o deputado Agostinho Cardoso confir- Caetano e a juventude portuguesa. Re-
m ava que o consumo de dr gas ilicita era pratica- centemente, Cândido de Agra, investi-

187
"SE NÃO COMES A 00 "
.
A dé adas de propagand fi u
Pb
m enraizado na pique na i n I
o mil de que o (flag I da dr a"
deve em grande m dida a b mina-
veis traficante qu impingem dr ga a
jov n inocent . Para qu n t
versão original d ta hi fória da a-
rochinha contemporân a data d 197.
quand foi de larada guerra dr ga
em P rtuga!. e reza a im: "[ trafi -
cantes] não procuram riar um
clientela entre o adulto, ma a
entre
,
o adol cente . e a
I so começan a apar r,
que terminam a au1a J junt
liceu e da cola comerdai, e ta-
belecem r laÇ es, ofer. c m 'b leia
que se apre entam m t rizad , fi-
prestam di co e livr ; dep j um dia,
como que por aca 0, di tribu m
algun cigarro d marijuana, ma
tarde algun c mprimido
para e e ad Je ent e a
está, a, im, transporta
infern. uando ' It m
r de mar'ju3n3. já e
um preço, ma ainda ai', Pre
todavia, que irá ubindo mpr l n ·
xorav 1m nt, m dida que fi d

do fen6m no da dr ga e do cd-
me) e creveu em iz r li Droga. 011 'ir
Drogas qu '[e] ta grand cam anha u-
blicitária tem ido ap ntada p r -
cer a difu ão do fen m n [o OR umo
de droga ilícita] que dat a-
mente ine : t nt ".

18
te- que < P a. mes-
mo em P rt ug I era bem 3-
bido que. enquan to "droga': a
cann bi era P u men
qu in fcn iva. A "im, em
1973. o psiquia tra J Frago-
o Mcnd e" pr sid nte da
Lig Portug uesa de Higícn
M nlal. 011 iderava em ., -
tr,e v ' la < culo 11 ust rado:
«[Na] mai ria da dr ga de
qu tant tem falado ulti ·
m aJTl nte e que c 011 ide-
ram. riginar t xicoma nia '
_ mariju ana. , et . - ,
( ... ) n ex:i te nem d pen-
d fi ia nem !ndr m de
ab ún ' ncia".
Embo ra por d trás Primeiros jovens presos em Portugal por posse e consu
mo d
(( conno bis, em Julho de 1972.
e
da camp anha roga-
_Lou cura-Mort » ti-
v;eS e ob iam nte apre ão do E tados me ela de conflito de gerações e revo -
Unid o (nde pr ident, Nixon, acos- lução de costumes em curso no Oci-
sad pel e cândalo Watergate, lançava dente; tal como em tantas outra s áreas
oprt uni ticam nte a "War on Drug "), estávamos simplesmente atrasados
i o ná invalida qu relação ao que se passava "lá fora". E, com
n o gover-
nant d então, a r ditando que Por- alguns de desfasamento, espalhou-
tugal ra uma e pécie de reserva moral -se entre Juventude portu guesa o gosto
d Ocid nte, enti em genuinamente pela múslca psicadélica e o estilo de vida
aterr ad com a ideia de implantar-se hippie - quant o a exper iment ar as dro-
eIltre nÓ a entra ultura juvenil que gas catalizador as do fenóme no contr a-
a a ava o mund indu trializado. Neste cultural, a marij uana e o LSD, a maioria
e pirit , c . que foi de i- dos candidatos lusita nos precis ou de
goad o de plan dlab6 h o para cor- esperar um pouco mais.
r mp r a ju ntude", m 1973 hegou a a impren a da época fizeram -se ou vir alguma s
ponder adas sobre a atracçã o que sentiam os
r advogad na A mbl ia a ional o
pelos estados alterad os de consciê ncia pro-
ntr le d n ovimento chippie p r- pela cannab is e o LSD. Por exempl o,
tug uê ) evitand - e p r t do o mei a para o SOCiólogo Fernan do Jorge Micael Pereira "a
entra da em P rtugal dos seu adepto droga é um fenóme no cultura l, ( ... ) aparece ligada
e trang iras) a v gando - ainda ,c o
oontr ole d fe tivai cp p' responsávei o tactor mais importante na difusão
p r umul to e difu ão das droga ", da marijuana em Portugal foram os
Sublin he- e ( vez qu 6 r m neces árias que,
em portugal nos an 70, a ub tãn i qu e tavam
militares portugueses que
implicada na "dr gagem da juventu de" eram edu- participaram nas, guerras coloniais
ivamen te dlvcr prepara dos p icoactiv de em Africa.
cafina b', OS i d lio - a heroína, nomeada-
mente, estava ausente da "prob/emát-ictl da As-
iJll, em 1972, a prop . ito d primeir o julgam ento de ao grupo e à festa. ( ... ) a droga aparece como
droga realizad m P rtugal, r veu- na revista ?e ou pretend endo imagin ar um mundo
observador: .. ham indi n, kif. a marijua - lmagm áno. Aprese . nta-se como pesquis a do fut uro ' .
11' haxixe, a mac mb • a liamba e ( . . '.) eIa é um nto .de iniciaçã o no futuro ( . .. ) p arece
faziam
uma nova VIa. é uma aventur a, uma experiê n-
parte d tup fa iente qu forne- cIa. E todo esperam os que sejam sobretu do os jo-
ce . r di tnbUU1m.
quem se aventur e, quem experim ente" (entre-
Ma P ftugal nã e capar'a à xplosj a I ta ao Século Ilustrado, 2/6/73) .

189
de

peri-
dro-

Em Agosto de 1976,. a RTP (inundoU' a01 poú O flag rOl


da liamba".

F i a im n um clima d
c nnabi que, m Abril d
CIO em j b a julga
p .r "no d dr
pertou n
dez na d
m de
n nt
b ta.
denaçã
insi tindo qu
ventiy da r

