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FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA

 Surgimento: a partir da filosofia


 Tipos de conhecimento: religioso, senso comum, científico etc.
 Mito e religião: predominavam antes do surgimento da ciência. São
tipos de conhecimento considerados como estando fora da razão.
 Ciência: considerada como todo o conhecimento que pode ser
estudado empiricamente. Surge a partir do positivismo e do
iluminismo. Caracteriza-se por utilizar métodos e caminhos que
possam ser observado por qualquer um.

OBSERVAÇÃO – PERCEPÇÃO – HIPÓTESES – ANÁLISE – TESTES – COMPROVAÇÃO -


TEORIA
FUNDAMENTOS DA CIÊNCIA
- Busca apresentar um conteúdo
Ciência empírico sob uma forma lógica
- Etapas e procedimentos
Ciências Sociais - Estão inseridas nas Ciências
Humanas e seu objeto de
estudo é o homem e a
sociedade
Ciência Econômica - Enfoque em elementos
históricos, momentos
históricos e relações sociais
ECONOMIA: CONCEITO E OBJETO
“A Economia é uma ciência social, pois os fatos
econômicos, assim como os fatos jurídicos,
políticos e culturais são de natureza
intrinsecamente social.” (GIL, 2000, p. 22)

O termo economia vem do grego oikos (casa) e


nomos (costume ou lei) ou também gerir,
administrar: daí "regras da casa" (lar) e
"administração da casa“
ECONOMIA: CONCEITO E OBJETO
“A palavra economia era utilizada na Grécia Antiga
para designar a administração da casa, do patrimônio
particular. Para indicar a administração da polis
(cidade-estado) era usada a expressão economia
política, que caiu em desuso e voltou a ser empregada
a partir do século XV. A partir do século XIX, com o
surgimento da Escola Marginalista, caiu novamente
em desuso. A palavra economia passou a ser
dominante nos meios acadêmicos, todavia, nos meios
marxistas prefere-se ainda a expressão economia
política.” (GIL, 2000, p. 23)
ECONOMIA: CONCEITO E OBJETO
Não há um consenso dos diversos autores seja em relação
à economia ou à economia política.
A multiplicidade de definições, que vai da “ciência da
riqueza” à “ciência da escassez”, depende do enfoque
adotado pelos diversos autores ou escolas.
“Para Granger (1995, p. 1) isso revela que o objeto da
economia é múltiplo (...) a própria posição da economia
no elenco das Ciências Humanas é bastante ambígua, já
que trata ao mesmo tempo de problemas humanos e não
humanos, pois é, simultânea e confusamente, ciência das
coisas, ciência das ações e ciência das estruturas sociais.”
(GIL, 2000, p. 23)
ECONOMIA: CONCEITO E OBJETO
Diversas definições da Economia segundo Gil (2000):
Ampla: “Economia é um estudo da Humanidade nas
atividades correntes da vida: examina a ação individual
e social em seus aspectos mais estreitamente ligados à
obtenção e ao uso dos elementos materiais do bem-
estar.” (MARSHALL 1985, p. 23)
Restrita: “Economia é a ciência que estuda o
comportamento humano como uma relação entre fins e
meios escassos, cujos usos são alternativos.”
(DAVENPORT 1929, p. 25)
ECONOMIA: CONCEITO E OBJETO
Conciliatória: “Economia é o estudo do
comportamento humano em relação a meios escassos,
cujos usos são alternativos para atingir fins
determinados, tais como a maximização da renda,
empregando habitualmente na comparação dados de
preço.” Dicionário de Ciências Sociais (FUNDAÇÃO
GETÚLIO VARGAS, 1987, p. 380)
ECONOMIA: CONCEITO E OBJETO
Didática: “... estuda as ações que os homens realizam
para satisfazer suas necessidades enquanto estas ações
comportam escolhas em consequência da limitação dos
meios que podem tornar-se disponíveis para a
satisfação dessas necessidades”. (NAPOLEONI, 1997, p.
25).
 As atividades humanas podem ser estudadas de diferentes
pontos de vista além do econômico, como da tecnologia, do
direito e da moral por exemplo.
ECONOMIA: CONCEITO E OBJETO
Principais dimensões da Economia segundo Gil
(2000):
“estudo dos fenômenos pelos quais os homens
procuram satisfazer a suas necessidades com base em
bens escassos;
O estudo das trocas comerciais e do sistema que regula
as relações dos homens nessas trocas;
O estudo das organizações humanas com vistas em
torná-las mais eficazes em seu intento de aumentar o
bem-estar de todos os seres humanos.” (GIL, 2000, p.
24)
ECONOMIA: CONCEITO E OBJETO
Principais objetivos da Economia segundo Gil (2000):
“Descrição e análise das atividades econômicas em suas
