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Desenvolvimento de um modelo ecológico para a previsão de

tendências populacionais do Priolo (Pyrrhula murina) em


São Miguel - Açores
Rita Bastos*¹, Ana Sofia Ferreira*², Nuno Franco*³
* Licenciatura em Biologia – Ramo Científico. Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro ,5000-911 Vila Real
¹ Autora para correspondência, Rita Coelho Bastos, Rua Jaime Cortesão nº 8, 2º Esq. 3810-122 Aveiro
² Ana Sofia Afonso Ferreira, Bairro de Sto António, Sanguinhedo; 5000-368 Vila Real
³ Nuno Henrique Palmeira Franco Ferreira, Rua de São Sebastião nº 50, 4º Esq. 4700 Braga

A Modelação Ecológica é uma valiosa ferramenta utilizada por biólogos


para estudar o funcionamento dos ecossistemas, e para prever os
efeitos de mudanças nos parâmetros que os definem. Outra aplicação
para esta tecnologia é a avaliação da resposta de ecossistemas
afectados às medidas e acções antropogénicas.

Fig. 1. a) Pyrrhula murina


Resumo
Este trabalho teve como objectivo o desenvolvimento de um modelo
para a previsão de tendências populacionais do Priolo face a medidas
de intervenção que estão a ser tomadas pelo Projecto Life Priolo III
com vista “Recuperação do habitat do Priolo na ZPE Pico da Fig. 2. Indicação da ZPE (Zona de
Vara/ribeira do Guilherme”. Estas medidas de intervenção têm como Protecção Especial)
objectivo a recuperação do habitat do Priolo, através da plantação de
plantas nativas, na zona principal da sua ocorrência (cerca de 300ha),
em paralelo com a remoção das plantas exóticas que actualmente
ocupam essa área (Conteira, Cletra, Incenso, Criptoméria e Gigante).
Os resultados das simulações do modelo demonstram a importância das
Fig. 1. b) Pyrrhula murina
medidas de intervenção para a conservação da espécie.

Introdução Fig. 3. Acção de Intervenção pelo


Projecto Life Priolo
O Priolo (Pyrrhula murina) é uma espécie de ave endémica da ilha de
S. Miguel, Açores, característica da zona montanhosa, localizada a
leste da ilha (Jaime Ramos, 1996). A captura excessiva e a
destruição da floresta Laurissilva conduziram esta população à beira
da extinção, sendo actualmente considerada uma das aves mais raras Resultados e Discussão
e ameaçadas do Mundo. Os cerca de 200 casais, actualmente O aumento populacional de Pyrrhula murina, que se faz sentir após
estimados, sobrevivem numa reduzida zona de floresta nativa já oito anos do início do projecto, deve-se ao tempo necessário para
bastante fragmentada e progressivamente invadida por plantas que as plantas introduzidas atinjam um estado de desenvolvimento
exóticas. (SPEA, 2005). que garanta sustentabilidade das comunidades de Pyrrhula murina,
constituindo assim floresta equiparada à nativa.
Métodos De um modo geral, relativamente aos resultados obtidos, podemos
dizer que se espera um aumento de cerca de 246 indivíduos, ou seja
de mais do dobro, a partir dos 200 indivíduos considerados no
Census disponibilizados Selecção e definição dos modelo, até 2022.
pela SPEA/Life Priolo conjuntos das variáveis

Conclusão
Passagem do território de qualidade
Considerando os números obtidos nos últimos census efectuados -
mínima a território de qualidade máxima, cerca de 400 indivíduos em 2006 - podemos esperar, através da
por intervenção antropogénica
extrapolação dos resultados das simulações obtidas a partir do
modelo desenvolvido, um aumento da população de Priolo para mais de
800 indivíduos no ano de 2022.
Área de qualidade
mínima associada à
Área de qualidade
intermédia
Área de qualidade
máxima associada à
Estes resultados permitem justificar a intervenção do Projecto Life
biologia reprodutiva associada à biologia biologia reprodutiva Priolo como uma acção deveras válida e significativa no incremento do
da espécie reprodutiva da da espécie
espécie número de aves, sendo importante valorizar este esforço em prol da
conservação da espécie.