um ar
event públic. A o a iã. i concerto industriais. Era um privilégio que eu
da banda r k en i n Pavilhão de nao tmha, s6 as pessoas que estiveram em Africa
nomeadamente os soldados, a ,
ascai, nde, gund rma o jorna-
Ii ta J ã Alve da o ta no livr Droga e Não que a situaçã.o dos apreciadores
pro tiwição em Lisboa,' ar qua e não se nacionais de marij uana tivesse melhora-
distinguia do fumo - a in onfundível do com a Revolução dos Cravos; de facto
a o iação n ria! u marijuana tem a única continuidade descortinável
com roma a r ( ... ) o ambiente a ditadura derrubada e o novo regime
p uc m no qu irr piráveL - o fumo d.emocrático é o "combate à. droga". As-
da ' rva' a u ava t e a qu m tive e de 1m, anos turbulentos a seguir ao 25
pulmões muita veze A bnl, apesar da aguda polarização po-
me m em re pirar fumo ab rvia-se lItIca que quase conduziu o país à guerra
por o mo e". n luindo, Al e da Co ta civil,. direita e esquerda em Portugal con-
.a firma que "aquela ão con titui talvez segUlam estar de acordo numa coisa - a
n no so pai a primeira maciça d - dernonização d a cannabis. Nas palavras
.mo n traçã c I tiva do grau de disse- de Cândido de Agra, para a direita a can-
minaçã elevad em qu a droga e en- nabis era o "sintoma de crise de uma so-
contrav no ei da juv ciedade ainda não preparada para viver
g n mê guinte, dá- e o 25 de em liberdade"; para a esquerda, ela era
Abril. Numa eventual Hi t ria Psicadé- «introduzida do e.>...rterior malevolamente
lica de P rtugal, - - - - - - - - - - - - - - para destruir a comba-
1.974 será dec rto Um vespertino indignou-se com o tividade revolucionária
c n iderado ano facto da brigada de da nossa juventude."
do n Verão do estupefacientes da .PJ, em vez de Apesar de ser um segredo de
j\n1 r, pai lim investigar denúncias de cultivo Polichinelo que muitos militares
de Abril, incluindo figuras
de lib rd d , opti- de cannabis, estar "a ser, gradas da Revolução, apre-
mi mo ideali m inexplicavelmente, ocupada com ciavam liamba, o espírito farma-
vivido n servicos de bombas e cologicamente correcto que im-
pera entre os historiadores e jor-
eguint explosivos". nalistas po rtugueses impede
lução d rav qualquer referência ao facto .
foi enário ut pi n qual milhar s de
por ugue se iniciaram n . on umo de A partir do final de 1975, registou-se
marijuana - uja di ponibilidad au- um novo e decisivo impulso na dissemi-
mentara ainda mai' om regres o do nação do hábito de fumar cannabis na
c nting ntes militar e tacionado nas sociedade portuguesa quando, na se-
colónia a' - i ana , A d mocratização em quência da independência das colónias
cur no pai t ndia- tamb m ao há- africanas, cerca de 600.000 residentes de
bito d fumar cannabi : " on umo da origem europeia fugiram espavoridos de
droga nã é hoje x lu ivo das las e Angola e Moçambique. Apesar de muitos
( ... ) D filh da famílias destes cc re,torna· · dos" trazerem consigo
po ' ero a a droga d pr a alastrou até pouco malS do que a roupa que vestiam,
a e tudante em g ral começa agora a outro fizeram -se acompanhar de
pen trar ntre o tr balhadores" diz- e grandes quantidades de erva africana)
numa Vida Mundial de 1976 . abendo que a mesma tinha grande
reaJizad r d inema Rui imões, que 0- procura na ex-Metrópole. Os registos in-
m OU a fumar annabi m 196 , em Bruxela • dicam que foi na praça lisboeta do Ros-
onde ra mado politico, co nta orno i regr ar a sio, lugar de concentração inicial dos re-
portugal em 1974, em pI na tividade revoLu-
ci nária": " ma da urpr <IS agradávei era q ue tornados, que se inaugurou o comércio
havi imen a erva 3n lana, a hamada liamba, m regular de cannabis em Portugal; mas ra-

191
pidam nte a liamba e a uruma ,e pa- lru -a. b m te' Flagelo
lharam- e por Portugal int iro, à medida a egund cam-
que o «de lo ad do Ultramar' Iam
fixando pelo pai fora.

lcannabi
pa' j a a r i'
Apesar do consumo maciço o tabu Porto e
sobre o uso de cannabis
mantido firme em Portu,g al -
apenas em 1990 consegue
letra de imprensa

uma descrição "por dentro" dos mente na
efeitos da ,gaRza. pIa t _ p ,
lar

m nto
IV do d annabi em

"O FLAG'ELO DA LlAMB "



E
con t a ad d
culu ar ca nabl a a li r num
clima moderado como o no ,crara- lm
o háb ito de plantar a "'erva ang lan3 m
quintru e varanda para eon umo pró-
prio; era po ível fazê-lo om -ta tr-an-
quilidade, vi to a planta er irtualm nle
desconhecida em Portugal. tudo
mudaria a 16 de g to e 1976. quand
num c municado do ml t rio Ju -
tiça, a RTP divuIgouimagen de um
de cannabi ,e da ua cara terÍ ti folha ,ez d
acompanhada da 1 g nda: II II la ti

91
OS Mil E UM SEGREDOS DE FÁTIMA
A nossa causa é um segredo contido
num segredo, um segredo b,em protegi-
do, um segredo qu só serv a um segre-
do, um egredo velado por um segredo.
- Ja'far a1- adiq(m. 765), VIQ
Imam fatimida

.. end os historiadores nacionais


L sobre a época da fundação de Por-
tugal, fica- e com a ideia de que os
mouro que então habitavam as
giôes entre o Douro e o Algarve existi-
ram principalmente para levar alen-
t traulitadas do nos os antepassa-
do . Noções impl6rias como esta, se
bem que esti mulem uma certa auto -
e tima colectiva, têm inconveniente
de reduzir o pa sado a uma fanto-
chada literal, quando, pelo contrário, a Mfstico sufi atingindo o êxtase. Detalhe
riqueza e complexidade da História é de iluminura de manuscrito persa do
tal que chega a desafiar a interpretação século XVI.
_ como nos permitem constatar, se
noS dermos ao trabalho de o analisar vorecia a religião interior e individual,
mai a fundo, os povos a quem cha- alegando que a leitura alegórica do
mamos di traidamente mouros. Corão "abre as portas à espiritualida-
Quando falamo em mouros esta- de, aos segredos da gnose e s6 está ao
mos a à tribos berberes alcance dos iniciados" - um enten-
Mac muda e Zenaga. que em 711 dimento que se encontra nos antípo-
invadiram a Península Ibérica a partir das do professado pelo islão ortodoxo
d Nort d Africa. E tas populações (sunismo), que impõe uma leitura li-
teral dos textos sagrados e rejeita todo
A conexão dos fafimidas com o o misticismo.
haxixe é tão íntima que os dois Nota: Dado que na era medieval as diversas cor-
rentes her ticas islâmicas quase não se
termos chegam a ser sinónimos. guiam entre si, neste texto u am-se de forma in-
termutável com fatimismo os termos ismaelis-
eram d obediência maioritariamente mo, çhiismo e sufIsmo.
fatimida, um movimento politico- A épo a de maior proeminência fatimida no
-religioso riginado no Magrebe cujos Oriente foi o Califado Fatimida do Cairo (959-
-1171), que "marcou o islão pela criatividade in-
eguidore se on ideravam herdeiros telectual e artística, e pela tolerância
espirituai d Fátima, a filha de Mao- Os fatimjdas medievais viveram porém em con-
mé, e enquanto tal legítimos represen- flito permanente com o islão legali ta, por vezes
tante da fé islâmi a revelada pelo devendo organizar-se em confrarias secretas e
guerrilheiras. "Os séculos de luta entre os fati-
Profeta. midas e os ortodoxos sunitas (X-XII) foram a
Basicament ) o fatimismo era uma úni a época de criatividade cientifIca e cultural
teologia de índole messiânica que fa- do islão ( ... ). Passado esse desafio [com a su-

