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Reconhecido:

A minha mãe, que me ensinou o


caminho da
Verdade e nunca me deixou esquecê-
lo.
A minha mulher que em tantos
momentos abdicou de tanto...
Às minhas meninas que
suportaram as “ausências”.
À “minha” classe da Escola Sabatina
de 2009
que me incentivou e tanto por mim
orou.
Ao nosso Bom Deus que nunca me
abandonou;
antes sempre me “puxou”, mesmo
e principalmente, nos momentos de
desânimo.

Escrito entre Setembro de 2009

em Fevereiro de 2010 em AVEIRO.

1
Autorizadas, E ENCORAJADAS, todas

as formas de Divulgação e Reprodução

desde que sem fins lucrativos.

O Autor.

“…de graça recebestes, de graça dai.”


Mateus 10:8 excerto

ÍNDICE
Reconhecido 1
Índice 2
Diagrama do Acampamento· 5
Deus Acampava no Centro 6
Israel em Números 7
Em Marcha 9
Quem eram os Levitas 12
As Tribos 13
A Tribo de José
13
A Tribo de Levi 14
A Divisão da Tribo de Levi
15
Os Gersonitas 15
Os Coatitas 15
Os Meraritas 16
O Arraial de Judá 17
A Tribo de Judá 17
A Tribo de Issacar 19
A Tribo de Zebulom
20
O Arraial de Rúben 21
A Tribo de Rúben 21
A Tribo de Simeão 24
A Tribo de Gade 25
O Arraial de Efraim 26
A Tribo de Efraim 26
A Tribo de Manassés 28
A Tribo de Benjamim 29
O Arraial de Dã 30
2
A Tribo de Dã 30
A Tribo de Aser 32
A Tribo de Naftali 33
Sinais da Presença Orientadora de Deus
34
A Nuvem 35
O Shofar 37
As Trombetas de Prata 37
A Utilização das Trombetas de Prata
38
O lugar da morada de Deus
39
Um Tipo de Cristo 40
A Tipologia 41
Visão Tipológica 42
O Tabernáculo 43
A Importância de Estudar o Tabernáculo
44
Capítulos da Bíblia que Falam do Tabernáculo
46
O Centro das Actividades dos Israelitas
47
Características do Tabernáculo 47
Construindo O Tabernáculo
49
As Portas do Tabernáculo 50
Os Materiais do Tabernáculo
50
A Madeira do Tabernáculo
50
As Cobertas do Santuário 50
As Cores 51
Os Móveis do Santuário 51
O Tabernáculo de Moisés 52
A Construção 52
Composição do Átrio 52
O Mobiliário do Tabernáculo 53
Do Pátio 53
A Tenda da Congregação 57
O Lugar Santo 58
Transição do Lugar Santo para o Lugar Santíssimo
65
O Lugar Santíssimo
66
As Vestes Sacerdotais
70
As Vestes do Sumo-sacerdote
70

3
As Vestes dos Sacerdotes
73
O Tabernáculo e o Homem
74
O Ritual do Santuário
75
O Serviço Diário
75
As Festas Anuais e o Seu Significado
77
Os Serviços Anuais 77
O Dia da Expiação
78
Os Restantes Serviços Anuais
80
As Ofertas
83
Os Animais Usados nas Ofertas
83
As Ofertas do Ritual Levítico
84
O Tabernáculo de David
88
Os Templos
90
O Templo de Salomão
92
Mapa do Sul do Levante em 830 a.C.
94
O Reino Dividido
94
A Divisão
95
O Exílio
95
A Diáspora
96
O Templo de Zorobabel
97
O Templo de Herodes 99
A Destruição do Templo de Herodes
100
O Lugar da Habitação de Deus no Novo Testamento
102
O Tabernáculo Celestial 103
O Ministério no Santuário Celestial
104
Considerações Sobre a Expiação
105
4
O Mediador Sacerdotal 106
O Ministério no Lugar Santo
106
O Ministério no Lugar Santíssimo
108
Conclusão 109
Post Fácio 111

O
ACAMPAMENTO
DE
ISRAEL
E
A
IMPORTÂNCIA
DO
TABERNÁCULO

5
Rui Lopes Graça

Aveiro, 2010

DIAGRAMAS DO
ACAMPAMENTO

OCIDENTE

MANASSÉ BENJAMI
S
EFRAIM M

GERSONITAS

N
G A
A F
D T
E A
LI
M
C
E
R O N
R
S U A O
A
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S
A
I
S
M
S
E
E
Ã
R
O

MOISÉS – ARÃO – SACERDOTES


(filhos de Arão)

ISSACAR JUDÁ ZEBULOM

ORIENTE

6
DE ACORDO COM A TRADIÇÃO JUDAICA AS BANDEIRAS OU ESTANDARTES DOS ARRAIAIS SERIAM
COMO DESCRITO ABAIXO:

JUDÁ – LEÃO DE OURO COM FUNDO ESCARLATE.


EFRAIM – BOI NEGRO EM FUNDO DOURADO.
RUBEN – HOMEM EM FUNDO DOURADO.
DÃ – ÁGUIA DOURADA EM FUNDO AZUL.

DEUS “ACAMPAVA” NO CENTRO


Foi Moisés, de acordo com as instruções divinas que dividiu os levitas em três ordens da
descendência dos filhos de Levi, isto é, Gerson, Coate, e Merari.
Núm. 3:15-17: “Conta os filhos de Levi, segundo a casa de seus pais, pelas suas
famílias; contarás a todo o homem da idade de um mês para cima. E Moisés os contou
conforme ao mandado do SENHOR, como lhe foi ordenado. Estes, pois, foram os filhos de
Levi pelos seus nomes: Gérson, e Coate e Merari.”
Todos eles (os Levitas) estavam sob a supervisão geral de Eleazar, o filho de Arão,
secundado por auxiliares que tinham a seu cargo uma secção cada.
Núm. 3:32: “E o príncipe dos príncipes de Levi será Eleazar, filho de Arão, o sacerdote;
terá a superintendência sobre os que têm cuidado da guarda do santuário.”

7
ISRAEL EM NÚMEROS

TRIBOS E ESTANDARTES LEVITA


ESTANDARTES S
JUDÁ RUBE DÃ EFRAI
N M
JUDÁ 74.600 186.4
ZEBULOM 57.400 00

ISSACAR 54.400
RUBEN 46.500 151.4
SIMEÃO 59.300 50

GADE 45.650
DÃ 45.650
157.6
ASER 62.700 00
NAFTALI 41.500
EFRAIM 40.500
108.1
MANASSÉS 32.200 00
BENJAMIM 35.400
TOTAL 603.550
COATITAS 8.600 22.300

8
GERSONIT
7.500
AS
MERATITA
6.200
S
TOTAL
625.850
GERAL

De acordo com os escritos de Moisés haviam 603.550 homens de guerra espalhados


pelas doze tribos comuns, (Núm. 2:32), aos quais acresciam 22.300 indivíduos do sexo
masculino com idade superior a um mês contados entre os levitas. (Núm. 3:22, 28 e 34)
Por homem de guerra entendia-se todos os homens com 20 anos ou mais aptos para
ir à guerra. (Núm. 1:3)
A este total de 625.850 indivíduos do sexo masculino, há a acrescentar todas as
mulheres e crianças bem como os levitas (rapazes) até 1 mês e todos os homens das doze
tribos incapacitados para o alistamento militar.
Saíram do Egipto e registaram como foram as suas jornadas no deserto e o
acampamento das tribos em redor do Tabernáculo, em locais especificados pelo Senhor.
Êxo. 12:37-38: “Assim partiram os filhos de Israel de Ramsés para Sucote, cerca de
seiscentos mil a pé, somente de homens, sem contar os meninos. E subiu também com eles
muita mistura de gente, e ovelhas, e bois, uma grande quantidade de gado.”
De acordo com Ellen White:
“Nesta multidão havia não somente os que eram movidos pela fé no Deus de
Israel, mas também um número muito maior dos que desejavam somente escapar
das pragas, ou que seguiam o andar das multidões em movimento, meramente
levados pela agitação e curiosidade.” (Patriarcas e Profetas pág. 281)
Assim, como a própria afirma, o número dos Israelitas que empreendeu a travessia do
deserto era superior a dois milhões de pessoas.
“Quando chegou o tempo para o livramento de Israel, Satanás se pôs a
resistir aos propósitos de Deus. Era seu firme intuito que aquele grande povo,
que contava mais de dois milhões de almas, fosse conservado na ignorância e
superstição.” (Idem pág. 334)
Cada uma das doze tribos tinha uma área específica no acampamento onde habitar.
Quando os seus antepassados tinham partido para sul rumo ao Egipto
aproximadamente 400 anos antes, tinham subdividido a família por doze, cada uma dessas
subdivisões encabeçada por um dos filhos de Jacob, a quem Deus tinha alterado o nome
para Israel.
Enquanto escravos no Egipto, mantiveram as suas divisões familiares, e com o decorrer
dos anos as famílias dos doze filhos de Jacob/Israel foram-se transformando em famílias
tribais ou tribos.
Um bom exemplo disto encontra-se em Josué:
Josué 7:14: “Amanhã, pois, vos chegareis, segundo as vossas tribos; e será que a tribo
que o SE NHOR tomar se chegará, segundo as famílias; e a família que o SENHOR tomar se
chegará por casas; e a casa que o SENHOR tomar se chegará homem por homem.”
As doze tribos, em grupos de três, eram divinamente colocadas, cada grupo em cada
um dos quatro lados e a uma certa distância ao redor do tabernáculo.
Isto porque quatro das tribos (Judá, Rúben, Efraim e Dã) vieram a ser reconhecidas
como líderes tribais. (Núm. 2:1-31)
Cada uma delas encabeçava um “Arraial” cada um dos quais tinha um estandarte ou
bandeira diferentes dos da própria tribo, o qual as identificava como cabeça, enquanto as
outras mantinham o individual também chamado insígnia.
Núm. 2:2: “Os filhos de Israel armarão as suas tendas, cada um debaixo da sua
bandeira, segundo as insígnias da casa de seus pais; ao redor, defronte da tenda da
congregação, armarão as suas tendas.”
É importante notar que Jacob (o patriarca das 12 tribos) tinha profetizado que a posição
de primazia na sua família pertenceria à tribo de Judá:
Gén. 49:10: “O ceptro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até
que venha Siló; e a ele se congregarão os povos.”
Judá ocupava a área maior no lado oriental, o da entrada do tabernáculo, atrás das
tendas de Arão.
9
À sua direita, ficava a tribo de Issacar e do outro lado Zebulom.
Judá com 74.600, juntando Issacar com 54.400 e Zebulom com 57.400, formavam
um “batalhão” de 186.400 homens de guerra.
Rúben com 46.500, aos quais se somavam os 59.300 de Simeão e 45.650 de Gade
acampavam a sul sendo a sua “ala” composta por 151.450 homens de guerra.
A Oeste acampava Efraim, 40.500 que era cabeça das tribos de Manassés com
32.200 e Benjamim com 35.400 sendo este “exército” formado por 108.100 homens.
Dã com 62.700 homens de guerra acampava a norte juntamente com os 41.500 de
Aser e 53.400 de Naftali albergando este “arraial” 157.600 homens de guerra.
Isto dá, como vimos, um total de 603.550 homens acima de vinte anos, capazes para a
guerra, não incluindo a tribo de Levi. (Núm. 2:32)
Embora se fale sempre das “Doze Tribos de Israel”, reparemos que existem 13 quando
identificamos as posições no acampamento:
Três acampadas em cada um dos quatro lados do Tabernáculo e, numa primeira fila, a
Tribo de Levi dividida em quatro grupos, também eles posicionados um grupo em cada um
dos referidos quatro lados.
Dois factos contribuem para este aparente “ERRO”:
1. A grande tribo de José tinha sido dividida em duas com os nomes de seus filhos
Efraim e Manassés e cada um deles passou a ser considerado como uma tribo
individual.
Ora isto teria aumentado o número das tribos treze, contudo:
2. Houve um privilégio especial dado à tribo de Levi quando eles apoiaram Moisés
colocando-se a seu lado e "ao lado do Senhor", quando Israel se rebelou por ocasião
do episódio do bezerro de ouro no sopé do monte Sinai. (Êxo. 32:26)

EM MARCHA
A impressionante história do povo de Israel é uma fonte de profundos ensinamentos
espirituais.
Uma análise mais aprofundada permite recolher elementos que não apenas nos
surpreendem, mas demonstram que Deus não deixa nada ao acaso e todas as Suas acções
são de grande significado e importância para nós.
É o que acontece quando nos debruçamos sobre as tribos de Israel e as suas
particularidades.

10
Como exposto no esboço apresentado, Deus determinou, portanto uma ordem de
marcha para o seu povo a qual era tal como a seguir se descreve:
1. Estandarte de Judá. (Núm. 10:14)
2. Gersonitas e Meraritas (Núm. 10:17)
3. Estandarte de Rúben. (Núm. 10:18)
4. Coatitas. (Núm. 10:21)
5. Estandarte de Efraim. (Núm. 10:22)
6. Estandarte de Dã. (Núm. 10:25)
Devido às suas funções, os Gersonitas e os Meraritas viajavam a seguir ao “Arraial” de
Judá, enquanto que os Coatitas seguiam o de Rúben, por forma a que quando chegassem
encontrassem já o Tabernáculo montado e pudessem de imediato aí colocar os móveis
sagrados que estavam à sua responsabilidade.
E, nesta fase deste estudo, a ordem de marcha das tribos duas delas vão merecer
alguma da nossa particular atenção:
Judá e Dã.
Assim, vamos tomar como ponto de partida nomes dos filhos de Jacob, segundo o relato
bíblico, e seguindo a ordem de nascimento que era um facto absolutamente fundamental no
conceito de família que havia naquele tempo e para o nosso estudo. (Gén. 29:32 a 30:24 e
35:16)

11
1. RUBEN. 7. GADE.
2. SIMEÃO. 8. ASER.
3. LEVI. 9. ISSACAR.
4. JUDÁ. 10. ZEBULOM.
5. DÃ. 11. JOSÉ.
6. NAFTALI. 12. BENJAMIM.

Constatamos assim que Jacob teve 12 filhos de diferentes mulheres.


Pela ordem de nascimento Judá foi o quarto filho e Dã o quinto.
Depois do tempo passado na escravidão do Egipto, Deus decidiu entrar em cena e libertar
o Seu povo, respondendo a um clamor de quatro séculos.
Após uma série de milagres e livramentos incríveis, o povo colocou-se em marcha rumo à
Terra Prometida.
No entanto, Deus não lhes permite que avancem de qualquer maneira.
Pelo contrário, Ele deu indicações específicas de como as diferentes tribos se deveriam
ordenar em quatro “arraiais” de três, nomeando uma de cada grupo como “cabeça”.
Ficámos assim com quatro “estandartes” assim organizados quanto à marcha:
1.
2. JUDÁ.
2.1.ISSACAR.
2.2.ZEBULOM.
3. RUBEN.
3.1.SIMEÃO.
3.2.GADE.
4. EFRAÍM.
4.1.MANASSÉS.
4.2.BENJAMIM.
5. DÃ.
5.1.ASER.
5.2.NAFTALI

Fica aqui bem claro que Deus ordenou que o estandarte de Judá marchasse em primeiro
lugar e o de Dan em último, fechando o cortejo pelo deserto.
A tribo de Levi não é mencionada por ter sido separada em exclusivo para o serviço do
tabernáculo.
A de José não aparece incluída.
Estas duas ausências foram colmatadas com os nomes dos dois filhos de José: Efraím e
Manassés.
Apelo à análise do leitor para o seguinte:
Haveria alguma preferência especial, da parte de Deus, pelos membros de Judá e
desprezo pelos de Dan?
Não é difícil para ninguém constatar o seguinte:
Quem vai à frente é observado por todos os outros!
Assim, Judá seria vista, sempre, por todas as outras tribos que, seguindo na sua
rectaguarda, tinham os olhos voltados para a frente por sobre essa enorme massa de gente.
Então, porquê Judá na frente?
Por uma simples, solene e majestosa razão:
JESUS SERIA O PRINCIPAL E MAIOR DESCENDENTE DE JUDÁ!
Seria desta tribo que surgiria o Salvador do mundo. (ver Mateus 1:1-16, com especial enfase os
versículos 2 e 16, bem como Apocalipse 5:5)
Simbólicamente, era Jesus que seguia na frente, era Ele quem dirigia e comandava o povo
pelos difíceis caminhos do deserto.
E todos os outros, seguindo atrás, estariam sempre com os olhos postos no Grande
Comandante.
Vejamos agora, com algum detalhe, porque é que Dã seguia em último lugar.
Pouco tempo antes da sua morte, Jacob chamou os seus filhos para sobre cada um proferir
a sua bênção.
Eis as palavras que dirigiu a Dã:

12
Gén:1.49:16 JUDÁe. 17: “Dã julgará o seu povo, como uma 7. das SIMEÃO
tribos
. de Israel. Dan será
serpente2. juntoRaoUBÉNcaminho,
. uma víbora junto à vereda, que8. morde LEVI
os. calcanhares do cavalo, e
faz cair o3.seu cavaleiro
GADE. por detrás”. 9. ISSACAR.
Por 4.
certo A não
SER.é preciso recordar quem, recorrentemente, 10. é Zassociado
EBULOM. na Bíblia à imagem
da serpente,
5. contudo,
NAFTALI. para confirmar basta ver Génesis 3:1-14, 11. Apocalipse
JOSÉ. 12:9, 20:2, etc.
Mas6. note-se,
MANASSÉS
ainda. em relação a Dã, a sentença do profeta. 12. BENJAMIM.
Amós 8:14: “Os que juram pela culpa de Samaria, dizendo: Vive o teu deus, ó Dã; e vive o
caminho de Berseba;
Novamente esses mesmos
Judá (pode cairão,
ler-se, Jesus) ao e não se levantarão
comando da marcha.jamais”.
A propósito
Mas, há uma da culpa de
alteração Samaria, ideia esta associada a um tal “deus de Dã”, veja o
fundamental:
seguinte texto:
Aparece Manassés, filho de José, e… desaparece Dã.
Oseias
Ou seja,8:5
emeúltima
6: “O instância,
teu bezerro, ó Samaria,
o afastamento dete rejeitou;
Deus provoca a minha
a perda iradasevida
acendeu
eterna.contra
eles;Quando,
até quando pelasserão
nossaselesescolhas
incapazesnosda inocência?doPorque
desviamos caminho issoque
vem Deusde indica
Israel,e um artífice
construímos
o fez, eque
deuses nãocolocamos
é Deus; mas em do
no lugar pedaços
Criador,será desfeito
Ele não o bezerro
permitirá a nossade Samaria”.
entrada no lar eterno.
Para
Caro facilitar
leitor, sea sente
concentração
que a sua novida
essencial
ainda do
nãosentido
está de doacordo
texto permiti-me
com o propósito sublinhar a ideia
divino, não
central.
desanime; mas actue de imediato e procure alterar o rumo da sua vida, enquanto há tempo!
Esta adoração
Quero erradaum
relembrar-lhe entre
dosomais
professo povomembros
famosos de Deus daé, tribo
noutro delocal,
Dan: explicada com algum
detalhe.
Sansão (veja Juízes 13).
Leia atentamente
Sim, este texto.
um homem separado por Deus para um serviço especial, mas que fracassou por ter
feitoIescolhas
Reis 12:26-30:
contra “E disse Jeroboão
a vontade de Deus. no seu coração: Agora tornará o reino à casa de David.
Se este
Mas povo subirdepois
eis que, para fazer sacrifícios
de passar por umna descalabro
casa do Senhor, emno
terrível, Jerusalém, o coração
último momento osdeste
seus
povo se
olhos e atornará a seude
sua mente senhor,
novo se a Roboão,
voltaramrei de o
para Judá;
Deus e que
me matarão,
por tantoetempotornarão a Roboão,
esquecera, rei
e Ele
de Judá. a
atendeu Assim o rei tomou
sua oração. (Juízesconselho,
16:28-30) e fez dois bezerros de ouro; e lhes disse: Muito trabalho
vos será o subir a Jerusalém;
Semelhantemente, vê aqui
a sua vida nãoteus
tem deuses, ó Israel,
de terminar que te fizeram
em tragédia como asubir da terrapois
de Sansão; do
Egipto. E pôs
ainda está um emdeBetel,
a tempo e colocou
suplicar ao Senhoro outro em Dã. E aeste
que transforme sua feito
vida ese não tornou
o conte em pecado;
entre os da
pois que
tribo de o povo ia até Dã para adorar o bezerro”.
Dan!
A Bíblia é clara quanto a quem cabia parte desta culpa.
Juízes 18:30: “e os filhos de Dã levantaram para si aquela imagem de escultura...”
Recuando ao penúltimo texto, vemos que era atribuído àqueles bezerros o louvor por o
povo ter sido liberto da escravidão no Egipto.
Que contraste com a redacção que Deus deu aos Seus Santos e Eternos mandamentos,
quando diz:
Êxo. 20:2: “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei da terra do Egipto, da casa da
servidão”.
A Escritura demonstra que Dã se afastou dos caminhos de Deus, dando lugar ao
paganismo e à idolatria.
Não admira, portanto, que Deus tenha colocado esta tribo no último lugar do cortejo,
numa posição tal, onde todas as outras tribos, voltadas para a frente, não a contemplassem
(nem às suas obras) enquanto deambulavam pelo deserto.
Mas, espantosamente, encontramos uma maior e mais trágica evidência da desaprovação
de Deus em relação ao comportamento da tribo de Dã.
O livro de Apocalipse apresenta uma relação das tribos representadas na Nova Jerusalém,
aquelas que foram seladas por Deus, livres das marcas do pecado e da destruição final.
Veja as tribos e a ordem pela qual são mencionadas na revelação dada a João.
QUEM ERAM OS LEVITAS
A escolha da tribo de Levi separando-a para o serviço sacerdotal, o que repôs o número
das tribos “ORDINÁRIAS” em doze ocorreu na sequência de dois motivos intimamente ligados
entre si.
1. POR TER SIDO LEAL E SE TER ENVOLVIDO NUM ACTO DE DEDICAÇÃO:
Na noite de terror no Egipto, quando foram mortos os primogénitos de todas as famílias
egípcias, os primogénitos dos filhos de Israel foram preservados porque um cordeiro foi morto
em substituição de cada um eles.
Imediatamente após a libertação do povo, Deus chamou Moisés para lhe ordenar que daí
em diante fossem consagrados ao serviço do Senhor todos os primogénitos.
Êxo. 13:2: “Santifica-me todo o primogénito, o que abrir toda a madre entre os filhos de
Israel, de homens e de animais; porque meu é”.
Eles tinham sido salvos da morte enquanto os outros ao seu redor tinham morrido.
Daí em diante, foram separados para o serviço de Deus.

2. EM SUBSTITUIÇÃO:
Quando os Levitas foram escolhidos como a tribo consagrada, tomaram o lugar de cada
primogénito das famílias de Israel num acto de substituição:

13
Núm. 3:41: “E para mim tomarás os levitas (eu sou o SENHOR), em lugar de todo o
primogénito dos filhos de Israel, e os animais dos levitas, em lugar de todo o primogénito entre
os animais dos filhos de Israel.”
Levi foi o terceiro filho de Jacob e Lia (Gén. 29:34) e a sua tribo foi eleita por Deus para se
ocuparem das questões do culto em Israel.
Moisés e Arão eram da tribo de Levi. (Êxo. 2:1, 4:14, 6:16-27)
A tribo de Levi foi separada por Deus das outras e foram-lhe atribuídas, a Arão e seus
filhos (Núm. 3:10), as responsabilidades de conduzir os sacrifícios e aos restantes membros da
tribo, as de desmanchar, transportar e erigir o tabernáculo, durante o tempo da peregrinação.
(Núm. 1:47-54)
Os levitas foram dedicados a um ministério de auxílio aos sacerdotes. (Núm. 3:5 e ss)
Cada levita substituiu o primogénito de cada família das outras tribos de Israel, que Deus
poupara por ocasião da primeira Páscoa, no Egipto. (Êxo. 13:2 e 13)
Conforme Números 3:40 e ss, dado o número de primogénitos de Israel ter ultrapassado
em 273 o número de levitas, que eram 22.000, foi estipulada por Deus uma taxa remidora de
cinco ciclos por primogénito.
Cada uma das três famílias de Levi tinha deveres especiais.
Os filhos de Coate, que no censo de Números 4:36 somavam 2.750 homens com idades
compreendidas entre os 30 e os 50 anos, estavam incumbidos de transportar os móveis,
depois de cuidadosamente cobertos pelos sacerdotes.
Os filhos de Gérson, em número de 2.630, segundo o mesmo censo (Núm. 4:40) cuidavam
das cobertas, cortinas e véus.
Os filhos de Merari, que totalizavam 3.200 de acordo com o já referido censo (Núm. 4:4)
tinham a tarefa de transportar e erguer a armação do tabernáculo e do seu átrio.
Esta divisão de tarefas está detalhada nos Capítulos 3 e 4 de Números.
O serviço dos restantes levitas começava quando atingiam a idade de vinte e cinco anos e
mantinha-se até aos cinquenta. (Núm. 8:24-26)
Quando David estabeleceu um local permanente para a arca da aliança, a idade para o
início do serviço foi antecipada para os vinte anos, visto não haver já necessidade de levitas
maduros como carregadores. (I Cró. 23:24)
Os levitas não possuíam herança na terra; nenhuma porção da Terra Prometida lhes coube
para seu uso exclusivo. (Núm. 18:23, 24; Deut. 12:12 e ss)
Eles eram sustentados pelos dízimos do povo, enquanto que os sacerdotes recebiam as
porções das ofertas não consumidas pelos sacrifícios, os primogénitos dos rebanhos, bovino e
ovino, e o dízimo levítico. (Núm. 18:2 e ss, Deut. 18:1-4)
Os levitas tinham permissão para residir em quarenta e oito cidades separadas para o seu
uso. (Núm. 35:1 e ss; Josué 21:1 e ss)
Cercando cada uma destas cidades era assinalada uma área de pastagem que estava
reservada para os levitas. (Lev. 25:32-34)
O livro de Deuteronómio dá grande ênfase às responsabilidades dos israelitas para com os
filhos de Levi. (12:12, 18 e 19; 14:28 e 29)
A frase “OS SACERDOTES LEVITAS” (Deut. 17:9, 18; 18:1; 24:8; 27:9; Josué 3:3; 8:33) lembra
que, ainda que o ofício sacerdotal fosse desempenhado pela família de Arão, este era, antes de
qualquer coisa, levita.
A estes, a lei atribuía numerosos deveres para além do cuidado do santuário:
1) Servir como juízes. (Deut. 17:8 e 9)
2) Regular o controle dos leprosos. (Deut. 24:8)
3) Guardar o livro da lei. (Deut. 17:18)
AS TRIBOS
A TRIBO DE JOSÉ

O arranjo tribal em Israel baseava-se na descendência dos 12 filhos de Jacó. (Gén. 29:32 –
30:24; 35:16-18)
Estes “doze chefes de família” deram origem a “as doze tribos de Israel”. (Gén. 49:1-28;
Actos 7:8)
No entanto, Jacó abençoou os dois filhos de José, Manassés, o mais velho, e Efraim, o mais
novo, e disse:

14
Gén. 48:5: “Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egipto, antes que
eu viesse a ti no Egipto, são meus: Efraim e Manassés serão meus, como Rúben e Simeão;”
ESTANDARTE DA TRIBO:
Este é o estandarte que a Tradição Judaica atribui à tribo de José.

REPRESENTANTES:
No relato dos homens enviados a espiar Canaã, Gadi filho de Susi, é citado como o espia
da tribo de José, por Manassés. (Núm. 13:11)
NOTAS INTERESSANTES:
A única razão que pode explicar de alguma forma este facto prende-se certamente com a
origem destas duas tribos pois elas são uma subdivisão da tribo de José. (Gén. 48:4 e 5)
Quando as várias tribos receberam a herança de terras na Terra da Promessa (Josué 13-19),
não havia uma “tribo” de José.
Em vez disso, os filhos de José, Manassés e Efraim, foram contados como se fossem duas
tribos distintas em Israel.
Apesar disto, A TRADIÇÃO JUDAICA atribui às tribos de Efraim e Manassés um único estandarte.
Contudo este facto, não aumentou, como já vimos o número das tribos de Israel para 13.
Deus “separara” para o seu serviço exclusivo a tribo de Levi.
Núm 1:49: “Porém não contarás a tribo de Levi, nem tomarás a soma deles entre os filhos
de Israel.”
Haviam portanto 12 tribos não levitas em Israel. (Josué 3:12 e 13; Juí. 19:29; I Reis 11:30-32;
Actos 26:7)

JOSÉ – O HOMEM
Do Hebraico Tiberiano “Yôsēp̄” – "O SENHOR ACRESCENTA".

Filho preferido de Jacob, apesar de não ser o seu primogénito, mas o primeiro
filho de Raquel a mulher a quem mais amava, José nunca escondeu a sua posição de
superioridade em relação aos outros irmãos, que se foi manifestando através de
sonhos nos quais a sua figura desempenhava sempre lugares de destaque e/ou
liderança. (Gén. 37:1-28)

O favoritismo de que era alvo por parte do pai, valeu-lhe a inveja dos
irmãos, que vieram a vendê-lo por 20 moedas de prata (sheqel), como
escravo, a mercadores ismaelitas, os quais levaram José para o Egipto no
período da XVII dinastia. (Gén.37:18-28)
Já no Egipto veio a ser comprado por Potifar, capitão da guarda de
Faraó, (Gén. 39:1) de quem, dado o seu carácter, veio a conquistar total confiança a ponto de
ter vindo a ser nomeado chefe dos criados e posteriormente administrador da casa.
(Gén. 39: 5 e 6)
Veio a ser preso, após acusação injusta de tentativa de sedução da
mulher de Potifar, (Gén. 39: 19 e 20) motivada, precisamente por ter resistido
ao assédio desta em função do seu já referido carácter. (Gén. 39: 10-15)

Contudo, já na prisão veio a, através de inspiração Divina, revelar o


significado de um sonho ao Copeiro-mor e graças ao testemunho deste, após
readmitido na Côrte, veio a desvendar também o sonho das “VACAS MAGRAS E DAS
VACAS GORDAS” para o próprio Faraó tendo vindo, por tal facto, a ser por este
nomeado governador do Egipto. (Génesis Capítulos 40 e 41)

A TRIBO DE LEVI

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- Do hebraico “LAVAH” - Levi, que significa “UNIR, JUNTAR”.
“Desta vez se unirá mais a mim meu marido”.
Gén. 29:34: “E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Agora esta vez se unirá
meu marido a mim, porque três filhos lhe tenho dado. Por isso chamou-o Levi.”
ESTANDARTE DA TRIBO:
A Tradição Judaica atribui o estandarte aqui reproduzido à tribo de Levi.

NOTAS INTERESSANTES:
Nos livros de Crónicas há diversos detalhes do ministério dos levitas. (I Crónicas Capítulo 6)
Neste capítulo há um destaque para três levitas:
1. Hemã.
2. Asafe.
3. Etã.
Os três, bem como os seus filhos, foram mais tarde encarregues por David da música do
templo. (I Cró. 6:31 e ss; 15:16 e ss)
Há referências ao trabalho levítico também nos Capítulos 9, 15 e 23 de I Crónicas e em II
Crónicas nos Capítulos 5 a 8, 17, 24, 29 e 35.
Podem ainda encontrar-se relações entre o ofício levítico e o ofício profético:
a) Jaaziel, um levita dos filhos de Asafe, profetizou a vitória de Josafá. (II Cró. 20:14)
b) Jedutum o levita, é chamado “VIDENTE DO REI”. (II Cró. 35:15)
Os profetas maiores fazem algumas referências ao papel dos levitas.
O profeta Isaías falou acerca de Deus reunir os israelitas dispersos (ou talvez gentios
convertidos) para O servirem na qualidade de sacerdotes e levitas:
“Vem o dia em que ajuntarei todas as nações e línguas; e elas virão, e verão a minha
glória. (...) E também deles tomarei alguns para sacerdotes e para levitas, diz o Senhor.
(Isa. 66:18 e 21)
O profeta Jeremias descreve uma nova aliança que o Senhor fará, a partir de um “RENOVO
DE JUSTIÇA” que brotaria da descendência de David. (Jer. 33:16)
No versículo 18, o profeta acrescenta:
“Nem aos sacerdotes levíticos faltará varão diante de mim para oferecer holocaustos, e
queimar ofertas de cereais e oferecer sacrifícios continuamente”.
O profeta Ezequiel descreve uma aguda separação entre os sacerdotes levíticos, a quem
denomina “FILHOS DE ZADOQUE”, e os levitas infiéis. (Eze. 40:46; 43:19)
Os filhos de Zadoque são os sacerdotes levitas que permaneceram fiéis a Deus. (Eze. 44:15
e 48:11)
Os levitas infiéis são denunciados como idólatras e, face à sua infidelidade, não poderiam
voltar a aproximar-se do altar, nem manusear as coisas sagradas. (Eze. 44:10-14)
No livro de Esdras encontramos diversas referências aos levitas.
Eles desempenharam uma parte proeminente no lançamento dos alicerces do novo templo
(Esdras 3:8 e ss) e quando da dedicação do mesmo. (Esdras 6:16 e ss)
O mesmo Esdras exortou a que se desfizessem dos casamentos com estrangeiras, engano
no qual os sacerdotes e levitas também vinham incorrendo. (Esdras 9:1 e ss e 10:5 e ss)
Em Neemias encontramos os levitas envolvidos na reconstrução dos muros em Jerusalém
(Neemias 3:17) e, após o seu término, na instrução da Lei ao povo (Neemias 8:7-9), tendo
uma participação preponderante na vida da nação. (Neemias 11:3 e ss, 12:27 e ss)
Este mesmo livro conta que durante a ausência de Neemias de Jerusalém, o ministério
levítico sofreu um acentuado declínio.
Um certo Tobias, amonita, recebeu permissão para se instalar num dos aposentos do
templo, reservado para guardar os dízimos dos levitas. (Neemias 13:4 e ss)
Quando Neemias regressou, encontrou os levitas dispersos, longe do ofício para o qual
tinham sido separados. (Neemias 13:10 e ss)
O livro de Malaquias parece descrever exactamente este período de ausência de Neemias.

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O profeta denuncia a falta de empenho com que os sacerdotes tratavam o seu ofício e
como colocavam os seus interesses pessoais acima dos do Senhor dos Exércitos. (Mal. 2:4 e
ss)
No Novo Testamento, Barnabé é mencionado como um levita. (Actos 4:36)
No Apocalipse a Tribo de Levi retoma lugar na lista das tribos mencionadas na selagem
dos 144.000 sendo citada em oitavo lugar.
A DIVISÃO DA TRIBO DE LEVI

1. OS GERSONITAS
CENSO:
Foram entre eles recenseados 7.500 homens com mais de 1 mês de idade, sendo que
destes 2.630 estavam qualificados para serviço activo, ou seja, tinham entre 30 e 50 anos.
(Núm. 3:22; 4:40)
LOCALIZAÇÃO:
Esta ordem acampava do lado ocidental do Tabernáculo. (Núm. 3:23)
EM VIAGEM:
Os Gersonitas e os Meratitas, devido ás funções que desempenhavam, viajavam juntos
imediatamente a seguir ao primeiro estandarte, o de Judá. (Núm. 10:17)
REPRESENTANTES:
O seu príncipe era Eliasafe filho de Lael. (Núm. 3:24)
TERRITÓRIO:
As cidades atribuídas a este ramo da família dos levitas foram 13 repartidas pelas tribos
de Issacar, Aser, Naftali e a outra meia tribo de Manassés. (Josué 21: 6)
NOTAS INTERESSANTES:
As funções atribuídas aos gersonitas eram carregar as partes debaixo do Tabernáculo bem
como montar as cortinas, a tenda, as cobertas e o suporte para a porta do mesmo e ainda
os suportes do átrio, a entrada do átrio, as suas cordas e instrumentos de serviço. (Núm.
3:25 e 26; 4:22-28)
Para facilitar o transporte destes materiais, foram-lhes atribuídos 2 carros e 4 bois. (Núm.
7:7)

2. OS COATITAS
CENSO:
Nesta “sub-tribo” foram recenseados 8.600 homens com idade superior a 1 mês (Núm.
3:28) e com 30 a 50 anos de idade, 2.750 os quais estavam assim qualificados para serviço
activo. (Núm. 4:36)
LOCALIZAÇÃO:
Acampavam do lado sul do Tabernáculo. (Núm. 3:29)
EM VIAGEM:
Os coatitas viajavam imediatamente a seguir ao estandarte de Ruben. (Núm. 10:21)
REPRESENTANTES:
O líder dos coatitas era Elisafã. (Núm. 3:30)
TERRITÓRIO:
Após o estabelecimento do povo na terra prometida foram concedidas 10 cidades aos
Coatitas nas tribos de Efraim, Dã e na meia tribo de Manassés. (Josué 21:5)
NOTAS INTERESSANTES:
O seu ofício era carregar a Arca, a mesa dos pães da Preposição, o castiçal, os altares para
os holocaustos e os de incenso, as vasilhas sagradas usadas no serviço e o véu. (Núm. 3:31;
4:4-15)
Dado o carácter dos objectos à sua responsabilidade, eram os mesmos transportados aos
ombros, motivo pelo qual aos Coatitas não foram atribuídos carros ou bois. (Núm. 7:9)
Moisés e o seu irmão Arão pertenciam à tribo de Levi, o terceiro filho de Jacob.
Levi teve três filhos:
GERSON – COATE - MERARI.
Moisés e o seu irmão provinham da família de Coate.

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Tendo escolhido Moisés para ser o líder do Seu povo e escolhendo Arão para ser o primeiro
Sumo-sacerdote, Deus deu uma maior honra à família de Coate.
Acresce ainda que futuramente apenas os descendentes de Arão poderiam servir como
Sacerdotes e representar o povo perante Deus.
Analisemos então mais em pormenor estes dois Coatitas.

2.1.‫ – משה‬MOISÉS – O HOMEM


Do Hebraico Tiberiano “Moshe” – “Tirado das águas”.
O mais destacado dos Coatitas foi um dos bisnetos de Levi,
Moisés. (Êxo. 6:20)
Moisés escreveu os primeiros cinco livros da Bíblia.
Foi criado nas cortes do Egipto como um príncipe egípcio até aos
40 anos.
Depois disso passou outros 40 anos no deserto de Midiã, como um homem de família,
pastoreando os rebanhos do seu sogro, até que finalmente foi chamado por Deus para
conduzir o Seu povo, Israel, para fora da escravidão egípcia.
A Moisés foram por Deus entregues as Tábuas da Lei. (Deut. 9:10)
Dada a sua peculiar responsabilidade acampava no lado oriental do
Tabernáculo, em frente à porta do pátio. (Num. 3:38)

2.2.‫ – ַאֲהֹר‬ARÃO – O HOMEM


Que significa: “PROGENITOR DE MÁRTIRES" OU "O ELEVADO”.
Arão, o irmão de Moisés, foi o primeiro Sumo-sacerdote em Israel.
Sucedeu-lhe nas funções, o seu filho, Eleazar. (Deut. 10:6)
O Sumo-sacerdote (do Hebraico Hakkohen) tinha a posição mais alta na
hierarquia Israelita. (Êxodo 29)

Como um rei na sua coroação, o Sumo-sacerdote também era


ungido. (Lev. 8:12)
Usava vestes especiais das quais faziam parte uma coroa e um
peitoral que continha o Urim e o Tumim.
Entrava pessoalmente no Santo dos Santos (Yom Kippur), para
fazer expiação pelos pecados da sua própria casa, e também pelos
pecados da nação.
Arão como Sumo-sacerdote era um tipo de Cristo.
Os seus deveres, as suas vestes e o seu ministério, eram todos, um tipo do Messias.
Heb. 9:11-12: “Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais
perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, nem por sangue de
bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo
efectuado uma eterna redenção.”

3. OS MERARITAS
CENSO:
Eram 6.200 homens com mais de 1 mês de idade dos quais 3.200 qualificados para o
serviço activo dado terem entre 30 e 50 anos. (Núm. 3:34; 4:44)
LOCALIZAÇÃO:
Os Meraritas acampavam do lado norte do Tabernáculo. (Núm. 3:35)
EM VIAGEM:
Atendendo á necessidade de o Tabernáculo estar montado aquando da chegada dos
Coatitas, os Meraritas e os seus irmãos Gersonitas marchavam imediatamente após o
arraial de Judá. (Núm. 10:17)
REPRESENTANTES:
Zuriel, filho de Abiaíl, era o príncipe dos meraritas. (Núm. 3:35)
TERRITÓRIO:
Os filhos de Merari ocuparam 12 cidades das tribos de Rubén, Gade e Zebulom. (Josué 21:7)
NOTAS INTERESSANTES:
O seu dever era carregar as armações, as varas, os pilares e as bases do Tabernáculo bem
como os pilares do átrio, as suas bases, as estacas, as cordas, e as ferramentas que lhes
pertenciam. (Núm.3:36-37; 4:29-32)
Devido à natureza pesada dos materiais que tinham que carregar, foram-lhes atribuídos 4
carros e 8 bois. (Núm. 7:8)

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Na marcha, eles e os Gersonitas seguiam imediatamente depois do estandarte de Judá, e
antes do de Rúben, dado deverem montar o Tabernáculo antes da chegada dos Coatitas.
(Núm. 7:8)

O ARRAIAL DE JUDÁ
A TRIBO DE JUDÁ

CENSO:
Na época da migração para o Egipto, quando José ainda governava, Judá tinha três filhos:
Er, Onã, Selá, Perez e Zerá.(Gén. 46:12)
Ainda assim, esta tribo teve um crescimento tão grande, que já no primeiro censo contava
74.600 homens, sendo a mais populosa de todas as tribos.
No segundo censo foram contados 76.500 homens continuando como a maior tribo.
LOCALIZAÇÃO:
O lugar de Judá era no lado oriental do Tabernáculo, do lado do nascer do sol,
imediatamente atrás de Moisés e Arão, juntamente com os seus parentes, Issacar e
Zebulom. (Núm. 2:3-9; 10:14)
ESTANDARTE DO ARRAIAL:
Os rabis dizem que o “ESTANDARTE DE GUERRA” de Judá era de 3 cores, sárdio, topázio
e carbúnculo, nele estavam inscritos os nomes das 3 tribos e tinha a figura de
uma cria de leão. (Targum de Jónatas)

ESTANDARTE DE TRIBO:
De acordo com outra autoridade rabínica, o estandarte de Judá era verde, e tinha
como símbolo um leão.

EM VIAGEM:
Núm. 2:16: “Todos os que foram contados do exército de Judá, cento e oitenta e seis mil e
quatro centos, segundo os seus esquadrões, estes marcharão primeiro.”
REPRESENTANTES:
O príncipe da tribo de Judá era Naassom, filho de Aminadabe. (Núm. 2:3)
O seu representante entre os espias, e o que dentre eles foi designado para dividir a terra,
era Calebe o filho de Jefoné (Núm. 13:6) um dos dois únicos homens desta geração que
entraram em Canaã.
TERRITÓRIO:
O território atribuído a Judá situava-se no extremo sul de Israel.
A fronteira oriental de Judá era o Mar Morto, e a sua fronteira ocidental
era a já referida “faixa” paralela ao Mar Mediterrâneo controlada pelos
Filisteus.
A norte confrontava com Dã e Benjamim.

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Originalmente, o limite a norte de Judá era o sul de Jerusalém, para o noroeste situavam-
se Quiriate-Jearim e Jabneel.
A sul, a fronteira de Judá era na Subida de Acrabim, para o Deserto de Zin, confinando
também com Cades-Barnéia para o Mediterrâneo.
No seu comprimento a distância mais longa deste território era de aproximadamente 153
quilómetros de extensão.
Na largura a distância maior era de aproximadamente 72 quilómetros, exceptuando a
referida faixa paralela ao Mar Mediterrâneo controlada pelos Filisteus.
Dentro deste território estava contido o da tribo de Simeão.
NOTAS INTERESSANTES:
A tribo de Judá, juntamente com a de Benjamim, permaneceu fiel à linhagem de David
quando as tribos se dividiram depois da morte de Salomão.
Juntas, estas tribos formaram o reino do sul, também chamado de Judá e que incluía Edom
a sudeste.
O carácter de Judá pode ser avaliado na sua postura face a seu irmão Benjamim de uma
forma clara; vejamos:
No episódio de José, Judá recomendou aos seus irmãos que vendessem José aos Ismaelitas
em vez de o matarem:
Gén. 37:26-27: “Então Judá disse aos seus irmãos: Que proveito haverá que matemos a
nosso irmão e escondamos o seu sangue? Vinde e vendamo-lo a estes ismaelitas, e não
seja nossa mão sobre ele; porque ele é nosso irmão, nossa carne. E seus irmãos
obedeceram.”
Também no episódio de José, já como regente do Egipto, e havia escassez, foi necessário
voltar uma segunda vez ao Egipto para buscar comida.
Nesta ocasião Judá argumentou com Jacob por este não permitir que Benjamim fosse com
eles, e concordou em ficar responsável pela sua segurança. (Gén. 43:3-10)
De igual forma quando o cálice foi encontrado no saco de Benjamim e o castigo do
governador do Egipto parecia iminente, a explanação de Judá sobre o seu pai e seus
irmãos, e a sua oferta para ser escravo no lugar de Benjamim, comoveu José, a ponto de
este já não conseguir manter por mais tempo o seu segredo, e ter começado a chorar.
(Gén. 44:16-34)
Também foi Judá que foi enviado por Jacob para preparar o seu caminho até à terra de
Gósen. (Gén. 46:28)
Nada mais é citado sobre Judá até à bênção final de seu pai. (Gén. 49:8-12)
No relato da selagem dos 144.000 é a primeira tribo a ser mencionada. (Apo. 7:5)

JUDÁ – O HOMEM
Do Hebraico “Yehuda” – "O SENHOR SEJA LOUVADO".
A palavra vem de uma raiz que pode significar "lançar uma pedra" ou "estender as
mãos" (em adoração?).
Gén. 29:35: “E concebeu outra vez e deu à luz um filho, dizendo: Esta vez louvarei ao
SENHOR. Por isso chamou-o Judá; e cessou de dar à luz.”
Judá foi o quarto filho de Jacob e Lia, (Gén. 29:32-35) e irmão legítimo de Rúben, Simeão, e
Levi (os irmãos mais velhos), Issacar e Zebulom (os irmãos mais novos), todos filhos de Lia, e
tinha ainda uma irmã cujo nome era Diná. (Gén.30:21)
Depois, Judá mudou-se para Adulão, e casou-se com a filha de um cananeu, com quem
teve três filhos: Er, Onã, e Selá.
Er casou-se com uma mulher cujo nome era Tamar, mas morreu sem filhos.
Judá deu Tamar ao seu segundo filho, Onã que também morreu sem filhos.
Nesta altura Judá teve bastante relutância em dar o seu único filho sobrevivente a esta
mulher e disse-lhe que esperasse até que o menino tivesse idade para casar. (Gén. 38:1-11)
Então algo interessante aconteceu nas vidas de Judá e Tamar.
Quando ela soube que Judá ia para Timna, vestiu-se como prostituta e, sentou-se na
berma da estrada, fez-se encontrar com Judá, e ficou grávida dele.
O resultado foi o nascimento dos gémeos, Zerá e Perez. (Gén. 38:12-30)
Perez está na linhagem do Messias. (Luc.3:33)

20
A TRIBO DE ISSACAR

CENSO:
Na época da migração para o Egipto, estando José ainda a governar, são citados 4 filhos
de Issacar, Tola, Puva, Job e Sinram; estes filhos fundaram as quatro principais famílias
da tribo. (Gén. 46:13; Núm. 26:23-25; I Cró. 7:1)
O número de homens de guerra, quando o censo foi realizado no Sinai, era de 54.400,
sendo assim a quinta tribo. (Núm. 1:28-29)
Já no segundo censo este número tinha aumentado para 64.300 o que a colocou nesta
ocasião em terceiro. (Núm. 26:25)
No tempo de David foram contados 87.000. (I Cró. 7:5)
LOCALIZAÇÃO:
Issacar montava o seu arraial no lado oriental do Tabernáculo, sob o estandarte de Judá
com os seus irmãos da tribo de Zebulom. (Núm. 2:3-8)
ESTANDARTE DE TRIBO:
Este estandarte é, actualmente, atribuído à tribo.
Coloco-o neste estudo com muitas reservas, mesmo relativas à “Tradição
Judaica”.