Número total de aves


Pyrrhula murina
Construção do modelo através do
programa de modelação STELLA®
8.1.1 Bibliografia
RAMOS, J. 1996. “Introduction of exotic tree species as a threat to the Azores
bullfinch population”. Journal of Applied Ecology: Vol 33, no. 4, pp. 710-722
SPEA, 2005. “Recuperação do habitat do Priolo na ZPE Pico da Vara/Ribeira do
Guilherme. LIFE03 NAT/P/000013. 1º Relatório de progresso, 1 de Outubro 2003 a
31 de Outubro 2004”. Sociedade Portuguesa para o Estudo da Aves (SPEA), Lisboa
Território de qualidade
mínima
periodicidade

Território de qualidade
intermédia
Território de qualidade
máxima
(relatório não publicado)
misto
número de ha passagem a área

Simulação para a evolução da dinâmica


interv encionados de qualidade máxima
interv enção interv encionada area de qualidade
máxima interv encionada

Agradecimentos
Dinâmica Dinamica
populacional populacional

populacional do Priolo versus evolução


Area interv encionada

Tabela

Os autores agradecem a colaboração de Ricardo Ceia e Ruben Heleno (investigadores


territorios 2 Graf ico
territorios territorios área total

das áreas
sex ratio
número total de n total deindiv íduos na
indiv íduos na area de qualidade

da SPEA, Projecto Life Priolo) pela cedência dos dados utilizados para o estudo, e ao
area de qualidade intermédia
sex ratio
densidade média

densidade máxima admissív el

enmigração machos area qualidade mínima


densidade máxima admissív el 2

Laboratório de Ecologia Aplicada da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro


número total de av es densidade média 2
Py rrhula murina machos mortalidade machos
controlo população
enmigração machos 2 area qualidade intermédia
passagem a adultos
1: Território de qualidad… 2: Território de qualidad… 3: Território de qualidad…
Py rrhula murina machos 2 mortalidade machos 2
machos controlo população 2 4: número total de av es
taxa de mortalidade passagem a adultos
Py rrhula murina
1: 300 1 3 3

pela disponibilização do Software utilizado, bem como ao Professor Mário Santos pelo
machos 2
emigração f emeas f emeas

Py rrhula murina taxa de mortalidade 2 2: 5900


n de ov os por f êmea
passagem a adultos
f êmeas
mortalidade f êmeas emigração f emeas 2 f emeas 2
3: 500
passagem a adultos mortalidade f êmeas 2
4: 850
Py rrhula murina crias n de ov os por f êmea 2 f êmeas 2

apoio sempre concedido.


população ef ectiv a numa area
n de ov os eclodidos

eclosão passagem a adultos Py rrhula murina crias 2


população ef ectiv a numa area 2
n de ov os eclodidos 2

eclosão 2 passagem a adultos 2


taxa de eclosão
mortalidade crias densidade ef ectiv a na area

taxa de eclosão 2
mortalidade crias 2 densidade ef ectiv a na area 2
periodicidade
1: 150
número total
2: 5700 2
de indiv íduos na
area de qualidade
periodicidade 2
3: 350
4: 500
densidade máxima admissív el 3
1
4
area boa
enmigração machos 3
densidade media 3
Py rrhula murina machos 3 mortalidade machos 3
controlo população 3
4
passagem a adultos

sex ratio
machos 3
1
Py rrhula murina taxa de mortalidade 3
emigração f emeas 3 f emeas 3
1: 0
passagem a adultos
mortalidade f êmeas 3 2: 5500 4 2 2 2
n de ov os por f êmea 3 f êmeas 3 3: 200 4
4: 150 3 3 1
Py rrhula murina crias 3
n de ov os eclodidos 3
população ef ectiv a numa area 3
1.00 60.75 120.50 180.25 240.00
eclosão 3 passagem a adultos 3
Page 1 Months 2:46 sex, 19 de Jan de 2007
taxa de eclosão 3

densidade ef ectiv a na area 3


Untitled
mortalidade crias 3

periodicidade 3

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