193
d inicia ão tradu-
udaJ ' e «o

Pintura do século XIX representando ,a


universidade de al-A:z.har. no Cairo;
fundada pelos ("tímidas hashashin em
970, é a ma/sont/go do mundo ainda
em funcionamento.

pr s ão do fatimid no islã o
oh urantismo e o p

mi-
mi-

eJ a-
rOgjnou

19
ba e em Alamut, uma fortaleza inex- «(O ismaelismo podia passar por uma
pugnável situada ao Mar seita cristã gnóstica: a imamologia
n actuallrão, a selta tmha por Illi ao [culto dos Imams] é conversível numa
ante de mai combater a ignorância, cristologia de coloração gnóstica, e Fá-
con iderada r ponsável pela sub- tima a Resplandecente corresponde a
mi. ão do pov ao literali mo sunita. Maria; a escatologia e o messianismo
Ne t e pírito, o hashashin criaram são idênticos numa e noutra
unta rede de e ola de" studos gerai )) Dado o secretismo envolvido, poucas
(madrasas), a quai s rviram de mo- certezas há sobre a extensão das rela-
d elo às universidade europeia , e com- çõe entre as duas confrarias; mas
chega a falar-se numa «(cavalaria ecu-
ménica' englobando os cavaleiros cris-
Os templários e os hashasbin
tãos e os cavaleiros do islão (que eram
podem ter formado uma nova
os hashashin), uma nova versão dos
versão dos Cavaleiros do Graal.
Cavaleiros do Graal': Certo é que "con-
luio com os islâmicos" foi a acusação
pilaram a encicl pédia Rossaila, con- mais grave lançada contra os templá-
iderada a primeira úmula do saber rios aquando do seu julgamento pelo
human . maior líder hashashin foi rei francês Filipe o Belo, que conduziu
Imam Ha an i- abbah (1090- 112 4), à extinção da ordem em 1314.
m.itificado na crónica cristã medie- É de notar que os hashashin e as suas técnicas
vai com o Vi lho da Montanha. iniciáticas antedatam de vários séculos a Ordem
"Entr os seu, a ordem [do hasflashinl tam- do Templo, que foi fundada por volta de 1118, em
bém eraonhe ida por s que pregam a verdade Jerusalém. depois dos cruzados terem conquis-
interior (batínitas), O que se sacrificam (fidai- tado a cidade aos fatimidas. A influência destes
y/ln) Os que ninam': Em Os Templários 'la na nova confraria pode ter sido seminal; assim.
Formação ( Portugal, Paulo
Ale andre ou ão onsi-

dera: " fÉ] evidente o papel
de ta el ites árabes. nomea-
damente o me trc sufi e o
assassinos, na 'tran miss o do
aber d sico perdjdo. Fo-
ram um elo da cadeia
hi 1 rica".
a -se ainda qu ,
no decur da ru-
zada) a ordem do
mplário tabeleceu
c ntacto com
facçóe fatim' da do
oriente, em particular
com os hashashin,
quais "causaram nos
dstão uma f, rte
Iluminura das Viagens de Mar<o Polo, intitulado "0
ímpr 'ã de impa-
Velho forma perfeitos hashasis". mostrondo a e ntrada de
tia': De fact ) os supo -
um iniciado no Jardim do Parafso, pela mão do Velho da
tos Infiéis revela ram-
Montanha. Manuscrito francês de finais do século Xllt
-se irmãos e pirituais:

195
mó o m parti-
"eni-

As apar'ções marianas Da Cova


dai Iria podem ter sIdo uma
repe .ção de fenómenos
ocorridos no tempo dos
fatimidas visionári'os.

çõc

Observadores do "Milagre do SoJ1I'ocorrido CJ U d


Outubro de 19'7 na Cova da Jrl(l, m foto dd
deferir que, ép ca da apançoe, o mente por a 13 de Outubro as visões na
Ribatejo ra a úni a região do país onde subsisti-
Cova da Iria terem adquirido o carác-
m planta e de c nhamo-d -cannabis, a quais
perduraram até 1970.
ter de uma iniciação colectiva: «Que
técnica (ou fenómeno psíquico) faz
Conclui- e pois que o Milagre de Fá-
com que milhares de pessoas vejam
tíma correu na xacta r gião de
simultaneamente coisas
Portugal, a erra d'Aire, no céu?"
que é ulo ante era um
A noção de Segredo é
"alfobre de vi ionário crucial nas gnoses de Fátima
me iânico» uja «meto· e de Maria. Para os místicos
dologia par entrar em islâmicos, o Segredo tem um
sen tido múltiplo, a saber: a
conta to com upra- experiência incomunicável
sen ível" incluía o haxixe do contacto C0111 o inefável
d forma proeminente. E (o O culto, o rOlam, Fátima a
Moisé E pírit anto Resplandecente); "a capaci-
dade de interpretação das
sugere mesmo qu visões teo fânicas"; "o m éto -
aparições mariana do de cada via [sufiJ que faz
ova da Iria p d lU ter com que os iniciados
vejam"; e a obrigação de
sido uma repetição de f, - nada dizer sobre a doutrina.
n6meno c rridos 10- secreta aos n ão-iniciados.
caIm nt no tempo dos Na gnose de Maria , o
fatim' da isionário : Segredo de Fátima é, m ais
Que pensar do facto do prosaicamente, uma men -
" o pa ado, um vulto sagem profética; esta, no
Imaculada Virgem Mario,
de luz identificado com entanto, "tem ares de ser
Nossa Senhora de Fátima, ser uma ideia exógena posta a
átima a Resplandecente
venerada num antigo santuório circular no local e que as cri-
i v nerad ) esperado
mouro dedicado à Senhora anças adoptaram; talvez
ou aparecera n ítio Nossa Fót;.ma, a Virgem viesse das bandas de Ourém
olld aparerá dep i a Imaculada? Escultura mariana [da Igreja Católica J ( .. . )
enh ra brilhant da Compreendemos esta dé-
de Teixeira Lopes. marche de Lúcia: uma vez
va da Iria': que o público reclama o se-
egundo Moi EspIrito ant, o marr qui- gredo e sendo ele intran missível (como podem
n actuai l' t. per uadid de que o Portu- estas coisas ser ditas aos transeuntes?) teve-se de
gue v n ram, na Cova da Iria, aidatuna inventar um segredo-mensagem".
at tnah ( enh ra sa Fátim a) o u Leila A luz da conexão templários- hashashin, é
Fntemah (Da111a Fátima) d s Ma emuda fatimi- curioso con tatar que a parte mais a ntiga do ac-
da, qu - petl am 1 - trata dum antigo tuai castelo de Ourém (situado à vista da Cova da
culto islamo· fatimida r uperado pelos cri tão ': Iria) foi. a sede do poder fatimida local até à sua
tom ada (em 1136?) por D. Afonso Henriques, que
Moisé pí it anto mostra n a cederia a fortaleza a Gualdim Pais) grão-mestre
obra itada que a vi õe teofân icas templário iniciado na Palestina. Moisés Espírito
Santo ,especula: "Teriam os templários cultivado a
d trê pa torinho em 1917 parecem mística i maelita depois da Reconquista e lançado
decalcada da gn o e d o «culto da (ou continuado ) o culto da Resplandecente na
enh r portadora do egredo" prati- serra d' Aire? Teria uma confraria clandestina
cado pelos mouro hashashin; mas [fatimida ] resistido depois da Reconquista em
ligação com os templários?"
daqu i p r diante as águas turvam-se
de todo. S ci61ogo admite que) face Será deslindável a teia de mistérios
ao conhecimentos actuais não é in- entrecruzados que relaciona as apari-
terpr tável o 11 xo en tre as duas gno- ções marianas de 1917 na Cova da Iria)
e I a ma iana e a fatimida, nomead a- o culto aí praticado na Idade Média