EM VIAGEM:
Núm. 2:9: “Todos os que foram contados do exército de Judá (Issacar e Zebulom), cento e
oitenta e seis mil e quatrocentos, segundo os seus esquadrões, estes marcharão
primeiro.”
REPRESENTANTES:
À época o príncipe da tribo era Natanael filho de Zuar (Núm. 1:8) o qual veio a ter como
sucessor Jigeal o filho de José que foi um dos espias. (Núm. 13:7)
TERRITÓRIO:

21
O território atribuído a esta tribo confrontava a norte com Zebulom e
Naftali, a sul e a ocidente com Manassés e a leste com o Rio Jordão.
(Josué 19:17-23)
Grande parte do Vale fértil de Jezreel ou Esdraelom situava-se no
território de Issacar.
As suas planícies férteis e planas eram excelentes para a criação de
gado.

NOTAS INTERESSANTES:
Apesar da reputação, a tribo lutou corajosamente contra Sísera. (Juí. 5:15)
Moisés profetizou uma vida calma e feliz para Issacar. (Deut. 33:18)
Paltiel (Núm. 34:26), o juiz Tola (Juí. 10:1), o Rei Baasa (I Reis 15:27), e Onri (I Cró.
27:18) eram todos desta tribo.
Fazendo jus à bênção de Jacob, a tribo de Issacar veio a demonstrar uma perspicácia
incomum para situações políticas. (Gén.49:14 e 15)
Esta tribo participou, com o envio de 200 “meteorologistas”, na peleja da passagem do
trono de Saul para David em Hebrom. (I Cró. 12:32)
Embora a tribo estivesse integrada no Reino do norte, os seus integrantes participaram na
Páscoa celebrada por Ezequias em Judá. (II Cró. 30:18)
Esta tribo aparece citada em nono lugar na selagem dos 144.000. (Apo. 7: 7)

ISSACAR – O HOMEM
Do Hebraico “Issachar ou Yis’achar” – "ELE DARÁ UMA RECOMPENSA".
Este foi o nono filho de Jacob e quinto de Lia:
Gén. 30:17-18: “E ouviu Deus a Lia, e concebeu, e deu à luz um quinto filho. Então disse
Lia: Deus me tem dado o meu galardão, pois tenho dado minha serva ao meu marido. E
chamou-lhe Issacar.”
Issacar nasceu em Padã-Arã, e nada mais se encontra registado sobre a sua vida. (Gén.
46:15)

A TRIBO DE ZEBULOM

CENSO:
De acordo com a lista genealógica, na época da migração para o Egipto, sendo José ainda
governador, são nomeados três filhos a Zebulom: Serede, Elom e Jaleel. (Gén. 46:14)
Durante a jornada no deserto, Zebulom, com Judá e Issacar, fazia parte do primeiro
acampamento.
A tribo recenseou 57.400 homens em idade militar (Núm. 1:31) o que a colocava em
quarto lugar na ordem sendo que no segundo censo esse número tinha já aumentado para
60.500. (Núm. 26:27)
LOCALIZAÇÃO:
O lugar de Zebulom era no lado oriental do Tabernáculo, sob o estandarte de Judá com os
seus irmãos da tribo de Issacar. (Núm. 2:7 e 8)
ESTANDARTE DE TRIBO:
De acordo com a Tradição Judaica este era o estandarte da tribo de Zebulom.

22
EM VIAGEM:
Núm. 2:9: “Todos os que foram contados do exército de Judá (Issacar e Zebulom), cento e
oitenta e seis mil e quatrocentos, segundo os seus esquadrões, estes marcharão
primeiro.”
REPRESENTANTES:
No Sinai, o príncipe da tribo era Eliabe, filho de Helom. (Núm. 2:7)
Em Siló, o lugar era ocupado por Elizafã, filho de Parnaque. (Núm. 34:25)
O seu representante entre os espias foi Gadiel, filho de Sodi. (Núm. 13:10)
TERRITÓRIO:
Na divisão de território, o quinhão de Zebulom foi o terceiro, e coube-lhes
uma área generosamente diversificada no Norte do país.
A área de possessão desta tribo é bastante clara de uma maneira geral,
mas é impossível definir com exactidão os seus limites. (Josué 19:10-16)
A linha de fronteira ocidental era com Naftali e dirigia-se a norte partindo
do Monte Tabor.
A ocidente, com Aser desde o Mar de Galileia para Kerr’Anan (Hanaton)
virando para oeste ao longo da base da montanha, até aos limites de Aser, provavelmente
pelo vale de Abilm.
Daí então para sul no lado oposto de Quisiom, para Jocneã.
Como a planície pertencia a Issacar, a sua fronteira sul seria portanto com esta tribo e a
linha terminaria novamente no Tabor, talvez perto de Daberate que pertencia a Issacar.
(Josué 21:28)
NOTAS INTERESSANTES:
Zebulom representou um papel importante na história de Israel durante o período dos
Juízes.
Os seus homens de guerra foram uma parte importante da força de Baraque contra
Sísera (Juí. 4:6-10; 5:14 e 18) e do exército de Gideão contra os Midianitas. (Juí. 6:35)
Elom o Zebulomita julgou em Israel durante dez anos. (Juí. 12:12)
Em Hebrom, 50.000 Zebulomitas uniram-se às outras tribos na proclamação de David
como rei. (I Cró. 12:33 e 40)
Embora Zebulom tivesse sofrido durante as guerras assírias, quando Tiglate-Pileser levou
Israel cativo para a Assíria (II Reis 15:29), Isaías profetizou que no futuro, Zebulom seria
grandemente abençoado:
Isa. 9:1 e 2: “A terra de Zebulom e a terra de Naftali... a Galileia dos gentios. O povo que
andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra da
morte resplandeceu a luz.”
De acordo com o Evangelho de Mateus esta profecia foi cumprida quando Jesus começou o
seu ministério na Galileia. (Mat. 4:12-17)
Nazaré, cidade onde Jesus cresceu e foi educado, e Caná onde Ele realizou o seu primeiro
milagre, encontravam-se ambas no território de Zebulom.
Zebulom é a décima tribo mencionada na selagem dos 144.000. (Apo. 7: 8)

ZEBULOM – O HOMEM
Do Hebraico “Tzeb'oo-loon” – “MORANDO, HABITAÇÃO”.
Ou do Hebraico Tiberiano “Zəḇūlūn ou Zəvulun” – “DÁDIVA”
Zebulom era o décimo filho de Jacob, e o sexto e último de Lia.
Gén. 30:19 e 20: “E Lia concebeu outra vez, e deu a Jacob um sexto filho. E disse Lia: Deus
me deu uma boa dádiva; desta vez morará o meu marido comigo, porque lhe tenho dado seis
filhos. E chamou-lhe Zebulom.”
É conhecido a respeito de Zebulom, o facto de que Serede, Elom e Jaleel foram seus filhos
e chefes de três famílias tribais.
Gén. 46:14: “E os filhos de Zebulom: Serede, Elom e Jaleel”.
Não há nada mais de pessoal registado sobre Zebulom.

A TRADIÇÃO JUDAICA, CITANDO OTARGUM DE JÓNATAS AFIRMA TER SIDO ZEBULOM O PRIMEIRO DOS CINCO
IRMÃOS APRESENTADOS AO FARAÓ POR JOSÉ, QUANDO ISRAEL E A SUA CASA CHEGARAM AO EGIPTO.
(Citando Gén. 47:2)

23
O ARRAIAL DE RÚBEN
A TRIBO DE RÚBEN

CENSO:
De acordo com a lista genealógica na época da migração para o Egipto, em 1746 A.C.,
Rúben teve 4 filhos: Enoque, Palu, Hezrom, e Carmi (Gén. 46:9), e deles se formaram
todas as famílias da tribo.
O censo do Monte Sinai registado em Números 1:20-21; 2:11 mostra que o número da tribo
de Rúben no Êxodo tinha 46.500 homens acima de vinte anos de idade e aptos para o
serviço militar.
A tribo de Rúben era a sétima em população.

24
No último censo, feito trinta e oito anos depois, pouco antes da entrada em Canaã, o seu
número tinha diminuído para 43.730, o que a colocou nessa altura em nono lugar. (Núm.
26:7)

LOCALIZAÇÃO:
A posição de Rúben era no lado sul do Tabernáculo.
O "acampamento" que estava sob o domínio do seu nome complementado com as tribos
de Simeão, e Gade.
O número total de guerreiros desta divisão (3 tribos) era de 151.450 homens.

ESTANDARTE DO ARRAIAL:
O Targum de Jónatas diz que o “ESTANDARTE DE GUERRA” do Arraial de Rúben tinha um
veado, com a legenda: "Ouve, ó Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor".

ESTANDARTE DE TRIBO:
O estandarte aqui reproduzido é o que a Tradição judaica atribui à tribo de Rúben.

EM VIAGEM:
Núm. 2:16: “Todos os que foram contados no exército de Rúben (Simeão e Gade) foram
cento e cinquenta e um mil e quatrocentos e cinquenta, segundo os seus esquadrões; e
estes marcharão em segundo lugar.”
REPRESENTANTES:
O príncipe da tribo de Rúben era Elizur filho de Sedeur. (Núm. 7:30)
O rubenita entre os espias foi Samua, filho de Zacur. (Núm. 13:4)
TERRITÓRIO:
Os Rubenitas pediram antecipadamente a sua herança a oriente do Rio Jordão,
onde a terra era própria para gado (Núm. 32:1-33) estendendo-se a sul até ao rio
Arnon, a leste para o deserto da Arábia.
A oeste faziam fronteira com o Mar Morto e o Jordão, do lado norte estava
Gade, a sul o território dos moabitas.
Ajudaram as outras tribos a reivindicar as suas terras, sendo este acto citado
por Josué. (Josué 22:9-10)
NOTAS INTERESSANTES:
A tribo também construiu um altar (juntamente com a tribo de Gade e a meia tribo de
Manassés) no Vale do Jordão, como testemunho da sua união com as tribos a ocidente do
Jordão. (Josué 22:11-34)
É possível que a conspiração contra Moisés, organizada por Datã e Abirão, que eram
rubenitas, e também Coré que era um levita (Números 16), tenha sido uma tentativa por
parte da tribo de Rúben de reivindicar o seu direito de representar a primogenitura.
É interessante que os filhos de Coré (Levitas, note-se) não morreram. (Núm. 26:11)
Mais tarde, membros da tribo de Rúben recusaram-se a auxiliar Débora e Baraque para
combater o cananeu Sísera (Juí. 5:16), embora aparentemente a tribo tenha ajudado as
outras tribos na guerra contra Benjamim. (Juí. 20:11)
Durante o reinado de Saul, Rúben uniu-se a Gade e a Manassés para combater os
hagarenos. (I Cró. 5:18-22)
Quando o reino se dividiu durante o reinado de Roboão, Rúben juntou-se ao Reino do
Norte, que era domínio de Jeroboão.
Ezequiel cita Rúben na sua descrição de Israel. (Eze. 48:6)
A tribo também é representada nos 144.000 selados, 12.000 de cada uma das doze tribos
de Israel curiosamente em segundo lugar imediatamente após Judá, apesar de ser o
primogénito. (Apo. 7:5)

RÚBEN – O HOMEM
Do Hebraico “Rəʾuven” – “EIS UM FILHO.”
Ou do Hebraico Tiberiano “Rəʾûḇēn” – “ELE ATENDEU (VIU) A MINHA AFLIÇÃO”.
Rúben era o filho primogénito de Jacob e Lia. (Gén. 29:32)

25
Gén. 29:32: “E concebeu Lia, e deu à luz um filho, e chamou-o Rúben; pois disse: Porque o
SENHOR atendeu à minha aflição, por isso agora me amará o meu marido.”
Muito pouco é mencionado sobre a vida de Rúben.
O incidente que aconteceu quando Jacob morava em Migdal-Eder foi uma ofensa tal, que
levou Jacob a falar disso de forma bastante amarga, mesmo no seu leito de morte.
Gén. 35:22: “E aconteceu que, habitando Israel naquela terra, foi Rúben e deitou-se com
Bila, concubina de seu pai; e Israel o soube.”
Rúben é usualmente lembrado como aquele que defendeu José quando os seus ciumentos
irmãos quiseram matá-lo em Dotã.
Rúben, como filho primogénito, proferiu o seu conselho, e a vida de José foi nessa altura
poupada.
Gén. 37:20-22: “Vinde, pois, agora, e matemo-lo, e lancemo-lo numa destas covas, e
diremos: Uma besta-fera o comeu; e veremos que será dos seus sonhos. E ouvindo-o Rúben,
livrou-o das suas mãos, e disse: Não lhe tiremos a vida. Também lhes disse Rúben: Não
derrameis sangue; lançai-o nesta cova, que está no deserto, e não lanceis mãos nele; isto
disse para livrá-lo das mãos deles e para torná-lo a seu pai.”
Em vez de o matar, eles lançaram-no numa cova.
Na ausência de Rúben, José acabou por ser vendido aos ismaelitas pelos outros irmãos.
Apesar da sua intervenção quando Rúben voltou com a intenção de salvar o seu irmão,
tomou então conhecimento de que José tinha sido levado.
Mais tarde quando José era governador do Egipto, pela providência de Deus houve uma
escassez terrível que obrigou a que Rúben fosse com os seus irmãos ao Egipto à procura de
comida. (Gén. 42:2 e 3)
Quando eles se encontraram com José, Rúben aceitou que o governante do Egipto os
tratasse severamente a ele e a seus irmãos, por causa do seu anterior pecado:
Gén. 42:21-22: “Então disseram uns aos outros: Na verdade, somos culpados acerca de
nosso irmão, pois vimos a angústia da sua alma, quando nos rogava; nós porém não ouvimos,
por isso vem sobre nós esta angústia. E Rúben respondeu-lhes, dizendo: Não vo-lo dizia eu:
Não pequeis contra o menino; mas não ouvistes; e vedes aqui, o seu sangue também é
requerido.”
Foi Rúben também que entregou a Jacob a mensagem de José, que exigia que Benjamim
viesse ao Egipto, e ofereceu os seus próprios dois filhos como penhor para o retorno seguro de
Benjamim. (Gén.42:37)

A TRIBO DE SIMEÃO

26
CENSO:
Na época da migração para o Egipto, quando José ainda aí governava, Simeão teve seis
filhos, Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim e Zoar, alem destes teve ainda Saul, filho de uma
mulher cananeia. (Gén.46:10)
No Êxodo a tribo recenseou 59.300 guerreiros (Núm. 1:23), sendo a terceira na ordem, já
quando o segundo censo foi realizado, os números tinham diminuído para 22.200, e
Simeão passou a ser a menor entre todas as tribos. (Núm. 26:14).
Alguns teólogos relacionam este facto com o pecado de Zimri, filho de Salu. (Núm. 25:14).
LOCALIZAÇÃO:
Os simeonitas acampavam ao lado dos rubenitas (Núm. 2:12; 10:19) no lado sul do
acampamento.
ESTANDARTE DE TRIBO:
Este é o estandarte que a Tradição Judaica atribui à Tribo de Simeão.

EM VIAGEM:
Núm. 2:16: “Todos os que foram contados no exército de Rúben foram cento e cinquenta
e um mil e quatrocentos e cinquenta, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão
em segundo lugar.”
REPRESENTANTES:
Zimri, membro de uma das principais famílias desta tribo, que foi morto por Fineias na
união apóstata de Israel com Baal-peor (Núm. 25:14), era o representante desta tribo.
Nos espias, Safate, filho de Hori representou a sua tribo. (Núm. 13:5)
TERRITÓRIO:
Quando a terra de Canaã foi dividida, a segunda sorte calhou a Simeão.
A tribo recebeu terra na parte meridional extrema de Canaã, no meio do território
de Judá. (Josué 19:1-9)
Simeão uniu-se com Judá lutando contra os cananeus. (Juí. 1:1,3 e 17)
Entre as cidades dos Simeonitas estavam Beerseba, Hormá, e Ziclague. (Josué 19:1-9)
NOTAS INTERESSANTES:
Vários especialistas referem que esta tribo não terá sido especificamente mencionada por
Moisés na bênção da nação de Israel ainda que o versículo 6 pareça contrariar esta
opinião. (Deut. 33:6-24 e 29)
Contudo Simeão foi mencionado em primeiro lugar entre as tribos designadas para ficar
em pé no monte Gerizim. (Deut. 27:11 e 12)
I Crónicas 4:28-33 dá a entender que a tribo de Simeão tenha sido absorvida pela tribo de
Judá, cumprindo-se assim a profecia de Jacob. (Gén. 49:5-7)
Embora os descendentes de Simeão tenham desaparecido como tribo, Ezequiel menciona-
os nas suas profecias sobre a futura terra de Canaã. (Eze. 48:24,25 e 33)
De igual forma João menciona em sétimo lugar os 12.000 selados da tribo de Simeão. (Apo.
7:7)

SIMEÃO – O HOMEM
Do Hebraico “Shimohn” – "OUVINDO ".
O segundo filho de Jacob com Lia:
Gén. 29:33: “E concebeu outra vez, e deu à luz um filho, dizendo: Porquanto o SENHOR
ouviu que eu era desprezada, e deu-me também este. E chamou-o Simeão.”
Simeão era irmão legítimo de Rúben, Levi, Judá, Issacar e Zebulom, filhos de Lia, e tinha
uma irmã que era Diná.
Uma situação que se destaca pela negativa na vida de Simeão foi quando ele e Levi
vingaram a sedução da sua irmã Diná. (Gén. 34:25-31)
Alguns estudiosos relacionam a ida repentina de Jacob para Betel com o medo que ele
teria da reacção dos povos circunvizinhos em virtude deste acto dos seus filhos, ainda que seja

27
claro que essa partida tenha sido determinada por uma ordem directa de Deus a Jacob. (Gén.
35:1)
Em obediência à decisão de seu pai, Simeão mudou-se então, para o sul, para Betel. (Gén.
34; 35:1-4)
Posteriormente, na ida com seus irmãos ao Egipto, Simeão foi seleccionado por José como
refém para garantir a comparência de Benjamim (Gén. 42:24 e 36) acabando depois por ser
solto. (Gén. 43:23)
A TRIBO DE GADE

CENSO:
Na época da migração para o Egipto, são atribuídos a Gade 7 filhos: Zifiom, Hagi, Suni,
Esbom, Eri, Arodi e Areli. (Gén. 46:16)
No primeiro censo, Gade tinha 45.650 homens de guerra recenseados o que colocava
esta tribo em oitava em quantidade de guerreiros.
Já no segundo censo foram contados apenas 40.500,o que relegou a tribo para o décimo
posto.
LOCALIZAÇÃO:
Acampavam no lado sul do Tabernáculo.
ESTANDARTE DE TRIBO:
Este é o estandarte atribuído pela Tradição Judaica à tribo de Gade.

EM VIAGEM:
Núm. 2:16: “Todos os que foram contados no exército de Rúben (Simeão e Gade) foram
cento e cinquenta e um mil e quatrocentos e cinquenta, segundo os seus esquadrões; e
estes marcharão em segundo lugar.”
REPRESENTANTES:
O seu principal representante era Eliasafe filho de Reuel. (Núm. 1:14; 2:10-16)
Geuel, filho de Máqui foi o espia que representou a tribo de Gade. (Núm. 13: 15)
TERRITÓRIO:
O território de Gade ou Gileade era limitado a ocidente pelo Rio Jordão, a norte pela
“meia” tribo de Manassés (Manassés ocidental) e a sul pela tribo de Rúben.
A leste fazia fronteira com o território dos Amonitas.
Os filhos de Gade edificaram Dibom, Atarote, Aroer, Atarote-Sofã, Jazer, Jogbeá,
Bete-Ninra e Bete-Harã. (Núm. 32:34-36)
NOTAS INTERESSANTES:
Quando Moisés atribuiu um território na margem oriental do Rio Jordão aos Gaditas,
determinou-lhes que teriam que ajudar as tribos da outra margem na conquista de Canaã.
(Núm. 32:20-32)
Existe algo sobre o que devemos meditar, e prende-se com o facto de não ser “por acaso”
que esta tribo bem como a de Rúben e meia tribo de Manassés terem tido os seus
territórios fora de Canaã para alem do Jordão. (Núm. 33:50-56)
Tudo indica que a avidez dos seus povos terá estado na origem desta situação. (Núm. 32:1-
5)
Durante o seu ministério Cristo atravessou o mar da Galileia e foi para a terra dos
gadarenos onde curou um endemoninhado, segundo o relato de Mateus 8:28, ou dois
fazendo fé nos relatos de Marcos e Lucas. (Mar. 5:2, Luc. 8:27)
Numa coisa os três evangelistas estão de acordo:
Os gadarenos criavam porcos, e rogaram ao Senhor que se retirasse de sua terra.
Ainda assim esta tribo é a terceira a ser mencionada na selagem dos 144.000. (Apo. 7: 5)

28
GADE – O HOMEM
Do Hebraico “Gahd” – "UMA TROPA" pretende dizer "ATACAR E SUPERAR ".
Gén. 30:10 e 11: “E deu Zilpa, serva de Lia, um filho a Jacob. Então disse Lia: Afortunada!
E chamou-lhe Gade.”
Gade é o nome do sétimo filho de Jacob, o primeiro nascido de Zilpa, serva de Lia, e irmão
legítimo de Aser.
Sobre a vida de Gade, filho de Jacob, nada está registado.

O ARRAIAL DE EFRAIM
A TRIBO DE EFRAIM

PROVENIENTE DA TRIBO DE JOSÉ:

CENSO:
De acordo com a lista genealógica (Gén. 46:20) no censo no deserto de Sinai (Núm. 1:32-33;
2:19) a tribo contava com 40.500 homens de vinte e mais anos de idade e aptos para o
serviço militar colocando-a, este número em décimo lugar.
No segundo censo, o número dos homens de guerra tinha diminuído para 32.500 o que a
fazia baixar para décima primeira.
LOCALIZAÇÃO:
A posição ocupada pela tribo de Efraim, albergando sob o seu estandarte as de Manassés
e Benjamim situava-se no lado ocidental do Tabernáculo. (Núm. 2:18-24)
ESTANDARTE DO ARRAIAL:
De acordo com a tradição rabínica, o estandarte das tropas sob o comando de
Efraim era uma bandeira dourada na qual a cabeça de um bezerro se
encontrava representada.

ESTANDARTE DE TRIBO:
A insígnia reproduzida é atribuída não só a esta tribo, como também à de
manassés.
Não foi encontrada nenhuma descrição escrita que possa contribuir para um maior
esclarecimento.

EM VIAGEM:
Núm. 2:24: “Todos os que foram contados no exército de Efraim (Benjamim e Manassés)
foram cento e oito mil e cem, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão em
terceiro lugar.”
REPRESENTANTES:
No Sinai, o príncipe de Efraim era Elisama, filho de Amiúde. (Núm. 1:10)
O representante de Efraim entre os espias foi o grande herói "Oseias, filho de Num" cujo
nome foi mudado por Moisés para uma forma mais distinta Josué, (Núm. 13: 16) o qual
juntamente com Calebe foram os únicos dois homens desta geração que tiveram o
privilégio de entrar em Canaã. (Núm. 14: 30)

29
TERRITÓRIO:
Esta tribo povoou um território ladeado a norte pelo território de
Manassés, a leste o Rio Jordão e no sul pelos territórios de Benjamim e Dã
sendo que a oeste fazia fronteira também com o território desta última
tribo. (Josué 16: 5-10)
NOTAS INTERESSANTES:
Josué era da tribo de Efraim.
Nos primeiros anos, a tribo de Efraim era uma força influente em Israel, sendo altamente
recomendada por Gideão (Juí. 8:2), e incluindo centros religiosos e políticos
importantíssimos como Betel e Siquém.
Integrando a revolta das dez tribos depois do governo de Solomão, Efraim tornou-se
cabeça no reino do norte de Israel. (I Reis 12:25-33)
Frequentemente o nome Efraim era usado para designar o todo de Israel por causa dos
muitos membros desta tribo e do seu papel de liderança.
Os profetas hebreus, especialmente Oseias, condenavam a tribo pela sua idolatria (Ose.
4:17), deslealdade espiritual (Ose. 8:9-10), e relações com nações pagãs. (Ose. 12:1)
Efraim esteve envolvido numa aliança com a Síria contra Judá e o Rei Acaz. (II Cró. 28:5-8;
Isa. 7:3-9)
Em 722 A. C., o reino do norte de Israel foi levado em cativeiro para a Assíria.
Poderia parecer que o fim da tribo de Efraim tinha chegado, mas o Senhor não os
esqueceria.
Através do profeta Jeremias, Deus declarou que este povo ainda era o Seu “filho
querido” e que Ele usaria de clemência para com eles. (Jer. 31:19 e 20)
Imediatamente após o longo período de cativeiro na Babilónia, “alguns dos filhos de
Efraim” habitaram em Jerusalém. (I Cró. 9:3)
Curiosamente na selagem dos 144.000 a tribo de Efraím não é nomeada, contráriamente à
de Manassés.
Em contrapartida é citado o nome da “Tribo de José” em 11º lugar tendo da sua
descendência 12.000 selados tudo apontando, desta forma, para que tenha sido este
verdadeiramente o herdeiro da primogenitura. (Apo. 7:8)

EFRAIM – O HOMEM
Do Hebraico “Ep̄rāyim” – "FRUTÍFERO".
Foi o segundo filho de José com Asenate, a filha do sacerdote Potífera e nasceu durante os
sete anos de fartura.
Gén. 46:20: “E nasceram a José na terra do Egipto, Manassés e Efraim, que lhe deu
Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om.”
Um incidente teve lugar por ocasião da bênção de seu avô, Jacob.
Ao contrário da intenção de José, Efraim foi preferido a Manassés (o primogénito) por
Jacob, e a si foi conferida a bênção com o direito de primogenitura:
Gén. 48:17-19: “Vendo, pois, José que seu pai punha a sua mão direita sobre a cabeça de
Efraim, foi mau aos seus olhos; e tomou a mão de seu pai, para a transpor de sobre a cabeça
de Efraim à cabeça de Manassés. E José disse a seu pai: Não assim, meu pai, porque este é o
primogénito; põe a tua mão direita sobre a sua cabeça. Mas seu pai recusou, e disse: Eu o sei,
meu filho, eu o sei; também ele será um povo, e também ele será grande; contudo o seu irmão
menor será maior que ele, e a sua descendência será uma multidão de nações.”

30
A TRIBO DE MANASSÉS

PROVENIENTE DA TRIBO DE JOSÉ:


CENSO:
A tribo de Manassés desenvolveu-se através do filho de Manassés, Maquir; do filho de
Maquir, Gileade, e dos seis filhos de Gileade: Jezer, Heleque, Asriel, Siquém, Semida e
Hefer. (Núm. 26:28-34)
No início da marcha pelo deserto, o número dos homens de guerra recenseados era de
32.200. (Núm. 1:34)
No segundo censo esse número tinha aumentado para 52.700. (Núm. 26:34)
No censo nas planícies de Moabe, Manassés é nomeado antes de Efraim, e aparece muitas
vezes como uma tribo poderosa. (Núm. 26:28)
LOCALIZAÇÃO:
No arraial a tribo de Manassés, juntamente com a tribo de Benjamim, acampavam sob o
estandarte da tribo de Efraim, no lado ocidental do Tabernáculo.
ESTANDARTE DE TRIBO:
A fazer fé no Targum de Jónatas, o estandarte de Manassés seria composto pela figura
de um menino, com a inscrição: “A nuvem de Yahweh repousou sobre eles até que
saíram do acampamento.”
Contudo a imagem encontrada, a qual não corresponde à descrição é a que se
reproduz, sendo ainda que esta insígnia é de igual modo conotada com a tribo de Efraim.
EM VIAGEM:
Núm. 2:24: “Todos os que foram contados no exército de Efraim (Benjamim e Manassés)
foram cento e oito mil e cem, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão em
terceiro lugar.”
REPRESENTANTES:
No Sinai o príncipe da tribo era Gamaliel, filho de Pedazur. (Núm. 2:20)
A tribo foi representada entre os espias por Gadi, filho de Susi (Núm. 13:11), onde a citação
"Da tribo de José" foi associado a esta tribo.
TERRITÓRIO:
Na divisão da Terra de Canaã foram atribuídas a esta tribo áreas em
ambos os lados do Rio Jordão.

31
Contudo o território oriental só poderia ser ocupado depois de os seus habitantes terem
ajudado as outras tribos a conquistar os seus territórios. (Núm. 32:1-33)
NOTAS INTERESSANTES:
A tribo de Manassés era conhecida pela sua coragem, bem como por dois juízes famosos:
Gideão (Juí. 6:11 até 8:35) e Jefté. (Juí. 11:1 até 12:7)
Durante o reinado de Saul, homens de Manassés uniram-se a David em Ziclague. (I Cró.
12:19 e 20)
Depois grande parte do povo de Manassés reuniu-se para elevar David a rei em Hebrom.
(I Cró. 12:31 e 37)
Por causa das fortalezas dos cananeus e das cidades fortes nas suas terras (por exemplo,
Megido, En-Dor, Tanaque, Dor, Ibleão, e Bete-Seão), Manassés ocidental teve dificuldades
com os cananeus no seu território.
Quando se tornou suficientemente forte, porém, não expulsou os cananeus, em vez disso
sujeitou-os ao pagamento de tributo. (Josué 17:13)
Na selagem dos 144.000 a tribo de Manassés é referida em sexto lugar. (Apo. 7:6)

MANASSÉS – O HOMEM
Do Hebraico “Mənašše” – "FAZENDO ESQUECER".
Manassés foi o primeiro dos dois filhos de José com Azenate:
Gén. 41:50-51: “E nasceram a José dois filhos (antes que viesse um ano de fome), que lhe
deu Azenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. E chamou José ao primogénito Manassés,
porque disse: Deus me fez esquecer de todo o meu trabalho, e de toda a casa de meu pai.”
O nascimento de um filho realmente foi o clímax da felicidade de José após a amargura da
sua longa experiência.
Quando estava próxima a morte de Jacob, José trouxe os seus dois filhos para que o seu
pai os abençoasse.
Jacob preferiu Efraim, o segundo filho de José, em vez de Manassés o irmão mais velho,
indicando assim as posições relativas dos seus descendentes. (Gén. 48:17-19)
José antes de morrer ainda pôde ver os filhos de Maquir, seu neto, filho de Manassés. (Gén.
50:23)
Maquir nasceu a Manassés através da sua concubina, uma síria. (I Cró. 7:14)
Se Maquir se casou com Maaca antes ou depois de deixar o Egipto não nos é dito.
Maaca era irmã de Hupim e Shupim. (I Cró. 7:15)
CONTUDO E DE ACORDO COM A TRADIÇÃO JUDAICA, MANASSÉS TORNOU-SE MORDOMO DA CASA DE SEU PAI, E TERÁ AGIDO COMO
INTERMEDIÁRIO ENTRE JOSÉ E OS SEUS IRMÃOS.

A TRIBO DE BENJAMIM

CENSO:
Durante o êxodo o número de homens de guerra na tribo está determinado em 35.400 e
no segundo censo em 45.600.
(Núm. 1:37; 26:41)
LOCALIZAÇÃO:
O seu lugar no acampamento era sob o estandarte de Efraim, juntamente com a tribo de
Manassés a oeste do tabernáculo.
ESTANDARTE DE TRIBO:
Segundo o Targum de Jónatas, o estandarte de Manassés tinha a figura de um
menino, com a inscrição: “A nuvem de Yahweh repousou sobre eles até que
saíram do acampamento.”

EM VIAGEM:
Núm. 2:24: “Todos os que foram contados no exército de Efraim (Benjamim e Manassés)
foram cento e oito mil e cem, segundo os seus esquadrões; e estes marcharão em terceiro
lugar.”
REPRESENTANTES:
No Sinai, o príncipe da tribo era Abidã, filho de Gideoni. (Núm. 2:22)
Entre os espias a tribo era representada por Palti o filho de Rafu. (Núm. 13:9)
32
TERRITÓRIO:
O limite a norte ia para oeste desde Rio Jordão por Betel e mais abaixo
a Sul por Bete-Horon.
O limite ocidental neste ponto era Quiriate-Jearim.
A fronteira meridional corria para leste até um ponto norte do Mar
Morto e o limite leste era o Rio Jordão. (Josué 18:11-20)
As principais cidades nesta região montanhosa, mas fértil eram:
Jerusalém, Jericó, Betel, Gibeão, Gibeá, e Mispa. (Josué 18:21-28)
NOTAS INTERESSANTES:
Saul, o primeiro rei de Israel, era Benjamita, e os Benjamitas apoiaram Saul contra David.
(II Sam. 2:9 e 15; I Cró. 12:29)
Embora os Benjamitas continuassem a demonstrar alguma intranquilidade ao longo do
reinado de David (II Sam. 20:1; Sal. 7), a maioria da tribo permaneceu leal para com a casa
de David e veio a fazer parte do reino sul, de Judá, quando Israel foi dividido em duas
nações. (I Reis 12:21; Esdras 4:1)
Saulo de Tarso que depois da conversão na estrada de Damasco se tornou no apóstolo
Paulo era Benjamita. (Fil. 3:5)
Assim como Benjamim foi o último filho de Jacob, também a sua tribo é a ultima a ser
nomeada por João no relato da selagem dos 144.000. (Apo. 7:8)

BENJAMIM – O HOMEM
Do Hebraico “Binyāmîn” – "FILHO DA MINHA MÃO DIREITA".
Ou Benoni – "FILHO DA MINHA DOR", nome que o pai mudou.
O seu parto teve lugar na estrada a pequena distância de (Efrata) Belém.
Gén. 35:16-19: “E partiram de Betel; e havia ainda um pequeno espaço de terra para
chegar a Efrata, e deu à luz Raquel, e ela teve trabalho em seu parto. E aconteceu que, tendo
ela trabalho em seu parto, lhe disse a parteira: Não temas, porque também este filho terás. E
aconteceu que, saindo-se-lhe a alma (porque morreu), chamou-lhe Benoni; mas seu pai
chamou-lhe Benjamim. Assim morreu Raquel, e foi sepultada no caminho de Efrata; que é
Belém.”
O filho mais novo de Jacob, terá sido o único nascido na Palestina.
Nada mais se encontra escrito acerca de Benjamim até à ocasião em que os seus irmãos
foram ao Egipto para comprar comida.
Jacob manteve-o em casa, pois disse:
Gén. 42:4: “Para que lhe não suceda, porventura, algum desastre.”
A forma como foi para o Egipto, o caso da taça de prata, etc., revelam um forte afecto
para com ele, da parte do seu pai bem como dos seus irmãos.

O ARRAIAL DE DÃ
A TRIBO DE DÃ

CENSO:
Na época da migração para o Egipto, enquanto José ainda governava o Egipto, somente
um filho, Hussim, é atribuído a Dã. (Gén. 46:23)
No Êxodo, a tribo de Dã recenseou 62.700 homens de guerra (Núm. 1:39) e no segundo
censo haviam 64.400, ocupando por isso em ambos os censos o lugar de segunda maior
tribo.
LOCALIZAÇÃO:
A posição de Dã, era do lado norte do Tabernáculo, com Aser e Naftali.
ESTANDARTE DO ARRAIAL:
O “ESTANDARTE DE GUERRA” era branco e vermelho e a insígnia era a da águia, o grande
inimigo das serpentes.

33
Certamente e a ser verdade, dever-se-á sem dúvida ao facto de Jacob ter comparado Dã a
uma serpente. (Gén. 49:17)
ESTANDARTE DE TRIBO:
A insígnia que a Tradição Judaica atribui a esta tribo é a representada ao lado.

EM VIAGEM:
Núm. 2:31: “Todos os que foram contados no exército de Dã foram cento e cinquenta e
sete mil e seiscentos; estes marcharão em último lugar (quarto), segundo as suas
bandeiras.”
REPRESENTANTES:
O príncipe da tribo era Aiezer. (Núm. 1:12)
Entre os espias Dã foi representado por Amiel o filho de Gemali. (Núm. 13:12)
TERRITÓRIO:
A área reservada a Dã incluía as cidades de Aijalom, Ecrom, Elteque, e
Zorá na parte central ocidental de Canaã (Josué 19:40-46; 21:5, 23 e 24) e
estendendo-se até Jope no Mar Mediterrâneo.
Os Danitas, estavam impossibilitados de conquistar muito do território que
lhes tinha sido designado.
Os habitantes originais, os Amonitas, mantiveram os Danitas limitados na colina entre
Efraim e Benjamim.
Impossibilitados de conquistar o território a si destinado, alguns membros da tribo de Dã
migraram para longe, até ao extremo norte da Terra Prometida e conquistaram a cidade
isolada de Lésem, (dentro do território destinado a Naftali) a que chamaram Dã.
NOTAS INTERESSANTES:
Da tribo de Dã, Aoliabe era um dos sábios trabalhadores, inspirados para se ocupar da
construção do tabernáculo. (Êxo. 31:6)
Um filho de uma danita foi apedrejado por ter blasfemado. (Lev. 24:10)
Na cerimónia de bênção, Dã e Naftali estiveram no Monte Ebal, enquanto as tribos que
descendiam de Raquel estavam no Monte Gerizim. (Deut. 27:13)
Sansão era desta tribo. (Juí. 13:2)
Aparentemente, Dã estava entre as tribos que eram menos corajosas entre as tribos
israelitas.
A Canção de Débora que celebra a vitória Israelita sobre o rei cananeu Jabim e o poderoso
general Sísera reprova as tribos de Gileade, Dã, e Aser.
De Dã, indagou Débora: "por que se deteve nos navios?" (Juí. 5:17)
A aparente falta de interesse por parte de Dã em ajudar as outras tribos, pensa-se que
seria por Dã estar situada no extremo norte de Israel, (aqueles que tinham emigrado e se
tinham estabelecido em Lésem) tendo maior relacionamento com os seus vizinhos
estrangeiros ao norte do que com as outras tribos de Israel.
Dã não é mencionada na selagem dos 144.000.

DÃ – O HOMEM
Do Hebraico “Dahn” – "O JUIZ".
Ou do Hebraico Tiberiano “Dān”
Quinto filho de Jacob e primeiro de Bila, a serva de Raquel.
Na ocasião do seu nascimento, Raquel, sendo estéril proclamou:
Gén. 30:6: “Então disse Raquel: Julgou-me Deus, e também ouviu a minha voz, e me deu
um filho; por isso chamou-lhe Dã.”
Dã era irmão legítimo de Naftali.
Sobre vida de Dã nada se encontra registado.
Na bênção de Jacob no seu leito de morte este deu instruções que indicam claramente que
Dã e os outros filhos das servas manteriam a sua posição familiar juntamente com os outros
filhos, tendo direito legal a uma porção da herança familiar.
De Dã foi dito: “Dã julgará o seu povo.” (Gén. 49:16)

34
A TRIBO DE ASER

CENSO:
Na época da migração para o Egipto, enquanto José ainda estava na regência do Egipto a
sua família prosperou e no Êxodo a tribo da Aser contava com 41.500 homens com mais
de 20 anos de idade. (Núm. 1:41)
No segundo censo o número sobe para 53.400. (Núm. 26:47)
LOCALIZAÇÃO:

35
Aser acampava a norte do Tabernáculo com as tribos de Dã e Naftali.
ESTANDARTE DE TRIBO:
O estandarte indicado pela Tradição Judaica como sendo o pertencente à tribo
de Aser encontra-se aqui reproduzido.

EM VIAGEM:
Núm. 2:31: “Todos os que foram contados no exército de Dã (Naftali e Aser) foram cento e
cinquenta e sete mil e seiscentos; estes marcharão em último lugar (quarto), segundo as
suas bandeiras.”
REPRESENTANTES:
O príncipe da tribo era Pagiel filho de Ocrã. (Núm. 2:27)
TERRITÓRIO:
O território de Aser estendia-se até ao limite do norte da Palestina; o limite
meridional era a tribo de Manassés e as montanhas do Monte Carmelo.
Como limite a Oeste, o Mar Mediterrâneo e a Este Naftali.

NOTAS INTERESSANTES:
Os Aseritas nunca conseguiram expulsar os habitantes dos lugares altos fenícios, como
Tiro, Sidom, e Aco (Juí. 1:31-32), que faziam parte do seu território.
Ana, a profetisa, viúva há 84 anos ou de 84 anos de idade (os teólogos dividem-se) e que
estava presente aquando da apresentação de Jesus no Templo, era da tribo de Aser. (Luc.
2:36)
A quarta tribo a ser nomeada por João na sua visão dos 144.000 é a de Aser.

ASER – O HOMEM
Do Hebraico “Ash'air” – "FELICIDADE".
Aser foi o oitavo filho de Jacob e segundo de Zilpa, serva de Lia.
Gén 30:12-13: “Depois deu Zilpa, serva de Lia, um segundo filho a Jacob. Então disse Lia:
Para minha ventura; porque as filhas me terão por bem-aventurada; e chamou-lhe Aser.”
O irmão legítimo de Aser era Gade. (Gén. 35:26)
Sobre si nada mais é mencionado.

A TRIBO DE NAFTALI

CENSO:

36
Quando foram para o Egipto, Naftali tinha quatro filhos, Jazeel, Guni, Jezer e Silém. (Gén.
46:24; I Cró. 7:13)
No primeiro censo tinha 53.400 (Núm. 1:43), sendo a sexta maior tribo.
O número diminuiu durante a jornada pelo deserto, e no segundo censo haviam 45.400
homens adultos sendo agora oitavo na ordem das tribos. (Núm. 26:50)
LOCALIZAÇÃO:
Naftali acampava do lado norte do Tabernáculo juntamente com Dã e Aser. (Núm. 2:25-31)

ESTANDARTE DE TRIBO:
O estandarte, de acordo com tradição judaica, (Targum de Jónatas) era uma
serpente, ou basilisco, com a inscrição: "Retorna ó Yahweh para os muitos
milhares de Israel."
Contudo é apresentada a imagem aqui reproduzida como sendo a insígnia da
tribo.

EM VIAGEM:
Núm. 2:31: “Todos os que foram contados no exército de Dã foram cento e cinquenta e
sete mil e seiscentos; estes marcharão em último lugar (quarto), segundo as suas
bandeiras.”
REPRESENTANTES:
O príncipe da tribo era Aira filho de Enã. (Núm. 2:29)
Entre os espias a tribo foi representada por Nabi, filho de Vofsi. (Núm. 13:14)
TERRITÓRIO:
Junto com Aser, Naftali era a tribo mais a norte de Israel e ocupava uma tira
longa e estreita de terra, aproximadamente 74 quilómetros de norte a sul e
15 de leste a oeste.
Naftali era uma zona montanhosa (Josué 20:7) e muito fértil.
Entre as cidades fortificadas dentro dos limites da tribo incluíam-se: Ramá,
Hazor, Quedes, Irom, e Bete-Anate. (Josué 19:36-38)
As três cidades dadas aos Levitas por Naftali eram Quedes, (uma cidade de refúgio),
Hamote Dor e Cartã. (Josué 21:32)
NOTAS INTERESSANTES:
Na cerimónia de bênção e maldição, Dã e Naftali estavam no Monte Ebal, enquanto as
outras tribos dos descendentes de Raquel estavam no Monte Gerizim. (Deut. 27:13)
A tribo de Naftali não expulsou de todo os cananeus, mas recebeu deles tributo.
Baraque, de Quedes (Naftali) foi um grande herói desta tribo. (Juí. 4:6)
Naftali respondeu à chamada de Gideão. (Juí. 6:35; 7:23)
Quando Is-Bosete, filho de Saul ainda reinava, (II Sam. 2:10) vieram 37.000 guerreiros de
Naftali, conduzidos por 1000 capitães, para depor Saul e entregar os destinos do reino a
David. (I Cró. 12:34)
Depois da divisão de Israel, Naftali, que fazia parte do Reino do Norte, foi saqueada pelo
rei sírio Ben-Hadade. (I Reis 15:20)
Foi também a primeira tribo a ser capturada pelos assírios, sob o comando de Tiglate-
Pileser III. (II Reis 15:29)
Isaías profetizou que, um dia, a terra de Naftali, “A Galileia dos gentios”, veria uma
grande luz. (Isa. 9:1-7)
Na terra de Naftali Jesus passou uma grande parte da Sua vida pública, as localidades de
Genesaré, Betsaida, Cafarnaum e Corazim estavam todas dentro dos seus limites. (Mat.
4:15)
Segundo o relato de João a tribo de Naftali é a 5ª a ser citada na selagem dos 144.000.
(Apo. 7:6)

A TRADIÇÃO JUDAICA, AFIRMA QUE NAFTALI ERA UM RÁPIDO CORREDOR.


SEGUNDO AS MESMAS FONTES ELE SERIA UM DOS 5 JOSÉ ESCOLHEU PARA
IRMÃOS A QUEM REPRESENTAR A FAMÍLIA DE
JACOB FARAÓ.
NA PRESENÇA DE
É INDICADO QUE MORREU COM 132 ANOS.
(TESTAMENTO DOS DOZE PATRIARCAS, VIII. 1,1)

37
NAFTALI – O HOMEM
Do Hebraico “Naf'tali” – "TENHO LUTADO".
Ou do Hebraico Tiberiano “Nap̄tālî” – “MINHA LUTA”
Gén. 30:7 e 8: “E Bila, serva de Raquel, concebeu outra vez, e deu a Jacob o segundo filho.
Então disse Raquel: Com grandes lutas tenho lutado com minha irmã; também venci; e
chamou-lhe Naftali.”
Sexto filho de Jacob, Naftali foi o segundo filho de Bila, a serva de Raquel, sendo portanto
irmão legítimo de Dã.
A fertilidade de Lia era uma dura prova para a sua irmã estéril, Raquel.
Esta tinha obtido as crianças através da sua serva segundo os costumes da época que
consideravam os filhos das servas como sendo das patroas destas.
O nome Naftali, dado a este filho, foi uma homenagem à sua vitória.
Ela declarava desta forma ter obtido o favor e a bênção de Deus.
Da história pessoal de Naftali, não sabemos nada, até à altura em que Jacob está a
abençoar os doze patriarcas.
O seu nome só é mencionado nas duas listas. (Gén. 35:25; 46:24)

SINAIS DA PRESENÇA ORIENTADORA DE DEUS

38
Uma das certezas mais maravilhosas que Israel tinha no deserto era o sinal visível da
presença de Deus, manifestado de forma notável:
A nuvem de dia e A Coluna de Fogo à noite.
Composto, como já vimos por cerca de dois milhões de pessoas que viviam num deserto
estéril e perigoso, o acampamento israelita devia estender-se por vários quilómetros na
direcção dos quatro pontos cardeais.
Sem meios de comunicação instantânea e directa, com excepção do “shofar” e das duas
trombetas de prata, era necessária uma forma que permitisse que todos soubessem quando
deveriam partir, e para onde, bem como, também quando deveriam parar.