diferentes aspectos (produção de bens e serviços,
repartição dos bens e consumo);
Compreensão e explicação dos mecanismos da
atividade econômica (por exemplo: produção, mercado,
preços, moeda etc.);
Controle e aperfeiçoamento da atividade econômica na
linha das opções admitidas pela Justiça Social.” (GIL,
2000, p. 24)
ECONOMIA: CONCEITO E OBJETO
Alcance desses objetivos:
Descrição e análise: técnicas de pesquisa em economia;
Compreensão e explicação: teoria econômica;
Controle e aperfeiçoamento da atividade econômica:
política econômica
(GIL, 2000, p. 24)
DIFICULDADES DA ECONOMIA
Ciências Sociais: pobres em leis e teorias de amplo
poder explicativo e preditivo, ao contrário das ciências
naturais
Crítica às ciências sociais: complexidade dos
fenômenos sociais e métodos de investigação
Situação privilegiada da economia em relação às
outras ciências sociais: consegue apresentar teorias
mais rigorosas acerca da ciência humana e valer-se
significativamente da linguagem matemática, a ponto
de, ainda que impropiamente, ser vista como ciência
exata.
DIFICULDADES DA ECONOMIA
Críticas mais severas aos economistas:
“Alega-se que os economistas nunca sabem de coisa
alguma a não ser com 20 anos de atraso, que são
excelentes oráculos do passado, que são capazes de
explicar apenas por que as coisas não deram certo etc.”
(GIL, 2000, p. 25)
Isso ocorre pois as ações dos economistas, sobretudo no
âmbito governamental, tem consequências mais
imediatas na vida das pessoas.
Conclui-se que as ciências não são semelhantes quanto
ao grau de precisão, objetividade, verificabilidade, etc.
DIFICULDADES DA ECONOMIA
A matemática constituiu-se ciência há mais de 2.000
anos enquanto a economia é uma jovem ciência com
pouco mais de 200 anos, por isso, como as outras
ciências sociais, apresenta mais dificuldades do que as
ciências naturais em oferecer explicações satisfatórias
acerca de seus fenômenos.
Cada ciência social tem sua peculiaridade (objeto,
método)
DIFICULDADES DA ECONOMIA
 Principais dificuldades ao estudioso da Economia de acordo com Gil (2000):
 Complexidade
“A previsão do comportamento químico de vários elementos só se tornou
possível depois de construído o quadro classificador da tabela periódica.
Houve tempo em que as observações astronômicas pareciam
extremamente complicadas. Dizer, então, que a Astronomia jamais se
transformaria em ciência equivaleria a um erro grosseiro” (Hegenberg,
1969, p. 211 apud GIL, 2000, p. 26)
“ Na esteira dessa colocação, pode-se dizer que o mesmo erro cometem os
que indicam a complexidade como obstáculo para a existência da
Economia como ciência. Embora se possa admitir que os fatos econômicos
são complexos, isso não significa uma dificuldade intransponível.
Progressivamente, a Economia vem definindo um vocabulário cada vez
mais claro e preciso. À medida que isso ocorre, os pesquisadores vêem-se
habilitados a formular leis e teorias igualmente claras e precisas, e, ainda,
passíveis de teste empírico, superando, assim, a barreira da
complexidade.” (GIL, 2000, p. 26)
DIFICULDADES DA ECONOMIA
 Não-exatidão da Economia
“... A Economia, assim como as outras ciências sociais, relaciona-se com as forças
mutáveis da natureza humana. Suas variáveis nem sempre possibilitam a
quantificação em níveis suficientemente precisos para tornar rigorosamente
inequívoca a comunicação de seus resultados. Contudo, a Economia é hoje, entre as
ciências humanas, a que oferece maior grau de exatidão.” (GIL, 2000, p. 26). Sendo
assim não de enquadra na categoria das ciências exatas.
“ Os prazeres que duas pessoas sentem com o uso do fumo, por exemplo, não podem
ser diretamente comparados; nem mesmo a sensação que uma pessoa experimenta,
com isso, em diferentes ocasiões. Mas se encontramos uma pessoa em dúvida sobre
se deve gastar uns poucos centavos em charuto, numa xícara de chá ou em tomar
uma condução ao invés de andar a pé, então podemos, comumente, dizer que ela
espera obter dessas coisas prazeres iguais” (MARSHALL 1985, p. 34 apud GIL, 2000,
p. 27)
“O Economista não tenta pesar o valor real dos sentimentos humanos; avalia-os por
seus efeitos que são muito mais concretos” (GIL, 2000, p. 27).
“Embora nem sempre seja possível afirmar a plena exatidão de uma conclusão nos
vários domínios da Economia, graças à teoria estatística da probabilidade torna-se
possível oferecer explicações plausíveis acerca dos fatos econômicos” (GIL, 2000, p.