197
p 1 fatimida a ord m t m lária in-
I

flu nciada por e t vi ionário ,


haxixe, notório rnétod
mí ti O j lâmic ara atingir a Ilu-
minação? du ido que t 1. proez.
e 'teja a aI ane de qualque diIig "n-
cia de ordem ra ional; pr a elrn nt >
diver gr d m au a
nuarão a mer r-lh a maiú uI

nabi) tar "a er, in xpli a 1m nt do deri ado de


cupada om de bomba cada
expio ivo n.

tempo, o
mão de

m
. 11 m e

la Inl I r-
- e um n v
d anna 1
altura, o u
n h tornar-
minante entr em d trirn nt ,d
facto, por um lad ) om
fluxo de r patriado e tancara a entrada
de marij uana africana m P rtu ali; r
outr ) a apanha' 1 gel d Liamba"
fizera fria d a ti am t ntr, o
entu ia m pel graw yOf-lr O1VI1. J
filava por m num h jz nt
1 n (nquo a alternativa par ati f:
etite d lu itano p 1 TH
) ond a pr du o h no a
de nde aliá j h am Ue nnabi
cm o mal ab lut d n
droga. R fi tind e ta n a dramática A GANZA ESTREIA-SE NO
realidad , op r u- e uma altera ão CINEMA NACIONAL
rnânti a na paI, vra "droga", que deixou
d e er in nim d cannabi e pa ou a
ê-l d her na. ( ata também de ta E m. pela desde
o illlCIO do prOlblclOlllsmo, o ci-
nem a português abordou, embora
ltura a ub titui ã a pala ra "toxic -
mania' p r " t xi d nd Ancia".) elipticamente, a questão do uso de
drogas, nomeadamente o haxixe,
bre os efeito d pr ibi i nismo. o omenta-
d r AI xandre Mel e reveu n Expr sso de /7/00: entre o jovens. O filme pioneiro é
.. cp i d dada d repre são - ada vez mais Chico Fininho. de Sério Fernandes
di p ndi a - o r ·ultad do pr ibicioni mo ão inspirado no tema homónimo
t d vastadores. na sua !TI n truo a perver idade. Rui Veloso (de 1979), o qual mar-
que, hoj em dia, ante d I der tratar o probl mas
pr v ado p la drogas pr ci o re Iv r os pro- cara por sua vez a p rimeira alusão
b lemas pr vocados p la pr ibição" . ao consumo de drogas 11a cultura
Agora qu c mbate ao «flagelo da popular portuguesa. No filme Chico
droga" a entava a ua bateria noutra
Fininho o papel do «freak da Can-
ubstâl ôa iI gal, o expediente encontra- tare ira" é desempenhado pelo actor
Vítor Norte, que faz aqui a sua es-
do pa a legitim r a continuada proibição
treia cinematográfica.
da cannabi - ag ra promovida a «droga
,.. O single Marijua na (1980), da banda
eve" - i a de ignada "teoria da sca-
rock Arte e é única referência explíci-
}ada': egund a ua! harro é o pri- ta à cannabls na música n acional d a época.
J11 iro pa num caminho que leva
inelutavelm nte à "droga dura" her Ína.
A PI eOIl id ra que a t oria da es alada alidada
por uma c ·tat[ ti a que a ln tituiçã apu r u, egun-
d a qual n rimes contra a propriedade, no-
meadam nte o furt e o ro ub . 91% d s implicados
que j tinham p cimentado h rorna ini iaram-se
n droga ilicit3 P I haxixe - uma ilação pouco
evjdenle a r tirar d d do da PJ pi. egundo a
111 sma f, nt • no ln m nto do delito a droga eo n-
I.lmida m 98% do a era a her fna.
Foi a im que, ap6 uma breve e vis-
t a fa e ini ia L, c n uma de derivados
psicoactiv s d an abi ,ofu ado pela
her ín , adquiriu m P rtugal um ex-
tra rd'nário Low profile (ao ontrário,
r ex mplo, do Estado Unidos, onde o
u de marijuana pela geração do sixties
e t rn u um liché nacional). Sendo a
n rme mai ria do fumadore de can-
nabi a uil que a ret rcida gíria proibi-
ci ni ta de igna d «consumidores não-
-probl máti ", e t ctor da ociedade
lu itana e bateu - e na paisagem oeial
quand ) na repre entação popular do
drogad , o freak, h rdeiro do hippie, deu Vftor Norte como Chico Fininho, CJ
lugar ao junki, toxicodepend nte. primeiro personagem ganzada do
Em 2000, um p u o m quem de cob re a pól- dnemoportuguês.
v ra, e rcv - na imprensa nacional: 'Os eon u-

199
reem

infi rmaJ d

Em 2000, consumir ,cannabis deixou de ser


uma actividade publicamente inominável
em Portugal.

querem
consumo
18/7/00 )
Cert' qu que o tabu bre o uso d
cannabi tem- e mantid furo ln Por-
tugal - apena em 1990 on gu en-
contrar- e, em 1 tra de impr n uma
de crição por d ntrQ" do fi it da an-
(L

za; am a assim, ape ar da adia 1< r id


cometida numa publi açã de p ndor
alternati o irrever nt (o jornal
d cannabi
portuen e Metro), o autor Paul Abru-
nho a pr feriu o uJtar- e por tr ' d um
bvio p ud nim. r veu po TIm 6-
t O íric obre o efeito d haxixe qu
(pode traduzir- e m tran rma Õ
aleató ia da percepção u ptí de
c nduzir o utilizador a uma d ida à ub- ua re-
jectividade do pormen f, à d anna i. P r
prazer à obnubilação r t"iva do moo o
exteri r. ( ... ) mai ) tamb m em id
pr texto para r laxar ou timul m ntl
ou corp r d tinir o ondo ti-
zar o am r, enquadrar um m

200
'i

Está por apurar até que ponto milhares de jovens se viciaram em heroína
nos anos 80 devido ao efeito perverso da desinformação com que as
autoridades aterrorizaram a população durante anos a fio, equacionando a
cannabis com o mal absoluto dos nossos tempos, a droga.