A NUVEM
Núm. 9:15-23: “No dia em que foi erigido o tabernáculo, a nuvem o cobriu, a saber, a
tenda do Testemunho; e, à tarde, estava sobre o tabernáculo uma aparência de fogo até à
manhã. Assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de
fogo. Quando a nuvem se erguia de sobre a tenda, os filhos de Israel se punham em
marcha; e, no lugar onde a nuvem parava, aí os filhos de Israel se acampavam.
Segundo o mandado do SENHOR, os filhos de Israel partiam e, segundo o mandado
do SENHOR, se acampavam; por todo o tempo em que a nuvem pairava sobre o
tabernáculo, permaneciam acampados. Quando a nuvem se detinha muitos dias sobre o
tabernáculo, então, os filhos de Israel cumpriam a ordem do SENHOR e não partiam. Às vezes,
a nuvem ficava poucos dias sobre o tabernáculo; então, segundo o mandado do SENHOR,
permaneciam e, segundo a ordem do SENHOR, partiam. Às vezes, a nuvem ficava desde a
tarde até à manhã; quando, pela manhã, a nuvem se erguia, punham-se em marcha; quer de
dia, quer de noite, erguendo-se a nuvem, partiam. Se a nuvem se detinha sobre o
tabernáculo por dois dias, ou um mês, ou por mais tempo, enquanto pairava sobre
ele, os filhos de Israel permaneciam acampados e não se punham em marcha; mas,
erguendo-se ela, partiam. Segundo o mandado do SENHOR, se acampavam e,
segundo o mandado do SENHOR, se punham em marcha; cumpriam o seu dever para
com o SENHOR, segundo a ordem do SENHOR por intermédio de Moisés”.
Nem sempre a direcção indicada pelo Senhor a Israel por meio da nuvem visível ia pelos
melhores caminhos.

39
Também Jeremias regista que o povo foi guiado por Deus:
Jer. 2:6: “através do deserto, por uma terra de ermos e de covas, por uma terra de
sequidão e sombra de morte, por uma terra em que ninguém transitava e na qual não morava
homem algum”.

A NUVEM = MOVIMENTO, PROTEÇÃO E DIREÇÃO


Êxodo 40.34-38: “Então a nuvem cobriu a tenda da congregação, e a glória do Senhor
encheu o tabernáculo. Moisés não podia entrar na tenda da congregação, porque a nuvem
repousavam sobre ela, e a glória do Senhor enchia o tabernáculo. Quando a nuvem se
levantava de sobre o tabernáculo, os filhos de Israel caminhavam avante em todas as suas
jornadas, mas se a nuvem não se levantava, não caminhavam até o dia em que ela se
levantava. Assim, a nuvem do Senhor estava de dia sobre o tabernáculo, e o fogo estava de
noite sobre ele, perante os olhos de toda a casa de Israel, em todos as suas jornadas”.
Sal. 78:14: “De dia os guiou como uma nuvem, e toda a noite, com um clarão de fogo.”
Sal. 99:7a: “Na coluna de nuvem lhes falava, eles guardavam os seus testemunhos e os
estatutos que lhes dera.”
Deus é dinâmico e é fundamental que os cristãos se movam, progredindo.
Para Moisés:
Êxo. 33:14 e 15: “Então Moisés lhe disse: Se a tua presença não for connosco, não nos
faça subir deste lugar”.
Para Rute, Noemi representava a direcção de Deus, a fonte de revelação de Deus:
Rute 1:16 e 17: “Porém Rute respondeu: não me instes para que te deixe, e me obrigues a
não seguir-te. Aonde quer que fores irei, e onde quer que pousares, ali pousarei. O teu povo
será o meu povo, e o teu Deus será o meu Deus. Onde quer que morreres, morrerei eu, e ali
serei sepultada. Faça-me o Senhor o que bem lhe aprouver, se outra coisa que não seja a
morte me separar de ti.”
Para Eliseu, Elias representava o mover de Deus:
II Reis 2:2, 4 e 6: “Disse Elias a Eliseu: Fica-te aqui; o Senhor me enviou a Betel. Porém
Eliseu disse: tão certo como vive o Senhor, e vive a tua alma, não te deixarei. … Então Elias lhe
disse: Eliseu, fica-te aqui, o Senhor me enviou a Jericó. Porém ele disse: Tão certo como vive o
Senhor, e vive a tua alma, não te deixarei. … Então Elias lhe disse: Fica-te aqui; o Senhor me
enviou ao Jordão. Mas ele disse: tão certo como vive o Senhor, e vive a tua alma, não te
deixarei. Assim ambos foram juntos."
A nuvem representa a Glória de Deus que é vista no meio do Seu povo, quer seja no
deserto, quer seja no Tabernáculo de Moisés, ou mesmo ainda no Templo de Salomão, na visão
do profeta Ezequiel e também no Apocalipse de João.
A palavra glória no grego do Novo Testamento é “doxa” que significa reputação,
integridade, peso de carácter, quando fala de Deus, diz do que Ele é.
No Velho Testamento a palavra em hebraico é “kãbhôdh” que significa peso e dignidade.
Mas existe aqui uma questão mais profunda do que o aonde e o quando ir.
A presença da nuvem durante o dia, protegendo do calor tórrido do deserto, e da coluna
de fogo à noite minimizando o frio que é natural nestas regiões de grande amplitude térmica,
era, também por isto, um constante e poderoso aviso da presença permanente de Deus.
Núm. 9:16: “assim era de contínuo: a nuvem o cobria, e, de noite, havia aparência de
fogo”.
Não importava onde estivessem, que provas enfrentassem, com que inimigos se
defrontassem, lá, pairando no céu, estava um marcador visível da presença de Deus entre
eles.

40
O SHOFAR

‫ שופר‬- Originalmente em hebraico "shofar"


É considerado um dos instrumentos de sopro mais antigos.
Apenas a flauta de pastor, chamada “Ugav” na Bíblia, tem menções pela mesma época.
O “shofar” não produz sons delicados como o clarim moderno, a trombeta ou outros
instrumentos de sopro, mas para os Judeus, o “shofar” era um instrumento sagrado.
Na altura da travessia do deserto o “shofar” era usado em ocasiões solenes.
A palavra “shofar” é mencionada pela primeira vez na Bíblia aquando da revelação Divina
no Monte Sinai:
Êxo. 19:16: “E aconteceu que, ao terceiro dia, ao amanhecer, houve trovões e relâmpagos
sobre o monte, e uma espessa nuvem, e um sonido de buzina “shofar” mui forte, de maneira
que estremeceu todo o povo que estava no arraial."
O “shofar” era também tocado durante as batalhas contra os inimigos.
O “shofar” era feito do chifre de um animal, “casher”, considerado limpo mas qualquer
chifre poderia ser usado exceptuando os de vaca ou touro pois estes chifres em hebraico são
“keren” e não “shofar”.
De uma forma geral e de preferência o “shofar” seria feito de chifre de carneiro talvez
lembrando aquele que Deus providenciou para tomar o lugar de Isac (Yitschac em hebraico).
O shofar emitia três sons característicos:

41
1) “Tekiá” – Um som continuo como um suspiro longo.
2) “Shevarim” – Três sons interrompidos como soluços.
3) “Teruá” – Nove, ou mais, sons curtíssimos como
suspiros entrecortados, como prantos.
Existia ainda um último toque após as diversas sequências e que os estudiosos são
unânimes em aceitar como “Tekiá Guedolá” – “O GRANDE TOQUE”.
Este toque seria não um soluço, suspiro ou lamento, antes sim um grito de triunfo e
alegria.
TRADIÇÃO JUDAICA
DE ACORDO COMMAIMÓNIDES A MENSAGEM DO SHOFAR É:
“ACORDAI DO VOSSO SONO E LEMBRAI-VOS DO CRIADOR TORNANDO A ELE.
NÃO SEJAIS DAQUELES QUE PERDEM A REALIDADE DE VISTA PERSEGUINDO SOMBRAS OU ESBANJAM ANOS E ANOS BUSCANDO COISAS
VÃS. OLHAI PARA VÓS E CONSIDERAI OS VOSSOS ACTOS. DEIXAI OS CAMINHOS DO ERRO E OS MAUS PENSAMENTOS ANTES VOLTANDO
A DEUS PARA QUE ELE TENHA MISERICÓRDIA DE VÓS”.

AS TROMBETAS DE PRATA
There is a great deal about trumpets in the Bible: indeed the word occurs about a hundred
timeHá muita matéria sobre as trombetas na Bíblia.
Na verdade a palavra aparece cerca de uma centena de vezes. This suggests that God has
something to say to us on this subject, especially to His servants.
Isto sugere que Deus tem algo a dizer-nos sobre este assunto. This is our privilege as
ministers of Christ, to sound forth the clear message of salvation like silver trumpets.
We notice that the material used for these trumpets was silver which, in Old Testament
symbolism, denotes redemptiNotemos que o material utilizado para estas trombetas era a
prata cujo simbolismo, no Antigo Testamento era redenção. This suggests that God's message
to man is about redemption, but it also means that no one can be God's trumpet unless he
himself is redeemed.
Isto aponta para que a mensagem de Deus para o homem é sobre redenção, mas também
significa que ninguém pode ser arauto de Deus a menos que seja redimido por Ele. The
trumpets were made of solid silver, which means that they were the embodiment of the
spiritual reality of redemption. These things, then, should characterise every one who would be
a messenger of God to otWhen the Israelites were redeemed by God from their bondage in
Egypt, the result was that not one ox was left in the land
The trumpets were two in numAs trombetas eram duas. This surely stresses their devotion
to witnessing.
Na Bíblia a palavra de uma pessoa sozinha não era suficiente. It had to be confirmed and
corroborated by a second reliable witness before it could be valid. "At the mouth of two
witnesses... shall every word be established" (2 Corinthians 13:1).
Deveria ser confirmada e corroborada por uma segunda testemunha confiável para poder
ser válida. (II Cor. 13:1)
Dois é o aceitável para Deus. As many more as you like, but no less than two.
Foi assim com as tábuas da Lei. (Deut. 9:10)
De igual modo, as bases de prata para as tábuas do tabernáculo, tinham que ser duas
para cada placa. (Êxo. 26:19)God wishes to have everything ratified and confirmed in an
unmistakable way where His testimony is concerned.
Também os querubins eram dois. (Êxo. 25:18)
Igualmente o peitoral e o éfode se encontram recheados de pares na sua confecção . (Êxo.
28: 7, 9, 11, 12, 14, 24, 25, 26 e 27)
No novo testamento duas serão também as “testemunhas que profetizarão por mil
duzentos e sessenta dias”, (Apo. 11:3) bem como duas são as oliveiras e dois os castiçais vistos
por João. (Apo. 11:4)

42
This matter is taken up by the apostle Paul in the passage about trumpets where he
writes: "If the trumpet give an uncertain voice, who shall prepare himself for war?"Esta matéria
é retomada pelo apóstolo Paulo na passagem sobre trombetas onde ele escreve:
I Cor. 14:8: Unhappily there is far too much indefiniteness and uncertainty about some
Christian witness tod “Se a trombeta der sonido incerto, quem se preparará para a guerra?”
Voltando às trombetas de prata, eram feitas de “obra batida”, cada uma forjada a partir
de um pedaço de metal. (Núm. 10:2)
Eram semelhantes a longos tubos, alargando-se numa das pontas. (1 CORINTHIANS
14:8). UNHAPPILY THERE IS FAR TOO MUCH INDEFINITENESS AND UNCERTAINTY ABOUT SOME
CHRISTIAN WITNESS TODAY.

IT IS HELPFUL TO CONSIDER THE PURPOSE OF THESE SILVER TA


UTILIZAÇÃO DAS TROMBETAS DE PRATA
1) 1CONVOCAR (Núm. 10:3)
In the first place they were to be used to call an assembly togetherEm primeiro lugar, elas
eram usadas para chamar a assembleia no seu todo. Here were instruments to establish the
relatedness, the oneness, of the fellowship together of God's people.
Neste contexto eram utilizadas como instrumentos para estabelecer a ligação do povo de
Deus. We should have a unifying effect on our fellow believers, avoiding anything which could
tend to scatter or divide the people of God.
Deveríamos, nós hoje ter um efeito unificador junto dos nossos irmãos, evitando-se tudo o
que possa provocar a dispersão ou dividir o povo de Deus.It is a great ministry to bring the
Lord's people together.2
2) TA ORDEM DE MARCHA (Núm. 10:5)
We find that the trumpets were used for the ordering of the life and movement of IsraelÉ
interessante notar que as trombetas de prata estavam junto à nuvem de glória (Shekinah), que
repousava sobre o tabernáculo.
Trabalhavam juntos. The pillar of cloud and fire provided guidance for God's people, and
when Israel was in right relationship with Him, then the guidance was always towards the land
of promise.
A coluna de nuvem e fogo servia de orientação para o povo de Deus.
Assim, quando era hora de o povo a avançar, as trombetas soavam para dar ordem à
marcha, trazendo-os cada vez mais e mais perto da riqueza espiritual e da plenitude que eram
os objectivos de Deus para o povo.
In this way we see that the trumpets proclaimed God's great purpose for His redeemed
peopDesta forma, vemos que as trombetas proclamavam o grande propósito de Deus para o
Seu povo redimido.
3) The trumpet note cannot be sounded too strongly in this connection nor too clearly,
for we are called with a great divine purpose which God formulated before the
world wa3TPARA CHAMAR PARA A GUERRA (Núm. 10:9)
They were also to sound the summons to warElas também eram utilizadas como
convocação para a guerra.
O texto parece sugerir que o próprio Senhor tinha que ouvir o alarme da trombeta, e
quando Ele ouvia, prestava uma redobrada atenção ao Seu amado povo enviando-lhes a
salvação nos confrontos com os seus inimigos.Perhaps this note is as much needed as any, for
every Christian is intended to be involved in spiritual warfare.
As trombetas de prata, tal como então, chamam-nos hoje a ser bons soldados de Jesus
Cristo.
We must realise that we have a part in the Lord's battles and that these will go on to the
very end.Temos de aprender a reagir ao toque de reunião da trombeta de resgate.
4) It calls us to victory, for the words seem to suggest that the Lord Himself would
listen for the trumpet alarm and when He heard it, would remember His beloved
people and send them salvation from their enem4To Express Praise (vPARA
LOUVAR (Núm. 10:10)
The fourth purpose was simply the trumpeting of praise to God on feast days and special
occasions of rejoicing. Salvation is a feast, and is often so described in the GospelO quarto
objectivo era simplesmente a convocação do povo para o louvor a Deus nos dias de festa e
ocasiões especiais de regozijo.
A salvação é muitas vezes descrita nos Evangelhos como uma festa. Our testimony to the
world around us should always be bright and clear.

43
Para nós, então, todos os dias deveriam ser dias de festa, dias de alegria. There is no time
when we should not be sounding the silver trumpets of redemption as we remember Christ and
rejoice in His saving grace.
Não existe um momento em que não devam soar para nós as trombetas de prata para nos
lembramos de Cristo e nos alegrarmos na Sua graça salvadora.
Significativamente as últimas palavras desta passagem são:
Núm. 10:10 Excerto: “Eu sou o Senhor vosso Deus”.
O som de trombeta que devemos querer realmente ouvir, e o porquê encontram-se aqui:
I Cor. 15:52: Num momento, num abrir e fechar de olhos, ante a última trombeta; porque
a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados.

O LUGAR DA MORADA DE DEUS

PLANTA DO TABERNÁCULO
OBS.: 1 FEET = 33,3 CENTÍMETROS; PORTANTO O TABERNÁCULO TINHA 25 METROS DE FRENTE E 50 METROS DE FUNDO,
SENDO QUE O LUGAR SANTO TINHA 5 METROS DE FRENTE E 10 METROS DE FUNDOS E O LUGAR SANTÍSSIMO TINHA 5 METROS DE
CADA LADO.

A importância dos capítulos do Êxodo que tratam do Tabernáculo é bem expressa por
Witsius, teólogo alemão do Séc. XVII, quando escreveu:
"Deus criou o mundo inteiro em seis dias, mas usou 40 dias para instruir Moisés sobre o
Tabernáculo.
Pouco mais do que um capítulo da Bíblia foi necessário para descrever a estrutura do
mundo, mas para o Tabernáculo foram usados seis."
Embora a maioria dos evangélicos reconheça a importância do Tabernáculo, ao longo da
história da igreja há pouca concordância a respeito da sua interpretação.

44
Ao longo dos séculos muitas pessoas têm procurado encontrar o significado do
tabernáculo de seu ponto de vista simbólico.
Já no período helénico eram feitas tentativas para entender a função do tabernáculo do
Velho Testamento como algo basicamente simbólico.
Pela linguagem bíblica torna-se evidente a razão pela qual esta interpretação parecia uma
coisa tão natural.
Logo à partida, a dimensão do tabernáculo e todas as suas partes reflectem um projecto
cuidadosamente planeado e um conjunto harmonioso.
As diversas partes, o Lugar Santo, a tenda, o átrio todos têm numa relação exacta.
O uso dos metais (o ouro, a prata e o cobre Êxo. 35:5) é cuidadosamente seleccionado de
acordo com a proximidade do Santo dos Santos ou Lugar Santíssimo.
Da mesma forma, cores específicas mostram ter uma relação íntima com a sua finalidade,
quer o branco, o azul, púrpura ou carmesim. (Êxo. 35:6)
Há igualmente um refinamento na qualidade dos tecidos usados, proporcional à referida
proximidade.
Finalmente, uma ênfase especial é colocada na posição e na orientação adequadas, com o
lado oriental ocupando o lugar de honra.
Os primeiros intérpretes não tinham dúvida de que a importância do tabernáculo se
encontrava no seu simbolismo oculto, e o que estava em jogo era justamente decifrar o seu
significado.
Para Philo (filósofo grego contemporâneo de Jesus Cristo que viveu entre 20 a.C. e 50 d.C.
e que tentou articular a filosofia com os rituais judaicos), nada de novo debaixo do sol,
declarando por exemplo que o tabernáculo era uma representação do universo, a tenda
significava o mundo espiritual, e o átrio o reino material.
Além disso, as quatro cores significavam os quatro elementos, o candelabro com as suas
sete lâmpadas, os sete planetas, e os doze pães da proposição os doze signos do Zodíaco e/ou
os doze meses do ano.
Orígenes, (em grego ριγένης, (185 — 253 d.C.) foi um teólogo e prolixo escritor cristão.
Nasceu em Alexandria, Egipto, e faleceu, segundo alguns dados em Cesareia, na actual
Palestina ou, mais provavelmente, segundo outras fontes, em Tiro) na sua nona “Homilia de
Êxodo”, faz referência à abordagem de Philo, mas depois toma outro rumo.
Ele via o tabernáculo como indicação do mistério de Cristo e da sua igreja.
As suas analogias morais em termos das virtudes da vida cristã, a fé comparada ao ouro, a
pregação da palavra à prata, a paciência ao bronze, foram estudadas e aperfeiçoadas ao longo
dos anos da Idade Média.
O problema com as tentativas de se interpretar o tabernáculo simbolicamente é que não
há linhas de direcção cuja aceitação seja universal ou padrões que determinem qualquer tipo
de correspondência espiritual entre as partes do tabernáculo e qualquer outra coisa.
Por isso os “significados espirituais” nunca tiveram consenso entre os diversos
intérpretes.
Ao iniciar o estudo do tabernáculo, a intenção era interpretar e aplicar de forma directa os
textos que se lhe referem.
Uma vez que ambos, o edifício do tabernáculo e o edifício da igreja, podem ser pensados
como lugares de reunião dos santos, acho que poderíamos aprender muito sobre os edifícios
das igrejas do Novo Testamento através do estudo do edifício do tabernáculo do Velho
Testamento.
Creio que o tabernáculo nos dá alguns princípios que poderiam e deveriam nortear o nosso
entendimento sobre a finalidade da igreja.
Mas também esta abordagem tem sérios problemas.
Quererá isto dizer que todo este material no livro Sagrado, acerca do tabernáculo, não tem
nenhuma aplicação clara para nós?
Acho que não.
Deus teve sempre um lugar para morar no meio do Seu povo.
Primeiro foi no tabernáculo, e mais tarde, ainda no período de Velho Testamento, no
templo.
No período relatado nos evangelhos, Deus habitava (literalmente “tabernaculava”) entre o
Seu povo na pessoa do Seu Filho, o Senhor Jesus Cristo.
Actualmente, Deus habita na IGREJA.
Penso ser, portanto, fundamentado dizer que existem certos elementos comuns a todas as
maneiras pelas quais Deus habitou (ou habita) entre os homens.
Assim, a descrição do tabernáculo dá-nos a primeira revelação bíblica de como Deus
habitou entre os homens, e o que isto requer ou sugere à Igreja de hoje, na qual Deus habita.

45
Inicialmente iremos recapitular algumas das características do tabernáculo, tal como
descritas na Bíblia.

A TENDA

UM TIPO DE CRISTO
Deus acampa com o seu povo.
O plano de Deus sempre foi o de morar em nós e ser o nosso Deus.
Ele conduz-nos e fala-nos com a voz suave de um noivo que está apaixonado pela sua
noiva.
As bandeiras de cada tribo apontavam para a real bandeira de Deus, Jesus Cristo.
Ele é o nosso estandarte.

O Senhor é chamado: - “Jeová Nissi / O Senhor é a nossa bandeira”. (Êxo. 17:15)


Como o Levitas se levantavam entre o homem e Deus, assim Jesus Cristo se levanta entre
o homem e um Deus Santo, para ser um Mediador, e ser “Justiça nossa”.
Ele é nosso Pai, nosso Esposo e nosso Amigo.
João 17:22 e 23: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para que sejam um, como
nós somos um. Eu neles, e tu em mim, para que eles sejam perfeitos em unidade, e para que o
mundo conheça que tu me enviaste a mim, e que os tens amado a eles como me tens amado a
mim.”
João 6:28 e 29: “Disseram-lhe, pois: Que faremos para executarmos as obras de Deus?
Jesus respondeu, e disse-lhes: A obra de Deus é esta: Que creiais naquele que ele enviou.”
Heb. 7:22-25: “De tanto melhor aliança Jesus foi feito fiador. E, na verdade, aqueles
foram feitos sacerdotes em grande número, porque pela morte foram impedidos de
permanecer, mas este, porque permanece eternamente, tem um sacerdócio perpétuo.
Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a Deus, vivendo
sempre para interceder por eles.”
Ao fazer esta singela pesquisa deparei-me com dois factos incontestáveis:
A. Tudo o que é Bíblico é conciso claro objectivo e imutável.
B. Tudo o que vem da Tradição ou do apócrifo Targum de Jónatas, como podemos
constatar, é cheio de imprecisões quando não mesmo contradições.
Cada vez mais me orgulho de ser um filho do “Pai das luzes onde não há mudança nem
sombra de variação.” (Tiago 1: 17)
Depois de concluído este estudo questionei-me:
Se Deus e a Sua presença eram o centro de tudo porque não debruçarmo-nos um pouco
sobre a sua morada natural, a qual foi feita segundo as Suas ordens directas?
Animado com este espírito proponho-vos uma visita aos pormenores do Tabernáculo que
foi feito figura daquele que existe nos Céus para servir de habitação de Deus no meio do seu
povo durante a peregrinação deste.

A TIPOLOGIA
A Tipologia é a parte da teologia que estuda as conexões históricas entre determinados
factos, pessoas ou objectos do Antigo Testamento e sua aplicação profética no Novo
Testamento.
A palavra “tipologia” é de origem grega.
Deriva do substantivo “typos”, termo usado no mundo antigo para indicar:
A. A marca de um golpe.
B. Uma impressão, a marca feita por um cunho - daí o sentido de figura ou imagem.
C. Modelo ou padrão, que é o sentido mais comum na Bíblia.
Na Bíblia o modelo é usado com dois sentidos distintos:
46
1. A correspondência entre duas situações históricas, tais como Adão e Cristo. (Rom.
5:12-21)
2. A correspondência entre o padrão celestial e seu equivalente terrestre.
EXEMPLO:
O original divino representado pelo tabernáculo terrestre. (Actos 7:44; Heb. 8:5 e 9:24)
Há várias categorias de tipos:
a) pessoas - Adão, Melquisedeque, etc.
b) eventos – Dilúvio, Serpente de Bronze, etc.
c) instituições – Festas
d) locais - Jerusalém, Sião, etc.
e) objectos - Altar de holocaustos, incenso, etc.
f) Ocupações - Profeta, Sacerdote, Rei, etc.
“A tipologia bíblica, portanto, envolve uma correspondência análoga em que eventos,
pessoas e lugares anteriores na história da salvação tornam-se padrões por meio dos quais
eventos posteriores, pessoas, etc. são interpretados.” (G. R. Osborne)
Além dos conceitos acima mencionados, também existe o uso paralelo de figuras de estilo
(expressões), juntamente com os tipos, para indicar um exemplo moral a ser seguido.
Todos os crentes, enquanto tal, devem como modelo ou padrão de vida tudo o que se
assemelhe à de Cristo.
É relevante fazer uma distinção entre tipo e símbolo.
Embora ambos indiquem alguma coisa, diferem em pontos importantes.
• Símbolo é um sinal.
• Tipo é um modelo ou imagem de alguma coisa.
○ O símbolo refere-se a alguma coisa do passado, presente ou futuro.
○ O tipo prefigura sempre uma realidade futura.

Podemos resumir estes dois paralelos dizendo:


“O tipo é um facto que ensina uma verdade moral e prediz a realidade da mesma
verdade”. (Davidson)
É preciso dizer ainda que os tipos do Antigo Testamento eram ao mesmo tempo símbolos
porque comunicavam verdades espirituais aos seus contemporâneos, ou seja, o seu significado
simbólico podia ser entendido antes do seu significado tipológico ter acontecido.
Os Tipos tem origem histórica, mas são proféticos em natureza e assim sendo apontam
para alguma pessoa ou evento que estão por vir.
Todos eles apontam para o “Mashiach” = Messias.
Os judeus sabiam que o seu Messias era o “Haba” ou “O que vem” e todos os seus
profetas falaram d'Ele.
Agora nós, porém, podemos ver claramente como cada um dos tipos figurativos
apontavam para o Messias.
O Tipo é a pré-figuração do verdadeiro, que é chamado anti-tipo.
Por outras palavras, o tipo é uma sombra/figura que antecede o que virá a acontecer,
ou seja, aquilo para que apontava, o real (o anti-tipo).
Por isso o tipo acontece sempre no Antigo Testamento, apontando aí para o anti-tipo que
acontecerá, então no Novo Testamento, confirmando-o.

POR EXEMPLO:
José é tipo de Cristo, e Cristo é anti-tipo de José.
Vejamos o seguinte quadro comparativo:
ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO
JOSÉ JESUS
(TIPO) (ANTÍTIPO – HEB. 9:24)
A. Rejeitado pelos irmãos – (Gén. 37:4) A. Rejeitado pelos irmãos – (João 1:11)
B. Deixou a casa do pai – (Gén. 37:28) B. Deixou a casa do Pai –
(João 17:3, 5)
C. Foi vendido – (Gén. 37:27-28)
C. Foi vendido – (Mat. 27:9)
D. Foi tentado – (Gén. 39:7-12)
D. Foi tentado – (Mat. 4:1-11)
E. Esteve preso – (Gén. 39:20)
E. Esteve preso – (Mat. 26:47-56)
F. Governou – (Gén. 41:39-44)
F. Governou – (Isa. 9:6)
G. Salvou o povo – (Gén. 41:57)
G. Salvou o povo – (Mat. 1:21)

47
“...FIGURA E SOMBRA... DAS COISAS CELESTES”.
HEBREUS 8.5

VISÃO TIPOLÓGICA

ANTIGA ALIANÇA
i. Altar de Bronze
ii. Pia de Bronze
iii. Candelabro
iv. Mesa dos Pães
v. Altar do Incenso
vi. Véu
vii.Propiciatório (arca)
NOVA ALIANÇA
i. Cruz de Cristo – (Tito 2:14)
ii. Baptismo em Cristo – (Mat. 28:19)
iii. Cristo a Luz do Mundo – (João 9:5)
iv. Cristo o Pão da Vida – (João 6:48)
v. Orar em nome de Cristo – (João 15:16)
vi. Morte de Cristo – (Lucas 23:45)
vii.Cristo nossa propiciação – (I João 2:2)

Quem olha para o tabernáculo deve ver aí representados:

CRISTO
A IGREJA
O CRISTÃO
Cristo e o seu sacrifício expiatório são o centro de toda a obra redentora.

“PORQUE DECIDI NADA SABER ENTRE VÓS, SENÃO A JESUS CRISTO, E ESTE CRUCIFICADO”.
I COR. 2:2

O TABERNÁCULO
“E ME FARÃO UM SANTUÁRIO, E HABITAREI NO MEIO DELES”.
ÊXODO 25:8

48
O tabernáculo foi erigido sob a liderança de Moisés, no deserto.
E isto em conformidade com o modelo que lhe foi mostrado em visão, no monte Sinai.
O tabernáculo era o lugar permanente da presença de Deus entre o seu povo.
“E o meu tabernáculo estará com eles, e eu serei o seu Deus e eles serão o meu povo”.
(Eze. 37:27)
Por que estudar o tabernáculo?
Há quem duvide da necessidade de se estudar com maior profundidade os temas bíblicos
mais ligados ao povo de Israel.
Para alguns pode parecer ‘uma perda de tempo’ o debruçar-se sobre um assunto
permeado de particularidades tão complexas como o tabernáculo.
O argumento mais forte usado por estes baseia-se no facto de que o Antigo Testamento
teria uma ligação unilateral com a nação israelita, sendo a sua aplicação restrita ao período da
história de Israel.
Tal afirmação, no entanto, é absolutamente infundada, uma vez que a própria Bíblia
declara que “todas estas coisas sucederam como exemplo para nós” (I Cor. 10:6) e “estão
escritas para nossa admoestação”. (I Cor. 10:11)
O escritor aos Hebreus é ainda mais enfático quando declara que todos os detalhes do
tabernáculo são “figura e sombra das coisas celestiais”. (Heb. 3:5)
Há que ressaltar ainda que o tabernáculo está mencionado em 50 capítulos da Bíblia, no
Antigo Testamento e no Novo Testamento.
A expressão ‘a Tenda da Congregação’ que se refere ao tabernáculo aparece 144
vezes na Bíblia.
Isto leva-nos a deduzir que, sendo a Bíblia um livro inspirado por Deus, não se deve pôr a
hipótese de que um tema tão abundantemente mencionado possa ser considerado irrelevante
para a vida cristã.
Menosprezar o estudo do tabernáculo é desprezar a Bíblia, a palavra escrita, e o próprio
Cristo, a Palavra Viva.
João 5:39: “Examinai as Escrituras porque são elas que de mim testificam”.
Não há, em todo o Antigo Testamento, outro tema mais rico em figuras e símbolos a
respeito de Cristo do que o tabernáculo.
É simplesmente fascinante descobrir quanta riqueza espiritual se esconde por trás
daquela tenda no deserto e a sua relação com a vida de Cristo e da Igreja.
O objectivo do nosso estudo é justamente procurar evidenciar esta relação.

49
A IMPORTÂNCIA DE ESTUDAR O TABERNÁCULO

Muitas pessoas costumam perguntar:


“Por que estudar sobre o Tabernáculo de Moisés”?
“Por que devemos estudar o Antigo Testamento”?
O Novo Testamento apresenta várias evidências sobre a importância de se estudar o
Antigo Testamento.
Precisamos ter em mente que a igreja primitiva (Actos 2) não tinha nas mãos o Novo
Testamento.
O “novo testamento” deles estava implícito no Antigo Testamento.
Assim, pelo facto do cânon do N.T. não ter ficado completo na época da igreja primitiva, os
apóstolos recorriam continuamente aos escritos do Antigo Testamento para compreender tudo
o que Deus estava a operar entre eles.
Um estudioso desenvolveu uma relação bastante apropriada entre o Antigo e o Novo
Testamentos:
O NOVO ESTÁ CONTIDO NO ANTIGO – O ANTIGO É EXPLICADO NO NOVO.
O NOVO ESTÁ ESCONDIDO NO ANTIGO – O ANTIGO É REVELADO NO NOVO.
O NOVO ESTÁ IMPLÍCITO NO ANTIGO – O ANTIGO É ESCLARECIDO PELO NOVO.
Apresentarei a seguir algumas razões que justificam o estudo do Tabernáculo:
1. Porque todas “essas coisas ocorreram como exemplos (no grego, “tipos”) para nós e
foram escritas como advertência para nós, sobre quem tem chegado o fim dos tempos”. (I
Cor. 10:6 e 11)
2. Porque o próprio Cristo deu aos discípulos uma tríplice divisão das Escrituras quando
disse:
Luc. 24:44: “Era necessário que se cumprisse tudo o que a meu respeito está escrito na Lei
de Moisés, nos Profetas, e nos Salmos”.
A palavra “Tanakh” no hebraico, é a totalização dos livros do Antigo Testamento, e dessa
palavra temos o acróstico das três referências de Jesus (Lei, Profetas, Salmos), de Lucas
24:44.

50
T DE TORÁH = Lei, Pentateuco
N DE NEVI’IM = Profetas
K DE KETUVI’IM = Escritos

3. Porque a revelação do Tabernáculo de Moisés é parte integrante das Escrituras:


II Tim. 3:16: “Toda Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a repreensão,
para a correcção e para a instrução na justiça”.
4. Porque Jesus disse:
Mat. 5:17 e 18: “Não pensem que vim abolir a Lei ou os Profetas; não vim abolir, mas
cumprir. Digo-lhes a verdade: Enquanto existirem céus e a terra, de forma alguma
desaparecerá da Lei a menor letra ou o menor traço, até que tudo se cumpra”.
5. Porque:
“A lei era uma “sombra” (no grego “figura”) dos benefícios que hão de vir”. (Heb. 10:1)
O propósito da sombra é trazer-nos para a realidade, assim como o propósito da profecia é
levar-nos ao seu cumprimento.
É função do tipo revelar o antítipo.
A Lei corresponde à época da “sombra”, indicando-nos o que é real.
A sombra de um objecto não é algo real, apresenta apenas as formas do objecto que dá
origem à sombra.
6. Porque:
Heb. 8:5: “Eles (os sacerdotes) servem num santuário que é cópia e sombra daquele que
está nos céus”.
Heb. 9:23: “Portanto, era necessário que as cópias das coisas que estão nos céus fossem
purificadas com esses sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios
superiores”.
O santuário terreno era simplesmente uma cópia do santuário celestial.
7. Porque o Tabernáculo era também uma parábola.
Heb. 9:9: “Isso (o primeiro tabernáculo) é uma ilustração (no grego “parábola”) para os
nossos dias”.
Parábola é uma história ou narrativa usada como ilustração de uma verdade.
8. Porque todas as coisas no Tabernáculo eram tipos daquilo que estava por vir, até
mesmo o próprio Cristo.
Como Deus disse a Moisés:
Actos 7:44: “De acordo com o modelo (“tipo”) que ele tinha visto”.
9. Porque Jesus disse:
“No livro está escrito a meu respeito”. (Heb. 10:7 e Sal. 40:6-8)
Portanto o Tabernáculo, tendo o livro, é também uma profecia de Cristo.
10. Porque o princípio de Deus é:
I Cor. 15:46 e 47: “Não foi o espiritual que veio antes, mas o natural; depois dele, o
espiritual”.
II Cor. 4:18: “Nós olhamos para o natural, para o material, para o que é temporal, para as
coisas que se vêem, com o objectivo de descobrir, pelo Espírito, a verdade, que é espiritual
e eterna; coisas que não são compreendidas pela mente natural do homem”.
Para esclarecer melhor o que disse, veremos alguns exemplos de como Deus, na sua
sabedoria, usou coisas naturais do Antigo Testamento para revelar Cristo à Sua Igreja:
1) A rocha ferida, da qual Israel bebeu, apontava para Cristo. (I Cor. 10:1-4)
2) O maná que veio do céu apontava para Cristo. (João 6.55-58)
Não é difícil ver o maná como uma imagem do Senhor Jesus Cristo.
a) O maná era algo misterioso para Israel; a prová-lo está o facto de a palavra
maná no hebraico significar: “O QUE É?”. (Êxo. 16:15)
b) O maná descia do céu durante a noite, e Jesus veio ao mundo quando os
pecadores se encontravam em trevas morais e espirituais.
c) O maná era pequeno apontando para a humildade de Cristo.
d) O maná era redondo simbolizando a Sua eternidade.
e) O maná era branco indicando a Sua pureza.
f) O maná era adocicado (Sal. 34:8) e supria devidamente as necessidades do
povo.
g) O maná foi enviado a um povo rebelde sendo por isso uma dádiva da graça de
Deus.

51
Tudo o que precisavam fazer era humilhar-se (baixar-se) e aceitarem a dádiva
oferecida por Deus.
1) O cordeiro sacrificial da Páscoa tipificava o Cordeiro de Deus que tira o pecado do
mundo. (João 1:29)
RESUMO
Embora o Tabernáculo e os seus utensílios tenham deixado de existir, as verdades
espirituais e as realidades eternas tipificadas na habitação de Deus ainda permanecem, pois a
verdade é eterna.
Essa é uma das razões porque devemos estudar a revelação de Deus através do
Tabernáculo de Moisés.
Desta forma, o Tabernáculo apresenta-se como “o código secreto de Deus” para revelar
verdades a todos que o buscam de modo sincero e dedicado.
O Senhor Jesus Cristo é a chave hermenêutica para compreendermos o Tabernáculo de
Moisés.
Que o Espírito Santo permita que ao estudar o Tabernáculo de Moisés possamos tirar
ilações para a vida espiritual da “IGREJA” que somos todos nós.

“A GLÓRIA DE DEUS ESTÁ NAS COISAS ENCOBERTAS;


MAS A HONRA DOS REIS, ESTÁ EM DESCOBRI-LAS”.
PROVÉRBIOS 25:2

CAPÍTULOS DA BÍBLIA QUE FALAM DO TABERNÁCULO


VELHO TESTAMENTO
LIVRO CAPÍTULOS DESCRIMINAÇÃO DOS CAPÍTULOS
ÊXODO 15 25-31 E 33-40
LEVÍTICO 18 1-10, 12, 15, 16, 17, 21, 23, 24
E 26
NÚMEROS 13 1-5, 7-10, 16, 17, 19 E 31
DEUTERONÓMIO 02 16 E 31

NOVO TESTAMENTO
LIVRO CAPÍTULOS DESCRIMINAÇÃO DOS CAPÍTULOS
HEBREUS 04 7-10

TODA A BÍBLIA
LIVROS CAPÍTULOS A. T. N. T.
05 52 48 04
Quem olha para um desenho ou para uma maqueta do tabernáculo ou se defronta com a
descrição bíblica da “Tenda da Congregação”, não pode ver simplesmente uma tenda com
quase 5 metros de altura protegida por uma cortina de linho com 50 metros de fundo por 25
de frente.
O tabernáculo deve ser analisado sob 2 pontos de vista:
1. PASSADO – Visão Histórica
Analisado desta vertente, visava o fortalecimento da nação de Israel.
2. PRESENTE – Visão Tipológica
O Tabernáculo do ponto de vista do Cristão.
A sua aplicação à Igreja.
O apontar para Cristo.
52
Foi apresentada ao povo de Israel uma nova realidade:
NO EGITO ISRAEL TINHA: NO DESERTO ISRAEL TERIA:
a) Casas de tijolos. a) Tenda de pêlos de cabra.
b) Panelas de carne. b) Codornizes.
c) Melões, pepinos e cebolas. c) Maná do céu.
d) Água canalizada. d) Água da rocha.
e) Escravidão. e) Peregrinação.
f) Idolatria. f) Monoteísmo.
g) Templos pagãos. g) Tabernáculo.

O CENTRO DAS ATIVIDADES DOS ISRAELITAS


NÚMEROS 2:2-8 E APOCALIPSE 4:5-9

O tabernáculo seria o centro de todas as actividades dos israelitas.


Como já vimos, as tribos ficavam acampadas ao seu redor, assim distribuídas:

1º EXÉRCITO: ESTANDARTE REPRESENTADO PELA FIGURA DE UM LEÃO


TRIBO HOMENS
JUDÁ 74.600
ISSACAR 54.400
ZEBULOM 57.400
TOTAL 186.400

2º EXÉRCITO: ESTANDARTE REPRESENTADO PELA FIGURA DE UM

TRIBO HOMEM HOMENS


RÚBEN 46.500
SIMEÃO 59.300
GADE 45.650
TOTAL 151.450

3º EXÉRCITO: ESTANDARTE REPRESENTADO PELA FIGURA DE UM BOI


TRIBO HOMENS
EFRAIM 40.500
MANASSÉS 32.200
BENJAMIM 35.400

53
TOTAL 108.100

4º EXÉRCITO: ESTANDARTE REPRESENTADO PELA FIGURA DE UMA

TRIBO ÁGUIA HOMENS


DÃ 62.700
ASER 41.500
NAFTALI 53.400
TOTAL 157.600

CARACTERÍSTICAS DO TABERNÁCULO
1. O TABERNÁCULO FOI IDEALIZADO PARA SER FUNCIONAL.
Servia como lugar de encontro entre Deus e os homens, e desta forma ficou conhecido
como a “TENDA DA CONGREGAÇÃO”. (Êxo. 35:21)
Ter Deus tão próximo era uma coisa muito perigosa.
Quando Moisés suplicou a Deus para habitar no meio do Seu povo, Ele avisou-o de que isto
poderia ser fatal para um povo pecaminoso porquanto o Senhor tinha dito a Moisés:
Êxo. 33:5: “Dize aos filhos de Israel: És povo de dura cerviz; se por um momento eu subir no
meio de ti, te consumirei”.
Ora o tabernáculo resolveu o problema de haver um Deus santo a habitar no meio de um
povo pecaminoso através de duas medidas:
1.1. Uma das formas pelas quais o tabernáculo contribuiu para a resolução desse
problema foi pelo facto de ser portátil.
Deus tinha-Se revelado ao povo do cimo do Monte Sinai.
Quando o povo partisse do Sinai em direcção à terra prometida de Canaã, precisariam de
um local onde a presença de Deus pudesse ser manifestada.
Como o tabernáculo era uma tenda, este problema ficou solucionado.
1.2. O tabernáculo também foi por si só uma solução para o problema da coabitação
de um Deus santo com um povo pecador.
As cortinas da tenda, e, de forma particular o espesso véu que separava o Lugar Santo do
Lugar Santíssimo, serviam como separadores, digamos, como uma barreira divisória
entre Deus e o povo. (Heb.10:20)
Além disso o tabernáculo era santificado e separado como um lugar Santo.
O tabernáculo era de igual modo um lugar de sacrifício, para que os pecados dos
israelitas pudessem ser expiados.
Ainda que a solução fosse provisória facilitava a comunhão entre Deus e o Seu povo.
1. O TABERNÁCULO REVELAVA UMA FABULOSA RIQUEZA E BELEZA.
Mesmo uma leitura superficial do texto é suficiente para se perceber que o tabernáculo foi
um projecto muito caro.
Os estudos das medidas hebraicas feitos por Robert Balgarnie Young Scott (Old Testament
scholar 1899-1987) equiparam o talento a cerca de 64 libras, ou seja 29 kg e o siclo do
santuário equivale a sensivelmente 1/3 de uma onça, ou 9,7 gramas.
De acordo com estes cálculos estamos perante 862 kg de ouro, 2.923 kg de prata e 2.053
kg de bronze. (Êxo. 38: 24, 25 e 29)
O projecto envolveu não apenas materiais muito caros, mas esses mesmos materiais foram
ainda trabalhados de forma a criar grandes obras de arte pois Deus ordenou a Moisés que
construísse um tabernáculo de uma forma que envolvesse quase todas as formas de arte
representativa que os homens conheciam.
O tabernáculo e os seus utensílios foram concedidos aos israelitas tanto para “glória”
quanto para “beleza”. (Êxo. 28:2 e 40)
2. A CONSTRUÇÃO DO TABERNÁCULO ENVOLVEU TODO O POVO.
Todo o povo viria a beneficiar do tabernáculo, portanto foi permitido a todos participar na
sua construção, fosse através da doação de materiais, fosse pela habilidade no trabalho, ou
por ambos.
3. O TABERNÁCULO TESTEMUNHAVA O CARÁCTER DE DEUS.
A excelência do tabernáculo, tanto nos materiais como na mão-de-obra nele empregues, era
um reflexo da excelência de Deus. O tabernáculo também foi um lugar santo, porque nele
habitava um Deus santo. (Êxo. 30:37 e 38)
O tabernáculo, através da sua estrutura e finalidade, testificava a santidade de Deus.
Arão usava, numa placa de ouro maciço batido, a gravação: “SANTIDADE AO SENHOR”. (Êxo.
28:36)
54
Os sacerdotes foram alertados quanto aos cuidados a ter na própria execução do seu ofício:
“para que não morram”. (Êxo. 30:21)
As mortes de Nadabe e Abiú (Lev. 10:1) deixaram bem claro o quão severamente punida era
uma ofensa que fosse considerada ultrajante por Deus.
4. O TABERNÁCULO ERA COMPOSTO DE VÁRIOS ELEMENTOS.
Mas em tudo foi ressaltada a unidade:
No projecto, na função e no propósito.
Êxo. 36:13: “Fizeram cinquenta colchetes de ouro, com os quais prenderam as cortinas,
uma à outra; e o tabernáculo passou a ser um todo”.
Êxo. 36:18: “Fizeram também cinquenta colchetes de bronze para ajuntar a tenda, para que
viesse a ser um todo”.
O que Francis August Schaeffer (teólogo e filósofo presbiteriano 1912-1984) escreveu
acerca do templo pode ser aplicado ao tabernáculo:
“Devemos reparar que, com relação ao templo, toda a arte foi trabalhada para
formar uma unidade. O templo inteiro foi um trabalho singular de arquitectura,
um todo unificado com colunas livres, estátuas, baixos-relevos, música e poesia,
pedras gigantescas e belas madeiras trazidas de muito longe. Tudo está lá. Um
trabalho de arte completamente unificado para o louvor de Deus”.
Não havia apenas unidade na arquitectura e na estrutura, mas também na finalidade do
tabernáculo.
O propósito do tabernáculo foi providenciar um lugar onde Deus pudesse habitar no meio
dos homens. (Êxo. 25:8 e 29:45 e 46)
Todos os seus utensílios facilitavam o ministrar das cerimónias o que contribuía para que
este lugar único fosse chamado, com propriedade, a “tenda da congregação”. (Êxo. 29:43
e 44)
5. O TABERNÁCULO FOI PROJECTADO COMO “ALGO” PERMANENTE.
Apesar de o Tabernáculo de Moisés, aquele sobre o qual agora nos debruçamos, ser
transitório, era intenção de Deus que ele fosse apenas o princípio de um local onde Ele
pudesse habitar com características menos transitórias.
Repetidamente encontramos, associadas ao Tabernáculo, expressões tais como: “perpétuo”
e “pelas gerações”. (Êxo. 30:8, 21 e 31)
A tenda foi usada diariamente por muito mais de 40 anos.
6. O TABERNÁCULO FOI IDEIA, INICIATIVA E PROJECTO DE DEUS.
De onde veio o modelo?
Veio de Deus...
Deus foi o arquitecto, não o homem.
No relato de como o tabernáculo foi feito aparece repetidamente esta frase:
"E farás..."
Isto é, Deus disse a Moisés o que fazer, em detalhes.
Foi construído segundo as ordens do mesmo Deus que nos deu os 10 Mandamentos.
O tabernáculo foi feito depois do modelo divino ter sido mostrado a Moisés. (Êxo. 25:9)
As instruções enfatizavam que cada detalhe do projecto deveria ser feito de acordo com a
explícita ordem de Deus. (Êxo. 35:1, 4, 10, etc.)
Bezalel e Aoliabe foram dotados com o espírito de Deus e com o conhecimento da
habilidade para executar a tarefa. (Êxo. 31:2 e 6)
Para o escritor do Deuteronómio a forma concreta do tabernáculo é inseparável do seu
significado espiritual.
Cada detalhe da estrutura reflecte a vontade divina e nada foi decidido "ad-hoc" pelos
construtores humanos.
Além do mais, como já referido, o tabernáculo não foi concebido como medida temporária
para um tempo limitado, mas algo no qual o sacerdócio permanente de Arão servisse ao
longo de todas as gerações. (Êxo. 30:21)

55
CONSTRUINDO O TABERNÁCULO

PLANTA DO TABERNÁCULO

O tabernáculo tinha 100 côvados de comprimento por 50 de largura e subdividia-se em:


 PÁTIO:
a. Altar de Bronze
b. Pia de Bronze

 LUGAR SANTO:
a. Altar de Incenso
b. Mesa dos Pães
c. Candelabro

 LUGAR SANTíSSIMO:
a. Arca da Aliança
b. Propiciatório

A Construção do tabernáculo partiu de uma decisão de Deus, que se serviu de homens, os


quais por sua vez, através das suas atitudes, viabilizaram a sua realização.
Ou seja, expondo em três etapas distintas vemos:

DEUS – ACÇÃO DIVINA INSTRUMENTO HUMANO AÇÃO DESENVOLVIDA


I. Visão e Autoridade I. Moisés I. Motivou todo o povo
II.Chamada e capacitação II.Bezaliel e Aoliabe II.Partilharam os dons
III.Disposição e Habilidade III.Artífices III.Cumpriram o seu labor
IV.Posses e Liberalidade IV.Príncipes IV.Deram o Exemplo
V.Abnegação e Fidelidade V.Filhos de Israel V.Edificaram de graça

AS PORTAS DO TABERNÁCULO
“EU SOU O CAMINHO E A VERDADE E A VIDA, NINGUÉM VAI AO
PAI SENÃO POR MIM”.
(JOÃO 14:6)

CAMINHO – ÁTRIO
“Vinde a mim” – (Mat. 11:28)
Chamada à Salvação

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VERDADE – LUGAR SANTO
“Vinde após mim” – (Mat. 4:19)
Chamada para a Vocação
VIDA – SANTODOS SANTOS
“Nele estava a vida” – (João 1:4)
Chamada à Comunhão

OS MATERIAIS DO TABERNÁCULO
✔ OURO
QUANTIDADE: 862 kg (+/- 930.000,00 €)
REPRESENTA: O divino que se fez menor do que os anjos – (Heb. 2:9-11)
PROPÓSITO: A nossa santificação
✔ PRATA
QUANTIDADE: 2.923 kg (+/- 130.000,00 €)
REPRESENTA: O Senhor que se fez servo – (Fil. 2:7)
PROPÓSITO: A nossa redenção
✔ BRONZE
QUANTIDADE: 2.053kg (+/- 9.500,00 €)
REPRESENTA: O justo que se fez pecado – (II Cor. 5:21)
PROPÓSITO: A nossa justificação

A MADEIRA DO TABERNÁCULO
Na Septuaginta a palavra utilizada, “sitim” significa “madeira de acácia” o que quer
dizer literalmente, incorruptível.
✔ ACÁCIA
QUANTIDADE: 308,00 m³
REPRESENTA: O verbo que se fez carne – (João 1:1 e 2)
PROPÓSITO: A nossa salvação

AS COBERTAS DO TABERNÁCULO
○ PELES DE ANIMAIS MARINHOS – A ENCARNAÇÃO DE CRISTO
“A si mesmo se esvaziou” (Fil. 2:7)
○ PELES DE CARNEIRO – O SACRIFÍCIO DE CRISTO
“A si mesmo se entregou” (Gál. 2:20)
(“Obediente até a morte”)
○ PÊLOS DE CABRA – A HUMILHAÇÃO DE CRISTO
“A si mesmo se humilhou” (Fil. 2:8)
○ LINHO FINO – A GLORIFICAÇÃO DE CRISTO
“Pelo que Deus o exaltou” (Fil. 2:9)

AS CORES
• PÚRPURA – Aponta para a realeza de Cristo
MATEUS – O evangelho do Rei
• CARMESIN – Aponta para o sacrifício de Cristo
MARCOS – O evangelho do Servo
• BRANCO – Aponta para a humanidade de Cristo
LUCAS – O evangelho do Filho do Homem
• AZUL – Aponta para a divindade de Cristo
JOÃO – O evangelho do Filho de Deus
57
OS MÓVEIS DO SANTUÁRIO
O ALTAR DE BRONZE – Cristo “o Cordeiro de
Deus”. (João 1:29)

A PIA DE BRONZE – Cristo “o Purificador da Igreja”. (Efé. 5:26 e 27)

O ALTAR DE OURO – Cristo “o Intercessor dos Salvos”.