27).
DIFICULDADES DA ECONOMIA
 Experimentação precária
“Não resta dúvida de que a realização de experimentos controlados representa um dos
mais importantes pilares do conhecimento científico. Seguramente a Física e a
Química não se encontrariam em seu atual estágio de desenvolvimento se não fosse
a utilização do método experimental. Isso não significa, porém, que o método
experimental seja tido como imprescindível à investigação científica. Basta lembrar
que a Astronomia e a Geologia não devem sua respeitabilidade à utilização de
experimentos controlados. A Embriologia até há bem pouco tempo desenvolveu-se
independentemente da experimentação” (GIL, 2000, p. 28).
“... De fato a realização de experimentos controlados mostra-se bastante difícil no
campo da Economia. Todavia, é possível no âmbito dessa ciência criar ‘situações de
laboratório’ de certa forma parecidas com as que existem nas ciências físicas e
contornar suas dificuldades por meio do instrumental estatístico” (GIL, 2000, p. 28).
“A maioria desses estudos não pode ser considerada rigidamente experimental. No
entanto, em virtude de sua aproximação com os modelos experimentais, eles podem
ser considerados quase-experimentais ou ex post facto (realizados após a ocorrência
dos fatos).” (GIL, 2000, p. 28).
DIFICULDADES DA ECONOMIA
Singularidade dos fatos
“Não é possível discordar da singularidade de muitos
fatos econômicos. Isto, todavia, não autoriza, a
rejeitar o caráter científico da Economia. Mesmo
admitindo cada fato econômico seja distinto dos
demais, é possível que conjuntos de fatos se
assemelhem a ponto de possibilitar generalizações e
predições.” (GIL, 2000, p. 29).
“Não há, pois, incompatibilidade entre a singularidade
dos fatos econômicos e a generalização científica.”
(GIL, 2000, p. 29).
DIFICULDADES DA ECONOMIA
 Valores
“Um argumento frequentemente lembrado contra o caráter científico da
Economia refere-se ao fato de estar o pesquisador nessa área do
conhecimento envolvido com o fenômeno que pretende investigar. Dessa
forma, o pesquisador, ao analisar e interpretar os fatos econômicos, seria
influenciado por seus valores pessoais, o que terminaria por comprometer
a objetividade da pesquisa.” (GIL, 2000, p. 29).
“Para os positivistas, a ciência deve ser objetiva, deve fundamentar-se em
fatos, não em valores. Essa objetividade, por sua vez, seria garantida pela
observação controlada dos fatos, pela utilização de instrumentos
devidamente testados e pelos procedimentos analíticos logicamente
fundamentados. Já para os marxistas, a objetividade não existe na prática,
pois o ser humano é um ser social e histórico que, embora determinado
por contextos econômicos, políticos e culturais, é ao mesmo tempo
transformador desses contextos” (GIL, 2000, p. 29).
DIFICULDADES DA ECONOMIA
 Valores
“Na realidade, todo fato conhecido é de alguma forma valorado
subjetivamente porque recaiu no interesse da pessoa; já o fato
desconhecido, que não recaiu no interesse da pessoa, representa um não-
valor. Consequentemente, a realidade é um campo sempre carregado
valorativamente pelo interesse ou desinteresse do sujeito” (DEMO, 1981, p.
91 apud GIL, 2000, p. 29). Não é apenas na economia que os fatos são
impregnados de valor, mas tornam-se mais evidentes nesta ciência.
“Mesmo admitindo-se que a objetividade na prática não existe, existiria a
objetivação, que seria o esforço de conhecer a realidade de preferência
naquilo que ela é e não no que gostaríamos que fosse. Pode-se admitir a
impossibilidade de conhecer a realidade como ela é, pois o que se conhece
é a realidade como a sociedade a vê. No entanto, o ideal do conhecimento
continua sendo o da objetividade” (DEMO, 1981, p. 91 apud GIL, 2000, p.
29).
REFERÊNCIAS
DAVENPORT, H. J. Economics of enterprise. New York: Mcmillan, 1929.
DEMO, Pedro. Metodologia científica em ciências sociais. São Paulo:
Atlas, 1981.
FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS, Dicionário de ciências sociais. 2. ed.
Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1987.
GIL, Antônio Carlos. Técnicas de pesquisa em economia e elaboração de
monografia. São Paulo: Atlas, 2000.
GRANGER, Gilles Gaston. Méthodologie économique. Paris: PUF, 1955.
MARSHALL, Alfred. Princípios de economia. São Paulo: Nova Cultural,
1985.

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