m uito agradáv I, uma:D rma d e tar bis. não obstante os novos regulamentos
dife ren te». europeus que estimulam o sector do câ-
m entr vi ta on cdida oNeias Magazine em nhamo para cultivo serem aplicáveis a
199 ' J rate , enlã mini tro com a pa ta da todos os estados-membro.
toxi depend n ia, dcpoi d ter revelado q ue aos Esta contradição foi obviada através da publi-
vinte ano frequentara s coffee-shopsd Am terdão, cação de um decreto regulamentar em Outubro de
re p nel u da. guinte forma pergunta UE experi-
1999·
ment u I anna bi ]?": "Aaa .. . e e p rimentei o u
n o? · P TC 41(. i a, eu não u ro r p nder a a Para Augusto Teixeira, dono da Cânha-
p rgunta. a ho qu 11' tem r 1 ân ia pa ra a ma- mo de Portugal, este sucedido ilustra o
t ria. Eu fui um j vem da minha po a". não pa- ri co do preconceitos vigentes em relação
re mesmo a form uJ açã na ional, palavro a e tor-
tu a, do cl intoniano " Fume i ma nã trav i I>, ...
ao cânhamo dificultarem o renascer
daquela que foi outrora a rainha das cul-
RENASCE O CÂNHAMO turas portuguesas; exemplificando, o
INDUSTRIAL empresário chama a atenção para o facto
da nova legislação impôr condições de
m 1998, ap um hl t de um quarto produção tão apertadas ao cânhamo que
E
. . de é uI , relançou- e em Portugal o
cultivo d cânhamo indu trial, que pas-
o negócio torna-se pouco rentável. O que
é especialmente frustrante para quem, co-
sar a a er inc ntivad m toda a União mo Augusto Teixeira, está tão consciente
Eur p ia (d d que a das incríveis potencialidades da cannabis
senta m um teor d inferior a industrial: "Não há nada que lhe chegue
0 )3 91 ) por t rem ido reconhecida a sua aos pés. Permite uma produção de fibra
v r atilid d • r ntabilidade e vantagens completamente fora do real; tem capaci-
e 01 gi a . As im, up rvi ionado pela dade de produzir em quatro meses a
mpre a ânharno de P rtugal pioneira mesma quantidade de pasta de papel que
n ta r a entr n s, 1 agricultores u- produz o mesmo hectare de eucaliptos em
b idi, d pela União uro eia, planta- sete anos". E, sublinhando que se trata de
ram 33 he tar de cannabis industrial de uma cultura biológica em que não são
nort a uI do paí . permitidos pesticidas nem herbicidas,
Porém, ape ar do agricult re e tarem Augusto Teixeira resumiu assim. em de-
munid c mane ária a ais do Mi- clarações ao Público, a questão da versati-
nistério da Agricultura e da PoUcia Ju- lidade da cannabis industrial: "Não há
diciária, a R. te na arqui-inimiga da praticamente nada que não possa ser feito
cannabi , nã steve com meia medida com cânhamo, excepto haxixe".
e prontamente d teve. m Lag e Tonde- Entretanto, com a abertura em Por-
la, dois d st ulti adores legítimos de tugal das primeiras "lojas do cânhamo"
cânhamo indu trial. acu ando-o de pro- (a pioneira sendo a Hemp House-Noia,
dução de e tupefaciente . O picaresco na Ribeira do Porto), acelerou-se a divul-
pi ódio foi P sív I por não e ta! ainda gação entre nós das inúmeras utilizações
completamente tran po to o Direit Co- extra-visionárias da cannabis e das suas
munitário para Dir ito Naci nal, ndo qualidades ambientais, com o resultado
que à data a no a legi lação continuava a da planta proscrita ter começado a ga-
proibir todo e qualquer cultivo de canna- nhar uma imagem positiva junto do pú-

201
Apesar do proibic;on;smo nacional admitir que o álcool e o tabaco são
drogas cuja nocividade é muitissimo superior à da cannabis, o consumo
desta continua a ser ,considerado um "comportament1) desviante".
l

blico em geral E, ina! do tempo em


Março de 2001 foi publicad O Rei Vai
Nu (Via Optima, Porto), a edi - o p rtu-
gue a d manife t d Jack Herer qu
originou o movim nto pr6- ânham

A DESCRIMINALIZA,CÃO "

de Julho de 2001 {; i d riminaliza-


A I
do o consumo de dr g ilí ita em
Portugal. O facto não i alt rar gran-
demente a itua -o no terreno em fi lação
à cannabis, poi o co tum d fumar char-
ro já era tolerado me m em bar e u-
tros lo ai público; om e ta medida que
locou o no pai na anguarda mun-
dial de política mai pragmáticas re
droga, visa a- obI"etudo atender ao
cata trófico problema de úde públi »
criminalidade e excIusã ' o ial riado pel
repre ão da ub tân ia ilícitas pratica a
até então em P rrugal, e 'ad
palmente a u o d h roína.
a altura, Vitalino Cana) ministr d
governo P com a tutela da t xi od n-
dência, fez me mo uma p i de m a
culpa in titu i nal, declarando que
aut ridad portugue a' tinham con -
guido «ultrapa ar o di ur p dista
da 'droga, loucura,rt '': om ro-
metiam a "adoptar uma no a atitu ' -(. .. )
que não negue a real ida qu (oo.)
uma qu a dr ga dá prazer': P r ubli-
nhar ficou o facto de tão magro r, ulta-
do - a prome a do up to guardiõ
da anidade mental pa sarem a agir em
nformidade - ter ido obtid u ta
de v rba a tr n6mi d rário público
obretudo da riminaliza -o de muito
milhare de idadã, dec rrent
r Jd

202

A 15 de Ago to d 2001 realiwu- e a pri- o de fecho judicial do caso não podia ter sido
mai kafkiano: depois de terem cumprido nove me-
meira manife tação públi a em Portugal a ses de prisão preventiva, Joringel foi condenado a 46
favor da mpleta 1 galização da canna- dia de multa e o pai a oito meses de prisão.
bi. xibindo uma faixa. alu i a, algumas Um sinal seguro de que a cannabis cul-
centena de p a junt ram- e frent à ture portuguesa estava a sair do armário
Muralha d Lag ,no Algarve e fumaram foi dado nos concertos de Manu Chao
marijuana e haxixe ab perante realizados em Lisboa em Junho de 2001.
o impávid s agent s da autondade pre- Segundo o Público, num dos espectáculos,
nt no 10 alo usta poi a crer qu tenha Manu Chao incluiu uma canção dedicada
sido uma c ia o qu pas ou um a Bob Marley, que apresentou como "o
mê d pi: a 13 de etembro a G pro- maior fumador de marijuana de todos os
edeu a uma ru ga a a a d rganl.Zador enquanto "uma bandeira perdi-
do "fumí i "d Lag ,Bernd Gutbub, um da entre a assistência desfraldava ao vento
activi ta pró-cânhamo alemão residente a grande palavra de ordem dos antiproibi-
no Algarv , de cobrind 250 plantas de cionÍstas: 'Legalize it!'"
cannabi na ua pr pri dade de Não que hoje em dia seja difícil encontrar em
além de pequenas quantidad de haxIXe e Portugal quem se pronuncie a favor da legalização
da cannabi , ou mesmo de todas as substâncias ac-