(Rom. 8:34)

O CANDELABRO – Cristo “a Luz do Mundo”. (João 8:12)

A MESA DOS PÃES – Cristo “o Pão da Vida”. (João 6:35)

O VÉU – Cristo “o Novo Caminho”. (Heb. 10:20)

A ARCA E PROPICIATÓRIO – Cristo “a Esperança da Glória”. (Col.


1:27)

O TABERNÁCULO DE MOISÉS
Esta secção do estudo tem a intenção de esclarecer como a estrutura do Tabernáculo é
interessante e bastante significativa para os nossos dias, não tanto como um lugar físico, mas
sim espiritual.
E como veremos no decorrer do estudo, no Tabernáculo estão contidas verdades,
implícitas e explícitas, a respeito de Cristo e da Igreja, as quais se encontram em perfeita
harmonia com toda a Palavra de Deus.
No decorrer deste estudo algumas citações serão repetidas, o que se impõe para uma
melhor compreensão da situação a cada momento analisada.
Êxo. 25:8: “E me farão um santuário, para que habite no meio deles”.

58
Heb. 8:5: “Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés
divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo
conforme o modelo que no monte se te mostrou.”.
Heb. 9:11, 12, 23 e 24: “Mas Cristo, tendo vindo como Sumo-sacerdote dos bens já
realizados, por meio de um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não
desta criação, e não por meio de sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue,
entrou no Santo dos Santos, uma vez por todas, havendo obtido uma eterna redenção … Era
necessário, portanto, que as figuras das coisas que estão no céu se purificassem com tais
sacrifícios, mas as próprias coisas celestiais com sacrifícios superiores a estes. Pois Cristo não
entrou em santuário feito por mãos, figura do verdadeiro, porém no mesmo céu, para
comparecer, agora, por nós, perante a face de Deus”.
João 1:14: “O Verbo se fez carne, e habitou (tabernaculou) entre nós. Vimos a sua glória, a
glória como do unigénito do Pai, cheio de graça e de verdade”.
II Tim. 3:16 e17: “Toda a escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para
repreender, para corrigir, para instruir em justiça; a fim de que o homem de Deus seja perfeito
e perfeitamente preparado para toda boa obra”.
O Tabernáculo destinava-se a assegurar um lugar para que Deus pudesse habitar no meio
do Seu povo.
O termo “Tabernáculo” é utilizado algumas vezes para designar apenas o Lugar Santo e
o Lugar Santíssimo, os quais eram cobertos com várias cortinas.
Outras vezes refere-se a todo o complexo, incluindo portanto o pátio onde estava a tenda
referida bem como o altar dos holocaustos e a bacia.
Com as nossas mentes guiadas por estes textos examinemos (ou reexaminemos) alguns
pormenores do Tabernáculo.

A CONSTRUÇÃO
O Santuário foi construído com as ofertas voluntárias (Êxo. 25:2 – Êxo. 35:21), daqueles cujos
corações foram tocados.
Sabemos que é Deus quem capacita e providencia todas as coisas, pois quando tirou o
povo do Egipto, saíram ricos e com abundância de recursos. (Êxo. 12:35 e 36)
Acresce ainda que os construtores foram ungidos e habilitados pelo Espírito Santo.
Êxo. 35:31: “E o Espírito de Deus o encheu de habilidade, inteligência e conhecimento, em
todo artifício”.
Como já visto o Tabernáculo era composto de três partes:
Átrio, Lugar Santo e Santo dos Santos ou Lugar Santíssimo.

COMPOSIÇÃO DO ÁTRIO
CORTINAS
As cortinas ficavam na parte exterior do tabernáculo.
Colocaram as colunas no átrio e cortinas de cem côvados para o sul,
cem côvados para o norte, cinquenta côvados para o ocidente e
cinquenta côvados para o oriente.
E as cortinas que estão ao redor do átrio eram brancas, limpas e de linho fino retorcido.
Isto é, foi feito com linho fino retorcido, representando assim a natureza de Jesus Cristo,
que é branca, limpa e perfeita.
I Pedro 2:22 e 23: “O qual não cometeu pecado, nem dolo algum se achou em sua boca;
pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças”.
Isto é, quando Jesus Cristo estava no mundo, não cometeu nenhum pecado, levando uma
vida santa e justa.

COLUNAS
59
O “muro” do tabernáculo não era de cimento, nem de ferro, mas sim uma cortina.
Quando o lado sul foi coberto pela cortina de cem côvados, foram colocadas vinte colunas,
sendo que o lado norte também foi coberto com uma cortina de cem côvados e vinte colunas,
do lado ocidental foi colocada uma cortina de cinquenta côvados e dez colunas.
Resta o lado oriental, o que na parte central continha a entrada.
No lado direito da porta, colocou-se uma cortina de quinze côvados, três colunas no lado
esquerdo da porta, também, uma cortina de quinze côvados e três colunas, e na porta foram
colocadas quatro colunas e uma cortina de vinte côvados.
E assim foi feito o “muro” de fora.
O tamanho total da cortina que cercava o tabernáculo era de trezentos côvados.
Foi colocada uma coluna a cada cinco côvados o que dá sessenta colunas.
Deus não mostrou somente o modelo dos utensílios do tabernáculo, mas disse também,
claramente quais os materiais a serem utilizados.
Se fosse ouro, dizia que era ouro, mas se fosse prata, dizia que era prata.
Embora os materiais de todos os outros utensílios do tabernáculo tivessem sido indicados,
o material das colunas não foi explicitado.

BASES
Êxo. 27:9 e 10: “Farás também o átrio do tabernáculo; ao lado
meridional (que dá para o sul), o átrio terá cortinas de linho fino retorcido;
o comprimento de cada lado será de cem côvados. Também as suas vinte
colunas e as suas vinte bases serão de bronze....”
Para as sessenta colunas foram feitas sessenta bases sobre as quais
eram colocadas as colunas.
Está escrito que as colunas que foram utilizadas no tabernáculo deviam ser colocadas em
cima das bases de bronze.
Ora se a base não estiver firme, por mais que uma coluna seja muito boa, balançará,
tornando-se instável.
A base de bronze significa a Jesus Cristo que recebeu o julgamento na cruz por nós.
Mesmo que sejamos pessoas que cometam erros ou pecados, não iremos balançar ao ficar
com o Senhor, que foi julgado por nós.

OS GANCHOS E AS VERGAS
Êxo. 27:11: “as suas vinte colunas e as suas vinte bases serão de
bronze; os ganchos das colunas e as suas vergas serão de prata.”
Ou seja, foi indicado que os ganchos e as vergas deveriam ser de
prata.
Significa isto que para que as colunas fiquem firmes não basta
estarem estabelecidas em cima de bases de bronze.
É claro que as bases eram suficientes para conservar as colunas, mas se fizesse muito
vento, as bases por si só não conseguiriam segurar as colunas cobertas pela cortina.
A única coisa que dá segurança às colunas é o não balançar na vida de fé.
Então, como podemos ficar firmes, sendo humanos cheios de necessidades e fraquezas?
Olhando para o tabernáculo, os ganchos e as vergas ligavam coluna a coluna fazendo-as
manter-se firmes.
E eram feitos de prata que como já vimos representa salvação.
Isso é graça.
Não é uma pessoa perfeita que recebe a graça, mas sim, uma pessoa que tenha
necessidade, que seja fraca, essa sim, poderá receber a graça.
Heb. 4:16: “Acheguemo-nos, portanto, confiadamente, junto ao trono da graça, a fim de
recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em ocasião oportuna”.

PORTA
A meio do lado oriental do tabernáculo existia a porta de
vinte côvados.
A porta de vinte côvados, com quatro cores, era um bordado
com estofo azul, púrpura e carmesim a fim de que a pudessem
distinguir claramente da cortina branca, (a do muro), para que
qualquer pessoa identificasse facilmente onde ficava.
A altura do tabernáculo era de cinco côvados.
Se convertermos cinco côvados em metros, dá mais ou menos 2m e 25cm.
Isto é, para entrar no lugar Santo dos Santos, teriam forçosamente que passar pela porta.
E essa porta é hoje representada por Jesus Cristo.

60
João 10:9: “Eu sou a porta. Se alguém entrar por mim, será salvo”.
A PORTA DO ÁTRIO E AS SUAS CORES
Êxodo 27:16-17: “A porta do átrio haverá um reposteiro de
vinte côvados, de estofo azul, púrpura, carmesim e de linho
fino (branco) retorcido, obra de bordador, as suas colunas serão
quatro, e as suas bases quatro. Todas as colunas do átrio ao redor
serão cingidas de faixas de prata; os seus colchetes serão de
prata, mas as suas bases de bronze”.
As quatro cores juntas formavam a porta completa, sendo que cada uma das cores possui
um significado, uma revelação de Cristo, que também vemos contida nos quatro evangelhos.

O MOBILIÁRIO DO TABERNÁCULO
DO PÁTIO
ALTAR DO HOLOCAUSTO = CALVÁRIO
Êxo. 27:1 e 2: “Farás também o altar de madeira de acácia, de
cinco côvados será o comprimento, de cinco côvados a largura (será
quadrado o altar), e de três côvados a altura. Farás as suas pontas
nos seus quatro cantos; as suas pontas formarão uma só peça, e o
cobrirás de bronze.”
O altar de bronze era um lugar de morte, de holocausto.
Bronze fala do julgamento divino.
No altar eram feitos os sacrifícios de animais para expiar o pecado dos homens, de forma
alegórica, na expectativa do verdadeiro sacrifício de Cristo.
Heb. 10:3 e 4: “Nesses sacrifícios, porém, cada ano, se faz comemoração dos pecados,
porque é impossível que o sangue dos touros e dos bodes tire pecados.”
Heb. 9:13 e 14: “Porque, se o sangue de bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre
os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que,
pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência
das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo?”
Lev. 17:11: “Pois a vida da carne está no sangue, pelo que vo-lo tenho dado para fazer
expiação pelas vossas vidas sobre o altar; é o sangue que faz expiação pela vida.”
Heb. 9:22: “E quase todas as coisas, segundo a lei, se purificam com sangue; e sem
derramamento de sangue não há remissão”.
Êxo. 27:1 e 2: “Farás também o altar de madeira de acácia; de cinco côvados será o seu
comprimento, e de cinco, a largura, (será quadrado o altar), e de três côvados, a altura. Dos
quatro cantos farás levantar-se quatro chifres, os quais formarão uma só peça com o altar”.
Vendo essas palavras, está dizendo para levantar quatro chifres, os quais formarão uma
só peça.
Muitas pessoas não dão valor para os chifres do altar, mas na Bíblia fala mais
profundamente dos chifres do que qualquer outra coisa.
Vendo no Antigo Testamento, quando as pessoas temiam por ter cometido pecado, eles
pegavam os chifres para receberem o perdão.
Vendo em Levítico 4, está escrito para pegar o sangue com o dedo e passar nos chifres do
altar do incenso quando os sacerdotes e todo o povo de Israel pecasse.
E quando os patriarcas, e as pessoas comuns pecassem, disse para passar o sangue nos
chifres do altar do holocausto.
Está escrito que gravou os nossos pecados nas pontas dos altares
Jer. 17:1: “O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro e com diamante
pontiagudo, gravado na tábua do seu coração e nas pontas dos seus altares”.
Em Jesus Cristo temos o sacrifício perfeito:
Isa. 53:7: “Ele foi oprimido, mas não abriu a boca; como um cordeiro foi levado ao
matadouro e, como a ovelha muda perante os seus tosquiadores, ele não abriu a boca”.
João 1:29: “No dia seguinte, João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de
Deus, que tira o pecado do mundo”.
I Pedro 2:22 e 25: “Ele não cometeu pecado, nem na sua boca se achou engano. Ele
mesmo levou em seu corpo os nossos pecados sobre o madeiro, para que, mortos para os
pecados, pudéssemos viver para a Justiça; pelas suas feridas fostes sarados”.
João 19:17 e 18: “Então os soldados tomaram a Jesus. Ele próprio, levando a sua cruz, saiu
para o lugar chamado Caveira, que em hebraico se chama Gólgota, onde o crucificaram, e com
ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio”.

61
II Cor. 5:21: “Aquele que não conheceu pecado, ele se fez pecado por nós, para que nele
fossemos feitos justiça de Deus”.
Rom. 5:8 e 9: “Mas Deus prova o seu amor para connosco em que Cristo morreu por nós,
sendo nós ainda pecadores. Logo, muito mais agora, sendo justificados pelo seu sangue,
seremos por ele salvos da ira”.
Quem passava pela porta a primeira coisa que via era o altar, um lugar de morte e
sacrifício.
E da mesma forma, muitas pessoas olham para o cristianismo, como algo feio e de
sacrifícios, porque não entendem e andam pela razão e por seus sentidos, não conseguem
enxergar a salvação em Cristo.
I Cor. 1:18: “Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para
nós, que somos salvos, poder de Deus”.
Heb. 10:17: “E jamais me lembrarei de seus pecados e de suas iniquidades. Ora, onde há
remissão destes não há mais oblação pelo pecado”.
Rom. 6:6-8: “Sabendo isto: que o nosso velho homem foi com ele crucificado, para que o
corpo do pecado seja desfeito, a fim de que não sirvamos mais ao pecado. Porque aquele que
está morto está justificado do pecado. Ora, se já morremos com Cristo, cremos que também
com ele viveremos”.
Rom. 6:11: “Assim também vós considerai-vos como mortos para o pecado, mas vivos
para Deus, em Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Rom. 6:23: “Porque o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de Deus é a vida
eterna, por Cristo Jesus, nosso Senhor”.
Heb. 9:27 e 28: “E, como aos homens está ordenado morrer uma só vez, vindo depois
disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se um só vez, para levar os pecados de muitos,
aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para a salvação”.
O que precisamos entender é que em Cristo temos o perdão de tudo.
“Cristo justiça nossa”.
Somos santificados.
Deus passa a ver-nos através de Cristo.
O problema é que muitas vezes a mentalidade humana ou mesmo o próprio ego, não
aceita tão grande salvação de “graça”, sem que se tenha que pagar um preço, uma penitência,
um sacrifício.
Então praticam as boas obras, fazem votos, pagam promessas, andam de joelhos,
acendem velas, etc. com a intenção de “merecer” o benefício ou a bênção.
Mas, é impossível, porque não há nenhum que não tenha pecado.
Mais, o enorme amor de Deus nunca aceitaria esse tipo de sacrifícios ainda que os
mesmos tivessem qualquer tipo de valor ou utilidade.
I Sam. 15:22: “Porém Samuel disse: Tem, porventura, o Senhor tanto prazer em
holocaustos e sacrifícios como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que obedecer é
melhor do que sacrificar, e o atender melhor é do que a gordura de carneiros. Porque a
rebelião é como o pecado da feitiçaria, e o porfiar é como iniquidade e idolatria. Por quanto tu
rejeitaste a palavra do Senhor, ele também te rejeitou a ti, para que não sejas rei”.
Sal. 51:17: “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado, a um coração
quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus”.
Oseias 6:6: “Porque eu quero misericórdia e não sacrifício; e o conhecimento de Deus,
mais do que holocaustos”.
Mat. 9:13: “Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício.
Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento”.
Também a Igreja é chamada hoje ao conhecimento de Deus bem como ao exercício da
misericórdia dado que Cristo por nós já morreu.
I Cor. 15:3: “Porque primeiramente vos entreguei o que também recebi: que Cristo morreu
por nossos pecados, segundo as Escrituras”.
Jesus derramou o Seu sangue para nos salvar.
Esse sangue está espalhado nos quatro cantos do altar, e vendo esse sangue passado nos
chifres do altar, podemos obter a coragem de irmos confiantemente diante de Deus.
PIA = SANTIFICAÇÃO PELA PALAVRA/VERBO/JESUS
Êxo. 38:8: “Fez a pia de bronze com a sua base de bronze, dos
espelhos das mulheres que se reuniam e ministravam à porta da tenda da
congregação”.
Êxo. 30:18-20a: “Farás também a pia de bronze com a sua base de
bronze, para lavar. E a porás entre a tenda da congregação e o altar, e
deitarás água nela. Nela Arão e seus filhos lavarão as mãos e os pés.

62
Sempre que entrarem na tenda da congregação, lavar-se-ão com água, para que não
morram”.
A Bíblia não menciona o seu tamanho ou dimensão.
Foi feita de bronze polido (dos espelhos das mulheres).
Ao olhar para dentro da pia viam a sua própria imagem reflectida.
A passagem pela pia não era nem é opcional, a lavagem de todo tipo de contaminação
mundana era e é obrigatória antes de entrar no Lugar Santo.
A pia era cheia de água para os sacerdotes lavarem as mãos e os pés, para tirarem a
terra, que simboliza a imundície, as paixões do mundo, o contacto com o mundo.
João 13:10: “Quem já se banhou não necessita de lavar senão os pés, quanto ao mais está
todo limpo. Ora, vós estais limpos, mas não todos”.
João 15:3: “Vós já estais limpos, pela Palavra que vos tenho falado”.
A Palavra de Deus revela quem e como somos, como que um espelho que nos torna
conscientes da nossa real situação, é a nossa imagem reflectida.
Tiago 1:23-25: “Porque, se alguém é ouvinte da Palavra e não praticante, assemelha-se ao
homem que contempla num espelho o seu rosto natural; pois a si mesmo se contempla e se
retira, e logo se esquece de como era a sua aparência. Mas aquele que considera atentamente
na lei perfeita, lei de liberdade, e nela persevera, não sendo ouvinte negligente, mas operoso
praticante, esse será bem-aventurado no que realizar”.
II Cor. 3: 18: “Mas todos nós, com rosto descoberto, reflectindo como um espelho a glória
do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do
Senhor”.
I Cor. 13:12: “Porque agora vemos como por espelho, em enigma, mas então veremos
face a face; agora conheço em parte, mas então conhecerei plenamente, como também sou
plenamente conhecido”.
Portanto, a renovação é pela lavagem da Palavra, e esta lavagem deve ser feita
constantemente, porque é um processo de redenção da alma.
Rom. 12:2: “E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação
da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de
Deus”.
Efé. 5:26: “Para que a santificasse, tendo-a purificado por meio da lavagem de água pela
Palavra”.
Uma pessoa que foi justificada dos pecados no altar terá que dar os passos para o lugar
Santíssimo, e passando pelo altar, encontra o bronze à entrada do lugar Santíssimo.
Eis o actual baptismo.
Algumas pessoas perguntam:
"O que acontece se pecar depois de receber o perdão dos pecados?
Será que pode se pecar à vontade?"
Mas quando recebemos o perdão dos pecados através do sangue de Jesus Cristo, não
foram somente alguns pecados que foram lavados e outros não, mas todos os pecados foram
lavados perfeitamente.
I João 1:7: “Se, porém, andarmos na luz, como ele está na luz, mantemos comunhão uns
com os outros, e o sangue de Jesus, seu Filho, nos purifica de todo pecado”.
Por outras palavras, o sangue de Jesus Cristo nos purifica de 'todo pecado'.
A Palavra recebida passa a ser acolhida, tornando-se os princípios que determinarão as
nossas decisões, em lugar dos valores anteriores, expurgados.
Rom. 6:16: “Não sabeis que daquele a quem vos apresentais como servos para lhe
obedecer, sois servos desse mesmo a quem obedeceis, seja do pecado para a morte, ou da
obediência para a justiça?”
II Cor. 10:5: “derribando raciocínios e todo baluarte que se ergue contra o conhecimento
de Deus, e levando cativo todo pensamento à obediência a Cristo;”
I Ped. 1:22: “Já que tendes purificado as vossas almas na obediência à verdade, que leva
ao amor fraternal não fingido, de coração amai-vos ardentemente uns aos outros;”

63
A TENDA DA CONGREGAÇÃO
A TENDA = A IGREJA
Êxo. 26:1-7: “E O TABERNÁCULO farás de dez cortinas de linho
fino torcido, e azul, púrpura, e carmesim; com querubins as farás de
obra esmerada. O comprimento de uma cortina será de vinte e oito
côvados, e a largura de uma cortina de quatro côvados; todas estas
cortinas serão de uma medida. Cinco cortinas se enlaçarão uma à
outra; e as outras cinco cortinas se enlaçarão uma com a outra. E
farás laçadas de azul na orla de uma cortina, na extremidade, e na
juntura; assim também farás na orla da extremidade da outra cortina, na segunda juntura.
Cinqüenta laçadas farás numa cortina, e outras cinquenta laçadas farás na extremidade da
cortina que está na segunda juntura; as laçadas estarão presas uma com a outra. Farás
também cinquenta colchetes de ouro, e ajuntarás com estes colchetes as cortinas, uma com a
outra, e será um tabernáculo. Farás também cortinas de pêlos de cabras para servirem de
tenda sobre o tabernáculo; onze cortinas farás.”
Feita de madeira de acácia, que era uma madeira difícil de lidar, cheia de nós e
imperfeita, coberta de ouro puro, simbolizando o homem cheio de defeito, que precisa ser
lixado e aplainado para depois receber a cobertura de ouro, que é a implantação do carácter
de Cristo.
As tábuas eram fixadas ao solo numa base feita de prata (salvação), portanto, a Igreja é
estabelecida pela redenção e não pelas obras.
Neste lugar não entrava carne, era queimada lá fora.
Era um lugar para procurar o Senhor.
A COBERTURA DA TENDA (Êxodo 26)
Era constituída em quatro coberturas distintas como segue:
A primeira coberta, que podia ser vista somente de dentro da
tenda, era constituída de QUATRO CORES COM DESENHOS DE
QUERUBINS.
Muito bela e combinava com as paredes revestidas de ouro.
O interior da tenda era lindo!
Assim também deve ser nosso interior, tenda do Espírito Santo.
Por cima desta estava a segunda cortina, que era feita de PELOS DE CABRA, também
chamada
Êxo. 26:14: ”a tenda sobre o tabernáculo”.
A terceira cortina de baixo para cima era a de PELES DE CARNEIROS TINTAS DE
VERMELHO.
Por fim vinha a quarta cobertura, a de PELES DE TEXUGO (animal marinho). Começando
pelo lado de fora, o Santuário possuía um pátio ao redor e era feito de cortinas suspensas
tendo as bases de madeira e de cobre.
Quem olhasse pelo lado de fora via uma cobertura que não era bonita, as peles de
Teixugo, representando Cristo sem formosura para aqueles que não crêem n’Ele e não O
aceitam como seu Salvador.
Por baixo dessa cobertura havia uma outra, de peles de carneiro, pintadas de vermelho,
representando o sangue de Cristo para a remissão dos pecados.
Logo em seguida vinha outra cobertura, de brancas peles de cabra.
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Representavam as brancas vestes da Justiça de Cristo, pura, oferecida ao pecador que
devia ter confiança e fé na Sua intercessão.
Logo em seguida vinha outra cobertura, de brancas peles de cabra.
Representavam as brancas vestes da Justiça de Cristo, pura, oferecida ao pecador que
devia ter confiança e fé na Sua intercessão.

O LUGAR SANTO

O Santo Lugar é o lugar da obediência, quando já tendo experimentado a transposição do


império das trevas para entrar no Reino do Filho, pela fé na obra acabada da cruz (morte e
ressurreição), passamos a relacionar-nos com Deus pela observância da Sua expressa vontade.
O Lugar Santo media vinte côvados de comprimento por dez de largura.
Continha a mesa dos pães da proposição, o candelabro e o altar de incenso.
Ficava no meio do átrio e a sua entrada também tinha uma porta. (Como já vimos, a
porta “verdade”).
Somente o sacerdote podia lá entrar.
Êxo. 26.36: “Farás também para a porta da tenda um reposteiro de estofo azul, púrpura e
carmesim, e de linho fino retorcido, obra de bordador.”
Este reposteiro tinha as mesmas características do da porta do átrio, apenas com
diferentes dimensões pois esta porta media 10 côvados o que representa a totalidade da
largura da tenda).

MESA DOS PÃES DA PROPOSIÇÃO = COMUNHÃO


Êxo. 25:23-30: “Também farás uma mesa de madeira de acácia,
o seu comprimento será de dois côvados, a sua largura de um
côvado e a sua altura de um côvado e meio. De ouro puro a cobrirás,
e lhe farás uma moldura de ouro ao redor. Também lhe farás ao
redor uma guarnição de quatro dedos de largura, e ao redor da
guarnição farás uma moldura de ouro. Também lhe farás quatro
argolas de ouro, e porás as argolas nos quatro cantos, que estarão
sobre os quatro pés. Junto da guarnição estarão as argolas, como lugares para os varais, para
se levar a mesa … Também farás os seus pratos, e os seus recipientes para incenso, e as suas

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tigelas em que se hão de oferecer libações; de ouro puro as farás. Sobre a mesa porás os pães
da proposição perante mim perpetuamente.”
Foi indicado fazer a mesa dos pães com madeira de acácia coberta de ouro puro.
Todas as coisas que estão do lugar Santo representam Jesus Cristo.
Tanto a mesa quanto os pães que estão sobre ela, representam Jesus.
Por outras palavras, o que foi escrito sobre a mesa dos pães foi escrito apontando Cristo
que é o pão.
A mesa dos pães citada em Levítico 25 representa Jesus Cristo que é a nossa vida.
Assim como os sacerdotes colocavam os pães novos e comiam a primeira fileira, depois de
aceitarmos a Jesus Cristo que é o pão da vida em nossos corações, voltarmos a mastigar o
trabalho que Cristo realizou em nós.
Isso é comer o pão da vida que é Jesus Cristo.
Jesus Cristo não somente nos salvou do pecado morrendo na cruz, mas também, deseja
entrar em nossos corações e nos dar a vida eterna.
Lev. 24:5 e 6: “Também tomarás da flor de farinha e dela cozerás doze pães, cada um dos
quais será de duas dízimas de um efa. E os porás em duas fileiras, seis em cada fileira, sobre a
mesa de ouro puro, perante o Senhor”.
Esse pão, independente de ser redondo ou quadrado, tinha que ser de flor de farinha.
Flor de farinha é um trigo bem moído.
Um trigo nunca poderá se tornar flor de farinha mantendo a sua própria casca e formato.
Nós comemos a massa sem nenhum pensamento, mas para fazer esse alimento, primeiro
teve que tirar a casca, e moer perfeitamente até ao ponto de não poder achar a sua forma.
Esse pão que é feito com flor de farinha representa Jesus Cristo.
A casca da carne de Jesus Cristo foi tirada perfeitamente, e negando a sua forma,
mantendo somente a forma que Deus se alegrou, e se tornou o pão que traz a vida para as
pessoas.
Enquanto Jesus vivia no mundo, nenhuma vez Ele violou a palavra de Deus, ou partiu da
vontade de Deus por causa do desejo da sua carne.
Assim como diz a escritura, por Jesus Cristo ser a flor de farinha, foi feito pelas mãos de
Deus se tornando num agradável pão da vida.
Da mesma forma, para podermos ser utilizados como pães preciosos, todos os desejos da
nossa carne terão que ser quebrados seguindo a vontade de Deus.
Nós conseguiremos quebrar os desejos da carne quando matamos os comportamentos da
carne pelo espírito conforme a palavra de Deus.
Quando o Espírito de Jesus Cristo habitar dentro de nossos corações, então nos
tornaremos flor de farinha junto com Cristo, nos tornando pães preciosos o qual Deus se
alegra.
Rom. 3:14: “Porque, se viverdes segundo a carne, caminhais para a morte; mas, se, pelo
Espírito, mortificardes os feitos do corpo, certamente, vivereis. Pois todos os que são guiados
pelo Espírito de Deus são filhos de Deus.”
Êxo. 25:23 e 24: “Farás a mesa de madeira de acácia de ouro puro cobrirás."
Os doze pães alinhados na mesa representam a comunhão e também o alinhamento do
homem com a Palavra de Deus.
A mesa com os pães alinhados representa o Corpo de Cristo colocado numa posição
ordenada e preparada para consumo dos povos e nações.
I Cor. 12:27: “Ora, vós sois corpo de Cristo, e individualmente seus membros.”.
I Cor. 10: 16 e 17: “Porventura o cálice de bênção que abençoamos, não é a comunhão do
sangue de Cristo? O pão que partimos, não é porventura a comunhão do corpo de Cristo? Pois
nós, embora muitos, somos um só pão, um só corpo; porque todos participamos de um mesmo
pão.”
O Pão, Corpo de Cristo, é a matéria-prima de Deus que há de ser cortada e distribuída
entre as nações, é a vida de Deus...
Mat. 26:26: “Enquanto comiam, Jesus tomou o pão e, abençoando-o, o partiu e o deu aos
discípulos, dizendo: Tomai, comei; isto é o meu corpo.”.
I Cor. 11:29: “Porque quem come e bebe, come e bebe para sua própria condenação, se
não discernir o corpo do Senhor.”.
Efé. 1: 22 e 23: “e sujeitou todas as coisas debaixo dos seus pés, e para ser cabeça sobre
todas as coisas o deu à igreja, que é o seu corpo, o complemento daquele que cumpre tudo em
todas as coisas.”
Todos os utensílios do tabernáculo, isto é, o altar, a mesa dos pães, o altar do incenso, a
arca, o muro que estabiliza o tabernáculo, etc., são feitos de acácia.
Essa madeira de acácia representa a Jesus Cristo.

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Isa. 53:2: ” Porque foi subindo como renovo perante ele e como raiz de uma terra seca;
não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza havia que nos
agradasse.”
Essa 'raiz' é acácia, isto é, madeira de acácia.
Deus deu ordem para cobrirem a acácia com bronze quando fizessem o altar.
'Bronze' significa 'julgamento', e Jesus Cristo recebeu todo o juízo e a ira de Deus na sua
carne, conforme a vontade de Deus, em nosso lugar.
Para alem do altar e da bacia, tem a mesa dos pães, o altar do incenso, e a arca.
Embora foram feitos com a mesma madeira de acácia, mas está escrito para cobrir de
ouro puro e não bronze.
Heb. 2:9: “Vemos, todavia, aquele que, por um pouco, tendo sido feito menor que os
anjos, Jesus, por causa do sofrimento da morte, foi coroado de glória e de honra, para que,
pela graça de Deus, provasse a morte por todo homem.”

MOLDURA = CRISTO JUSTIÇA NOSSA


Êxo. 25:25: “Também lhe farás moldura ao redor, da largura
de quatro dedos, e lhe farás uma bordadura de ouro ao redor
da moldura.”
O motivo de Deus ter feito a moldura com a largura de quatro
dedos, foi para que os pães não escorregassem e viessem a cair no
chão.
Isto significa que os pães não caem por serem capazes de se auto proteger, mas é a
moldura que os sustêm.
Os doze pães representavam as doze tribos de Israel de quem Deus sempre cuidou e
protegeu.
Isto significa que Deus está hoje a proteger os filhos que Dele receberam a salvação.
Não é pelo esforço do pão que ele não cairá da mesa.
Mas, assim como a moldura protege o pão, aqueles que receberam a salvação, poderão
ter uma vida de fé pela protecção de Deus e não pelos seus esforços.
Assim como os pães que estavam em cima da mesa eram protegidos, Deus protege todos
os que nasceram de novo.
Quanto mais tentarmos não cair, mais cairemos.
Uma pessoa que se deixa ficar presa ao pecado, é porque não quer depender de Deus,
pretendendo fazer as coisas pelo seu próprio esforço.
Quando Pedro disse que não negaria a Jesus mesmo que morresse, imediatamente após
negou o Senhor.
Depois disso, quando Pedro negou a sua própria pessoa, e se deixou controlar pelo poder
de Deus, foi utilizado como um Seu precioso servo.
Para podermos ter uma vida perfeita dentro desta nossa carne tão fraca e com poucas
condições, isso não vai depender de fazermos bem, mas sim, da protecção divina.
Hoje em dia, muitas pessoas enganadas por Satanás, esforçam-se para serem justos e
santificados.
Não pela minha justiça, mas pela justiça de Jesus, não pela minha santificação, mas pela
santificação de Jesus, não pelas minhas obras, mas Deus aceita-nos pelo sangue de Jesus.
Percebamos esse amor de Deus e possamos ir corajosamente diante do trono de Deus.

1. O CANDELABRO = ESPIRITO SANTO


Êxo. 25:31-40: “Farás também um candelabro de ouro puro; de
ouro batido se fará este candelabro; o seu pedestal, a sua haste, os
seus cálices, as suas maçanetas e as suas flores formarão com ele
uma só peça. Seis hastes sairão dos seus lados; três de um lado e
três do outro. Numa haste haverá três haverá três cálices, com
formato de amêndoas na outra haste, uma maçaneta e uma flor;
assim serão as seis hastes que saem do candelabro. Mas no
candelabro mesmo haverá quatro cálices com formato de amêndoas,
com suas maçanetas e com suas flores. Haverá uma maçaneta sob
duas hastes que saem dele; e ainda uma maçaneta sob duas outras hastes que saem dele; e
ainda mais uma maçaneta sob duas outras hastes que saem dele; assim se fará com as seis
hastes que saem do candelabro. As suas maçanetas e as suas hastes serão do mesmo; tudo
será de uma só peça, obra batida de ouro puro. Também lhe farás sete lâmpadas, as quais se
acenderão para alumiar defronte dele. As suas espevitadeiras e os seus apagadores serão de
ouro puro. De um talento de ouro se fará o candelabro com todos com todos estes utensílios.
Vê, pois, que tudo faças segundo o modelo que te foi mostrado no monte.”
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Para o candelabro não foram discriminadas dimensões, talvez simbolizando que o Espírito
Santo não é limitado, apenas o material foi descrito como ouro batido e peça única.
No átrio a luz era natural proveniente do sol, já a tenda dependia da luz do candelabro.
O candelabro representa a luz do Espírito Santo iluminando o nosso entendimento,
trazendo-nos sabedoria e revelação.
Efé. 1.17 e 18: “Para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em
seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminado os olhos do vosso
entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da
glória da sua herança nos santos.”
Tiago 3:17: “Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois, pacifica,
moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade e sem hipocrisia”.
Sal. 119:130: “A exposição das tuas palavras dá luz e dá entendimento aos simples”.
Êxo. 25:31, 37 e 40: “Também farás um castiçal de ouro puro; de ouro batido se fará este
castiçal; o seu pé, as suas canas, as suas copas, as suas maçãs e as suas flores serão do
mesmo … também lhe farás sete lâmpadas, as quais se acenderão para alumiar defronte dele.
Atenta, pois, que o faças conforme o seu modelo, que te foi mostrado no monte.”
Ao entrar no Lugar Santo, do lado direito estava a mesa dos pães da proposição, no lado
esquerdo o candelabro e em frente o altar do incenso.
Em Êxodo 25:31, está escrito como deveria ser feito o candelabro.
Deus orientou para que se fizesse o candelabro com ouro puro, “de ouro batido se fará”.
O candelabro foi feito pelas mãos de Aoliabe e Bezalel, e para fazer o candelabro, foi
necessário um talento de ouro puro.
Aoliabe e Bezalel batendo esse talento de ouro, fizeram uma forma de candelabro.
E continuando a bater fizeram seis hastes, e por fim as sete lâmpadas em que acendiam
as luzes.
Assim, fizeram um candelabro lindo e resplandecente.
Este candelabro não representa somente a Jesus Cristo, mas também pode de alguma
forma, representar as pessoas, (a Igreja), que receberam a redenção.
Para se tornar num candelabro brilhante, qual mudança será necessária?
No começo, a Igreja era um talento de ouro puro.
Embora fosse ouro, não se fala no formato do ouro.
Então, esse ouro que ia ser transformado em candelabro, estando nas mãos dos servos de
Deus, (Aoliabe e Bezalel), a partir desse momento começou a ser batido continuamente.
E enquanto estava a ser batido, algum ouro ficava, outro saía.
Sendo batido continuamente, pouco a pouco foi se formando num candelabro, tornando-se
num candelabro brilhante, o qual é agradável e glorioso aos olhos de Deus.
Antes de Deus fazer o candelabro, Ele jamais se referiu do formato.
Mas depois de trabalhado e moldado, a partir desse momento, podemos ver que através
do Senhor, o formato muda e se transforma.
Continuamente Deus “martela” as pessoas que aceitaram a redenção, para que, sendo
despidos das suas próprias pessoas, possa aparecer a forma de Cristo.
Assim como o ouro perde o seu formato transformando-se em candelabro do qual Deus se
alegra, o Senhor mostra-nos que pouco a pouco as nossas pessoas vão mudando para a forma
em que Jesus Cristo deseja, e no final, estaremos transformados num candelabro que deve
iluminar este mundo escuro.
Lendo Êxodo 25:31-32, o candelabro tem o pedestal, a haste central, as seis hastes, e na
ponta das hastes, os sete cálices com formato de amêndoas, e sete maçanetas.
Quando se fez este candelabro, não se fez tudo separado colocando uma haste no
pedestal, as hastes na haste, cálice, as maçanetas em separado.
Mas com um talento de ouro puro, isto é, batendo o ouro de uma só peça se fez o
pedestal, hastes, cálice e a maçaneta.
Por isso que todas essas coisas foram feitas de uma só peça.
A Bíblia diz que antes de termos recebido a salvação, éramos gentios na carne,
estranhos às alianças da promessa (Efésios 2:11-12), éramos inimigos de Deus
(Romanos 5:10) e filhos da ira (Efésios 2:3).
Mais, todos nós andávamos desgarrados como ovelhas. (Isaías 53:6)
Também todos nós andamos outrora, segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a
vontade da carne.
E nós que éramos assim, estando em Jesus Cristo, formamos a igreja que é um só corpo.
Por outras palavras, o mosaico é formado juntando pedaços diferentes.
A igreja não foi formada de pessoas com personalidades “adequadas”.

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Antes de nascermos de novo, tínhamos as nossas próprias naturezas, mas quando
voltamos com a fé de Jesus, transformamo-nos em pessoas novas que receberam o Espírito
Santo.
Assim como o candelabro foi feito por uma só peça, a Bíblia mostra-nos que todas as
pessoas pertencentes a Jesus Cristo são uma só peça dentro da Igreja de Cristo.

1.1.– O PEDESTAL DO CANDELABRO


Vendo o versículo 31, tem uma parte em que diz:
“De ouro batido se fará este candelabro; o seu pedestal”.
Para acender a luz do candelabro, as seis hastes que saíam da haste, apoiavam
os sete cálices.
Mas se levantar dessa forma, cairá não conseguindo se estabilizar.
Se o candelabro cair, derramará o azeite que está dentro da lâmpada e assim, a
luz se apagará.
Embora a construção de cada parte tenha o papel muito importante, mas o papel mais
importante é o pedestal.
O pedestal está estabilizado firmemente, e começando pelo pedestal, é formado a haste,
as hastes, a flor, e as lâmpadas.
Assim, é formado um candelabro.
Esse pedestal representa exactamente Jesus Cristo que é a rocha.
Por mais que façamos muitos trabalhos agradáveis do evangelho, se o pedestal não
estiver firme, cairá facilmente.
Mas o candelabro que tem um pedestal firme, jamais cairá.
Até aqueles que receberam a redenção, de vez em quando acabam entrando em
desespero por causa das tentações e balançam um pouco.
Mas Cristo é o nosso firme pedestal na vida pela fé.
Portanto, se a nossa fé não estiver firme e cair, então terá que examinar a nossa relação
com Jesus Cristo.
Pro. 24:16: “porque sete vezes cairá o justo e se levantará.”
Não significa que uma pessoa justa não peca, mas através de Jesus Cristo, o pecado dessa
pessoa é lavado sem deixar nenhum rasto.
Porque o justo está firme em Jesus Cristo.
Um dia, nós estaremos na rocha junto com Jesus Cristo e sentarnos-emos no glorioso trono
juntamente com Cristo.
As Igrejas, (grupos de pessoas), não são estabelecidas pelos seus próprios métodos,
habilidade ou esforços.
Não somos nós que seguramos o Senhor firmemente, mas o Senhor é o nosso pedestal e
segura-nos para que possamos estar firmes em qualquer situação.

1.2. - AS SETE LÂMPADAS DO CANDELABRO / OS 7 ESPÍRITOS DE DEUS:


Êxo. 37:23: “E fez-lhe sete lâmpadas; os seus espevitadores e os seus
apagadores eram de ouro puro”.
Apo. 4:5: “E do Trono saíam relâmpagos, e trovões e vozes; e diante
do trono ardiam sete lâmpadas de fogo, as quais são os sete Espíritos
de Deus”.
Isa. 11:2: “E repousará sobre ele o Espírito do Senhor, e o
Espírito de sabedoria e de inteligência, e o Espírito de conselho e de fortaleza, e o Espírito de
conhecimento e de temor do Senhor”.
Apo. 5:6: “E olhei, e eis que estava no meio do Trono e dos quatro animais viventes e
entre os anciãos um Cordeiro, como havendo sido morto, e tinha sete pontas e sete olhos, que
são os sete Espíritos de Deus enviados a toda terra”.
Era a única luz, não podia faltar óleo pois jamais se poderia apagar.
Êxo. 27:20: “Ordenarás aos filhos de Israel que te tragam azeite puro de oliveira, batido
para o candeeiro, para manter a lâmpada acesa continuamente”.
O nosso espírito, renovado, precisa iluminar permanentemente a nossa alma.
Luc. 11:35: “Vê, pois, que a luz que em ti há não sejam trevas”
João 1:1, 4 e 5: “No princípio, era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus
… Nele, estava a vida e a vida era a luz dos homens; e a luz resplandece nas trevas, e as
trevas não a compreenderam.”
João 3:20: “E a condenação é esta: Que a luz veio ao mundo, e os homens amaram mais
as trevas do que a luz, porque as suas obras eram más.”
João 8:12: “Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me
segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.”

