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1 – A Regressão do Demoliberalismo 1
Triunfante no século XIX, o Liberalismo, nos seus pressupostos políticos, conduziu à afirmação
das democracias parlamentares burguesas que, nos inícios do século XX, atingiam
já consideráveis níveis de aperfeiçoamento.
O demoliberalismo (a democracia liberal) era o modelo político cada vez mais adoptado no
Ocidente europeu, em finais do século XIX, e afirmou-se, de forma triunfante, com o fim da
Primeira Guerra.
Todavia, o quadro económico vivido no Velho Continente não era favorável à consolidação do
triunfo conseguido.
Os anos 20 confirmaram todas as fragilidades da Europa.
Como já vimos a Europa em 1918 era um continente assolado por sérias dificuldades
económicas e financeiras. Este quadro negativo repercutia-se, inevitavelmente, nas condições de
vida das populações originando complicadas perturbações em todos os estratos sociais:
Este quadro económico e social de crise e de profundo mal-estar social era vivido, no Ocidente
europeu numa altura em que os desenvolvimentos da democracia liberal proporcionavam total
liberdade de formação de novos partidos, muitos deles de inspiração marxista. Ao mesmo tempo,
os sindicatos, intensificavam a sua acção de propaganda e de militância política acerca dos males do
capitalismo, na tentativa de ganharem aderentes para a causa proletária.
De facto, a conjuntura negativa que atingiu a Europa, logo a partir de 1918, coincidiu com o
triunfo do socialismo na Rússia, em 1917 e com a realização da Internacional Comunista (que
formou o Komintern) cujo objectivo principal era promover a união da classe operária
internacional e impor no mundo o socialismo marxista-leninista.
Em consequência, ao longo dos anos 20, a Europa foi sacudida por uma vaga revolucionária que
evidenciou as dificuldades dos regimes demoliberais.
Efectivamente, o período que mediou entre as duas guerras foi caracterizado pelo avanço e
ascensão ao poder das forças conservadoras de direita, radicalmente contrárias à democracia
parlamentar, que acusavam de ser a grande causa da agitação social e do caos económico
provocados pela livre actuação dos partidos socialistas.
Era o tempo das ditaduras que se aproximava com o avanço da extrema-direita e o triunfo de
regimes totalitários. Praticamente toda a Europa viveu a experiência totalitária e poucas foram as
democracias que conseguiram resistir ao avanço da extrema-direita:
• Hungria (1920);
• Itália (1922);
• Turquia (1923) - após a instauração da República, o Presidente assume todos os poderes e
exerce um poder autoritário;
• Espanha (1923) - entre 1923 e 1930, um directório de altas patentes dirigido pelo general
Primo de Rivera, tentou implantar o fascismo, após ter forçado o rei Afonso XIII a convidá-
lo para formar governo, dissolveu as Cortes. Mas só em 1939, e após uma guerra civil de 3
anos, o General Franco que contou com o apoio da Itália e da Alemanha, impôs um regime
ditatorial fascista.
• Bulgária, após um golpe de Estado nacionalista (1923), inicia-se um período de agitação
entre conservadores e comunistas que culmina em 1935 com Bóris III a impor uma ditadura
monárquica.
• Albânia (1925),
• Lituânia, Polónia e Portugal (1926),
• Jugoslávia (1929)
• Áustria (1932) - depois dos distúrbios de 1927, a Constituição reforça o poder executivo e o
chanceler Dollfuss instaura uma ditadura.
• Alemanha (1933),
Cada um destes regimes caracterizava-se por determinados particularismos. Mas era a evolução
política da Alemanha que prenunciava consequências mais trágicas para a História do século XX
europeu.
SÍNTESE ESQUEMÁTICA
A regressão do demoliberalismo
↓
Radicalização social e
política nos anos 20
• Greves
• Ocupações
• Tentativas de
revolução
comunista
↓
• Incapacidade das
democracias liberais na
resolução da crise
económica;
• Incapacidade das
democracias liberais no
controlo da ordem
social;
• Medo ao bolchevismo
↓
Emergência dos
autoritarismos
• Fascismo na
Itália
• Nazismo na
Alemanha
• Ditaduras
noutros países
Prof. Natália Silva
europeus.