A coi a t r- e-iam r u-
roido a ma' um fait diver
da guerra c ntra a . annabi
ca o o Tribunal d Lago
não tiv confirmad a
pri ão pr venti a do filho de Postal-convocatório paro a primeira manifestoção em
Bernd, Joringel, à época c m Portugal a favor do legalização da cannobis.
17 ano ) que e ta a pr ent ._
n local aquand da ru ga. E ta deClsao tualmente ilícitas. Algumas dessas vozes chegam até
revelou - uma pedra no apato de sectores inesperados - por exemplo, a presi-
dente da Comissão de Dissuasão da Toxicodepen-
ju tiça p rtugue a, p , a pinião púbh- dência de Lisboa, Maria Antónia Almeida Santos,
ca r agiu mal ao encarceramento de um nã parece nada convicta do sucesso da instituição
menor numa pri ão d adultos pelo que dirige, pois considera que "[tJalvez seja melhor
crime de tar pre nte num campo de caminhar para a despenalização total". E vai per-
gtmtando: "O que é que nós ganhámos quando isto
cannabi, tend o pai a umido a foi crime? Qual foi a vantagem? A droga diminuiu?
resp l1sabilidade pelo cultivo ilícito .das Não. Os crimes ligados à droga diminuiram? Pelo
planta - no bala? .final" qu m am a contrário. Quanto mais repressão, pior (PÚ-
ganhar com o epl . fOl a causa da blico, 10/7/01)
legaJizaçã da qu uma Com a entrada no novo milénio) o tó-
vi íbilidade inédIta ntre nó dev1do à pico "cannabis" deixou de ser um tabu
mediatizaçã do a o. absoluto entre nós, passando à categoria

203
Em Portugal, o tendência é para
ext·erlorizar aquilo que a eé há pouoo só
ousava sussurrar-se.

de temática di cutível em progTam p-


pulare de rádio e m particular o d - hops e
dicado ao joven. a imprensa, de an-
çam a atenuar- o prur·do aIg
q ue manifestam j rnali tas p rtul"...... -v
n ......

perante a realidad do con um de h


e marijuana As im" em 2002:, a pro it I

do F tival de Vilar de Mour um ·ornai


português ( Público h .r ua lh ja fi Íta)
refere p la primeira vez que fumar eh f i
é da acti idade mai pratica
vai e c ncerto de mú ica m dema em
P rtugal; e te facto, qu há dcad
cara de qualquer fr quentado de
evento empre fora puritanam n t aba-
J

fado, enquant c num · úbli o ál -


cool é r portado com naturalidade.

te
ã
vcrnbr d
I 2002

"Os vossos filhos são vitimas pobres e infelizes de mentiras em que vós
acreditais. Foi lançada uma maldição sobre a ignorância, que afasta os
jovens da verdade que eles merecem",
- Frank Zoppa, 1967

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lean Lihrary: 193, 195; Diário de Notícias: 187; D.R.: 197; Fernando Peçonha: 170 (fin ), 173, 181 (frn ), 190. 199. 201; Henrique
Nu nes: 183; JIlustração PorlUgueza: 196; Policia Judiciária: 189·

211
Abdul-Jabbar, Ka reem 57 Bennett, William 124, 126, 149, 150, 152, 155. 156
Abel, Ernest 4, 5, 6, 13, 49, 87, 96 Bensinger. Peter 145
Abrunhosa, Paulo 200 Bergen, Candice 119
ácido linoleico 67 Berle, Milton 110
ácido linolénico 67 Bíblia 3, 6, 9, 10, 11, 50, 88, 91, 92, 104, 175
ácidos gordos essenciais 13,67,68,71 Black Crowes 15
acne 72 Blum, Dr. Donald 125
Adams, John Quincy 99 Bohler, Buddy 109
Adams, Robert McCormic 152 Bonner, Robert 42, 106
Afonso de Albuquerque 179 Bonnie, Richard 16, 34, 37, 40
Afonso Henriques, D. 172, 197 Bowie, David 15
Afonso V, D. 172 Bowman, Marilyn 140
Agra, Cândido de 187, 188, 191 Bradley, Tom 121
Alamut 195, 198 Brady, Allan 72
Brown, Lee 149
Aldrich, Dr. Michael 4, 49, 96, 153 Brown, Les 110
Alexandre, Czar 98, 99 budismo 87
alívio do stress 13, 63, 64, 139 Budwig, Ora, Joanna 72
AlIan, James Lane 2 Bulletin 404 17,31, 56, 158
Allegro, J. M. 3, 91, 96 Burbank, Luther 12
Altschul, A. M. 74 Bush, George 10, 22, 46. 48, 49, 53, 54, 56, 79,
Amesterdão 142 96, 113, 119, 126, 141, 143, 144, 149, 159
analgésico tópico 62 Bu h. George W. 169
Andersen, Hans Ch ristian 147,157
Anheuser Busch 54 Cabarga, LesLie 66, 114, 147
anorexia 13, 52, 64, 65 cãibras 13, 88
Anslinger, Harry 2 2, 33, 34, 37 ff., 45 ff., 51, cãibras men truais 13
106, 110, 111, 118. 149, 151, 152 , 155 , 167 Cairo 182-3
antibiótico 50, 62 Calloway, Cab 15, 108, 109
Armstrong, Louis IS, 109, 110, 113, 117 Camões, Luís de 176, 178, 204
Arte e Ofício 199 Canas, Vitalino 202
a r térias 13, 63, 64, 67,7 1, 163 cancro 55, 56, 57, 61, 65, 68,71,72,136, 137,
artrite 13, 62, 65 138, 143, 162, 163. 165. 167, 204
Ashcroft, John 169 cancro pancreático 65
Ashley, Richard 49 Cânhamo de Portugal 201
asma 13. 52 Carother , Wallace 34, 42
Associação Médica Americana 37, 38, 45, 51, Carradin e, David 15
58 Carroll, Lewis 9, 15,105,149
atrofia glandular 72 Carter, Chip 96
Carter, Jimmy 96. 129, 135, 159
Badur, Sultão 178 Carter, Linda 121
Bakdikian, Ben 128 Carter, William 142
Balzac 105 cataplasmas para fibroses 47
Bangue 175, 176-8 celulose 12, 14. 24, 26, 28, 41, 42, 43, 78, 82
Bantus 108 Chapman, Mark n8
Basie, Count 88 Chase, Ed 18, 19
Batalha Reis, Jaime 182-83 Chico Fininho 199
Baudelaire 105, 178, 182 cintas de páraquedas 10
Beatles 15 Clark, V. S. 4
Belafonte, Harry 113 Clinton, Bill 53. 54, 56, 113, 126, 143, 149, 151,