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I João 1:7: “Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os
outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo pecado.”
II Cor. 4:6: “Porque Deus, que disse que das trevas resplandecesse a luz, é quem
resplandeceu em nossos corações, para iluminação do conhecimento da glória de Deus, na
face de Jesus Cristo.”
A função do espevitador era puxar o pavio para não deixar apagar a chama, (sinal de
disciplina).
Então da mesma forma é preciso estar sempre atento cuidando para que a chama que
existe no nosso espírito não se venha a apagar.
Luc. 12:35 e 37: “Estejam cingidos os vossos lombos, e acesas, as vossas candeias. Bem-
aventurados aqueles servos, os quais, quando o Senhor vier, achar vigiando! Em verdade vos
digo que se cingirá, e os farás assentar à mesa, e, chegando-se, os servirá”.
II Ped. 1:19: “E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis em estar
atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até que o dia esclareça, e a estrela da
alva apareça em vosso coração”.
Sal. 119:105: “Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e luz, para o meu caminho”.
Por outro lado, foram feitos também os apagadores, cuja função obviamente era a de
apagar a chama.
Mas se Êxodo 27:20 diz para manter a lâmpada acesa continuamente, por que foram
feitos os apagadores?
Para nos recordar que o pecado pode apagar a chama que existe no nosso espírito.
Isa. 59:2: “Mas as vossas iniquidades fazem divisão entre vós e o vosso Deus, e os vossos
pecados encobrem o seu rosto de vós, para que não vos ouça”
Prov. 13:9: “A luz dos justos alegra, mas, a candeia dos ímpios se apagará”.
Apo. 2:5: “Lembra-te de onde caíste! Arrepende-te e pratica as primeiras obras. Se não te
arrependeres, brevemente virei a ti, e removerei do seu lugar o teu candeeiro, se não te
arrependeres”.
Prov. 24:20: “Porque o maligno não terá galardão algum, e, a lâmpada dos ímpios se
apagará”.
Heb. 10:26: “Porque, se vivermos deliberadamente em pecado, depois de termos recebido
o pleno conhecimento da verdade, já não resta sacrifício pelos pecados”.
Rom. 6:23: “Porque o salário do pecado é a morte …”
Jesus Cristo fala-nos que somos a "...luz do mundo..." (Mateus 5: 14) e lemos
expressamente:
Apocalipse 1: 12, 13 e 20: “E voltei-me para ver quem falava comigo. E, ao voltar-me, vi
sete candeeiros de ouro, e no meio dos candeeiros um semelhante a filho de homem, vestido
de uma roupa talar, e cingido à altura do peito com um cinto de ouro...Eis o mistério das sete
estrelas, que viste na minha destra, e dos sete candeeiros de ouro: as estrelas são os anjos
das sete igrejas, e os sete candeeiros são as sete igrejas.”
A presença da Igreja, sendo o candeeiro de Deus, dentro de seu ambiente, deve trazer a
dissipação das trevas e iluminar o caminho tortuoso do ser humano.
Finalmente, com base nesta visão pode-se notar a magnitude e a profundidade da
parábola das 10 virgens.
Mat. 25:1-13: “Então, o Reino dos céus será semelhante a dez virgens que, tomando as
suas lâmpadas, saíram ao encontro do esposo. E cinco delas eram prudentes, e cinco, loucas.
As loucas, tomando as suas lâmpadas, não levaram azeite consigo. Mas as prudentes levaram
azeite em suas vasilhas, com as suas lâmpadas. E, tardando o esposo, tosquenejaram todas e
adormeceram. Mas, à meia-noite, ouviu-se um clamor: Ai vem o esposo! Saí-lhe ao encontro!
Então, todas aquelas virgens se levantaram e prepararam as suas lâmpadas. E as loucas
disseram às prudentes: Dai-nos do vosso azeite, porque as nossas lâmpadas se apagam. Mas
as prudentes responderam, dizendo: Não seja caso que nos falte a nós e a vós. E, tendo elas
ido compra-lo, chegou o esposo, e as que estavam preparadas entraram com ele para as
bodas, e fechou-se a porta. E, depois, chegaram também as outras virgens, dizendo: Senhor,
Senhor, abre-nos a porta! E Ele, respondendo, disse: Em verdade vos digo que vos não
conheço. Vigiai, pois, porque não sabeis o dia nem a hora em que o Filho do Homem há de vir”.
Sendo que as virgens, tanto as prudentes quanto as loucas, representam os cristãos que
aguardam a vinda do noivo, Jesus Cristo, mas que acabam todas por adormecer.
Contudo no Grande Dia, aquelas que tinham azeite para acender as suas lâmpadas
entraram para as Bodas do Cordeiro, já aquelas que não tinham aprovisionado uma reserva do
mesmo não puderam entrar.
Sendo assim, notamos mais uma vez que, é responsabilidade de todo o cristão não só
manter a lâmpada acesa, bem como ter uma reserva de azeite.
1.1. - FORMATO DE AMÊNDOAS
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Êxo. 25:33: “Numa haste haverá três copos a modo de amêndoas, um botão e uma flor; e
três copos a modo de amêndoas na outra haste, um botão e uma flor; assim serão as seis
hastes que saem do candelabro”.
Embora a Bíblia não fale muito sobre a palavra “amêndoa”, Provérbios 12, cita que floresce
flor na amendoeira.
Em Hebraico a palavra “amêndoa” = ‫ השקדייה‬é “shacad”, mas tem um significado
parecido com “proteger”.
Isso significa que, assim como o pastor protege as suas ovelhas com a vara, Deus nos
protege.
Qual o significado que a amêndoa tem no tabernáculo?
O candelabro que está no tabernáculo, como vimos representa Jesus Cristo que é a luz do
mundo.
Deus ter mandado fazer o 'cálice com formato de amêndoa' na haste do candelabro, pode
significar que, assim como através da iluminação o candelabro ilumina na escuridão, Jesus
Cristo é a luz nos protege.
A igreja que deve iluminar este mundo, tem o dever de fazer com que as pessoas que
estão na escuridão vejam e venham para diante de Deus.

ALTAR DE INCENSO = ORAÇÃO E LOUVOR


Êxo. 30:1-7: “e Farás também um altar para queimares nele o
incenso; de madeira de acácia o farás. Terá um côvado de
comprimento, e um de largura (será quadrado), e dois de altura; os
chifres formarão uma só peça com ele. De ouro puro o cobrirás, a
parte superior, as paredes ao redor e os chifres; e lhe farás uma
bordadura de ouro ao redor. Também lhe farás duas argolas de ouro
debaixo da bordadura; de ambos os lados as farás; nelas, se meterão
os varais para se levar o altar. De madeira de acácia farás os varais e os cobrirás de ouro.
Porás o altar defronte do véu que está diante da arca do Testemunho, diante do propiciatório
que está sobre o Testemunho, onde me avistarei contigo. Arão queimará sobre ele o incenso
aromático; cada manhã, quando preparar as lâmpadas, o queimará."
Êxo. 37:25-29: “Fez o altar de incenso de madeira de acácia. Era quadrado, e tinha um
côvado de comprimento, um de largura e dois de altura; os seus chifres formavam uma só
peça com ele. Cobriu-o de ouro puro, a parte superior, as paredes ao redor e os chifres, e lhe
fez uma moldura de outro ao redor. Fez-lhe duas argolas de ouro debaixo da sua moldura, nos
dois cantos de ambos os lados, para os varais, para com eles se levar o altar. Os varais fizeram
de madeira de acácia, e os cobriu de ouro. Fez também o óleo sagrado da unção, e o incenso
aromático, puro, de obra de perfumista.”
É de notar que o Altar de incenso tinha a mesma altura da Arca da Aliança, equiparando a
oração com a adoração.
Do Altar exalava um aroma suave, que simboliza as orações dos santos.
Apo. 5:8: “E havendo tomado o livro, os quatro animais e os vinte e quatro anciãos
prostraram-se diante do Cordeiro, tendo todos eles harpas e salvas de ouro cheias de incenso,
que são as orações dos santos.”
Apo. 8:3 e 4: “E veio outro anjo e pôs-se junto ao altar, tendo um incensário de ouro e foi-
lhe dado muito incenso, para o por com as orações de todos os santos sobre o altar de ouro
que está diante do trono. E a fumaça do incenso subiu com as orações dos santos desde a mão
do anjo até diante de Deus.”
Sal. 141:2: “Suba a minha oração perante a tua face como incenso, e seja o levantar das
minhas mãos como o sacrifício da tarde.”
Êxo. 30:37 e 38: “Porém o incenso que farás conforme a composição deste, não o fareis
para vós mesmos, santo será para o Senhor. O homem que fizer tal como este para cheirar
será extirpado do seu povo.”
Em Êxodo 30:7, está escrito: "Arão queimará sobre ele o incenso aromático; cada manhã".
Todas as manhãs, Arão queimava o incenso aromático em cima do altar.
Tal como o incenso que era “queimado” diariamente para que subisse ao Senhor devemos
nós atentar à conclamação de Paulo:
I Tes. 5:17: “orai sem cessar”.
Jesus intercede ininterruptamente:
Rom. 8:34: “Quem os condenará? Pois é Cristo quem morreu ou, antes, que ressuscitou
dentre os mortos, o qual está à direita de Deus e também intercede por nós”.
João 17:1-26: Jesus intercedendo junto ao Pai.
Heb. 7:25: “Portanto, pode também salvar perfeitamente os que por ele se chegam a
Deus, vivendo sempre para interceder por eles.”
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A Igreja, Corpo de Cristo, como intercessora deve ser aquele agente do Reino de Deus que
se posiciona na brecha, nos pontos fracos da existência humana, e intercede diante de Deus,
como fizeram Neemias e Josafá:
Neemias 1:4 e 5: “Tendo eu ouvido estas palavras, sentei-me e chorei, e lamentei por
alguns dias; e continuei a jejuar e orar perante o Deus do céu, e disse: Ó Senhor, Deus do céu,
Deus grande e temível, que guardas o pacto e usas de misericórdia para com aqueles que te
amam e guardam os teus mandamentos:”
II Cró. 19:3, 6 e 12: “Então Jeosafá teve medo, e pôs-se a buscar ao Senhor...e disse: Ó
Senhor, Deus de nossos pais, não és tu Deus no céu? E não és tu que governas sobre todos os
reinos das nações? E na tua mão há poder e força, de modo que não há quem te possa
resistir...Ó nosso Deus, não os julgarás? Porque nós não temos força para resistirmos a esta
grande multidão que vem contra nós, nem sabemos o que havemos de fazer; porém os nossos
olhos estão postos em ti.”
Também temos exortações nas escrituras, para que a Igreja se alinhe em oração a Deus,
para trazer salvação e ordenação:
Eze. 22:30: “E busquei dentre eles um homem que levantasse o muro, e se pusesse na
brecha perante mim por esta terra, para que eu não a destruísse; porém a ninguém achei.”
I Tim. 2:1-3: “Exorto, pois, antes de tudo que se façam súplicas, orações, intercessões, e
acções de graças por todos os homens, pelos reis, e por todos os que exercem autoridade,
para que tenhamos uma vida tranquila e sossegada, em toda a piedade e honestidade. Pois
isto é bom e agradável diante de Deus nosso Salvador,”
Assim, podemos discernir a visão profética do Apóstolo João, quando discerniu, pelo
Espírito, que o incensário representa as orações dos santos diante de Deus:
Apo. 5:8: “Logo que tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e quatro anciãos
prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um deles uma harpa e taças de ouro cheias de
incenso, que são as orações dos santos.”
Pensando na posição do altar do incenso, podemos ver uma coisa interessante.
Êxo. 30:6: “Porás o altar defronte do véu que está diante da arca do Testemunho, diante
do propiciatório que está sobre o Testemunho, onde me avistarei contigo.”
Vendo aqui, Deus disse que o lugar onde Se avistará connosco é a parte de cima do
propiciatório.
E disse para colocar o altar do incenso defronte do propiciatório
Quanto mais nos aproximamos do lugar Santíssimo, mais percebemos as nossas
fraquezas.
O altar feito de acácia ter sido coberto pelo ouro, significa que a nossa fraca pessoa é o
ouro.
Isto é, sendo cobertos pela glória de Deus, estamos indo diante Dele independentemente
das nossas pessoas e fraquezas.
Porque o mediador entre Deus e nós, por ser humano, tem que saber perfeitamente das
nossas condições e das nossas fraquezas.
I Tim. 2:5: “Porquanto há um só Deus e um só mediador entre Deus e os homens, Cristo
Jesus, homem.”
Assim como está escrito, com certeza Jesus Cristo era homem.
Por Jesus ter vindo na forma humana igual a nós, depois de jejuar 40 dias no deserto, teve
fome, e quando cansado dormiu na popa do barco, e quando exausto no caminho, sentou-se.
Quando estava a morrer na cruz, foi chicoteado, espetado pela coroa de espinhos, e por
fim, não conseguindo superar o sofrimento, sucumbiu.
Através dessas coisas, podemos saber que Jesus tinha o mesmo corpo que o nosso.
Jesus, o nosso perfeito Mediador, por ter vivido nessa terra com forma humana, conhece
muito bem as nossas fraquezas, necessidades e incapacidades.
Deus não mandou fazer o altar do incenso de ouro ou prata, mas mandou fazê-lo de
acácia, para mostrar que Jesus Cristo é homem.
E a acácia ao ser coberta de ouro, significou que Jesus iria ser completamente coberto pela
glória de Deus.
Em Êxodo 30, Deus deu ordem para fazerem o altar do incenso e o colocarem diante do
propiciatório.
Embora o sacerdote pudesse entrar somente uma vez por ano no lugar Santíssimo, Deus
disse para colocar o incenso diante do propiciatório para que todas as manhãs pudessem
acender o incenso fazendo com que a fumaça chegasse ao templo de Deus.
Embora nós não possamos ir todos os dias diante de Deus na nossa carne, através da
oração porem, o nosso coração pode relacionar-se com Deus no Seu trono.
Também, através da oração podemos consultar os problemas difíceis, e quando deixamos
esses problemas nas mãos de Deus, com certeza Ele os resolverá.
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E assim, esse altar do incenso foi colocado diante do propiciatório fora do véu, frente ao
lugar Santíssimo.
Mesmo que a nossa carne não possa ficar continuamente a passar pelo véu a fim de entrar
no lugar Santíssimo, o nosso coração pode alegrar Deus glorificando-O no Seu trono.

TRANSIÇÃO DO LUGAR SANTO PARA O LUGAR SANTÍSSIMO

AS QUATRO COLUNAS DE SUSTENTAÇÃO = JESUS CRISTO


I Cor. 1:30: “Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi
feito por Deus sabedoria, justiça, santificação e redenção.”
Eis aqui as colunas que nos conduzem à vida eterna.

VÉU = SEPARAÇÃO ENTRE O PECADO E DEUS


Êxo. 26:31-33: “Farás também um véu de estofo azul,
púrpura e carmesim, e de linho fino retorcido; com
querubins, obra de artífice se fará. Suspendê-lo-ás sobre
quatro colunas de madeira de acácia, cobertas de ouro; os
seus colchetes serão de ouro, sobre quatro bases de prata.
Pendurarás, o véu debaixo dos colchetes, e levarás a arca do
testemunho para dentro do véu. Este véu vos fará separação
entre o Lugar Santo e o Santo dos Santos”.
O véu tira a visão:
Êxo. 34:29 e 35: “E aconteceu que, descendo Moisés do Monte Sinai (e Moisés trazia as
duas tábuas do Testemunho em sua mão, quando desceu do monte), Moisés não sabia que a
pele de seu rosto resplandecia, depois que o Senhor falara com ele. Assim, pois, viam os filhos
de Israel o rosto de Moisés e que resplandecia a pele do rosto de Moisés; e tornava Moisés a
por o véu sobre o seu rosto, até que entrava para falar com Ele.”
II Cor. 3:15-18: “E até hoje, quando é lido Moisés, o véu está posto sobre o coração deles.
Mas, quando um deles se converte ao Senhor então o véu é-lhe retirado. Ora, o Senhor é
espírito, e onde está o Espírito do Senhor aí há liberdade. Mas todos nós, com o rosto
descoberto, reflectindo a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma
imagem, como pelo Espírito do Senhor”.
O véu, no Novo Testamento, é uma mentalidade que nos impede de ver Cristo como meta
e obra de Deus nas nossas vidas.
II Cor. 4:3 e 4: “Mas, se ainda o nosso evangelho está encoberto, é naqueles que se
perdem que está encoberto, nos quais o deus deste século cegou os entendimentos dos
incrédulos, para que lhes não resplandeça a luz do evangelho da glória de Cristo, o qual é a
imagem de Deus.”

A CARNE DE JESUS QUE FOI RASGADA POR NÓS


Mat. 27:50 e 51: “E Jesus, clamando outra vez com grande voz,
entregou o espírito. E eis que o véu do templo se rasgou em dois,
de alto a baixo, e tremeu a terra, e fenderam-se as pedras”.
Heb. 6:19 e 20: “Temos essa consolação como âncora da alma,
segura e firme, e que penetra até o interior do véu, aonde Jesus,
como precursor entrou por nós, feito sumo-sacerdote para sempre,
segundo a ordem de Melquisedeque.”
Heb. 10:19 e 20: “Tendo, pois, irmãos, ousadia para entrar no Santuário, pelo sangue de
Jesus, pelo novo e vivo caminho que ele nos consagrou, pelo véu, isto é, pela sua carne”.

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O LUGAR SANTÍSSIMO

Era quadrado, media dez côvados de cada lado, e nele estava a Arca da Aliança.
Apenas o sumo-sacerdote lá poderia entrar uma vez por ano, no dia da expiação.
Heb. 9:6-8: “Ora, estando essas coisas assim preparadas, a todo o tempo entravam os
sacerdotes no primeiro tabernáculo, cumprindo os serviços, mas, no segundo, só o sumo
sacerdote, uma vez por ano, não sem sangue, que oferecia por si mesmo e pelas culpas do
povo, dando nisso a entender o Espírito Santo, que ainda o caminho do Santuário não estava
descoberto, enquanto se conservava em pé o primeiro tabernáculo”.
Êxo. 28:34 e 35: “Uma campainha de ouro e uma romã, outra campainha de ouro e outra
romã haverá nas bordas do manto ao redor, e estará sobre Arão quando ministrar, para que se
ouça o seu som, quando entrar no Santuário diante do Senhor e quando sair, para que não
morra”.
ARCA DA ALIANÇA = PRESENÇA DE DEUS
Êxo. 37:1-9: “Fez Bezalel a Arca de madeira de acácia; o seu
comprimento era de dois côvados e meio, a sua largura de um
côvado e meio, e a sua altura de um côvado e meio. Cobriu-a de
ouro puro por dentro e por fora, e fez-lhe uma moldura de ouro ao
redor. Fundiu-lhe quatro argolas de ouro nos seus quatro cantos,
duas argolas num lado e duas no outro. Também fez varais de
madeira de acácia, os cobriu de ouro. E meteu os varais pelas
argolas nos lados da arca, para se levar a arca. Fez de ouro puro o propiciatório, o seu
comprimento era de dois côvados e meio, e a sua largura de um côvado e meio. Então fez dois
querubins de ouro, de ouro batido os fez nas duas extremidades do propiciatório. Um querubim
numa extremidade, e o outro querubim na outra; de uma só peça com o propiciatório fez os
querubins nas duas extremidades dele. Os querubins estendiam as asas por cima, cobrindo
com elas o propiciatório. Tinham eles as faces voltadas um para o outro, para o propiciatório
estavam voltadas as faces dos querubins”.
Representava a presença, a glória e o poder de Deus.
O foco do tabernáculo está na arca.
Quando o povo de Israel tinha dificuldade, eles levavam a arca para as guerras, quando
deram as sete voltas no muro de Jericó, também carregaram a arca, e quando atravessavam o

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rio Jordão, a água parou no momento em que os pés do sacerdote que carregavam a arca
encostou na água.
Vendo todas estas coisas, podemos saber que o foco do tabernáculo estava na arca.
Hoje, mediante o sangue de Cristo, temos a presença do Deus vivo em nós, nos nossos
espíritos recriados.
Heb. 9:11-15: “Mas Cristo, tendo vindo como sumo sacerdote dos bens já realizados, por
meio de um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, e
não por meio de sangue de bodes e bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou no Santo
dos Santos, uma vez por todas, havendo obtido uma eterna redenção. Se a aspersão de
sangue de bodes e de touros, e das cinzas de uma novilha santifica os contaminados, quanto à
purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si
mesmo imaculado a Deus, purificará a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao
Deus vivo? Por isso ele é o mediador de uma nova aliança para que, intervindo a morte para
remissão dos pecados que havia sob a primeira aliança, os chamados recebam a promessa da
herança eterna”.
Quando Deus tirou o povo de Israel do Egipto, desejou tornar-Se o seu Deus para os
proteger e abençoar habitando no meio deles.
Mas, por causa do pecado, Deus não podia habitar no meio deles, por isso disse-lhes para
Lhe construirem um lugar santificado onde não houvesse pecado.
Êxo. 25:8-9: “E me farão um santuário, para que eu possa habitar no meio deles. Segundo
tudo o que eu te mostrar para modelo do tabernáculo e para modelo de todos os seus móveis,
assim mesmo o fareis”.
Mesmo com o pecado multiplicando-se entre o povo, Deus tinha conforto suficiente para
habitar no tabernáculo.
A primeira coisa que Deus mandou fazer entre os utensílios foi a arca.
Êxo. 25:10: “Também farão uma arca de madeira de acácia; de dois côvados e meio será
o seu comprimento, de um côvado e meio, a largura, e de um côvado e meio, a altura”.
A arca era um cesto coberto de ouro puro feito com a madeira de acácia.
A tampa da arca era o propiciatório.
Deus disse para colocarem as duas tábuas de pedra com a lei escrita, a vara florescente
de Arão, e a urna de ouro contendo o maná.
A arca do testemunho é um dos utensílios mais importantes do tabernáculo, e se
observarmos o significado espiritual da arca, na Bíblia em Inglês o termo utilizado para
designar a arca é 'Ark'.
E no Antigo Testamento aparece apenas três vezes a mesma palavra 'Ark'.
A arca de Noé que é citada em Génesis 6:14 também é chamada 'Ark', e em Êxodo 2:3, o
cesto de junco onde Moisés foi colocado é também designado por 'Ark'.
Na época de Noé, o único lugar que não passava pelo julgamento de Deus, era na arca
forrada a betume por dentro e por fora.
E quando Faraó mandou matar todos os meninos Hebreus recém nascidos, os pais de
Moisés o criaram escondido e não podendo escondê-lo por mais tempo, largaram-no no rio
Nilo.
E o cesto de junco onde o menino foi colocado era também ele betumado.
(O nome 'Moisés', significa 'resgate', isto é, significa 'salvação'.)
Não sei porque se designa, em inglês, a arca por 'Ark', mas uma coisa em comum existe
nestas três 'Ark', é que todas elas tiveram uma profunda relação com a salvação.
Embora a arca construída em acácia não servisse para nada, tinha contudo, todas as
condições para que Deus pudesse habitar no meio do povo de Israel.
Por outras palavras, embora a arca seja um cesto sem forma, tal como a arca de Noé ou o
cesto de junco de Moisés, representa o Senhor da 'salvação', isto é, Jesus Cristo.
DENTRO DA ARCA
É importante notar que a arca continha as duas tábuas do
Decálogo como memorial de que Deus tinha feito uma aliança
com Israel, mas a qual o Seu povo tinha quebrado.
Foram ainda colocados dois outros artigos dentro da arca.
Um deles era um pote contendo um Ômer = 3,6 litros de
maná (Heb. 9:4) como um memorial da provisão de Deus:
Êxo: 16:32 e 33: “E disse Moisés: Esta é a palavra que o
SENHOR tem mandado: Encherás um ômer dele e guardá-lo-ás para as vossas gerações, para
que vejam o pão que vos tenho dado a comer neste deserto, quando eu vos tirei da terra do
Egipto. Disse também Moisés a Arão: Toma um vaso, e põe nele um ômer cheio de maná, e
coloca-o diante do SENHOR, para guardá-lo para as vossas gerações.”

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O terceiro artigo colocado foi a vara de Arão da qual saíram brotos, floresceu e frutificou
dando amêndoas maduras numa única noite, como sinal da escolha de Deus por Arão para o
sacerdócio. (Heb. 9:4)
Núm. 17:7 e 8: “E Moisés pôs estas varas perante o SENHOR na tenda do testemunho.
Sucedeu, pois, que no dia seguinte Moisés entrou na tenda do testemunho, e eis que a vara de
Arão, pela casa de Levi, florescia; porque produzira flores e brotara renovos e dera amêndoas.”
➢ AS TÁBUAS DA LEI
Mas os 10 Mandamentos foram armazenados dentro da própria arca.
Êxo. 25:16: “ Depois porás na arca o testemunho, que eu te darei.”
As tábuas de pedra da lei, recebidas por Moisés no Monte Sinai, foram
colocadas na Arca que recebeu então o nome de "Arca da Aliança".
Isto aponta para Cristo como Aquele que não somente guardou a lei,
mas também a tinha no Seu coração. (Sal. 40:7 e 8, Gál. 4:4)
Em Cristo a lei foi completamente honrada e ao mesmo tempo a
misericórdia tornou-se possível. (Sal. 85:10)
Segundo o livro de Gál. 3:24 e 25 a lei do Senhor nos serve como “Aio”.
Na época de Cristo “Aio” nada mais era do que um guardião, guia de meninos.
Entre os gregos e os romanos o nome foi aplicado a escravos fiéis que supervisionavam e
guiavam a vida de meninos que pertenciam aos ricos.
Da mesma forma a Lei conduz-nos a Cristo pois esse é seu objectivo.
Ela é o único “coisa” que não foi inspirada, pois Deus mesmo a escreveu, pelo Seu santo
dedo. (Êxo. 31:18)
É eterna e ainda é válida para os nossos dias. (Sal. 19:7)
Tudo passará porém ela subsistirá. (Mat. 5:18)

➢ A VARA DE ARÃO
Deus orientou Moisés para seleccionar um representante de cada tribo para
qu e trouxessem uma vara de amendoeira com o nome da respectiva tribo
inscrito por forma a que se fizesse prova do direito de Arão a ser o Sumo-
sacerdote.
A vara do homem que Deus tinha escolhido floresceu.
As doze varas foram postas no Tabernáculo antes do testemunho.
Na manhã seguinte, a vara de Arão tinha brotado, tinha florescido, e tinha
dado amêndoas.
A vara de Arão foi colocada na arca como sinal, provando que ele era o escolhido por Deus
para ser Sumo-sacerdote.
O cajado de Arão floresceu, portanto, como uma confirmação de que Deus tinha escolhido
a Tribo de Levi para o sacerdócio e Arão, representante desta tribo, como líder religioso da
nação.
Foi colocado na arca como um símbolo da Liderança Divina. (Núm. 17:8)
➢ A TAÇA COM MANÁ
O maná foi o alimento enviado por Deus para alimentar o povo de
Israel quando estavam a atravessar o deserto a caminho da terra
prometida.
Era uma massa que pela manhã estava ao alcance das pessoas
enquanto o sol não o derretesse.
Esse milagre aconteceu durante 40 anos, até terem entrado em
Canaã.
Havia uma porção no maná na arca como símbolo da Protecção e Cuidado Divinos. (Êxo.
16:4)
Outra lição que podemos tirar é que Deus não alimenta preguiçosos.
O Senhor enviava o maná que caía no deserto, e quem quisesse, deveria ir buscá-lo.
Se não fossem passariam fome.
Ninguém poderia trazer o do outro, cada um deveria apanhar o seu, se trouxessem mais
do que o devido apodreceria.
Apenas na sexta-feira por causa do Sábado era permitido trazer o dobro.
Assim, a “ração” que cada um de nós precisa para se alimentar espiritualmente, temos
nós próprios de a ir buscar.
Todos os dias caía o maná, cedinho estava lá.
Todos os dias precisamos de alimento espiritual.
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Se não formos “apanhar” o “maná espiritual” morreremos de fome.
Quando não nos alimentamos do “maná espiritual” que é a busca diária de Deus, então os
dardos inflamados do maligno poderão colocar-nos numa posição tão delicada a ponto de
sermos afectados pelos problemas.
A palavra maná em Êxo. 16:15 é uma transliteração de duas palavras hebraicas que como
já visto significam: o que é?
O maná é também conhecido na Bíblia através de três outros nomes:
✔ “Pão do céu”. (Êxo. 16:4)
✔ “Pão dos anjos”. (Sal. 78:25)
✔ “Pão”. (Núm. 21:5)

O PROPICIATÓRIO
Êxo. 25:17-22: ”Farás também um propiciatório de ouro
puro; de dois côvados e meio será o seu comprimento, e a
largura, de um côvado e meio. Farás dois querubins de ouro; de
ouro batido os farás, nas duas extremidades do propiciatório; um
querubim, na extremidade de uma parte, e o outro, na
extremidade da outra parte; de uma só peça com o propiciatório
fareis os querubins nas duas extremidades dele. Os querubins
estenderão as asas por cima, cobrindo com elas o propiciatório; estarão eles de faces voltadas
uma para a outra, olhando para o propiciatório. Porás o propiciatório em cima da arca; e dentro
dela porás o Testemunho que eu te darei. Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório do meio dos
dois querubins que estão sobre a arca do Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que eu
te ordenar para os filhos de Israel.”
Quando Deus falou sobre a arca em Êxodo 25:10-22, usou sete vezes a palavra
“propiciatório”.
"Farás o propiciatório, farás dois querubins de ouro batido nas duas extremidades do
propiciatório."
"De uma só peça com o propiciatório fareis os querubins e os querubins estenderão as
asas por cima, cobrindo com elas o propiciatório."
"Estarão eles de faces voltadas uma para a outra, olhando para o propiciatório. Porás o
propiciatório em cima da arca."
"Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório."
Ao analisar este facto quase podemos concluir que o coração de Deus está no
propiciatório.
O mais importante para que o povo de Israel pudesse ir diante de Deus, era o
propiciatório.
Este propiciatório era a tampa da arca.
Êxo. 25: 18-20: “Farás também dois querubins de ouro; de ouro batido os farás, nas duas
extremidades do propiciatório. Farás um querubim na extremidade de uma parte, e o outro
querubim na extremidade da outra parte; de uma só peça com o propiciatório, fareis os
querubins nas duas extremidades dele. Os querubins estenderão as suas asas por cima,
cobrindo com elas o propiciatório; as faces deles uma defronte da outra; as faces dos
querubins estarão voltadas para o propiciatório”.
Os nossos pecados são lavados através do sangue aspergido no propiciatório.
Êxo. 25:21 e 22: “Porás o propiciatório em cima da arca; e dentro dela porás o
Testemunho, que eu te darei. Ali, virei a ti e, de cima do propiciatório, do meio dos querubins
que estão sobre a arca do Testemunho, falarei contigo acerca de tudo o que eu te ordenar
para os filhos de Israel”.
Como já citado Deus disse que viria encontrar-Se com o povo de Israel no propiciatório.
As pessoas que estão presas no pecado, não podem encontrar-se com Deus.
Hoje em dia, embora algumas pessoas embora tendo pecado nos seus corações, pensam
que se orarem esforçadamente, Deus os ouvirá.
Aquele que está em pecado, primeiro terá que ir diante do propiciatório e confessar os
pecados para poder encontrar-se com Deus.
Porque jamais poderá se encontrar com Deus tendo pecado no coração.
Porque Deus abomina o pecado, não o pecador apenas poderemos encontrar-nos com
Deus quando recebermos o perdão dos pecados.
Em Êxodo 25, está escrito que Deus nos verá “por cima” do propiciatório.
Se não houver propiciatório, não podemos ouvir a voz de Deus.
E se não houver propiciatório não conseguiremos receber o perdão dos pecados, não
podendo assim, por isso encontrar-nos com Deus.
Este é o profundo segredo que Deus nos quer ensinar.
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O Sangue do cordeiro que era aspergido em cima do propiciatório tipificava o sangue de
Jesus Cristo que foi derramado por nós na cruz.
Dado o sangue de Jesus Cristo ter sido derramado por nós, esse sangue fez com que
pudéssemos ir a Deus tão logo recebamos o perdão dos nossos pecados confessados no
propiciatório os quais se tornam então alvos como a neve.
Assim, se não tivermos o propiciatório nos nossos corações, não temos forma de receber o
perdão dos pecados, ou mesmo ouvir a voz de Deus.

"SH'CHEEKNAH"
Núm. 16:42: “E tendo-se sublevado a congregação contra Moisés e
Arão, dirigiu-se para a tenda da revelação, e eis que a nuvem a cobriu,
e a glória do Senhor apareceu”.
“A GLÓRIA DO SENHOR” É “SHEKINÁ”, do Heb. - ‫ שכינה‬que
representa a presença do Senhor, habitando entre o Seu povo.
A nuvem do “shekiná” que ocorria no Tabernáculo de Moisés é
Deus em pessoa, é Ele enchendo o Templo, trazendo a Sua revelação.
II Cró. 5:13 e 14: “quando os trombeteiros e os cantores estavam acordes em fazerem
ouvir uma só voz, louvando ao Senhor e dando-lhe graças, e quando levantavam a voz com
trombetas, e címbalos, e outros instrumentos de música, e louvavam ao Senhor, dizendo:
Porque ele é bom, porque a sua benignidade dura para sempre; então se encheu duma nuvem
a casa, a saber, a casa do Senhor, de modo que os sacerdotes não podiam ter-se em pé, para
ministrar, por causa da nuvem; porque a glória do Senhor encheu a casa de Deus”.
Eze. 10:3 e 4: “E os querubins estavam de pé ao lado direito da casa, quando entrou o
homem; e uma nuvem encheu o átrio interior. Então se levantou a glória do Senhor de sobre o
querubim, e passou para a entrada da casa; e encheu-se a casa duma nuvem, e o átrio se
encheu do resplendor da glória do Senhor”.
Apo. 14:14: “E olhei, e eis uma nuvem branca, e assentado sobre a nuvem um semelhante
a filho de homem, que tinha sobre a cabeça uma coroa de ouro, e na mão uma foice afiada”.

AS VESTES SACERDOTAIS
AS VESTES DO SUMO-SACERDOTE

VESTUÁRIO DO SUMO-SACERDOTE (Êxodo Cap. 28)

78
Procuraremos aqui fazer uma descrição das vestes cerimoniais do Sumo-sacerdote
conhecidas como os ornamentos de glória e beleza.
Nas cores e estilos, as vestes dos sacerdotes eram ricas em significados porque elas
descreviam as belezas maravilhosas de Cristo, o Sumo Sacerdote e também os privilégios e
deveres de todos os sacerdotes de Deus, sejam os do Antigo Testamento ou todos os crentes
do Novo Testamento.
Nas suas vestes de glória e beleza, Arão se tornou tipicamente aquilo que Jesus Cristo era
de modo intrínseco em todo o seu ser, em pureza e santidade.

O ÉFODE (Êxo. 28:6-14, 39:2-7)


As roupas dele tiveram que ser feitas especialmente por aqueles que
tinham sido dotados de habilidade particular para a tarefa.
Por cima de um manto de trabalho, o Sumo-sacerdote usava uma
vestimenta chamada de 'éfode', feito de linho com ouro, azul, púrpura e
escarlata.
Estendia-se para a frente e para atrás do corpo, em duas partes que foram
apertadas junto ao ombro através de duas pedras de ónix fixadas em ouro.
Em cada uma destas foram gravadas os nomes das doze tribos de Israel.
Foram colocados seis nomes, em ordem de nascimento, em um ombro e seis no outro. Isto
significa que todas as vezes que o Sumo-sacerdote entrava no Lugar Santo, levava os nomes
das tribos diante do Senhor, e de acordo com o carácter de sacerdote, ele representava estas
diante de Deus.
Êxo. 28:6-14: E farão o éfode de ouro, e de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho
fino torcido, de obra esmerada. Terá duas ombreiras, que se unam às suas duas pontas, e
assim se unirá. E o cinto de obra esmerada do seu éfode, que estará sobre ele, será da sua
mesma obra, igualmente, de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino
torcido. E tomarás duas pedras de ónix, e gravarás nelas os nomes dos filhos de Israel, seis
dos seus nomes numa pedra, e os outros seis nomes na outra pedra, segundo as suas
gerações; Conforme à obra do lapidário, como o lavor de selos lavrarás estas duas pedras, com
os nomes dos filhos de Israel; engastadas ao redor em ouro as farás. E porás as duas pedras
nas ombreiras do éfode, por pedras de memória para os filhos de Israel; e Arão levará os seus
nomes sobre ambos os seus ombros, para memória diante do SENHOR. FARÁS também
engastes de ouro, e duas cadeiazinhas de ouro puro; de igual medida, de obra de fieira as
farás; e as cadeiazinhas de fieira porás nos engastes. "
De modo geral, um éfode era um manto ou xaile, mas para o Sumo-sacerdote era um
artigo de vestuário exterior particular, no estilo de uma túnica ou avental.
Foi feito de linho azul, púrpura e escarlata e tinha linhas douradas tecidas.
Foi feito em dois pedaços unidos junto aos ombros com ganchos dourados.
Cada gancho era fixo com uma pedra de ónix gravada.
TRADIÇÃO JUDAICA
DE ACORDO COM JOSEFO, AS PEDRAS DE ÓNIX GRAVADAS FORAM PROJECTADAS NOS OMBROS DE FORMA QUE OS NOMES DOS
SEIS FILHOS PRIMOGÉNITOS FORAM GRAVADOS NA PEDRA À DIREITA DO OMBRO, E OS SEIS FILHOS MAIS JOVENS NA PEDRA NO OMBRO
ESQUERDO.

O MANTO
DO ÉFODE (Êxo.28:31-35, 39:22-26)
Debaixo do éfode do Sumo-sacerdote havia um manto azul.
Foram presos sinos (campainhas) dourados à orla e romãs do mesmo
material penduradas entre os sinos.
Êxo. 28:31-35: “Também farás o manto do éfode, todo de azul. E a abertura
da cabeça estará no meio dele; esta abertura terá uma borda de obra tecida ao
redor; como abertura de cota de malha será, para que não se rompa. E nas suas
bordas farás romãs de azul, e de púrpura, e de carmesim, ao redor das suas
bordas; e campainhas de ouro no meio delas ao redor. Uma campainha de ouro, e uma romã,
outra campainha de ouro, e outra romã, haverá nas bordas do manto ao redor, e estará sobre
Arão quando ministrar, para que se ouça o seu som, quando entrar no santuário diante do
SENHOR, e quando sair, para que não morra”.
O manto do éfode era um vestuário feito de tecido azul sem manga azul usado
directamente em baixo do éfode e estendendo-se algumas polegadas, provavelmente debaixo
dele.

ROMÃS E CAMPAINHAS

79
Êxo. 39: 24-26:E nas bordas do manto fizeram romãs de azul, e de púrpura, e de
carmesim, de fio torcido. Fizeram também as campainhas de ouro puro, pondo as campainhas
no meio das romãs nas bordas do manto, ao redor, entre as romãs; uma campainha e uma
romã, outra campainha e outra romã, nas bordas do manto ao redor; para ministrar, como o
SENHOR ordenara a Moisés.
Havia uma fila de romãs bordada na orla intercaladas com de sinos dourados que soavam
quando o sacerdote se movia.
Os sinos apontam-nos a necessidade de escutar Deus quando se está ao seu serviço.
As romãs falam de frutificação (sementes abundantes) e são um símbolo da Palavra de
Deus, alimento espiritual doce e agradável.
O som dos sinos poderia ser ouvido quando Arão entrava no Lugar Santíssimo diante do
Senhor, e o povo ao escutar sabia que ele não tinha morrido na presença de Deus, mas que a
sua oferta por eles tinha sido aceite por Deus.
Êxo: 28:35: “E estará sobre Arão quando ministrar, para que se ouça o seu som, quando
entrar no santuário diante do SENHOR, e quando sair, para que não morra”.
Hoje há um sacerdócio operante na terra, que já não é restrito a um grupo de indivíduos
ou tribo específica, mas é um “ofício” da Igreja.
A Igreja é o Sacerdócio Real, a nação santa:
I Pedro 2:9: “Mas vós sois a geração eleita, o sacerdócio real, a nação santa, o povo
adquirido, para que anuncieis as grandezas daquele que vos chamou das trevas para a sua
maravilhosa luz.”
Hoje o caminho para o Lugar Santíssimo não é através do sacrifício de animais, mas pelo
sangue de Jesus.
Hebreus 10:12: “mas Jesus, havendo oferecido um único sacrifício pelos pecados,
assentou-se para sempre à direita de Deus”.
Hebreus 10: 19-21: “Tendo pois, irmãos, ousadia para entrarmos no santíssimo lugar, pelo
sangue de Jesus, pelo caminho que ele nos inaugurou, caminho novo e vivo, através do véu,
isto é, da sua carne, e tendo um grande sacerdote sobre a casa de Deus.”
O éfode como um todo, com as suas cores diferentes e materiais, simbolizava Cristo no
seu ministério como Sumo-sacerdote.
Cristo, o Sumo-sacerdote leva o seu povo sobre os seus ombros, o lugar de força e assento
de poder.
Os ombros apontam para o transporte de um fardo, Cristo, o Sumo-sacerdote leva Ele o
fardo.

A FAIXA OU CINTO
Êxo. 28:8: E o cinto de obra esmerada do seu éfode, que estará sobre ele, será
da sua mesma obra, igualmente, de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de
linho fino torcido.
Rodeando o éfode foi feito como as vestes, uma faixa ou cinto que foi colocado
sobre a cintura do sacerdote.
Êxo. 28:39: … mas o cinto farás de obra de bordador.
Era de linho azul, púrpura e escarlate entrelaçado com linhas douradas.
O sacerdote devia ser 'cingido' com este cinto, para que se apresentasse, completamente
vestido, preparado e pronto para servir.

O PEITORAL (Êxo. 28:15-29, 39:8-21)


Por cima do éfode, o Sumo-sacerdote usava um peitoral que era
uma bolsa de aproximadamente 22 cm2 feito de material
formosamente tecido.
Na frente do peitoral foram firmadas as doze pedras preciosas
em quatro filas de três.
Em cada uma destas pedras foi gravado o nome de uma das
tribos de Israel:
Êxo. 28:15-29: “Farás também o peitoral do juízo de obra esmerada, conforme à obra do
éfode o farás; de ouro, de azul, e de púrpura, e de carmesim, e de linho fino torcido o farás.
Quadrado e duplo, será de um palmo o seu comprimento, e de um palmo a sua largura. E o
encherás de pedras de engaste, com quatro ordens de pedras; a ordem de um sárdio, de um
topázio, e de uma esmeralda; esta será a primeira ordem; e a segunda ordem será de uma
turquesa, de uma safira, e de um diamante; e a terceira ordem será de um jacinto, de uma

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ágata, e de uma ametista; e a quarta ordem será de um berilo, e de um ónix, e de um jaspe;
engastadas em ouro serão nos seus engastes. E serão aquelas pedras segundo os nomes dos
filhos de Israel, doze segundo os seus nomes; serão esculpidas como selos, cada uma com o
seu nome, para as doze tribos. Também farás para o peitoral cadeiazinhas de igual medida,
obra trançada de ouro puro. Também farás para o peitoral dois anéis de ouro, e porás os dois
anéis nas extremidades do peitoral. Então porás as duas cadeiazinhas de fieira de ouro nos
dois anéis, nas extremidades do peitoral; E as duas pontas das duas cadeiazinhas de fieira
colocarás nos dois engastes, e as porás nas ombreiras do éfode, na frente dele. Farás também
dois anéis de ouro, e os porás nas duas extremidades do peitoral, na sua borda que estiver
junto ao éfode por dentro. Farás também dois anéis de ouro, que porás nas duas ombreiras do
éfode, abaixo, na frente dele, perto da sua juntura, sobre o cinto de obra esmerada do éfode. E
ligarão o peitoral, com os seus anéis, aos anéis do éfode por cima, com um cordão de azul,
para que esteja sobre o cinto de obra esmerada do éfode; e nunca se separará o peitoral do
éfode. Assim Arão levará os nomes dos filhos de Israel no peitoral do juízo sobre o seu coração,
quando entrar no santuário, para memória diante do SENHOR continuamente”.
O peitoral era de feito um pedaço de tecido do mesmo material que o éfode.
Eram duas tiras dobradas, para formar uma bolsa quadrada na qual foram colocados o
Urim e Tumim.
O peitoral estava fixo em seu lugar por cadeias douradas presas aos ganchos do ombro,
de ónix e também por tiras azuis que prenderam o peitoral ao éfode.
Evidentemente, havia um anel dourado pequeno preso a cada canto do peitoral para qual
em troca foram conectadas as cadeias douradas e as tiras.
As pedras no peitoral representaram as doze tribos de Israel, e eles foram levados
continuamente diante do Senhor como um memorial.
Já que as doze pedras estavam em um peitoral, eles falam da unidade do povo de Deus;
enquanto a posição deles no peito de Arão fala do afecto de Deus para com o seu povo.
Os nomes no peitoral sempre estavam perto do coração de Arão da mesma maneira que
com Cristo e os seus queridos.

URIME TUMIM (Êxo. 28:30, cf. Num. 27:21 e I Sam.28:6)


Êxo. 28:30: “Também porás no peitoral do juízo Urim e Tumim, para
que estejam sobre o coração de Arão, quando entrar diante do SENHOR:
assim Arão levará o juízo dos filhos de Israel sobre o seu coração diante
do SENHOR continuamente”.
Não se sabe com certeza o que o Urim e Tumim realmente eram, mas
provavelmente eles podem ter sido duas pedras preciosas, possivelmente
pedras preciosas que eram idênticas na sua forma.
Um ou o outro poderia ser tirado da bolsa para prover um sim ou não, em resposta ao
buscar o Senhor para direcção.
Núm. 27:21: “E apresentar-se-á perante Eleazar, o sacerdote, o qual por ele consultará,
segundo o juízo de Urim, perante o SENHOR; conforme a sua palavra sairão, e conforme a sua
palavra entrarão, ele e todos os filhos de Israel com ele, e toda a congregação”.
Na Escritura foi citado explicitamente que o Urim e Tumim estavam no peitoral, parecendo
que eles estavam separados das doze pedras montadas no lado de fora.
O nome Urim quer dizer "luzes", enquanto Tumim quer dizer "perfeições"; e estes
significados conduziram alguns para colocá-las como sendo talvez pedras flamejadas de um
modo particular para indicar "sim" ou "não".
"Nós não podemos tirar nenhuma outra conclusão senão a de que o Urim e Tumim sejam
considerados como um meio, dado pelo Senhor ao seu povo, através do qual, sempre que a
congregação necessitasse da iluminação divina para guiar suas acções, esta iluminação estaria
garantida.
Quando Deus estava descontente com o seu povo em uma história uma pouco mais
recente, Ele recusou permitir o Urim e Tumim funcionar como meio de direcção.
Aparentemente quando faltou ao homem a maioria da revelação da Palavra de Deus, este
requereu alguma outra fonte de informação da vontade divina. " (KEIL E DELITZSCH - COMENTÁRIO DO
ANTIGO TESTAMENTO)
I Sam. 28:6: “E perguntou Saul ao SENHOR, porém o SENHOR não lhe respondeu, nem por
sonhos, nem por Urim, nem por profetas”.
Não há nenhum registo deste método usado para descobrir a direcção de Deus depois do
tempo de David e do ministério dos profetas.

A MITRA E A COROA (Êxo.28:36-38, 39:30, 31)


Êxo. 39:28: E a mitra de linho fino, e o ornato das tiaras de linho fino…
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Na sua cabeça, o Sumo-sacerdote usava um turbante ou mitra de linho fino que era ligado
ao redor da cabeça em rolos, como um turbante ou tiara.
Êxo. 28:36: “Também farás uma lâmina de ouro puro, e nela gravarás como as gravuras
de selos: SANTIDADE AO SENHOR. E atá-la-ás com um cordão de azul, de modo que esteja na
mitra, na frente da mitra estará;
Na frente da mitra na testa de Arão, presa por uma tira azul, havia a lâmina dourada
gravada “SANTIDADE AO SENHOR”.
Esta era uma lembrança constante da aliança de santidade para o povo de Israel e para o
Sumo-sacerdote em seu chamado.
Em Levítico 19:2 o Senhor disse a Moisés: “Fala a toda a congregação dos filhos de Israel,
e dize-lhes: Santos sereis, porque eu, o SENHOR vosso Deus, sou santo”.
Estando marcado no seu interior, o Sumo-sacerdote simbolizava a verdadeira santidade na
terra, na qual só Israel poderia ser aceito diante de Deus.
Ele verdadeiramente era o homem mais importante na Terra.
A posição distinta da lâmina dourada na testa de Arão deu significado especial e carácter a
todos os artigos de vestuário e para o seu ofício.
Se praticando a santidade, Arão poderia ser assegurado de que ele estava qualificado para
o serviço divino e foi aceito por Deus como um mediador entre Deus e o povo de Israel.
TRADIÇÃO JUDAICA
ACTUALMENTE OS ROLOS DA TORAH DA SINAGOGA SÃO EMBRULHADOS EM VELUDO AZUL OU PURPÚREO. UMA LÂMINA ADORNA O
ROLO, E SÃO COLOCADAS UMA COROA OU COROAS DE PRATA E OURO COM SINOS A TINIR NOS SEUS ROLOS RECORDANDO ALGUNS
DOS ARTIGOS DO VESTUÁRIO DO SUMO-SACERDOTE.

