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PROGRESSIVIDADE DO IMPOSTO DE TRANSMISSÃO CAUSA MORTIS E

DOAÇÕES

O ITBI não admite progressão por sua natureza jurídica.

Vejamos um exemplo para ilustrar a ilegalidade.

EX: referido imóvel foi avaliado em R$98.000,00, sendo que a alíquota do ITCD
cobrada pelo Estado foi de 3%, baseada na progressividade prevista nos arts.
18 e 19 da Lei nº 8.960/89, com a redação conferida pela Lei nº 11.074/2000.
Lei esta que deve ser declarada inconstitucional. O valor pago de ITCD pela
autora foi de R$2.940,00.

Ocorre que o ITCD é imposto direto e real cuja dimensão econômica do fato
gerador não se constitui em expressão direta e imediata da capacidade
contributiva, por isso que, para ser progressivo, depende de disposição
constitucional específica que inexiste, disposição essa que não pode ser
inserida por ementa constitucional. Aliás, nas recentes emendas que foram
propostas para alteração do sistema constitucional tributária havia regra
tornando progressivo o ITCD, todavia a proposta não foi aprovada no ponto.

Em regra geral, a progressividade tributária somente é possível, nos termos do


§ 1º do art. 145 da CF/88, nos impostos pessoais. E isto porque, nesses
impostos o próprio fato gerador já é a própria expressão direta e imediata da
capacidade contributiva. Em razão dessa disposição constitucional é que, nos
impostos reais, sejam eles diretos ou indiretos, não pode haver progressividade
tributária, pois esta é mecanismo que se liga diretamente à capacidade
contributiva.

A progressividade, com base na regra geral do § 1º do art. 145 da CF/88, só é


possível nos tributos em que a própria dimensão econômica do fato gerador (a
base de cálculo) é expressão e medida, direta e imediata, da capacidade
contributiva, por isso que a pessoalização do tributo decorre de forma natural,
sem necessidade de uma lei que estabeleça as condições e qualidades da
pessoa do sujeito passivo e ao mesmo tempo as vincule à pessoa do
contribuinte.

Sendo inconstitucional a progressividade das alíquotas do ITCD fixadas pelos


arts. 18 e 19 da Lei nº 8.821/89, com a redação dada pela Lei nº 11.074/2000,
deve ser aplicada a menor alíquota, prevista no inciso I do referido dispositivo
legal, o que desde já postula a parte autora.

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