213
156,159 Dumas, Alexandre 9, 15, 105
Colby, ]erry 9,37, 43 DuPont & COo9, 11, 24, 33, 34, 37, 38, 41, 42,
Colóquios dos Simples e Drogas e Cousas 43, 49, 149, 150
Medicinais da Jndia 176-8 DuPont, Robert 145
Comissão do Estado do Alaska 116
Comissã.o Shafer 50 Eagles 15
Comissão Siler 35, 116, 130 Eça de Queirós 182-83
Comitas, Lambros 66, 139 Ecolution 15, 80
Conde de Ficalho 177 efeito de estufa 5, 12, 16, 21
Conde de Redondo 176, 182-83 Eidleman, Dr. William 72
Con -Edison 75 Elders, Jocelyn 151
Conde, William 14, 81 Eli LiIly 2, 46, 51, 53, 54, 103, 104
Conkerton, E. J. 74 Ellington, Duke 15, 110, 111
Constantine, Thomas 53, 130, 131 Emboden, William, Tr. 3, 13, 86
contaminação por dioxinas 32 El1cyclopaedia Brital1nica I, 6, 13
Coors 54 enfisema 64, 138
Count Basie 110 enxaquecas 13, 55, 64
Country Joe & the Fish IS epilepsia 13, 52, 61, 73, 88
Cova da Iria 196, 197 erva-do-diabo 26, 39
Cowan, Richard 169 esclerose múltipla 52, 61, 164, 167, 169, 204
Crosby, Alfred, Jr. 101 espasmos musculares 61
Cultura do Cânhamo, A 184 estudo copta 139
Cypress Hill 15 estudo costarriquenho 142
Estudo de Tulane 131
Davis, Ed 118, 119 Estudo do Governo Canadiano 116
Davis, Jr., Sammy 113 estudos jamaicanos 139-41
DEA (Agência de Repressão das Drogas) 9, Evans, Dr. Gary 22
11, 38, 49, 52, 53, 55, 59, 60, 61, 63, 64, 65, 73, expectorante 62
110, 121, 123, 129, 130, 131, 133, 134, 138, 139, Exxon 75
142, 143, 148, 151, 156, 162, 163, 167
Dechary, J. M. 74 fadiga 13
Declaração de Independência 9, 14 Falana, Lola 15
degeneração renal 72 Falwell, Jerry 118, 150
Departmento do Tesouro 6, 11, 16,34,36,37, Farmacopeia dos E.V. 13, 62, 103
11] Farrow, Maria 21
depressão 13, 65, 105 Fátima, Milagre de 196-8
DeQuincy 105 Fátima a Resplandecente 196, 197, 198
Descobrimentos, 173-5, 179 fatimidas 193-198
descorticador 17, 18, 19, 25 FBI 39, 110, 120, 121, 126, 145, 148, 149, 150
DeTours, Dr. J. J. Moreau 105 Feitorias do Linho Cânhamo, 172, 179, 180,
Deukmejian, George 61 181
Dewey, Lyster H. 14,31,32,40,82,85 Fernandes, Sério 199
Diesel, Rudolph 76 fibrose quística 62
Diniz, D. 172 "Flagelo da Liamba" 190, 192, 198
distrofia muscular 52 Fletcher, John 87
doença de Alzheimer 65, 164 Ford, Gerald 46, 52, 53, 96, 135, 142, 159
doença de Parkinson 52, 164 Ford,rIenrY12,76,80
doenças cardíacas 71, 137 Ford, Jack 96
doenças cardiovasculares 68, 72 Franklin, Benjamin 2
Doobie Brothers 15 Frazier, Jack 5, 14
dores nas costas 61, 96 Fritchie, Barbara 105
Dorsey, Jimmy 110 Fundação Lindesmith 82
Doughton, Robert I, 37
"Droga-Loucura-Morte" 187,188 Gainsborough, Thomas 11

214
Galbraith, Gatewood 10 Jolson, AI 109
Gates, Dary1121, 126, ]54, 155 Jonik, John 151, 163
Gillespie, Dizzy 110, lU José I, D. 181
Gingrich, Newt 74 Júnior, Antunes 184
Ginsburg, Douglas 98
glaucoma 13, 52, 60, 143, 162, 166 Kelley, Kitty 96
Gleason, Jackie 110 Kennedy, John F. 38, 94, 96,155
GNR 186, 201, 203 Kerry, John 126
Goldwater, Barry 59 Kief(ou kif> 182-3
Gonçalves, Jorge 204 Kimberly Clark 33
gonorreia 4, 62 King, Jr., Martin Luther 110, 121
Gore, AJ 126 King, Rodney 155
Graça, Celestino 184, 185, 186 Kinison, Sam 119
Grateful Dead 15 Koop, C. Everett 110
Grinspoon, Dr. Lester 50 Kostelanetz, Andre 137
Guerra de 1812 3, 97 ff. Krupa, Gene 15
Guerra Hispano-Americana 11,35
Guffey, Joseph 38 LaGuardia Marijuana Report 45, 116, 130
Gutbud, Bernd e Joringel198 LaRouche, Lyndon lI8, lI9, 133, 150, 152
GW Pharmaceuticals 168 Latimer, Dean 45, 143, 144, 153
Lawn, John 53, 130, 131
rlanruilton,AJexander6 Lee, Martin 48
Hamilton, Dr. R. 67, 72 Lei do Uso Compassivo da Califórnia 55, 59
Hampton, Lionelllo Lennon, John n8, 120
Hasan i-Sabbah 195 Liddy, G. Gordon 145
haschaschin 194-8 Lincoln, Abraão 11, IS, 78, 96
Hearst, William R. 23, 24, 33, 34, 35, 36, 37, Lirico, Timóteo 200
49, 51,106,112,115,149, 151, 152 Loziers, Ralph 38, 71, 74
Helms, Jesse 63 Ludlow, Fitz Hugh 9, 105
Hemp for Victory 10,56, 77, 130 Ludlum, Robert 79
herbicidas 15, 54, 174
herpes 13, 62 Macemuda 193, 196
hip hop 195 madrasas 195
Hitler, AdoJf 9 Mann, Peggy 133
Hoover, Herbert 33, 38 Manu Chao 203
Hoover, J. Edgar 110, 121 Manuel I, O., 173, 174, 175, 178
Horowitz, Michael 49 Marco de Canave e 185
Howlett, Allyn 89 Marcos, Imelda 144
Hugo, Victor 9, 15, 105 Martinez, Bill 149
Hull, John 126 Marrocos 198
hurds (miolo) de cânhamo 14, 17,18,19,24, Makzham-Ei-Adwiya 4
26, 28, 32, 41 , 42 , 76 McCaffrey, Barry 149, 150, 152, 155, 15 ,]
164
insónia 65 McCarthy; Jos ph 45,4 147
Isochanvre 14 McCartney, Pa uJ 12
McCormick, Todd 162
Jackson, Andrew 101 McKenny, Margaret 72
Javitts, Jacob 131 McR e, Milton 17-20
Jefferson Airplane 15 McWilliam ,P ter 57 1 3
Jefferson, Thomas 2, 94, 96 Mechoulam, Raph I S 1, 52.1 4
João II, D. 174 Me ,Edwin 150
João III, D. 175 Mei eler, tanle' 12
João IV; D. 174 M II n, Andre\ 3,
Johnson, Buck 109 Merrill, Ja Jl L. 14 31 4, ...