AS VESTES DOS SACERDOTES


VESTES DO SACERDOTE (Êxo. 28:39-43, 39:27-29)
Êxo. 28:39-43: “Também farás túnica de linho fino; também farás uma mitra de
linho fino; mas o cinto farás de obra de bordador. Também farás túnicas aos filhos de
Arão, e far-lhes-ás cintos; também lhes farás tiaras, para glória e ornamento. E
vestirás com eles a Arão, teu irmão, e também seus filhos; e os ungirás e
consagrarás, e os santificarás, para que me administrem o sacerdócio. Faze-lhes
também calções de linho, para cobrirem a carne nua; irão dos lombos até as coxas. E
estarão sobre Arão e sobre seus filhos, quando entrarem na tenda da congregação,
ou quando chegarem ao altar para ministrar no santuário, para que não levem iniquidade e
morram; isto será estatuto perpétuo para ele e para a sua descendência depois dele”.
Os sacerdotes que ministravam no Santo Lugar usavam as seguintes vestes:
1. Uma túnica longa com mangas de linho branco, tecido ao longo, sem costura e
comprida.
2. Calções brancos do quadril até a coxa.
3. Uma touca de linho branco ou mitra, como um turbante, mas de forma cónica.
4. Uma faixa ou cinto tecidos do mesmo material que o véu.

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Como sacerdotes ordenados, embora em vestes simples e de status secundário, os filhos
de Arão apontavam para a generalidade dos crentes de hoje; de igual forma Arão, o Sumo-
sacerdote, nas suas vestimentas de beleza e glória, apontava para Cristo O nosso grande
Sumo-sacerdote.
TRADIÇÃO JUDAICA
DE ACORDO COM FONTES JUDAICAS , AMBAS AS EXTREMIDADES DO CINTO COBRIAM O SOLO, EXCEPTO QUANDO O SACERDOTE ESTAVA
MINISTRANDO, QUANDO ELES ERAM LANÇADOS POR CIMA DO SEU OMBRO ESQUERDO.
A FAIXA OU CINTO ERAM DE VÁRIAS METROS DE COMPRIMENTO E ERAM PASSADOS MUITAS VEZES AO REDOR DO CORPO ENTRE AS
AXILAS E OS QUADRIS.
UMA TRADIÇÃO INTERESSANTE DECLARA QUE AS VESTES VELHAS DOS SACERDOTES ERAM DESFIADAS E COM OS FIOS ERAM FEITOS OS
PAVIOS PARA AS LUMINÁRIAS DO TABERNÁCULO E DO TEMPLO.

O TABERNÁCULO E O HOMEM
ÁTRIO SIMBOLIZA O CORPO
LUGAR SANTO SIMBOLIZA A ALMA (MENTE, EMOÇÕES).
LUGAR SIMBOLIZA O ESPÍRITO (ONDE DEUS
SANTÍSSIMO HABITA)

Após apresentarmos uma visão panorâmica do Tabernáculo gostaríamos de fazer a


comparação do mesmo com o próprio homem.
I Cor. 6:15: “Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois,
os membros de Cristo, e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo”.
I Cor. 6:19: “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita
em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos”?
Rom. 12:1: “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis os vossos
corpos em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional”.
II Cor. 5:1-5: “Sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer,
temos da parte de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos, eterna, nos céus. Pois
também nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos angustiados, não porque queremos
ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida”.
Rom. 8:11: “E, se o Espírito daquele que dentre os mortos ressuscitou a Jesus habita em
vós, aquele que dentre os mortos ressuscitou a Cristo também vivificará os vossos corpos
mortais, pelo seu Espírito que em vós habita”.

O RITUAL DO SANTUÁRIO

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Apesar de toda a riqueza temática encontrada na Bíblia acerca dos sacrifícios, podemos
perguntar, por que Deus instituiu um sistema ritual aparentemente tão cruel e sangrento?
Se analisarmos o caso do sacrifício pelo pecado conseguiremos entender.
No sistema de sacrifícios podemos identificar 3 ensinamentos básicos, são eles:
1) A CONSEQUÊNCIA DO PECADO É A MORTE.
Como veremos com mais detalhes posteriormente, quando uma pessoa comum pecava
devia sacrificar uma vida animal. (Lev. 4:27-29)
Cada vez que havia um pecado alguém tinha que morrer por causa desse pecado.
Heb. 9:22: “Sem derramamento de sangue não há remissão”.
2) O PECADOR PRECISA DE UM SUBSTITUTO.
Já sabemos que a consequência do pecado é a morte (Gén. 2:17) e (Rom. 6:23), mas
também sabemos que todos nós somos pecadores e portanto estamos todos condenados a
morte.
Mas o ritual de sacrifício mostra que há um substituto, alguém que toma o lugar do
pecador e recebe a penalidade no seu lugar permitindo que o pecador seja perdoado e viva.
3) SEM DÚVIDA O RITUAL DO SACRIFÍCIO ERA UMA EXPERIÊNCIA AMARGA E DRAMÁTICA.
O próprio pecador devia matar o animal sacrificado (Lev. 4:27-29), mostrando dessa forma
que a vítima inocente morria por sua causa.
Assim, Deus queria mostrar toda a malignidade do pecado.
Ao vermos hoje os símbolos dos sacrifícios que se realizaram na vida de Jesus não
podemos escapar ao vívido pensamento de que foram os nossos pecados que levaram o Filho
de Deus a morrer numa cruz.
Deus ordenou a Moisés que construísse um santuário onde através de rituais e cerimónias
pudessem ser ensinadas as eternas verdades do evangelho.
Hoje temos em Jesus o nosso grande Sumo-sacerdote, ministro do verdadeiro SANTUÁRIO
(Heb. 8:1 e 2), cumprindo tudo aquilo que os velhos rituais anunciavam acerca d’Ele.
É hora, portanto, de conhecer alguns detalhes deste sistema de adoração.
Os dois serviços no santuário:

O SERVIÇO DIÁRIO
1. SERVIÇO DIÁRIO
a) SERVIÇO NOLUGAR SANTO
Cada dia o sacerdote devia cumprir as cerimónias
realizadas no Lugar Santo.
Todas as manhãs o sacerdote devia queimar incenso
no altar de ouro e por "em ordem as lâmpadas". (Êxo. 30:7)
Todas as tardinhas o sacerdote voltava a queimar
incenso e ascendia as lâmpadas do candelabro.
Já foi dito que o incenso representava as orações dos
santos e que a luz nas lâmpadas representavam a acção do
Espírito Santo na igreja de todos os tempos.
O acender inicial das lâmpadas foi cumprido por Jesus ao enviar sobre a igreja apostólica o
Consolador (o Espírito Santo) no dia de Pentecostes. (Actos 2)

b) OS HOLOCAUSTOS DIÁRIOS = CONTÍNUO


Cada dia eram oferecidos em holocausto dois cordeiros de um ano.
O primeiro cordeiro era sacrificado pela manhã e era queimado no Altar
dos Holocaustos até a tardinha quando era sacrificado o segundo que era
queimado ate a manhã. (Êxo. 29:38-46, Num. 28:1-8)
Este era o chamado holocausto contínuo e, como os demais serviços
diários representavam a contínua intercessão de Cristo em nosso favor.

c) SACRIFÍCIO PELO PECADO

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Como já mencionamos anteriormente, o sacrifício pelo pecado
fazia parte importante do ritual do Santuário e portanto passaremos
a descrevê-lo com detalhes.
Perceberemos também como são ilustrados os princípios de
substituição e transferência presentes em todo este sistema de
adoração e, mais importante ainda, em todo o plano de salvação.
Ao estudar este assunto vemos a existência de quatro casos a
ser considerados:

1.1.QUANDO O SUMO-SACERDOTE PECAVA, QUANDO A NAÇÃO PECAVA, QUANDO UM PRÍNCIPE PECAVA E


QUANDO UMA PESSOA COMUM PECAVA.

a. QUANDO O SUMO-SACERDOTE PECAVA (Lev. 4:1-12):


O Sumo-sacerdote representava o povo de Israel perante Deus, portanto se
ele pecava todo o povo se tornava culpado (Lev. 4:3) e ficava sem intercessor.
Neste caso, o Sumo-sacerdote devia tomar um novilho sem defeito e colocar
a mão sobre a cabeça do novilho.
Com este acto, o sacerdote confessava o pecado, demonstrava confiança no
substituto inocente (o novilho, representando a Cristo) e transferia o pecado para
o substituto.
Em seguida, o sacerdote imolava o novilho e parte do sangue era levado ao
lugar Santo e espargido sete vezes no véu que separava o Lugar Santo do Santíssimo.
Assim mesmo, o sacerdote colocava parte do sangue nas pontas do Altar de Incenso.
Desta forma o pecado era transferido ao Santuário.
O restante do sangue era derramado aos pés do Altar dos Holocaustos representando
assim o sangue de Jesus derramado no Calvário.
A gordura e os rins do novilho eram finalmente queimados no altar.

b. QUANDO A NAÇÃO PECAVA (Lev. 4:13-21):


Neste caso, o procedimento era igual ao caso anterior com a única diferença que eram os
anciãos do povo quem colocavam as mãos sobre o novilho.

c. QUANDO UM PRÍNCIPE PECAVA (Lev. 4:22-26):


Quando era um príncipe quem pecava, devia levar um bode sem defeito,
colocar a mão sobre a cabeça do bode (com o mesmo significado que nos casos
anteriores) e imolá-lo.
Então o sacerdote tomava o sangue e parte dele era colocado nas pontas do
Altar dos Holocaustos e o resto era derramado aos pés do mesmo altar.
Notemos para a diferença dos casos anteriores, o sangue não foi levado
dentro do Lugar Santo, portanto o sacerdote devia comer da carne do animal
para que então o pecado fosse cerimonialmente transferido para o sacerdote
(Lev. 10:17-18).
Mais uma vez, a gordura era queimada no altar.

d. QUANDO UMA PESSOA COMUM PECAVA (Lev. 4:27-35):


Neste caso o pecador devia levar, dependendo de sua condição
social, uma cabra ou uma cordeirinha sem defeito.
O restante do ritual era semelhante ao caso anterior.

✔ EM TODOS OS CASOS O PECADOR DEVIA MANIFESTAR CONFIANÇA NUM SUBSTITUTO.


✔ EM TODOS OS CASOS OS PECADOS ERAM TRANSFERIDOS À VÍTIMA E AO SANTUÁRIO OU AO SACERDÓCIO.
✔ OS CARGOS DE MAIOR RESPONSABILIDADE EXIGIAM UMA OFERTA MAIOR.
O PECADO DUM LÍDER SUPÕE UMA GRAVIDADE MAIOR POIS AFECTA A TODA A NAÇÃO.
✔ OS MAIS HUMILDES NÃO ESTAVAM EXCLUÍDOS.
TODOS PODIAM OFERECER PELO MENOS UMA CORDEIRINHA.
✔ JESUS É O CORDEIRO DE DEUS, A OFERTA QUE ESTÁ AO ALCANCE DE TODOS.

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AS FESTAS ANUAIS E O SEU SIGNIFICADO
ANTIGO TESTAMENTO NOVO TESTAMENTO
“PESSACH” = PÁSCOA REDENÇÃO
FESTA DA PÁSCOA I Cor. 5:7
Lev. 23:5

“MATZOT” = ASMOS SANTIFICAÇÃO


FESTA DOS PÃES ASMOS I Cor.5:8
Lev. 23:6

“HABICURIM” = PRIMÍCIAS RESSURREIÇÃO


FESTA DAS PRIMÍCIAS I Cor.15:20
Lev. 23:9

“SHAVUOT” = SEMANAS PENTECOSTES


FESTA DAS SEMANAS Actos 2:1; 20:16; I Cor.16:8
Lev.23:15 e16

“SHOFAROT” = TROMBETAS ARREBATAMENTO


FESTA DAS TROMBETAS REAGRUPAMENTO DE ISRAEL
Lev. 23:24 I Cor.15:51,52; I
Tes.4:16,17

“YOM HAKIPURIM” = DIA DA REDENÇÃO DE ISRAEL


EXPIAÇÃO Dan.9:24; Zac.12:10-14;
DIA DA EXPIAÇÃO Rom.11:26 e 27
Lev.23:27

SUCOT = TABERNÁCULOS MILÊNIO


FESTA DOS TABERNÁCULOS OU FESTA DA Zac.13:1 e 2; 14:17 e18;
COLHEITA Apo.20:1-6 e 21:3;
Lev.23:34 Êxo.23:16 e17; Mat.13:30

OS SERVIÇOS ANUAIS

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CALENDÁRIO COMPARATIVO

O DIA DA EXPIAÇÃO

LEV. 23:26-32 OU LEV. 16

Entre a festa das trombetas e a dos tabernáculos tinha lugar o:


DIA DA EXPIAÇÃO – YOM KIPUR OU KIPPUR – ˈjɔm kiˈpur.
Do hebraico ‫יום כיפור‬
Em Hebraico, o termo expiação – “kippurim” – ‫רים‬ ִ ֻ‫ביום הַכ ִפ‬
ְ ,
significa “remissão da culpa através do pagamento ou cumprimento
da pena” e pode também ser traduzido como “cobertura” ou
“harmonia”.
Durante o ano todo, os israelitas iam ao santuário oferecer
sacrifícios pelos pecados e, como já vimos, segundo o princípio da
transferência, o pecado era cerimonialmente transferido para o santuário ou para o sacerdócio.
Portanto, tornava-se necessário efectuar uma “purificação” que eliminasse
definitivamente o pecado.
Ora isso tinha lugar no décimo dia do sétimo mês, “Tisri”, no chamado “Dia da Expiação”
o “Yom Kippur”. (Levítico 23:27 e 25:9)
A par da Páscoa este era o dia mais importante no calendário religioso judaico.
Nenhum trabalho devia ser feito nesse dia, por ser um “Sábado cerimonial”, o povo devia
afligir as suas almas (Lev. 23:27) e quem não o fizesse seria cortado de entre o povo (Lev. 23:29).
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TALVEZ POR ESTE MOTIVO, O “YOM KIPPUR” TEM SIDO, TRADICIONALMENTE, VISTO PELA TRADIÇÃO JUDAICA COMO O “DIA
DO JUÍZO”.

A entrada do Sumo-sacerdote no Lugar mais sagrado do Santuário tinha um objectivo


especial:
Purificá-lo de todos os pecados dos filhos de Israel.
Durante todo o ano, os israelitas, com o fim de terem os seus pecados perdoados, traziam
as suas ofertas ao Santuário.
Era a chamada “oferta pelo pecado”, na qual o pecador arrependido colocava as mãos
sobre a cabeça da vítima, transferindo para ela as suas iniquidades, e depois sacrificava-a.
Após isto, consoante os casos, o sacerdote comia a carne ou levava um pouco do sangue
do sacrifício para dentro do Santuário.
Ou seja, os pecados eram transferidos para o sacerdote, e por meio dele ou através do
sangue, para aquele lugar sagrado.
Assim, o Santuário ficava poluído com os pecados do povo israelita.
No Dia da Expiação, a função do Sumo-sacerdote era limpar o Santuário da sua
contaminação.
Por isso, depois de efectuar a escolha de 2 bodes, um para o Senhor e outro para Azazel,
sacrificava o primeiro e entrava com o seu sangue para o interior do Lugar Santíssimo, onde
depositava um pouco do sangue sobre a arca da aliança.
Com isto, simbolicamente, tomava sobre si os pecados, saía do Santuário e colocava-os
sobre a cabeça do bode por Azazel.
Esse bode não era sacrificado, mas era enviado para o deserto, onde era solto e aí ficava
até morrer.
Por meio deste ritual, o Santuário era purificado de todos os pecados que para ele tinham
sido transferidos.
Este dia era impressionante, Santo e de grande importância porque os pecados de Israel
eram expiados por meio de sangue.
Já que “é impossível que o sangue de touros e de bodes remova pecados” (Hebreus 10:4),
esse ritual devia repetir-se todos os anos (Levítico 16:34) até àquele dia grandioso em que
Cristo seria “oferecido uma vez para sempre para tirar os pecados de muitos”. (Hebreus 9:28)
Os detalhes acerca destas cerimónias podem ser encontrados em Levítico Capítulos 4 e
16.
Procuraremos agora fazer um resumo daquilo que ocorria nesta ocasião.
O Sumo-sacerdote imolava o novilho, tomava um pouco do sangue e entrava no Lugar
Santíssimo levando também um incensário que era preciso para que ele não ficasse
directamente exposto à glória de Deus.
Deixava então o incensário no chão frente à arca para que a nuvem de incenso ficasse
entre ele e arca.
Nessa altura com o seu dedo aspergia o sangue do novilho sete vezes sobre o
propiciatório.
Desta forma tinha feito expiação por si e pela sua casa.
De seguida imolava o bode “para o Senhor” (que representa
Cristo), tomava do seu sangue, entrava novamente no Lugar
Santíssimo e procedia da mesma forma como tinha feito com o
novilho.
Fazia assim expiação pelo Lugar Santíssimo (Lev. 16:16).
Depois, repetia a cerimónia para fazer expiação pela “Tenda da
Reunião” ou Lugar Santo.

Uma vez feito isto, a expiação estava acabada (Lev. 16:20) e só


então o Sumo-sacerdote tomava o bode vivo “para Azazel”,
colocando as mãos sobre a cabeça desse bode, confessava sobre
ele todos os pecados do povo e o bode era enviado ao deserto.
O bode por Azazel representava Satanás e todos os ímpios que, por
não terem aceite o sacrifício expiatório de Cristo deviam carregar o
peso e a consequência dos seus próprios pecados, sofrendo assim a
eterna separação de Deus e do Seu povo o que significa, em última
instância, a destruição eterna.

91
No caso de Satanás, deve ele carregar a sua parte de culpa nos pecados dos santos por
ter sido ele o originador da rebelião e do pecado, razão pela qual os pecados do povo são
confessados sobre o bode para Azazel.
O ministério dos Sacerdotes no primeiro compartimento representava o ofício intercessório
que Jesus, Sumo-Sacerdote no Céu, cumpriria no Lugar Santo do Santuário Celestial.
De igual forma, assim como, no Dia da Expiação o Sumo-sacerdote judeu entrava no Lugar
Santíssimo, no fim dos 2.300 dias/anos de Daniel 8:14, isto é, em 1.844 A.D., Jesus entrou no
Lugar Santíssimo do Santuário Celestial, para proceder à sua purificação.

POR QUE HÁ A NECESSIDADE DA EXPIAÇÃO?


Deus fez o homem à sua imagem e, como Criador, tem todo o direito de estipular o
procedimento correcto para as suas criaturas, e isso foi determinado na forma de leis que
devem ser obedecidas para o nosso próprio bem.
Deut. 10:13: “Que guardes os mandamentos do SENHOR, e os seus estatutos, que hoje te
ordeno, para o teu bem”.
O pior que podemos fazer é violar a lei de Deus.
A isso chama-se pecado ou iniquidade.
I João 3:4: “Qualquer que comete pecado, também comete iniquidade; porque o pecado é
iniquidade”.
Os primeiros seres humanos transgrediram e a culpa deles tornou-se evidente pela
tentativa de se esconderem de Deus.
A “JUSTIÇA” exigia uma pena pelo pecado.
Rom. 6:23: “Porque o salário do pecado é a morte…”
A pena era a morte, a separação de Deus, manifestada pelo seu afastamento do jardim do
Éden.
Gén. 3: 24: “E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do
Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da
vida.”
Paulo resumiu desta forma extraordinária a história e as consequências do pecado.
Rom. 5:12: “Assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a
morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”.
Torna-se clara a necessidade suprema de todo homem ter os seus pecados confessados e
expiados, para poder obter o perdão.
Dessa forma, do ano 31 A.D., quando da ascensão, até 1.844 A.D., Jesus Cristo esteve
intercedendo pela raça pecadora no primeiro compartimento do Santuário.
Depois disso, houve uma alteração no Seu ministério e, hoje, Ele está no Lugar Santíssimo
do Céu, empenhado na última parte da Sua obra em prol dos seres humanos.
Findando esse trabalho, Ele virá pela segunda vez para resgatar os escolhidos e levá-los
para as mansões celestiais.

A EXPIAÇÃO E O SANGUE DE CRISTO


De acordo com Paulo, Cristo o nosso Sumo-sacerdote, é:
Heb. 7:26 e 27: “Santo, inculpável, sem mácula, separado dos
pecadores . . . que não tem necessidade, como os Sumo-sacerdotes, de oferecer
todos os dias sacrifícios, primeiro, por seus próprios pecados, depois, pelos do
povo; porque fez isto uma vez por todas, quando a si mesmo se ofereceu”.
Cristo, por meio de seu sangue, entrou no Lugar Santo do céu, tendo obtido
para nós a redenção eterna e agora apresenta-se a nosso favor diante da face de
Deus. (Hebreus 9:12, 24)
O resultado da expiação é a nossa: “redenção, pelo seu sangue, a remissão dos
pecados”. (Efésios 1:7)
Na verdade, Ele: “nos ama, e, pelo seu sangue, nos libertou dos nossos pecados”.
(Apocalipse 1:5)
Onde há remissão de pecados, “já não há oferta pelo pecado” (Hebreus 10:18), porque
Cristo é a propiciação pelos nossos pecados, o meio pelo qual Deus se reconcilia com o
homem pecador. (I João 2:2; II Cró. 29:24 e Efé. 2:16)
92
Assim o Dia da Expiação ilustra a destruição total do pecado e dos ímpios.
O Dia da Expiação anti-típico começou em 1844 com o surgimento da pregação do
“Movimento Adventista”, como anunciado pelo profeta. (Dan. 8:14)
Sombra de quê?
Purificação do santuário.
Dan. 8:14: “E ele me disse: Até duas mil e trezentas tardes e manhãs; e o santuário será
purificado”.

OS RESTANTES SERVIÇOS ANUAIS


Além do serviço diário, existia na economia israelita uma série de festas e convocações
solenes que constituíam o calendário eclesiástico e que chamaremos o serviço anual do
Santuário.
Este serviço anual acha-se descrito mais sistematicamente em Levítico 23.
Col. 2:17: “...Tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir, porém o corpo é de
Cristo”.

a. A PÁSCOA – Pesakh – ‫( פסח‬Lev. 23:4-5, Ex 12):


Traduzida no N.T. pelo termo Grego Πάσχα
A primeira destas festas era a Páscoa: “Pesakh” – Abril.
Era realizada no dia 14 do primeiro mês: “Nisã” ou “Abib”.
A primeira Páscoa foi realizada por ocasião da saída do povo israelita do
Egipto, evento que passou a ser comemorado.
No décimo dia do mês, era escolhido um cordeiro de um ano e sem
defeito.
Pela tarde do décimo quarto dia o cordeiro era morto e assado.
A carne devia ser comida pela família naquela mesma noite com pães sem fermento e
ervas amargas.
Na primeira Páscoa, as portas deviam ser ungidas com sangue do cordeiro para que a
família fosse libertada da praga da morte do primogénito.
A palavra-chave desta cerimónia é “libertação”.
Por esta razão se torna um tipo do sacrifício de Cristo.
Jesus liberta-nos da escravidão do pecado e da sentença de morte.
Mas para isso o Seu sangue precisava ser derramado e os Seus méritos aplicados a nós
pela fé.
Sombra de quê?
Da Justificação.
I Cor. 5:7: “...Cristo nosso cordeiro pascal (nossa Páscoa) foi imolado.” ´

b. PÃES ÁZIMOS – Hag HaMatzah - ‫מָּצה‬


ַ (Lev. 23:6-8):
No dia seguinte à Pascoa, 15 de “Nisã”, começava a festa dos
pães ázimos “Hag Hamatzot”.
Durante sete dias não poderia haver fermento dentro das
casas dos israelitas.
Originalmente os pães ázimos representavam a saída rápida
do Egipto.
Mas vemos também na ausência de fermento o símbolo de
ausência de pecado em Cristo.
E somos convidados a ingeri-lo, a fazê-lo parte de nosso próprio organismo como alimento,
dando-nos, desta forma, vida.
O primeiro e o último dia desta festa deviam ser dias de “santa convocação” e nenhum
trabalho servil devia ser feito (eram portanto sábados cerimoniais).
Sombra de quê?
Da Santificação.
I Cor. 5:8: “Por isso celebremos a festa não com o velho fermento, nem com o fermento da
maldade e da malícia, e sim com os asmos da sinceridade e da verdade”.
c. FESTA DAS PRIMÍCIAS – Bikkurim – ‫( ביכורים‬Lev. 23:9-14)
No “dia seguinte ao sábado” (v. 11), isto é, no dia 16 de “Nisã”, era
celebrada a festa das primícias “Bikkurim”.
Neste dia os israelitas deviam apresentar no templo o primeiro produto da
colheita.
O sacerdote pegava no molho e mexia-o perante o Senhor.
Esta cerimónia era um tipo da ressurreição de Cristo.

93
Cristo é a primícia e a garantia da ressurreição dos justos no dia da volta de Jesus.
Notavelmente, Mat. 27:52 e 53 informa-nos que muitos santos ressurgiram junto com Cristo,
tornando a analogia com a festa das primícias mais completa e interessante.
Notemos como Jesus cumpriu estas festas morrendo no dia de Páscoa (14 de “Nisã”) e
ressuscitando no dia 16 do mesmo mês, ou seja, no dia das primícias.
Sombra de quê?
Da Ressurreição.
I Cor. 15:20 e 23: “Mas de facto Cristo ressuscitou dentre os mortos, sendo ele as
primícias dos que dormem... Cada um, porém, por sua própria ordem: Cristo, as primícias;
depois, os que são de Cristo, na sua vinda”.

d. FESTA DAS SEMANAS OU PENTECOSTES – Shavuot – ‫( שבועות‬Lev. 23:15-21)


Cinquenta dias após a festa das primícias, celebrava-se a festa das
semanas que em grego é Pentecostes e em hebraico “Shavuot”.
Este dia era, na verdade uma santa convocação.
Os israelitas deviam apresentar dois pães como “oferta mexida”.
Simultaneamente, eram oferecidos cordeiros e bodes como sacrifício
(na maior parte dos serviços e festas do santuário estão presentes os
sacrifícios pois a aproximação do homem a Deus faz-se sempre na base dos
méritos do substituto, isto é, de Cristo).
Antes de qualquer outra coisa esta festa simbolizava o agradecimento a Deus pela
colheita.
No Novo Testamento aparece associada ao derramamento do Espírito Santo. (Actos 2)
Esta relação torna-se mais interessante quando percebemos que Actos 2:1 pode ser
traduzido como:
"Quando o dia de Pentecostes foi cumprido" “symplerousthai” que pode ser entendido
como a realização anti-típica daquilo que era anunciado pela festa.
Foi também nesse dia que a igreja cristã teve a sua “primeira colheita” pois do discurso de
Pedro teve lugar a conversão de três mil pessoas.
Sombra de quê?
Do Crescimento do Reino de Deus pelo poder do Espírito Santo.
Actos 2:1,4 e 41: “Ao cumprir-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo
lugar, de repente, veio do céu um som, como de um vento impetuoso, e encheu toda a casa
onde estavam assentados...Todos ficaram cheios do Espírito santo....

e. FESTA DAS TROMBETAS – Yom Teruah - ‫( ראש השנה‬Lev. 23:23-25)


No primeiro dia do sétimo mês “Tisri”, realizava-se a Festa das
Trombetas.
Neste dia, que era uma santa convocação, nenhum trabalho
servil devia ser feito.
No templo eram tocadas as trombetas “shofar”.
Este dia anunciava a proximidade do Juízo, o “Dia da Expiação”.
Esta festa cumpriu-se anti-tipicamente com a pregação do
Movimento Adventista entre os anos 1840 e 1844, de acordo com a
profecia de Daniel.
Sombra de quê?
Do Anúncio do dia da expiação.
Apo. 14:7: “Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do seu juízo...”.

F. O DIA DA EXPIAÇÃO
Dada a sua relevância, este assunto foi tratado com destaque especial na pág. 127.

g. FESTA DOS TABERNÁCULOS – sukkōt – ‫ סוכות‬ou ‫סכות‬


ֻ (Lev. 23:33-44
No dia quinze do sétimo mês, começava a chamada “Festa dos Tabernáculos”,
“Sukkot”, e durava sete dias.
No primeiro dia havia uma santa convocação.
Os israelitas deviam construir tabernáculos com folhas de palmeiras e ramos
de árvores para morar neles durante os sete dias da festa.
No oitavo dia havia novamente uma santa convocação.
A festa lembrava o tempo em que os israelitas habitaram em tendas no
deserto durante a viagem até à Terra Prometida logo após terem sido
libertados da opressão do Egipto.

94
Por esta razão a festa torna-se num tipo da nossa libertação e da nossa transladação para
a verdadeira “Terra Prometida”, a “Canaã Celestial” onde finalmente habitaremos nas
moradas que Jesus foi preparar para nós.
Sombra de quê?
Da Nossa Redenção.
Acontecia após o dia do Juízo ter acabado quando todos os frutos estavam já no celeiro.
Dava-se então uma grande festa.
Era o fim e a realização de tudo o que o povo desejava.
Patriarcas e Profetas pág. 340: “A festa dos tabernáculos não era apenas comemorativa, mas
também típica. Não somente apontava para a peregrinação no deserto, mas, como festa da
ceifa, celebrava a colheita dos frutos da terra, e indicava, no futuro, o grande dia da colheita
final, em que o Senhor da seara enviará os Seus ceifeiros para ajuntar o joio em feixes para o
fogo, e colher o trigo para o Seu celeiro”.

CONCLUSÃO:
 O sacrifício da manhã e da tarde provia uma expiação provisória.
 O pecado era perdoado, mas não apagado.
 O cancelamento total só ocorria no Dia da Expiação.
 Tem que haver profundo arrependimento.
 Só os pecados confessados se achavam no santuário.
 Devemos achegar-nos ao trono da graça de Deus em sincera confissão afim de
podermos alcançar perdão.
 A santificação tem que ser diária.
 Estamos nós a preparar-nos para o dia no qual os nossos nomes irão ser investigados?
 Sendo fieis até à morte Cristo nos defenderá no "Juízo Investigativo".
 No Dia da Expiação, o registo do pecado era apagado e Israel estava limpo.

Não existem pães asmos sem Páscoa.


Não existe Pentecostes sem primícias.
Não existe soar de trombetas sem Pentecostes.
Não existe festa dos tabernáculos sem o dia da expiação.

RESUMINDO:

NÃO EXISTE SALVAÇÃO SEM JESUS

95
AS OFERTAS

OS ANIMAIS USADOS NAS OFERTAS


CORDEIRO
Animal pertencente à classe dos ovinos.
Quando adulto, recebe o nome de carneiro.
Era usado:

✔Como resgate de outros animais. (Êxo. 13:13)


✔ Como holocausto contínuo. (Êxo. 29:39)
✔ Como oferta pacífica. (Lev. 3:6 e 7)
✔ Como holocaustos. (Lev. 9:3 e 23:12)
✔ Na purificação pós-parto. (Lev. 12:6)
✔ Como oferta pela culpa (purificação do leproso). (Lev. 14:12)
E também como oferta pela culpa do nazireu. (Núm. 6:12)
Os cordeiros NUNCA eram usados como oferta pelo pecado.

CARNEIRO
Animal pertencente à classe dos ovinos.
É o macho adulto da ovelha, podendo ser selvagem ou domesticado.
Era usado:

✔ Na consagração dos sacerdotes. (Êxo. 29:15-22 até Lev. 8:22)


✔ Como oferta pela culpa (pecado por ignorância). (Lev. 5:15; 19:21; Esd. 10:19)
✔ Como holocausto. (Gén. 22:13; Lev. 9:2; Núm. 7:15 e 28:11)
✔ Como oferta pacífica. (Lev. 9:4; Núm. 6:4)
Os carneiros nunca eram usados como oferta pelo pecado.

BODE
Animal pertencente à classe dos caprinos.
Este animal era usado exclusivamente como Oferta pelo Pecado. (Lev. 9:23;
Núm. 7:16-82)
Um clássico exemplo desse animal usado para fazer expiação pelos pecados
ocorre em Levítico 16, onde o ritual do “Yom Kippur” (Dia da Expiação) é descrito em detalhes.

NOVILHO
Animal pertencente à classe dos bovinos, cria da vaca.
Era usado:

✔ Como Oferta pelo Pecado, na consagração dos sacerdotes. (Lev. 29:14)


✔ Como holocausto. (Lev. 1:3-5)
✔ Como Oferta pelo Pecado do sacerdote. (Lev. 4:3)
✔ Como Oferta pelo Pecado da assembleia. (Lev. 4:14)
✔ Como Oferta pelo Pecado dos sacerdotes no Dia da Expiação. (Lev. 16:6)
✔ Como holocausto da Páscoa. (Lev. 23:18-19)

96
Antes de nos aprofundarmos no ritual levítico, será importante esclarecer algo
fundamental sobre o termo “expiação”.
O termo deriva do verbo hebraico “lekhaper” – ‫פר‬ ֵ ָ ‫ לְכ‬que significa entre outras coisas,
santificar, purificar e (re) consagrar.
Não podemos limitar o sentido do termo ao que normalmente se pensa pois aqueles que
entendem “expiação” como o apagamento de pecados terão certamente dificuldades em
explicar como se fazia expiação pelo altar e o santuário. (Êxo. 29:36 e 37)
Teriam por acaso o altar e o santuário algum tipo de pecado para que se fizesse
“expiação” por eles?
Claro que não!
Logo, o termo deve ter outro sentido do que normalmente se propõe.
Nesse caso, o termo “expiação” refere-se à consagração e santificação dos objectos e
locais do culto israelita, não havendo contexto aqui para defendermos que expiação significa
“perdão de pecados”.
Sempre que o termo “expiação” está relacionado ao apagamento de pecados, notamos a
ocorrência da expressão, “e será perdoado”:
Assim o sacerdote fará por ele expiação do seu pecado, que houver cometido em alguma
destas coisas, e ele será perdoado; e o restante pertencerá ao sacerdote, como a oferta de
cereais. (Lev. 5:13)
Veja ainda: Levítico 4:26-35; 5:10,13,16 e 18; 6:7 e 19:22

AS OFERTAS DO RITUAL LEVÍTICO


As ofertas do ritual levítico dividem-se em:
I. Ofertas de Adoração. (Lev. 1-3)
II. Ofertas de Restauração. (Lev. 4-7)
III.Ofertas de Purificação. (Lev 12-15)
I. OFERTAS DE ADORAÇÃO

➢ OFERTA DE CEREAIS – ‫חה‬


ָ ְ ‫מנ‬
ִ
As ofertas de cereais (do hebraico, "minchah") eram constituídas basicamente de sêmola
de trigo, farinha bem fina, chamada na Torah de “flor de farinha” (do hebraico, "soleth chitim"),
azeite (óleo de azeitonas) e incenso.
Essas ofertas de cereais não podiam levar fermento nem mel (Lev. 2:11), sendo todas elas
temperadas com sal. (Lev. 2:13)
Parte da oferta era queimada sobre o altar como oferta de cheiro suave (Lev. 2:2) e o
restante era do sacerdote. (Lev. 2:3 e 10)
As ofertas que envolviam a farinha de trigo poderiam ser assadas em forma de pães no
forno, untadas com azeite (Lev. 2:4) ou ainda assados numa assadeira (Lev. 2:5) ou então
cozidas. (Lev. 2:4)
Um outro tipo de oferta de cereais era aquela apresentada como primícias, a qual
constituía-se de espigas (grãos verdes trilhados) tostadas ao fogo, à qual adicionava-se azeite
e incenso. (Lev. 2:16)
O propósito geral das ofertas de cereais era devotar a Deus os frutos do trabalho do
homem, visto que os componentes das ofertas (farinha, azeite e incenso) não eram produtos
naturais, mas sim, resultados da acção humana sobre as coisas criadas por Deus.

➢ HOLOCAUSTO – ‫לה‬
ָ ‫ע‬
ֹ
Os holocaustos constituíam-se de novilhos (bovinos) ou de machos de ovelhas (carneiros)
ou cabras (gado miúdo) ou ainda de aves (rolas ou pombos); os animais eram sacrificados e
totalmente queimados sobre o altar de holocaustos (ninguém comia a carne, nem mesmo os
sacerdotes) e seu sangue derramado em volta do mesmo. (Lev. 1:5 e 11)
Os holocaustos representavam a completa submissão à vontade de Deus, e por esta
exacta razão, a oferta era completamente devotada à Ele, sendo consumida pelo fogo do altar.
Tais ofertas evidenciam o desejo de comunhão com o Criador, daí a razão de serem
chamadas em hebraico, "olah", palavra que expressa “subida ou ascensão,” tal como o fumo
que sobe da oferta queimada, assim também sobem as preces e desejos do ofertante para
junto de Deus.
Essas ofertas não tinham eficácia em si mesmas para a expiação de pecados; a expiação
só se dava quando o holocausto era associado à uma oferta pelo pecado.

97
➢ OFERTAS PACÍFICAS – ‫מים‬
ִ ‫ל‬
ָ ‫ש‬
ְ
As Ofertas Pacíficas expressavam acção de graças e adoração a Deus por suas bênçãos e
misericórdias.
O nome hebraico desse tipo de oferta "shelamim" vem da raiz de "shalom" que significa
“paz integral, no todo”.
Uma parte significativa da oferta era queimada no altar de holocaustos, outra parte era
dada ao sacerdote e o restante era comido pelo ofertante e sua família.
Assim, os "shelamim" – ofertas pacíficas, deveriam ser comidos pelos ofertantes, ao
contrário do que ocorria com os holocaustos.
Os animais aceitos para tais ofertas eram novilhos, cordeiros ou cabras.
O animal poderia ser macho ou fêmea sem defeito. (Lev. 3:1,7,12)
O ritual constituía-se em abater o animal e aspergir seu sangue sobre o altar (de
holocaustos) em redor.
Queimava-se então a gordura das entranhas, os dois rins e sua gordura, e a gordura que
se encontra junto ao lombo e o redenho sobre o fígado como uma oferta queimada ao Senhor.
(Lev. 3:1-15)
Quando uma oferta pacífica era apresentada ao Senhor como ato de acção de graças
(agradecimento por alguma bênção recebida), a mesma deveria vir acompanhada de bolos
ázimos amassados com azeite, e coscorões ázimos untados com azeite, e bolos amassados
com azeite, de flor de farinha, bem embebidos. (Lev. 7:12)
As ofertas pacíficas subdividiam-se em três categorias:
a) Ofertas de acção de graças (do hebraico, "todah", cujo plural é "todot").
Oferecidas em agradecimento por ter sido salvo de alguma situação perigosa ou por
alguma bênção particular.
b) Ofertas votivas (do hebraico, "neder", cujo plural é "nedarim").
Oferecidas após o cumprimento de algum voto, por exemplo o nazirado.
c) Ofertas voluntárias (do hebraico, "nedavah", cujo plural é "nedavot").
Oferecidas livremente sem prescrição da Lei, por motivos particulares.
A carne do sacrifício das ofertas pacificas quando ofertadas como acção de graças
"todah" deveria ser comida toda ela imediatamente, sem que se deixasse nada para o outro
dia.
Se fosse uma oferta pacífica de voto "neder" ou de oferta voluntária "nedavah", a carne
poderia ser comida no máximo em dois dias; entretanto, se parte dela ficasse para o terceiro
dia, ninguém poderia mais comê-la, devendo a mesma ser queimada totalmente no fogo; caso
essa regra fosse transgredida, o sacrifício perderia sua eficácia, e o pecado seria atribuído ao
transgressor. (Lev. 7:15-18)
O propósito desse tipo de oferta pode ser inferido do nome hebraico da mesma.
Os "shelamim" ou "ofertas pacíficas" propunham-se a fazer paz, apaziguar, reintegrar,
reconciliar o ofertante com seu Deus.
Era uma espécie de “banquete comunal” onde se celebrava uma festa da qual
participavam o ofertante, o sacerdote e o próprio Deus, a todos cabendo uma parte da oferta.

I. OFERTAS DE RESTAURAÇÃO
➢ OFERTAS PELO PECADO – ‫טאת‬
ָ ‫ח‬
ַ
As Ofertas pelo Pecado classificam-se em:

a) Ofertas pelo Pecado do sacerdote e de toda a assembleia


O animal (novilho) era morto, colocado no altar de holocaustos.
Parte do sangue era levado para santuário e aspergido sobre o véu que dividia a tenda e
também sobre as pontas do altar de incenso.
O restante do sangue era derramado sobre o altar ao redor; a gordura que cobre as
entranhas e o redenho que recobre o fígado eram queimadas sobre o altar de holocaustos e a
carcaça junto com o couro e o excremento era depois queimado num local limpo fora do
acampamento. (Lev. 4:3-21)
b) Ofertas pelo Pecado de um príncipe
O animal (bode) era sacrificado e o sangue era aspergido sobre as pontas do altar de
holocaustos e o resto era derramado na base do mesmo.
A gordura era queimada também. (Lev. 4:22-26)

c) Ofertas pelo Pecado de um indivíduo


No caso de uma Oferta pelo Pecado do indivíduo, o procedimento era o mesmo como no
caso acima (do príncipe) mas o animal era uma cabra ou cordeirinha. (Lev. 4:27-35)
98
As Ofertas pelo Pecado faziam-se pelos pecados cujos efeitos terminavam primariamente
no pecador, ou seja, os efeitos do pecado recaíam directa e primeiramente sobre o que havia
transgredido.
Sua função era expiar os pecados cometidos inadvertidamente, por ignorância.
Sabe-se que os pecados cometidos intencionalmente eram punidos com a morte, não
existindo expiação em tais casos. Núm. 15:28-31
As Ofertas pelo Pecado não podiam ser comidas pelo ofertante, mas somente pelo
sacerdote. (Lev. 6:25,26 e 30)
O RABINO MOSHE GRYLAK COMENTA QUE O PECADO É UM ACTO QUE NÃO ESTÁ DE ACORDO COM A CONSCIÊNCIA
HUMANA.
É A EFERVESCÊNCIA DE INSTINTOS E IMPULSOS E A RENDIÇÃO DO SER HUMANO AOS MEMOS.
A PESSOA QUE BUSCA A ELEVAÇÃO, A UNIDADE E A SANTIDADE É GOLPEADA AO PECAR; PERCEBE QUE SUAS
ATITUDES SÓ FAZEM POR AFASTÁ-LA DE SEU CRIADOR.
Desta forma, pelas funções que desempenhavam, os sacrifícios deixavam de ser
“sacrifícios” e passavam a ser, “aproximações” que é o verdadeiro sentido da palavra
hebraica “korbanot”, pois através deles, o homem podia alcançar uma “aproximação”
renovada em relação ao Criador.

➢ OFERTAS PELA CULPA – ‫שם‬


ָ ‫א‬
Estas ofertas eram apresentadas em conexão com a Oferta pelo Pecado quando alguém
pecava por perjúrio, por não denunciar o que testemunhou, por jurar temerariamente ou por
entrar em contacto com algo impuro. (Lev. 5:1-6)
Nesses casos, o animal ofertado como “asham” ou “Oferta pela Culpa”, deveria ser
uma fêmea do gado miúdo (cabra ou ovelha).
Em alguns casos, entretanto, apenas a Oferta pela Culpa era apresentada, sem conexão
com uma Oferta pelo Pecado; isto ocorria quando alguém pecava contra as “coisas sagradas”
por ignorância, inadvertidamente.
Casos desse tipo devem ter sido raros, mas envolviam acções pecaminosas como: tirar
algo do altar, ou comer do que era reservado apenas aos sacerdotes, etc.
O transgressor devia além de apresentar a oferta (um carneiro) acrescentar uma multa
de 20% do valor do que foi perdido “um quinto” como pena pelo prejuízo. (Lev. 5:15-18 e 6:1-7)
As Ofertas pela Culpa faziam-se por aqueles pecados cujos efeitos afectavam outras
pessoas, como no casos descritos em (Lev. 6:1-5), quando causavam prejuízos e perdas.
O prejuízo devia ser pago por completo, exigindo-se do culpado uma restituição, também
de 20%, a qual era colocada nas mãos do sacerdote que a passava ao ofendido no dia em que
a oferta fosse apresentada.
No caso de falecimento do ofendido, a restituição passava aos seus herdeiros e se não
houvessem herdeiros, a mesma ficava na posse do sacerdote. (Lev. 5:16 e 6:5; Núm. 5:7-8)
As restituições eram calculadas de acordo com o valor do siclo "shekel" do santuário.
A “Oferta pela Culpa” não podia ser comida pelo ofertante. (Lev. 6:30)
De igual forma no caso da Oferta pelo Pecado, somente o sacerdote ungido podia comer
dela. (Lev. 6:25-26; Lev. 7:7)
Quando as posses do transgressor não eram suficientes para oferecer uma fêmea de gado
miúdo, deveria então apresentar duas rolas ou pombinhos, mas apenas nos casos de Levítico
5:1-6.
Nos outros casos, nenhuma concessão era feita.
A “Oferta pela Culpa” além de ser considerada uma oferta de restauração era também
de purificação, como nos caso do indivíduo que se recupera da “tsaraat” = lepra.
As leis referentes à apresentação das Ofertas pela Culpa eram as mesmas aplicadas às
Ofertas pelo Pecado. (Lev. 7:1-7)
Como dito acima, caso suas posses não permitissem, o transgressor poderia apresentar
duas rolas ou pombinhos como oferta – mas nesse caso a oferta passava a ser “pelo
Pecado”.
Um dos animais expiava o pecado, e o outro, servia como holocausto. (Lev. 5:7-10)
Caso ainda não tivesse condições para tal oferta, o transgressor podia apresentar uma
oferta de cereais = 1/10 de um efa de flor de farinha sem azeite ou incenso.
Nesse caso, tal como descrito, não se tratava de um “asham” ou “Oferta pela Culpa”,
a oferta agora passava a funcionar como uma “Oferta pelo Pecado”, parte da qual era
queimada, e o restante ficava como posse do sacerdote, como normalmente acontecia com as
Ofertas de Cereais e manjares. (Lev. 5:11-13)

I. OFERTAS DE PURIFICAÇÃO
99
Essas ofertas deviam ser apresentadas basicamente pelo purificado da lepra e pela mulher
após seu período menstrual ou então como purificação pós-parto.
Por extensão, a mesma deveria ser ofertada por todos aqueles que tivessem contacto com
impurezas, isto é, com tudo aquilo que a Lei considerasse “tamê” = “impuro”.
Elas constituíam-se, segundo esta tabela, no caso do purificado da lepra de:

(1) Uma oferta pela culpa,


(2) Uma oferta pelo pecado
(3) Um holocausto.
A razão da oferta pela culpa e da oferta pelo pecado nesse caso é que a doença chamada
“tsaraat” traduzida normalmente como “lepra” era causada pelo que em hebraico se
chama de “lashon ha-rá” = maledicência.
O facto é que tal enfermidade não se assemelha à hanseníase dos dias actuais, visto que
não atingia apenas o ser humano, mas infestava também as roupas e as habitações. (Lev.
14:54-57)
É uma doença misteriosa, sobre a qual não dispomos de muitas informações; entretanto,
inferimos do texto bíblico que a praga era causada por maledicência ou rebeldia e oposição
directa a Deus e seus representantes.
Assim foi no caso de Moisés, que se opôs primeiramente à ordem divina de libertar o Seu
povo. (Êxo. 4:1-6)
Miriam, que se opôs a Deus indirectamente usando de maledicência contra Moisés, servo
de Deus (Núm. 12:2 e 10) e também no caso de Uzias, rei de Judá (II Cró. 26:14-21), que se
insurgiu contra os sacerdotes e queimou ele mesmo o incenso sagrado no santuário.
Assim, o que for a afligido pela doença devia oferecer uma Oferta pela Culpa e uma Oferta
pelo Pecado, pois prejudicou a terceiros e pecou contra Deus.
Já no caso da purificação pós parto e pós menstrual, oferecia-se um holocausto e uma
oferta pelo pecado;
Da mesma forma que no caso acima, a presença de uma oferta pelo pecado parece estar
em conflito com uma possível ausência do próprio pecado nos casos de impureza menstrual e
pós-parto.
O que poderia ser imputado à mulher como pecado nesses casos visto tratar-se de algo
natural?
É aí que entra a interpretação hermenêutica sustentada pelos “Sábios do Talmude”.
No caso da purificação pós-menstrual o pecado estava no contacto físico da mulher com o
sangue ritualmente “tamê” = impuro.
Nos dias que antecedem o seu período, a mulher segundo a Lei está num estado de
“kedushá” = santidade, pronta para receber uma nova vida, uma das mais gloriosas e
honradas funções do sexo feminino.
Se no entanto a fecundação não acontece, a “kedushá” = santidade afasta-se da
mulher, e a ausência de santidade equivale, por definição, a impureza ritual.
O resultado dessa saída da santidade do corpo feminino é o fluxo menstrual, que tornava
assim, a mulher, “cultualmente impura” também pelo contacto com o mesmo.
A impureza derivada do termo hebraico “niddá” era tratada como pecado contra Deus,
mas mesmo sendo isso uma forma de “pecado”, não se oferecia nesses casos uma oferta pela
culpa visto que se trata de algo natural, sem interferência do “transgressor”, nesse caso a
própria mulher.
A “transgressão” estava no facto de que a fecundação não ocorrera e assim, a mesma
deveria ser expiada pela “Oferta pelo Pecado”.
Noutro caso, a mulher tornava-se “t'meah” = impura pelo contacto com o sangue, mas
agora resultante do parto.
Para o nazireu que se contaminava durante o seu voto, oferecia-se um holocausto e uma
oferta pelo pecado.
Também, nesta situação, o pecado parece ausente mas só porque o nosso entendimento
do termo nem sempre é o correcto.
No exemplo fornecido pela Torah, isto é, do contacto de um nazireu com algum morto
(uma pessoa que por acaso morresse junto dele) não podemos ver no nazireu culpa alguma
pois não passa de um mero incidente, sem nenhuma interferência externa do votante.
Mesmo assim, o pecado estava configurado pelo contacto do votante com algo impuro
(neste caso, o cadáver) e a oferta deveria ser apresentada;
Aqui também era apresentada uma oferta pela culpa (Lev. 6:12), pois admitia-se a
imprudência do nazireu em relação às coisas sagradas.
Julga-se que o tipo de contaminação provocada pelo caso descrito em Núm. 6:9 poderia
ter sido evitado.
100
Quando o nazireu cumpria o seu voto sem nenhum incidente como o descrito acima ele
deveria apresentar quatro tipos diferentes de ofertas:

(1)Um holocausto.
(2)Uma oferta pelo pecado.
(3)Uma oferta de cereais.
(4)Uma oferta pacífica.
Entendemos o porquê da ausência de uma oferta pela culpa nesse caso, mas temos aqui
uma oferta pelo pecado, e isto parece estranho.
Não parece se entendermos que, ao deixar de participar das coisas autorizadas pela Lei o
nazireu estava incorrendo também em “pecado”.
Pecar não é apenas fazer o que a Lei proíbe, mas também deixar de fazer o que ela
permite e a Lei diz:
Deut. 14:26: “E aquele dinheiro darás por tudo o que desejares, por bois, por ovelhas, por
vinho, por bebida forte, e por tudo o que te pedir a tua alma; comerás ali perante o Senhor
teu Deus, e te regozijarás, tu e a tua casa”.
O que temos acima é um mandamento e ao privar-se voluntariamente do que o
mandamento ordenava, o nazireu incorria em transgressão.
A ordem dada ao nazireu incluía a abstinência de vinho, de bebida forte e do fruto da
videira. (Núm. 6:3 e 4)
Sendo assim o nazireu devia apresentar a Oferta pelo Pecado para fazer expiação por ele.

O TABERNÁCULO DE DAVID
"NAQUELE DIA TORNAREI A LEVANTAR O TABERNÁCULO CAÍDO DE DAVI,…”
AMÓS 9:11

Qual foi o tabernáculo de David?


Existiram o tabernáculo de Moisés, o templo de Salomão, o templo de Zorobabel, e o
templo de Herodes.
Então, qual é o tabernáculo de David?
Há um episódio que gostaria que víssemos para entender uma revelação anterior à
reedificação do templo por intermédio de Neemias e Esdras.
Tiago diz:
Actos 15:16: “Depois disto voltarei, E reedificarei o tabernáculo de David, que está caído,
Levantá-lo-ei das suas ruínas, E tornarei a edificá-lo”.
Ele não diz:

101
“Reedificarei o tabernáculo de Moisés, ou o templo de Salomão”.
Diz: “Reedificarei o tabernáculo de David que está caído”. (Amós 9:11)
Neste ponto proponho que leiam I Crónicas Capítulos 15 e 16.
Esdras ao escrever Crónicas fala de um episódio anterior à reedificação do templo.
Quando Josué se estabeleceu na terra prometida, lentamente os israelitas foram perdendo
o interesse no significado da arca do pacto e do tabernáculo de Moisés.
Nos tempos de Samuel, a lâmpada do Senhor apagava-se; já não havia profecia, não havia
fé.
I Sam. 3:3: “E estando também Samuel já deitado, antes que a lâmpada de Deus se
apagasse no templo do SENHOR, onde estava a arca de Deus,”.
Havia só rituais.
O povo afastou-se da glória do tabernáculo de Moisés.
A arca chegou a ser usada como um amuleto.
I Sam. 4:3: “…Tragamos de Siló a arca da aliança do SENHOR, e venha no meio de nós,
para que nos livre da mão de nossos inimigos”.
A decadência era enorme.
A arca foi capturada pelos filisteus.
I Sam. 4:11: “E foi tomada a arca de Deus: e os dois filhos de Eli, Hofni e Finéias,
morreram”.
Então, aparece David, que é um tipo de Jesus Cristo. (Eze. 37:24 e 25)
Recupera a arca e leva-a para Jerusalém. (II Sam. 6:3 e 16)
Reúne o povo, toma a arca e coloca-a numa tenda.
Devolve dignidade aos levitas, recupera e restaura os instrumentos sagrados. (I Cró. 15:11-
14 e 17-24)
O povo com címbalos e trombetas começa a cantar.
No relato de I Crónicas 15, não encontramos átrio nem Lugar Santo.
Existia apenas o Lugar Santíssimo, e havia um só móvel.
Ali estava a presença de Deus.
David invoca a presença de Deus e estende-a ao povo, todo o povo participa e faz-se um
sacrifício no qual todos participam.
I Cró. 16:1-3 “Trouxeram, pois, a arca de Deus, e a puseram no meio da tenda que David
lhe tinha armado; e ofereceram holocaustos e sacrifícios pacíficos perante Deus. E, acabando
David de oferecer os holocaustos e sacrifícios pacíficos, abençoou o povo em nome do Senhor.
E repartiu a todos em Israel, tanto a homens como a mulheres, a cada um, um pão, e um bom
pedaço de carne, e um frasco de vinho”.
Sem lugar para dúvidas, a arca representava a presença de Deus, o lugar de revelação, a
morada de Deus.
David representa Cristo, que toma, estabelece e põe a arca coberta com cortinas.
A arca é a morada de Deus, é a presença de Deus.
Uma tenda, sem nenhum outro cubículo, sem nenhum outro móvel.
Somente as cortinas, e no meio, a glória de Deus.

O HOLOCAUSTO E OS SACRIFÍCIOS DE PAZ


I Cró. 16:2: “E, acabando David de oferecer os holocaustos e sacrifícios pacíficos,
abençoou o povo em nome do SENHOR”.
David ofereceu holocaustos e sacrifícios de paz.
As Ofertas Pacificas eram um sacrifício no qual se procurava agradar a Deus.
Este é o holocausto que apresenta David ali neste tabernáculo que, segundo Tiago, estava
caído, e agora Deus levantou.
Sacrifícios de paz.
Uma parte era para o Senhor, outra parte para o sacerdócio e outra parte para a família
que oferecia o sacrifício de paz.
Todo este ritual aponta para a participação.
Não apenas uma oferta a Deus, mas também, e principalmente, a nossa participação
nessa oferta.
I Cró. 15: 3, 25 e 28: “E David convocou a todo o Israel em Jerusalém, para fazer subir a
arca do SENHOR ao seu lugar, que lhe tinha preparado… Sucedeu, pois, que David e os
anciãos de Israel, e os capitães dos milhares, foram, com alegria, para fazer subir a arca da
aliança do SENHOR, da casa de Obede-Edom...E todo o Israel fez subir a arca da aliança do
SENHOR, com júbilo, e ao som de buzinas, e de trombetas, e de címbalos, fazendo ressoar
alaúdes e harpas.
Leiamos outros versículos.

102
I Cró. 15:26 e 27 “E sucedeu que, ajudando Deus os levitas que levavam a arca da aliança
do SENHOR, sacrificaram sete novilhos e sete carneiros. E David ia vestido de um manto de
linho fino, como também todos os levitas que levavam a arca, e os cantores, e Quenanias,
mestre dos cantores; também David levava sobre si um éfode de linho,”.
É notória a preocupação de David em restituir toda a dignidade e solenidade devida ao
Cerimonial que tinha caído no esquecimento do povo.
E neste sentido preocupou-se com pormenores de ordem.
A ordem no serviço.
I Cró. 16:4: “E pôs alguns dos levitas por ministros perante a arca do Senhor; isto para
recordarem, e louvarem, e celebrarem ao Senhor Deus de Israel”.
Vemos nesta passagem que David ordenou, cantores que ministravam diferentes dos que
levavam a arca da aliança.
E aqui há um ministério de todos os santos que é colectivo, onde todos participam, onde
está a arca, há umas cortinas ao redor, e todos tocam trombetas.
Mas há ordem, porque Deus é Deus de ordem.
Mas todos participam.
A igreja pode ser comparada ao tabernáculo de David que estava caído, o qual Deus quer
levantar.
Cristo, representado em David.
A tenda é a igreja, e a arca da aliança, a presença de Deus.
Todo o povo, alegrando-se louvando a Deus.
Cada um ordenadamente mas todos a glorificar o Senhor.

OS TEMPLOS

103
Tudo que Deus fez com Israel é uma figura, um plano em sombras ou miniaturas, daquilo
que fará.
A história de Israel é uma chave para entender o plano de Deus para a humanidade.
A relação de adoração “HOMEM/DEUS” que teve a sua génese em Abel foi retomada no altar
de Abraão.
Esta relação cresceu com Moisés, que construiu um tabernáculo para Deus morar com o
seu povo e viajar com eles.
David, homem segundo o coração de Deus, compreendendo o desejo do Senhor de
amplificar ainda mais seu plano, quis edificar-Lhe uma casa permanente, o que não lhe foi
permitido por Deus, por ser um homem de guerra. (II Sam. 7:1-16; I Reis 5:3-5 e 8:17; I Cró. 17:1-14
e 22:6-10)
David fez todos os preparativos para a construção do templo:
A. ESCOLHEU E ADQUIRIU O LOCAL:
From this verse we can extract a principle to understand, at least in part, why God said
David was a man after His own heart. Podemos extrair uma conclusão, pelo menos
em parte, porque foi que Deus disse a David que ele era um homem segundo o Seu
coração.
I Sam. 13:14: “Porém agora não subsistirá o teu reino; já tem buscado o SENHOR para
Si um homem segundo o seu coração, e já lhe tem ordenado o SENHOR, que seja
capitão sobre o seu povo, porquanto não guardaste o que o SENHOR te
ordenou”.When David was preparing to build the Temple, he purchased what is now
the Temple Mount from a man named Araunah, who certainly knew who David was.
Quando David se estava a preparar para construir o Templo, comprou o que é agora o
Monte do Templo a um homem chamado Araúna.
II Samuel 24:22-25: “Então disse Araúna a David: Tome, e ofereça o rei meu senhor o
que bem parecer aos seus olhos; eis aí bois para o holocausto, e os trilhos, e o
aparelho dos bois para a lenha. Tudo isto deu Araúna ao rei; disse mais Araúna ao rei:
O SENHOR teu Deus tome prazer em ti. Porém o rei disse a Araúna: Não, mas por
preço justo to comprarei, porque não oferecerei ao SENHOR meu Deus holocaustos
que não me custem nada. Assim David comprou a eira e os bois por cinquenta siclos
de prata. E edificou ali David ao SENHOR um altar, e ofereceu holocaustos, e ofertas
pacíficas. Assim o SENHOR se aplacou para com a terra e cessou aquele castigo de
sobre Israel”.
Este homem sabia quem era David. When the king came to purchase his land, Araunah
wanted to give it to him, as well as the animals to make offerings to God, but David
rejected the offer.
Quando o rei negociou para comprar a sua terra, Araúna queria dá-la, assim como os
animais para fazer ofertas a Deus, mas David rejeitou a oferta.
I Crónicas 21:24 e 25: “E disse o rei David a Ornã: Não, antes, pelo seu valor, a quero
comprar; porque não tomarei o que é teu, para o SENHOR, para que não ofereça
holocausto sem custo. E David deu a Ornã, por aquele lugar, o peso de seiscentos
siclos de ouro. From this comes a
Daí vem um princípio. David said, "I will make no offering to God that costs me
nothing."
David disse:
“Eu não farei oferta a Deus que não me custe nada.” There is no sacrifice in
that; he would not have been giving of himself at all.
Não há sacrifício sem que, demos algo de nós próprios.
B. RECEBEU O MODELO DE DEUS.
I Cró. 28:11- 19: “E deu David a Salomão, seu filho, a planta do alpendre com as suas
casas, e as suas tesourarias, e os seus cenáculos, e as suas recâmaras interiores,
como também da casa do propiciatório. E também a planta de tudo quanto tinha em
mente, a saber: dos átrios da casa do SENHOR, e de todas as câmaras ao redor, para
os tesouros da casa de Deus, e para os tesouros das coisas sagradas; E para as
turmas dos sacerdotes, e para os levitas, e para toda a obra do ministério da casa do
SENHOR, e para todos os utensílios do ministério da casa do SENHOR. E deu ouro,
segundo o peso do ouro, para todos os utensílios de cada ministério; também a prata,
por peso, para todos os utensílios de prata, para todos os utensílios de cada
ministério. E o peso para os castiçais de ouro, e suas candeias de ouro segundo o
peso de cada castiçal e as suas candeias; também para os castiçais de prata, segundo
o peso do castiçal e as suas candeias, segundo o uso de cada castiçal. Também deu o
ouro por peso para as mesas da proposição, para cada mesa; como também a prata
104
para as mesas de prata. E ouro puro para os garfos, e para as bacias, e para os jarros,
e para as taças de ouro, para cada taça seu peso; como também para as taças de
prata, para cada taça seu peso. E para o altar do incenso, ouro purificado, por seu
peso; como também o ouro para o modelo do carro, a saber, dos querubins, que
haviam de estender as asas, e cobrir a arca da aliança do SENHOR. Tudo isto, disse
David, fez-me entender o SENHOR, por escrito da sua mão, a saber, todas as obras
desta planta”.
C. REUNIU OS MATERIAIS E DEU O PROJECTO AO SEU FILHO SALOMÃO.
Ele juntou 100.000 talentos de ouro, 1.000.000 de talentos de prata, e cobre e ferro
em grande quantidade, além de contribuir com 3.000 talentos de ouro e 7.000 talentos
de prata, da sua fortuna pessoal.
Recebeu também como contribuições dos príncipes, ouro no valor de 5.000 talentos,
10.000 dracmas e prata no valor de 10.000 talentos, bem como muito ferro e cobre.
I Cró. 22:14: “Eis que na minha aflição preparei para a casa do SENHOR cem mil
talentos de ouro, e um milhão de talentos de prata, e de cobre e de ferro que não se
pesou, porque era em abundância; também madeira e pedras preparei, e tu suprirás o
que faltar”.
I Cró. 29:3-7: “E ainda, porque tenho afecto à casa de meu Deus, o ouro e prata
particular que tenho eu dou para a casa do meu Deus, afora tudo quanto tenho
preparado para a casa do santuário: Três mil talentos de ouro de Ofir; e sete mil
talentos de prata purificada, para cobrir as paredes das casas. Ouro para os objectos
de ouro, e prata para os de prata; e para toda a obra de mão dos artífices. Quem, pois,
está disposto a encher a sua mão, para oferecer hoje voluntariamente ao SENHOR?
Então os chefes dos pais, e os príncipes das tribos de Israel, e os capitães de mil e de
cem, até os chefes da obra do rei, voluntariamente contribuíram. E deram para o
serviço da casa de Deus cinco mil talentos de ouro, e dez mil dracmas, e dez mil
talentos de prata, e dezoito mil talentos de cobre, e cem mil talentos de ferro”.
Salomão não chegou a gastar a totalidade desta quantia na construção do templo,
depositanto o excedente no tesouro do templo.
I Reis 7:51: “Assim se acabou toda a obra que fez o rei Salomão para a casa do Senhor;
então trouxe Salomão as coisas que seu pai David havia consagrado; a prata, e o ouro, e os
objectos pôs entre os tesouros da casa do Senhor”.
II Cró. 5:1: “Assim se acabou toda a obra que Salomão fez para a casa do SENHOR; então
trouxe Salomão as coisas que seu pai David havia consagrado, a prata, o ouro e todos os
objectos, e pô-los entre os tesouros da casa de Deus”.
O templo significa a casa onde Deus vai habitar definitivamente no fim dos tempos, mas
também representa o lugar onde o Senhor já habita, o templo que não foi feito por mãos
humanas, que somos nós.
II Cor. 6:16-7:1: “E que consenso tem o templo de Deus com os ídolos? Porque vós sois o
templo do Deus vivente, como Deus disse: Neles habitarei, e entre eles andarei; e eu serei o
seu Deus e eles serão o meu povo. Por isso saí do meio deles, e apartai-vos, diz o Senhor; E
não toqueis nada imundo, E Eu vos receberei; E eu serei para vós Pai, E vós sereis para mim
filhos e filhas, Diz o Senhor Todo-Poderoso. ORA, amados, pois que temos tais promessas,
purifiquemo-nos de toda a imundície da carne e do espírito, aperfeiçoando a santificação no
temor de Deus”.
I Cor. 3:16 e 17: “Não sabeis vós que sois o templo de Deus e que o Espírito de Deus
habita em vós? Se alguém destruir o templo de Deus, Deus o destruirá; porque o templo de
Deus, que sois vós, é santo.

105
O TEMPLO DE SALOMÃO

Logo que Israel tomou posse da terra de Canaã, deixou de fazer sentido que tudo o que
atrás vimos, e de uma forma particular a arca da aliança permanecessem numa tenda.
A arca, tinha sido usada pelos israelitas como uma espécie de “amuleto”, que levaram
consigo quando lutaram contra os filisteus, sob a liderança do rei Saul, e do seu filho Jónatas.
Os israelitas perderam esta batalha e a arca foi capturada pelos filisteus.
I Sam. 4:10 e 11Então pelejaram os filisteus, e Israel foi ferido, fugindo cada um para a
sua tenda; e foi tão grande o estrago, que caíram de Israel trinta mil homens de pé. E foi
tomada a arca de Deus: e os dois filhos de Eli, Hofni e Fineias, morreram.
Depois de repetidas dificuldades directamente relacionadas com a arca, os filisteus
devolveram-na a Israel.
I Sam. 5:11: “E enviaram, e congregaram a todos os príncipes dos filisteus, e disseram:
Enviai a arca do Deus de Israel, e torne para o seu lugar, para que não mate nem a nós nem ao
nosso povo. Porque havia mortal vexame em toda a cidade, e a mão de Deus muito se
agravara ali”.
O retorno da arca e o facto de David residir numa casa sumptuosa parecem ter posto no
seu coração o propósito de construir um lugar diferente para guardar a arca:
I Cró. 17:1: “Sucedeu que, habitando David em sua própria casa, disse ao profeta Natã: Eis
que moro em casa de cedro, mas a arca da aliança do Senhor se acha numa tenda”.
Natã, aparentemente sem consultar Deus, encorajou David a construir um templo.
No entanto, Deus tinha planos diferentes, pois David era um homem de guerra e
derramara muito sangue.
Deus de facto permitiria a construção de um templo, mas seria construído por Salomão,
filho de David, um homem de paz.

106
I Sam. 7:12 e 13: “Quando teus dias forem completos, e vieres a dormir com teus pais,
então farei levantar depois de ti um dentre a tua descendência, o qual sairá das tuas
entranhas, e estabelecerei o seu reino. Este edificará uma casa ao meu nome, e confirmarei o
trono do seu reino para sempre”.
Enquanto David queria construir uma casa para Deus, Deus prometeu dar-lhe a ele uma
casa. (I Cró. 17:10)
Portanto, é neste contexto do pedido de David para a construção do templo que Deus
proclama o que se tornou conhecido como a “Aliança Davídica”, a promessa de que o
descendente de David governaria para sempre, sendo desta forma óbvia a referência ao
Messias de Israel como “Filho de David”.
Luc. 1:32: “Este será grande, e será chamado filho do Altíssimo; e o Senhor Deus lhe dará
o trono de David, seu pai”.
Tal como a vitória de Deus sobre os egípcios, as vitórias militares de David contra as
nações hostis ao redor forneceram muitos dos materiais necessários à construção do templo. (I
Cró. Cap. 18-21)
Apesar de não ter sido permitido a David construir o templo, ele fez extensos preparativos
para isso.
No capítulo 22 de I Crónicas David começou a reunir os materiais necessários para o
templo.
As instruções referentes à construção do templo foram dadas a Salomão.
O povo foi encorajado a ajudar neste projecto.
Também foi designado quem ministraria no templo. (Capítulos 24-26)
Os planos que David deu a Salomão foram inspirados por Deus e desta forma divinamente
providenciados, como o foram os planos para o tabernáculo.
I Cró. 28:11,12 e 19: “E deu David a Salomão, seu filho, a planta do alpendre com as suas
casas, e as suas tesourarias, e os seus cenáculos, e as suas recâmaras interiores, como
também da casa do propiciatório. E também a planta de tudo quanto tinha em mente, a saber:
dos átrios da casa do SENHOR, e de todas as câmaras ao redor, para os tesouros da casa de
Deus, e para os tesouros das coisas sagradas; Tudo isto, disse David, fez-me entender o
SENHOR, por escrito da sua mão, a saber, todas as obras desta planta”.
David generosamente cedeu os materiais necessários à construção do templo, como o
povo o fez quando foi solicitado. (I Cró. 29:1-9)
Para celebrar, foram oferecidos sacrifícios e todo o povo comeu e bebeu na presença de
Deus (I Cró. 29:21 e 22) de modo a recordar a ratificação da aliança Mosaica. (Êxo. 24:5-11)
Salomão reinou sobre Israel (II Cró. 1) após a morte de David (I Cró. 29:28) e construiu o
templo. (II Cró. 2-4)
Era elegante em material e mão-de-obra, exactamente como o foi o tabernáculo. (II Cró.
2:7; 3:8-17, etc.)
Quando ficou pronto a nação foi congregada e a arca trazida para dentro do templo. (II Cró.
5:2-10)
Como no tabernáculo (Êxo. 40:34 e ss), uma nuvem desceu sobre o templo e a glória de
Deus encheu o lugar.
II Cró. 5:11-14: “E sucedeu que, saindo os sacerdotes do santuário (porque todos os
sacerdotes, que ali se acharam, se santificaram, sem respeitarem as suas turmas, e os levitas,
que eram cantores, todos eles, de Asafe, de Hemã, de Jedutum, de seus filhos e de seus
irmãos, vestidos de linho fino, com címbalos, com saltérios e com harpas, estavam em pé para
o oriente do altar; e com eles até cento e vinte sacerdotes, que tocavam as trombetas). E
aconteceu que, quando eles uniformemente tocavam as trombetas, e cantavam, para fazerem
ouvir uma só voz, bendizendo e louvando ao SENHOR; e levantando eles a voz com trombetas,
címbalos, e outros instrumentos musicais, e louvando ao SENHOR, dizendo: Porque ele é bom,
porque a sua benignidade dura para sempre, então a casa se encheu de uma nuvem, a saber,
a casa do SENHOR; E os sacerdotes não podiam permanecer em pé, para ministrar,
por causa da nuvem; porque a glória do SENHOR encheu a casa de Deus.
O templo foi dedicado, e Israel foi instruído sobre o propósito do lugar, superior entre
todos aqueles que deviam ser um lugar de oração. (II Crónicas Cap.6)
Assim que Salomão acabou de falar, Deus falou ao povo, prometendo bênçãos e
maldições, dependendo da fidelidade de Israel à aliança que Deus fizera com eles.
Se Israel não fosse fiel à aliança, o templo seria destruído, e o povo disperso.
No entanto, se o povo se arrependesse e orasse, Deus os ouviria e os restauraria.
II Cró. 7:12-22: “E o SENHOR apareceu de noite a Salomão, e disse-lhe: Ouvi a tua oração,
e escolhi para mim este lugar para casa de sacrifício. Se eu fechar os céus, e não houver
chuva; ou se ordenar aos gafanhotos que consumam a terra; ou se enviar a peste entre o meu
povo; E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a minha
107
face e se converter dos seus maus caminhos, então eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus
pecados, e sararei a sua terra. Agora estarão abertos os meus olhos e atentos os meus ouvidos
à oração deste lugar. Porque agora escolhi e santifiquei esta casa, para que o meu nome
esteja nela perpetuamente; e nela estarão fixos os meus olhos e o meu coração todos os dias.
E, quanto a ti, se andares diante de mim, como andou David teu pai, e fizeres conforme a tudo
o que te ordenei, e guardares os meus estatutos e os meus juízos, também confirmarei o trono
do teu reino, conforme a aliança que fiz com David, teu pai, dizendo: Não te faltará sucessor
que domine em Israel. Porém se vós vos desviardes, e deixardes os meus estatutos, e os meus
mandamentos, que vos tenho proposto, e fordes, e servirdes a outros deuses, e vos
prostrardes a eles, então os arrancarei da minha terra que lhes dei, e lançarei da minha
presença esta casa que consagrei ao meu nome, e farei com que seja por provérbio e motejo
entre todos os povos. E desta casa, que é tão exaltada, qualquer que passar por ela se
espantará e dirá: Por que fez o SENHOR assim com esta terra e com esta casa? E dirão: Porque
deixaram ao SENHOR Deus de seus pais, que os tirou da terra do Egipto, e se deram a outros
deuses, e se prostraram a eles, e os serviram; por isso ele trouxe sobre eles todo este mal.
A história de Israel confirma a veracidade das palavras de Deus.
O povo não foi fiel a Deus e eles foram levados cativos para Babilónia e o Templo deixado
em ruínas.

MAPA DO SUL DO LEVANTE EM 830 A.C.

LEGENDA

██ REINO DE JUDÁ
██ REINO DE ISRAEL
██ CIDADES ESTADO FILISTEIAS
██ FENÍCIA
██ REINO DE AMÓN
██ REINO DE EDOM
██ REINO DE DAMASCO
██ TRIBOS ARAMEIAS
██ IMPÉRIO ASSÍRIO
██ REINO DE MOABE

108
██ TRIBOS ARUBU
██ TRIBOS NABUTU

O REINO DIVIDIDO
Neste ponto do estudo, tendo em vista perceber a evolução dos locais de adoração do
povo de Israel, permito-me chamar a atenção do leitor para os mapas abaixo.
No mapa da esquerda encontramos de uma forma simples a disposição das tribos, após a
sua instalação em Canaã.
Neste mapa é claramente visível uma faixa de terreno entre o Mediterrâneo e a tribo de
Judá que escapava ao controle desta tribo.
Uma tira semelhante em dimensão existe hoje no mesmo local, ligeiramente mais a Sul,
que é nem mais nem menos do que a “Faixa de Gaza” infelizmente famosa pelos conflitos
permanentes em que se encontra.
MAPA A MAPA B

OBS.:
O REINO DO NORTE ENCONTRA-SE DEBRUADO A CASTANHO MEL E O REINO DO SUL ESTÁ LIMITADO A VERDE. O PONTEADO PRETO REPRESENTA OS
LIMITES ACTUAIS DE ISRAEL.

A DIVISÃO
Até a morte do rei Salomão, existia um só Reino, O Reino de Israel Unido.
Após a sua morte, houve contenda entre o seu filho Roboão, (I Reis 11:43) e Jeroboão filho
de Nebate (I Reis 11:26) e o Reino dividiu-se.
Jeroboão e todo o povo de Israel vieram até Roboão, pedindo-lhe que aliviasse o jugo da
dura servidão à qual o Salomão submetia o povo. (I Reis 12:4)
Roboão pediu conselho aos anciãos, que o aconselharam:
I Reis 12:7: Se hoje fores servo deste povo, e o servires, e, respondendo-lhe falares boas
palavras, todos os dias serão teus servos.
Roboão recusou este conselho e foi em busca do conselho dos jovens com quem tinha
crescido. (I Reis 12:8)
Os jovens aconselharam-no a responder ao povo:
I Reis 12:11: Se meu pai vos carregou de um jugo pesado, ainda eu aumentarei o vosso
jugo; meu pai vos castigou com açoites, porém eu vos castigarei com escorpiões.
A ameaça de Roboão no referente ao trabalho dobrado causou uma rebelião em 10 tribos
causando assim a divisão do Reino.
Assim se desligaram os israelitas da casa de David até ao dia de hoje. (I Reis 12:19)
A Sul, tendo como rei Roboão, formou-se o reino de Judá, do qual Jerusalém era o centro
político e religioso.
Este reino era formado pelas tribos de Judá e Benjamim a quem se juntaram todos os
levitas e sacerdotes, bem assim como todos aqueles que sendo de outras tribos “de coração
resolveram buscar ao Senhor”. (II Cró. 11:16)
A Norte, o reino que manteve o nome de Israel e que tinha como cidade principal Samaria
era formado pelas restantes dez tribos e aí reinava Jeroboão.
Observando o Mapa B podemos apreciar não só a disposição das tribos após a entrada em
Canaã, cada uma numa cor diferente, bem como os limites do que viriam a ser os reinos do
109
Norte e do Sul, respectivamente, Israel e Judá, dado o cisma ocorrido após a morte de
Salomão. (I Reis 12: 1-24; II Cró. 10. 1-15)
O Reino Dividido prolongou-se entre 933-587 A.C.

O EXÍLIO
EXÍLIO EM BABILÓNIA, CATIVEIRO EM BABILÓNIA ou EXÍLIO BABILÓNICO são os nomes geralmente
usados para designar a deportação em massa e exílio dos judeus do antigo Reino de Judá para
a Babilónia por Nabucodonosor II.
Este período histórico foi marcado pela actividade dos profetas Jeremias, Ezequiel e
Daniel.
A primeira deportação teve início em 598 a.C..
Jerusalém foi sitiada e o jovem Joaquim, Rei de Judá, rendeu-se voluntariamente.
O Templo de Jerusalém foi parcialmente saqueado e uma grande parte da nobreza, os
oficiais, militares e artífices, inclusive o Rei, foram levados para o Exílio na Babilónia.
Zedequias, tio do Rei Jeoaquim, foi nomeado por Nabucodonosor II como “rei vassalo”.
Precisamente 11 anos depois, como resultado de uma nova revolta no Reino de Judá,
ocorreu a segunda deportação em 587 a.C. e a consequente:
Destruição de Jerusalém e do seu Templo.
Governando os poucos judeus remanescentes na terra de Judá, os mais pobres, ficou
Gedalias nomeado por Nabucodonosor II.
Dois meses depois, Gedalias foi assassinado e os poucos habitantes que restavam fogem
para o Egipto com medo de represálias, deixando o ex-Reino de Judá efectivamente sem
habitantes e as suas cidades em ruínas.
É certo que o período de cativeiro “na Babilónia"” terminou no primeiro ano de reinado de
Ciro II (538-537 a.C.) após a conquista pelos persas de Babilónia (539 a.C.).
Em consequência do Decreto de Ciro, os judeus exilados foram autorizados a regressar à
terra de Judá, em particular a Jerusalém, para reconstruir o Templo.
Quando o povo judeu, os israelitas, regressaram à terra de Judá, encontraram uma mescla
de povos, os samaritanos, que praticavam uma religião com alguns pontos comuns com a
religião do Antigo Israel.
As hostilidades cresceram entre os judeus que regressavam e os samaritanos, uma divisão
religiosa que ainda hoje permanece.
O “Cativeiro Babilónico” e o regresso do povo judeu à terra de Judá foram entendidos
como um dos grandes actos centrais no drama da relação entre o Deus de Israel e o Seu povo
arrependido.
O caso do Reino de Judá foi muito diferente do destino das 10 Tribos que formavam o
Reino de Israel Setentrional.
Tal como o Antigo Israel tinha sido liberto da escravatura no Antigo Egipto, agora os
judeus estavam a ser punidos por Deus usando o Império Neo-babilónico mas, mais uma vez,
libertos.
Esta experiência colectiva teve efeitos muito importantes na sua religião e cultura.
Marca o surgimento da leitura e estudo da Torah nas sinagogas locais na vida religiosa
dos judeus dispersos pelo mundo.

A. C HISTÓRICO
587 A HABITANTES DE JUDÁ LEVADOS PARA A BABILÓNIA
586

110
539 INÍCIO DO DOMÍNIO PERSA

538 CIRO, IMPERADOR DA PÉRSIA, ORDENA A VOLTA DOS

JUDEUS
520 INÍCIO DA RECONSTRUÇÃO DO TEMPLO
445 A RECONSTRUÇÃO DAS MURALHAS DE JERUSALÉM
443
OS MEUS OLHOS PROCURARÃO OS FIÉIS DA TERRA, PARA QUE ESTEJAM COMIGO; O QUE ANDA NUM CAMINHO RETO,
ESSE ME SERVIRÁ.
SALMO 101.6

A DIÁSPORA
O Cativeiro da Babilónia acabou em 539 a.C., quando Ciro, imperador persa conquistou a
Babilónia libertou os judeus, que retornaram à Palestina e reconstruíram o templo de
Jerusalém, anteriormente destruído por Nabucodonosor.
Em 332 a.C. os persas foram derrotados por Alexandre, o Grande, e os macedónios e
gregos passaram a dominar a Palestina, seguindo-se o domínio romano, a partir de 63 a.C..
Após a contenção da revolta judaica iniciada em meados da década de 60 d.C., e a
destruição de Jerusalém em 70 d.C., os judeus dispersaram-se pelo mundo tendo assim início a
Diáspora Judaica.
Deus usou o profeta Ezequiel, para falar ao “VALE DE OSSOS SECOS”, pois Ele Deus, ia
restaurar Israel e Judá e uni-los novamente, após o cativeiro.
Eze. 37:19-23: “Tu lhes dirás: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei a vara de
José, que esteve na mão de Efraim, e as das tribos de Israel, suas companheiras, e as ajuntarei
à vara de Judá, e farei delas uma só vara, e elas se farão uma só na minha mão. E os pedaços
de madeira sobre que houveres escrito estarão na tua mão, perante os olhos deles. Dize-lhes,
pois: Assim diz o Senhor JEOVÁ: Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para
onde eles foram, e os congregarei de todas as partes, e os levarei à sua terra. E deles farei
uma nação na terra, nos montes de Israel, e um rei será rei de todos eles; e nunca mais serão
duas nações; nunca mais para o futuro se dividirão em dois reinos. E nunca mais se
contaminarão com os seus ídolos, nem com as suas abominações, nem com as suas
prevaricações; e os livrarei de todos os lugares de sua residência em que pecaram e os
purificarei; assim, eles serão o meu povo, e eu serei o seu Deus”.
O período da desolação tinha começado em 605 a.C., quando os vasos foram tomados do
Templo, mas os sábados foram religiosamente guardados durante os 70 anos do cativeiro. (II
Cró. 36:21)
Não é irónico que um povo que foi constantemente dado à idolatria enquanto esteve no
cativeiro guardasse os sábados apesar da região se encontrar desolada e Judá a viver em
escravidão?
Em 538 a.C., Deus moveu-se sobre o coração de Ciro, rei da Pérsia, que redigiu um
decreto que restabeleceu o sacerdócio dando assim início a um movimento para reconstruir o
Templo.
Em 536 a.C., a reconstrução do Templo foi de facto iniciada tendo Zorobabel liderado a
obra e Jesuá actuado como Sumo-sacerdote.
Em Esdras 3:3-8, encontramos o relato do início da reconstrução do Templo.
Pouco tempo depois Ciro morreu e os adversários de Judá na região escreveram ao rei
Artaxerxes e conseguiram fazer parar a reconstrução do templo.
Sem dúvida, pensavam que haviam conquistado uma grande vitória, mas Deus tinha um
propósito e os Seus propósitos não podem ser frustrados pelas Suas criaturas.

111
Por volta de 520 a.C., Deus enviou Ageu e Zacarias para profetizar contra Judá por permitir
que tivesse parado a construção.
Leia com atenção Ageu 1:1-15.
Nesse momento, eles escreveram uma carta ao rei da Pérsia, relembrando-lhe o decreto
de Ciro.
Assim, o trabalho não apenas foi retomado, mas mais dinheiro foi fornecido e mais
homens foram enviados para ajudar. (Esdras 5:1-6:22)
Foi por volta de 458 a.C., que Esdras, o escriba, partiu para Jerusalém (Esdras 7:1-6) e,
muitos outros foram com ele.
Quando Esdras chegou a Jerusalém, encontrou casamentos da “Linhagem Santa com o
povo dessas terras”. (Esdras 9:2)
Tinham-se passado menos de 60 anos desde que os primeiros homens de Judá tinham
retornado para reconstruir Jerusalém, com seu templo e muralhas, e através de casamentos
mistos, até dos príncipes e sacerdotes estando desta forma em marcha, mais uma tentativa do
Diabo contra a aliança de Deus e a Linhagem Santa.
Esdras tornou-se no instrumento de Deus para a reforma espiritual.
Os livros de Esdras e Neemias descrevem o retorno do cativeiro do remanescente fiel à
terra de Canaã, onde reconstruíram o templo e a cidade de Jerusalém, guiados e encorajados
pelos profetas menores Ageu, Zacarias e Malaquias.

O TEMPLO DE ZOROBABEL

Não há muita informação sobre este templo, se compararmos com a informação minuciosa
e detalhada disponível sobre o de Salomão.
O povo tornara-se idólatra e totalmente iníquo, e o Senhor rejeitara-os.
O reino de Israel, formado por 10 das 12 tribos, fora subjugado pela Assíria por volta de
721 a. C. e, cem anos depois, a Babilónia conquistou o reino de Judá.
Durante 70 anos, o povo de Judá, que passou a ser chamado “POVO JUDEU”, permaneceu na
servidão, exactamente como fora predito. (Jer. 25:11 e 12 e 29:10)
Com o regresso da primeira leva de cativos, de Babilónia, os JUDEUS começaram então a
reconstrução do que era o templo de Salomão.
Na época o “governador” era Zorobabel e Josué, Sumo-sacerdote, um “líder”
extremamente importantes neste contexto específico.
Durante o reinado favorável de Ciro (Esdras 1 e 2) e de Dario (Esdras 6) os judeus
receberam permissão para voltarem a Jerusalém e tornar a edificar um templo de acordo com
as suas crenças.
Em homenagem ao director da obra, o templo restaurado ficou históricamente conhecido
como o Templo de Zorobabel.
Os alicerces foram colocados numa cerimónia solene e, as pessoas mais velhas que
sobreviveram e que se lembravam do antigo templo choraram de tristeza, enquanto que os
mais novos que nunca tinham tido um templo para adorar o faziam de alegria.
Esdras 3:12 e 13: “Porém muitos dos sacerdotes, e levitas e chefes dos pais, já idosos, que
viram a primeira casa, choraram em altas vozes quando à sua vista foram lançados os
fundamentos desta casa; mas muitos levantaram as vozes com júbilo e com alegria. De
maneira que não discernia o povo as vozes do júbilo de alegria das vozes do choro do povo;
porque o povo jubilava com tão altas vozes, que o som se ouvia de muito longe”.
Já tinham restaurado o altar, porém a obra no templo estava a tornar-se lenta.

112
Os profetas suscitados por Deus foram Ageu e Zacarias, que incentivaram o povo à
reconstrução do templo, lembrando-os inclusivamente da existência de cartas do Rei Ciro que
autorizavam a reconstrução.
Embora tivessem começado com carinho e presteza, acomodaram-se por causa das
dificuldades e o trabalho ficou paralisado.
Os samaritanos, que já tinham conseguido “embargar” a obra fazendo-a ficar parada mais
de 15 anos conseguiram que os judeus ficassem acomodados e desanimados.
Outro motivo de desânimo deve-se ao facto de este templo ser inferior ao de Salomão.
Ageu encorajou-os com a mensagem de Deus, de que a glória deste templo ultrapassaria a
do anterior.
Ageu 2:9: “A glória desta última casa será maior do que a da primeira, diz o SENHOR dos
Exércitos, e neste lugar darei a paz, diz o SENHOR dos Exércitos”.
A parte mais importante do Santuário é a presença de Deus.
Aproximadamente 500 anos mais tarde, Jesus Cristo caminharia pelos átrios deste Templo.
Deus questionou o povo como podiam viver com tanto luxo, enquanto a sua casa estava
em ruínas. (Ageu 1:4)
O templo era o símbolo do relacionamento entre Judá e o Senhor, mas ainda não passava
de ruínas.
Em vez de terminarem a obra, o povo empregava o seu tempo a embelezar as suas
próprias casas, porém, quanto mais trabalhavam para si mesmos, menos tinham, porque
ignoravam a sua vida espiritual.
O seu trabalho não era produtivo, não era frutífero e suas posses materiais não eram
satisfatórias.
Ageu 1:9-11: “Esperastes o muito, mas eis que veio a ser pouco; e esse pouco, quando o
trouxestes para casa, eu dissipei com um sopro. Por que causa? disse o SENHOR dos Exércitos.
Por causa da minha casa, que está deserta, enquanto cada um de vós corre à sua própria casa.
Por isso retém os céus sobre vós o orvalho, e a terra detém os seus frutos. E mandei vir a seca
sobre a terra, e sobre os montes, e sobre o trigo, e sobre o mosto, e sobre o azeite, e sobre o
que a terra produz; como também sobre os homens, e sobre o gado, e sobre todo o trabalho
das mãos.
O problema de Judá era as suas prioridades.
O povo só começou a reconstrução 23 dias após Ageu ter anunciado a mensagem divina.
Ageu 1:1, 14 e 15: “No segundo ano do rei Dario, no sexto mês, no primeiro dia do mês,
veio a palavra do SENHOR, por intermédio do profeta Ageu, a Zorobabel, filho de Sealtiel,
governador de Judá, e a Josué, filho de Jozadaque, o sumo sacerdote, dizendo:… E o SENHOR
suscitou o espírito de Zorobabel, filho de Sealtiel, governador de Judá, e o espírito de Josué,
filho de Jozadaque, sumo sacerdote, e o espírito de todo o restante do povo, e eles vieram, e
fizeram a obra na casa do SENHOR dos Exércitos, seu Deus, ao vigésimo quarto dia do sexto
mês, no segundo ano do rei Dario”.
Não constam nenhumas informações sobre as suas medidas, contudo, tudo indica ser
inferior ao templo de Salomão, pois que cidadãos diziam ao terminar a construção que seria
como “nada” pois foi a expressão usada na época.
Ageu 2:3 e 4: “Quem há entre vós, dos sobreviventes, que viu esta casa na sua primeira
glória? Em que estado a vedes agora? Não é como nada em vossos olhos? Ora, pois, esforça-
te, Zorobabel, diz o Senhor, e esforça-te, sumo sacerdote Josué, filho de Jeozadaque, e
esforçai-vos, todo o povo da terra, diz o Senhor, e trabalhai; porque eu sou convosco, diz o
Senhor dos exércitos”.
Recolocaram os fundamentos do templo e imediatamente Deus voltou a abençoá-los.
Ele não esperou que o projecto ficasse totalmente concluído.
O Senhor frequentemente envia o seu encorajamento e aprovação assim que damos os
primeiros passos no caminho da obediência.
Deus concluiu sua mensagem a Zorobabel com a tremenda afirmação:
“Porque te escolhi”.
Ageu 2:23: “Naquele dia, diz o SENHOR dos Exércitos, tomar-te-ei, ó Zorobabel, servo
meu, filho de Sealtiel, diz o SENHOR, e far-te-ei como um anel de selar; porque te escolhi, diz o
SENHOR dos Exércitos”.
A mensagem tinha o objectivo de ensinar ao povo as suas verdadeiras prioridades.
Deus sempre quis estar com seu povo.
A despeito das formalidades legais (Esdras 4:4–24) e outros obstáculos, o trabalho
continuou e depois de voltarem do cativeiro, os judeus tinham o templo pronto para a
dedicação.
O Templo de Zorobabel foi terminado, exactamente no terceiro dia do mês de Adar, no
sexto ano do reinado de Dario.
113
A cerimónia dedicatória foi realizada em seguida. (Esdras 6:15–22)
É verdade que, no que se refere à riqueza do acabamento e da mobília, este templo era
bem inferior ao Templo de Salomão, mas era o melhor que o povo podia construir e o Senhor
aceitou-o como a oferta que simbolizava o amor e devoção de Seus filhos.
O facto de que profetas como Zacarias, Ageu e Malaquias ministraram entre as paredes
deste templo é prova da aceitação divina.

O TEMPLO DE HERODES

O profeta Ezequiel falou do templo no tempo futuro, da promessa do retorno da nação de


Israel à terra de Canaã e da sua restauração espiritual.
Todos estes aspectos são enfatizados com a descrição de um templo milenar que é
considerado e descrito em detalhes por Ezequiel, cuja leitura se recomenda vivamente.
(Capítulos 40 a 48)
Em 168 a.C. Antíoco Epifanes IV saqueia e profana o Templo de Jerusalém, manda
suspender os sacrifícios quotidianos, oferece carne de porco sobre o Altar e proíbe o culto a
Jeová.
Em 165 a.C. Judas Macabeu – ‫ הודה המכבי‬ou Yehudah HaMakabi, terceiro filho do
Sacerdote Judeu Matatias, judeu ortodoxo, intenta restaurar e purificar o Templo de Jerusalém,
em defesa do nacionalismo judaico, por oposição aos costumes helenizantes trazidos da
Grécia.
Um Édito tinha sido publicado impondo os rituais religiosos helénicos aos Judeus em
Jerusalém, sob pena de morte.
Então Matatias recusou publicamente e deu início a uma revolta.
Fugiu para o deserto levando consigo outros combatentes, que acabariam por conseguir
expelir os invasores helenistas.
Cerca de 16 anos antes do nascimento de Cristo, Herodes I, o rei da Judeia, começou a
reconstrução do Templo de Zorobabel, que estava deteriorado e, de modo geral, em ruínas.
Ele estava de pé há cinco séculos e, sem dúvida, grande parte dele tinha sido destruída
pelo tempo.
Herodes o grande assume o projecto de restauração na metade do seu reinado, tornando
o templo o seu maior projecto arquitectónico.
Os dois compartimentos foram concluídos em 18 meses, e mais oito anos foram
necessários para a restante construção, embora o processo de acabamento tenha durado na
sua totalidade 48 anos. (João 2:20)
A TRADIÇÃO JUDAICA DIZ QUE ELA FOI ESCONDIDA POR HOMENS SANTOS ANTES DE A CIDADE SER SAQUEADA.