215
Meyers, Dr. Frederick 55 Pró-Cânhamo 1
Mikuriya, Dr. Tod. 33, 37, 50, 55, 61.62.66, Propo ta 215 6. 161
135, 142 , 153 Público (jornal ) 20
Mills, Ogden Livingston 96
Miranda, Sá de 179 Quayle, Dan
Mitchum, Robert 120 Quental. An tero .I 3
Mobil Oil Coo12, 75 qWmioterapi 52, 5561.143, 162, 163
Monk, Thelonius 110
Morgan, Dr. John P. n6, 117 Ra khaffi. Arthu.r 102
Morroson, R. T. 74 ra Õ para animai 13. 73, 74
Munch, Dr. James 111 Rainha i ria 13
Rawl ings tev 2J
ahas, Gabriel 121, 132, 133, 134, 136, 139 reggaeloo
Napole.ã o 3.97,98,99.100 Jleagan an 46, 1 ,133.144, 145.149,156
náusea 13. 52. 55. 57, 61, 119, 163, 167 Reagan. Ronald 46. • 54. 2, 3. 6. 113. n8,
Nelson, WilJie 15 119 126. 131, 132> 135. J.42, 143, 144, 149 154, 159
NIDA (ln tituto Nacional de Abuso de Regir lento de on rvo 174. \75, 180
Drogas) 52, 53, 63, 131, 133. 138. 143. 1 45 Rehnquisr illiam 153
Nixon, Richard 120, 130, 135, 142- tt 34
Noriega, Manuel 126 r torn do do Ltramar 191-2
Norte, Vítor 199 reumatismo 13. 62. 73
North, Oliver 126 Ribate" I , 1 6
I

Notícias Magazine (revi ta ) 200 Rich Buddy 15


"Novo caso das drogas" 190 Richet. Oharl 107
Rockefelle r, John D. u, 76
O'Brien, Edward P., Jr. 55 Ro ano og r 2, 50, 62, 96
O'Connor, Sinead 15 Rolling tone 15
O'Shaughnessy. W. B. 50, 55, 103,· 1.04 Ro nthal, Ed L 3, 15
Oerther. Dr. Fred 45, 135 Rossaila, encicIopédi 195
Ohio Hempery 15. 30, 80 Rothschild 6
óleo de semente de cânhamo 10, 11,12, 29 .3 , Rub in, Df'I. era. 13. 7. 96, 139, 140, 141
67, 78, 80. n6 Rutherford. Tom 153
Oliphant, Herman 11.34,36
Organização Mun.dial de aúde 56
Orta, Garcia da 176-8
Osburn, Lynn 68, 78

Paine, Thomas 9, 11
Painel Consultivo da Inve tigação da
Califórnia 55, n6, 130 u rra undiaJ l,Q 12, 2 ,30, 42, 77
Pais, Gualdim 197 nhamo 1 .14, 3 ,6 ,71.73,78,
Papa Inocêncio III 95
papel.2. 7. 10, 25, .26, 54, 58, 73, 172-3
paraquat 73, 143, 144
Parenti, Micha I 28
pedras no rim 72
Peron, Dennis 56, 82 7, o 49 lU
Phili P Morris 54
Polícia Judiciária 199, 201
Polo, Ma.rco .200
Pom bal, Marquê de 181 de]7
Pop, Iggy 15
pressão arterial 63
Primeira Guerra Mundial 9

116
sufis 88, 193, 194 Van Gogh 11
Swaggart, Jimmy n8 Veloso, Rui 199
Vereen, Ben 113
Tambs, Lewis 126 v terinária, medicina 2, 12
Tashkin, Dr. Donald 60, 62, 64, 135, 136, 137, VIH, vírus 68, 7 2
Vilar de Mouros, festival 186, 204
13 8
taxação da marijuana 7,8, ll, 34, 37, 42, 45, 51 Villa, Pancho 35. 112
Teixeira, Augusto 201 ViIla-Maior, Visconde de 182
Templários 195-8 25 de Abril 191
Teramura, Alan 74, 81
Thomas, Clarence 120 Waldheim, Kmt 133
Thomp ou, Hunter S. 15 Walker, Dr. David 74
Timken, Henry 17, ]8,19 Walsh, Jo 15
Torre de Moncorvo, 172, 179, 180, 181 Washington, George 2, 4, 6
Tosh, Peter 15 Wasson, R. Gordon 3, 96
trance 200 Watt, James 119
Tratado obre o Cana mo, 171, 172, 179, 181 Webster, William 121
Treadway, Walter 35 Weil, Dr. Andrew 50
tuberculose 68, 71 White, Timothy 123
tumores 13, 52, 60, 133, 162, 167 Whitebread, Charles II 34
Turner, Cariton 119, 142 , 143, 145, 149, 152 Whittier, John Greenleaf 105
Twain, Mark 9, 105 Williams, Bert 113
Wilson, Pete 61
U.S.D.A. 17, 18, 21,22, 23,31,3 2 ,5 6,73,77,13 0 Woodward, Dr. William C. 37, 38
U.S.S. Constitution 6, 7
Udo, Erasmus 73 Yarrow, Peter 121
Ueberroth, Peter V. 117 Yarslovsky, Zev 121
úlceras pépticas 65 Young, Andrew 113
Ungerlieder, Dr. Thomas 50, 61, 96 , 135, 139, Young, Francis L. 53, 65, 130
153
Zenaga 193, 19 6
Van DeKamp, John 121 Zinberg, Dr. Norman 50

217
o
NOSSO DESAFIO AO MUNDO:
I'ENTEM PROVAR OVE l1:STIUilOS ERRADOS

Se p:roibi •• CDSOS todo& os cOfnbusttveis


fqssels e os seu. derivados,· FIM corno o corto
cI árvowe. paR abadecer as celuloses c á
c:oas'... aç:â.- J:'ivU, d. Il'loclo a inverte .. o efeito
de estufa e pariU' a desOorestaçÀo, salvando
aksha. o JaDet... cado conbece .. se,o,penus
• •
UDI pDICO recu ..sp naturalmente
Z'eDG váve. apaz áe a 'tit.alor pane
dD papql. tlõx "is e ali .... e .._o. do P?1.... d ••
tisfan .. todas as nece •• idades Iftundiai.
eDl. e .. ft'lC) de a .. sp I'tes CD
doft'léstica e industrial. e elll shnultânco
ridazir *
pol lção, ;tecon ltui.. solo ê
Ii_JI'!'U' a a _osfe_--- E essa é. a
aDe"""a qae já tudo isso ante ... o
. .Dabi.--- a . .ij .. .,.a!

. . . . . a. : Aplicações do Cânhamo na Confecçio


de Alimetntos, C ombustíveis, Papel e
ApeMe os FacWs Sobre o Fumo da Marijuana e os
Seus Efeitos nu Pesra s - Porquê e Corno Começou a Proibição
. "O OueDa Tem Sigruficado Para o Mundo - ou_
Likra com SupreJo do e Como Vamos Abohr as
Leis ""ibicioniitaa • O O_e Podemos Fazer para Acelerar o
Proceiso e Benlficiar dai Mudanças Iminentes · Uma Breve
da ...

ISBN 872-8360-16-2 •

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