Herodes mandou construir um hipódromo, duas torres em homenagem à sua esposa e a


dois filhos que mandara matar, um teatro, muralhas, o seu palácio e várias outras grandes
obras.
O interesse de Herodes por arquitectura era, na verdade, apenas para conquistar a
simpatia dos judeus, através da reedificação do Templo.
Nos dias de Jesus Cristo este Templo tinha a seguinte distribuição:
114
Havia um pátio dos gentios de onde os mesmos não podiam passar.
De seguida chegava-se ao pátio das mulheres por uma porta chamada “FORMOSA”.
Logo após estava uma porta imensa e muito pesada, que requeria muitos homens para
abri-la, chamada porta “NICANOR” a qual dava acesso ao pátio dos israelitas, lugar para reunião
dos judeus que participavam no culto.
Existia ainda, outro pátio exclusivo para sacerdotes, e era neste lugar que se encontravam
a pia de bronze, que era uma imensa vasilha de água e o altar de sacrifícios.
Cruzando-o estava a “CASA DE DEUS”, o que para nós seria o templo propriamente dito,
dividido em dois compartimentos:
O “LUGAR SANTO”, era onde estavam os sacerdotes que ministravam o ofício do culto diário,
o candelabro de sete braços, a mesa com os pães da proposição e o altar de incenso.
Finalmente chegava-se ao lugar mais santo, o “LUGAR SANTÍSSIMO”, lugar da “ARCA DA
ALIANÇA”.
Um detalhe importante é que nem o Templo de Zorobabel nem o Templo de Herodes
continham a arca da aliança, onde estavam as “TÁBUAS DA LEI” em pedra.
A arca desapareceu da face da terra logo após a destruição do Templo de Salomão pelos
babilónicos em 586 a.C.
Muitos acontecimentos da vida terrena do Salvador estão ligados ao Templo de
Herodes.
As escrituras deixam claro que ainda que Ele Se opusesse aos fins vis e comerciais a que o
templo tinha sido votado, ainda assim, Cristo reconhecia a santidade dos recintos do templo.
O Templo de Herodes era um prédio sagrado, fosse qual fosse o nome que lhe dessem,
para O Salvador, era a casa do Senhor.
Depois, com o epílogo tristonho da grande tragédia do Calvário, quando, da cruz suou o
agonizante brado de:
“está consumado”, o véu do Templo rasgou-se exactamente nesse momento e, no lugar
mais santo, o que antes era o “Santo dos Santos” apenas acessível ao Sumo-sacerdote,
ficou a descoberto.
O Templo de Herodes foi o último Templo edificado no hemisfério oriental na
antiguidade.

A DESTRUIÇÃO DO TEMPLO DE HERODES

O INÍCIO DO CERCO DE CÉSTIO:


“Céstio, querendo aproveitar a confusão, marchou contra os revoltosos, pô-los em fuga e
perseguiu-os até Jerusalém.
Acampou-se a sete estádios da cidade, num lugar chamado Escopo.
Lá ficou três dias sem atacar, na esperança de que, durante esse tempo, eles
voltassem ao dever e contentou-se em mandar os seus soldados buscar trigo às aldeias
vizinhas.
No quarto dia, que era o dia treze de Outubro, marchou, em boa ordem contra a
cidade, com todo o seu exército, e os judeus ficaram tão surpreendidos e tão atónitos com a
disciplina dos romanos, que abandonaram a cidade e se refugiaram no templo.
Céstio, depois de ter atravessado Beseta, Scenópolis e o mercado, a que chamam o
mercado dos materiais, e tê-lo incendiado, aquartelou na parte alta da cidade, perto do palácio
real; se tivesse então feito o assalto ter-se-ia apoderado de Jerusalém e teria posto fim à
guerra. ...”
“... No sexto dia, Céstio, com um grande número de tropas escolhidas e de soldados que
atiravam flechas, atacou o templo do lado do norte.
Os judeus lançaram-lhes dardos do alto dos pórticos e obrigaram-nos diversas vezes a
recuar. ...”
(FLÁVIO JOSEFO: HISTÓRIA DOS HEBREUS – 2ª PARTE - GUERRA DOS JUDEUS CONTRA OS ROMANOS. LIVRO SEGUNDO, CAPÍTULO 39, PÁG. 220)
115
O FINAL DO CERCO DE CÉSTIO:
“...aconteceu no oitavo dia de Novembro do décimo segundo ano do reinado de
Nero”
(IDEM: CAPÍTULO 40, 221, PÁG. 579)
O CERCO DE TITO À CIDADE DE JERUSALÉM E AO TEMPLO:
“... Começaram por incendiar aquela parte da galeria que unia a fortaleza
Antónia ...”
(IDEM: LIVRO SEXTO, CAPÍTULO 16, 452, PÁG. 674)
“Dois dias depois de, vinte e quatro de Julho, os romanos incendiaram a mesma galeria.
...”
(IBIDEM: 453, PÁG. 674)
“Quando Tito se retirou para a torre Antónia, resolveu atacar no dia seguinte pela manhã,
dez de Agosto, o templo, com todo o seu exército...”
(IDEM: LIVRO SEXTO, CAPÍTULO 26, 465, PÁG. 678)
“... Não poderíamos porém deixar de ficar assaz admirados de que a destruição desse
incomparável templo, tivesse acontecido no mesmo mês e no mesmo dia em que os
babilónicos outrora o haviam também incendiado.
Esse segundo incêndio aconteceu no segundo ano do reinado de Vespasiano, mil cento e
trinta e sete anos, sete meses e quinze dias depois que o rei Salomão o tinha construído pela
primeira vez; seiscentos e trinta e nove anos, quarenta e cinco dias depois que Ageu o tinha
feito restaurar, no segundo ano do reinado de Ciro.”
(IBIDEM: LIVRO SEXTO, CAPÍTULO 27, PÁG.470) – (IBIDEM: PÁG. 679)
Segundo o profeta Jeremias, a data é a seguinte:
Jer. 52:12 e 13: “No décimo dia do quinto mês, do ano décimo nono de
Nabucodonosor, rei da Babilónia, Nebuzaradã, o chefe da guarda e servidor do rei da Babilónia,
veio a Jerusalém. E queimou a Casa do SENHOR e a casa do rei, como também todas as
casas de Jerusalém; também entregou às chamas todos os edifícios importantes”.

Esse quinto mês, de acordo com o Calendário Religioso, porque diz respeito ao
Santuário, corresponde aos meses de Julho/Agosto, o mês de Abe, que tem 30 dias.
Portanto, desde o dia treze de Outubro, quando Céstio, “governador da Síria”, e todo o
seu exército, marcharam contra Jerusalém, no ano 66 A.D., o décimo segundo ano de
Nero, até ao incêndio do Templo de Jerusalém, no décimo dia do quinto mês, que
corresponde ao dia 10 do mês de Agosto, no ano 70 A.D., no segundo ano do reinado de
Vespasiano, temos exactamente três anos nove meses e vinte e sete dias (1.377 dias).
Se contarmos a partir do dia oito de Novembro do ano 66 A.D., o final do cerco de
Céstio, até o décimo dia do quinto mês do ano 70 A.D., teremos três anos nove meses
e dois dias (1.352 dias).
No ano 70 foi quebrada a existência político-nacional do povo judaico.
A terra de Israel ficou deserta.
Jerusalém em ruínas e o templo um monte de cinzas.
A luz desaparecera da Cidade Santa.
Roma tinha decidido alcançar a vitória completa.
Os poucos judeus que restaram do terrível holocausto deviam ser privados de qualquer
possibilidade de se reunirem novamente.
O povo judeu devia ser exterminado.
Nenhuma força da terra teria conseguido salvar qualquer outro povo do extermínio, se
tivesse tido a sorte do povo judeu: sem território, sem um centro nacional, sem um ideal a
alimentar, sem um fim a conseguir, o que ficou para impedir aos poucos sobreviventes de se
116
misturarem com os dominadores, os romanos, como fizeram todos os outros povos daquela
época.
Temos, porém, uma máxima profética, cuja verdade está demonstrada pela experiência
de muitas gerações:
“Porque a casa de Israel não é como a de outros povos”.
Todas as leis, físicas e psicológicas, estabelecidas no estudo da História Universal nem
sempre resistem à crítica, quando aplicadas à História de Israel.
O organismo político judeu jazia em prostração; o sangue vital escorria, porém, de suas
feridas.
A alma, no entanto, o espírito judeu, salvou-se antes que o corpo tivesse expirado.
A vida e a prosperidade ulterior salvaram-se e conservaram-se antes que o golpe fatal o
tivesse prostrado para sempre.
O que se deu, todos sabem.
Em Jerusalém, na cidade sitiada, havia um pequeno grupo de homens de sangue frio e
presença de espírito que compreenderam claramente a situação amarga do seu povo infeliz.
Viram que não havia nenhuma esperança de domar as poderosas legiões romanas; a
queda da Judeia foi inevitável.
Mas não pensaram no presente.
A sua dor aumentou muito, quando pensaram no futuro.

O LUGAR DA HABITAÇÃO DE DEUS NO NOVO TESTAMENTO


No Evangelho de João o Senhor Jesus Cristo é apresentado como o Filho de Deus que
habitou entre os homens. (João 1:14)
O Senhor Jesus foi desta forma o lugar da morada de Deus entre os homens durante a Sua
jornada na terra.
Baseado nisto disse Ele à mulher samaritana que se aproximava o tempo em que a
preocupação principal não seria o lugar de adoração. (João 4:20-21)
Desde a época da vinda de Cristo até ao presente o lugar da morada de Deus entre os
homens não é restringido a edifícios.
Num ligeiro aparte:
O edifício físico (o templo) tornara-se uma espécie de ídolo para muitos legalistas, judeus
descrentes, da época de Jesus.
Para eles a presença do templo era a prova de que Deus estava com eles e de que eles
Lhe eram agradáveis.
Os próprios discípulos ficaram impressionados com a beleza da estrutura do templo, ainda que
Jesus os prevenisse sobre tal entusiasmo, sabendo que o templo seria brevemente destruído.
Mat. 24:1 e 2: E, quando Jesus ia saindo do templo, aproximaram-se dele os seus
discípulos para lhe mostrarem a estrutura do templo. Jesus, porém, lhes disse: Não vedes tudo
isto? Em verdade vos digo que não ficará aqui pedra sobre pedra que não seja derrubada.
Percebe-se muito bem como os escribas e fariseus ficaram transtornados quando Cristo
falou sobre a destruição do templo (não entendendo, é claro, que Ele era esse templo).
João 2:19: “Jesus respondeu, e disse-lhes: Derribai este templo, e em três dias o
levantarei. Disseram, pois, os judeus: Em quarenta e seis anos foi edificado este templo, e tu o
levantarás em três dias? Mas ele falava do templo do seu corpo”.
A destruição do templo em 70 d.C. foi o cumprimento dos avisos das Escrituras do Velho
Testamento, prova da desobediência de Israel e do peso da mão de Deus sobre a nação, mais
uma vez.
Após a crucificação, sepultamento e ressurreição de Nosso Senhor, Estêvão foi levado a
julgamento por aqueles que colocaram o Senhor na cruz.
Uma das acusações contra ele era de que falara contra o templo.
Actos 6:13 e 14: “ E apresentaram falsas testemunhas, que diziam: Este homem não cessa
de proferir palavras blasfemas contra este santo lugar e a lei; porque nós lhe ouvimos dizer
que esse Jesus Nazareno há de destruir este lugar e mudar os costumes que Moisés nos deu”.
A resposta de Estêvão, em sua defesa, deixou claro, como as Escrituras do Velho
Testamento já tinham feito, que Deus não habita em lugares feitos por mãos humanas.
Actos 7:48-50: “Mas o Altíssimo não habita em templos feitos por mãos de homens, como
diz o profeta: O céu é o meu trono, E a terra o estrado dos meus pés. Que casa me edificareis?
Diz o Senhor, Ou qual é o lugar do meu repouso? Porventura não fez a minha mão todas estas
coisas?” (ver Isa. 66:1 e 2)

117
As epístolas do Novo Testamento continuam a ensinar-nos que o lugar da morada de Deus
agora é na igreja, não no edifício igreja, mas em cada um de nós que compomos o “CORPO DE
CRISTO” / “SUA IGREJA”.
Efé. 2:19-22: “Assim, já não sois estrangeiros e peregrinos, mas concidadãos dos santos, e
sois da família de Deus, edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele
mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular; no qual todo edifício, bem ajustado, cresce para
santuário dedicado ao Senhor, no qual também vós juntamente estais sendo edificados para
habitação de Deus no Espírito”.
I Pedro 2:4,5 e 9: “Chegando-vos para ele, a pedra que vive, rejeitada, sim, pelos homens,
mas para com Deus eleita e preciosa, também vós mesmos, como pedras que vivem, sois
edificados casa espiritual para serdes sacerdócio santo, a fim de oferecerdes sacrifícios
espirituais agradáveis a Deus por intermédio de Jesus Cristo. ... Vós, porém, sois raça eleita,
sacerdócio real, nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus, a fim de proclamardes
as virtudes daquele que vos chamou das trevas para sua maravilhosa luz”.

O TABERNÁCULO CELESTIAL

APOCALIPSE 21:3
“E OUVI UMA GRANDE VOZ DO CÉU, QUE DIZIA: EIS AQUI O TABERNÁCULO DE DEUS COM OS HOMENS, POIS
COM ELES HABITARÁ, E ELES SERÃO O SEU POVO, E O MESMO DEUS ESTARÁ COM ELES, E SERÁ O SEU
DEUS”.

CONFRONTO DO TIPO COM O ANTÍTIPO


O santuário da Terra foi construído de acordo com um modelo do que havia no Céu.

118
Êxo. 25:8, 9 e 40: “E me farão um santuário, e habitarei no meio deles. Conforme a tudo o
que eu te mostrar para modelo do tabernáculo, e para modelo de todos os seus pertences,
assim mesmo o fareis. Atenta, pois, que o faças conforme ao seu modelo, que te foi mostrado
no monte”.
Heb. 8:5: “Os quais servem de exemplo e sombra das coisas celestiais, como Moisés
divinamente foi avisado, estando já para acabar o tabernáculo; porque foi dito: Olha, faze tudo
conforme o modelo que no monte se te mostrou”.
Fora feito por mãos humanas e destinava-se aos sacrifícios diários e à expiação anual.
Esse santuário terrestre era exemplar e sombra do celestial, como bem como os
sacerdotes. (Hebreus 8:5)
Era uma alegoria.
Hebreus 9:9: “Que é uma alegoria para o tempo presente, em que se oferecem dons e
sacrifícios que, quanto à consciência, não podem aperfeiçoar aquele que faz o serviço;”
Era figura do verdadeiro santuário ou como diz a tradução de Rohden:
"PROTÓTIPO DO VERDADEIRO". (Hebreus 9:24)
Portanto, era um tipo.
O verdadeiro viria depois, no devido tempo.
Este tabernáculo é seguido do qualificativo "TERRESTRE" em Hebreus 9:1, em contraposição
com o "MAIOR E MAIS PERFEITO TABERNÁCULO, NÃO FEITO POR MÃOS", ou seja, do Céu. (Hebreus 9:11)
O Novo Testamento declara expressamente que Cristo está ministrando no:
Heb. 8:2: "santuário, verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem".
E, como diz o versículo um do mesmo capítulo, localiza-se "nos Céus à destra do trono da
Majestade".
Não na Terra.
Nem feito por mãos humanas. (Hebreus 9:24; 6:19 e 20)
Não poderia ser Mais clara a distinção entre os santuários; um na Terra, já desactivado
porque era tipo, sombra, figura ou alegoria.
Outro no Céu, em plena actividade por ser verdadeiro, maior, perfeito, portanto antítipo.
A expressão "NO MESMO CÉU" apenas indica a localização do Santuário vigente, em contraste
com o que era terreno, figurativo e caduco bem como o sacerdócio levítico.
Dizer que todo o Céu é o santuário, contradiz flagrantemente as claras afirmações da
Bíblia.
O escritor da epístola aos Hebreus fala do segundo como sendo um Santuário celestial,
mas isto não significa que seja o próprio Céu.
Isto é definitivamente clarificado em:
Apo. 11:19: "... abriu-se no Céu o templo de Deus... a arca do concerto foi vista no Seu
templo..."
João não diz "abriu-se o Céu", mas sim que “o templo de Deus” foi aberto no Céu.
Este templo é, sem dúvida o Santuário, pois no seu interior ele viu a arca do concerto.
Ainda em Hebreus 9:23 afirma-se taxativamente que o santuário terrestre era figura "das
coisas que estão no Céu" e não uma figura do Céu, antes porém das coisas que nele estão.
O Santuário celestial, portanto, está localizado no Céu, e é chamado "um maior e mais
perfeito tabernáculo" quando comparado com o que existia na Terra. (Hebreus 9:11)
Num estudo cuidadoso do Santuário celestial fica cabalmente demonstrado que o seu
mobiliário era idêntico ao terrestre.
Em Apocalipse 1:12 João fala dos "SETE CASTIÇAIS DE OURO" no santuário celestial, lugar onde
Cristo estava. (compare com Apocalipse 4:5)
Ainda em Apocalipse 11:9 ele viu a "ARCA DO CONCERTO", e no capítulo 8:3 ele viu o "ALTAR DO
INCENSO" e o "INCENSÁRIO DE OURO".
Reiteramos que em Hebreus 8:4 e 5 nos é dito que o santuário terrestre foi construído
segundo um modelo e que este era portanto "SOMBRA DAS COISAS CELESTIAIS".
Ora, se isto é verdade, então a sombra que estava na Terra deveria revelar
inequivocamente o que estava no Céu.
Nas partes essenciais, ambos deveriam ser semelhantes.
Também o serviço típico realizado no santuário terrestre devia logicamente encontrar o
seu antítipo no celestial.
Apenas assim se pode entender que o terrestre seja uma sombra do celestial.
Poder-se-á então perguntar:
Se o céu é um lugar em que não há pecado porquê um tabernáculo no céu?
É claro que no céu não existe pecado, mas o plano da redenção requeria um tabernáculo.
Heb. 9:11 e 12: “Quando, porém, veio Cristo como sumo sacerdote dos bens já realizados,
mediante o maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, quer dizer, não desta
119
criação, não por meio de sangue de bodes e de bezerros, mas pelo seu próprio sangue, entrou
no Santo dos Santos, uma vez por todas, tendo obtido eterna redenção."
É comummente admitido que as funções atribuídas a Cristo são as de Sacerdote,
Intercessor e Mediador.
Funções estas inerentemente devidas e posteriores ao Seu sacrifício na cruz.
São estas as funções actualmente exercidas por Ele no Céu.
Ele é o nosso “ADVOGADO”:
I João 2:1: “Meus filhinhos, estas coisas vos escrevo, para que não pequeis; e, se alguém
pecar, temos um Advogado para com o Pai, Jesus Cristo, o justo.”
De igual modo nos é declarado que “FAZ INTERCESSÃO POR NÓS”.
Rom. 8:34: “Quem é que condena? Pois é Cristo quem morreu, ou antes quem ressuscitou
dentre os mortos, o qual está à direita de Deus, e também intercede por nós.”
Estêvão viu “JESUS À DIREITA DE DEUS”, no Céu.
Actos 7:56: “E disse: Eis que vejo os céus abertos, e o Filho do homem, que está em pé à
mão direita de Deus.”
Logicamente este serviço, dada a sua vertente de Ministrar o Sacerdócio só pode ser
exercida num único lugar, a saber, o Santuário.
Ora se sabemos que o santuário terrestre caducou com a morte de Cristo, impõe-se a
conclusão de que Ele é Sacerdote no Santuário celestial, único em actividade, e em cujo
primeiro compartimento entrou logo ao ascender ao Céu.
É um erro em que muitos incorrem ensinar que Jesus tenha entrado no Santuário celestial
em 1844, porquanto, nessa data, Ele passou ao segundo compartimento, o lugar Santíssimo,
iniciando-se aí e então o juízo investigativo, antítipo do que se fazia no “Dia da Expiação” no
tabernáculo levítico.

O MINISTÉRIO NO SANTUÁRIO CELESTIAL

A mensagem do santuário era uma mensagem de salvação.


Deus utilizou os seus serviços para proclamar o evangelho. (Heb. 4:2)
Os serviços do santuário terrestre eram "uma parábola para a época presente" até o
tempo da primeira vinda de Cristo. (Heb. 9:9 e 10)
Através dos símbolos e rituais Deus propôs, servindo-se deste “evangelho-parábola”, focar
a fé de Israel no sacrifício e ministério sacerdotal do Redentor do mundo, o “Cordeiro de Deus”
que haveria de remover todo o pecado do mundo. (Gál. 3:23 e João 1:29)
CONSIDERAÇÕES SOBRE A EXPIAÇÃO

Tenhamos em mente que, no santuário terreno o bode “para Azazel” nunca era morto.
Somente Jesus arca com a pena do pecado (morte).
O bode vivo somente entra em cena quando o serviço do santuário estava completo, ou
seja o serviço de expiação estava acabado!
Esta remoção do pecado do santuário é o acto final do serviço do santuário.
120
A cerimónia mostrava simplesmente que satanás é o agente responsável final do pecado.
A fim de que Jesus removesse o pecado do santuário, um serviço de julgamento era
necessário.
É ponto fundamental da nossa doutrina que Cristo fez no Calvário uma expiação completa,
recaindo sobre Ele os nossos pecados.
Hoje, como ministro oficiante no santuário celestial, como nosso Sumo-sacerdote, Ele
ministra, aplica e distribui os benefícios da expiação que fez.
A quem?
A todo o pecador penitente que se rende a Ele, implorando o perdão dos pecados,
aceitando-O como Salvador pessoal.
Jer. 3: 13: "Somente reconhece a tua iniquidade, que transgrediste contra o SENHOR teu
Deus; e estendeste os teus caminhos aos estranhos, debaixo de toda a árvore verde, e não
deste ouvidos à minha voz, diz o SENHOR."
A provisão está feita, e agora é oferecida livremente ao necessitado.
Mas, como o plano divino prevê, na restauração é necessária a completa erradicação do
mal, de sorte a não restar "nem raiz nem ramo" (Malaquias 4:1) e com essa carga finalmente
será aniquilado, também Satanás terá sobre os seus ombros a tremenda responsabilidade final
da queda da raça humana, sentirá sobre si a sobrecarga dos pecados com que seduziu os
povos e será aniquilado para sempre, sim para sempre. (Eze. 28:19)
Reiteramos: no Calvário foi decisiva a vitória de Cristo.
Depois, rompendo as cadeias da morte, ascendeu ao Céu como "REI DA GLÓRIA" (Salmo 24)
para apresentar-Se perante o Pai em nosso favor.
Heb. 7:25: "para salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para
interceder por nós."
Outro facto interessante é que a Sua consagração como Sumo-sacerdote coincidiu com a
Sua entronização celestial.
Deus exaltou-O soberanamente, tornando-O "Senhor e Cristo [Ungido]." (Actos 2:33)
Heb. 1:9: "Amaste a justiça e odiaste a iniquidade; por isso Deus, o Teu Deus, Te ungiu
com o óleo de alegria como a nenhum dos Teus companheiros."
Heb. 5:7-9: "Ele, Jesus, nos dias da sua carne, tendo oferecido, com forte clamor e
lágrimas, orações e súplicas a quem o podia livrar da morte...embora sendo Filho, aprendeu a
obediência pelas coisas que sofreu e, tendo sido aperfeiçoado, tornou-se o Autor da salvação
eterna para todos os que Lhe obedecem, tendo sido nomeado por Deus Sumo Sacerdote
segundo a ordem de Melquisedeque."
No Céu, no Seu santuário, Cristo aplica ao pecador arrependido, os benefícios da expiação
feita.
O insuspeito T. C. Edwards, colaborador do The Expositor's Bible, observa com muita
propriedade:
"O sacrifício foi realizado e completado na cruz, em paralelo com as vítimas que eram
mortas no pátio do santuário.
Era, porém, através do sangue dessas vítimas que o sumo-sacerdote tinha autoridade de
entrar no lugar santíssimo; e tendo entrado, tinha que aspergir o sangue ainda quente, e assim
apresentar o sacrifício a Deus.
Do mesmo modo, Cristo devia entrar num santuário a fim de apresentar o sacrifício
realizado pela Sua morte no Calvário." (DR. THOMAS CHARLES EDWARDS, (THE EPISTLE TO THE HEBREWS) THE EXPOSITOR'S BIBLE,
PÁG. 135)
Outro teólogo evangélico confirma:
"Um evangelho que terminasse na história da cruz teria, sem dúvida, o elevado poder de
ternura e amor infinitos.
No entanto, estaria faltando o poder de uma vida eterna.
É a vida permanente do nosso Sumo-sacerdote que torna eficaz e actuante Seu sacrifício
expiatório, e o incessante aspergir da vida de justificação e graça em todos os Seus fiéis
membros na Terra." (DR. H. B. SWETE, (PROFESSOR DE TEOLOGIA DA UNIVERSIDADE DE CAMBRIDGE), THE ASCENDED CHRIST, PÁG. 51)
E ainda duas citações autorizadas:
“O grande Sacrifício fora oferecido e aceite, e o Espírito Santo que descera no dia do
Pentecostes, transferiu a mente dos discípulos do santuário terrestre para o celestial, onde
Jesus entrara pelo Seu próprio sangue, a fim de espargir sobre Seus discípulos os benefícios de
Sua expiação.” ( Ellen G. White, Primeiros Escritos, pág. 260)
Como no serviço típico o sumo-sacerdote despia as suas vestes pontificais e oficiava
vestido de linho branco dos sacerdotes comuns, assim Cristo abandonou as Suas vestes reais e
vestiu-se de humanidade, oferecendo-Se em sacrifício, sendo Ele mesmo o sacerdote.
Ele mesmo a vítima." (Ellen G. White, Actos dos Apóstolos, pág. 33)

121
O MEDIADOR SACERDOTAL

Se o sacrifício expiou os pecados, por que era necessário um sacerdote?


O papel do sacerdote chamava atenção para a necessidade de mediação entre os
pecadores e um Deus santo.
MEDIADOR E EXPIAÇÃO – A aplicação do sangue expiatório durante o ministério de mediação
dos sacerdotes era também vista como uma forma de expiação. (Lev. 4:35)
Em inglês, o termo “ATONEMENT”, traduzido normalmente por “expiação” nas Bíblias de
expressão portuguesa implica uma reconciliação entre duas partes que se encontram
incompatibilizadas.
De igual modo a morte expiatória de Cristo reconciliou o mundo com Deus e a Sua
mediação, ou seja, a aplicação dos méritos da Sua vida sem pecado e morte substitutiva,
fazem da “expiação” ou “reconciliação” com Deus uma realidade pessoal para cada crente.
O sacerdócio levítico representava o ministério redentor que Cristo tem desempenhado
desde a Sua morte.
O nosso Sumo-sacerdote, que serve "à destra do trono da Majestade nos Céus", trabalha
como "ministro do santuário e do verdadeiro tabernáculo que o Senhor erigiu, não o homem."
(Heb. 8:1 e 2)
O Santuário celestial é o grande centro de comando, de onde Cristo dirige o Seu ministério
sacerdotal em favor de nossa salvação.
Ele é capaz de "salvar totalmente os que por Ele se chegam a Deus, vivendo sempre para
interceder por eles." (Heb. 7:25)
Portanto, somos estimulados a aproximarmo-nos "confiadamente, junto ao trono da graça,
a fim de recebermos misericórdia e acharmos graça para socorro em, ocasião oportuna."
(Hebreus 4:16)
No santuário terrestre, os sacerdotes desempenhavam dois ministérios distintos:
✔ O ministério diário no lugar santo, ou primeiro compartimento, e
✔ O ministério anual no lugar santíssimo, ou segundo compartimento.
Estes serviços ilustravam o ministério sacerdotal de Cristo.

O MINISTÉRIO NO LUGAR SANTO

O profeta João viu Jesus frente aos candeeiros celestiais, os quais eram representados pelo
candelabro do santuário que Moisés fizera, após ver o modelo celestial, e estavam localizados
no lugar denominado "Santo" (Heb. 9:2).
Quando o profeta viu Jesus, Ele estava portanto no compartimento "Santo" do santuário
celestial.
Apo. 1:13: "Voltei-me para ver quem falava comigo e, voltado, vi sete candeeiros de ouro
e, no meio dos candeeiros, um semelhante a Filho de Homem, com veste talares e cingido, a
altura do peito, com uma cinta de ouro." (Obs.: Jesus é chamado de o Filho do Homem dezenas de
vezes no livro de Mateus. Como exemplo pode usar-se Mateus 13:38 e 41)
Estando Jesus portanto no lugar Santo, dá a João a revelação das sete igrejas, a saber, os
sete períodos proféticos que se estendem até o fim do tempo.

122
Apo. 1:17 e 19; 2:1 e 8 e 3:14: "Ele pôs sobre mim a mão direita, dizendo: ...Escreve, pois,
as coisas que viste, e as que são, e as que hão de acontecer depois destas...Ao anjo da igreja
de Éfeso escreve...Ao anjo da igreja em Esmirna escreve...Ao anjo da igreja em Laodicéia,
escreve..."
O ministério sacerdotal no lugar santo do santuário poderia ser caracterizado como um
ministério de intercessão, perdão, reconciliação e restauração.
Sendo contínuo provia contínuo acesso a Deus, através do sacerdote.
Simbolizava a realidade de que o pecador arrependido dispõe de imediato e contínuo
acesso a Deus através do ministério Sacerdotal de Cristo como intercessor e mediador. (Efé.
2:18; Heb. 4:14 a 16; 6:20; 9:24; e 10:19 a 22)
O santuário ilustra três fases do ministério de Cristo:
1) Sacrifício substitutivo.
2) Mediação sacerdotal.
3) Julgamento final.

O SACRIFÍCIO SUBSTITUTIVO
Todos os sacrifícios do santuário simbolizavam a morte de Jesus para o perdão dos
pecados, revelando a verdade de que "sem derramamento de sangue não há remissão". (Heb.
9:22)
Esses sacrifícios ilustravam as seguintes verdades:
• DEUS JULGA O MUNDO
Pelo facto do pecado constituir uma profunda rebelião contra tudo o que é bom, puro e
verdadeiro, ele não pode ser ignorado. "O salário do pecado é a morte..." (Rom. 6:23)
• A MORTE SUBSTITUTIVA DE CRISTO
Isa. 53:6: "Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas... mas o Senhor fez cair sobre
Ele a iniquidade de todos nós."
I Cor. 15:3 "Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras."
• DEUS PROVÊ O SACRIFÍCIO EXPIATÓRIO
Esse sacrifício é:
Rom. 3:24 e 25: "Cristo Jesus, a quem Deus propôs, no Seu sangue, como propiciação,
mediante a fé."
II Cor. 5:21: "Àquele que não conheceu pecado, Ele O fez pecado por nós; para que n'Ele
fôssemos feitos justiça de Deus."
Cristo, o Redentor, assumiu sobre Si o julgamento do pecado.
Portanto, Cristo foi tratado como nós merecíamos, para que pudéssemos receber o
tratamento a que Ele tinha direito.
Foi condenado pelos nossos pecados, nos quais não tinha participação, para que fôssemos
justificados por Sua justiça, na qual não tínhamos parte.
Sofreu a morte que nos cabia, para que recebêssemos a vida que a Ele pertencia.
Isa. 53:5: “... pela Suas pisaduras fomos sarados.”
Os sacrifícios do santuário terrestre eram repetitivos.
Tal qual uma história, esse ritual, a “parábola da redenção”, era contado e recontado
ano após ano.
Em contraste, o Antítipo, o verdadeiro sacrifício expiatório, a morte do Senhor, ocorreu no
calvário de uma vez por todas. (Heb. 9:26 a 28 e 10:10 a 14)
Na cruz, a penalidade pelo pecado humano foi plenamente paga.
A justiça divina foi satisfeita.
Sob a perspectiva legal, o mundo havia sido restaurado ao favor divino.
Rom. 5:18: “Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para
condenação, assim também por um só acto de justiça veio a graça sobre todos os homens
para justificação de vida.”
A expiação, ou reconciliação, foi completada na cruz, da mesma forma em que antes era
antecipada pelos sacrifícios, e o pecador penitente pode confiar plenamente nessa obra do
Senhor, concluída.

Jesus obteve a eterna redenção aspergindo o seu próprio sangue no tabernáculo que está
no céu.
Não é pelo nosso esforço que podemos ter a vida eterna.
Não é por não cometermos pecado e por fazermos boas obras que poderemos ir diante de
Deus, pelo contrário, iremos diante de Deus para receber a graça arcando com as nossas
necessidades e fraquezas.

123
O MINISTÉRIO NO LUGAR SANTÍSSIMO

Recordemos, antes de mais, que no santuário terreno o sumo-sacerdote estava no Lugar


Santíssimo, para fazer expiação pelo Lugar Santo.
A razão pela qual o sumo-sacerdote entrava no Lugar Santíssimo era para purificar o Lugar
Santo de todos os pecados dos filhos de Israel que tinham sido transferidos para lá durante
todo o ano através do serviço do Lugar Santo.
Após avançar no tempo pelo período das sete igrejas, Jesus, com voz de trombeta (Apo.
1:10, 12 e 13), convida João a subir para outro compartimento, pois vão passar por uma porta,
e ver o que terá lugar no tempo do fim:
Apo. 4:1: "Depois destas coisas, olhei, e eis não somente uma porta aberta no céu, como
também a primeira voz que ouvi, como de trombeta ao falar comigo, dizendo: Sobe para aqui,
e te mostrarei o que deve acontecer depois destas coisas."
Relata então João, que ao seguir a ordem de Jesus, portanto avançar, encontra, no outro
compartimento do Santuário o trono de Deus, onde ele vê a glória do Pai, que está assentado.
Apo. 4:3: "Imediatamente, eu me achei em espírito, e eis armado no céu um trono, e, no
trono, alguém sentado; e esse que se acha assentado é semelhante, no aspecto, a pedra de
jaspe e de sardónio, e, ao redor do trono, há um arco-íris semelhante, no aspecto, a
esmeralda."
Ora, o Santuário só possui dois compartimentos, e Jesus, quando estava ao lado dos sete
candeeiros, portanto no lugar santo, deu a João a visão das sete igrejas.
Depois disso, e só depois, convidou-o para avançar para outro compartimento, onde
estava o trono de Deus.
Dado que o Santuário, como vimos, possui apenas dois compartimentos, o “lugar Santo” e
o “lugar Santíssimo"”, e uma vez que Jesus já estava no compartimento denominado “lugar
Santo” quando deu a mensagem das sete igrejas, só se pode ter dirigido ao “lugar Santíssimo”
quando convidou João a passar pela porta e avançar.
A prova de que foi para o “lugar Santíssimo” que eles avançaram, se alguma dúvida
houvesse, desvanecia-se totalmente pelo facto de neste compartimento eles terem encontrado
o trono de Deus.
No dia 10 do mês sete, o dia da remissão, o Sumo-sacerdote Arão entrava no lugar
Santíssimo e remia todos os pecados do povo.
O sumo sacerdote Arão, entrava no lugar Santíssimo e primeiro remia o seu próprio
pecado e depois levava o sangue do sacrifício pelo pecado do povo, ia até ao propiciatório e
aspergia o sangue.
Heb. 8:1 e 2: “Ora, a suma do que temos dito é que temos um Sumo sacerdote tal, que
está assentado nos céus à destra do trono da majestade, Ministro do santuário, e do
verdadeiro tabernáculo, o qual o Senhor fundou, e não o homem.
Através desse sangue aspergido, todo o pecado do povo de Israel era remido.
De igual forma, não é pelo nosso esforço que podemos arrepender-nos, mas temos que
receber o perdão dos pecados através do sangue de Jesus Cristo.
Chegando ao “lugar Santíssimo” do Santuário celestial, João vê não apenas Deus, o Pai,
sentado no seu trono; vê também mais 24 tronos, nos quais estão assentados 24 anciãos.
Apo. 4:4: "Ao redor do trono, há também vinte e quatro tronos, e, assentados neles, vinte
e quatro anciãos vestidos de branco, em cujas cabeças estão coroas de ouro."
Nesta mesma visão ele vê também que há um livro na mão de Deus escrito por fora e por
dentro, mas selado com sete selos:

124
Apo. 5:1: "Vi, na mão direita d’Aquele que estava sentado no trono, um livro escrito por
dentro e por fora, de todo selado com sete selos."
Que livro é este que estava selado?
A Bíblia claramente revela ser o livro de Daniel:
Dan. 12:4: "Tu, porém, Daniel, encerra as palavras e sela o livro, até o tempo do fim,
muitos o esquadrinharão e o saber se multiplicará."
João, em Apocalipse 5:1, relata que o livro de Daniel, que havia sido selado, aparece na
mão do Pai.
Está escrito por dentro o por fora, o que mostra que partes do livro poderiam ser
entendidas (apenas as que estavam escritas por fora).
O próprio profeta Daniel entendeu várias partes de seu livro. (Dan 2:27-45; 4:19 e 24-27 e
5:17 e 26-31)
Mas houve partes que ele não entendeu, pois estavam seladas, e referiam-se a dias mui
distantes, (Dan. 8:26 e 27; 10:14 e 12:4, 8 e 9), ao tempo do fim.
As partes seladas apenas poderiam ser entendidas no tempo do fim.
Mas, em visão, João está neste tempo do fim, tanto que vê alguém como Cordeiro (Jesus),
chegando-se ao lado do trono do Pai (no lugar Santíssimo), para abrir o livro:
Apoc. 5:2-7 e 6:1: "Vi também, um anjo forte, que proclamava em grande voz: Quem é
digno de abrir o livro e de lhe desatar os selos? Ora, nem no céu, nem sobre a terra, nem
debaixo da terra, ninguém podia abrir o livro, nem mesmo olhar para ele; e eu chorava muito,
porque ninguém foi achado digno de abrir o livro, nem mesmo de olhar para ele. Todavia, um
dos anciãos me disse: Não chores; eis que o Leão da tribo de Judá, a Raiz de Davi, venceu para
abrir o livro e seus selos. Então, vi, no meio do trono e dos quatros seres viventes e entre os
anciãos, de pé, um Cordeiro como tendo sido morto.... Veio, pois, e tomou o livro da mão
direita d'Aquele que estava sentado no trono... Vi quando o Cordeiro abriu um dos sete
selos...”
Apo. 5:8: “quando tomou o livro, ...os vinte e quatro anciãos prostraram-se diante do
Cordeiro.”
O Apocalipse narra o momento a partir do qual irá ser revelada a parte selada do livro de
Daniel.
Mostra um encontro do Filho do Homem (Jesus), o Cordeiro, com o Pai, que se encontra
assentado no trono, no momento em que os 24 anciãos também se encontram sentados.
Esta passagem bíblica é paralela com a narração do livro de Daniel, que está sendo
revelado aqui.
Vejamos:
Dan. 7:9, 10 e 13: “Continuei olhando, até que foram postos uns tronos, e o Ancião de
Dias se assentou; Sua veste era branca como a neve, e os cabelos da cabeça, como a pura lã;
o Seu trono eram chamas de fogo, e suas rodas eram fogo ardente. Um rio manava e saía de
diante dele...assentou-se o tribunal e se abriram os livros...
Eu estava olhando nas minhas visões da noite, e eis que vinha com as nuvens do céu um
como o Filho do Homem, e dirigiu-se ao Ancião de Dias, e O fizeram chegar até Ele.”
O altar do incenso, símbolo das nossas orações, no Santuário celestial encontra-se situado
“diante do trono de Deus” (Apocalipse 8:3 e 9:13), o qual por sua vez se localiza no templo ou
Santuário celestial de Deus. (Apo. 4:2; 7:15; e 16:17)
Quão reconfortante deve ser para cada um de nós o facto de sabermos que as nossas
orações vão directamente ao trono de Deus.
Portanto, a cena do trono celestial de Deus (Daniel 7:9 e 10) sem dúvida alguma tem
também ela lugar no “TEMPLO OU SANTUÁRIO CELESTIAL”.
É por essa razão que os juízos finais de Deus partem do Seu templo. (Apo. 15:5 a 8)

CONCLUSÃO

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Em toda a sua extensão, a Escritura revela a existência de um templo ou santuário no
Céu. (por exemplo, Sal. 11:4 e 102:19; Miq. 1:2 e 3)
Em visão, o apóstolo João contemplou o Santuário de Deus, que se acha no Céu.
Ele chegou a contemplar os itens originais que serviram de modelo para as peças que
mobilavam o espaço do lugar santo do santuário terrestre.
Viu também a Arca da Aliança, que no santuário terrestre ocupava o Santo dos Santos.
Torna-se claro, portanto, que as Escrituras apresentam o Santuário Celestial como um
lugar efectivamente existente e não como uma metáfora ou abstracção.
O Santuário Celestial é o lugar primário de habitação de Deus.
Embora o lugar Santíssimo que é o ponto fulcral do tabernáculo seja um lugar brilhante
feito de ouro, a sua aparência visto de fora é a de uma cortina sem decoração.
Da mesma forma, Jesus Cristo também não se reveste de atrativos externos, mas quando
o conhecemos mais profundamente, percebemos que Ele é um tesouro de valor inestimável.
Podemos conhecer Jesus através da Bíblia e aí perceberemos a Sua verdadeira aparência.
Deus não deseja que fiquemos a olhar para as nossas pessoas sujas e más.
Se percebermos e experimentarmos o poder de Jesus Cristo, podemos libertar-nos do
pecado e obter liberdade.
Há diversas maneiras pelas quais o tabernáculo é aplicável às nossas vidas, mesmo que
estejamos separados dos israelitas da época de Moisés por muitos séculos e por uma
dispensação.
Creio que se pode legitimamente aprender o valor da arte como expressão do que de
melhor se deve dar a Deus pelas tremendas contribuições artísticas destas estruturas.
A arte, nos seus mais diversos aspectos, tem um valor claro na expressão das nossas,
adoração e devoção a Deus.
No entanto, não é este o objectivo principal deste estudo.
Devemos aprender a não pensar em Deus como habitando em edifícios feitos por mãos
humanas, mas sim habitando dentro da igreja, ou seja, dentro do corpo daqueles que
verdadeiramente crêem em DEUS e em “CRISTO NOSSA JUSTIÇA”.
Se Deus ocupa a igreja como corpo, como as Escrituras ensinam, então a maneira como
nos conduzimos como membros da igreja é extremamente importante.
I Pedro 1:16: “ Porquanto está escrito: Sede santos, porque eu sou santo”.
Isto sugere-nos razões muito fortes para sermos zelosos, metódicos e organizados na
presença de Deus. (Mat. 18, I Co. 5, 11), pois a igreja deve ser santa se Deus habita nela.
I Cor.14:40: “Mas faça-se tudo decentemente e com ordem”.
Mais ainda, se Deus habita na igreja como corpo e Se manifesta dentro e através da igreja,
então a maneira pela qual conduzimos a igreja é extremamente importante para uma
representação adequada de Deus.
É por essa razão que o apóstolo Paulo escreveu:
I Tim. 3:14 e 15: “Escrevo-te estas coisas, esperando ir ver-te em breve; para que, se eu
tardar, fiques ciente de como se deve proceder na casa de Deus, que é a Igreja do Deus vivo,
coluna e baluarte da verdade”.
É nesta primeira epístola a Timóteo que Paulo fala sobre a pureza doutrinária na igreja
(Cap. 1), sobre o ministério público (Cap. 2), sobre os líderes da igreja (Cap. 3), sobre a falsa e
a verdadeira santidade (Cap. 4), sobre a responsabilidade da igreja pelas viúvas e outros (Cap.
5), e sobre a busca pela prosperidade à guisa de procurar maior piedade (Cap. 6).
Como nos conduzimos na igreja é extremamente importante pois o próprio Deus habita na
igreja hoje.

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Necessitamos de ser tão cautelosos hoje, na maneira de edificar a igreja, como o foram os
antigos israelitas na construção do tabernáculo, para que dessa forma a glória de Deus possa
manifestar-se hoje entre nós como então.

Adventista do Sétimo Dia de desejo de aprofundar Daniel e Apocalipse


terceira geração, meu avô mas, de uma forma muito particular O
desde 1920 frequentava a sala SANTUÁRIO.
da Calçada do Cascão, desde Apesar de todo o envolvimento, nas mais
muito cedo comecei a sentir-me diversas actividades da Igreja estive
atraído para saber mais dos afastado da “organização” durante cerca de
temas bíblicos. 20 anos.
Sem dúvida que para isso muito Mas o Espírito Santo decidiu utilizar a
contribuiu minha mãe que constantemente Filipa Realinho Morais para me fazer voltar
ilustrava as mais simples coisas do dia a dia ao caminho e novamente Deus pôs no meu
com exemplos da bíblia. caminho agentes seus para me ampararem,
Não posso deixar de citar a Irª. Alda o Pr. Paulo Cordeiro, o Paulo Mendes
Raposo ao colo de quem passei muitos (“meu” Pastor e amigo de infância que me
cultos de Sábado colorindo desenhos rebaptizou e casou), o Pr. Mário Brito, o Pr.
ilustrativos das histórias da Bíblia. Ernesto Ferreira, o Pr. Manuel Cordeiro, o Ir.
De seguida a minha primeira monitora Adelino de Brito, meu primo o Pr. Eduardo
da Escola Sabatina, Edite Costa que Graça, o Enoque Pinto, a Lina Costa, o Jorge
reforçou o rumo da minha formação. e a Cesaltina Pires, o Paulo Rascão, o
Pessoas como o meu tio Pr. Samuel José Joaquim Infante, o Amado, (e quantos mais
Graça, o mais tarde meu primo Pr. David que, por certo, involuntariamente creiam,
Vasco e o Pr. Armando Casaca que me omiti), graças a todos eles, inspirados pelo
“empurrou” para o Curso de Obreiro Leigo Espírito Santo de Deus, apesar de tudo
leccionado pelo Pr. Samuel Monnier o qual mantenho firme em mim o gosto por tudo o
despertou desde logo em mim um forte que à Escritura diz respeito, de uma forma
particular ao SANTUÁRIO, por muitos
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considerado a coluna vertebral de toda a
teologia Adventista.
Atrevo-me mesmo com alguma
frequência a dizer que entender o
Santuário e o seu Ritual é “meio
caminho andado” para entender a restante
teologia Adventista.
Se com este despretensioso trabalho
puder “descomplicar” aquilo que por vezes
aparenta ser confuso, dou a Deus muitas
graças por me ter considerado digno de ser
Seu humilde instrumento.
Creiam que nem sempre foi fácil
perceber o que Deus queria que eu
passasse para o papel.
Há “alguém” que sabemos que não nos
dá tréguas e que muito, mesmo muito, fez
para que eu desistisse.
Nesses momentos apenas me vinha à
ideia uma frase de um querido amigo
colombiano, Colportor de Avançada, Samuel
Urbano, com quem tive o privilégio de
privar de perto quando esteve responsável
pela Igreja de Badajoz nos anos de
2000/2001:
“ RUI, HACELO TODO SIEMPRE DE RODILLAS”

“Educa a criança no
caminho que deve andar e
até quando envelhecer não
se desviará dele.”
Provérbios 22:6

EDIÇÃO DE AUTOR

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